Vasco Prado Gomes da Silva (Uruguaiana, RS, 16 de abril de 1914 — Porto Alegre, RS, 9 de dezembro de 1998), mais conhecido como Vasco Pradro foi um gravador, escultor, tapeceiro, ilustrador, desenhista, e professor brasileiro.
Biografia - Itaú Cultural
Estuda por um breve período na Escola de Belas Artes de Porto Alegre, em 1940. Inicia pesquisas em escultura como autodidata. Em 1941, constrói seu primeiro ateliê e é assistido pelo pintor Oscar Boeira (1883-1943). Estuda em Paris, entre 1947 e 1948, como bolsista do governo francês. É aluno de Fernand Léger (1881-1955) e freqüenta por um curto período o ateliê de gravura da École Nationale Supérieure des Beaux-Arts. Em Paris, entra em contato com o artista mexicano Leopoldo Mendez (1902-1968), dirigente do Taller de Gráfica Popular. Retorna ao Brasil em 1949, e, no ano seguinte, funda o Clube de Gravura de Porto Alegre, com Carlos Scliar (1920-2001). Leciona escultura no Ateliê Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, em 1966. Entre 1968 e 1969, faz estágio como artista convidado, viajando pela Europa. Integra a equipe de direção do Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Margs), entre 1987 e 1991. Possui esculturas e painéis murais instalados em espaços públicos no Brasil e no exterior. Em 1994, é realizada a retrospectiva Vasco Prado, 80 Anos, na Usina do Gasômetro, em Porto Alegre. Sua residência em Porto Alegre é transformada em memorial, em 2000, com a finalidade de preservar documentos, objetos pessoais e obras do artista. São publicados livros sobre sua produção, em 1984, pelo Margs, e em 2001, pela editora Animae.
Análise
Vasco Prado realiza obras em que se nota a influência dos trabalhos de Auguste Rodin (1840-1917) e nas quais já revela interesse por temas regionais, como o Negrinho do Pastoreio, reelaborado freqüentemente em sua produção.
Em 1947 e 1948, estuda na França, com Fernand Léger e Étienne Hajdu, frequentando o ateliê de gravura da École Nationale Supérieure des Beaux-Arts. O contato com o gravador mexicano Leopoldo Mendez leva-o a interessar-se pela gravura. Em 1950, funda, com Carlos Scliar e outros artistas, o Clube de Gravura de Porto Alegre. Em paralelo, continua a desenvolver pesquisas com esculturas. Em 1960, realiza escultura em bronze para a cidade de Pelotas, na qual retoma o tema do Negrinho do Pastoreio, apresentado, porém, com uma concepção mais livre, em que se evidencia o despojamento formal.
O artista procura temáticas ligadas aos valores regionais, como o tema do cavaleiro e do cavalo, em que a figura humana é representada com um amplo sentido de dignidade, e o animal, com atributos de força e altivez, mas também com suavidade.
Críticas
"Dentre os escultores gaúchos, Vasco Prado ocupa um lugar privilegiado, pois com ele pode-se dizer que começa a escultura sulina seu percurso modernizante, enfrentando a problemática de uma arte nacional e atualizada. Vasco, de fato, pertence àquela geração de artistas que no começo dos anos 40 e, posteriormente, nas décadas de 50 e 60 se propôs renovar, rompendo os velhos e tímidos quadros em que se desenvolvia a arte no Rio Grande até então. Desde o começo, contudo, uma nota marcante de sua obra foi um certo apego à temática da terra e do homem gaúcho, o que permite encontrar no seu trabalho um elo de continuidade nesse processo com o melhor passado artístico, não sendo de desprezar o aprendizado do escultor, embora de curta duração, com o pintor Oscar Boeira. E se, na escultura, se vê, desde o início da carreira, o artista envolver-se com temas de folclore, como o legendário Negrinho do Pastoreio, essa tendência se desenvolve na sua atividade como membro do Clube de Gravura, a partir de 1950, em que lendas e temas gaúchos, mas também aspectos da vida laboriosa e mesmo temas políticos, são apresentados com freqüência. (...)
Mais tarde, sua arte se desvincularia da disciplina objetiva e historicista do realismo socialista, percorrendo os caminhos da simplificação expressionista das formas, o que o aproximou do abstracionismo e das tendências então em voga na Europa".
Carlos Scarinci (Depoimentos. In: PRADO, Vasco. Vasco Prado. Porto Alegre: Margs, 1984. p.66.)
"A escultura de Vasco Prado prende-se a duas fontes principais: Henry Moore e Constantin Brancusi. Parecem, de certa maneira, fontes contraditórias. E, na verdade, são. Mas as sínteses culturais têm esse caráter. De Moore, Vasco Prado aproveitou as formas redondas, os vazados, a vitalização dos vazios, a idéia de monumentalidade. De Brancusi, aproveitou a idéia de síntese, o gosto pela simplicidade e pelo essencial. Mais tarde, sua aproximação foi com o escultor italiano Marino Marini. Mas neste caso não em caráter formativo, como com os dois primeiros. Com Marini a aproximação se deu no gosto pelos mesmos temas, no amor gaúcho pela figura do cavalo e do cavaleiro, uma constante na obra de Vasco Prado. No exame de seu trabalho, acho que esses três escultores revelam-se fundamentais".
Jacob Klintowitz (Vasco Prado: gravador, desenhista, escultor: ele aprende as coisas que seu coração dita. Skultura, 1984. p.11.)
"Vasco Prado, às vezes, me parece ter conseguido amarrar à sua maneira as pontas do longo fio milenar da escultura, dando a seus trabalhos uma forma que lembra a grega arcaica mas que é ao mesmo tempo inapelavelmente moderna e pessoal.
Para o inveterado ficcionista que sou, cada uma dessas esculturas sugere ou sintetiza uma estória: Os Amantes Eqüestres - digamos assim -, a mulher a cavalo com um filho nos braços e outro no ventre, o homem montado à maneira invertida dos palhaços dos circos de antigamente, o cavaleiro que leva uma mulher à garupa, provavelmente roubada a alguém... Todos esses temas são, a meu ver, universais, sem deixarem de ter uma forte marca do Rio Grande, de seus costumes e de sua gente. Felizmente Vasco Prado fugiu às fórmulas estreitas do regionalismo 'oficial' de caráter fotográfico e tem resistido com brava honestidade artística à tentação do fácil e do pitoresco".
Erico Veríssimo (Depoimentos. In: PRADO, Vasco. Vasco Prado. Porto Alegre: Margs, 1984. p.72.)
Depoimentos - Vasco Prado
"Em Paris, tanto Scliar quanto eu, ao nos encontrarmos com Mendez, o gravurista mexicano, nos entusiasmamos muito com o seu trabalho. Eu mesmo, que até então sempre fizera escultura e lá me encontrava como bolsista para um curso de escultura, ao voltar, encontrei-me aqui com Edgar Koetz, que por sua vez retornava da Argentina, e começamos a preparar alguns trabalhos nessa técnica. Eu sonhava com um Negrinho do Pastoreio, que teria complementação de vinhetas, letras iniciais, aberturas e fechos feitos por ele. Foi assim que, também com Scliar, começamos a fazer gravuras, surgindo o Clube, que teve uma sede, alugada por mim, num pequeno sobrado na Avenida Farrapos, junto ao Hotel São Luís. Foi quando surgiu a idéia dos sócios do clube, o que nos ajudou muito para manter o trabalho. (...)
O Clube de Gravura de Montevidéu, fundado por exemplo nosso, continua vivo até hoje, e está comemorando os seus 25 anos. Eles adquiriram uma sede própria, e há pouco, ainda, me escreveram pedindo que eu enviasse uma gravura para edição de um álbum comemorativo preparado por eles. Fizeram também, no ano passado, uma edição dedicada a Pablo Neruda, belíssima, que me enviaram. Fundado o nosso clube aqui (...) logo exercíamos influência em todo o país e no Prata, e também no interior. Nessa época, o Glênio Bianchetti fazia uma exposição na Galeria do Correio do Povo, quando o conhecemos, Scliar e eu. Ele se juntou a nós, e logo surgia então o Clube de Bagé, onde já havia intenso movimento artístico. (...)
Todo o problema da extinção do Clube de Gravura, a meu ver, foi político. Quando Scliar saiu, eu fiquei mais ou menos sozinho para manter a coisa, já que os outros do grupo também começaram a seguir seus próprios caminhos. Eram momentos difíceis no Brasil, o ano de 1955, em que havia um fechamento muito grande, com pressão sobre os partidos políticos de tendência esquerdista. A revista que fundáramos, Horizontes, tinha um nítido cunho político socialista, embora falasse de arte, e embora eu veja, hoje, que fosse um pouco sectária na sua maneira de ver as coisas, devendo ter tido maior abertura para poder sobreviver. O realismo socialista, então, era a moda, e alguns de nós, nesta ânsia da descoberta das coisas, talvez tenhamos nos perdido um pouco, aplicando mal os seus princípios. Aliás, outro problema sério que não se pode esquecer, e que persiste ainda hoje, é que em geral o artista plástico no Brasil lê pouco, é ignorante das coisas que o rodeiam, não tem teoria. Então, se o Clube supriu a lacuna da disciplina e do aprendizado técnico, não chegou a suprir para todos nós a lacuna da teoria, o que foi muito prejudicial mais adiante. (...)"
Vasco Prado a Antonio Hohlfeldt (HOHLFELDT, Antonio. Vasco Prado : importância do Clube de Gravura se mede na repercussão atual. Correio do Povo, Porto Alegre, 11 jan.1976. In : GRAVURA Brasileira. São Paulo: Cosac & Naify/Itaú Cultural, 2000. p.88. Depoimento realizado em 11 de janeiro de 1976)
Acervos
Casa de Cultura Mário Quintana - Porto Alegre RS
Fundação Armando Álvares Penteado - Faap - São Paulo SP
Galeria Nacional de Praga - República Theca
Museu Americano de Maldonado - Uruguai
Museu da Fertilidade do Chile
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP - São Paulo SP
Museu de Arte do Rio Grande do Sul
Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP - São Paulo SP
Museu Nacional de Varsóvia - Polônia
Museu Regional de Feira de Santana - Bahia
Museu Utsukushigahara - Tóquio (Japão)
Exposições Individuais
1949 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria do Jornal Correio do Povo
1965 - Porto Alegre RS - Individual, na Espaço Galeria
1965 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Goeldi
1966 - Córdoba (Argentina) - Individual, na Galeria de Arte Moderna
1966 - Montevidéu (Uruguai) - Individual, na Galeria U
1966 - Porto Alegre RS - Individual, no Espaço No Galeria Chaves
1966 - Porto Alegre RS - 25 Anos de Escultura, no Margs
1966 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Goeldi
1966 - Salvador BA - Individual, na Galeria Convivum
1966 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Solarium
1970 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1976 - Roma (Itália) - Individual, na Galeria d'Arte della Casa do Brasil
1978 - São Paulo SP - Individual, na Skultura Galeria de Arte
1980 - Porto Alegre RS - Vasco Prado 40 Anos de Desenho: 1940-1980, no Centro Municipal de Cultura
1980 - Porto Alegre RS - Vasco Prado: terracotas, no Atelier Vasco Prado e Zoravia Bettiol
1982 - Montevidéu (Uruguai) - Individual, na Galeria América Latina
1982 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Masson
1983 - Porto Alegre RS - Exposição Individual de Terracotas, no Atelier Vasco Prado e Zoravia Bettiol
1983 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Tina Presser
1984 - Porto Alegre RS - Vasco Prado: retrospectiva 70 anos
1984 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Singular
1984 - São Paulo SP - Individual, na Skultura Galeria de Arte
1985 - São Paulo SP - A Obra Retrospectiva de Vasco Prado, no MAB/Faap
1987 - São Leopoldo RS - Individual, no Gestual Galeria de Artes Ltda
1988 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Scherer Artes
1988 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria de Arte Toulouse
1990 - Porto Alegre RS - Individual, na Bublitz Decaedro Galeria de Artes
1990 - São Paulo SP - Vasco Prado: esculturas de cerâmica e bronze, na Galeria Skultura
1991 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Marisa Soibelmann
1992 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Alencastro Guimarães
1994 - Porto Alegre RS - Vasco Prado: oitenta anos, na Usina do Gasômetro
1994 - São Paulo SP - Individual, na Skultura Galeria de Arte
1995 - Porto Alegre RS - Individual, na Cezar Prestes Artte
1997 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Marisa Soibelmann
1998 - Porto Alegre RS - Individual, no Margs
1998 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Gravura
1998 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Espaço Cultural dos Correios
Exposições Coletivas
1941 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria do Instituto de Belas Artes
1943 - Porto Alegre RS - Salão do Instituto de Bela Artes do Rio Grande do Sul
1948 - Paris (França) - Salão de Artistas Estrangeiros
1951 - Porto Alegre RS - 5º Salão da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa - medalha de prata em escultura
1953 - Porto Alegre RS - 4º Salão do Instituto de Belas Artes
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - Porto Alegre RS - 6º Salão da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa - prêmio aquisição em escultura
1956 - Porto Alegre RS - 8º Salão da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa - prêmio aquisição em escultura
1957 - Porto Alegre RS - 4º Salão da Câmara Municipal de Porto Alegre - 2º prêmio em escultura
1957 - Porto Alegre RS - 9º Salão da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa - prêmio aquisição em gravura
1958 - Porto Alegre RS - 10º Salão da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa
1960 - Porto Alegre RS - 12º Salão da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa - prêmio aquisição em escultura
1961 - Porto Alegre RS - Arte Rio Grandense: do passado ao presente, na Galeria do Instituto de Belas Artes de Porto Alegre
1962 - Porto Alegre RS - 3º Salão de Artes Plásticas do Rio Grande do Sul, na UFRGS
1962 - Porto Alegre RS - 9º Salão do Instituto de Belas Artes
1962 - Washington (Estados Unidos) - Spotlight in Brazil, na sala de exposições da OEA
1966 - Belo Horizonte MG - 20º Salão Municipal de Belas Artes - 2º prêmio em escultura
1966 - Belo Horizonte MG - 21º Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte, no MAP
1966 - Porto Alegre RS - Arte Hoje no Rio Grande do Sul, no Margs
1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas
1966 - São Paulo SP - 13 Artistas Gaúchos, no MAC/USP
1966 - Tóquio (Japão) - Gravadores do Rio Grande do Sul, na Embaixada do Brasil no Japão
1966 - Sakata (Japão) - Gravadores do Rio Grande do Sul
1966 - Osaka (Japão) - Gravadores do Rio Grande do Sul
1966 - Kanazawa (Japão) - Gravadores do Rio Grande do Sul
1966 - Suzu (Japão) - Gravadores do Rio Grande do Sul
1966 - Nikko (Japão) - Gravadores do Rio Grande do Sul
1967 - Campinas SP - 3º Salão de Arte Contemporânea de Campinas
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1968 - Arezzo (Itália) - Bienal da Medalha e da Placa
1968 - Varsóvia (Polônia) - 1ª Bienal do Metal - medalha de prata
1970 - Porto Alegre RS - 1º Salão de Artes Visuais da UFRGS, na UFRGS
1972 - São Paulo SP - 4º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1973 - Budapeste (Hungria) - 2ª Bienal da Pequena Escultura
1975 - Brasília DF - Arte Gaúcha/74
1975 - São Paulo SP - 7º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1975 - São Paulo SP - 13ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal
1977 - São Paulo SP - 9º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1978 - Penápolis SP - 3º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1978 - Rio de Janeiro RJ - Escultura Brasileira no Espaço Urbano: 50 anos, na Praça Nossa Senhora da Paz
1978 - São Paulo SP - 10º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1979 - Goiânia GO - Dez Escultores Brasileiros, na Casa da Cultura da América Latina
1979 - Rio de Janeiro RJ - Escultores Brasileiros, na Galeria Aktuel
1980 - Curitiba PR - 2ª Mostra do Desenho Brasileiro, no Teatro Guaíra
1980 - Goiânia GO - Nove Escultores, na Casa Grande Galeria de Arte
1980 - Washington (Estados Unidos) - Oito Escultores Brasileiros, no Brazilian - American Cultural Institute
1981 - Guarujá SP - Escultura ao Ar Livre, no Hotel Jequitimar
1981 - São Paulo SP - 3º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1982 - Milão (Itália) - 13ª Mostra Internazionale de Scultura All'Aperto Sissa Pagani, no Museu D'Arte Moderna
1982 - São Paulo SP - Um Século de Escultura no Brasil, no MAM/SP
1983 - Porto Alegre RS - 35 Anos de Independência do Estado de Israel, no Margs
1983 - Porto Alegre RS - Do Passado ao Presente: as artes plásticas no Rio Grande do Sul, na Cambona Centro de Arte
1983 - Porto Alegre RS - Francisco Stockinger/Vasco Prado, na Galeria Tina Presser
1983 - Porto Alegre - Arte Livro Gaúcho: 1950/1983, no Margs
1984 - Curitiba PR - 6ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba. A Xilogravura na História da Arte Brasileira, na Casa Romário Martins
1984 - Hakone (Japão) - 3º Grande Prêmio Kotaro Takamura, no Museu ao Ar Livre - prêmio aquisição
1984 - Porto Alegre RS - Gravuras: uma trajetória no tempo, no Cambona Centro de Artes
1984 - Rio de Janeiro RJ - A Xilogravura na História da Arte Brasileira, na Galeria Sérgio Milliet. Funarte
1984 - Rio de Janeiro - Doações Recentes 82-84, no MNBA
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - Penápolis SP - 6º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1985 - Porto Alegre RS - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Margs
1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1986 - Brasília DF - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Teatro Nacional Cláudio Santoro
1986 - Rio de Janeiro RJ - Iberê Camargo: trajetória e encontros , no MAM/RJ
1986 - São Paulo SP - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Masp
1987 - São Paulo SP - 20ª Exposição de Arte Contemporânea, no Chapel Art Show
1989 - Porto Alegre RS - Arte Sul 89, no Margs
1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Fundação Espaço Cultural da Paraíba
1994 - São Paulo SP - Os Clubes de Gravura do Brasil, na Pinacoteca do Estado
1994 - São Paulo SP - Xilogravura: do cordel à galeria, no Metrô
1996 - Passo Fundo RS - Museu de Artes Visuais Ruth Schneider: exposição inaugural, no Museu de Artes Visuais Ruth Schneider
1996 - Porto Alegre RS - Sesc Escultura: exposição internacional de esculturas ao ar livre, no Sesc Campestre
1996 - São Paulo SP - Off Bienal, no MuBE
1997 - São Paulo SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Belo Horizonte MG - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Brasília DF - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural
1998 - Penápolis SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural
1998 - São Paulo SP - Coleção 98 Skultura, na Skultura Galeria de Arte
Exposições Póstumas
1999 - Porto Alegre RS - Garagem de Arte: mostra inaugural, na Garagem de Arte
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura: Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA
2000 - São Paulo SP - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural
2001 - Brasília DF - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural
2001 - Penápolis SP - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural
2001 - Porto Alegre RS - Coleção Liba e Rubem Knijnik: arte brasileira contemporânea, no Margs
2001 - Rio de Janeiro RJ - Trilhando a Gravura, no Museu da Chácara do Céu
2002 - Porto Alegre RS - Desenhos, Gravuras, Esculturas e Aquarelas, na Garagem de Arte
2003 - Porto Alegre RS - Humanidades, na Galeria Tina Zappoli
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2004 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Múltipla de Arte
Fonte: VASCO Prado. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 14 de Jun. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
---
Biografia - Wikipédia
Filho de pai militar, morou com família em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, antes de voltar ao Rio Grande do Sul, aos 14 anos de idade. Estudou no Colégio Militar de Porto Alegre, onde concluiu o curso em 1936. Em 1946 concorreu a deputado estadual pelo Partido Comunista Brasileiro, sem sucesso.
Foi casado três vezes. Em 1938, com a ceramista Luiza Prado; em 1959, com a artista plástica Zorávia Bettiol, com quem teve três filhos: Fernando, Eleonora e Eduardo; e em 1985, com a artista e fisioterapeuta Susana Cazarré, com quem teve uma filha, Pilar.
Nos anos 50 fundou o Clube da Gravura com Carlos Scliar, Danúbio Gonçalves, Glênio Bianchetti e Glauco Rodrigues, que foi um dos marcos na história da arte gaúcha, realizando uma obra de cunho social, e em especial enfocando a temática regionalista do gaúcho em sua vida no campo.
Lecionou escultura e desenho em seus ateliês, no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, na Universidade de Caxias do Sul e no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS).
Vasco Prado é um dos escultores mais importantes do Brasil e certamente um dos mais influentes em sua terra natal, tendo formado gerações de novos artistas e inseminando o trabalho de muitos outros.
Após a fase do Clube de Gravura, com sua temática social e politicamente engajada, claramente descritiva, sua obra passou a apresentar um caráter cada vez mais sintético e abstratizante, com um magnífico equilíbrio formal de índole classicista, embora tenha incorporado diversos elementos e recursos técnicos da contemporaneidade e jamais tenha aberto mão de suas convicções políticas libertárias, como provam diversos trabalhos mais recentes importantes, realizados como monumentos públicos sobre temas e figuras ilustres da história e tradição gaúcha e brasileira, como o Tiradentes na Assembléia Legislativa do RS e diversas versões do Negrinho do Pastoreio. Outros de seus temas preferidos são a mulher, o cavalo e os amantes.Na noite de segunda-feira Vasco Prado.
Realizou, na década de 1950, a Escultura intitulada "Pomona", em pedra arenito rosa, no parque do Balneário Osvaldo Cruz, na cidade de Iraí, RS. Pomona, na mitologia romana, é a Deusa das Frutas e dos Jardins. Para este trabalho, utilizou como modelo uma jovem indígena da tribo Kaingang que por ali se fixara.
Além da maestria apresentada no manejo da pedra e do bronze, também foi um grande gravador, ceramista e desenhista. Tem obras espalhadas tanto pelo Brasil quanto pelo exterior.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 13 de junho de 2020.
---
Clube de Gravura de Porto Alegre
A fundação do Clube de Gravura de Porto Alegre em 1950 dá-se no interior de um movimento de renovação das artes no Estado do Rio Grande do Sul que remonta aos anos de 1930, à criação da Associação Antonio Francisco Lisboa (1938) - que se opõe ao Instituto de Belas Artes - e à intensa atuação da Editora Globo, que, com a Livraria e a revista Globo, tem papel decisivo no incremento das artes visuais e da literatura na região, auxiliando na divulgação das conquistas estéticas do modernismo de 1922. Carlos Scliar (1920-2001), um dos principais membros do Clube de Gravura, atua, desde 1940, como importante intermediário entre os artistas de São Paulo e do sul do país. Membro da Família Artística Paulista - FAP, ele é responsável por levar ao Rio Grande do Sul um grupo de artistas e pintores no período, com vistas a incentivar a modernização artística local. A ânsia de atualização técnica e formal combina-se ao entusiasmo pelo realismo social e pelo engajamento das artes na criação dos Clubes de Gravura de Porto Alegre e de Bagé (1951). Vasco Prado (1914-1998), parceiro de Scliar na formação do grupo da capital, em Paris em 1947, entra em contato com a experiência do Taller Grafica Popular (TGP), do México, forte inspiração para os clubes de gravura gaúchos. As obras de Lasar Segall (1891-1957) e Candido Portinari (1903-1962) constituem outras referências importantes para os artistas sulistas. Deve-se lembrar que José de Morais (1946), integrante do Clube de Bagé, havia colaborado com Portinari no conjunto da Pampulha, projetado por Oscar Niemeyer (1907-2012), entre 1942-1944, na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais.
Uma atitude claramente programática e o uso de técnicas como a xilogravura e linoleogravura definem o perfil do grupo, do qual participam Glênio Bianchetti (1928), Danúbio Gonçalves (1925) e Glauco Rodrigues (1929-2004), entre outros. A defesa da arte figurativa - contra "as manifestações cosmopolitas e antinacionais do abstracionismo", nos termos de Vasco Prado -, a temática regional gauchesca e o folclore, o registro da vida do trabalhador rural e urbano, assim como as lutas da classe trabalhadora e a tentativa de levar a arte ao povo, constituem as molas mestras do projeto do Clube de Gravura de Porto Alegre. Scliar é enfático: "É propósito do Clube de Gravura não só o desenvolvimento dessas técnicas entre os nossos artistas, como a divulgação do gosto pela gravura entre camadas cada vez mais vastas de nosso povo". A gravura - sobretudo a xilo e a linoleogravura - parece se prestar com perfeição a esses propósitos pela facilidade com o que o trabalho pode ser reproduzido e divulgado em livros, jornais, revistas e cartazes. Na medida em que descarta por princípio a "obra única", a gravura como técnica coloca-se a serviço das causas sociais e da formação do povo, haja vista seu lugar destacado na Revolução Mexicana e também na experiência da China popular. Esse é o mote de uma série de artigos veiculados nas revistas culturais de esquerda da época, por exemplo, aquele publicado na Fundamentos, nº 12, de 19 de fevereiro de 1950, que trata a gravura como "arma de combate", destacando o sentido revolucionário dos gravadores chineses.
Após cinco anos de intensa atuação, os artistas envolvidos com o Clube de Gravura de Porto Alegre avaliam ter cumprido seus propósitos, criando uma tradição de gravura no país e chamando a atenção dos artistas para a realidade social. A disseminação da experiência em outros Estados e cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo, Santos e Recife, parece atestar, segundo eles, o êxito da experiência. Tal avaliação leva-os ao encerramento das atividades do clube, em 1955, que, enquanto durou, angariou vários adeptos. Além dos artistas mencionados, participam também da experiência: Edgar Koetz (1914-1969), Plínio Bernhardt (1927-2004), Carlos Antônio Mancuso (1930), Charles Mayer (1933) e Fortunato (1916-2004). As principais críticas dirigidas à produção realizada sob a égide do Clube de Gravura de Porto Alegre referem-se a seu progressivo sectarismo e à rigidez de sua orientação.
Fonte: CLUBE de Gravura de Porto Alegre. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 14 de Jun. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Crédito fotográfico: Tempo Real Foto, Vasco Prado esculpe Maternindade - 1996, foto Mathias Cramer.
Vasco Prado Gomes da Silva (Uruguaiana, RS, 16 de abril de 1914 — Porto Alegre, RS, 9 de dezembro de 1998), mais conhecido como Vasco Pradro foi um gravador, escultor, tapeceiro, ilustrador, desenhista, e professor brasileiro.
Biografia - Itaú Cultural
Estuda por um breve período na Escola de Belas Artes de Porto Alegre, em 1940. Inicia pesquisas em escultura como autodidata. Em 1941, constrói seu primeiro ateliê e é assistido pelo pintor Oscar Boeira (1883-1943). Estuda em Paris, entre 1947 e 1948, como bolsista do governo francês. É aluno de Fernand Léger (1881-1955) e freqüenta por um curto período o ateliê de gravura da École Nationale Supérieure des Beaux-Arts. Em Paris, entra em contato com o artista mexicano Leopoldo Mendez (1902-1968), dirigente do Taller de Gráfica Popular. Retorna ao Brasil em 1949, e, no ano seguinte, funda o Clube de Gravura de Porto Alegre, com Carlos Scliar (1920-2001). Leciona escultura no Ateliê Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, em 1966. Entre 1968 e 1969, faz estágio como artista convidado, viajando pela Europa. Integra a equipe de direção do Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Margs), entre 1987 e 1991. Possui esculturas e painéis murais instalados em espaços públicos no Brasil e no exterior. Em 1994, é realizada a retrospectiva Vasco Prado, 80 Anos, na Usina do Gasômetro, em Porto Alegre. Sua residência em Porto Alegre é transformada em memorial, em 2000, com a finalidade de preservar documentos, objetos pessoais e obras do artista. São publicados livros sobre sua produção, em 1984, pelo Margs, e em 2001, pela editora Animae.
Análise
Vasco Prado realiza obras em que se nota a influência dos trabalhos de Auguste Rodin (1840-1917) e nas quais já revela interesse por temas regionais, como o Negrinho do Pastoreio, reelaborado freqüentemente em sua produção.
Em 1947 e 1948, estuda na França, com Fernand Léger e Étienne Hajdu, frequentando o ateliê de gravura da École Nationale Supérieure des Beaux-Arts. O contato com o gravador mexicano Leopoldo Mendez leva-o a interessar-se pela gravura. Em 1950, funda, com Carlos Scliar e outros artistas, o Clube de Gravura de Porto Alegre. Em paralelo, continua a desenvolver pesquisas com esculturas. Em 1960, realiza escultura em bronze para a cidade de Pelotas, na qual retoma o tema do Negrinho do Pastoreio, apresentado, porém, com uma concepção mais livre, em que se evidencia o despojamento formal.
O artista procura temáticas ligadas aos valores regionais, como o tema do cavaleiro e do cavalo, em que a figura humana é representada com um amplo sentido de dignidade, e o animal, com atributos de força e altivez, mas também com suavidade.
Críticas
"Dentre os escultores gaúchos, Vasco Prado ocupa um lugar privilegiado, pois com ele pode-se dizer que começa a escultura sulina seu percurso modernizante, enfrentando a problemática de uma arte nacional e atualizada. Vasco, de fato, pertence àquela geração de artistas que no começo dos anos 40 e, posteriormente, nas décadas de 50 e 60 se propôs renovar, rompendo os velhos e tímidos quadros em que se desenvolvia a arte no Rio Grande até então. Desde o começo, contudo, uma nota marcante de sua obra foi um certo apego à temática da terra e do homem gaúcho, o que permite encontrar no seu trabalho um elo de continuidade nesse processo com o melhor passado artístico, não sendo de desprezar o aprendizado do escultor, embora de curta duração, com o pintor Oscar Boeira. E se, na escultura, se vê, desde o início da carreira, o artista envolver-se com temas de folclore, como o legendário Negrinho do Pastoreio, essa tendência se desenvolve na sua atividade como membro do Clube de Gravura, a partir de 1950, em que lendas e temas gaúchos, mas também aspectos da vida laboriosa e mesmo temas políticos, são apresentados com freqüência. (...)
Mais tarde, sua arte se desvincularia da disciplina objetiva e historicista do realismo socialista, percorrendo os caminhos da simplificação expressionista das formas, o que o aproximou do abstracionismo e das tendências então em voga na Europa".
Carlos Scarinci (Depoimentos. In: PRADO, Vasco. Vasco Prado. Porto Alegre: Margs, 1984. p.66.)
"A escultura de Vasco Prado prende-se a duas fontes principais: Henry Moore e Constantin Brancusi. Parecem, de certa maneira, fontes contraditórias. E, na verdade, são. Mas as sínteses culturais têm esse caráter. De Moore, Vasco Prado aproveitou as formas redondas, os vazados, a vitalização dos vazios, a idéia de monumentalidade. De Brancusi, aproveitou a idéia de síntese, o gosto pela simplicidade e pelo essencial. Mais tarde, sua aproximação foi com o escultor italiano Marino Marini. Mas neste caso não em caráter formativo, como com os dois primeiros. Com Marini a aproximação se deu no gosto pelos mesmos temas, no amor gaúcho pela figura do cavalo e do cavaleiro, uma constante na obra de Vasco Prado. No exame de seu trabalho, acho que esses três escultores revelam-se fundamentais".
Jacob Klintowitz (Vasco Prado: gravador, desenhista, escultor: ele aprende as coisas que seu coração dita. Skultura, 1984. p.11.)
"Vasco Prado, às vezes, me parece ter conseguido amarrar à sua maneira as pontas do longo fio milenar da escultura, dando a seus trabalhos uma forma que lembra a grega arcaica mas que é ao mesmo tempo inapelavelmente moderna e pessoal.
Para o inveterado ficcionista que sou, cada uma dessas esculturas sugere ou sintetiza uma estória: Os Amantes Eqüestres - digamos assim -, a mulher a cavalo com um filho nos braços e outro no ventre, o homem montado à maneira invertida dos palhaços dos circos de antigamente, o cavaleiro que leva uma mulher à garupa, provavelmente roubada a alguém... Todos esses temas são, a meu ver, universais, sem deixarem de ter uma forte marca do Rio Grande, de seus costumes e de sua gente. Felizmente Vasco Prado fugiu às fórmulas estreitas do regionalismo 'oficial' de caráter fotográfico e tem resistido com brava honestidade artística à tentação do fácil e do pitoresco".
Erico Veríssimo (Depoimentos. In: PRADO, Vasco. Vasco Prado. Porto Alegre: Margs, 1984. p.72.)
Depoimentos - Vasco Prado
"Em Paris, tanto Scliar quanto eu, ao nos encontrarmos com Mendez, o gravurista mexicano, nos entusiasmamos muito com o seu trabalho. Eu mesmo, que até então sempre fizera escultura e lá me encontrava como bolsista para um curso de escultura, ao voltar, encontrei-me aqui com Edgar Koetz, que por sua vez retornava da Argentina, e começamos a preparar alguns trabalhos nessa técnica. Eu sonhava com um Negrinho do Pastoreio, que teria complementação de vinhetas, letras iniciais, aberturas e fechos feitos por ele. Foi assim que, também com Scliar, começamos a fazer gravuras, surgindo o Clube, que teve uma sede, alugada por mim, num pequeno sobrado na Avenida Farrapos, junto ao Hotel São Luís. Foi quando surgiu a idéia dos sócios do clube, o que nos ajudou muito para manter o trabalho. (...)
O Clube de Gravura de Montevidéu, fundado por exemplo nosso, continua vivo até hoje, e está comemorando os seus 25 anos. Eles adquiriram uma sede própria, e há pouco, ainda, me escreveram pedindo que eu enviasse uma gravura para edição de um álbum comemorativo preparado por eles. Fizeram também, no ano passado, uma edição dedicada a Pablo Neruda, belíssima, que me enviaram. Fundado o nosso clube aqui (...) logo exercíamos influência em todo o país e no Prata, e também no interior. Nessa época, o Glênio Bianchetti fazia uma exposição na Galeria do Correio do Povo, quando o conhecemos, Scliar e eu. Ele se juntou a nós, e logo surgia então o Clube de Bagé, onde já havia intenso movimento artístico. (...)
Todo o problema da extinção do Clube de Gravura, a meu ver, foi político. Quando Scliar saiu, eu fiquei mais ou menos sozinho para manter a coisa, já que os outros do grupo também começaram a seguir seus próprios caminhos. Eram momentos difíceis no Brasil, o ano de 1955, em que havia um fechamento muito grande, com pressão sobre os partidos políticos de tendência esquerdista. A revista que fundáramos, Horizontes, tinha um nítido cunho político socialista, embora falasse de arte, e embora eu veja, hoje, que fosse um pouco sectária na sua maneira de ver as coisas, devendo ter tido maior abertura para poder sobreviver. O realismo socialista, então, era a moda, e alguns de nós, nesta ânsia da descoberta das coisas, talvez tenhamos nos perdido um pouco, aplicando mal os seus princípios. Aliás, outro problema sério que não se pode esquecer, e que persiste ainda hoje, é que em geral o artista plástico no Brasil lê pouco, é ignorante das coisas que o rodeiam, não tem teoria. Então, se o Clube supriu a lacuna da disciplina e do aprendizado técnico, não chegou a suprir para todos nós a lacuna da teoria, o que foi muito prejudicial mais adiante. (...)"
Vasco Prado a Antonio Hohlfeldt (HOHLFELDT, Antonio. Vasco Prado : importância do Clube de Gravura se mede na repercussão atual. Correio do Povo, Porto Alegre, 11 jan.1976. In : GRAVURA Brasileira. São Paulo: Cosac & Naify/Itaú Cultural, 2000. p.88. Depoimento realizado em 11 de janeiro de 1976)
Acervos
Casa de Cultura Mário Quintana - Porto Alegre RS
Fundação Armando Álvares Penteado - Faap - São Paulo SP
Galeria Nacional de Praga - República Theca
Museu Americano de Maldonado - Uruguai
Museu da Fertilidade do Chile
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP - São Paulo SP
Museu de Arte do Rio Grande do Sul
Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP - São Paulo SP
Museu Nacional de Varsóvia - Polônia
Museu Regional de Feira de Santana - Bahia
Museu Utsukushigahara - Tóquio (Japão)
Exposições Individuais
1949 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria do Jornal Correio do Povo
1965 - Porto Alegre RS - Individual, na Espaço Galeria
1965 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Goeldi
1966 - Córdoba (Argentina) - Individual, na Galeria de Arte Moderna
1966 - Montevidéu (Uruguai) - Individual, na Galeria U
1966 - Porto Alegre RS - Individual, no Espaço No Galeria Chaves
1966 - Porto Alegre RS - 25 Anos de Escultura, no Margs
1966 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Goeldi
1966 - Salvador BA - Individual, na Galeria Convivum
1966 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Solarium
1970 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1976 - Roma (Itália) - Individual, na Galeria d'Arte della Casa do Brasil
1978 - São Paulo SP - Individual, na Skultura Galeria de Arte
1980 - Porto Alegre RS - Vasco Prado 40 Anos de Desenho: 1940-1980, no Centro Municipal de Cultura
1980 - Porto Alegre RS - Vasco Prado: terracotas, no Atelier Vasco Prado e Zoravia Bettiol
1982 - Montevidéu (Uruguai) - Individual, na Galeria América Latina
1982 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Masson
1983 - Porto Alegre RS - Exposição Individual de Terracotas, no Atelier Vasco Prado e Zoravia Bettiol
1983 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Tina Presser
1984 - Porto Alegre RS - Vasco Prado: retrospectiva 70 anos
1984 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Singular
1984 - São Paulo SP - Individual, na Skultura Galeria de Arte
1985 - São Paulo SP - A Obra Retrospectiva de Vasco Prado, no MAB/Faap
1987 - São Leopoldo RS - Individual, no Gestual Galeria de Artes Ltda
1988 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Scherer Artes
1988 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria de Arte Toulouse
1990 - Porto Alegre RS - Individual, na Bublitz Decaedro Galeria de Artes
1990 - São Paulo SP - Vasco Prado: esculturas de cerâmica e bronze, na Galeria Skultura
1991 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Marisa Soibelmann
1992 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Alencastro Guimarães
1994 - Porto Alegre RS - Vasco Prado: oitenta anos, na Usina do Gasômetro
1994 - São Paulo SP - Individual, na Skultura Galeria de Arte
1995 - Porto Alegre RS - Individual, na Cezar Prestes Artte
1997 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Marisa Soibelmann
1998 - Porto Alegre RS - Individual, no Margs
1998 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Gravura
1998 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Espaço Cultural dos Correios
Exposições Coletivas
1941 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria do Instituto de Belas Artes
1943 - Porto Alegre RS - Salão do Instituto de Bela Artes do Rio Grande do Sul
1948 - Paris (França) - Salão de Artistas Estrangeiros
1951 - Porto Alegre RS - 5º Salão da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa - medalha de prata em escultura
1953 - Porto Alegre RS - 4º Salão do Instituto de Belas Artes
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - Porto Alegre RS - 6º Salão da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa - prêmio aquisição em escultura
1956 - Porto Alegre RS - 8º Salão da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa - prêmio aquisição em escultura
1957 - Porto Alegre RS - 4º Salão da Câmara Municipal de Porto Alegre - 2º prêmio em escultura
1957 - Porto Alegre RS - 9º Salão da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa - prêmio aquisição em gravura
1958 - Porto Alegre RS - 10º Salão da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa
1960 - Porto Alegre RS - 12º Salão da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa - prêmio aquisição em escultura
1961 - Porto Alegre RS - Arte Rio Grandense: do passado ao presente, na Galeria do Instituto de Belas Artes de Porto Alegre
1962 - Porto Alegre RS - 3º Salão de Artes Plásticas do Rio Grande do Sul, na UFRGS
1962 - Porto Alegre RS - 9º Salão do Instituto de Belas Artes
1962 - Washington (Estados Unidos) - Spotlight in Brazil, na sala de exposições da OEA
1966 - Belo Horizonte MG - 20º Salão Municipal de Belas Artes - 2º prêmio em escultura
1966 - Belo Horizonte MG - 21º Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte, no MAP
1966 - Porto Alegre RS - Arte Hoje no Rio Grande do Sul, no Margs
1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas
1966 - São Paulo SP - 13 Artistas Gaúchos, no MAC/USP
1966 - Tóquio (Japão) - Gravadores do Rio Grande do Sul, na Embaixada do Brasil no Japão
1966 - Sakata (Japão) - Gravadores do Rio Grande do Sul
1966 - Osaka (Japão) - Gravadores do Rio Grande do Sul
1966 - Kanazawa (Japão) - Gravadores do Rio Grande do Sul
1966 - Suzu (Japão) - Gravadores do Rio Grande do Sul
1966 - Nikko (Japão) - Gravadores do Rio Grande do Sul
1967 - Campinas SP - 3º Salão de Arte Contemporânea de Campinas
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1968 - Arezzo (Itália) - Bienal da Medalha e da Placa
1968 - Varsóvia (Polônia) - 1ª Bienal do Metal - medalha de prata
1970 - Porto Alegre RS - 1º Salão de Artes Visuais da UFRGS, na UFRGS
1972 - São Paulo SP - 4º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1973 - Budapeste (Hungria) - 2ª Bienal da Pequena Escultura
1975 - Brasília DF - Arte Gaúcha/74
1975 - São Paulo SP - 7º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1975 - São Paulo SP - 13ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal
1977 - São Paulo SP - 9º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1978 - Penápolis SP - 3º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1978 - Rio de Janeiro RJ - Escultura Brasileira no Espaço Urbano: 50 anos, na Praça Nossa Senhora da Paz
1978 - São Paulo SP - 10º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1979 - Goiânia GO - Dez Escultores Brasileiros, na Casa da Cultura da América Latina
1979 - Rio de Janeiro RJ - Escultores Brasileiros, na Galeria Aktuel
1980 - Curitiba PR - 2ª Mostra do Desenho Brasileiro, no Teatro Guaíra
1980 - Goiânia GO - Nove Escultores, na Casa Grande Galeria de Arte
1980 - Washington (Estados Unidos) - Oito Escultores Brasileiros, no Brazilian - American Cultural Institute
1981 - Guarujá SP - Escultura ao Ar Livre, no Hotel Jequitimar
1981 - São Paulo SP - 3º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1982 - Milão (Itália) - 13ª Mostra Internazionale de Scultura All'Aperto Sissa Pagani, no Museu D'Arte Moderna
1982 - São Paulo SP - Um Século de Escultura no Brasil, no MAM/SP
1983 - Porto Alegre RS - 35 Anos de Independência do Estado de Israel, no Margs
1983 - Porto Alegre RS - Do Passado ao Presente: as artes plásticas no Rio Grande do Sul, na Cambona Centro de Arte
1983 - Porto Alegre RS - Francisco Stockinger/Vasco Prado, na Galeria Tina Presser
1983 - Porto Alegre - Arte Livro Gaúcho: 1950/1983, no Margs
1984 - Curitiba PR - 6ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba. A Xilogravura na História da Arte Brasileira, na Casa Romário Martins
1984 - Hakone (Japão) - 3º Grande Prêmio Kotaro Takamura, no Museu ao Ar Livre - prêmio aquisição
1984 - Porto Alegre RS - Gravuras: uma trajetória no tempo, no Cambona Centro de Artes
1984 - Rio de Janeiro RJ - A Xilogravura na História da Arte Brasileira, na Galeria Sérgio Milliet. Funarte
1984 - Rio de Janeiro - Doações Recentes 82-84, no MNBA
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - Penápolis SP - 6º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1985 - Porto Alegre RS - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Margs
1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1986 - Brasília DF - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Teatro Nacional Cláudio Santoro
1986 - Rio de Janeiro RJ - Iberê Camargo: trajetória e encontros , no MAM/RJ
1986 - São Paulo SP - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Masp
1987 - São Paulo SP - 20ª Exposição de Arte Contemporânea, no Chapel Art Show
1989 - Porto Alegre RS - Arte Sul 89, no Margs
1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Fundação Espaço Cultural da Paraíba
1994 - São Paulo SP - Os Clubes de Gravura do Brasil, na Pinacoteca do Estado
1994 - São Paulo SP - Xilogravura: do cordel à galeria, no Metrô
1996 - Passo Fundo RS - Museu de Artes Visuais Ruth Schneider: exposição inaugural, no Museu de Artes Visuais Ruth Schneider
1996 - Porto Alegre RS - Sesc Escultura: exposição internacional de esculturas ao ar livre, no Sesc Campestre
1996 - São Paulo SP - Off Bienal, no MuBE
1997 - São Paulo SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Belo Horizonte MG - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Brasília DF - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural
1998 - Penápolis SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural
1998 - São Paulo SP - Coleção 98 Skultura, na Skultura Galeria de Arte
Exposições Póstumas
1999 - Porto Alegre RS - Garagem de Arte: mostra inaugural, na Garagem de Arte
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura: Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA
2000 - São Paulo SP - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural
2001 - Brasília DF - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural
2001 - Penápolis SP - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural
2001 - Porto Alegre RS - Coleção Liba e Rubem Knijnik: arte brasileira contemporânea, no Margs
2001 - Rio de Janeiro RJ - Trilhando a Gravura, no Museu da Chácara do Céu
2002 - Porto Alegre RS - Desenhos, Gravuras, Esculturas e Aquarelas, na Garagem de Arte
2003 - Porto Alegre RS - Humanidades, na Galeria Tina Zappoli
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2004 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Múltipla de Arte
Fonte: VASCO Prado. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 14 de Jun. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
---
Biografia - Wikipédia
Filho de pai militar, morou com família em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, antes de voltar ao Rio Grande do Sul, aos 14 anos de idade. Estudou no Colégio Militar de Porto Alegre, onde concluiu o curso em 1936. Em 1946 concorreu a deputado estadual pelo Partido Comunista Brasileiro, sem sucesso.
Foi casado três vezes. Em 1938, com a ceramista Luiza Prado; em 1959, com a artista plástica Zorávia Bettiol, com quem teve três filhos: Fernando, Eleonora e Eduardo; e em 1985, com a artista e fisioterapeuta Susana Cazarré, com quem teve uma filha, Pilar.
Nos anos 50 fundou o Clube da Gravura com Carlos Scliar, Danúbio Gonçalves, Glênio Bianchetti e Glauco Rodrigues, que foi um dos marcos na história da arte gaúcha, realizando uma obra de cunho social, e em especial enfocando a temática regionalista do gaúcho em sua vida no campo.
Lecionou escultura e desenho em seus ateliês, no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, na Universidade de Caxias do Sul e no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS).
Vasco Prado é um dos escultores mais importantes do Brasil e certamente um dos mais influentes em sua terra natal, tendo formado gerações de novos artistas e inseminando o trabalho de muitos outros.
Após a fase do Clube de Gravura, com sua temática social e politicamente engajada, claramente descritiva, sua obra passou a apresentar um caráter cada vez mais sintético e abstratizante, com um magnífico equilíbrio formal de índole classicista, embora tenha incorporado diversos elementos e recursos técnicos da contemporaneidade e jamais tenha aberto mão de suas convicções políticas libertárias, como provam diversos trabalhos mais recentes importantes, realizados como monumentos públicos sobre temas e figuras ilustres da história e tradição gaúcha e brasileira, como o Tiradentes na Assembléia Legislativa do RS e diversas versões do Negrinho do Pastoreio. Outros de seus temas preferidos são a mulher, o cavalo e os amantes.Na noite de segunda-feira Vasco Prado.
Realizou, na década de 1950, a Escultura intitulada "Pomona", em pedra arenito rosa, no parque do Balneário Osvaldo Cruz, na cidade de Iraí, RS. Pomona, na mitologia romana, é a Deusa das Frutas e dos Jardins. Para este trabalho, utilizou como modelo uma jovem indígena da tribo Kaingang que por ali se fixara.
Além da maestria apresentada no manejo da pedra e do bronze, também foi um grande gravador, ceramista e desenhista. Tem obras espalhadas tanto pelo Brasil quanto pelo exterior.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 13 de junho de 2020.
---
Clube de Gravura de Porto Alegre
A fundação do Clube de Gravura de Porto Alegre em 1950 dá-se no interior de um movimento de renovação das artes no Estado do Rio Grande do Sul que remonta aos anos de 1930, à criação da Associação Antonio Francisco Lisboa (1938) - que se opõe ao Instituto de Belas Artes - e à intensa atuação da Editora Globo, que, com a Livraria e a revista Globo, tem papel decisivo no incremento das artes visuais e da literatura na região, auxiliando na divulgação das conquistas estéticas do modernismo de 1922. Carlos Scliar (1920-2001), um dos principais membros do Clube de Gravura, atua, desde 1940, como importante intermediário entre os artistas de São Paulo e do sul do país. Membro da Família Artística Paulista - FAP, ele é responsável por levar ao Rio Grande do Sul um grupo de artistas e pintores no período, com vistas a incentivar a modernização artística local. A ânsia de atualização técnica e formal combina-se ao entusiasmo pelo realismo social e pelo engajamento das artes na criação dos Clubes de Gravura de Porto Alegre e de Bagé (1951). Vasco Prado (1914-1998), parceiro de Scliar na formação do grupo da capital, em Paris em 1947, entra em contato com a experiência do Taller Grafica Popular (TGP), do México, forte inspiração para os clubes de gravura gaúchos. As obras de Lasar Segall (1891-1957) e Candido Portinari (1903-1962) constituem outras referências importantes para os artistas sulistas. Deve-se lembrar que José de Morais (1946), integrante do Clube de Bagé, havia colaborado com Portinari no conjunto da Pampulha, projetado por Oscar Niemeyer (1907-2012), entre 1942-1944, na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais.
Uma atitude claramente programática e o uso de técnicas como a xilogravura e linoleogravura definem o perfil do grupo, do qual participam Glênio Bianchetti (1928), Danúbio Gonçalves (1925) e Glauco Rodrigues (1929-2004), entre outros. A defesa da arte figurativa - contra "as manifestações cosmopolitas e antinacionais do abstracionismo", nos termos de Vasco Prado -, a temática regional gauchesca e o folclore, o registro da vida do trabalhador rural e urbano, assim como as lutas da classe trabalhadora e a tentativa de levar a arte ao povo, constituem as molas mestras do projeto do Clube de Gravura de Porto Alegre. Scliar é enfático: "É propósito do Clube de Gravura não só o desenvolvimento dessas técnicas entre os nossos artistas, como a divulgação do gosto pela gravura entre camadas cada vez mais vastas de nosso povo". A gravura - sobretudo a xilo e a linoleogravura - parece se prestar com perfeição a esses propósitos pela facilidade com o que o trabalho pode ser reproduzido e divulgado em livros, jornais, revistas e cartazes. Na medida em que descarta por princípio a "obra única", a gravura como técnica coloca-se a serviço das causas sociais e da formação do povo, haja vista seu lugar destacado na Revolução Mexicana e também na experiência da China popular. Esse é o mote de uma série de artigos veiculados nas revistas culturais de esquerda da época, por exemplo, aquele publicado na Fundamentos, nº 12, de 19 de fevereiro de 1950, que trata a gravura como "arma de combate", destacando o sentido revolucionário dos gravadores chineses.
Após cinco anos de intensa atuação, os artistas envolvidos com o Clube de Gravura de Porto Alegre avaliam ter cumprido seus propósitos, criando uma tradição de gravura no país e chamando a atenção dos artistas para a realidade social. A disseminação da experiência em outros Estados e cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo, Santos e Recife, parece atestar, segundo eles, o êxito da experiência. Tal avaliação leva-os ao encerramento das atividades do clube, em 1955, que, enquanto durou, angariou vários adeptos. Além dos artistas mencionados, participam também da experiência: Edgar Koetz (1914-1969), Plínio Bernhardt (1927-2004), Carlos Antônio Mancuso (1930), Charles Mayer (1933) e Fortunato (1916-2004). As principais críticas dirigidas à produção realizada sob a égide do Clube de Gravura de Porto Alegre referem-se a seu progressivo sectarismo e à rigidez de sua orientação.
Fonte: CLUBE de Gravura de Porto Alegre. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 14 de Jun. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Crédito fotográfico: Tempo Real Foto, Vasco Prado esculpe Maternindade - 1996, foto Mathias Cramer.
1 artista relacionado
Vasco Prado Gomes da Silva (Uruguaiana, RS, 16 de abril de 1914 — Porto Alegre, RS, 9 de dezembro de 1998), mais conhecido como Vasco Pradro foi um gravador, escultor, tapeceiro, ilustrador, desenhista, e professor brasileiro.
Biografia - Itaú Cultural
Estuda por um breve período na Escola de Belas Artes de Porto Alegre, em 1940. Inicia pesquisas em escultura como autodidata. Em 1941, constrói seu primeiro ateliê e é assistido pelo pintor Oscar Boeira (1883-1943). Estuda em Paris, entre 1947 e 1948, como bolsista do governo francês. É aluno de Fernand Léger (1881-1955) e freqüenta por um curto período o ateliê de gravura da École Nationale Supérieure des Beaux-Arts. Em Paris, entra em contato com o artista mexicano Leopoldo Mendez (1902-1968), dirigente do Taller de Gráfica Popular. Retorna ao Brasil em 1949, e, no ano seguinte, funda o Clube de Gravura de Porto Alegre, com Carlos Scliar (1920-2001). Leciona escultura no Ateliê Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, em 1966. Entre 1968 e 1969, faz estágio como artista convidado, viajando pela Europa. Integra a equipe de direção do Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Margs), entre 1987 e 1991. Possui esculturas e painéis murais instalados em espaços públicos no Brasil e no exterior. Em 1994, é realizada a retrospectiva Vasco Prado, 80 Anos, na Usina do Gasômetro, em Porto Alegre. Sua residência em Porto Alegre é transformada em memorial, em 2000, com a finalidade de preservar documentos, objetos pessoais e obras do artista. São publicados livros sobre sua produção, em 1984, pelo Margs, e em 2001, pela editora Animae.
Análise
Vasco Prado realiza obras em que se nota a influência dos trabalhos de Auguste Rodin (1840-1917) e nas quais já revela interesse por temas regionais, como o Negrinho do Pastoreio, reelaborado freqüentemente em sua produção.
Em 1947 e 1948, estuda na França, com Fernand Léger e Étienne Hajdu, frequentando o ateliê de gravura da École Nationale Supérieure des Beaux-Arts. O contato com o gravador mexicano Leopoldo Mendez leva-o a interessar-se pela gravura. Em 1950, funda, com Carlos Scliar e outros artistas, o Clube de Gravura de Porto Alegre. Em paralelo, continua a desenvolver pesquisas com esculturas. Em 1960, realiza escultura em bronze para a cidade de Pelotas, na qual retoma o tema do Negrinho do Pastoreio, apresentado, porém, com uma concepção mais livre, em que se evidencia o despojamento formal.
O artista procura temáticas ligadas aos valores regionais, como o tema do cavaleiro e do cavalo, em que a figura humana é representada com um amplo sentido de dignidade, e o animal, com atributos de força e altivez, mas também com suavidade.
Críticas
"Dentre os escultores gaúchos, Vasco Prado ocupa um lugar privilegiado, pois com ele pode-se dizer que começa a escultura sulina seu percurso modernizante, enfrentando a problemática de uma arte nacional e atualizada. Vasco, de fato, pertence àquela geração de artistas que no começo dos anos 40 e, posteriormente, nas décadas de 50 e 60 se propôs renovar, rompendo os velhos e tímidos quadros em que se desenvolvia a arte no Rio Grande até então. Desde o começo, contudo, uma nota marcante de sua obra foi um certo apego à temática da terra e do homem gaúcho, o que permite encontrar no seu trabalho um elo de continuidade nesse processo com o melhor passado artístico, não sendo de desprezar o aprendizado do escultor, embora de curta duração, com o pintor Oscar Boeira. E se, na escultura, se vê, desde o início da carreira, o artista envolver-se com temas de folclore, como o legendário Negrinho do Pastoreio, essa tendência se desenvolve na sua atividade como membro do Clube de Gravura, a partir de 1950, em que lendas e temas gaúchos, mas também aspectos da vida laboriosa e mesmo temas políticos, são apresentados com freqüência. (...)
Mais tarde, sua arte se desvincularia da disciplina objetiva e historicista do realismo socialista, percorrendo os caminhos da simplificação expressionista das formas, o que o aproximou do abstracionismo e das tendências então em voga na Europa".
Carlos Scarinci (Depoimentos. In: PRADO, Vasco. Vasco Prado. Porto Alegre: Margs, 1984. p.66.)
"A escultura de Vasco Prado prende-se a duas fontes principais: Henry Moore e Constantin Brancusi. Parecem, de certa maneira, fontes contraditórias. E, na verdade, são. Mas as sínteses culturais têm esse caráter. De Moore, Vasco Prado aproveitou as formas redondas, os vazados, a vitalização dos vazios, a idéia de monumentalidade. De Brancusi, aproveitou a idéia de síntese, o gosto pela simplicidade e pelo essencial. Mais tarde, sua aproximação foi com o escultor italiano Marino Marini. Mas neste caso não em caráter formativo, como com os dois primeiros. Com Marini a aproximação se deu no gosto pelos mesmos temas, no amor gaúcho pela figura do cavalo e do cavaleiro, uma constante na obra de Vasco Prado. No exame de seu trabalho, acho que esses três escultores revelam-se fundamentais".
Jacob Klintowitz (Vasco Prado: gravador, desenhista, escultor: ele aprende as coisas que seu coração dita. Skultura, 1984. p.11.)
"Vasco Prado, às vezes, me parece ter conseguido amarrar à sua maneira as pontas do longo fio milenar da escultura, dando a seus trabalhos uma forma que lembra a grega arcaica mas que é ao mesmo tempo inapelavelmente moderna e pessoal.
Para o inveterado ficcionista que sou, cada uma dessas esculturas sugere ou sintetiza uma estória: Os Amantes Eqüestres - digamos assim -, a mulher a cavalo com um filho nos braços e outro no ventre, o homem montado à maneira invertida dos palhaços dos circos de antigamente, o cavaleiro que leva uma mulher à garupa, provavelmente roubada a alguém... Todos esses temas são, a meu ver, universais, sem deixarem de ter uma forte marca do Rio Grande, de seus costumes e de sua gente. Felizmente Vasco Prado fugiu às fórmulas estreitas do regionalismo 'oficial' de caráter fotográfico e tem resistido com brava honestidade artística à tentação do fácil e do pitoresco".
Erico Veríssimo (Depoimentos. In: PRADO, Vasco. Vasco Prado. Porto Alegre: Margs, 1984. p.72.)
Depoimentos - Vasco Prado
"Em Paris, tanto Scliar quanto eu, ao nos encontrarmos com Mendez, o gravurista mexicano, nos entusiasmamos muito com o seu trabalho. Eu mesmo, que até então sempre fizera escultura e lá me encontrava como bolsista para um curso de escultura, ao voltar, encontrei-me aqui com Edgar Koetz, que por sua vez retornava da Argentina, e começamos a preparar alguns trabalhos nessa técnica. Eu sonhava com um Negrinho do Pastoreio, que teria complementação de vinhetas, letras iniciais, aberturas e fechos feitos por ele. Foi assim que, também com Scliar, começamos a fazer gravuras, surgindo o Clube, que teve uma sede, alugada por mim, num pequeno sobrado na Avenida Farrapos, junto ao Hotel São Luís. Foi quando surgiu a idéia dos sócios do clube, o que nos ajudou muito para manter o trabalho. (...)
O Clube de Gravura de Montevidéu, fundado por exemplo nosso, continua vivo até hoje, e está comemorando os seus 25 anos. Eles adquiriram uma sede própria, e há pouco, ainda, me escreveram pedindo que eu enviasse uma gravura para edição de um álbum comemorativo preparado por eles. Fizeram também, no ano passado, uma edição dedicada a Pablo Neruda, belíssima, que me enviaram. Fundado o nosso clube aqui (...) logo exercíamos influência em todo o país e no Prata, e também no interior. Nessa época, o Glênio Bianchetti fazia uma exposição na Galeria do Correio do Povo, quando o conhecemos, Scliar e eu. Ele se juntou a nós, e logo surgia então o Clube de Bagé, onde já havia intenso movimento artístico. (...)
Todo o problema da extinção do Clube de Gravura, a meu ver, foi político. Quando Scliar saiu, eu fiquei mais ou menos sozinho para manter a coisa, já que os outros do grupo também começaram a seguir seus próprios caminhos. Eram momentos difíceis no Brasil, o ano de 1955, em que havia um fechamento muito grande, com pressão sobre os partidos políticos de tendência esquerdista. A revista que fundáramos, Horizontes, tinha um nítido cunho político socialista, embora falasse de arte, e embora eu veja, hoje, que fosse um pouco sectária na sua maneira de ver as coisas, devendo ter tido maior abertura para poder sobreviver. O realismo socialista, então, era a moda, e alguns de nós, nesta ânsia da descoberta das coisas, talvez tenhamos nos perdido um pouco, aplicando mal os seus princípios. Aliás, outro problema sério que não se pode esquecer, e que persiste ainda hoje, é que em geral o artista plástico no Brasil lê pouco, é ignorante das coisas que o rodeiam, não tem teoria. Então, se o Clube supriu a lacuna da disciplina e do aprendizado técnico, não chegou a suprir para todos nós a lacuna da teoria, o que foi muito prejudicial mais adiante. (...)"
Vasco Prado a Antonio Hohlfeldt (HOHLFELDT, Antonio. Vasco Prado : importância do Clube de Gravura se mede na repercussão atual. Correio do Povo, Porto Alegre, 11 jan.1976. In : GRAVURA Brasileira. São Paulo: Cosac & Naify/Itaú Cultural, 2000. p.88. Depoimento realizado em 11 de janeiro de 1976)
Acervos
Casa de Cultura Mário Quintana - Porto Alegre RS
Fundação Armando Álvares Penteado - Faap - São Paulo SP
Galeria Nacional de Praga - República Theca
Museu Americano de Maldonado - Uruguai
Museu da Fertilidade do Chile
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP - São Paulo SP
Museu de Arte do Rio Grande do Sul
Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP - São Paulo SP
Museu Nacional de Varsóvia - Polônia
Museu Regional de Feira de Santana - Bahia
Museu Utsukushigahara - Tóquio (Japão)
Exposições Individuais
1949 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria do Jornal Correio do Povo
1965 - Porto Alegre RS - Individual, na Espaço Galeria
1965 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Goeldi
1966 - Córdoba (Argentina) - Individual, na Galeria de Arte Moderna
1966 - Montevidéu (Uruguai) - Individual, na Galeria U
1966 - Porto Alegre RS - Individual, no Espaço No Galeria Chaves
1966 - Porto Alegre RS - 25 Anos de Escultura, no Margs
1966 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Goeldi
1966 - Salvador BA - Individual, na Galeria Convivum
1966 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Solarium
1970 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1976 - Roma (Itália) - Individual, na Galeria d'Arte della Casa do Brasil
1978 - São Paulo SP - Individual, na Skultura Galeria de Arte
1980 - Porto Alegre RS - Vasco Prado 40 Anos de Desenho: 1940-1980, no Centro Municipal de Cultura
1980 - Porto Alegre RS - Vasco Prado: terracotas, no Atelier Vasco Prado e Zoravia Bettiol
1982 - Montevidéu (Uruguai) - Individual, na Galeria América Latina
1982 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Masson
1983 - Porto Alegre RS - Exposição Individual de Terracotas, no Atelier Vasco Prado e Zoravia Bettiol
1983 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Tina Presser
1984 - Porto Alegre RS - Vasco Prado: retrospectiva 70 anos
1984 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Singular
1984 - São Paulo SP - Individual, na Skultura Galeria de Arte
1985 - São Paulo SP - A Obra Retrospectiva de Vasco Prado, no MAB/Faap
1987 - São Leopoldo RS - Individual, no Gestual Galeria de Artes Ltda
1988 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Scherer Artes
1988 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria de Arte Toulouse
1990 - Porto Alegre RS - Individual, na Bublitz Decaedro Galeria de Artes
1990 - São Paulo SP - Vasco Prado: esculturas de cerâmica e bronze, na Galeria Skultura
1991 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Marisa Soibelmann
1992 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Alencastro Guimarães
1994 - Porto Alegre RS - Vasco Prado: oitenta anos, na Usina do Gasômetro
1994 - São Paulo SP - Individual, na Skultura Galeria de Arte
1995 - Porto Alegre RS - Individual, na Cezar Prestes Artte
1997 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Marisa Soibelmann
1998 - Porto Alegre RS - Individual, no Margs
1998 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Gravura
1998 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Espaço Cultural dos Correios
Exposições Coletivas
1941 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria do Instituto de Belas Artes
1943 - Porto Alegre RS - Salão do Instituto de Bela Artes do Rio Grande do Sul
1948 - Paris (França) - Salão de Artistas Estrangeiros
1951 - Porto Alegre RS - 5º Salão da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa - medalha de prata em escultura
1953 - Porto Alegre RS - 4º Salão do Instituto de Belas Artes
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - Porto Alegre RS - 6º Salão da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa - prêmio aquisição em escultura
1956 - Porto Alegre RS - 8º Salão da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa - prêmio aquisição em escultura
1957 - Porto Alegre RS - 4º Salão da Câmara Municipal de Porto Alegre - 2º prêmio em escultura
1957 - Porto Alegre RS - 9º Salão da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa - prêmio aquisição em gravura
1958 - Porto Alegre RS - 10º Salão da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa
1960 - Porto Alegre RS - 12º Salão da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa - prêmio aquisição em escultura
1961 - Porto Alegre RS - Arte Rio Grandense: do passado ao presente, na Galeria do Instituto de Belas Artes de Porto Alegre
1962 - Porto Alegre RS - 3º Salão de Artes Plásticas do Rio Grande do Sul, na UFRGS
1962 - Porto Alegre RS - 9º Salão do Instituto de Belas Artes
1962 - Washington (Estados Unidos) - Spotlight in Brazil, na sala de exposições da OEA
1966 - Belo Horizonte MG - 20º Salão Municipal de Belas Artes - 2º prêmio em escultura
1966 - Belo Horizonte MG - 21º Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte, no MAP
1966 - Porto Alegre RS - Arte Hoje no Rio Grande do Sul, no Margs
1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas
1966 - São Paulo SP - 13 Artistas Gaúchos, no MAC/USP
1966 - Tóquio (Japão) - Gravadores do Rio Grande do Sul, na Embaixada do Brasil no Japão
1966 - Sakata (Japão) - Gravadores do Rio Grande do Sul
1966 - Osaka (Japão) - Gravadores do Rio Grande do Sul
1966 - Kanazawa (Japão) - Gravadores do Rio Grande do Sul
1966 - Suzu (Japão) - Gravadores do Rio Grande do Sul
1966 - Nikko (Japão) - Gravadores do Rio Grande do Sul
1967 - Campinas SP - 3º Salão de Arte Contemporânea de Campinas
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1968 - Arezzo (Itália) - Bienal da Medalha e da Placa
1968 - Varsóvia (Polônia) - 1ª Bienal do Metal - medalha de prata
1970 - Porto Alegre RS - 1º Salão de Artes Visuais da UFRGS, na UFRGS
1972 - São Paulo SP - 4º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1973 - Budapeste (Hungria) - 2ª Bienal da Pequena Escultura
1975 - Brasília DF - Arte Gaúcha/74
1975 - São Paulo SP - 7º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1975 - São Paulo SP - 13ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal
1977 - São Paulo SP - 9º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1978 - Penápolis SP - 3º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1978 - Rio de Janeiro RJ - Escultura Brasileira no Espaço Urbano: 50 anos, na Praça Nossa Senhora da Paz
1978 - São Paulo SP - 10º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1979 - Goiânia GO - Dez Escultores Brasileiros, na Casa da Cultura da América Latina
1979 - Rio de Janeiro RJ - Escultores Brasileiros, na Galeria Aktuel
1980 - Curitiba PR - 2ª Mostra do Desenho Brasileiro, no Teatro Guaíra
1980 - Goiânia GO - Nove Escultores, na Casa Grande Galeria de Arte
1980 - Washington (Estados Unidos) - Oito Escultores Brasileiros, no Brazilian - American Cultural Institute
1981 - Guarujá SP - Escultura ao Ar Livre, no Hotel Jequitimar
1981 - São Paulo SP - 3º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1982 - Milão (Itália) - 13ª Mostra Internazionale de Scultura All'Aperto Sissa Pagani, no Museu D'Arte Moderna
1982 - São Paulo SP - Um Século de Escultura no Brasil, no MAM/SP
1983 - Porto Alegre RS - 35 Anos de Independência do Estado de Israel, no Margs
1983 - Porto Alegre RS - Do Passado ao Presente: as artes plásticas no Rio Grande do Sul, na Cambona Centro de Arte
1983 - Porto Alegre RS - Francisco Stockinger/Vasco Prado, na Galeria Tina Presser
1983 - Porto Alegre - Arte Livro Gaúcho: 1950/1983, no Margs
1984 - Curitiba PR - 6ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba. A Xilogravura na História da Arte Brasileira, na Casa Romário Martins
1984 - Hakone (Japão) - 3º Grande Prêmio Kotaro Takamura, no Museu ao Ar Livre - prêmio aquisição
1984 - Porto Alegre RS - Gravuras: uma trajetória no tempo, no Cambona Centro de Artes
1984 - Rio de Janeiro RJ - A Xilogravura na História da Arte Brasileira, na Galeria Sérgio Milliet. Funarte
1984 - Rio de Janeiro - Doações Recentes 82-84, no MNBA
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - Penápolis SP - 6º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1985 - Porto Alegre RS - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Margs
1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1986 - Brasília DF - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Teatro Nacional Cláudio Santoro
1986 - Rio de Janeiro RJ - Iberê Camargo: trajetória e encontros , no MAM/RJ
1986 - São Paulo SP - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Masp
1987 - São Paulo SP - 20ª Exposição de Arte Contemporânea, no Chapel Art Show
1989 - Porto Alegre RS - Arte Sul 89, no Margs
1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Fundação Espaço Cultural da Paraíba
1994 - São Paulo SP - Os Clubes de Gravura do Brasil, na Pinacoteca do Estado
1994 - São Paulo SP - Xilogravura: do cordel à galeria, no Metrô
1996 - Passo Fundo RS - Museu de Artes Visuais Ruth Schneider: exposição inaugural, no Museu de Artes Visuais Ruth Schneider
1996 - Porto Alegre RS - Sesc Escultura: exposição internacional de esculturas ao ar livre, no Sesc Campestre
1996 - São Paulo SP - Off Bienal, no MuBE
1997 - São Paulo SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Belo Horizonte MG - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Brasília DF - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural
1998 - Penápolis SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural
1998 - São Paulo SP - Coleção 98 Skultura, na Skultura Galeria de Arte
Exposições Póstumas
1999 - Porto Alegre RS - Garagem de Arte: mostra inaugural, na Garagem de Arte
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura: Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA
2000 - São Paulo SP - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural
2001 - Brasília DF - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural
2001 - Penápolis SP - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural
2001 - Porto Alegre RS - Coleção Liba e Rubem Knijnik: arte brasileira contemporânea, no Margs
2001 - Rio de Janeiro RJ - Trilhando a Gravura, no Museu da Chácara do Céu
2002 - Porto Alegre RS - Desenhos, Gravuras, Esculturas e Aquarelas, na Garagem de Arte
2003 - Porto Alegre RS - Humanidades, na Galeria Tina Zappoli
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2004 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Múltipla de Arte
Fonte: VASCO Prado. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 14 de Jun. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
---
Biografia - Wikipédia
Filho de pai militar, morou com família em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, antes de voltar ao Rio Grande do Sul, aos 14 anos de idade. Estudou no Colégio Militar de Porto Alegre, onde concluiu o curso em 1936. Em 1946 concorreu a deputado estadual pelo Partido Comunista Brasileiro, sem sucesso.
Foi casado três vezes. Em 1938, com a ceramista Luiza Prado; em 1959, com a artista plástica Zorávia Bettiol, com quem teve três filhos: Fernando, Eleonora e Eduardo; e em 1985, com a artista e fisioterapeuta Susana Cazarré, com quem teve uma filha, Pilar.
Nos anos 50 fundou o Clube da Gravura com Carlos Scliar, Danúbio Gonçalves, Glênio Bianchetti e Glauco Rodrigues, que foi um dos marcos na história da arte gaúcha, realizando uma obra de cunho social, e em especial enfocando a temática regionalista do gaúcho em sua vida no campo.
Lecionou escultura e desenho em seus ateliês, no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, na Universidade de Caxias do Sul e no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS).
Vasco Prado é um dos escultores mais importantes do Brasil e certamente um dos mais influentes em sua terra natal, tendo formado gerações de novos artistas e inseminando o trabalho de muitos outros.
Após a fase do Clube de Gravura, com sua temática social e politicamente engajada, claramente descritiva, sua obra passou a apresentar um caráter cada vez mais sintético e abstratizante, com um magnífico equilíbrio formal de índole classicista, embora tenha incorporado diversos elementos e recursos técnicos da contemporaneidade e jamais tenha aberto mão de suas convicções políticas libertárias, como provam diversos trabalhos mais recentes importantes, realizados como monumentos públicos sobre temas e figuras ilustres da história e tradição gaúcha e brasileira, como o Tiradentes na Assembléia Legislativa do RS e diversas versões do Negrinho do Pastoreio. Outros de seus temas preferidos são a mulher, o cavalo e os amantes.Na noite de segunda-feira Vasco Prado.
Realizou, na década de 1950, a Escultura intitulada "Pomona", em pedra arenito rosa, no parque do Balneário Osvaldo Cruz, na cidade de Iraí, RS. Pomona, na mitologia romana, é a Deusa das Frutas e dos Jardins. Para este trabalho, utilizou como modelo uma jovem indígena da tribo Kaingang que por ali se fixara.
Além da maestria apresentada no manejo da pedra e do bronze, também foi um grande gravador, ceramista e desenhista. Tem obras espalhadas tanto pelo Brasil quanto pelo exterior.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 13 de junho de 2020.
---
Clube de Gravura de Porto Alegre
A fundação do Clube de Gravura de Porto Alegre em 1950 dá-se no interior de um movimento de renovação das artes no Estado do Rio Grande do Sul que remonta aos anos de 1930, à criação da Associação Antonio Francisco Lisboa (1938) - que se opõe ao Instituto de Belas Artes - e à intensa atuação da Editora Globo, que, com a Livraria e a revista Globo, tem papel decisivo no incremento das artes visuais e da literatura na região, auxiliando na divulgação das conquistas estéticas do modernismo de 1922. Carlos Scliar (1920-2001), um dos principais membros do Clube de Gravura, atua, desde 1940, como importante intermediário entre os artistas de São Paulo e do sul do país. Membro da Família Artística Paulista - FAP, ele é responsável por levar ao Rio Grande do Sul um grupo de artistas e pintores no período, com vistas a incentivar a modernização artística local. A ânsia de atualização técnica e formal combina-se ao entusiasmo pelo realismo social e pelo engajamento das artes na criação dos Clubes de Gravura de Porto Alegre e de Bagé (1951). Vasco Prado (1914-1998), parceiro de Scliar na formação do grupo da capital, em Paris em 1947, entra em contato com a experiência do Taller Grafica Popular (TGP), do México, forte inspiração para os clubes de gravura gaúchos. As obras de Lasar Segall (1891-1957) e Candido Portinari (1903-1962) constituem outras referências importantes para os artistas sulistas. Deve-se lembrar que José de Morais (1946), integrante do Clube de Bagé, havia colaborado com Portinari no conjunto da Pampulha, projetado por Oscar Niemeyer (1907-2012), entre 1942-1944, na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais.
Uma atitude claramente programática e o uso de técnicas como a xilogravura e linoleogravura definem o perfil do grupo, do qual participam Glênio Bianchetti (1928), Danúbio Gonçalves (1925) e Glauco Rodrigues (1929-2004), entre outros. A defesa da arte figurativa - contra "as manifestações cosmopolitas e antinacionais do abstracionismo", nos termos de Vasco Prado -, a temática regional gauchesca e o folclore, o registro da vida do trabalhador rural e urbano, assim como as lutas da classe trabalhadora e a tentativa de levar a arte ao povo, constituem as molas mestras do projeto do Clube de Gravura de Porto Alegre. Scliar é enfático: "É propósito do Clube de Gravura não só o desenvolvimento dessas técnicas entre os nossos artistas, como a divulgação do gosto pela gravura entre camadas cada vez mais vastas de nosso povo". A gravura - sobretudo a xilo e a linoleogravura - parece se prestar com perfeição a esses propósitos pela facilidade com o que o trabalho pode ser reproduzido e divulgado em livros, jornais, revistas e cartazes. Na medida em que descarta por princípio a "obra única", a gravura como técnica coloca-se a serviço das causas sociais e da formação do povo, haja vista seu lugar destacado na Revolução Mexicana e também na experiência da China popular. Esse é o mote de uma série de artigos veiculados nas revistas culturais de esquerda da época, por exemplo, aquele publicado na Fundamentos, nº 12, de 19 de fevereiro de 1950, que trata a gravura como "arma de combate", destacando o sentido revolucionário dos gravadores chineses.
Após cinco anos de intensa atuação, os artistas envolvidos com o Clube de Gravura de Porto Alegre avaliam ter cumprido seus propósitos, criando uma tradição de gravura no país e chamando a atenção dos artistas para a realidade social. A disseminação da experiência em outros Estados e cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo, Santos e Recife, parece atestar, segundo eles, o êxito da experiência. Tal avaliação leva-os ao encerramento das atividades do clube, em 1955, que, enquanto durou, angariou vários adeptos. Além dos artistas mencionados, participam também da experiência: Edgar Koetz (1914-1969), Plínio Bernhardt (1927-2004), Carlos Antônio Mancuso (1930), Charles Mayer (1933) e Fortunato (1916-2004). As principais críticas dirigidas à produção realizada sob a égide do Clube de Gravura de Porto Alegre referem-se a seu progressivo sectarismo e à rigidez de sua orientação.
Fonte: CLUBE de Gravura de Porto Alegre. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 14 de Jun. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Crédito fotográfico: Tempo Real Foto, Vasco Prado esculpe Maternindade - 1996, foto Mathias Cramer.
Vasco Prado Gomes da Silva (Uruguaiana, RS, 16 de abril de 1914 — Porto Alegre, RS, 9 de dezembro de 1998), mais conhecido como Vasco Pradro foi um gravador, escultor, tapeceiro, ilustrador, desenhista, e professor brasileiro.
Biografia - Itaú Cultural
Estuda por um breve período na Escola de Belas Artes de Porto Alegre, em 1940. Inicia pesquisas em escultura como autodidata. Em 1941, constrói seu primeiro ateliê e é assistido pelo pintor Oscar Boeira (1883-1943). Estuda em Paris, entre 1947 e 1948, como bolsista do governo francês. É aluno de Fernand Léger (1881-1955) e freqüenta por um curto período o ateliê de gravura da École Nationale Supérieure des Beaux-Arts. Em Paris, entra em contato com o artista mexicano Leopoldo Mendez (1902-1968), dirigente do Taller de Gráfica Popular. Retorna ao Brasil em 1949, e, no ano seguinte, funda o Clube de Gravura de Porto Alegre, com Carlos Scliar (1920-2001). Leciona escultura no Ateliê Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, em 1966. Entre 1968 e 1969, faz estágio como artista convidado, viajando pela Europa. Integra a equipe de direção do Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Margs), entre 1987 e 1991. Possui esculturas e painéis murais instalados em espaços públicos no Brasil e no exterior. Em 1994, é realizada a retrospectiva Vasco Prado, 80 Anos, na Usina do Gasômetro, em Porto Alegre. Sua residência em Porto Alegre é transformada em memorial, em 2000, com a finalidade de preservar documentos, objetos pessoais e obras do artista. São publicados livros sobre sua produção, em 1984, pelo Margs, e em 2001, pela editora Animae.
Análise
Vasco Prado realiza obras em que se nota a influência dos trabalhos de Auguste Rodin (1840-1917) e nas quais já revela interesse por temas regionais, como o Negrinho do Pastoreio, reelaborado freqüentemente em sua produção.
Em 1947 e 1948, estuda na França, com Fernand Léger e Étienne Hajdu, frequentando o ateliê de gravura da École Nationale Supérieure des Beaux-Arts. O contato com o gravador mexicano Leopoldo Mendez leva-o a interessar-se pela gravura. Em 1950, funda, com Carlos Scliar e outros artistas, o Clube de Gravura de Porto Alegre. Em paralelo, continua a desenvolver pesquisas com esculturas. Em 1960, realiza escultura em bronze para a cidade de Pelotas, na qual retoma o tema do Negrinho do Pastoreio, apresentado, porém, com uma concepção mais livre, em que se evidencia o despojamento formal.
O artista procura temáticas ligadas aos valores regionais, como o tema do cavaleiro e do cavalo, em que a figura humana é representada com um amplo sentido de dignidade, e o animal, com atributos de força e altivez, mas também com suavidade.
Críticas
"Dentre os escultores gaúchos, Vasco Prado ocupa um lugar privilegiado, pois com ele pode-se dizer que começa a escultura sulina seu percurso modernizante, enfrentando a problemática de uma arte nacional e atualizada. Vasco, de fato, pertence àquela geração de artistas que no começo dos anos 40 e, posteriormente, nas décadas de 50 e 60 se propôs renovar, rompendo os velhos e tímidos quadros em que se desenvolvia a arte no Rio Grande até então. Desde o começo, contudo, uma nota marcante de sua obra foi um certo apego à temática da terra e do homem gaúcho, o que permite encontrar no seu trabalho um elo de continuidade nesse processo com o melhor passado artístico, não sendo de desprezar o aprendizado do escultor, embora de curta duração, com o pintor Oscar Boeira. E se, na escultura, se vê, desde o início da carreira, o artista envolver-se com temas de folclore, como o legendário Negrinho do Pastoreio, essa tendência se desenvolve na sua atividade como membro do Clube de Gravura, a partir de 1950, em que lendas e temas gaúchos, mas também aspectos da vida laboriosa e mesmo temas políticos, são apresentados com freqüência. (...)
Mais tarde, sua arte se desvincularia da disciplina objetiva e historicista do realismo socialista, percorrendo os caminhos da simplificação expressionista das formas, o que o aproximou do abstracionismo e das tendências então em voga na Europa".
Carlos Scarinci (Depoimentos. In: PRADO, Vasco. Vasco Prado. Porto Alegre: Margs, 1984. p.66.)
"A escultura de Vasco Prado prende-se a duas fontes principais: Henry Moore e Constantin Brancusi. Parecem, de certa maneira, fontes contraditórias. E, na verdade, são. Mas as sínteses culturais têm esse caráter. De Moore, Vasco Prado aproveitou as formas redondas, os vazados, a vitalização dos vazios, a idéia de monumentalidade. De Brancusi, aproveitou a idéia de síntese, o gosto pela simplicidade e pelo essencial. Mais tarde, sua aproximação foi com o escultor italiano Marino Marini. Mas neste caso não em caráter formativo, como com os dois primeiros. Com Marini a aproximação se deu no gosto pelos mesmos temas, no amor gaúcho pela figura do cavalo e do cavaleiro, uma constante na obra de Vasco Prado. No exame de seu trabalho, acho que esses três escultores revelam-se fundamentais".
Jacob Klintowitz (Vasco Prado: gravador, desenhista, escultor: ele aprende as coisas que seu coração dita. Skultura, 1984. p.11.)
"Vasco Prado, às vezes, me parece ter conseguido amarrar à sua maneira as pontas do longo fio milenar da escultura, dando a seus trabalhos uma forma que lembra a grega arcaica mas que é ao mesmo tempo inapelavelmente moderna e pessoal.
Para o inveterado ficcionista que sou, cada uma dessas esculturas sugere ou sintetiza uma estória: Os Amantes Eqüestres - digamos assim -, a mulher a cavalo com um filho nos braços e outro no ventre, o homem montado à maneira invertida dos palhaços dos circos de antigamente, o cavaleiro que leva uma mulher à garupa, provavelmente roubada a alguém... Todos esses temas são, a meu ver, universais, sem deixarem de ter uma forte marca do Rio Grande, de seus costumes e de sua gente. Felizmente Vasco Prado fugiu às fórmulas estreitas do regionalismo 'oficial' de caráter fotográfico e tem resistido com brava honestidade artística à tentação do fácil e do pitoresco".
Erico Veríssimo (Depoimentos. In: PRADO, Vasco. Vasco Prado. Porto Alegre: Margs, 1984. p.72.)
Depoimentos - Vasco Prado
"Em Paris, tanto Scliar quanto eu, ao nos encontrarmos com Mendez, o gravurista mexicano, nos entusiasmamos muito com o seu trabalho. Eu mesmo, que até então sempre fizera escultura e lá me encontrava como bolsista para um curso de escultura, ao voltar, encontrei-me aqui com Edgar Koetz, que por sua vez retornava da Argentina, e começamos a preparar alguns trabalhos nessa técnica. Eu sonhava com um Negrinho do Pastoreio, que teria complementação de vinhetas, letras iniciais, aberturas e fechos feitos por ele. Foi assim que, também com Scliar, começamos a fazer gravuras, surgindo o Clube, que teve uma sede, alugada por mim, num pequeno sobrado na Avenida Farrapos, junto ao Hotel São Luís. Foi quando surgiu a idéia dos sócios do clube, o que nos ajudou muito para manter o trabalho. (...)
O Clube de Gravura de Montevidéu, fundado por exemplo nosso, continua vivo até hoje, e está comemorando os seus 25 anos. Eles adquiriram uma sede própria, e há pouco, ainda, me escreveram pedindo que eu enviasse uma gravura para edição de um álbum comemorativo preparado por eles. Fizeram também, no ano passado, uma edição dedicada a Pablo Neruda, belíssima, que me enviaram. Fundado o nosso clube aqui (...) logo exercíamos influência em todo o país e no Prata, e também no interior. Nessa época, o Glênio Bianchetti fazia uma exposição na Galeria do Correio do Povo, quando o conhecemos, Scliar e eu. Ele se juntou a nós, e logo surgia então o Clube de Bagé, onde já havia intenso movimento artístico. (...)
Todo o problema da extinção do Clube de Gravura, a meu ver, foi político. Quando Scliar saiu, eu fiquei mais ou menos sozinho para manter a coisa, já que os outros do grupo também começaram a seguir seus próprios caminhos. Eram momentos difíceis no Brasil, o ano de 1955, em que havia um fechamento muito grande, com pressão sobre os partidos políticos de tendência esquerdista. A revista que fundáramos, Horizontes, tinha um nítido cunho político socialista, embora falasse de arte, e embora eu veja, hoje, que fosse um pouco sectária na sua maneira de ver as coisas, devendo ter tido maior abertura para poder sobreviver. O realismo socialista, então, era a moda, e alguns de nós, nesta ânsia da descoberta das coisas, talvez tenhamos nos perdido um pouco, aplicando mal os seus princípios. Aliás, outro problema sério que não se pode esquecer, e que persiste ainda hoje, é que em geral o artista plástico no Brasil lê pouco, é ignorante das coisas que o rodeiam, não tem teoria. Então, se o Clube supriu a lacuna da disciplina e do aprendizado técnico, não chegou a suprir para todos nós a lacuna da teoria, o que foi muito prejudicial mais adiante. (...)"
Vasco Prado a Antonio Hohlfeldt (HOHLFELDT, Antonio. Vasco Prado : importância do Clube de Gravura se mede na repercussão atual. Correio do Povo, Porto Alegre, 11 jan.1976. In : GRAVURA Brasileira. São Paulo: Cosac & Naify/Itaú Cultural, 2000. p.88. Depoimento realizado em 11 de janeiro de 1976)
Acervos
Casa de Cultura Mário Quintana - Porto Alegre RS
Fundação Armando Álvares Penteado - Faap - São Paulo SP
Galeria Nacional de Praga - República Theca
Museu Americano de Maldonado - Uruguai
Museu da Fertilidade do Chile
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP - São Paulo SP
Museu de Arte do Rio Grande do Sul
Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP - São Paulo SP
Museu Nacional de Varsóvia - Polônia
Museu Regional de Feira de Santana - Bahia
Museu Utsukushigahara - Tóquio (Japão)
Exposições Individuais
1949 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria do Jornal Correio do Povo
1965 - Porto Alegre RS - Individual, na Espaço Galeria
1965 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Goeldi
1966 - Córdoba (Argentina) - Individual, na Galeria de Arte Moderna
1966 - Montevidéu (Uruguai) - Individual, na Galeria U
1966 - Porto Alegre RS - Individual, no Espaço No Galeria Chaves
1966 - Porto Alegre RS - 25 Anos de Escultura, no Margs
1966 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Goeldi
1966 - Salvador BA - Individual, na Galeria Convivum
1966 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Solarium
1970 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1976 - Roma (Itália) - Individual, na Galeria d'Arte della Casa do Brasil
1978 - São Paulo SP - Individual, na Skultura Galeria de Arte
1980 - Porto Alegre RS - Vasco Prado 40 Anos de Desenho: 1940-1980, no Centro Municipal de Cultura
1980 - Porto Alegre RS - Vasco Prado: terracotas, no Atelier Vasco Prado e Zoravia Bettiol
1982 - Montevidéu (Uruguai) - Individual, na Galeria América Latina
1982 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Masson
1983 - Porto Alegre RS - Exposição Individual de Terracotas, no Atelier Vasco Prado e Zoravia Bettiol
1983 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Tina Presser
1984 - Porto Alegre RS - Vasco Prado: retrospectiva 70 anos
1984 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Singular
1984 - São Paulo SP - Individual, na Skultura Galeria de Arte
1985 - São Paulo SP - A Obra Retrospectiva de Vasco Prado, no MAB/Faap
1987 - São Leopoldo RS - Individual, no Gestual Galeria de Artes Ltda
1988 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Scherer Artes
1988 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria de Arte Toulouse
1990 - Porto Alegre RS - Individual, na Bublitz Decaedro Galeria de Artes
1990 - São Paulo SP - Vasco Prado: esculturas de cerâmica e bronze, na Galeria Skultura
1991 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Marisa Soibelmann
1992 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Alencastro Guimarães
1994 - Porto Alegre RS - Vasco Prado: oitenta anos, na Usina do Gasômetro
1994 - São Paulo SP - Individual, na Skultura Galeria de Arte
1995 - Porto Alegre RS - Individual, na Cezar Prestes Artte
1997 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Marisa Soibelmann
1998 - Porto Alegre RS - Individual, no Margs
1998 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Gravura
1998 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Espaço Cultural dos Correios
Exposições Coletivas
1941 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria do Instituto de Belas Artes
1943 - Porto Alegre RS - Salão do Instituto de Bela Artes do Rio Grande do Sul
1948 - Paris (França) - Salão de Artistas Estrangeiros
1951 - Porto Alegre RS - 5º Salão da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa - medalha de prata em escultura
1953 - Porto Alegre RS - 4º Salão do Instituto de Belas Artes
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - Porto Alegre RS - 6º Salão da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa - prêmio aquisição em escultura
1956 - Porto Alegre RS - 8º Salão da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa - prêmio aquisição em escultura
1957 - Porto Alegre RS - 4º Salão da Câmara Municipal de Porto Alegre - 2º prêmio em escultura
1957 - Porto Alegre RS - 9º Salão da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa - prêmio aquisição em gravura
1958 - Porto Alegre RS - 10º Salão da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa
1960 - Porto Alegre RS - 12º Salão da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa - prêmio aquisição em escultura
1961 - Porto Alegre RS - Arte Rio Grandense: do passado ao presente, na Galeria do Instituto de Belas Artes de Porto Alegre
1962 - Porto Alegre RS - 3º Salão de Artes Plásticas do Rio Grande do Sul, na UFRGS
1962 - Porto Alegre RS - 9º Salão do Instituto de Belas Artes
1962 - Washington (Estados Unidos) - Spotlight in Brazil, na sala de exposições da OEA
1966 - Belo Horizonte MG - 20º Salão Municipal de Belas Artes - 2º prêmio em escultura
1966 - Belo Horizonte MG - 21º Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte, no MAP
1966 - Porto Alegre RS - Arte Hoje no Rio Grande do Sul, no Margs
1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas
1966 - São Paulo SP - 13 Artistas Gaúchos, no MAC/USP
1966 - Tóquio (Japão) - Gravadores do Rio Grande do Sul, na Embaixada do Brasil no Japão
1966 - Sakata (Japão) - Gravadores do Rio Grande do Sul
1966 - Osaka (Japão) - Gravadores do Rio Grande do Sul
1966 - Kanazawa (Japão) - Gravadores do Rio Grande do Sul
1966 - Suzu (Japão) - Gravadores do Rio Grande do Sul
1966 - Nikko (Japão) - Gravadores do Rio Grande do Sul
1967 - Campinas SP - 3º Salão de Arte Contemporânea de Campinas
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1968 - Arezzo (Itália) - Bienal da Medalha e da Placa
1968 - Varsóvia (Polônia) - 1ª Bienal do Metal - medalha de prata
1970 - Porto Alegre RS - 1º Salão de Artes Visuais da UFRGS, na UFRGS
1972 - São Paulo SP - 4º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1973 - Budapeste (Hungria) - 2ª Bienal da Pequena Escultura
1975 - Brasília DF - Arte Gaúcha/74
1975 - São Paulo SP - 7º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1975 - São Paulo SP - 13ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal
1977 - São Paulo SP - 9º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1978 - Penápolis SP - 3º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1978 - Rio de Janeiro RJ - Escultura Brasileira no Espaço Urbano: 50 anos, na Praça Nossa Senhora da Paz
1978 - São Paulo SP - 10º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1979 - Goiânia GO - Dez Escultores Brasileiros, na Casa da Cultura da América Latina
1979 - Rio de Janeiro RJ - Escultores Brasileiros, na Galeria Aktuel
1980 - Curitiba PR - 2ª Mostra do Desenho Brasileiro, no Teatro Guaíra
1980 - Goiânia GO - Nove Escultores, na Casa Grande Galeria de Arte
1980 - Washington (Estados Unidos) - Oito Escultores Brasileiros, no Brazilian - American Cultural Institute
1981 - Guarujá SP - Escultura ao Ar Livre, no Hotel Jequitimar
1981 - São Paulo SP - 3º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1982 - Milão (Itália) - 13ª Mostra Internazionale de Scultura All'Aperto Sissa Pagani, no Museu D'Arte Moderna
1982 - São Paulo SP - Um Século de Escultura no Brasil, no MAM/SP
1983 - Porto Alegre RS - 35 Anos de Independência do Estado de Israel, no Margs
1983 - Porto Alegre RS - Do Passado ao Presente: as artes plásticas no Rio Grande do Sul, na Cambona Centro de Arte
1983 - Porto Alegre RS - Francisco Stockinger/Vasco Prado, na Galeria Tina Presser
1983 - Porto Alegre - Arte Livro Gaúcho: 1950/1983, no Margs
1984 - Curitiba PR - 6ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba. A Xilogravura na História da Arte Brasileira, na Casa Romário Martins
1984 - Hakone (Japão) - 3º Grande Prêmio Kotaro Takamura, no Museu ao Ar Livre - prêmio aquisição
1984 - Porto Alegre RS - Gravuras: uma trajetória no tempo, no Cambona Centro de Artes
1984 - Rio de Janeiro RJ - A Xilogravura na História da Arte Brasileira, na Galeria Sérgio Milliet. Funarte
1984 - Rio de Janeiro - Doações Recentes 82-84, no MNBA
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - Penápolis SP - 6º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1985 - Porto Alegre RS - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Margs
1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1986 - Brasília DF - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Teatro Nacional Cláudio Santoro
1986 - Rio de Janeiro RJ - Iberê Camargo: trajetória e encontros , no MAM/RJ
1986 - São Paulo SP - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Masp
1987 - São Paulo SP - 20ª Exposição de Arte Contemporânea, no Chapel Art Show
1989 - Porto Alegre RS - Arte Sul 89, no Margs
1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Fundação Espaço Cultural da Paraíba
1994 - São Paulo SP - Os Clubes de Gravura do Brasil, na Pinacoteca do Estado
1994 - São Paulo SP - Xilogravura: do cordel à galeria, no Metrô
1996 - Passo Fundo RS - Museu de Artes Visuais Ruth Schneider: exposição inaugural, no Museu de Artes Visuais Ruth Schneider
1996 - Porto Alegre RS - Sesc Escultura: exposição internacional de esculturas ao ar livre, no Sesc Campestre
1996 - São Paulo SP - Off Bienal, no MuBE
1997 - São Paulo SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Belo Horizonte MG - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Brasília DF - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural
1998 - Penápolis SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural
1998 - São Paulo SP - Coleção 98 Skultura, na Skultura Galeria de Arte
Exposições Póstumas
1999 - Porto Alegre RS - Garagem de Arte: mostra inaugural, na Garagem de Arte
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura: Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA
2000 - São Paulo SP - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural
2001 - Brasília DF - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural
2001 - Penápolis SP - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural
2001 - Porto Alegre RS - Coleção Liba e Rubem Knijnik: arte brasileira contemporânea, no Margs
2001 - Rio de Janeiro RJ - Trilhando a Gravura, no Museu da Chácara do Céu
2002 - Porto Alegre RS - Desenhos, Gravuras, Esculturas e Aquarelas, na Garagem de Arte
2003 - Porto Alegre RS - Humanidades, na Galeria Tina Zappoli
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2004 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Múltipla de Arte
Fonte: VASCO Prado. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 14 de Jun. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
---
Biografia - Wikipédia
Filho de pai militar, morou com família em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, antes de voltar ao Rio Grande do Sul, aos 14 anos de idade. Estudou no Colégio Militar de Porto Alegre, onde concluiu o curso em 1936. Em 1946 concorreu a deputado estadual pelo Partido Comunista Brasileiro, sem sucesso.
Foi casado três vezes. Em 1938, com a ceramista Luiza Prado; em 1959, com a artista plástica Zorávia Bettiol, com quem teve três filhos: Fernando, Eleonora e Eduardo; e em 1985, com a artista e fisioterapeuta Susana Cazarré, com quem teve uma filha, Pilar.
Nos anos 50 fundou o Clube da Gravura com Carlos Scliar, Danúbio Gonçalves, Glênio Bianchetti e Glauco Rodrigues, que foi um dos marcos na história da arte gaúcha, realizando uma obra de cunho social, e em especial enfocando a temática regionalista do gaúcho em sua vida no campo.
Lecionou escultura e desenho em seus ateliês, no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, na Universidade de Caxias do Sul e no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS).
Vasco Prado é um dos escultores mais importantes do Brasil e certamente um dos mais influentes em sua terra natal, tendo formado gerações de novos artistas e inseminando o trabalho de muitos outros.
Após a fase do Clube de Gravura, com sua temática social e politicamente engajada, claramente descritiva, sua obra passou a apresentar um caráter cada vez mais sintético e abstratizante, com um magnífico equilíbrio formal de índole classicista, embora tenha incorporado diversos elementos e recursos técnicos da contemporaneidade e jamais tenha aberto mão de suas convicções políticas libertárias, como provam diversos trabalhos mais recentes importantes, realizados como monumentos públicos sobre temas e figuras ilustres da história e tradição gaúcha e brasileira, como o Tiradentes na Assembléia Legislativa do RS e diversas versões do Negrinho do Pastoreio. Outros de seus temas preferidos são a mulher, o cavalo e os amantes.Na noite de segunda-feira Vasco Prado.
Realizou, na década de 1950, a Escultura intitulada "Pomona", em pedra arenito rosa, no parque do Balneário Osvaldo Cruz, na cidade de Iraí, RS. Pomona, na mitologia romana, é a Deusa das Frutas e dos Jardins. Para este trabalho, utilizou como modelo uma jovem indígena da tribo Kaingang que por ali se fixara.
Além da maestria apresentada no manejo da pedra e do bronze, também foi um grande gravador, ceramista e desenhista. Tem obras espalhadas tanto pelo Brasil quanto pelo exterior.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 13 de junho de 2020.
---
Clube de Gravura de Porto Alegre
A fundação do Clube de Gravura de Porto Alegre em 1950 dá-se no interior de um movimento de renovação das artes no Estado do Rio Grande do Sul que remonta aos anos de 1930, à criação da Associação Antonio Francisco Lisboa (1938) - que se opõe ao Instituto de Belas Artes - e à intensa atuação da Editora Globo, que, com a Livraria e a revista Globo, tem papel decisivo no incremento das artes visuais e da literatura na região, auxiliando na divulgação das conquistas estéticas do modernismo de 1922. Carlos Scliar (1920-2001), um dos principais membros do Clube de Gravura, atua, desde 1940, como importante intermediário entre os artistas de São Paulo e do sul do país. Membro da Família Artística Paulista - FAP, ele é responsável por levar ao Rio Grande do Sul um grupo de artistas e pintores no período, com vistas a incentivar a modernização artística local. A ânsia de atualização técnica e formal combina-se ao entusiasmo pelo realismo social e pelo engajamento das artes na criação dos Clubes de Gravura de Porto Alegre e de Bagé (1951). Vasco Prado (1914-1998), parceiro de Scliar na formação do grupo da capital, em Paris em 1947, entra em contato com a experiência do Taller Grafica Popular (TGP), do México, forte inspiração para os clubes de gravura gaúchos. As obras de Lasar Segall (1891-1957) e Candido Portinari (1903-1962) constituem outras referências importantes para os artistas sulistas. Deve-se lembrar que José de Morais (1946), integrante do Clube de Bagé, havia colaborado com Portinari no conjunto da Pampulha, projetado por Oscar Niemeyer (1907-2012), entre 1942-1944, na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais.
Uma atitude claramente programática e o uso de técnicas como a xilogravura e linoleogravura definem o perfil do grupo, do qual participam Glênio Bianchetti (1928), Danúbio Gonçalves (1925) e Glauco Rodrigues (1929-2004), entre outros. A defesa da arte figurativa - contra "as manifestações cosmopolitas e antinacionais do abstracionismo", nos termos de Vasco Prado -, a temática regional gauchesca e o folclore, o registro da vida do trabalhador rural e urbano, assim como as lutas da classe trabalhadora e a tentativa de levar a arte ao povo, constituem as molas mestras do projeto do Clube de Gravura de Porto Alegre. Scliar é enfático: "É propósito do Clube de Gravura não só o desenvolvimento dessas técnicas entre os nossos artistas, como a divulgação do gosto pela gravura entre camadas cada vez mais vastas de nosso povo". A gravura - sobretudo a xilo e a linoleogravura - parece se prestar com perfeição a esses propósitos pela facilidade com o que o trabalho pode ser reproduzido e divulgado em livros, jornais, revistas e cartazes. Na medida em que descarta por princípio a "obra única", a gravura como técnica coloca-se a serviço das causas sociais e da formação do povo, haja vista seu lugar destacado na Revolução Mexicana e também na experiência da China popular. Esse é o mote de uma série de artigos veiculados nas revistas culturais de esquerda da época, por exemplo, aquele publicado na Fundamentos, nº 12, de 19 de fevereiro de 1950, que trata a gravura como "arma de combate", destacando o sentido revolucionário dos gravadores chineses.
Após cinco anos de intensa atuação, os artistas envolvidos com o Clube de Gravura de Porto Alegre avaliam ter cumprido seus propósitos, criando uma tradição de gravura no país e chamando a atenção dos artistas para a realidade social. A disseminação da experiência em outros Estados e cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo, Santos e Recife, parece atestar, segundo eles, o êxito da experiência. Tal avaliação leva-os ao encerramento das atividades do clube, em 1955, que, enquanto durou, angariou vários adeptos. Além dos artistas mencionados, participam também da experiência: Edgar Koetz (1914-1969), Plínio Bernhardt (1927-2004), Carlos Antônio Mancuso (1930), Charles Mayer (1933) e Fortunato (1916-2004). As principais críticas dirigidas à produção realizada sob a égide do Clube de Gravura de Porto Alegre referem-se a seu progressivo sectarismo e à rigidez de sua orientação.
Fonte: CLUBE de Gravura de Porto Alegre. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 14 de Jun. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Crédito fotográfico: Tempo Real Foto, Vasco Prado esculpe Maternindade - 1996, foto Mathias Cramer.