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Glauco Rodrigues

Glauco Otávio Castilhos Rodrigues (Bagé, RS, 5 de março de 1929 — Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004), conhecido como Glauco Rodrigues, foi um pintor, desenhista, gravador, ilustrador e cenógrafo brasileiro. É considerado um dos maiores pintores da arte brasileira contemporânea.

Biografia Itaú Cultural

Começa a pintar, como autodidata, em 1945. Em 1949, recebe bolsa de estudos da Prefeitura de Bagé e freqüenta, por três meses, a Escola Nacional de Belas Artes (Enba), no Rio de Janeiro. Em 1951, funda o Clube de Gravura de Bagé, com Glênio Bianchetti (1928) e Danúbio Gonçalves (1925). Fixa-se em Porto Alegre e participa do Clube de Gravura de Porto Alegre, fundado por Carlos Scliar (1920 - 2001) e Vasco Prado (1914 - 1998). Em 1958, muda-se para o Rio de Janeiro e integra a primeira equipe da revista Senhor. Reside em Roma entre 1962 e 1965. Ao retornar ao Brasil, participa de importantes exposições, como Opinião 66, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ. No fim da década de 1950, sua produção se aproxima da abstração. Volta à figuração no início dos anos 1960, e produz obras sob o impacto da arte pop, tratando, com humor, de temas nacionais como a imagem do índio, o carnaval, o futebol, a natureza tropical e a história do Brasil, que inspiram séries como Terra Brasilis, 1970, Carta de Pero Vaz de Caminha, 1971, No País do Carnaval, 1982 ou Sete Vícios Capitais, 1985. Na década de 1980, recebe o Prêmio Golfinho de Ouro Artes Plásticas do Governo do Estado do Rio de Janeiro e publica o livro Glauco Rodrigues, que reúne toda sua obra. Em 1999, recebe o Prêmio Ministério da Cultura Candido Portinari - Artes Plásticas.

Análise

Glauco Rodrigues inicia-se em pintura em 1945, como autodidata. Em 1949, tem aulas com o pintor José Moraes (1921 - 2003), que instala um ateliê coletivo nas proximidades de Bagé, Rio Grande do Sul. Nesse ano, recebe bolsa de estudo da Prefeitura de Bagé e freqüenta por três meses a Escola Nacional de Belas Artes - Enba, no Rio de Janeiro. Com os artistas Glênio Bianchetti (1928) e Danúbio Gonçalves (1925), cria o Clube de Gravura de Bagé, em 1951. Três anos depois, integra o Clube de Gravura de Porto Alegre. No período em que freqüenta essas associações de gravadores, seus trabalhos são voltados para a representação do homem do campo e para os tipos e costumes regionais. Muda-se para o Rio de Janeiro em 1959, quando, como ilustrador, faz parte da primeira equipe da revista Senhor. Reside em Roma entre 1962 e 1965. Ao retornar ao Brasil, participa de importantes exposições, como Opinião 66, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ.

Desde o fim da década de 1950 e no período em que reside na Itália, sua produção se aproxima da abstração, como em Paisagem de Porto Alegre, 1957, ou assume caráter declaradamente abstrato, como ocorre na série de aquarelas realizadas em Roma. Volta à figuração no início dos anos 1960 e produz obras sob o impacto da arte pop, como O Mito, 1964/1965 e Pão de Açúcar, 1968 ou a série Carta de Pero Vaz Caminha, 1971, na qual o descobrimento do Brasil é narrado como história em quadrinhos. A partir dos anos 1970, passa a incorporar em seus trabalhos personagens históricos, juntamente com figuras contemporâneas. Utiliza freqüentemente citações de quadros consagrados, como a figura do O Derrubador Brasileiro, 1879, de Almeida Júnior (1850 - 1899), presente em Abrasileirar-Se, 1986 e Paz na Tarde, 1989, ou Primeira Missa no Brasil, 1860, de Victor Meirelles (1832 - 1903), retomada em obra de mesmo nome, datada de 1980. Na tela A Ira, 1985 estão presentes as figuras do afresco Expulsão do Paraíso, do pintor renascentista Masaccio (1401 - 1428).

Em seus quadros nota-se um processo de carnavalização crítica da cultura visual brasileira: é constante a presença do índio, do carnaval, do futebol e da natureza tropical, como em De Natureza Tão Sutil, 1970 ou Abaporu, 1981, além das imagens apropriadas de artistas significativos do século XIX. Alguns críticos destacam o caráter hiper-realista de seus quadros, como em A Juventude, 1970. Revela em várias obras o interesse pela paisagem brasileira, como ocorre em Icatu-Água Boa, 1975.

Segundo o crítico Roberto Pontual, a obra de Glauco Rodrigues mostra um caráter de "tropicalismo crítico", questionando o contexto social e político brasileiro por meio de personagens identificáveis do passado histórico e empregando uma leve ironia. Ele parte de fontes fotográficas, postais ou reproduções, considerando a fotografia como fixadora de fatos e reunindo na superfície da tela signos de uma realidade que se apresenta como inegavelmente brasileira: o samba ou o índio, por exemplo. Em suas telas utiliza constantemente o verde e o amarelo e a própria bandeira do Brasil. Na opinião do crítico, o humor e a festa são táticas pelas quais o artista questiona uma série de clichês associados à imagem do país.

Críticas

"O espírito crítico começa a emergir a partir de 1969, nos primeiros quadros da série Terra Brasilis, quando o entusiasmo tropicalista e a plena compreensão da antropofagia de Oswald de Andrade o levam a elaborar montagens fotográfico-realistas com a iconografia urbana física da brasilidade; aproveita o espírito anárquico-construtivo de nossas raízes e influências para revelar uma característica oculta de ordem e decodificação que passa a refletir a realidade de uma história inédita, onde o fato consumado, marcado no tempo e no espaço, é permeado pela permanente renovação em movimento. Tal processo aperfeiçoa-se na série seguinte, O Descobrimento do Brasil, em que a narrativa se estrutura por meio da soma de detalhes ícono-históricos que, intactamente retirados das fontes mais diversas, são redimensionados sob aspecto crítico na busca do inconsciente coletivo brasileiro, num trabalho de síntese e justificação de tempo passado e atual. Atualizando as imagens clássicas da pintura brasileira, pela inserção das imagens triviais e cotidianas colhidas na urbanidade, recria a fábula de nosso destino com ancestralidade e humor. Sua experiência como ilustrador, diagramador e gráfico serviu para influenciar a fase mais recente de seu trabalho, quando passou do abstracionismo para a conquista da imagem real transfigurada, dando vida nova ao documento estático, com máxima fidelidade ao clima espêntico de tempo e espaço com grande poder de síntese e simplicidade de linguagem. Um trabalho conceitual e crítico, próprio de um criador contemporâneo ".

Samyra B. Serpa Crespo e outros (LOUZADA, Júlio. Artes plásticas Brasil 1985: seu mercado, seus leilões. são Paulo: J. Louzada, 1984.)

"Regionalista e realista quando integrava o Clube de Gravura, em 1950, informal em seu período europeu (anos 60), Glauco Rodrigues realiza, a partir dos anos 70, uma pintura voltada para temas brasileiros, adotando recursos oriundos da pop e do hiper-realismo, mas encarando nossa cultura pelo prisma alegórico ou da carnavalização. Como ele mesmo confessa: 'Eu diria que sou uma espécie de escola de samba. O meu enredo em 1970 foi Terra Brasilis; em 1971, Carta de Pero Vaz de Caminha; em 1972, Os Olhos do Senhor Estão em Todo Lugar, Contemplando os Maus e os Bons; em 1973, Adivinhações; em 1974, Accuratisima Brasiliae Tabula; em 1975, Pau-Brasil; em 1976, Tradições Gaúchas; e Visão da Terra em 1977'. Nos quadros mais recentes, entre os quais Le But de la Peinture, de 1985, Glauco Rodrigues refaz seu próprio desfile, reafirmando e aprofundando as características básicas de seu trabalho, acentuando, porém, o virtuosismo técnico e a carga erótica dos temas, da cor e do próprio ato de pintar - áreas inteiras de cor pura convivem com manchas e toques vibráteis do pincel".

Frederico Morais (Da coleção: os caminhos da arte brasileira. São Paulo: Júlio Bogoricin, 1986)

"A volta de Glauco ao figurativo coincidiu com a sua volta ao Brasil e a sua maneira de reencontrar o figurativo e o Brasil de logo depois de 1964 - aquele paraíso atônito - foi usar a metáfora. O fato anedótico transformado pela inteligência e acuidade crítica, o fato anedótico e o fato pictórico finalmente conciliados num objetivo comum, a imagem usada ao mesmo tempo para deleitar os olhos e como comentário e sugestão. Ao mesmo tempo impacto e reflexão, realismo e delírio. A metáfora foi um pouco imposta pelas restrições da época, em que você precisava cuidar como dizia as coisas. Mas era também o olho de Bagé posto sobre os descaminhos da república.

(...)

Glauco pintou a ebulição e o medo. Em exposições sucessivas a partir desta época criou uma espécie de grande desfile, no qual o Brasil se via em alegorias coloridas, como numa passarela.

Numa época em que se podia escrever pouco sobre a insensatez dominante, Glauco a botou nos seus quadros. A justaposição de elementos contrastantes, todos minuciosamente reproduzidos, para efeitos irônicos ou dramáticos. A nossa vocação autofágica reafirmada e ao mesmo tempo satirizada com citações de quadros antigos e a evocação de toda uma memória gráfica nacional ".

Luis Fernando Verissimo (RODRIGUES, Glauco. Glauco Rodrigues. Rio de Janeiro: Salamandra, 1989. p. 31-35.)

"Há quarenta anos a obra de Glauco Rodrigues tem por substância e objetivo uma determinada visão de seu próprio país: o Brasil. Isto corresponde à totalidade atual de seu tempo de trabalho, desde o desenho e a gravura de cunho realista com que iniciou caminho nos campos gaúchos até as sucessivas séries de pinturas produzidas após a fixação no Rio de Janeiro. No percurso, consta-se apenas um momento de exceção à regra: foi justamente quando, vivendo em Roma entre 1962 e 1965, ele fez uso de abstração informal para compor analogias e naturezas-mortas, de nostálgico ardor cromático. Mas com o retorno à terra natal e sob o influxo da pop art afluente, nosso artista logo pôs em marcha um sistema todo seu de linguagem, o qual, ainda agora praticado, merece a etiqueta de 'tropicalismo crítico'.

Interessa-lhe primordialmente poder rearrumar a história pátria a partir dos ingredientes em que borbulha no caldeirão já meio-milenar da nação. Vê-se nesse fio particular de acontecimentos uma matriz de verdades e mentiras, de encontros e desvios, de esperanças e frustrações, cuja trama seu pincel-bisturi se dispõe a investigar. A operação, no entanto, nada tem da linearidade facciosa de um discurso que quisesse provar a todo custo como isto ou aquilo teria se passado. Ela é muito mais questionamento que afirmação. E questionamento pela ironia, a farsa, a derrisão: ópera bufa da existência nacional, composta com a memória do nu e do vestido, do cru e do cozido, da tribo e da metrópole. Pedaços do Brasil antropofagicamente redevorados para armar um mapa novo, coerente e completo. Ali, subconsciente e atualidade, unidos enfim por elo lógico, prefiguram um país sem complexos e sem máscaras, pronto a conduzir seu futuro.

A unidade do sistema com que Glauco Rodrigues opera é o clichê, essa imagem da imagem através da qual a visão das coisas se sedimenta e se torna inamovível no fluxo do tempo. Cada quadro seu funciona como um palco ocupado por cenários e personagens vindos de outras paragens e situações, facilmente reconhecíveis. Partindo de uma base fotográfica (pois que é a fotografia senão um fixador de fatos?), ele reagrupa na superfície pintada, por apropriação de herança, os sinais imediatos de uma realidade que se apresenta como desmesuradamente, irrecusavelmente 'brasileira': o sol e o samba, o índio e o banhista de Copacabana, a Eva branca e o malandro negro, o drama e a magia, a evasão e a repressão, a miséria e a exuberância - excessos barrocos do como nos vemos e do como somos vistos. Numa pintura recente, cujo título ecoa versos de uma canção popular (Não existe pecado do lado de baixo do Equador), todos esses clichês se reúnem em apoteose. O Brasil parece mostrar-se ali inteiro, mais autêntico do que nunca. Cuidado, porém: tanta efusão da raça não passa de véu, fachada, fantasia a desvestir quando termina o carnaval. É então que o artista se imiscui, entre o fogo e a cinza ".

Roberto Pontual (RODRIGUES, Glauco. Un opera nomme Bresil. Paris: Galerie Etienne Dinet, 1990.)

Depoimentos

"Em 1945, quando não havia ainda terminado a Segunda Guerra Mundial, eu, Glênio Bianchetti e outros mais formamos um grupo em Bagé, no Rio Grande do Sul. [...] Em 1949, eu fui ao Rio de Janeiro. Jovem, estava marcado por esse destino de quase todos os artistas brasileiros, ou seja, o de ser autodidata, e sofrendo centenas de influências, razão por que, um ano após, eu me encontrei num beco sem saída, influenciado demasiadamente pela Escola de Paris e, principalmente, por Picasso. Minha pintura ficou então num ponto que me pôs praticamente sem perspectivas. Nessa época, eu fazia uma espécie de ponte aérea entre Bagé e Rio de Janeiro. Em uma das idas a minha cidade natal, tive a idéia de realizar uma coisa que eu ainda não havia feito em minha vida de pintor: um aprendizado clássico. Um estudo profundo do desenho, da forma, da composição, procurando desenhar anatomia e planejamento à maneira de Leonardo da Vinci. Acontece que, nesse momento, em Bagé, estavam Glênio Bianchetti, que havia andado por Porto Alegre, e Danúbio Gonçalves, que havia chegado da Europa. Encontramo-nos e todos estávamos, mais ou menos, no mesmo impasse. Logo depois regressou Carlos Scliar, que havia participado daquele conflito universal, o qual retornara ao Brasil com a mesma intenção de fazer esse aprendizado, uma vez que do estudo clássico o havia afastado o modernismo. Daí, ter surgido o célebre Clube de Gravura de Porto Alegre, onde começamos a desenhar. [... Nosso] aprendizado foi levado muito a sério, tanto assim que trabalhávamos com modelo vivo, e constituiu uma saída para aquele empecilho, ao qual me levara a Escola de Paris, permitindo que eu voltasse à pintura clássica, a uma clara e nítida figuração. Aliás, trabalhando juntos, nesse aprendizado, havia entre todos uma recíproca posição de professor, pois cada um era mestre de cada um de nós, haja vista as críticas que fazíamos aos trabalhos realizados. Nessa mesma época, nasceu o nosso interesse pelos costumes, tradições e paisagens do Rio Grande do Sul, dando origem a uma arte que não era bem um realismo social, por isso que mais se caracterizava por um realismo regional ".

Glauco Rodrigues a Hugo Auler (Um dos caminhos de uma arte brasileira? Correio Brasiliense, Brasília, 7 de set. 1977)

"O que se fazia no Brasil em 50 era uma arte com toda uma influência da Escola de Paris e o nosso grupo achava que tínhamos que fazer arte brasileira e fomos ao detalhe da coisa, retratando nossos costumes. Aquela era uma posição nossa. Éramos um grupo aqui do Rio Grande do Sul e nossa posição foi muito contestada. [...]

Tínhamos como projeto o trabalho interligado e a crítica mutuamente exercida, de maneira a pôr em prática a nossa consciência de que só documentando o real, com a mais exigente fidelidade, estaríamos cumprindo com o dever de todo artista, que é o de servir. De Porto Alegre, partíamos para o interior, nessa busca do específico gaúcho. Quanto mais particular, mais universal, quanto mais gaúcho, mais brasileiro. Entre 1950 e 1954, a aventura desdobrou-se intensamente. Desenho e gravura serviam a um objetivo imediato, concreto. [...]

Primeiro o trabalho tem que ser bom e depois na medida em que é brasileiro é universal. Por sermos brasileiros estamos inseridos num mundo ocidental e temos influências da pintura européia. O que não pode ser feito é copiar. Temos que digerir essas influências e além do mais tem uma série de informações de que não podemos nos isolar. Eu sigo o meu faro, não faço concessões".

Glauco Rodrigues (LOPEZ, Maria Beatriz. Glauco Rodrigues sempre perto da temática gaúcha. Zero Hora, Porto Alegre, 13 de set. 1977)

"Eu diria que sou uma espécie de escola de samba. O meu enredo em 1970 foi Terra Brasilis; em 1971, Carta de Pero Vaz de Caminha; em 1972, Os olhos do Senhor estão em todo o lugar contemplando os Maus e os Bons; em 1973, Adivinhações; em 1974, Acuratissima Brasiliae Tabula; em 1975, Pau Brasil; em 1976, Tradições Gaúchas e, em 1977, Visão da Terra: a Lenda do Caotipurú. O quadro precursor de todos esses enredos é De Natureza tão Sutil, pintado em 1970, onde aparece a porta-bandeira Neide e o mestre-sala Delegado, como arara, arco-íris, bananas etc.

Como toda escola de samba, eu obedeço ao regulamento: minhas cores são o verde-amarelo-azul e branco, sendo permitido o dourado, o prateado e as cores de pele".

Glauco Rodrigues (Apoteose Tropical: desfile-exposição com pinturas de Glauco Rodrigues. Rio de Janeiro: Fundação Casa-França Brasil, 1991.)

Exposições Individuais

1961 - Rio de Janeiro RJ - Glauco Rodrigues: pintura, na Petite Galerie

1962 - Munique (Alemanha) - Glauco Rodrigues: aquarela, no Consulado Geral do Brasil em Munique

1962 - São Paulo SP - Glauco Rodrigues: desenho, na Petite Galerie

1963 - Frankfurt (Alemanha) - Glauco Rodrigues: aquarela, na Casa da Cultura de Frankfurt

1963 - Roma (Itália) - Glauco Rodrigues: pintura, na Galeria d'Arte della Casa do Brasil

1963 - Stuttgart (Alemanha) - Glauco Rodrigues: aquarela, na Galeria Maercklin

1964 - Rio de Janeiro RJ - Têmperas Vinílicas e Aquarelas de Roma entre 1962/64, na Petite Galerie

1965 - Rio de Janeiro RJ - Glauco Rodrigues: pintura, na Petite Galerie

1965 - Roma (Itália) - 50 Disegni dal 1960 a 1963, na Galeria Bianco e Nero

1966 - Porto Alegre RS - Glauco Rodrigues: pintura, desenho e serigrafia, na Galeria Leopoldina

1966 - Rio de Janeiro - Glauco Rodrigues: pintura, aquarela, desenho e objetos, na Galeria Relevo

1967 - Rio de Janeiro RJ - Desenhos para os Letreiros do Filme Garota de Ipanema, na Galeria Santa Rosa

1968 - Porto Alegre RS - Glauco Rodrigues: pintura e desenho, na Galeria Leopoldina

1969 - Rio de Janeiro RJ - Cenas de Praia, na Petite Galerie

1970 - Rio de Janeiro RJ - Terra Brasilis: pintura, na Galeria Bonino

1971 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Iramar Gallery

1971 - São Paulo SP - Carta de Pero Vaz Caminha sobre o descobrimento da Terra Nova que fez Pedro Álvares Cabral a El Rey Nosso Senhor: seqüência de 26 pinturas, na Galeria de Arte Portal

1973 - Brasília DF - Adivinhações: pintura, na Oscar Seraphico Galeria de Arte

1973 - Rio de Janeiro RJ - Glauco Rodrigues 1964/1973: pinturas nas Coleções Particulares, no Centro Cultural Lume

1973 - Rio de Janeiro RJ - Provérbios: Os Olhos do Senhor Estão em Todo Lugar, Contemplando os Bons e os Maus, na Galeria Luiz Buarque de Hollanda e Paulo Bittencourt

1974 - São Paulo SP - Acuratíssima Brasiliae Tabula, na Galeria de Arte Ipanema

1975 - Rio de Janeiro RJ - Pau Brasil, na Galeria de Arte Ipanema

1977 - Porto Alegre RS - Tradições Gaúchas: pinturas e serigrafias, no IAB/RS

1977 - Rio de Janeiro RJ - A Lenda do Coati-Puru, na Galeria de Arte Ipanema

1977 - São Paulo SP - Glauco Rodrigues: aquarela do Brasil, na Galeria de Arte Ipanema

1979 - Rio de Janeiro RJ - Guia Turístico e Histórico do Rio de Janeiro no Tempo dos Vice-Reis: homenagem a Leandro Joaquim, na Galeria de Arte Ipanema

1980 - Bagé RS - Glauco Rodrigues: litografias, no Museu da Gravura Brasileira

1981 - Brasília DF - Glauco Rodrigues: paisagens imaginárias brasileiras, na Oscar Seraphico Galeria de Arte

1981 - Porto Alegre RS - Lembranças, na Cambona Centro de Artes

1981 - Rio de Janeiro RJ - Glauco Rodrigues no País do Carnaval: homenagem a Tarsila, na Galeria de Arte da Gávea

1983 - Porto Alegre RS - Glauco Rodrigues de 1952 a 1983, na Masson Galeria de Arte

1985 - Rio de Janeiro RJ - Glauco Rodrigues: os 7 vícios capitais, na Galeria Estampa

1986 - São Paulo SP - Individual, na Escritório de Arte São Paulo

1987 - Rio de Janeiro RJ - Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, na GB Arte

1988 - Rio de Janeiro RJ - Glauco Rodrigues: aquarelas, na GB Arte

1989 - Porto Alegre RS - Glauco Rodrigues: obras gráficas, no Espaço Cultural BFB

1989 - Porto Alegre RS - Glauco Rodrigues: paisagens gaúchas imaginárias, na Galeria de Arte Mosaico

1989 - São Paulo SP - Individual, na Escritório de Arte São Paulo

1989 - São Paulo SP - Individual, na Paulo Prado Galeria de Arte

1990 - Paris (França) - Un Opera Nomme Bresil, na Galerie Étienne Dinet

1990 - São Paulo SP - Glauco Rodrigues: pinturas e aquarelas, no Escritório de Arte São Paulo

1991 - Rio de Janeiro RJ - Apoteose Tropical, na Fundação Casa França-Brasil

1995 - Barra Mansa RJ - Individual, no Centro Universitário de Barra Mansa

1999 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria de Arte Mosaico

Exposições Coletivas

1948 - Porto Alegre RS - Os Novos de Bagé, no Jornal Correio do Povo

1949 - Rio de Janeiro RJ - 55º Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna, no MNBA - menção honrosa

1950 - Rio de Janeiro RJ - 56º Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna, no MNBA - medalha de bronze

1951 - Rio de Janeiro RJ - 57º Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna, no MNBA - medalha de prata

1952 - Porto Alegre RS - Clube da Gravura de Porto Alegre

1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ

1953 - Rio de Janeiro RJ - 2º Salão Nacional de Arte Moderna, no MNBA

1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais

1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco, no Palácio da Cultura

1956 - São Paulo SP - Contribuição ao Realismo, no MAM/SP

1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho

1960 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ - prêmio viagem ao país

1961 - Paris (França) - 2ª Bienal dos Jovens

1961 - Rio de Janeiro RJ - 1ª O Rosto e a Obra, na Galeria do Ibeu Copacabana

1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho

1961 - São Paulo SP - Coletiva, na Petite Galerie

1962 - Kassel (Alemanha) - Brasilianische Kunstler der Gegenwart, na Kasseler Kunstverein

1962 - Spoleto (Itália) - Gravuras e Desenhos Brasileiros

1962 - Washington (Estados Unidos) - Spotlight in Brazil, na OEA

1963 - Spoleto (Itália) - Arte del Sud America

1964 - Veneza (Itália) - 32ª Bienal de Veneza

1966 - Houston (Estados Unidos) - Coletiva, na Kiko Gallery

1966 - Rio de Janeiro RJ - Auto-Retratos, na Galeria do Ibeu Copacabana

1966 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 66, no MAM/RJ

1966 - Rio de Janeiro RJ - Supermercado 66, na Galeria Relevo

1967 - Petrópolis RJ - 1º Salão Nacional de Pintura Jovem, no Hotel Quitandinha

1967 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, na Petite Galerie

1967 - Rio de Janeiro RJ - Nova Objetividade Brasileira, no MAM/RJ

1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - prêmio aquisição

1968 - Belo Horizonte MG - Serigrafias, na UFMG. Faculdade de Letras

1968 - Cáli (Colômbia) - 1º Salão Austral y Colombiano de Pintura - menção honrosa

1968 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Feira de Arte do Rio de Janeiro, no MAM/RJ

1968 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, na Galeria de Arte do Copacabana Palace

1968 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, na Galeria Santa Rosa

1968 - Rio de Janeiro RJ - O Artista Brasileiro e a Iconografia de Massa, na Esdi

1968 - São Paulo SP - Coletiva, na Galeria Cosme Velho

1968 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Feira de Arte do Rio de Janeiro, no MAM/RJ

1969 - São Paulo SP - Coletiva, na Galeria Cosme Velho

1969 - São Paulo SP - Coletiva, no Paço das Artes

1970 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, na Galeria Espaço

1971 - Nova York (Estados Unidos) - Coletiva, na Iramar Gallery

1971 - Rio de Janeiro RJ - 50 Anos de Arte Moderna Brasileira, no MAM/RJ

1971 - Rio de Janeiro RJ - 9º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ

1972 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Mostra de Serigrafia, no MNBA

1972 - Rio de Janeiro RJ - 50 Anos de Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria do Ibeu Copacabana

1972 - Rio de Janeiro RJ - Exposição, no MAM/RJ

1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio

1973 - Bagé RS - Quatro de Bagé, na Fundação Attila Taborda

1973 - Belo Horizonte MG - Coletiva, na Escola Theodor Herzl

1973 - Rio de Janeiro RJ - Alguns Aspectos do Desenho Brasileiro, na Galeria Ibeu Copacabana

1973 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Eneida, na Galeria Chica da Silva

1974 - Rio de Janeiro RJ - Renouveau de la Figuration, na Galeria Maison de France

1976 - Bagé RS - 2º Encontro de Artistas Plásticos, no Museu Dom Diogo de Souza

1976 - Porto Alegre RS - Por uma Arte Brasileira: Grupo de Bagé, na UFRGS. Instituto de Artes

1976 - Porto Alegre RS - Tradições Gaúchas, na UFRGS. Instituto de Artes. Pinacoteca Barão de Santo Ângelo

1976 - Salvador BA - Arte Brasileira dos Anos 60/70 na Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/BA

1976 - São Paulo SP - Artistas do Rio, na Azulão Galeria

1977 - Belo Horizonte MG - 5º Salão Global de Inverno, na Fundação Palácio das Artes

1977 - Brasília DF - 5º Salão Global de Inverno

1977 - Brasília DF - Arte Brasileira dos Anos 60/70 na Coleção Gilberto Chateaubriand, na Fundação Cultural do Distrito Federal

1977 - Recife PE - Arte Brasileira dos Anos 60/70 na Coleção Gilberto Chateaubriand, no Casarão de João Alfredo

1977 - Rio de Janeiro RJ - 2ª Arte Agora: visão da terra, no MAM/RJ

1977 - Rio de Janeiro RJ - 5º Salão Global de Inverno, no MNBA

1977 - São Paulo SP - 5º Salão Global de Inverno, no Masp

1978 - Curitiba PR - 1ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, no Centro de Criatividade

1978 - São Paulo SP - 1ª Bienal Latino-Americana de São Paulo, na Fundação Bienal

1978 - São Paulo SP - O Objeto na Arte: Brasil anos 60, no MAB/Faap

1979 - Curitiba PR - 1ª Mostra de Desenho Brasileiro, na Sala de Exposições do Teatro Guaíra

1981 - Cidade do Panamá (Panamá) - 8 Expresiones Artísticas, no Centro de Convenções Atlapa. Teatro Anayansi

1981 - Rio de Janeiro RJ - Do Moderno ao Contemporâneo: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ

1981 - Rio de Janeiro RJ - Universo do Carnaval: imagens e reflexões, na Acervo Galeria de Arte

1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

1982 - Lisboa (Portugal) - Do Moderno ao Contemporâneo: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery

1982 - Rio de Janeiro RJ - Que Casa é essa da Arte Brasileira

1983 - Porto Alegre RS - Arte Livro Gaúcho: 1950/1983, no Margs

1983 - Porto Alegre RS - Do Passado ao Presente: as artes plásticas no Rio Grande do Sul, no Cambona Centro de Artes

1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ

1983 - Rio de Janeiro RJ - Auto-Retratos Brasileiros, na Galeria de Arte Banerj

1983 - São Paulo SP - 14º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1984 - Londres (Inglaterra) - Portrait of Country: brazilian modern art from the Gilberto Chateaubriand collection, no Barbican Art Gallery

1984 - Rio de Janeiro RJ - Doações Recentes 82-84, no MNBA

1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP

1985 - Brasília DF - Brasilidade e Independência, no Teatro Nacional Cláudio Santoro

1985 - Porto Alegre RS - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Margs

1985 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ

1985 - Rio de Janeiro RJ - Retrato do Colecionador na sua Coleção, na Galeria de Arte Banerj

1986 - Brasília DF - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Teatro Nacional Cláudio Santoro

1986 - Rio de Janeiro RJ - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no MAM/RJ

1986 - São Paulo SP - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Masp

1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand , no MAM/RJ

1987 - Rio de Janeiro RJ - Rio de Janeiro, Fevereiro e Março: do modernismo à geração 80, na Galeria de Arte Banerj

1988 - Novo Hamburgo RS - Carlos Scliar, Glauco Pinto de Moraes e Glauco Rodrigues, na Galeria Contemporânea

1988 - Rio de Janeiro RJ - 88 x 68: um balanço dos anos

1988 - Rio de Janeiro RJ - Le Déjeuner sur l'Art: Manet no Brasil, na EAV/Parque Lage

1988 - Salvador BA - Os Ilustradores de Jorge Amado, na Fundação Casa de Jorge Amado

1989 - Juiz de Fora MG - Cada Cabeça uma Sentença, no Museu Mariano Procópio

1989 - Ouro Preto MG - Ideologia Inconfidente em Processo, no Museu da Inconfidência

1989 - Rio de Janeiro RJ - Gravura Brasileira: 4 temas, na EAV/Parque Lage

1989 - Rio de Janeiro RJ - Ontem, Hoje, Amanhã, na Galeria do Centro Empresarial Rio

1989 - São Paulo SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1990 - Goiânia GO - 20 Anos do Museu de Arte de Goiânia, no Museu de Arte

1991 - São Paulo SP - A Mata, no MAC/USP

1991 - São Paulo SP - Homem e Natureza, no MAC/USP

1992 - Rio de Janeiro RJ - 1ª A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial

1992 - Rio de Janeiro RJ - Gravura de Arte no Brasil: proposta para um mapeamento, no CCBB

1992 - São Paulo SP - Anos 60/70: Coleção Gilberto Chateubriand/Museu de Arte Moderna-RJ, no Galeria de Arte do Sesi

1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, na Kunsthaus Zürich

1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA

1993 - Rio de Janeiro RJ - O Papel do Rio, no Paço Imperial

1993 - Rio de Janeiro RJ - Paixão do Olhar, no MAM/RJ

1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi

1994 - Lisboa (Portugal) - Além da Taprobana: a figura humana nas artes plásticas dos países de língua portuguesa, na Sociedade Nacional de Belas Artes

1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ

1994 - Rio de Janeiro RJ - Trincheiras: arte e política no Brasil, no MAM/RJ

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal

1994 - São Paulo SP - Poética da Resistência: aspectos da gravura brasileira, na Galeria de Arte do Sesi

1995 - Brasília DF - Coleções de Brasília, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty

1995 - Rio de Janeiro RJ - Além de Taprobana: a figura humana nas artes plásticas dos países de língua portuguesa, no MAM/RJ

1996 - Bagé RS - Grupo de Bagé: retrospectiva de gravura, no Museu da Gravura Brasileira

1996 - Belo Horizonte MG - Impressões Itinerantes, no Palácio das Artes

1996 - Porto Alegre RS - Grupo de Bagé no Acervo do Margs, no Margs

1996 - Porto Alegre RS - Grupo de Bagé no Clube de Gravura, na Galeria da Caixa Econômica Federal

1996 - Porto Alegre RS - Grupo de Bagé: gravura e atualidade, no Centro Municipal de Cultura

1996 - Porto Alegre RS - Grupo de Bagé: pintura e atualidade, na Galeria de Arte Mosaico

1996 - São Paulo SP - Ex Libris/Home Page, no Paço das Artes

1997 - Brasília DF - Grupo de Bagé no Clube de Gravura: década de 50, na Galeria da Caixa Econômica Federal

1997 - Curitiba PR - Grupo de Bagé no Clube de Gravura: década de 50, na Galeria da Caixa Econômica Federal

1997 - Rio de Janeiro RJ - Grupo de Bagé no Clube de Gravura: década de 50, na Galeria da Caixa Econômica Federal

1997 - Rio de Janeiro RJ - Poemas Visitados, no Espaço Cultural dos Correios

1997 - São Paulo SP - Grupo de Bagé no Clube de Gravura: década de 50, na Galeria da Caixa Econômica Federal

1998 - Rio de Janeiro RJ - A Imagem do Som de Caetano Veloso, no Paço Imperial

1998 - São Paulo SP - Fronteiras, no Itaú Cultural

1998 - São Paulo SP - Impressões: a arte da gravura brasileira, no Espaço Cultural Banespa-Paulista

1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp

1999 - Porto Alegre RS - Garagem de Arte: mostra inaugural, na Garagem de Arte

1999 - Rio de Janeiro RJ - Cotidiano/Arte. O Objeto Anos 60/90, no MAM/RJ

1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA

1999 - São Paulo SP - Cotidiano/Arte. O Consumo, no Itaú Cultural

1999 - São Paulo SP - Cotidiano/Arte. Objeto Anos 60/90, no Itaú Cultural

2000 - Brasília DF - Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, no Conjunto Cultural da Caixa

2000 - Rio de Janeiro RJ - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Carta de Pero Vaz de Caminha, no Museu Histórico Nacional

2000 - São Paulo SP - Almeida Júnior: um artista revisitado, na Pinacoteca do Estado

2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Negro de Corpo e Alma, na Fundação Bienal

2000 - São Paulo SP - Investigações: A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural

2001 - Brasília DF - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural

2001 - Penápolis SP - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural

2001 - Rio de Janeiro RJ - Trilhando a Gravura, no Museu da Chácara do Céu

2002 - Niterói RJ - Acervo em Papel, no MAC/Niterói

2002 - Porto Alegre RS - Desenhos, Gravuras, Esculturas e Aquarelas, na Garagem de Arte

2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial

2002 - Rio de Janeiro RJ - Identidades: o retrato brasileiro na Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ

2003 - Rio de Janeiro RJ - Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa

2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural

2004 - Rio de Janeiro RJ - Novas Aquisições 2003: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ

Fonte: GLAUCO Rodrigues. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 21 de Abr. 2017. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Biografia Wikipédia

É considerado um dos maiores pintores da arte brasileira contemporânea. Começou a pintar em 1945, e expôs pela primeira vez em 1948, na mostra que ficou conhecida como os Os Novos de Bagé, nome dado pela imprensa de Porto Alegre, onde frequentava a Escola de Belas-Artes. Logo depois transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde estudou na Escola Nacional de Belas Artes. Voltando a Porto Alegre, criou o Clube da Gravura de Porto Alegre e o Clube da Gravura de Bagé, em 1950, juntamente com Carlos Scliar, Glênio Bianchetti, Danúbio Gonçalves e Vasco Prado. De volta ao Rio no final da década, iniciou-se na carreira de ilustrador.

Em 1960, participou do IX Salão Nacional de Arte Moderna, quando obteve o prêmio de viagem ao exterior. Participou da Bienal de Paris em 1961 e, no ano seguinte, viajou para Roma, onde permaneceu até 1965. Realizou exposições individuais em Munique, Stuttgart e Frankfurt. Em Roma, em 1963, expôs na Galeria d'Arte della Casa do Brasil e, em 1964, participou da XXXII Bienal de Veneza. Em 1967 foi premiado na IX Bienal Internacional de Arte de São Paulo.

Obra

Em 1980, pintou o quadro A Primeira Missa no Brasil, uma espécie de releitura da obra de Vitor Meireles, oferecido pelo governo brasileiro ao Papa João Paulo II. Em 1985 realizou aquarelas de paisagens gaúchas para a abertura e as vinhetas da minissérie O tempo e o vento, da Rede Globo, obras estas que se encontram atualmente no MARGS, em Porto Alegre.

É o autor do painel em mosaico na entrada da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, uma obra gigantesca, toda construída em pastilhas, e encomendada para celebrar o centenário da entidade, no ano de 2000. A obra destaca as figuras de Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e também de Louis Pasteur, exibindo ainda as expedições científicas na Amazônia. Outro painel realizado por ele se encontra na estação de passageiros do Aeroporto Internacional de Salvador, na Bahia, e que retrata os costumes e manifestações folclóricas baianas.

Glauco Rodrigues também foi o criador da capa do livro Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, e do cartaz do filme Garota de Ipanema, de Leon Hirzman.

Livros

Glauco Rodrigues, Editora Salamandra, 1989. Livro que registra a obra de Glauco Rodrigues até então. Com textos de Luis Fernando Verissimo.

O Arteiro e O Tempo, Editora Berlendis e Vertechia, 1994. Livro também escrito em parceira com Luis Fernando Verissimo.

Prêmios

1987 - Prêmio Golfinho de Ouro Artes Plásticas do Governo do Estado do Rio de Janeiro

1999 - Prêmio Ministério da Cultura Cândido Portinari - Artes Plásticas

Morte

Glauco Rodrigues morreu vítima de uma parada respiratória, aos 75 anos, no Rio de Janeiro. Está enterrado no Cemitério São João Batista, em Botafogo.

Documentário

Em 2015 foi lançado um documentário sobre o artista, com o título Glauco do Brasil, sob direção de Zeca Brito e duração de 90 minutos.

O filme retrata a vida e a obra do artista,sendo mostrado o início de sua carreira, abordando a fundação do Clube da Gravura de Bagé, sua cidade natal, e de Porto Alegre, junto com outros artistas plásticos e pintores, como Carlos Scliar, Danúbio Gonçalves, Vasco Prado e Glênio Bianchetti. A trajetória de Glauco Rodrigues é retratada através de uma série de entrevistas, imagens de arquivo e de depoimentos de críticos e amigos.

Fonte: Wikipédia, consultado em 12 de março de 2020.

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Clube de Gravura de Porto Alegre

A fundação do Clube de Gravura de Porto Alegre em 1950 dá-se no interior de um movimento de renovação das artes no Estado do Rio Grande do Sul que remonta aos anos de 1930, à criação da Associação Antonio Francisco Lisboa (1938) - que se opõe ao Instituto de Belas Artes - e à intensa atuação da Editora Globo, que, com a Livraria e a revista Globo, tem papel decisivo no incremento das artes visuais e da literatura na região, auxiliando na divulgação das conquistas estéticas do modernismo de 1922. Carlos Scliar (1920-2001), um dos principais membros do Clube de Gravura, atua, desde 1940, como importante intermediário entre os artistas de São Paulo e do sul do país. Membro da Família Artística Paulista - FAP, ele é responsável por levar ao Rio Grande do Sul um grupo de artistas e pintores no período, com vistas a incentivar a modernização artística local. A ânsia de atualização técnica e formal combina-se ao entusiasmo pelo realismo social e pelo engajamento das artes na criação dos Clubes de Gravura de Porto Alegre e de Bagé (1951). Vasco Prado (1914-1998), parceiro de Scliar na formação do grupo da capital, em Paris em 1947, entra em contato com a experiência do Taller Grafica Popular (TGP), do México, forte inspiração para os clubes de gravura gaúchos. As obras de Lasar Segall (1891-1957) e Candido Portinari (1903-1962) constituem outras referências importantes para os artistas sulistas. Deve-se lembrar que José de Morais (1946), integrante do Clube de Bagé, havia colaborado com Portinari no conjunto da Pampulha, projetado por Oscar Niemeyer (1907-2012), entre 1942-1944, na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais.

Uma atitude claramente programática e o uso de técnicas como a xilogravura e linoleogravura definem o perfil do grupo, do qual participam Glênio Bianchetti (1928), Danúbio Gonçalves (1925) e Glauco Rodrigues (1929-2004), entre outros. A defesa da arte figurativa - contra "as manifestações cosmopolitas e antinacionais do abstracionismo", nos termos de Vasco Prado -, a temática regional gauchesca e o folclore, o registro da vida do trabalhador rural e urbano, assim como as lutas da classe trabalhadora e a tentativa de levar a arte ao povo, constituem as molas mestras do projeto do Clube de Gravura de Porto Alegre. Scliar é enfático: "É propósito do Clube de Gravura não só o desenvolvimento dessas técnicas entre os nossos artistas, como a divulgação do gosto pela gravura entre camadas cada vez mais vastas de nosso povo". A gravura - sobretudo a xilo e a linoleogravura - parece se prestar com perfeição a esses propósitos pela facilidade com o que o trabalho pode ser reproduzido e divulgado em livros, jornais, revistas e cartazes. Na medida em que descarta por princípio a "obra única", a gravura como técnica coloca-se a serviço das causas sociais e da formação do povo, haja vista seu lugar destacado na Revolução Mexicana e também na experiência da China popular. Esse é o mote de uma série de artigos veiculados nas revistas culturais de esquerda da época, por exemplo, aquele publicado na Fundamentos, nº 12, de 19 de fevereiro de 1950, que trata a gravura como "arma de combate", destacando o sentido revolucionário dos gravadores chineses.

Após cinco anos de intensa atuação, os artistas envolvidos com o Clube de Gravura de Porto Alegre avaliam ter cumprido seus propósitos, criando uma tradição de gravura no país e chamando a atenção dos artistas para a realidade social. A disseminação da experiência em outros Estados e cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo, Santos e Recife, parece atestar, segundo eles, o êxito da experiência. Tal avaliação leva-os ao encerramento das atividades do clube, em 1955, que, enquanto durou, angariou vários adeptos. Além dos artistas mencionados, participam também da experiência: Edgar Koetz (1914-1969), Plínio Bernhardt (1927-2004), Carlos Antônio Mancuso (1930), Charles Mayer (1933) e Fortunato (1916-2004). As principais críticas dirigidas à produção realizada sob a égide do Clube de Gravura de Porto Alegre referem-se a seu progressivo sectarismo e à rigidez de sua orientação.

Fonte: CLUBE de Gravura de Porto Alegre. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 14 de Jun. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

Crédito fotográfico: Laboratório Art

Glauco Otávio Castilhos Rodrigues (Bagé, RS, 5 de março de 1929 — Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004), conhecido como Glauco Rodrigues, foi um pintor, desenhista, gravador, ilustrador e cenógrafo brasileiro. É considerado um dos maiores pintores da arte brasileira contemporânea.

Glauco Rodrigues

Glauco Otávio Castilhos Rodrigues (Bagé, RS, 5 de março de 1929 — Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004), conhecido como Glauco Rodrigues, foi um pintor, desenhista, gravador, ilustrador e cenógrafo brasileiro. É considerado um dos maiores pintores da arte brasileira contemporânea.

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Glauco do Brasil - Zeca Brito

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O Universo Gráfico de Glauco

Glauco Rodrigues

"Gravura Brasileira" - Glauco e outros

Biografia Itaú Cultural

Começa a pintar, como autodidata, em 1945. Em 1949, recebe bolsa de estudos da Prefeitura de Bagé e freqüenta, por três meses, a Escola Nacional de Belas Artes (Enba), no Rio de Janeiro. Em 1951, funda o Clube de Gravura de Bagé, com Glênio Bianchetti (1928) e Danúbio Gonçalves (1925). Fixa-se em Porto Alegre e participa do Clube de Gravura de Porto Alegre, fundado por Carlos Scliar (1920 - 2001) e Vasco Prado (1914 - 1998). Em 1958, muda-se para o Rio de Janeiro e integra a primeira equipe da revista Senhor. Reside em Roma entre 1962 e 1965. Ao retornar ao Brasil, participa de importantes exposições, como Opinião 66, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ. No fim da década de 1950, sua produção se aproxima da abstração. Volta à figuração no início dos anos 1960, e produz obras sob o impacto da arte pop, tratando, com humor, de temas nacionais como a imagem do índio, o carnaval, o futebol, a natureza tropical e a história do Brasil, que inspiram séries como Terra Brasilis, 1970, Carta de Pero Vaz de Caminha, 1971, No País do Carnaval, 1982 ou Sete Vícios Capitais, 1985. Na década de 1980, recebe o Prêmio Golfinho de Ouro Artes Plásticas do Governo do Estado do Rio de Janeiro e publica o livro Glauco Rodrigues, que reúne toda sua obra. Em 1999, recebe o Prêmio Ministério da Cultura Candido Portinari - Artes Plásticas.

Análise

Glauco Rodrigues inicia-se em pintura em 1945, como autodidata. Em 1949, tem aulas com o pintor José Moraes (1921 - 2003), que instala um ateliê coletivo nas proximidades de Bagé, Rio Grande do Sul. Nesse ano, recebe bolsa de estudo da Prefeitura de Bagé e freqüenta por três meses a Escola Nacional de Belas Artes - Enba, no Rio de Janeiro. Com os artistas Glênio Bianchetti (1928) e Danúbio Gonçalves (1925), cria o Clube de Gravura de Bagé, em 1951. Três anos depois, integra o Clube de Gravura de Porto Alegre. No período em que freqüenta essas associações de gravadores, seus trabalhos são voltados para a representação do homem do campo e para os tipos e costumes regionais. Muda-se para o Rio de Janeiro em 1959, quando, como ilustrador, faz parte da primeira equipe da revista Senhor. Reside em Roma entre 1962 e 1965. Ao retornar ao Brasil, participa de importantes exposições, como Opinião 66, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ.

Desde o fim da década de 1950 e no período em que reside na Itália, sua produção se aproxima da abstração, como em Paisagem de Porto Alegre, 1957, ou assume caráter declaradamente abstrato, como ocorre na série de aquarelas realizadas em Roma. Volta à figuração no início dos anos 1960 e produz obras sob o impacto da arte pop, como O Mito, 1964/1965 e Pão de Açúcar, 1968 ou a série Carta de Pero Vaz Caminha, 1971, na qual o descobrimento do Brasil é narrado como história em quadrinhos. A partir dos anos 1970, passa a incorporar em seus trabalhos personagens históricos, juntamente com figuras contemporâneas. Utiliza freqüentemente citações de quadros consagrados, como a figura do O Derrubador Brasileiro, 1879, de Almeida Júnior (1850 - 1899), presente em Abrasileirar-Se, 1986 e Paz na Tarde, 1989, ou Primeira Missa no Brasil, 1860, de Victor Meirelles (1832 - 1903), retomada em obra de mesmo nome, datada de 1980. Na tela A Ira, 1985 estão presentes as figuras do afresco Expulsão do Paraíso, do pintor renascentista Masaccio (1401 - 1428).

Em seus quadros nota-se um processo de carnavalização crítica da cultura visual brasileira: é constante a presença do índio, do carnaval, do futebol e da natureza tropical, como em De Natureza Tão Sutil, 1970 ou Abaporu, 1981, além das imagens apropriadas de artistas significativos do século XIX. Alguns críticos destacam o caráter hiper-realista de seus quadros, como em A Juventude, 1970. Revela em várias obras o interesse pela paisagem brasileira, como ocorre em Icatu-Água Boa, 1975.

Segundo o crítico Roberto Pontual, a obra de Glauco Rodrigues mostra um caráter de "tropicalismo crítico", questionando o contexto social e político brasileiro por meio de personagens identificáveis do passado histórico e empregando uma leve ironia. Ele parte de fontes fotográficas, postais ou reproduções, considerando a fotografia como fixadora de fatos e reunindo na superfície da tela signos de uma realidade que se apresenta como inegavelmente brasileira: o samba ou o índio, por exemplo. Em suas telas utiliza constantemente o verde e o amarelo e a própria bandeira do Brasil. Na opinião do crítico, o humor e a festa são táticas pelas quais o artista questiona uma série de clichês associados à imagem do país.

Críticas

"O espírito crítico começa a emergir a partir de 1969, nos primeiros quadros da série Terra Brasilis, quando o entusiasmo tropicalista e a plena compreensão da antropofagia de Oswald de Andrade o levam a elaborar montagens fotográfico-realistas com a iconografia urbana física da brasilidade; aproveita o espírito anárquico-construtivo de nossas raízes e influências para revelar uma característica oculta de ordem e decodificação que passa a refletir a realidade de uma história inédita, onde o fato consumado, marcado no tempo e no espaço, é permeado pela permanente renovação em movimento. Tal processo aperfeiçoa-se na série seguinte, O Descobrimento do Brasil, em que a narrativa se estrutura por meio da soma de detalhes ícono-históricos que, intactamente retirados das fontes mais diversas, são redimensionados sob aspecto crítico na busca do inconsciente coletivo brasileiro, num trabalho de síntese e justificação de tempo passado e atual. Atualizando as imagens clássicas da pintura brasileira, pela inserção das imagens triviais e cotidianas colhidas na urbanidade, recria a fábula de nosso destino com ancestralidade e humor. Sua experiência como ilustrador, diagramador e gráfico serviu para influenciar a fase mais recente de seu trabalho, quando passou do abstracionismo para a conquista da imagem real transfigurada, dando vida nova ao documento estático, com máxima fidelidade ao clima espêntico de tempo e espaço com grande poder de síntese e simplicidade de linguagem. Um trabalho conceitual e crítico, próprio de um criador contemporâneo ".

Samyra B. Serpa Crespo e outros (LOUZADA, Júlio. Artes plásticas Brasil 1985: seu mercado, seus leilões. são Paulo: J. Louzada, 1984.)

"Regionalista e realista quando integrava o Clube de Gravura, em 1950, informal em seu período europeu (anos 60), Glauco Rodrigues realiza, a partir dos anos 70, uma pintura voltada para temas brasileiros, adotando recursos oriundos da pop e do hiper-realismo, mas encarando nossa cultura pelo prisma alegórico ou da carnavalização. Como ele mesmo confessa: 'Eu diria que sou uma espécie de escola de samba. O meu enredo em 1970 foi Terra Brasilis; em 1971, Carta de Pero Vaz de Caminha; em 1972, Os Olhos do Senhor Estão em Todo Lugar, Contemplando os Maus e os Bons; em 1973, Adivinhações; em 1974, Accuratisima Brasiliae Tabula; em 1975, Pau-Brasil; em 1976, Tradições Gaúchas; e Visão da Terra em 1977'. Nos quadros mais recentes, entre os quais Le But de la Peinture, de 1985, Glauco Rodrigues refaz seu próprio desfile, reafirmando e aprofundando as características básicas de seu trabalho, acentuando, porém, o virtuosismo técnico e a carga erótica dos temas, da cor e do próprio ato de pintar - áreas inteiras de cor pura convivem com manchas e toques vibráteis do pincel".

Frederico Morais (Da coleção: os caminhos da arte brasileira. São Paulo: Júlio Bogoricin, 1986)

"A volta de Glauco ao figurativo coincidiu com a sua volta ao Brasil e a sua maneira de reencontrar o figurativo e o Brasil de logo depois de 1964 - aquele paraíso atônito - foi usar a metáfora. O fato anedótico transformado pela inteligência e acuidade crítica, o fato anedótico e o fato pictórico finalmente conciliados num objetivo comum, a imagem usada ao mesmo tempo para deleitar os olhos e como comentário e sugestão. Ao mesmo tempo impacto e reflexão, realismo e delírio. A metáfora foi um pouco imposta pelas restrições da época, em que você precisava cuidar como dizia as coisas. Mas era também o olho de Bagé posto sobre os descaminhos da república.

(...)

Glauco pintou a ebulição e o medo. Em exposições sucessivas a partir desta época criou uma espécie de grande desfile, no qual o Brasil se via em alegorias coloridas, como numa passarela.

Numa época em que se podia escrever pouco sobre a insensatez dominante, Glauco a botou nos seus quadros. A justaposição de elementos contrastantes, todos minuciosamente reproduzidos, para efeitos irônicos ou dramáticos. A nossa vocação autofágica reafirmada e ao mesmo tempo satirizada com citações de quadros antigos e a evocação de toda uma memória gráfica nacional ".

Luis Fernando Verissimo (RODRIGUES, Glauco. Glauco Rodrigues. Rio de Janeiro: Salamandra, 1989. p. 31-35.)

"Há quarenta anos a obra de Glauco Rodrigues tem por substância e objetivo uma determinada visão de seu próprio país: o Brasil. Isto corresponde à totalidade atual de seu tempo de trabalho, desde o desenho e a gravura de cunho realista com que iniciou caminho nos campos gaúchos até as sucessivas séries de pinturas produzidas após a fixação no Rio de Janeiro. No percurso, consta-se apenas um momento de exceção à regra: foi justamente quando, vivendo em Roma entre 1962 e 1965, ele fez uso de abstração informal para compor analogias e naturezas-mortas, de nostálgico ardor cromático. Mas com o retorno à terra natal e sob o influxo da pop art afluente, nosso artista logo pôs em marcha um sistema todo seu de linguagem, o qual, ainda agora praticado, merece a etiqueta de 'tropicalismo crítico'.

Interessa-lhe primordialmente poder rearrumar a história pátria a partir dos ingredientes em que borbulha no caldeirão já meio-milenar da nação. Vê-se nesse fio particular de acontecimentos uma matriz de verdades e mentiras, de encontros e desvios, de esperanças e frustrações, cuja trama seu pincel-bisturi se dispõe a investigar. A operação, no entanto, nada tem da linearidade facciosa de um discurso que quisesse provar a todo custo como isto ou aquilo teria se passado. Ela é muito mais questionamento que afirmação. E questionamento pela ironia, a farsa, a derrisão: ópera bufa da existência nacional, composta com a memória do nu e do vestido, do cru e do cozido, da tribo e da metrópole. Pedaços do Brasil antropofagicamente redevorados para armar um mapa novo, coerente e completo. Ali, subconsciente e atualidade, unidos enfim por elo lógico, prefiguram um país sem complexos e sem máscaras, pronto a conduzir seu futuro.

A unidade do sistema com que Glauco Rodrigues opera é o clichê, essa imagem da imagem através da qual a visão das coisas se sedimenta e se torna inamovível no fluxo do tempo. Cada quadro seu funciona como um palco ocupado por cenários e personagens vindos de outras paragens e situações, facilmente reconhecíveis. Partindo de uma base fotográfica (pois que é a fotografia senão um fixador de fatos?), ele reagrupa na superfície pintada, por apropriação de herança, os sinais imediatos de uma realidade que se apresenta como desmesuradamente, irrecusavelmente 'brasileira': o sol e o samba, o índio e o banhista de Copacabana, a Eva branca e o malandro negro, o drama e a magia, a evasão e a repressão, a miséria e a exuberância - excessos barrocos do como nos vemos e do como somos vistos. Numa pintura recente, cujo título ecoa versos de uma canção popular (Não existe pecado do lado de baixo do Equador), todos esses clichês se reúnem em apoteose. O Brasil parece mostrar-se ali inteiro, mais autêntico do que nunca. Cuidado, porém: tanta efusão da raça não passa de véu, fachada, fantasia a desvestir quando termina o carnaval. É então que o artista se imiscui, entre o fogo e a cinza ".

Roberto Pontual (RODRIGUES, Glauco. Un opera nomme Bresil. Paris: Galerie Etienne Dinet, 1990.)

Depoimentos

"Em 1945, quando não havia ainda terminado a Segunda Guerra Mundial, eu, Glênio Bianchetti e outros mais formamos um grupo em Bagé, no Rio Grande do Sul. [...] Em 1949, eu fui ao Rio de Janeiro. Jovem, estava marcado por esse destino de quase todos os artistas brasileiros, ou seja, o de ser autodidata, e sofrendo centenas de influências, razão por que, um ano após, eu me encontrei num beco sem saída, influenciado demasiadamente pela Escola de Paris e, principalmente, por Picasso. Minha pintura ficou então num ponto que me pôs praticamente sem perspectivas. Nessa época, eu fazia uma espécie de ponte aérea entre Bagé e Rio de Janeiro. Em uma das idas a minha cidade natal, tive a idéia de realizar uma coisa que eu ainda não havia feito em minha vida de pintor: um aprendizado clássico. Um estudo profundo do desenho, da forma, da composição, procurando desenhar anatomia e planejamento à maneira de Leonardo da Vinci. Acontece que, nesse momento, em Bagé, estavam Glênio Bianchetti, que havia andado por Porto Alegre, e Danúbio Gonçalves, que havia chegado da Europa. Encontramo-nos e todos estávamos, mais ou menos, no mesmo impasse. Logo depois regressou Carlos Scliar, que havia participado daquele conflito universal, o qual retornara ao Brasil com a mesma intenção de fazer esse aprendizado, uma vez que do estudo clássico o havia afastado o modernismo. Daí, ter surgido o célebre Clube de Gravura de Porto Alegre, onde começamos a desenhar. [... Nosso] aprendizado foi levado muito a sério, tanto assim que trabalhávamos com modelo vivo, e constituiu uma saída para aquele empecilho, ao qual me levara a Escola de Paris, permitindo que eu voltasse à pintura clássica, a uma clara e nítida figuração. Aliás, trabalhando juntos, nesse aprendizado, havia entre todos uma recíproca posição de professor, pois cada um era mestre de cada um de nós, haja vista as críticas que fazíamos aos trabalhos realizados. Nessa mesma época, nasceu o nosso interesse pelos costumes, tradições e paisagens do Rio Grande do Sul, dando origem a uma arte que não era bem um realismo social, por isso que mais se caracterizava por um realismo regional ".

Glauco Rodrigues a Hugo Auler (Um dos caminhos de uma arte brasileira? Correio Brasiliense, Brasília, 7 de set. 1977)

"O que se fazia no Brasil em 50 era uma arte com toda uma influência da Escola de Paris e o nosso grupo achava que tínhamos que fazer arte brasileira e fomos ao detalhe da coisa, retratando nossos costumes. Aquela era uma posição nossa. Éramos um grupo aqui do Rio Grande do Sul e nossa posição foi muito contestada. [...]

Tínhamos como projeto o trabalho interligado e a crítica mutuamente exercida, de maneira a pôr em prática a nossa consciência de que só documentando o real, com a mais exigente fidelidade, estaríamos cumprindo com o dever de todo artista, que é o de servir. De Porto Alegre, partíamos para o interior, nessa busca do específico gaúcho. Quanto mais particular, mais universal, quanto mais gaúcho, mais brasileiro. Entre 1950 e 1954, a aventura desdobrou-se intensamente. Desenho e gravura serviam a um objetivo imediato, concreto. [...]

Primeiro o trabalho tem que ser bom e depois na medida em que é brasileiro é universal. Por sermos brasileiros estamos inseridos num mundo ocidental e temos influências da pintura européia. O que não pode ser feito é copiar. Temos que digerir essas influências e além do mais tem uma série de informações de que não podemos nos isolar. Eu sigo o meu faro, não faço concessões".

Glauco Rodrigues (LOPEZ, Maria Beatriz. Glauco Rodrigues sempre perto da temática gaúcha. Zero Hora, Porto Alegre, 13 de set. 1977)

"Eu diria que sou uma espécie de escola de samba. O meu enredo em 1970 foi Terra Brasilis; em 1971, Carta de Pero Vaz de Caminha; em 1972, Os olhos do Senhor estão em todo o lugar contemplando os Maus e os Bons; em 1973, Adivinhações; em 1974, Acuratissima Brasiliae Tabula; em 1975, Pau Brasil; em 1976, Tradições Gaúchas e, em 1977, Visão da Terra: a Lenda do Caotipurú. O quadro precursor de todos esses enredos é De Natureza tão Sutil, pintado em 1970, onde aparece a porta-bandeira Neide e o mestre-sala Delegado, como arara, arco-íris, bananas etc.

Como toda escola de samba, eu obedeço ao regulamento: minhas cores são o verde-amarelo-azul e branco, sendo permitido o dourado, o prateado e as cores de pele".

Glauco Rodrigues (Apoteose Tropical: desfile-exposição com pinturas de Glauco Rodrigues. Rio de Janeiro: Fundação Casa-França Brasil, 1991.)

Exposições Individuais

1961 - Rio de Janeiro RJ - Glauco Rodrigues: pintura, na Petite Galerie

1962 - Munique (Alemanha) - Glauco Rodrigues: aquarela, no Consulado Geral do Brasil em Munique

1962 - São Paulo SP - Glauco Rodrigues: desenho, na Petite Galerie

1963 - Frankfurt (Alemanha) - Glauco Rodrigues: aquarela, na Casa da Cultura de Frankfurt

1963 - Roma (Itália) - Glauco Rodrigues: pintura, na Galeria d'Arte della Casa do Brasil

1963 - Stuttgart (Alemanha) - Glauco Rodrigues: aquarela, na Galeria Maercklin

1964 - Rio de Janeiro RJ - Têmperas Vinílicas e Aquarelas de Roma entre 1962/64, na Petite Galerie

1965 - Rio de Janeiro RJ - Glauco Rodrigues: pintura, na Petite Galerie

1965 - Roma (Itália) - 50 Disegni dal 1960 a 1963, na Galeria Bianco e Nero

1966 - Porto Alegre RS - Glauco Rodrigues: pintura, desenho e serigrafia, na Galeria Leopoldina

1966 - Rio de Janeiro - Glauco Rodrigues: pintura, aquarela, desenho e objetos, na Galeria Relevo

1967 - Rio de Janeiro RJ - Desenhos para os Letreiros do Filme Garota de Ipanema, na Galeria Santa Rosa

1968 - Porto Alegre RS - Glauco Rodrigues: pintura e desenho, na Galeria Leopoldina

1969 - Rio de Janeiro RJ - Cenas de Praia, na Petite Galerie

1970 - Rio de Janeiro RJ - Terra Brasilis: pintura, na Galeria Bonino

1971 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Iramar Gallery

1971 - São Paulo SP - Carta de Pero Vaz Caminha sobre o descobrimento da Terra Nova que fez Pedro Álvares Cabral a El Rey Nosso Senhor: seqüência de 26 pinturas, na Galeria de Arte Portal

1973 - Brasília DF - Adivinhações: pintura, na Oscar Seraphico Galeria de Arte

1973 - Rio de Janeiro RJ - Glauco Rodrigues 1964/1973: pinturas nas Coleções Particulares, no Centro Cultural Lume

1973 - Rio de Janeiro RJ - Provérbios: Os Olhos do Senhor Estão em Todo Lugar, Contemplando os Bons e os Maus, na Galeria Luiz Buarque de Hollanda e Paulo Bittencourt

1974 - São Paulo SP - Acuratíssima Brasiliae Tabula, na Galeria de Arte Ipanema

1975 - Rio de Janeiro RJ - Pau Brasil, na Galeria de Arte Ipanema

1977 - Porto Alegre RS - Tradições Gaúchas: pinturas e serigrafias, no IAB/RS

1977 - Rio de Janeiro RJ - A Lenda do Coati-Puru, na Galeria de Arte Ipanema

1977 - São Paulo SP - Glauco Rodrigues: aquarela do Brasil, na Galeria de Arte Ipanema

1979 - Rio de Janeiro RJ - Guia Turístico e Histórico do Rio de Janeiro no Tempo dos Vice-Reis: homenagem a Leandro Joaquim, na Galeria de Arte Ipanema

1980 - Bagé RS - Glauco Rodrigues: litografias, no Museu da Gravura Brasileira

1981 - Brasília DF - Glauco Rodrigues: paisagens imaginárias brasileiras, na Oscar Seraphico Galeria de Arte

1981 - Porto Alegre RS - Lembranças, na Cambona Centro de Artes

1981 - Rio de Janeiro RJ - Glauco Rodrigues no País do Carnaval: homenagem a Tarsila, na Galeria de Arte da Gávea

1983 - Porto Alegre RS - Glauco Rodrigues de 1952 a 1983, na Masson Galeria de Arte

1985 - Rio de Janeiro RJ - Glauco Rodrigues: os 7 vícios capitais, na Galeria Estampa

1986 - São Paulo SP - Individual, na Escritório de Arte São Paulo

1987 - Rio de Janeiro RJ - Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, na GB Arte

1988 - Rio de Janeiro RJ - Glauco Rodrigues: aquarelas, na GB Arte

1989 - Porto Alegre RS - Glauco Rodrigues: obras gráficas, no Espaço Cultural BFB

1989 - Porto Alegre RS - Glauco Rodrigues: paisagens gaúchas imaginárias, na Galeria de Arte Mosaico

1989 - São Paulo SP - Individual, na Escritório de Arte São Paulo

1989 - São Paulo SP - Individual, na Paulo Prado Galeria de Arte

1990 - Paris (França) - Un Opera Nomme Bresil, na Galerie Étienne Dinet

1990 - São Paulo SP - Glauco Rodrigues: pinturas e aquarelas, no Escritório de Arte São Paulo

1991 - Rio de Janeiro RJ - Apoteose Tropical, na Fundação Casa França-Brasil

1995 - Barra Mansa RJ - Individual, no Centro Universitário de Barra Mansa

1999 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria de Arte Mosaico

Exposições Coletivas

1948 - Porto Alegre RS - Os Novos de Bagé, no Jornal Correio do Povo

1949 - Rio de Janeiro RJ - 55º Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna, no MNBA - menção honrosa

1950 - Rio de Janeiro RJ - 56º Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna, no MNBA - medalha de bronze

1951 - Rio de Janeiro RJ - 57º Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna, no MNBA - medalha de prata

1952 - Porto Alegre RS - Clube da Gravura de Porto Alegre

1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ

1953 - Rio de Janeiro RJ - 2º Salão Nacional de Arte Moderna, no MNBA

1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais

1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco, no Palácio da Cultura

1956 - São Paulo SP - Contribuição ao Realismo, no MAM/SP

1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho

1960 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ - prêmio viagem ao país

1961 - Paris (França) - 2ª Bienal dos Jovens

1961 - Rio de Janeiro RJ - 1ª O Rosto e a Obra, na Galeria do Ibeu Copacabana

1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho

1961 - São Paulo SP - Coletiva, na Petite Galerie

1962 - Kassel (Alemanha) - Brasilianische Kunstler der Gegenwart, na Kasseler Kunstverein

1962 - Spoleto (Itália) - Gravuras e Desenhos Brasileiros

1962 - Washington (Estados Unidos) - Spotlight in Brazil, na OEA

1963 - Spoleto (Itália) - Arte del Sud America

1964 - Veneza (Itália) - 32ª Bienal de Veneza

1966 - Houston (Estados Unidos) - Coletiva, na Kiko Gallery

1966 - Rio de Janeiro RJ - Auto-Retratos, na Galeria do Ibeu Copacabana

1966 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 66, no MAM/RJ

1966 - Rio de Janeiro RJ - Supermercado 66, na Galeria Relevo

1967 - Petrópolis RJ - 1º Salão Nacional de Pintura Jovem, no Hotel Quitandinha

1967 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, na Petite Galerie

1967 - Rio de Janeiro RJ - Nova Objetividade Brasileira, no MAM/RJ

1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - prêmio aquisição

1968 - Belo Horizonte MG - Serigrafias, na UFMG. Faculdade de Letras

1968 - Cáli (Colômbia) - 1º Salão Austral y Colombiano de Pintura - menção honrosa

1968 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Feira de Arte do Rio de Janeiro, no MAM/RJ

1968 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, na Galeria de Arte do Copacabana Palace

1968 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, na Galeria Santa Rosa

1968 - Rio de Janeiro RJ - O Artista Brasileiro e a Iconografia de Massa, na Esdi

1968 - São Paulo SP - Coletiva, na Galeria Cosme Velho

1968 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Feira de Arte do Rio de Janeiro, no MAM/RJ

1969 - São Paulo SP - Coletiva, na Galeria Cosme Velho

1969 - São Paulo SP - Coletiva, no Paço das Artes

1970 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, na Galeria Espaço

1971 - Nova York (Estados Unidos) - Coletiva, na Iramar Gallery

1971 - Rio de Janeiro RJ - 50 Anos de Arte Moderna Brasileira, no MAM/RJ

1971 - Rio de Janeiro RJ - 9º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ

1972 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Mostra de Serigrafia, no MNBA

1972 - Rio de Janeiro RJ - 50 Anos de Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria do Ibeu Copacabana

1972 - Rio de Janeiro RJ - Exposição, no MAM/RJ

1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio

1973 - Bagé RS - Quatro de Bagé, na Fundação Attila Taborda

1973 - Belo Horizonte MG - Coletiva, na Escola Theodor Herzl

1973 - Rio de Janeiro RJ - Alguns Aspectos do Desenho Brasileiro, na Galeria Ibeu Copacabana

1973 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Eneida, na Galeria Chica da Silva

1974 - Rio de Janeiro RJ - Renouveau de la Figuration, na Galeria Maison de France

1976 - Bagé RS - 2º Encontro de Artistas Plásticos, no Museu Dom Diogo de Souza

1976 - Porto Alegre RS - Por uma Arte Brasileira: Grupo de Bagé, na UFRGS. Instituto de Artes

1976 - Porto Alegre RS - Tradições Gaúchas, na UFRGS. Instituto de Artes. Pinacoteca Barão de Santo Ângelo

1976 - Salvador BA - Arte Brasileira dos Anos 60/70 na Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/BA

1976 - São Paulo SP - Artistas do Rio, na Azulão Galeria

1977 - Belo Horizonte MG - 5º Salão Global de Inverno, na Fundação Palácio das Artes

1977 - Brasília DF - 5º Salão Global de Inverno

1977 - Brasília DF - Arte Brasileira dos Anos 60/70 na Coleção Gilberto Chateaubriand, na Fundação Cultural do Distrito Federal

1977 - Recife PE - Arte Brasileira dos Anos 60/70 na Coleção Gilberto Chateaubriand, no Casarão de João Alfredo

1977 - Rio de Janeiro RJ - 2ª Arte Agora: visão da terra, no MAM/RJ

1977 - Rio de Janeiro RJ - 5º Salão Global de Inverno, no MNBA

1977 - São Paulo SP - 5º Salão Global de Inverno, no Masp

1978 - Curitiba PR - 1ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, no Centro de Criatividade

1978 - São Paulo SP - 1ª Bienal Latino-Americana de São Paulo, na Fundação Bienal

1978 - São Paulo SP - O Objeto na Arte: Brasil anos 60, no MAB/Faap

1979 - Curitiba PR - 1ª Mostra de Desenho Brasileiro, na Sala de Exposições do Teatro Guaíra

1981 - Cidade do Panamá (Panamá) - 8 Expresiones Artísticas, no Centro de Convenções Atlapa. Teatro Anayansi

1981 - Rio de Janeiro RJ - Do Moderno ao Contemporâneo: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ

1981 - Rio de Janeiro RJ - Universo do Carnaval: imagens e reflexões, na Acervo Galeria de Arte

1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

1982 - Lisboa (Portugal) - Do Moderno ao Contemporâneo: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery

1982 - Rio de Janeiro RJ - Que Casa é essa da Arte Brasileira

1983 - Porto Alegre RS - Arte Livro Gaúcho: 1950/1983, no Margs

1983 - Porto Alegre RS - Do Passado ao Presente: as artes plásticas no Rio Grande do Sul, no Cambona Centro de Artes

1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ

1983 - Rio de Janeiro RJ - Auto-Retratos Brasileiros, na Galeria de Arte Banerj

1983 - São Paulo SP - 14º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1984 - Londres (Inglaterra) - Portrait of Country: brazilian modern art from the Gilberto Chateaubriand collection, no Barbican Art Gallery

1984 - Rio de Janeiro RJ - Doações Recentes 82-84, no MNBA

1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP

1985 - Brasília DF - Brasilidade e Independência, no Teatro Nacional Cláudio Santoro

1985 - Porto Alegre RS - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Margs

1985 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ

1985 - Rio de Janeiro RJ - Retrato do Colecionador na sua Coleção, na Galeria de Arte Banerj

1986 - Brasília DF - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Teatro Nacional Cláudio Santoro

1986 - Rio de Janeiro RJ - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no MAM/RJ

1986 - São Paulo SP - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Masp

1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand , no MAM/RJ

1987 - Rio de Janeiro RJ - Rio de Janeiro, Fevereiro e Março: do modernismo à geração 80, na Galeria de Arte Banerj

1988 - Novo Hamburgo RS - Carlos Scliar, Glauco Pinto de Moraes e Glauco Rodrigues, na Galeria Contemporânea

1988 - Rio de Janeiro RJ - 88 x 68: um balanço dos anos

1988 - Rio de Janeiro RJ - Le Déjeuner sur l'Art: Manet no Brasil, na EAV/Parque Lage

1988 - Salvador BA - Os Ilustradores de Jorge Amado, na Fundação Casa de Jorge Amado

1989 - Juiz de Fora MG - Cada Cabeça uma Sentença, no Museu Mariano Procópio

1989 - Ouro Preto MG - Ideologia Inconfidente em Processo, no Museu da Inconfidência

1989 - Rio de Janeiro RJ - Gravura Brasileira: 4 temas, na EAV/Parque Lage

1989 - Rio de Janeiro RJ - Ontem, Hoje, Amanhã, na Galeria do Centro Empresarial Rio

1989 - São Paulo SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1990 - Goiânia GO - 20 Anos do Museu de Arte de Goiânia, no Museu de Arte

1991 - São Paulo SP - A Mata, no MAC/USP

1991 - São Paulo SP - Homem e Natureza, no MAC/USP

1992 - Rio de Janeiro RJ - 1ª A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial

1992 - Rio de Janeiro RJ - Gravura de Arte no Brasil: proposta para um mapeamento, no CCBB

1992 - São Paulo SP - Anos 60/70: Coleção Gilberto Chateubriand/Museu de Arte Moderna-RJ, no Galeria de Arte do Sesi

1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, na Kunsthaus Zürich

1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA

1993 - Rio de Janeiro RJ - O Papel do Rio, no Paço Imperial

1993 - Rio de Janeiro RJ - Paixão do Olhar, no MAM/RJ

1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi

1994 - Lisboa (Portugal) - Além da Taprobana: a figura humana nas artes plásticas dos países de língua portuguesa, na Sociedade Nacional de Belas Artes

1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ

1994 - Rio de Janeiro RJ - Trincheiras: arte e política no Brasil, no MAM/RJ

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal

1994 - São Paulo SP - Poética da Resistência: aspectos da gravura brasileira, na Galeria de Arte do Sesi

1995 - Brasília DF - Coleções de Brasília, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty

1995 - Rio de Janeiro RJ - Além de Taprobana: a figura humana nas artes plásticas dos países de língua portuguesa, no MAM/RJ

1996 - Bagé RS - Grupo de Bagé: retrospectiva de gravura, no Museu da Gravura Brasileira

1996 - Belo Horizonte MG - Impressões Itinerantes, no Palácio das Artes

1996 - Porto Alegre RS - Grupo de Bagé no Acervo do Margs, no Margs

1996 - Porto Alegre RS - Grupo de Bagé no Clube de Gravura, na Galeria da Caixa Econômica Federal

1996 - Porto Alegre RS - Grupo de Bagé: gravura e atualidade, no Centro Municipal de Cultura

1996 - Porto Alegre RS - Grupo de Bagé: pintura e atualidade, na Galeria de Arte Mosaico

1996 - São Paulo SP - Ex Libris/Home Page, no Paço das Artes

1997 - Brasília DF - Grupo de Bagé no Clube de Gravura: década de 50, na Galeria da Caixa Econômica Federal

1997 - Curitiba PR - Grupo de Bagé no Clube de Gravura: década de 50, na Galeria da Caixa Econômica Federal

1997 - Rio de Janeiro RJ - Grupo de Bagé no Clube de Gravura: década de 50, na Galeria da Caixa Econômica Federal

1997 - Rio de Janeiro RJ - Poemas Visitados, no Espaço Cultural dos Correios

1997 - São Paulo SP - Grupo de Bagé no Clube de Gravura: década de 50, na Galeria da Caixa Econômica Federal

1998 - Rio de Janeiro RJ - A Imagem do Som de Caetano Veloso, no Paço Imperial

1998 - São Paulo SP - Fronteiras, no Itaú Cultural

1998 - São Paulo SP - Impressões: a arte da gravura brasileira, no Espaço Cultural Banespa-Paulista

1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp

1999 - Porto Alegre RS - Garagem de Arte: mostra inaugural, na Garagem de Arte

1999 - Rio de Janeiro RJ - Cotidiano/Arte. O Objeto Anos 60/90, no MAM/RJ

1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA

1999 - São Paulo SP - Cotidiano/Arte. O Consumo, no Itaú Cultural

1999 - São Paulo SP - Cotidiano/Arte. Objeto Anos 60/90, no Itaú Cultural

2000 - Brasília DF - Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, no Conjunto Cultural da Caixa

2000 - Rio de Janeiro RJ - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Carta de Pero Vaz de Caminha, no Museu Histórico Nacional

2000 - São Paulo SP - Almeida Júnior: um artista revisitado, na Pinacoteca do Estado

2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Negro de Corpo e Alma, na Fundação Bienal

2000 - São Paulo SP - Investigações: A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural

2001 - Brasília DF - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural

2001 - Penápolis SP - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural

2001 - Rio de Janeiro RJ - Trilhando a Gravura, no Museu da Chácara do Céu

2002 - Niterói RJ - Acervo em Papel, no MAC/Niterói

2002 - Porto Alegre RS - Desenhos, Gravuras, Esculturas e Aquarelas, na Garagem de Arte

2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial

2002 - Rio de Janeiro RJ - Identidades: o retrato brasileiro na Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ

2003 - Rio de Janeiro RJ - Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa

2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural

2004 - Rio de Janeiro RJ - Novas Aquisições 2003: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ

Fonte: GLAUCO Rodrigues. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 21 de Abr. 2017. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Biografia Wikipédia

É considerado um dos maiores pintores da arte brasileira contemporânea. Começou a pintar em 1945, e expôs pela primeira vez em 1948, na mostra que ficou conhecida como os Os Novos de Bagé, nome dado pela imprensa de Porto Alegre, onde frequentava a Escola de Belas-Artes. Logo depois transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde estudou na Escola Nacional de Belas Artes. Voltando a Porto Alegre, criou o Clube da Gravura de Porto Alegre e o Clube da Gravura de Bagé, em 1950, juntamente com Carlos Scliar, Glênio Bianchetti, Danúbio Gonçalves e Vasco Prado. De volta ao Rio no final da década, iniciou-se na carreira de ilustrador.

Em 1960, participou do IX Salão Nacional de Arte Moderna, quando obteve o prêmio de viagem ao exterior. Participou da Bienal de Paris em 1961 e, no ano seguinte, viajou para Roma, onde permaneceu até 1965. Realizou exposições individuais em Munique, Stuttgart e Frankfurt. Em Roma, em 1963, expôs na Galeria d'Arte della Casa do Brasil e, em 1964, participou da XXXII Bienal de Veneza. Em 1967 foi premiado na IX Bienal Internacional de Arte de São Paulo.

Obra

Em 1980, pintou o quadro A Primeira Missa no Brasil, uma espécie de releitura da obra de Vitor Meireles, oferecido pelo governo brasileiro ao Papa João Paulo II. Em 1985 realizou aquarelas de paisagens gaúchas para a abertura e as vinhetas da minissérie O tempo e o vento, da Rede Globo, obras estas que se encontram atualmente no MARGS, em Porto Alegre.

É o autor do painel em mosaico na entrada da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, uma obra gigantesca, toda construída em pastilhas, e encomendada para celebrar o centenário da entidade, no ano de 2000. A obra destaca as figuras de Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e também de Louis Pasteur, exibindo ainda as expedições científicas na Amazônia. Outro painel realizado por ele se encontra na estação de passageiros do Aeroporto Internacional de Salvador, na Bahia, e que retrata os costumes e manifestações folclóricas baianas.

Glauco Rodrigues também foi o criador da capa do livro Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, e do cartaz do filme Garota de Ipanema, de Leon Hirzman.

Livros

Glauco Rodrigues, Editora Salamandra, 1989. Livro que registra a obra de Glauco Rodrigues até então. Com textos de Luis Fernando Verissimo.

O Arteiro e O Tempo, Editora Berlendis e Vertechia, 1994. Livro também escrito em parceira com Luis Fernando Verissimo.

Prêmios

1987 - Prêmio Golfinho de Ouro Artes Plásticas do Governo do Estado do Rio de Janeiro

1999 - Prêmio Ministério da Cultura Cândido Portinari - Artes Plásticas

Morte

Glauco Rodrigues morreu vítima de uma parada respiratória, aos 75 anos, no Rio de Janeiro. Está enterrado no Cemitério São João Batista, em Botafogo.

Documentário

Em 2015 foi lançado um documentário sobre o artista, com o título Glauco do Brasil, sob direção de Zeca Brito e duração de 90 minutos.

O filme retrata a vida e a obra do artista,sendo mostrado o início de sua carreira, abordando a fundação do Clube da Gravura de Bagé, sua cidade natal, e de Porto Alegre, junto com outros artistas plásticos e pintores, como Carlos Scliar, Danúbio Gonçalves, Vasco Prado e Glênio Bianchetti. A trajetória de Glauco Rodrigues é retratada através de uma série de entrevistas, imagens de arquivo e de depoimentos de críticos e amigos.

Fonte: Wikipédia, consultado em 12 de março de 2020.

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Clube de Gravura de Porto Alegre

A fundação do Clube de Gravura de Porto Alegre em 1950 dá-se no interior de um movimento de renovação das artes no Estado do Rio Grande do Sul que remonta aos anos de 1930, à criação da Associação Antonio Francisco Lisboa (1938) - que se opõe ao Instituto de Belas Artes - e à intensa atuação da Editora Globo, que, com a Livraria e a revista Globo, tem papel decisivo no incremento das artes visuais e da literatura na região, auxiliando na divulgação das conquistas estéticas do modernismo de 1922. Carlos Scliar (1920-2001), um dos principais membros do Clube de Gravura, atua, desde 1940, como importante intermediário entre os artistas de São Paulo e do sul do país. Membro da Família Artística Paulista - FAP, ele é responsável por levar ao Rio Grande do Sul um grupo de artistas e pintores no período, com vistas a incentivar a modernização artística local. A ânsia de atualização técnica e formal combina-se ao entusiasmo pelo realismo social e pelo engajamento das artes na criação dos Clubes de Gravura de Porto Alegre e de Bagé (1951). Vasco Prado (1914-1998), parceiro de Scliar na formação do grupo da capital, em Paris em 1947, entra em contato com a experiência do Taller Grafica Popular (TGP), do México, forte inspiração para os clubes de gravura gaúchos. As obras de Lasar Segall (1891-1957) e Candido Portinari (1903-1962) constituem outras referências importantes para os artistas sulistas. Deve-se lembrar que José de Morais (1946), integrante do Clube de Bagé, havia colaborado com Portinari no conjunto da Pampulha, projetado por Oscar Niemeyer (1907-2012), entre 1942-1944, na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais.

Uma atitude claramente programática e o uso de técnicas como a xilogravura e linoleogravura definem o perfil do grupo, do qual participam Glênio Bianchetti (1928), Danúbio Gonçalves (1925) e Glauco Rodrigues (1929-2004), entre outros. A defesa da arte figurativa - contra "as manifestações cosmopolitas e antinacionais do abstracionismo", nos termos de Vasco Prado -, a temática regional gauchesca e o folclore, o registro da vida do trabalhador rural e urbano, assim como as lutas da classe trabalhadora e a tentativa de levar a arte ao povo, constituem as molas mestras do projeto do Clube de Gravura de Porto Alegre. Scliar é enfático: "É propósito do Clube de Gravura não só o desenvolvimento dessas técnicas entre os nossos artistas, como a divulgação do gosto pela gravura entre camadas cada vez mais vastas de nosso povo". A gravura - sobretudo a xilo e a linoleogravura - parece se prestar com perfeição a esses propósitos pela facilidade com o que o trabalho pode ser reproduzido e divulgado em livros, jornais, revistas e cartazes. Na medida em que descarta por princípio a "obra única", a gravura como técnica coloca-se a serviço das causas sociais e da formação do povo, haja vista seu lugar destacado na Revolução Mexicana e também na experiência da China popular. Esse é o mote de uma série de artigos veiculados nas revistas culturais de esquerda da época, por exemplo, aquele publicado na Fundamentos, nº 12, de 19 de fevereiro de 1950, que trata a gravura como "arma de combate", destacando o sentido revolucionário dos gravadores chineses.

Após cinco anos de intensa atuação, os artistas envolvidos com o Clube de Gravura de Porto Alegre avaliam ter cumprido seus propósitos, criando uma tradição de gravura no país e chamando a atenção dos artistas para a realidade social. A disseminação da experiência em outros Estados e cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo, Santos e Recife, parece atestar, segundo eles, o êxito da experiência. Tal avaliação leva-os ao encerramento das atividades do clube, em 1955, que, enquanto durou, angariou vários adeptos. Além dos artistas mencionados, participam também da experiência: Edgar Koetz (1914-1969), Plínio Bernhardt (1927-2004), Carlos Antônio Mancuso (1930), Charles Mayer (1933) e Fortunato (1916-2004). As principais críticas dirigidas à produção realizada sob a égide do Clube de Gravura de Porto Alegre referem-se a seu progressivo sectarismo e à rigidez de sua orientação.

Fonte: CLUBE de Gravura de Porto Alegre. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 14 de Jun. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

Crédito fotográfico: Laboratório Art

Arremate Arte
Feito com no Rio de Janeiro

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