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Wega Nery

Wega Nery Gomes Pinto (Corumbá, MS, 10 de março de 1912 — Guarujá, SP, 21 de maio de 2007) foi uma pintora, desenhista, poeta e professora brasileira. Consagrada pelo seu abstracionismo lírico, as pinturas de Wega são comparáveis a abalos sísmicos, explosões no espaço, à formação de novas galáxias. Áreas de cor intensa – azuis, vermelhos, amarelos, verdes – surgem na tela não dispostas pela mão da artista mas como que atiradas por fenômenos telúricos. Pode-se dizer que qualquer quadro de Wega é só seu e não se parece com a pintura de ninguém. Aí está sua maior vitória como artista: a posse de uma escritora inconfundivelmente pessoal. Recordista de participações em Bienais de SP, expôs no Brasil, Argentina, Uruguai, EUA, França, Inglaterra e Alemanha. Tem obras em grandes museus e em coleções corporativas.

Biografia - Itaú Cultural

Nos anos 1930, publica poemas na revista O Malho (Parnaso Feminino), como "Vera Nunes". De 1946 a 1949, estuda desenho e pintura na Escola de Belas Artes, em São Paulo. Na década de 1950, tem aulas com Joaquim da Rocha Ferreira (1900-1965) e Yoshiya Takaoka (1909-1978), com quem participa do Grupo Guanabara (1950-1959). Em 1953, freqüenta o Atelier-Abstração, de Samson Flexor (1907-1971), e produz as primeiras pinturas abstratas, de tendência geométrica. Em 1955, expõe desenhos no Museu de Arte de São Paulo (Masp). Participa de várias edições da Bienal Internacional de São Paulo, é premiada como melhor desenhista nacional em 1957 e recebe sala especial em 1963, 1973 e 1989. Ainda em 1963, leciona desenho e pintura na Sociedade Cívica Feminina de Santos, São Paulo. Na mesma década, cria as primeiras "paisagens imaginárias", que pintará até fins de 1980. Expõe obras em diversos Panorama da Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), a partir do primeiro, em 1969. Em 1975, o crítico de arte Geraldo Ferraz (1905-1979), companheiro da pintora, lança Wega Liberta em Arte: 1954-1974. Em 1993, a Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pesp) realiza uma individual da artista e, no ano seguinte, uma retrospectiva é mostrada no Centro Cultural São Paulo (CCSP).

Comentário crítico

Quando é conferida a Wega Nery sala especial na 7ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1963, ela opta por mostrar pinturas. Em Paisagem Lunar (1963), Campo de Papoulas (1963) e Paisagem Verde, entre outras, estão presentes as características que permearão todo o trabalho da artista daí em diante: são pinturas gestuais, expressivas, que obedecem tanto a algo ocasional, como a uma composição previamente articulada. Pinceladas vigorosas, que atravessam horizontalmente a tela, são entrecortadas por outras verticais. Muitas vezes entrevêem-se referentes possíveis, como barcos e casas, ou elementos da natureza - um rio, o mar revolto, a lua -; também objetos dos títulos das obras.

Em fins da década de 1960 e 1970, os títulos das pinturas passam a sugerir elementos fantásticos, como as chamadas "Paisagens Imaginárias".

A obra da artista pode ser vista na chave expressionista abstrata, informal ou, ainda, abstrato-lírica - termos importantes para o debate da abstração nos anos 1960, por meio dos quais a crítica opõe artistas de tendência geométrica aos de orientação gestual. No trabalho destes últimos, entendia-se que a expressão efetivava-se por meio do gesto e, por isso, era valorizada a criação individual. No entanto, para Nery, a presença da gestualidade não descarta por completo a existência de um projeto.

Críticas

"Românticas, também, mas de maneira mais tradicional, são as pinturas expressionistas da brasileira Wega, cujas explosões selvagens de energia visual assumem a forma de paisagens transcendentes, entrecortadas, de montes evanescentes, induzindo à vista uma arrancada de interpretações, a desfazer, pouco a pouco, o nosso senso de realidade visual. Seu dinamismo pictórico, embora tome a forma tradicionalista, é tão convincente quanto qualquer ensaio adrede previsto para provocar estados emocionais".

Geraldo Ferraz (Wega liberta em arte: 1954-1974. São Paulo: Edição do autor, 1975, p. 68.)

Depoimentos

"Desde criança eu tinha mania por desenho e por pintura. Aos 8 anos, na escola, fiz o retrato de uma freira que acabou mandando o desenho para minha casa com um recado para minha mãe: achava que eu devia estudar pintura. Mas em casa queriam que eu fosse pianista. Desde os 5 anos fizeram-me estudar piano. Quanto a mim, embora gostasse muito de pintar, também escrevia poesias e não sabia bem qual caminho escolher. Foi só depois de casada que, estimulada por meu marido, resolvi matricular-me na Escola de Belas Artes. Foi um dia de grande felicidade para mim. (...) Ao mesmo tempo, procurei um professor particular: Renée Lefèvre. Estudei depois com o professor Rocha Ferreira. E começou depois a fase em que eu passava o dia inteirinho pintando, ou no atelier ou nos arredores de São Paulo. Pegava o meu cavalete e as minhas tintas e ia para o Canindé. Levava lanche e ficava lá o dia inteiro. Voltava só à noite. Pintava também na Vila Maria, em Santos, Bertioga, e em todo o litoral. (...) Foi quando conheci o grande Takaoka. Ele achou que eu sabia pintar mas que não conhecia o aproveitamento das cores. E então começou para mim uma fase importante, onde aprendi a desenhar tirando tudo da linha, realçando a linha, sentindo a figura. E aprendendo a usar as cores. Foram aulas formidáveis as que tive com Takaoka. (...) Mas foi Sérgio Milliet que fez com que eu resolvesse dedicar-me à pintura, e só a ela. Resolvi levar um dia alguns desenhos e também minhas poesias para que ele os visse. E perguntei qual o caminho que, achava, eu deveria seguir. Sérgio respondeu-me que eu transmitia mais pelos desenhos do que pelas poesias. E daí por diante abandonei a literatura e fiquei só com a pintura. Não senti falta da poesia porque a pintura, para mim, tem muito de poesia e muito de música. (...). Comecei depois a estudar com Flexor. No atelier dele, desde o primeiro desenho me senti livre, na criação. Por outro lado, Flexor começou a organizar-me, comecei a sentir a disciplina do desenho. Expus com o Grupo Abstração pouco tempo depois, também no Instituto dos Arquitetos. Mas não demorou muito tempo a que eu me desinteressasse pela disciplina do abstracionismo da mesma forma como me havia desinteressado pelo figurativismo. Queria pintar coisas absolutamente livres".

Wega Nery (In: O TRAJETO abstrato de Wega Nery: críticas e depoimentos. São Paulo: MAC/USP, 1994, p. 41-42. Trecho de entrevista originalmente publicada em A Gazeta, São Paulo, 24 set. 1955.)

Fonte: WEGA Nery. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 04 de Abr. 2021. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Biografia - Wikipédia

Wega Nery é filha de Ottilia e Leôncio Nery e bisneta do Barão de Vila Maria, Joaquim Gomes da Silva. Nascida em Corumbá (Mato Grosso), em 10/3/1912, foi enviada, aos 6 anos de idade, para estudar no internato do tradicional Colégio Sion, em São Paulo, junto com uma das irmãs. Com a mudança da família para Campinas, em 1924, Wega vai morar na cidade do interior paulista. No início da década de 1930, conclui o curso ginasial e estuda psicologia, pedagogia e didática para equiparar-se às normalistas. Após os exames, torna-se professora e depois é nomeada inspetora federal de ensino. Nesse período, retoma o hábito de desenhar e pintar de forma autodidata.

Simultaneamente, escreve e publica poesias na revista carioca O Malho (Parnaso Feminino), com o pseudônimo de Vera Nunes, em 1932. Em 1946, matricula-se na Escola de Belas Artes, em São Paulo, onde estuda com Theodoro Braga e Joaquim da Rocha Ferreira. Começa a frequentar o meio artístico paulistano e participa de sua primeira exposição, a Coletiva da Associação Paulista de Belas Artes. Contudo, foi a opinião de um consagrado crítico que deu o empurrão definitivo para colocar a arte em primeiro plano. "Resolvi levar alguns desenhos e também minhas poesias para o Sérgio Milliet. Perguntei qual caminho ele achava que eu deveria seguir. Ele respondeu que eu transmitia mais pelos desenhos do que pelas poesias. Daí em diante, abandonei a literatura e fiquei só com a pintura. Não senti falta da poesia porque a pintura, para mim, tem muito de poesia e muito de música", dizia Wega.

Em 1950, ganha a medalha de bronze no Salão Nacional de Belas Artes e também no Salão Oficial de Belas Artes, em Santos. A convite da também pintora Alzira Pecorari, entra para o Grupo Guanabara, reunido em torno de Yoshiya Takaoka (1909-1978) e que contava com Arcângelo Ianelli, Ismênia Coaracy e os japoneses Manabu Mabe (1924-1997) e Tikashi Fukushima, entre outros. Após um período com o Grupo Guanabara, Wega aproxima-se do Atelier Abstração, de Samson Flexor (1907-1971). Em seis décadas entre cavaletes e telas, Wega participou de 12 Bienais de Arte de São Paulo. Com destaque para a IV Bienal de 1957 quando, por exigência do Ludwig Grote, diretor do Museu de Nuremberg, arrebatou o prêmio de Melhor Desenhista, dividindo-o com o artista plástico Fernando Lemos. Figurou no Salão Para Todos (57) e no VII Salão Paulista de Arte Moderna (Pequena Medalha de Prata). Foi membro do juri de seleção e premiação do IX Salão Paulista de Arte Moderna. Na Bienal de 63, recebeu o prêmio de Aquisição Nacional.

Depois, foi homenageada com seis salas especiais em outras edições da Bienal. A primeira individual ocorreu no Masp em 1955. Seguiram-se inúmeras exposições individuais e coletivas. Além do Brasil, levou sua arte para Argentina, Uruguai, Estados Unidos, México, Alemanha, França e Inglaterra. Tem obras no acervo dos principais museus do Brasil, como o Museu de Arte de São Paulo (Masp), Museu de Arte Contemporânea (MAC) de SP, Pinacoteca de SP, Museu de Niterói (RJ), Museu de Arte Moderna (MAM-RJ), Museu de Arte da Pampulha (BH) e Museu de Belas Artes de Houston (coleção Adolpho Leiner), entre outros. Possui obras na sede da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, nas embaixadas do Brasil em Washington (EUA) e Berlim (Alemanha), na sede do Governo do Estado de SP (Palácio Bandeirantes e Campos do Jordão), prefeituras e importantes coleções corporativas e particulares. No início da década de 70, ao lado do companheiro Geraldo Ferraz, crítico de arte e escritor, estabeleceu-se no Guarujá, cidade litorânea de São Paulo, onde construiu uma casa na Praia de Pernambuco. Com arquitetura assinada pelo ucraniano Gregori Warchavchik (1896-1971), a casa foi batizada de Ilha Verde, em alusão a um dos livros do escritor francês Victor Hugo (1802-1885). É o local onde Wega produziu boa parte de seus trabalhos. A casa chegou a fazer parte de um roteiro turístico-cultural da Prefeitura de Guarujá.

Sua arte foi tema de artigos de críticos como Sérgio Milliet (1898-1966), Vilém Flusser (1920-1991), Leo Gilson Ribeiro, Jacob Klintowitz, Radha Abramo, Olívio Tavares de Araújo e Alberto Beutenmuller, entre outros.

Em 1984, realizou retrospectiva no Museu de Arte de São Paulo a convite de Pietro Maria Bardi. Em 1994, o Centro Cultural São Paulo realizou uma retrospectiva em homenagem aos 80 anos da artista.

Wega Nery faleceu por falência múltipla dos órgãos, aos 95 anos de idade.

Exposições Individuais

1955 - São Paulo - SP - Wega Nery: desenhos - Masp

1957 – Rio de Janeiro - RJ - Wega Nery: desenhos - Petite Galerie

1957 - São Paulo - SP - Wega Nery: desenhos - MAM/SP

1958 - São Paulo - SP - Galeria de Arte da Folha

1959 - Rio de Janeiro - RJ - Galeria Adorno

1960 - Campinas - SP - Galeria Aremar (exposição de desenhos)

1964 - São Paulo - SP - Pinturas de Wega - Galeria Solarium

1964 - Rio de Janeiro - RJ - Wega Nery: pinturas - Galeria Bonino

1965 - Buenos Aires - Argentina - Galeria Lascaux

1965 - Montevidéu - Uruguai - Wega Nery - Óleos y Gouaches - Centro de Artes y Letras

1965 - Rio de Janeiro - RJ - Wega Nery: pinturas e desenhos - MAM/RJ

1966 - São Paulo SP - Galeria Cosme Velho

1966 - Porto Alegre - RS - Galeria Leopoldina

1966 - Santos SP - Clube de Arte

1966 - Porto Alegre - RS - Wega Nery: Óleos e Guaches - Galeria Leopoldina

1966 – São Paulo/Americana – SP – Galeria de Arte do Gin.Voc.Osvaldo Aranha

1966 – Montevidéu – Uruguai – Centro de Artes y Letras de El Pais

1966 – Buenos Aires – Argentina – Galeria Lascaux

1967 - Punta del Este - Uruguai – Paisagens Imaginárias - Hotel Cantegril

1967 – Washington DC - Estados Unidos - Wega Nery of Brazil Oils- Pan American Union Gallery

1967 - Nova York - Estados Unidos - Wega Nery: Imaginary Landscapes - Galerie Foussats

1968 - Paris - França - Paisagens Imaginárias - Galerie Debret

1968 – Cidade do México - México – Guaches

1968 – Montevidéu – Uruguai – Embaixada do Brasil

1968 - Rio de Janeiro - RJ - Wega Nery: pinturas - Galeria Bonino

1969 - Campo Grande - MS -

1969 – Cuiabá - MT – Galeria do Diário da Serra e Palácio Allencastro

1969 – Corumbá - MS – Corumbalense F. Clube

1969 – Guarujá – SP – Salão Colonial do Hotel Jequiti-Mar

1969 – Munique - Alemanha - Wega Nery: brasilien abstrakte gemälde - Galeria Schumacher

1970 - São Paulo - SP - Galeria Cosme Velho

1970 - Santos - SP - Galeria de Arte Centro Cultural Brasil Estados Unidos

1970 - Londres - Inglaterra - Wega Nery: Imaginary Landscapes - Embaixada do Brasil

1970 - Washington - Estados Unidos - Wega Nery: Imaginary Landscapes - Embaixada do Brasil

1971 - Londres - Inglaterra) - Drian Gallery

1971 - Rio de Janeiro - RJ - Galeria Bonino

1971 – Campinas - SP - Paisagens Imaginárias - Galeria Girassol

1971 - Rio de Janeiro - RJ - Wega Nery: pinturas - Galeria Bonino

1971 – Guarujá - SP - Wega Paisagens Imaginárias – Portal Galeria de Arte - Clube Samambaia

1972 - São Paulo - SP - Wega Paisagens Imaginárias - Documenta Galeria de Arte

1973 – Brasília - DF - Wega: 20 paisagens imaginárias - Galeria Mainline Hotel Nacional

1975 - São Paulo - SP - Wega Nery: 30 paisagens imaginárias - Documenta Galeria de Arte

1975 – Campos do Jordão – SP – Centro Cultural A.Z.Flosi

1976 – Brasília - DF - Wega Nery: 30 paisagens imaginárias – Galeria de Arte Oscar Seraphico

1978 - São Paulo - SP - Wega Nery: desenhos e pinturas - Documenta Galeria de Arte

1979 - Brasília - DF - Fundação Cultural do Distrito Federal

1979 – São Paulo – SP – 15ª Bienal Internacional – Sala Especial

1981 – Santos - SP - Galeria do Banco do Brasil

1983 – Santos - SP - Galeria de Arte Centro Cultural Brasil Estados Unidos

1984 – Guarujá – SP – Galeria Centro Municipal de Cultura

1985 - São Paulo - SP - Wega Nery: Passagens e Paisagens - Masp

1986 - São Paulo - SP - Wega Nery: pinturas - Subdistrito Comercial de Arte

1987 – Ribeirão Preto – SP – Galeria Jardim Contemporâneo

1988 – Guarujá – SP – Banco do Brasil

1989 - Campo Grande - MS -

1989 - São Paulo - SP - Wega Nery: pinturas - Galeria de Arte São Paulo

1989 - São Paulo - SP - Wega Nery: pinturas - Escritório de Arte São Paulo

1990 – Santos – SP – Galeria de Arte do Centro Cultural Brasil Estados Unidos

1993 – Brasília - DF - A Ilha Verde de Wega - MAB/DF

1993 - São Paulo - SP - Wega Nery - Pinacoteca do Estado

1994 - São Paulo - SP - 20 Obras do Trajeto Abstrato de Wega Nery - MAC/USP

1994 - São Paulo - SP – A Ilha Verde de Wega – Centro Cultural São Paulo

2006 – Guarujá – SP – Casa Cor

Exposições coletivas

1946 - São Paulo - SP - 5ª Exposição Coletiva da Assoc. Paul.de Belas Artes

1947—Rio de Janeiro - RJ - 53º Salão Nacional de Belas Artes - MNBA

1948 - Rio de Janeiro - RJ - 54º Salão Nacional de Belas Artes - MNBA

1949 - São Paulo - SP - 15º Salão Paulista de Belas Artes - Galeria Prestes Maia

1949 - Rio de Janeiro - RJ - 55º Salão Nacional de Belas Artes - MNBA

1950 - Rio de Janeiro - RJ - 56º Salão Nacional de Belas Artes - MNBA - medalha de bronze

1950 - São Paulo - SP - 1ª Exposição do Grupo Guanabara - Galeria Domus

1951 - São Paulo - SP - 16º Salão Paulista de Belas Artes -Galeria Prestes Maia

1951 - São Paulo - SP - 1º Salão Paulista de Arte Moderna - Galeria Prestes Maia

1951 - São Paulo - SP - 2º Exposição do Grupo Guanabara - Inst. dos Arquitetos do Brasil/SP

1952 - São Paulo - SP - 17º Salão Paulista de Belas Artes, Salões do Trianon

1952 - São Paulo - SP - Instituto dos Arquitetos do Brasil/SP

1953 - São Paulo - SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo - Pavilhão dos Estados

1953 - São Paulo - SP - 3ª Exposição do Grupo Guanabara - Galeria Fukushima

1953 – São Paulo – SP – Campanha Fundos p/ Assist.Social – Hotel Esplanada

1953 - São Paulo - SP – Instituto dos Arquitetos do Brasil/SP

1954 - São Paulo - SP - 3º Salão Paulista de Arte Moderna - Galeria Prestes Maia

1955 - Rio de Janeiro - RJ - 4º Salão Nacional de Arte Moderna

1957 - São Paulo - SP - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP - prêmio de melhor desenhista nacional

1957 - Rio de Janeiro - RJ - 6º Salão Nacional de Arte Moderna

1958 - São Paulo - SP - 4ª Exposição do Grupo Guanabara - ACM

1958 - São Paulo - SP - 7º Salão Paulista Arte Moderna - Gal. Prestes Maia - medalha de prata

1958 - São Paulo - SP - Prêmio Leirner de Arte Contemporânea - Galeria de Arte das Folhas

1959 - São Paulo - SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo

1959 - Rio de Janeiro - RJ - 8º Salão Nacional de Arte Moderna - MAM/RJ

1959 - São Paulo - SP - 5ª Exposição do Grupo Guanabara - ACM

1960 - São Paulo - SP - Contribuição da Mulher às Artes Plásticas no País - MAM/SP

1961 - São Paulo - SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo

1961 - São Paulo - SP -10º Salão Paulista de Arte Moderna - Galeria Prestes Maia

1963 - São Paulo - SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo - Sala Especial - prêmio aquisição Caixa Econômica Federal

1964 - Rio de Janeiro - RJ - 13º Salão Nacional de Arte Moderna

1964 - Córdoba - Argentina - 2ª Bienal Americana de Arte - prêmio aquisição Amistad Artística

1964 – Brasília – DF – 1º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal

1964 - Belo Horizonte - MG - 19º Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte - MAP - prêmio aquisição

1964 - São Paulo – SP – Atelier Douchez-Nicola – Galeria Astréia

1965 - São Paulo - SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo

1966 - São Paulo - SP - Manchas – Galeria de Arte 4 Planetas

1966 - São Paulo - SP - Galeria de Arte A Hebraica de São Paulo

1966 - Cuiabá - MT – 1ª Exposição de Artistas Matogrossenses – Radio Club

1966 - São Paulo - SP - Três Premissas - MAB/Faap

1967 - São Paulo - SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo

1967 - Nova York - Estados Unidos - International Art Festival - The New York Hilton Gallery at Rockfeller Center

1968 - São Paulo - SP - Museu de Arte Contemporânea da USP

1969 - São Paulo - SP – Galeria de Arte Contemporânea Alberto Bonfiglioli

1969 - São Paulo - SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira - MAM/SP

1969 - São Paulo - SP - Galeria Documenta

1970 - São Paulo - SP - 2° Panorama de Arte Atual Brasileira - MAM/SP

1970 - São Paulo - SP - Mostra Inaugural – Galeria Astréia

1970 - São Paulo - SP - Pinacoteca do Estado de São Paulo

1971 - São Paulo - SP - Galeria de Arte Portal

1971 - São Paulo - SP - 11ª Bienal Internacional de São Paulo - Sala Especial

1971 - São Paulo - SP - 3º Panorama de Arte Atual Brasileira - MAM/SP

1972 - Cubatão - SP – 1º Salão de Arte Contemporânea – Pref.Mun.de Cubatão

1972 - Rio de Janeiro - RJ - Galeria da Aliança Francesa

1973 - São Paulo - SP - 12ª Bienal Internacional de São Paulo - Sala Especial

1973 - São Paulo - SP - 5º Panorama de Arte Atual Brasileira - MAM/SP

1973 - Brasília - DF - Galeria de Arte Porta do Sol

1975 - São Paulo - SP - 13ª Bienal Internacional de São Paulo

1975 - Santos - SP - Arte e Pensamento Ecológico – Salão Prodesam –Pef.Mun.Santos

1975 - São Paulo - SP – 1º Salão de Arte Contemporânea da Assembléia Legislativa de São Paulo – Palácio 9 de Julho

1976 - São Paulo - SP - 8º Panorama de Arte Atual Brasileira - MAM/SP

1978 - São Paulo - SP - As Bienais e a Abstração: a década de 50 - Museu Lasar Segall

1978 - Santos - SP - Wega e o Grupo da Casa Amarela – Galeria de Arte Stela Maris

1978 - São Paulo - SP – 2ª Exposição do Acervo de Arte – Museu Banespa

1979 - São Paulo - SP - 15ª Bienal Internacional de São Paulo

1980 - São Paulo - SP - 12º Panorama de Arte Atual Brasileira - MAM/SP

1983 - Santos - SP - A Mulher no MAM - Senac

1984 - São Paulo - SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras - Fundação Bienal

1985 - São Paulo - SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo

1986 - Brasília - DF - Paisagem Contemporânea Brasileira - Galeria de Arte Oscar Seraphico

1986 - São Paulo - SP - 17º Panorama de Arte Atual Brasileira - MAM/SP

1986 - São Paulo - SP - Antes e Agora: 8 pintores - Fundação Cásper Líbero

1986 - São Paulo - SP - Takaoka e Seus Discípulos – Masp

1987 - Brasília - DF - Paulistas em Brasília - Museu de Arte de Brasilia

1987 - São Paulo - SP - As Bienais no Acervo do MAC: 1951 a 1985 - MAC/USP

1989 - São Paulo - SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo - Sala Especial

1989 - São Paulo - SP - Acervo Galeria São Paulo - Escritório de Arte São Paulo

1992 - Rio de Janeiro - RJ - 1º A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini - Paço Imperial

1992 - São Paulo - SP - Grupo Guanabara: 1950-1959 - Renato Magalhães Gouvêa - Escritório de Arte

1992 - São Paulo - SP - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas - Biblioteca Municipal Mário de Andrade

1993 - Santos - SP - 4ª Bienal Nacional de Santos - Centro Cultural Patrícia Galvão

1993 - São Paulo - SP - Obras para Ilustração do Suplemento Literário: 1956-1967 - MAM/SP

1994 - São Paulo - SP - Bienal Brasil Século XX - Fundação Bienal

1996 - São Paulo - SP - Figura e Paisagem na Coleção do MAM: homenagem a Volpi - MAM/SP

1996 - São Paulo - SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo do MAC/USP: 1920-1970 - MAC/USP

1996 - São Paulo - SP - Mulheres Artistas no Acervo do MAC - MAC/USP

1998 - São Paulo - SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner - MAM/SP

1998 - Niterói - RJ - Espelho da Bienal - MAC/Niterói

1999 - Rio de Janeiro - RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner - MAM/RJ

1999 - São Paulo - SP - Década de 50 e Seus Envolvimentos - Jo Slaviero Galeria de Arte

2002 - São Paulo - SP - Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do MAC/Niterói - Instituto Tomie Ohtake

2004 - São Paulo - SP - Gesto e Expressão: o abstracionismo informal nas coleções JP Morgan Chase e MAM - MAM/SP

2004 - São Paulo - SP - Mulheres Pintoras - Pinacoteca do Estado

Exposições Póstumas

2009 - São Paulo - Individual Pinturas de Wega Nery - Lugar Pantemporâneo

2014 - Rio de Janeiro - RJ - Acervo MAM - Obras Restauradas

2015 - São Paulo - SP - Mostra do Acervo MASP

2016 - Campo Grande - Mato Grosso do Sul - Mostra Acervo do Museu de Arte Contemporânea (MARCO)

Críticas

"A primeira impressão que as telas causam são a do gesto amplo e violento. Mas uma inspeção mais atenta revela que este gesto aparentemente caótico se dá sobre um fundo de ordem cuidadosamente escondida. Pois é isto que caracteriza a essência do romantismo: não é um movimento ingênuo, ou “vital”, como ele próprio pretendia, mas é um movimento altamente sofisticado. Pois nessa cena que ameaça fechar-se, Wega representa uma abertura. Propõe contra o estruturalismo formalizante e ao primitivismo acionante um renascimento do romantismo em novo nível de significado. E assim creio que devem ser lidas essas telas, em contexto. São testemunhas do desespero que toma atualmente todo artista verdadeiro"

Vilém Flusser (Em "Wega, ou a essência do romantismo", agosto/1968)

"A pintura de Wega está curiosamente isolada da pintura brasileira de seu tempo. Recusando-se todos os rótulos – action painting, tachismo, construtivismo – e todas as inovações técnicas – tintas acrílicas, objeto-escultura, recursos cinéticos, arte pop – ela é fiel a uma visão interior. É o equivalente a uma lei da natureza. Porque os quadros de Wega são comparáveis a abalos sísmicos, a explosões no espaço, à formação de novas galáxias. Áreas de cor intensa – azuis, vermelhos, amarelos, verdes – surgem na tela não dispostas pela mão do artista mas como que atiradas por fenômenos telúricos"

Leo Gilson Ribeiro (Em "Wega e sua visão interior")

"Seja-nos lícito, ao concluir, lembrar as palavras do poeta sobre as precariedades do julgamento crítico ao investir na interpretação da obra de arte. `Com coisa alguma se aprende tão pouco uma obra de arte como com palavras críticas: vai-se sempre dar a mal-entendidos mais ou menos felizes. Nem todas as coisas são tão apreensíveis e exprimíveis como nos querem fazer crer. A maior parte dos acontecimentos são inexprimíveis, dão-se em regiões em que jamais entrou palavra, e mais inexprimíveis que tudo são as obras de arte, existências secretas, cuja vida permanece, ao lado da nossa que passa. As obras de arte são duma infinita solidão, e a nada menos acessíveis do que à crítica. Só o amor as apreende e lhes pode fazer justiça” (Rainer Maria Rilke, das cartas de 17 de fevereiro e de 23 de abril de 1903, a Franz Xaver Kappus, na tradução de Paulo Quintela)"

Geraldo Ferraz (Em "Wega Liberta em Arte", setembro e outubro de 1974)

"Wega, na verdade, continua fiel a um mundo de delicados devaneios, onde o objetivo da pintura é sugerir e envolver. Também estilisticamente Wega continua fiel ao abstracionismo lírico que a consagrou. Pode-se arguir, hoje, que esse abstracionismo (por oposição à abstração construtiva, que é mais rigorosa) permite efeitos fáceis e até concessões de gosto. Mas o olho experimentado consegue distinguir claramente entre o pintor que domina sua linguagem e o prestidigitador que serve de truques ao acaso. Wega pertence ao primeiro grupo. Seus quadros correspondem a um projeto onde não há facilitações – e sim segurança artesanal. A coroá-la, finalmente, surgem as marcas de uma personalidade forte. Pode-se dizer que qualquer quadro de Wega, nos últimos vinte anos, é só seu e não se parece com a pintura de ninguém. Aí está sua maior vitória como artista: a posse de uma escritora inconfundivelmente pessoal"

Olívio Tavares de Araújo (Em "Uma pintura de marcas inconfundíveis", abril de 1981)

"Esta exposição (retrospectiva no MASP) é o resgate artístico de uma grande pintora brasileira. Nos anos 60 e70, penso eu, a pintura se torna a arma eloqüente da criação de Wega. Largas pinceladas ou largas manchas de cor, feitas com a espátula que segue seu impulso emotivo, constroem paisagens imaginárias representativas do universo inconsciente da pintora. Cores fortes, azuis, negros, verdes, criam um intenso e vibrante cromatismo que compõe o discurso da cor pura e simplesmente. Na última fase, dos anos 80, a pintura de Wega funde o imaginário ao universo exterior, permitindo que as manchas e os golpes violentos de cores assumam a semelhança de paisagens reais. São paisagens incomuns, que de certa forma procuram sintetizar o sonho e o mundo real. Infelizmente, nem sempre temos capacidade emotiva para perceber à nossa volta esses mundos delicados, coloridos e sensíveis pintados por Wega"

Radha Abramo (Em "A pintura na eloquência da criação", agosto de 1985)

Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 04 de abril de 2021.

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Grupo Guanabara

A formação do Grupo Guanabara ocorre em 1950, em torno do pintor Tikashi Fukushima. Natural do Japão, ele vem para o Brasil em 1940 e se estabelece, a princípio, no interior do Estado de São Paulo e, posteriormente, no Rio de Janeiro. Em 1949, muda-se para a capital paulista e abre uma molduraria no antigo largo Guanabara, onde é atualmente a Estação Paraíso do Metrô. A oficina torna-se ponto de encontro de artistas que vêm em busca da excelência do trabalho de molduraria realizado por Fukushima. Os encontros conduzem a idéia de criação de um espaço em que os artistas pudessem discutir seus trabalhos preservando a diversidade de tendências de seus membros.

O grupo chega a contar com 34 membros, na maioria imigrantes italianos e japoneses ou seus descendentes entre eles artistas que pertencem ao Grupo Seibi e ao Grupo dos 15. Entre seus fundadores estão Alzira Pecorari, Armando Pecorari, Arcangelo Ianelli, Marjô, Takeshi Suzuki, Tikashi Fukushima, Tomoo Handa, Yoshiya Takaoka, Tamaki. Posteriormente outros artistas se integram ao grupo, como Alina Okinaka, Hideomi Ohara, Ismenia Coaracy,Takahashi, Manabu Mabe, Masanosuke Hashimoto, Massao Okinaka, Thomaz, Tsukika Okayama e Wega Nery. Outros como Oswald de Andrade Filho e Tomie Ohtake, participam eventualmente das exposições realizadas pelo grupo.

Em sua trajetória o grupo promove cinco exposições coletivas. A primeira delas em 1950, na Galeria Domus. Osório César e Ibiapaba Martins, dois críticos do período, dão um destaque especial à mostra. A segunda, em 1951, realizada no Instituto de Arquitetos do Brasil - IAB/SP, reúne obras recusadas no 16º Salão Paulista de Belas Artes. O crítico de arte Quirino da Silva defende os artistas e divulga o evento no jornal Diário da Noite. A terceira ocorre em 1953, no ateliê de Fukushima, não tem muita divulgação nem alcança muita repercussão. Em 1958, a quarta exposição é realizada na Associação Cristã de Moços - ACM. É a mais divulgada delas, conta com publicação de catálogo e palestras dos críticos Lourival Gomes Machado e Sérgio Milliet. A última mostra é realizada em 1959, praticamente uma reedição da anterior, montada no mesmo local.

Após dez anos de atividade, o grupo se desfaz. Em 1992, o Escritório de Arte Magalhães Gouveia organiza uma retrospectiva do grupo.

Fonte: GRUPO Guanabara. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 22 de Abr. 2018. Verbete da Enciclopédia.ISBN: 978-85-7979-060-7.

Crédito fotográfico: Facebook @weganery

Wega Nery Gomes Pinto (Corumbá, MS, 10 de março de 1912 — Guarujá, SP, 21 de maio de 2007) foi uma pintora, desenhista, poeta e professora brasileira. Consagrada pelo seu abstracionismo lírico, as pinturas de Wega são comparáveis a abalos sísmicos, explosões no espaço, à formação de novas galáxias. Áreas de cor intensa – azuis, vermelhos, amarelos, verdes – surgem na tela não dispostas pela mão da artista mas como que atiradas por fenômenos telúricos. Pode-se dizer que qualquer quadro de Wega é só seu e não se parece com a pintura de ninguém. Aí está sua maior vitória como artista: a posse de uma escritora inconfundivelmente pessoal. Recordista de participações em Bienais de SP, expôs no Brasil, Argentina, Uruguai, EUA, França, Inglaterra e Alemanha. Tem obras em grandes museus e em coleções corporativas.

Wega Nery

Wega Nery Gomes Pinto (Corumbá, MS, 10 de março de 1912 — Guarujá, SP, 21 de maio de 2007) foi uma pintora, desenhista, poeta e professora brasileira. Consagrada pelo seu abstracionismo lírico, as pinturas de Wega são comparáveis a abalos sísmicos, explosões no espaço, à formação de novas galáxias. Áreas de cor intensa – azuis, vermelhos, amarelos, verdes – surgem na tela não dispostas pela mão da artista mas como que atiradas por fenômenos telúricos. Pode-se dizer que qualquer quadro de Wega é só seu e não se parece com a pintura de ninguém. Aí está sua maior vitória como artista: a posse de uma escritora inconfundivelmente pessoal. Recordista de participações em Bienais de SP, expôs no Brasil, Argentina, Uruguai, EUA, França, Inglaterra e Alemanha. Tem obras em grandes museus e em coleções corporativas.

Videos

Documentário Wega Nery | 2015

O imaginário de Wega Nery | 2015

Paisagem Imaginária de Wega | 2019

Pinturas de Wega | 2019

Biografia - Itaú Cultural

Nos anos 1930, publica poemas na revista O Malho (Parnaso Feminino), como "Vera Nunes". De 1946 a 1949, estuda desenho e pintura na Escola de Belas Artes, em São Paulo. Na década de 1950, tem aulas com Joaquim da Rocha Ferreira (1900-1965) e Yoshiya Takaoka (1909-1978), com quem participa do Grupo Guanabara (1950-1959). Em 1953, freqüenta o Atelier-Abstração, de Samson Flexor (1907-1971), e produz as primeiras pinturas abstratas, de tendência geométrica. Em 1955, expõe desenhos no Museu de Arte de São Paulo (Masp). Participa de várias edições da Bienal Internacional de São Paulo, é premiada como melhor desenhista nacional em 1957 e recebe sala especial em 1963, 1973 e 1989. Ainda em 1963, leciona desenho e pintura na Sociedade Cívica Feminina de Santos, São Paulo. Na mesma década, cria as primeiras "paisagens imaginárias", que pintará até fins de 1980. Expõe obras em diversos Panorama da Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), a partir do primeiro, em 1969. Em 1975, o crítico de arte Geraldo Ferraz (1905-1979), companheiro da pintora, lança Wega Liberta em Arte: 1954-1974. Em 1993, a Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pesp) realiza uma individual da artista e, no ano seguinte, uma retrospectiva é mostrada no Centro Cultural São Paulo (CCSP).

Comentário crítico

Quando é conferida a Wega Nery sala especial na 7ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1963, ela opta por mostrar pinturas. Em Paisagem Lunar (1963), Campo de Papoulas (1963) e Paisagem Verde, entre outras, estão presentes as características que permearão todo o trabalho da artista daí em diante: são pinturas gestuais, expressivas, que obedecem tanto a algo ocasional, como a uma composição previamente articulada. Pinceladas vigorosas, que atravessam horizontalmente a tela, são entrecortadas por outras verticais. Muitas vezes entrevêem-se referentes possíveis, como barcos e casas, ou elementos da natureza - um rio, o mar revolto, a lua -; também objetos dos títulos das obras.

Em fins da década de 1960 e 1970, os títulos das pinturas passam a sugerir elementos fantásticos, como as chamadas "Paisagens Imaginárias".

A obra da artista pode ser vista na chave expressionista abstrata, informal ou, ainda, abstrato-lírica - termos importantes para o debate da abstração nos anos 1960, por meio dos quais a crítica opõe artistas de tendência geométrica aos de orientação gestual. No trabalho destes últimos, entendia-se que a expressão efetivava-se por meio do gesto e, por isso, era valorizada a criação individual. No entanto, para Nery, a presença da gestualidade não descarta por completo a existência de um projeto.

Críticas

"Românticas, também, mas de maneira mais tradicional, são as pinturas expressionistas da brasileira Wega, cujas explosões selvagens de energia visual assumem a forma de paisagens transcendentes, entrecortadas, de montes evanescentes, induzindo à vista uma arrancada de interpretações, a desfazer, pouco a pouco, o nosso senso de realidade visual. Seu dinamismo pictórico, embora tome a forma tradicionalista, é tão convincente quanto qualquer ensaio adrede previsto para provocar estados emocionais".

Geraldo Ferraz (Wega liberta em arte: 1954-1974. São Paulo: Edição do autor, 1975, p. 68.)

Depoimentos

"Desde criança eu tinha mania por desenho e por pintura. Aos 8 anos, na escola, fiz o retrato de uma freira que acabou mandando o desenho para minha casa com um recado para minha mãe: achava que eu devia estudar pintura. Mas em casa queriam que eu fosse pianista. Desde os 5 anos fizeram-me estudar piano. Quanto a mim, embora gostasse muito de pintar, também escrevia poesias e não sabia bem qual caminho escolher. Foi só depois de casada que, estimulada por meu marido, resolvi matricular-me na Escola de Belas Artes. Foi um dia de grande felicidade para mim. (...) Ao mesmo tempo, procurei um professor particular: Renée Lefèvre. Estudei depois com o professor Rocha Ferreira. E começou depois a fase em que eu passava o dia inteirinho pintando, ou no atelier ou nos arredores de São Paulo. Pegava o meu cavalete e as minhas tintas e ia para o Canindé. Levava lanche e ficava lá o dia inteiro. Voltava só à noite. Pintava também na Vila Maria, em Santos, Bertioga, e em todo o litoral. (...) Foi quando conheci o grande Takaoka. Ele achou que eu sabia pintar mas que não conhecia o aproveitamento das cores. E então começou para mim uma fase importante, onde aprendi a desenhar tirando tudo da linha, realçando a linha, sentindo a figura. E aprendendo a usar as cores. Foram aulas formidáveis as que tive com Takaoka. (...) Mas foi Sérgio Milliet que fez com que eu resolvesse dedicar-me à pintura, e só a ela. Resolvi levar um dia alguns desenhos e também minhas poesias para que ele os visse. E perguntei qual o caminho que, achava, eu deveria seguir. Sérgio respondeu-me que eu transmitia mais pelos desenhos do que pelas poesias. E daí por diante abandonei a literatura e fiquei só com a pintura. Não senti falta da poesia porque a pintura, para mim, tem muito de poesia e muito de música. (...). Comecei depois a estudar com Flexor. No atelier dele, desde o primeiro desenho me senti livre, na criação. Por outro lado, Flexor começou a organizar-me, comecei a sentir a disciplina do desenho. Expus com o Grupo Abstração pouco tempo depois, também no Instituto dos Arquitetos. Mas não demorou muito tempo a que eu me desinteressasse pela disciplina do abstracionismo da mesma forma como me havia desinteressado pelo figurativismo. Queria pintar coisas absolutamente livres".

Wega Nery (In: O TRAJETO abstrato de Wega Nery: críticas e depoimentos. São Paulo: MAC/USP, 1994, p. 41-42. Trecho de entrevista originalmente publicada em A Gazeta, São Paulo, 24 set. 1955.)

Fonte: WEGA Nery. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 04 de Abr. 2021. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Biografia - Wikipédia

Wega Nery é filha de Ottilia e Leôncio Nery e bisneta do Barão de Vila Maria, Joaquim Gomes da Silva. Nascida em Corumbá (Mato Grosso), em 10/3/1912, foi enviada, aos 6 anos de idade, para estudar no internato do tradicional Colégio Sion, em São Paulo, junto com uma das irmãs. Com a mudança da família para Campinas, em 1924, Wega vai morar na cidade do interior paulista. No início da década de 1930, conclui o curso ginasial e estuda psicologia, pedagogia e didática para equiparar-se às normalistas. Após os exames, torna-se professora e depois é nomeada inspetora federal de ensino. Nesse período, retoma o hábito de desenhar e pintar de forma autodidata.

Simultaneamente, escreve e publica poesias na revista carioca O Malho (Parnaso Feminino), com o pseudônimo de Vera Nunes, em 1932. Em 1946, matricula-se na Escola de Belas Artes, em São Paulo, onde estuda com Theodoro Braga e Joaquim da Rocha Ferreira. Começa a frequentar o meio artístico paulistano e participa de sua primeira exposição, a Coletiva da Associação Paulista de Belas Artes. Contudo, foi a opinião de um consagrado crítico que deu o empurrão definitivo para colocar a arte em primeiro plano. "Resolvi levar alguns desenhos e também minhas poesias para o Sérgio Milliet. Perguntei qual caminho ele achava que eu deveria seguir. Ele respondeu que eu transmitia mais pelos desenhos do que pelas poesias. Daí em diante, abandonei a literatura e fiquei só com a pintura. Não senti falta da poesia porque a pintura, para mim, tem muito de poesia e muito de música", dizia Wega.

Em 1950, ganha a medalha de bronze no Salão Nacional de Belas Artes e também no Salão Oficial de Belas Artes, em Santos. A convite da também pintora Alzira Pecorari, entra para o Grupo Guanabara, reunido em torno de Yoshiya Takaoka (1909-1978) e que contava com Arcângelo Ianelli, Ismênia Coaracy e os japoneses Manabu Mabe (1924-1997) e Tikashi Fukushima, entre outros. Após um período com o Grupo Guanabara, Wega aproxima-se do Atelier Abstração, de Samson Flexor (1907-1971). Em seis décadas entre cavaletes e telas, Wega participou de 12 Bienais de Arte de São Paulo. Com destaque para a IV Bienal de 1957 quando, por exigência do Ludwig Grote, diretor do Museu de Nuremberg, arrebatou o prêmio de Melhor Desenhista, dividindo-o com o artista plástico Fernando Lemos. Figurou no Salão Para Todos (57) e no VII Salão Paulista de Arte Moderna (Pequena Medalha de Prata). Foi membro do juri de seleção e premiação do IX Salão Paulista de Arte Moderna. Na Bienal de 63, recebeu o prêmio de Aquisição Nacional.

Depois, foi homenageada com seis salas especiais em outras edições da Bienal. A primeira individual ocorreu no Masp em 1955. Seguiram-se inúmeras exposições individuais e coletivas. Além do Brasil, levou sua arte para Argentina, Uruguai, Estados Unidos, México, Alemanha, França e Inglaterra. Tem obras no acervo dos principais museus do Brasil, como o Museu de Arte de São Paulo (Masp), Museu de Arte Contemporânea (MAC) de SP, Pinacoteca de SP, Museu de Niterói (RJ), Museu de Arte Moderna (MAM-RJ), Museu de Arte da Pampulha (BH) e Museu de Belas Artes de Houston (coleção Adolpho Leiner), entre outros. Possui obras na sede da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, nas embaixadas do Brasil em Washington (EUA) e Berlim (Alemanha), na sede do Governo do Estado de SP (Palácio Bandeirantes e Campos do Jordão), prefeituras e importantes coleções corporativas e particulares. No início da década de 70, ao lado do companheiro Geraldo Ferraz, crítico de arte e escritor, estabeleceu-se no Guarujá, cidade litorânea de São Paulo, onde construiu uma casa na Praia de Pernambuco. Com arquitetura assinada pelo ucraniano Gregori Warchavchik (1896-1971), a casa foi batizada de Ilha Verde, em alusão a um dos livros do escritor francês Victor Hugo (1802-1885). É o local onde Wega produziu boa parte de seus trabalhos. A casa chegou a fazer parte de um roteiro turístico-cultural da Prefeitura de Guarujá.

Sua arte foi tema de artigos de críticos como Sérgio Milliet (1898-1966), Vilém Flusser (1920-1991), Leo Gilson Ribeiro, Jacob Klintowitz, Radha Abramo, Olívio Tavares de Araújo e Alberto Beutenmuller, entre outros.

Em 1984, realizou retrospectiva no Museu de Arte de São Paulo a convite de Pietro Maria Bardi. Em 1994, o Centro Cultural São Paulo realizou uma retrospectiva em homenagem aos 80 anos da artista.

Wega Nery faleceu por falência múltipla dos órgãos, aos 95 anos de idade.

Exposições Individuais

1955 - São Paulo - SP - Wega Nery: desenhos - Masp

1957 – Rio de Janeiro - RJ - Wega Nery: desenhos - Petite Galerie

1957 - São Paulo - SP - Wega Nery: desenhos - MAM/SP

1958 - São Paulo - SP - Galeria de Arte da Folha

1959 - Rio de Janeiro - RJ - Galeria Adorno

1960 - Campinas - SP - Galeria Aremar (exposição de desenhos)

1964 - São Paulo - SP - Pinturas de Wega - Galeria Solarium

1964 - Rio de Janeiro - RJ - Wega Nery: pinturas - Galeria Bonino

1965 - Buenos Aires - Argentina - Galeria Lascaux

1965 - Montevidéu - Uruguai - Wega Nery - Óleos y Gouaches - Centro de Artes y Letras

1965 - Rio de Janeiro - RJ - Wega Nery: pinturas e desenhos - MAM/RJ

1966 - São Paulo SP - Galeria Cosme Velho

1966 - Porto Alegre - RS - Galeria Leopoldina

1966 - Santos SP - Clube de Arte

1966 - Porto Alegre - RS - Wega Nery: Óleos e Guaches - Galeria Leopoldina

1966 – São Paulo/Americana – SP – Galeria de Arte do Gin.Voc.Osvaldo Aranha

1966 – Montevidéu – Uruguai – Centro de Artes y Letras de El Pais

1966 – Buenos Aires – Argentina – Galeria Lascaux

1967 - Punta del Este - Uruguai – Paisagens Imaginárias - Hotel Cantegril

1967 – Washington DC - Estados Unidos - Wega Nery of Brazil Oils- Pan American Union Gallery

1967 - Nova York - Estados Unidos - Wega Nery: Imaginary Landscapes - Galerie Foussats

1968 - Paris - França - Paisagens Imaginárias - Galerie Debret

1968 – Cidade do México - México – Guaches

1968 – Montevidéu – Uruguai – Embaixada do Brasil

1968 - Rio de Janeiro - RJ - Wega Nery: pinturas - Galeria Bonino

1969 - Campo Grande - MS -

1969 – Cuiabá - MT – Galeria do Diário da Serra e Palácio Allencastro

1969 – Corumbá - MS – Corumbalense F. Clube

1969 – Guarujá – SP – Salão Colonial do Hotel Jequiti-Mar

1969 – Munique - Alemanha - Wega Nery: brasilien abstrakte gemälde - Galeria Schumacher

1970 - São Paulo - SP - Galeria Cosme Velho

1970 - Santos - SP - Galeria de Arte Centro Cultural Brasil Estados Unidos

1970 - Londres - Inglaterra - Wega Nery: Imaginary Landscapes - Embaixada do Brasil

1970 - Washington - Estados Unidos - Wega Nery: Imaginary Landscapes - Embaixada do Brasil

1971 - Londres - Inglaterra) - Drian Gallery

1971 - Rio de Janeiro - RJ - Galeria Bonino

1971 – Campinas - SP - Paisagens Imaginárias - Galeria Girassol

1971 - Rio de Janeiro - RJ - Wega Nery: pinturas - Galeria Bonino

1971 – Guarujá - SP - Wega Paisagens Imaginárias – Portal Galeria de Arte - Clube Samambaia

1972 - São Paulo - SP - Wega Paisagens Imaginárias - Documenta Galeria de Arte

1973 – Brasília - DF - Wega: 20 paisagens imaginárias - Galeria Mainline Hotel Nacional

1975 - São Paulo - SP - Wega Nery: 30 paisagens imaginárias - Documenta Galeria de Arte

1975 – Campos do Jordão – SP – Centro Cultural A.Z.Flosi

1976 – Brasília - DF - Wega Nery: 30 paisagens imaginárias – Galeria de Arte Oscar Seraphico

1978 - São Paulo - SP - Wega Nery: desenhos e pinturas - Documenta Galeria de Arte

1979 - Brasília - DF - Fundação Cultural do Distrito Federal

1979 – São Paulo – SP – 15ª Bienal Internacional – Sala Especial

1981 – Santos - SP - Galeria do Banco do Brasil

1983 – Santos - SP - Galeria de Arte Centro Cultural Brasil Estados Unidos

1984 – Guarujá – SP – Galeria Centro Municipal de Cultura

1985 - São Paulo - SP - Wega Nery: Passagens e Paisagens - Masp

1986 - São Paulo - SP - Wega Nery: pinturas - Subdistrito Comercial de Arte

1987 – Ribeirão Preto – SP – Galeria Jardim Contemporâneo

1988 – Guarujá – SP – Banco do Brasil

1989 - Campo Grande - MS -

1989 - São Paulo - SP - Wega Nery: pinturas - Galeria de Arte São Paulo

1989 - São Paulo - SP - Wega Nery: pinturas - Escritório de Arte São Paulo

1990 – Santos – SP – Galeria de Arte do Centro Cultural Brasil Estados Unidos

1993 – Brasília - DF - A Ilha Verde de Wega - MAB/DF

1993 - São Paulo - SP - Wega Nery - Pinacoteca do Estado

1994 - São Paulo - SP - 20 Obras do Trajeto Abstrato de Wega Nery - MAC/USP

1994 - São Paulo - SP – A Ilha Verde de Wega – Centro Cultural São Paulo

2006 – Guarujá – SP – Casa Cor

Exposições coletivas

1946 - São Paulo - SP - 5ª Exposição Coletiva da Assoc. Paul.de Belas Artes

1947—Rio de Janeiro - RJ - 53º Salão Nacional de Belas Artes - MNBA

1948 - Rio de Janeiro - RJ - 54º Salão Nacional de Belas Artes - MNBA

1949 - São Paulo - SP - 15º Salão Paulista de Belas Artes - Galeria Prestes Maia

1949 - Rio de Janeiro - RJ - 55º Salão Nacional de Belas Artes - MNBA

1950 - Rio de Janeiro - RJ - 56º Salão Nacional de Belas Artes - MNBA - medalha de bronze

1950 - São Paulo - SP - 1ª Exposição do Grupo Guanabara - Galeria Domus

1951 - São Paulo - SP - 16º Salão Paulista de Belas Artes -Galeria Prestes Maia

1951 - São Paulo - SP - 1º Salão Paulista de Arte Moderna - Galeria Prestes Maia

1951 - São Paulo - SP - 2º Exposição do Grupo Guanabara - Inst. dos Arquitetos do Brasil/SP

1952 - São Paulo - SP - 17º Salão Paulista de Belas Artes, Salões do Trianon

1952 - São Paulo - SP - Instituto dos Arquitetos do Brasil/SP

1953 - São Paulo - SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo - Pavilhão dos Estados

1953 - São Paulo - SP - 3ª Exposição do Grupo Guanabara - Galeria Fukushima

1953 – São Paulo – SP – Campanha Fundos p/ Assist.Social – Hotel Esplanada

1953 - São Paulo - SP – Instituto dos Arquitetos do Brasil/SP

1954 - São Paulo - SP - 3º Salão Paulista de Arte Moderna - Galeria Prestes Maia

1955 - Rio de Janeiro - RJ - 4º Salão Nacional de Arte Moderna

1957 - São Paulo - SP - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP - prêmio de melhor desenhista nacional

1957 - Rio de Janeiro - RJ - 6º Salão Nacional de Arte Moderna

1958 - São Paulo - SP - 4ª Exposição do Grupo Guanabara - ACM

1958 - São Paulo - SP - 7º Salão Paulista Arte Moderna - Gal. Prestes Maia - medalha de prata

1958 - São Paulo - SP - Prêmio Leirner de Arte Contemporânea - Galeria de Arte das Folhas

1959 - São Paulo - SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo

1959 - Rio de Janeiro - RJ - 8º Salão Nacional de Arte Moderna - MAM/RJ

1959 - São Paulo - SP - 5ª Exposição do Grupo Guanabara - ACM

1960 - São Paulo - SP - Contribuição da Mulher às Artes Plásticas no País - MAM/SP

1961 - São Paulo - SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo

1961 - São Paulo - SP -10º Salão Paulista de Arte Moderna - Galeria Prestes Maia

1963 - São Paulo - SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo - Sala Especial - prêmio aquisição Caixa Econômica Federal

1964 - Rio de Janeiro - RJ - 13º Salão Nacional de Arte Moderna

1964 - Córdoba - Argentina - 2ª Bienal Americana de Arte - prêmio aquisição Amistad Artística

1964 – Brasília – DF – 1º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal

1964 - Belo Horizonte - MG - 19º Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte - MAP - prêmio aquisição

1964 - São Paulo – SP – Atelier Douchez-Nicola – Galeria Astréia

1965 - São Paulo - SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo

1966 - São Paulo - SP - Manchas – Galeria de Arte 4 Planetas

1966 - São Paulo - SP - Galeria de Arte A Hebraica de São Paulo

1966 - Cuiabá - MT – 1ª Exposição de Artistas Matogrossenses – Radio Club

1966 - São Paulo - SP - Três Premissas - MAB/Faap

1967 - São Paulo - SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo

1967 - Nova York - Estados Unidos - International Art Festival - The New York Hilton Gallery at Rockfeller Center

1968 - São Paulo - SP - Museu de Arte Contemporânea da USP

1969 - São Paulo - SP – Galeria de Arte Contemporânea Alberto Bonfiglioli

1969 - São Paulo - SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira - MAM/SP

1969 - São Paulo - SP - Galeria Documenta

1970 - São Paulo - SP - 2° Panorama de Arte Atual Brasileira - MAM/SP

1970 - São Paulo - SP - Mostra Inaugural – Galeria Astréia

1970 - São Paulo - SP - Pinacoteca do Estado de São Paulo

1971 - São Paulo - SP - Galeria de Arte Portal

1971 - São Paulo - SP - 11ª Bienal Internacional de São Paulo - Sala Especial

1971 - São Paulo - SP - 3º Panorama de Arte Atual Brasileira - MAM/SP

1972 - Cubatão - SP – 1º Salão de Arte Contemporânea – Pref.Mun.de Cubatão

1972 - Rio de Janeiro - RJ - Galeria da Aliança Francesa

1973 - São Paulo - SP - 12ª Bienal Internacional de São Paulo - Sala Especial

1973 - São Paulo - SP - 5º Panorama de Arte Atual Brasileira - MAM/SP

1973 - Brasília - DF - Galeria de Arte Porta do Sol

1975 - São Paulo - SP - 13ª Bienal Internacional de São Paulo

1975 - Santos - SP - Arte e Pensamento Ecológico – Salão Prodesam –Pef.Mun.Santos

1975 - São Paulo - SP – 1º Salão de Arte Contemporânea da Assembléia Legislativa de São Paulo – Palácio 9 de Julho

1976 - São Paulo - SP - 8º Panorama de Arte Atual Brasileira - MAM/SP

1978 - São Paulo - SP - As Bienais e a Abstração: a década de 50 - Museu Lasar Segall

1978 - Santos - SP - Wega e o Grupo da Casa Amarela – Galeria de Arte Stela Maris

1978 - São Paulo - SP – 2ª Exposição do Acervo de Arte – Museu Banespa

1979 - São Paulo - SP - 15ª Bienal Internacional de São Paulo

1980 - São Paulo - SP - 12º Panorama de Arte Atual Brasileira - MAM/SP

1983 - Santos - SP - A Mulher no MAM - Senac

1984 - São Paulo - SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras - Fundação Bienal

1985 - São Paulo - SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo

1986 - Brasília - DF - Paisagem Contemporânea Brasileira - Galeria de Arte Oscar Seraphico

1986 - São Paulo - SP - 17º Panorama de Arte Atual Brasileira - MAM/SP

1986 - São Paulo - SP - Antes e Agora: 8 pintores - Fundação Cásper Líbero

1986 - São Paulo - SP - Takaoka e Seus Discípulos – Masp

1987 - Brasília - DF - Paulistas em Brasília - Museu de Arte de Brasilia

1987 - São Paulo - SP - As Bienais no Acervo do MAC: 1951 a 1985 - MAC/USP

1989 - São Paulo - SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo - Sala Especial

1989 - São Paulo - SP - Acervo Galeria São Paulo - Escritório de Arte São Paulo

1992 - Rio de Janeiro - RJ - 1º A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini - Paço Imperial

1992 - São Paulo - SP - Grupo Guanabara: 1950-1959 - Renato Magalhães Gouvêa - Escritório de Arte

1992 - São Paulo - SP - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas - Biblioteca Municipal Mário de Andrade

1993 - Santos - SP - 4ª Bienal Nacional de Santos - Centro Cultural Patrícia Galvão

1993 - São Paulo - SP - Obras para Ilustração do Suplemento Literário: 1956-1967 - MAM/SP

1994 - São Paulo - SP - Bienal Brasil Século XX - Fundação Bienal

1996 - São Paulo - SP - Figura e Paisagem na Coleção do MAM: homenagem a Volpi - MAM/SP

1996 - São Paulo - SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo do MAC/USP: 1920-1970 - MAC/USP

1996 - São Paulo - SP - Mulheres Artistas no Acervo do MAC - MAC/USP

1998 - São Paulo - SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner - MAM/SP

1998 - Niterói - RJ - Espelho da Bienal - MAC/Niterói

1999 - Rio de Janeiro - RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner - MAM/RJ

1999 - São Paulo - SP - Década de 50 e Seus Envolvimentos - Jo Slaviero Galeria de Arte

2002 - São Paulo - SP - Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do MAC/Niterói - Instituto Tomie Ohtake

2004 - São Paulo - SP - Gesto e Expressão: o abstracionismo informal nas coleções JP Morgan Chase e MAM - MAM/SP

2004 - São Paulo - SP - Mulheres Pintoras - Pinacoteca do Estado

Exposições Póstumas

2009 - São Paulo - Individual Pinturas de Wega Nery - Lugar Pantemporâneo

2014 - Rio de Janeiro - RJ - Acervo MAM - Obras Restauradas

2015 - São Paulo - SP - Mostra do Acervo MASP

2016 - Campo Grande - Mato Grosso do Sul - Mostra Acervo do Museu de Arte Contemporânea (MARCO)

Críticas

"A primeira impressão que as telas causam são a do gesto amplo e violento. Mas uma inspeção mais atenta revela que este gesto aparentemente caótico se dá sobre um fundo de ordem cuidadosamente escondida. Pois é isto que caracteriza a essência do romantismo: não é um movimento ingênuo, ou “vital”, como ele próprio pretendia, mas é um movimento altamente sofisticado. Pois nessa cena que ameaça fechar-se, Wega representa uma abertura. Propõe contra o estruturalismo formalizante e ao primitivismo acionante um renascimento do romantismo em novo nível de significado. E assim creio que devem ser lidas essas telas, em contexto. São testemunhas do desespero que toma atualmente todo artista verdadeiro"

Vilém Flusser (Em "Wega, ou a essência do romantismo", agosto/1968)

"A pintura de Wega está curiosamente isolada da pintura brasileira de seu tempo. Recusando-se todos os rótulos – action painting, tachismo, construtivismo – e todas as inovações técnicas – tintas acrílicas, objeto-escultura, recursos cinéticos, arte pop – ela é fiel a uma visão interior. É o equivalente a uma lei da natureza. Porque os quadros de Wega são comparáveis a abalos sísmicos, a explosões no espaço, à formação de novas galáxias. Áreas de cor intensa – azuis, vermelhos, amarelos, verdes – surgem na tela não dispostas pela mão do artista mas como que atiradas por fenômenos telúricos"

Leo Gilson Ribeiro (Em "Wega e sua visão interior")

"Seja-nos lícito, ao concluir, lembrar as palavras do poeta sobre as precariedades do julgamento crítico ao investir na interpretação da obra de arte. `Com coisa alguma se aprende tão pouco uma obra de arte como com palavras críticas: vai-se sempre dar a mal-entendidos mais ou menos felizes. Nem todas as coisas são tão apreensíveis e exprimíveis como nos querem fazer crer. A maior parte dos acontecimentos são inexprimíveis, dão-se em regiões em que jamais entrou palavra, e mais inexprimíveis que tudo são as obras de arte, existências secretas, cuja vida permanece, ao lado da nossa que passa. As obras de arte são duma infinita solidão, e a nada menos acessíveis do que à crítica. Só o amor as apreende e lhes pode fazer justiça” (Rainer Maria Rilke, das cartas de 17 de fevereiro e de 23 de abril de 1903, a Franz Xaver Kappus, na tradução de Paulo Quintela)"

Geraldo Ferraz (Em "Wega Liberta em Arte", setembro e outubro de 1974)

"Wega, na verdade, continua fiel a um mundo de delicados devaneios, onde o objetivo da pintura é sugerir e envolver. Também estilisticamente Wega continua fiel ao abstracionismo lírico que a consagrou. Pode-se arguir, hoje, que esse abstracionismo (por oposição à abstração construtiva, que é mais rigorosa) permite efeitos fáceis e até concessões de gosto. Mas o olho experimentado consegue distinguir claramente entre o pintor que domina sua linguagem e o prestidigitador que serve de truques ao acaso. Wega pertence ao primeiro grupo. Seus quadros correspondem a um projeto onde não há facilitações – e sim segurança artesanal. A coroá-la, finalmente, surgem as marcas de uma personalidade forte. Pode-se dizer que qualquer quadro de Wega, nos últimos vinte anos, é só seu e não se parece com a pintura de ninguém. Aí está sua maior vitória como artista: a posse de uma escritora inconfundivelmente pessoal"

Olívio Tavares de Araújo (Em "Uma pintura de marcas inconfundíveis", abril de 1981)

"Esta exposição (retrospectiva no MASP) é o resgate artístico de uma grande pintora brasileira. Nos anos 60 e70, penso eu, a pintura se torna a arma eloqüente da criação de Wega. Largas pinceladas ou largas manchas de cor, feitas com a espátula que segue seu impulso emotivo, constroem paisagens imaginárias representativas do universo inconsciente da pintora. Cores fortes, azuis, negros, verdes, criam um intenso e vibrante cromatismo que compõe o discurso da cor pura e simplesmente. Na última fase, dos anos 80, a pintura de Wega funde o imaginário ao universo exterior, permitindo que as manchas e os golpes violentos de cores assumam a semelhança de paisagens reais. São paisagens incomuns, que de certa forma procuram sintetizar o sonho e o mundo real. Infelizmente, nem sempre temos capacidade emotiva para perceber à nossa volta esses mundos delicados, coloridos e sensíveis pintados por Wega"

Radha Abramo (Em "A pintura na eloquência da criação", agosto de 1985)

Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 04 de abril de 2021.

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Grupo Guanabara

A formação do Grupo Guanabara ocorre em 1950, em torno do pintor Tikashi Fukushima. Natural do Japão, ele vem para o Brasil em 1940 e se estabelece, a princípio, no interior do Estado de São Paulo e, posteriormente, no Rio de Janeiro. Em 1949, muda-se para a capital paulista e abre uma molduraria no antigo largo Guanabara, onde é atualmente a Estação Paraíso do Metrô. A oficina torna-se ponto de encontro de artistas que vêm em busca da excelência do trabalho de molduraria realizado por Fukushima. Os encontros conduzem a idéia de criação de um espaço em que os artistas pudessem discutir seus trabalhos preservando a diversidade de tendências de seus membros.

O grupo chega a contar com 34 membros, na maioria imigrantes italianos e japoneses ou seus descendentes entre eles artistas que pertencem ao Grupo Seibi e ao Grupo dos 15. Entre seus fundadores estão Alzira Pecorari, Armando Pecorari, Arcangelo Ianelli, Marjô, Takeshi Suzuki, Tikashi Fukushima, Tomoo Handa, Yoshiya Takaoka, Tamaki. Posteriormente outros artistas se integram ao grupo, como Alina Okinaka, Hideomi Ohara, Ismenia Coaracy,Takahashi, Manabu Mabe, Masanosuke Hashimoto, Massao Okinaka, Thomaz, Tsukika Okayama e Wega Nery. Outros como Oswald de Andrade Filho e Tomie Ohtake, participam eventualmente das exposições realizadas pelo grupo.

Em sua trajetória o grupo promove cinco exposições coletivas. A primeira delas em 1950, na Galeria Domus. Osório César e Ibiapaba Martins, dois críticos do período, dão um destaque especial à mostra. A segunda, em 1951, realizada no Instituto de Arquitetos do Brasil - IAB/SP, reúne obras recusadas no 16º Salão Paulista de Belas Artes. O crítico de arte Quirino da Silva defende os artistas e divulga o evento no jornal Diário da Noite. A terceira ocorre em 1953, no ateliê de Fukushima, não tem muita divulgação nem alcança muita repercussão. Em 1958, a quarta exposição é realizada na Associação Cristã de Moços - ACM. É a mais divulgada delas, conta com publicação de catálogo e palestras dos críticos Lourival Gomes Machado e Sérgio Milliet. A última mostra é realizada em 1959, praticamente uma reedição da anterior, montada no mesmo local.

Após dez anos de atividade, o grupo se desfaz. Em 1992, o Escritório de Arte Magalhães Gouveia organiza uma retrospectiva do grupo.

Fonte: GRUPO Guanabara. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 22 de Abr. 2018. Verbete da Enciclopédia.ISBN: 978-85-7979-060-7.

Crédito fotográfico: Facebook @weganery

Arremate Arte
Feito com no Rio de Janeiro

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