Fulvio Pennacchi (27 de dezembro de 1905, Villa Collemandina, Itália — 5 de outubro de 1992, São Paulo, Brasil) foi um pintor, ceramista, desenhista, ilustrador e gravador ítalo-brasileiro. Formou-se em Pintura Mural pelo Regio Istituto di Belle Arti de Lucca e imigrou para o Brasil em 1929, estabelecendo-se em São Paulo. Foi integrante do Grupo Santa Helena, ao lado de artistas como Alfredo Volpi, Francisco Rebolo e Aldo Bonadei, compartilhando uma abordagem figurativa e temática voltada ao cotidiano e à vida popular. Influenciado por mestres como Giotto, Masaccio e Paul Cézanne, sua obra é marcada pela sensibilidade na interpretação de temas religiosos e pela representação do universo caipira brasileiro. Dedicou-se à pintura mural, destacando-se pelos afrescos da Igreja Nossa Senhora da Paz, no bairro do Glicério, e pela produção de cerâmicas, explorando técnicas próprias. Seu trabalho foi reconhecido internacionalmente, sendo homenageado em diversas exposições e tendo sua obra exibida na Bienal de Veneza em 2024.
Fulvio Pennacchi | Arremate Arte
Fulvio Pennacchi (1905 — 1992) foi um artista ítalo-brasileiro, atuando como pintor, ceramista, desenhista, ilustrador e gravador. Sua obra é marcada por uma sensibilidade única na interpretação de temas bíblicos e da vida dos santos, refletindo sua educação católica na infância. Além disso, destacou-se por retratar o universo caipira, capturando a essência da vida rural brasileira.
Após graduar-se em Pintura Mural pela Academia Real de Belas Artes de Lucca em 1928, Pennacchi imigrou para o Brasil em 1929, estabelecendo-se em São Paulo. Na capital paulista, integrou o Grupo Santa Helena, ao lado de artistas como Alfredo Volpi, Francisco Rebolo e Aldo Bonadei. Sua obra caracteriza-se por uma abordagem figurativa que retrata cenas do cotidiano e da vida popular, distanciando-se das tendências abstracionistas do início do século XX. Temas religiosos e representações do universo caipira são recorrentes em suas pinturas, refletindo sua formação católica e a admiração pela simplicidade da vida rural.
Entre suas obras destacam-se murais e afrescos presentes em diversos espaços públicos e religiosos. Além disso, Pennacchi dedicou-se à cerâmica, criando peças que evidenciam sua versatilidade artística. Sua casa e ateliê, inaugurados em 1948, foram projetados por ele próprio, incorporando elementos arquitetônicos e decorativos que refletem sua sensibilidade poética e multifacetada.
A obra de Pennacchi foi reconhecida internacionalmente, sendo apresentada pela primeira vez na Bienal de Veneza em 2024, evidenciando sua relevância no cenário artístico global.
Faleceu em 1992, na cidade de São Paulo, deixando um legado significativo para a arte brasileira, marcado pela celebração da vida cotidiana e pela valorização das tradições culturais.
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Fulvio Pennacchi | Itaú Cultural
Fulvio Pennacchi (Villa Collemandina - Garfagnana Toscana, Itália 1905 - São Paulo, São Paulo, 1992). Pintor, ceramista, desenhista, ilustrador, gravador, professor. Em 1924, muda-se para Lucca e inicia sua formação artística freqüentando o Regio Istituto di Belle Arti (atual Istituto Superiore Artistico A. Passaglia), onde tem aulas com o pintor Pio Semeghini (1878 - 1964). Muda-se para São Paulo em 1929 e dedica-se à diferentes atividades até 1933, quando passa a auxiliar Galileo Emendabili (1898 - 1974) na execução de monumentos funerários. Em 1935, conhece Francisco Rebolo (1902 - 1980), passa a freqüentar seu ateliê e convive com os artistas do Grupo Santa Helena. No ano seguinte, indicado por Emendabili, trabalha como professor de desenho geométrico e artes no Colégio Dante Alighieri. Nessa mesma época integra a Família Artística Paulista - FAP e inicia a produção de painéis em afresco e óleo para residências, igrejas hotéis e outras edificações, destacando-se os afrescos de grandes dimensões para a Igreja Nossa Senhora da Paz, no bairro do Glicério, executados entre os anos de 1941 e 1948. A partir de 1952, pesquisa técnicas de policromia em cerâmica. Em 1965, inicia um período de recolhimento e mantém-se afastado das exposições e do circuito artístico. Em 1973, reabre seu ateliê e recebe diversas homenagens no Brasil e na Itália. Nesse mesmo ano conhece a ceramista Eunice Pessoa e com ela desenvolve um um grande número de peças, expostas em 1975. Sem nunca ter abandonado as atividades artísticas, volta a figurar em diversas mostras e continua a produzir painéis em afresco. Em 1980, Pietro Maria Bardi (1900 - 1999) publica um livro sobre sua obra. Nove anos depois, é lançado, pela editora Gema Design, o livro Ofício Pennacchi, organizado por Valério Antonio Pennacchi, responsável também pela publicação, em 2002, do livro Fulvio Pennacchi: Pintura Mural, editado pela Metalivros.
Análise
Em 1928, Fulvio Pennacchi forma-se em pintura pelo Regio Istituto di Belle Arti (atual Istituto Superiore Artistico A. Passaglia), na Itália, onde estuda com Pio Semeghini (1878 - 1964). Em 1929, vem ao Brasil e fixa-se em São Paulo. Como aponta o historiador da arte Tadeu Chiarelli, sua paleta no Brasil assume tons terrosos, como em Crucificação, 1931, na qual a dramaticidade do tema é ressaltada pela composição verticalizada. De 1930 a 1932, realiza trabalhos de desenho publicitário com estética moderna, ligada à cultura visual italiana no período marcado pelo futurismo e pelo retorno à ordem. Em 1933, colabora com o escultor Galileo Emendabili (1898 - 1974).
Em 1935, ao participar do Salão Paulista de Belas Artes, trava amizade com Francisco Rebolo (1902 - 1980) e passa a frequentar seu ateliê, no Palacete Santa Helena, na Praça da Sé. Posteriormente integra o Grupo Santa Helena. Realiza pinturas com temática religiosa, como Fuga para o Egito, 1935 ou Esmola de Santo Antonio, 1938. Retrata também o homem do campo em suas atividades de trabalho, como em Colheita da Uva, 1939, ou em momentos de descanso ou lazer. Com os artistas do Grupo Santa Helena, vai aos domingos para arredores de São Paulo, onde pinta paisagens. Em seus trabalhos, porém, a figura humana é sempre integrada à paisagem. Revela interesse pela obra de Paul Cézanne (1839 - 1906) e de pintores italianos do primeiro Renascimento, como Giotto (1266 ou 1267 - 1337) e Masaccio (1401 - 1428).
Ainda nos anos de 1930, leciona desenho no Colégio Dante Alighieri. Pennacchi realiza muitos afrescos para as casas de famílias italianas de São Paulo e cidades próximas e para edifícios públicos. Como não havia aprendido a pintura em afresco na Itália, após algumas experiências consegue desenvolvê-la de maneira própria, inaugurando em São Paulo a pintura mural nessa técnica. Em 1941, é convidado a executar o projeto da Igreja Nossa Senhora da Paz, para a qual faz uma série de afrescos. Em 1949, o artista inaugura a nova residência de sua família no Jardim Europa. Para a casa, além do projeto, pinta diversos painéis e cria móveis e utensílios domésticos.
O contato com Rossi Osir (1890 - 1959) e com Cândido Cerqueira Leite, proprietário de uma indústria de porcelanas, faz com que se interesse pela cerâmica. O aprendizado da técnica ocorre de maneira autodidata e, com a pesquisa de terras e argilas brasileiras, obtém diferentes efeitos tanto de textura como de cor. O artista realiza em cerâmica diversas versões da Santa Ceia e da Via-Crucis, figuras humanas - geralmente trabalhadores -, pássaros, entre outros temas.
Pennacchi, que conhece as vanguardas artísticas do começo do século XX, nunca se filia a nenhuma delas. Procura, em sua produção, o equilíbrio entre o clássico e a modernidade, expresso na suavidade e delicadeza de suas composições e na simplicidade dos temas e figuras apresentados.
Exposições Individuais
1945 - Individual de Fulvio Pennacchi
1964 - Individual de Fulvio Pennacchi
1972 - Individual de Fulvio Pennacchi
1973 - Individual de Fulvio Pennacchi
1973 - Individual de Fulvio Pennacchi
1973 - Individual de Fulvio Pennacchi
1974 - Individual de Fulvio Pennacchi
1974 - Individual de Fulvio Pennacchi
1974 - Individual de Fulvio Pennacchi
1975 - Individual de Fulvio Pennacchi
1976 - Individual de Fulvio Pennacchi
1977 - Individual de Fulvio Pennacchi
1977 - Individual de Fulvio Pennacchi
1979 - Individual de Fulvio Pennacchi
1980 - Individual de Fulvio Pennacchi
1981 - Individual de Fulvio Pennacchi
1984 - Individual de Fulvio Pennacchi
1985 - Individual de Fulvio Pennacchi
1985 - Individual de Fulvio Pennacchi
1985 - Fulvio Pennacchi: 80 anos
1986 - Individual de Fulvio Pennacchi
1987 - Fulvio Pennacchi: sessenta anos de pintura
1988 - Individual de Fulvio Pennacchi
1989 - Individual de Fulvio Pennacchi
1999 - Individual de Fulvio Pennacchi
1999 - Fulvio Pennacchi
2000 - Desvendando Pennacchi
2002 - Individual de Fulvio Pennacchi
2003 - Fulvio Pennacchi e Lucas Pennacchi
2006 - Os 'Reclames' de Fulvio Pennacchi: primórdios da propaganda brasileira
2006 - Pennacchi: 100 anos
2007 - Os 'Reclames' de Fulvio Pennacchi: primórdios da propaganda brasileira
Exposições Coletivas
1936 - 42º Salão Nacional de Belas Artes
1936 - 4º Salão Paulista de Belas Artes
1937 - 1º Salão da Família Artística Paulista
1937 - 5º Salão Paulista de Belas Artes
1939 - 2º Salão da Família Artística Paulista
1939 - 3º Salão de Maio
1940 - 3º Salão da Família Artística Paulista
1941 - 1º Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias
1942 - 7º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos
1946 - 12º Salão Paulista de Belas Artes
1948 - Artes Plásticas
1949 - 1º Salão Bahiano de Belas Artes
1949 - Pintura Paulista no Rio de Janeiro
1951 - 1ª Bienal Internacional de São Paulo
1952 - 2º Salão Paulista de Arte Moderna
1953 - 18º Salão Paulista de Belas Artes
1954 - 3º Salão Paulista de Arte Moderna
1954 - Arte Contemporânea: exposição do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo
1960 - Cartões de Natal
1967 - O Grupo Santa Helena: 30 anos depois
1970 - Artistas Ingênuos Brasileiros
1972 - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois
1972 - A Semana de 22: antecedentes e consequências
1973 - 5º Panorama de Arte Atual Brasileira
1973 - Oito Pintores do Grupo Santa Helena
1975 - 40 anos: Grupo Santa Helena
1976 - 50 Anos de Pennacchi
1976 - 8º Panorama de Arte Atual Brasileira
1976 - O Grupo Santa Helena
1976 - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo
1977 - Grupo Seibi - Grupo do Santa Helena: década 35 a 45
1978 - 3º Salão de Artes Plásticas da Noroeste
1978 - Pequenas Telas - Grandes Pintores
1980 - 3º Salão de Artes Plásticas de Presidente Prudente
1980 - 4º Salão de Artes Plásticas da Noroeste
1980 - Coletiva de Inauguração
1980 - Pintores Paisagistas
1982 - 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste
1984 - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras
1985 - 100 Obras Itaú
1985 - 6º Salão de Artes Plásticas da Noroeste
1985 - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas
1985 - As Mães e a Flor na Visão de 33 Pintores
1986 - Artistas e Futebol
1986 - Tempo de Madureza
1987 - 20ª Chapel Art Show
1987 - 6º Salão de Arte na Faculdade São Judas
1987 - Artistas Contemporâneos
1987 - Coletiva de Natal
1987 - Seis Figurativos
1988 - 21ª Chapel Art Show
1988 - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial
1989 - 22ª Chapel Art Show
1989 - Trinta e Três Maneiras de Ver o Mundo
1990 - Arte Brasileira
1992 - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas
Exposições Póstumas
1993 - 2ª Exposição Artistas Ítalo-Brasileiros em São Paulo
1994 - Bienal Brasil Século XX
1994 - Dentistas e Futebol
1995 - O Grupo Santa Helena
1996 - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970
1996 - O Grupo do Santa Helena, Hoje
1996 - O Grupo Santa Helena
1997 - Coletiva de Natal
1998 - Brasil: Anos 20 a 70
1998 - Coletiva de Primavera: exposição
1999 - Individual de Fulvio Pennacchi
1999 - Fulvio Pennacchi
2000 - Desvendando Pennacchi
2000 - A Figura Humana na Coleção Itaú
2000 - Arte Naif
2000 - Desenhos e Aquarelas
2001 - Aquarela Brasileira
2002 - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet
2002 - Operários na Paulista: MAC-USP e os artistas artesãos
2002 - Santa Ingenuidade
2002 - Individual de Fulvio Pennacchi
2003 - Fulvio Pennacchi e Lucas Pennacchi
2003 - 22º Salão Arte Pará
2003 - Novecento Sudamericano: relações artísticas entre Itália, Argentina, Brasil e Uruguai
2004 - Acervo CAIXA - São Paulo 450 Anos, Artistas Paulistas
2006 - Ao Mesmo Tempo o Nosso Tempo
2006 - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real
2006 - Ciccillo: acervo MAC USP
2006 - Os 'Reclames' de Fulvio Pennacchi: primórdios da propaganda brasileira
2006 - Pennacchi: 100 anos
2007 - Os 'Reclames' de Fulvio Pennacchi: primórdios da propaganda brasileira
2007 - Brasil, Várias Vezes Moderno
2008 - Arte Brasileira no Acervo MAC USP
2008 - Brasil Brasileiro
2009 - Brasil Brasileiro
2009 - Modernos de Sempre
2009 - Uma Espelho no Museu
2010 - Puras misturas
2010 - Trilhas da Modernidade na Coleção do Banco Central
2011 - Arte Brasileira e Depois, na Coleção Itaú
2011 - Arte e Cultura no Vale do Paraíba
2011 - Modernismos no Brasil
2011 - Um Torneio Plástico – Modernistas e Vicente do Rego Monteiro
2012 - Arte Brasileira e Depois, na Coleção Itaú
2012 - Cotidiano
2012 - Modernistas: a semana de 1922 em reflexão
2012 - Passato Immediato: influência, ascendência
2013 - Classicismo, Realismo, Vanguarda: Pintura Italiana no Entreguerras
2014 - Alimentário: arte e construção do patrimônio alimentar brasileiro
2015 - Alimentário: arte e construção do patrimônio alimentar brasileiro
2015 - MASC: núcleo inicial
2017 - Arte Sacra XVII-XXI
2019 - O Sagrado na Arte Moderna Brasileira
2020 - Pinacoteca: Acervo
2022 - Vários 22
Fonte: FULVIO Pennacchi. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025. Acesso em: 05 de fevereiro de 2025. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Fulvio Pennacchi | Wikipédia
Fulvio Pennacchi (Villa Collemandina, 27 de dezembro de 1905 – São Paulo, 5 de outubro de 1992) foi um desenhista, pintor, muralista e ceramista ítalo-brasileiro.
Foi integrante do Grupo Santa Helena, juntamente com Alfredo Volpi, Francisco Rebolo, Aldo Bonadei, Alfredo Rizzotti, Mario Zanini, Humberto Rosa, Clovis Graciano e outros.
Sua pintura é sensível e pessoal, de modo especial na interpretação dos grandes temas bíblicos e da vida dos santos, em razão de uma infância marcada por sólida educação religiosa católica, e na evocação do mundo caipira.
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 5 de fevereiro de 2025.
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Grupo Santa Helena | Itaú Cultural
A existência do Grupo Santa Helena, e outras associações de artistas, torna-se um elemento fundamental para a consolidação da arte moderna em São Paulo nos decênios de 1930 e 1940. No entanto, sua abordagem e a compreensão como grupo não deixam de ser um desafio para os historiadores da arte brasileira. Sem programas preestabelecidos, o Santa Helena surge da união espontânea de alguns artistas utilizam salas como ateliê no Palacete Santa Helena, antigo edifício na Praça da Sé, em São Paulo, a partir de meados de 1934. O primeiro deles é Francisco Rebolo, que instala seu escritório de empreiteiro e artista-decorador na sala número 231 e começa a pintar, em 1935. Nesse ano Mário Zanini divide a sala com Rebolo, posteriormente alugando a de número 233, compondo a célula inicial do futuro agrupamento. Em datas diversas, uniram-se a eles, por ordem de chegada, Manoel Martins, Fulvio Pennacchi, Bonadei, Clóvis Graciano, Alfredo Volpi, Humberto Rosa e Rizzotti.
O ambiente criado nas salas de trabalho é de troca mútua, dividindo-se os conhecimentos técnicos de pintura e as sessões de modelo vivo, decidindo sobre a remessa de obras aos salões e organizando as famosas excursões de fim de semana aos subúrbios da cidade para execução da pintura ao ar livre. Relativamente afastado do meio artístico da época, o grupo só foi notado em outubro de 1936 por pintores mais experientes como Rossi Osir e Vittorio Gobbis, por ocasião da mostra Exposição de Pequenos Quadros, organizada pela Sociedade Paulista de Belas Artes no Palácio das Arcadas. Mas é como participantes da Família Artística Paulista (FAP), - agremiação co-fundada e dirigida por Rossi Osir, responsável por elaboração de salões -, que ganham visibilidade pública e passam a ser conhecidos pela crítica especializada como Grupo Santa Helena. Durante a curta duração dos ateliês conjuntos no palacete da Sé, não apresentam nenhuma exposição de seus trabalhos sob essa rubrica.
Em 1939, após visita ao 2º salão organizado pela FAP, Mário de Andrade (1893 - 1945) identifica e tenta conceituar pela primeira vez a existência de uma "escola paulista", caracterizada por seu modernismo moderado, ocupando o campo litigioso entre as experimentações formais da vanguarda dos anos 1920 e o academismo ainda vigente no meio paulistano. Como elemento de unificação entre os expositores, enfatiza a preocupação com o apuro técnico, a volta à tradição do fazer pictórico e o interesse pela representação da realidade concreta.
Somente em 1944, em texto dedicado a Clóvis Graciano, Mário de Andrade lança a tese de que a origem proletária ou da pequena burguesia é o elo e elemento determinante na plástica do grupo. O crítico afirma: "A que atribuir, portanto, as tendências coletivas de cor, de técnica geral e de assunto dessa Família Artística Paulista, até hoje rastreáveis em sua arte? A meu ver, o que caracteriza o grupo é seu proletarismo. Isso lhe determina a psicologia coletiva, e consequentemente a sua expressão". Em geral, esses artistas têm sua formação básica em escolas profissionalizantes, como o Liceu de Artes e Ofícios e a Escola Profissional Masculina do Brás. Os que estudam no exterior passam ao largo dos ateliês e escolas frequentadas pelos modernistas de 1922. Na época do Santa Helena ganham, em sua maioria, a vida como artesãos ou pintores-decoradores, o que contribui para a consciência artesanal de suas obras. A pintura de cavalete é realizada nos momentos de folga. A influência européia - principalmente do impressionismo e pós-impressionismo, do novecento italiano e do expressionismo - que se faz sentir na produção dos santelenistas se dá pela leitura de livros e revistas e por exposições que chegam do exterior.
O apego à representação da realidade leva-os a pintar principalmente paisagens, cujos focos são as vistas dos subúrbios e arredores da cidade, as praias visitadas nos fins de semana, a paisagem urbana. Percebe-se a preferência por locais anônimos no limite entre o campo e a cidade. A despeito das diferenças estilísticas entre eles, identifica-se em suas obras uma preferência por tons rebaixados, de fatura fosca, dando uma tonalidade acinzentada aos quadros. Outros gêneros foram trabalhados pelo Grupo Santa Helena, como a natureza-morta, o retrato e auto-retrato.
Com a dissolução natural do grupo, que começa a se desfazer no fim da década de 1930, seus artistas desenvolvem, muitas vezes com resultados desiguais, carreiras individuais. Entre eles, Alfredo Volpi é com certeza o que mais se destaca. Vale notar que artistas não-pertencentes ao Santa Helena guardam semelhanças estilísticas com os integrantes do grupo. Tais semelhanças apontam, com mais força e coesão, uma nova posição artística em São Paulo, autônoma em relação ao modernismo dos anos 1920 sem ser acadêmica.
Fonte: GRUPO Santa Helena. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025. Acesso em: 05 de fevereiro de 2025. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Crédito fotográfico: Memórias Fulvio Pennacchi. Consultado pela última vez em 6 de fevereiro de 2025.
Fulvio Pennacchi (27 de dezembro de 1905, Villa Collemandina, Itália — 5 de outubro de 1992, São Paulo, Brasil) foi um pintor, ceramista, desenhista, ilustrador e gravador ítalo-brasileiro. Formou-se em Pintura Mural pelo Regio Istituto di Belle Arti de Lucca e imigrou para o Brasil em 1929, estabelecendo-se em São Paulo. Foi integrante do Grupo Santa Helena, ao lado de artistas como Alfredo Volpi, Francisco Rebolo e Aldo Bonadei, compartilhando uma abordagem figurativa e temática voltada ao cotidiano e à vida popular. Influenciado por mestres como Giotto, Masaccio e Paul Cézanne, sua obra é marcada pela sensibilidade na interpretação de temas religiosos e pela representação do universo caipira brasileiro. Dedicou-se à pintura mural, destacando-se pelos afrescos da Igreja Nossa Senhora da Paz, no bairro do Glicério, e pela produção de cerâmicas, explorando técnicas próprias. Seu trabalho foi reconhecido internacionalmente, sendo homenageado em diversas exposições e tendo sua obra exibida na Bienal de Veneza em 2024.
Fulvio Pennacchi | Arremate Arte
Fulvio Pennacchi (1905 — 1992) foi um artista ítalo-brasileiro, atuando como pintor, ceramista, desenhista, ilustrador e gravador. Sua obra é marcada por uma sensibilidade única na interpretação de temas bíblicos e da vida dos santos, refletindo sua educação católica na infância. Além disso, destacou-se por retratar o universo caipira, capturando a essência da vida rural brasileira.
Após graduar-se em Pintura Mural pela Academia Real de Belas Artes de Lucca em 1928, Pennacchi imigrou para o Brasil em 1929, estabelecendo-se em São Paulo. Na capital paulista, integrou o Grupo Santa Helena, ao lado de artistas como Alfredo Volpi, Francisco Rebolo e Aldo Bonadei. Sua obra caracteriza-se por uma abordagem figurativa que retrata cenas do cotidiano e da vida popular, distanciando-se das tendências abstracionistas do início do século XX. Temas religiosos e representações do universo caipira são recorrentes em suas pinturas, refletindo sua formação católica e a admiração pela simplicidade da vida rural.
Entre suas obras destacam-se murais e afrescos presentes em diversos espaços públicos e religiosos. Além disso, Pennacchi dedicou-se à cerâmica, criando peças que evidenciam sua versatilidade artística. Sua casa e ateliê, inaugurados em 1948, foram projetados por ele próprio, incorporando elementos arquitetônicos e decorativos que refletem sua sensibilidade poética e multifacetada.
A obra de Pennacchi foi reconhecida internacionalmente, sendo apresentada pela primeira vez na Bienal de Veneza em 2024, evidenciando sua relevância no cenário artístico global.
Faleceu em 1992, na cidade de São Paulo, deixando um legado significativo para a arte brasileira, marcado pela celebração da vida cotidiana e pela valorização das tradições culturais.
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Fulvio Pennacchi | Itaú Cultural
Fulvio Pennacchi (Villa Collemandina - Garfagnana Toscana, Itália 1905 - São Paulo, São Paulo, 1992). Pintor, ceramista, desenhista, ilustrador, gravador, professor. Em 1924, muda-se para Lucca e inicia sua formação artística freqüentando o Regio Istituto di Belle Arti (atual Istituto Superiore Artistico A. Passaglia), onde tem aulas com o pintor Pio Semeghini (1878 - 1964). Muda-se para São Paulo em 1929 e dedica-se à diferentes atividades até 1933, quando passa a auxiliar Galileo Emendabili (1898 - 1974) na execução de monumentos funerários. Em 1935, conhece Francisco Rebolo (1902 - 1980), passa a freqüentar seu ateliê e convive com os artistas do Grupo Santa Helena. No ano seguinte, indicado por Emendabili, trabalha como professor de desenho geométrico e artes no Colégio Dante Alighieri. Nessa mesma época integra a Família Artística Paulista - FAP e inicia a produção de painéis em afresco e óleo para residências, igrejas hotéis e outras edificações, destacando-se os afrescos de grandes dimensões para a Igreja Nossa Senhora da Paz, no bairro do Glicério, executados entre os anos de 1941 e 1948. A partir de 1952, pesquisa técnicas de policromia em cerâmica. Em 1965, inicia um período de recolhimento e mantém-se afastado das exposições e do circuito artístico. Em 1973, reabre seu ateliê e recebe diversas homenagens no Brasil e na Itália. Nesse mesmo ano conhece a ceramista Eunice Pessoa e com ela desenvolve um um grande número de peças, expostas em 1975. Sem nunca ter abandonado as atividades artísticas, volta a figurar em diversas mostras e continua a produzir painéis em afresco. Em 1980, Pietro Maria Bardi (1900 - 1999) publica um livro sobre sua obra. Nove anos depois, é lançado, pela editora Gema Design, o livro Ofício Pennacchi, organizado por Valério Antonio Pennacchi, responsável também pela publicação, em 2002, do livro Fulvio Pennacchi: Pintura Mural, editado pela Metalivros.
Análise
Em 1928, Fulvio Pennacchi forma-se em pintura pelo Regio Istituto di Belle Arti (atual Istituto Superiore Artistico A. Passaglia), na Itália, onde estuda com Pio Semeghini (1878 - 1964). Em 1929, vem ao Brasil e fixa-se em São Paulo. Como aponta o historiador da arte Tadeu Chiarelli, sua paleta no Brasil assume tons terrosos, como em Crucificação, 1931, na qual a dramaticidade do tema é ressaltada pela composição verticalizada. De 1930 a 1932, realiza trabalhos de desenho publicitário com estética moderna, ligada à cultura visual italiana no período marcado pelo futurismo e pelo retorno à ordem. Em 1933, colabora com o escultor Galileo Emendabili (1898 - 1974).
Em 1935, ao participar do Salão Paulista de Belas Artes, trava amizade com Francisco Rebolo (1902 - 1980) e passa a frequentar seu ateliê, no Palacete Santa Helena, na Praça da Sé. Posteriormente integra o Grupo Santa Helena. Realiza pinturas com temática religiosa, como Fuga para o Egito, 1935 ou Esmola de Santo Antonio, 1938. Retrata também o homem do campo em suas atividades de trabalho, como em Colheita da Uva, 1939, ou em momentos de descanso ou lazer. Com os artistas do Grupo Santa Helena, vai aos domingos para arredores de São Paulo, onde pinta paisagens. Em seus trabalhos, porém, a figura humana é sempre integrada à paisagem. Revela interesse pela obra de Paul Cézanne (1839 - 1906) e de pintores italianos do primeiro Renascimento, como Giotto (1266 ou 1267 - 1337) e Masaccio (1401 - 1428).
Ainda nos anos de 1930, leciona desenho no Colégio Dante Alighieri. Pennacchi realiza muitos afrescos para as casas de famílias italianas de São Paulo e cidades próximas e para edifícios públicos. Como não havia aprendido a pintura em afresco na Itália, após algumas experiências consegue desenvolvê-la de maneira própria, inaugurando em São Paulo a pintura mural nessa técnica. Em 1941, é convidado a executar o projeto da Igreja Nossa Senhora da Paz, para a qual faz uma série de afrescos. Em 1949, o artista inaugura a nova residência de sua família no Jardim Europa. Para a casa, além do projeto, pinta diversos painéis e cria móveis e utensílios domésticos.
O contato com Rossi Osir (1890 - 1959) e com Cândido Cerqueira Leite, proprietário de uma indústria de porcelanas, faz com que se interesse pela cerâmica. O aprendizado da técnica ocorre de maneira autodidata e, com a pesquisa de terras e argilas brasileiras, obtém diferentes efeitos tanto de textura como de cor. O artista realiza em cerâmica diversas versões da Santa Ceia e da Via-Crucis, figuras humanas - geralmente trabalhadores -, pássaros, entre outros temas.
Pennacchi, que conhece as vanguardas artísticas do começo do século XX, nunca se filia a nenhuma delas. Procura, em sua produção, o equilíbrio entre o clássico e a modernidade, expresso na suavidade e delicadeza de suas composições e na simplicidade dos temas e figuras apresentados.
Exposições Individuais
1945 - Individual de Fulvio Pennacchi
1964 - Individual de Fulvio Pennacchi
1972 - Individual de Fulvio Pennacchi
1973 - Individual de Fulvio Pennacchi
1973 - Individual de Fulvio Pennacchi
1973 - Individual de Fulvio Pennacchi
1974 - Individual de Fulvio Pennacchi
1974 - Individual de Fulvio Pennacchi
1974 - Individual de Fulvio Pennacchi
1975 - Individual de Fulvio Pennacchi
1976 - Individual de Fulvio Pennacchi
1977 - Individual de Fulvio Pennacchi
1977 - Individual de Fulvio Pennacchi
1979 - Individual de Fulvio Pennacchi
1980 - Individual de Fulvio Pennacchi
1981 - Individual de Fulvio Pennacchi
1984 - Individual de Fulvio Pennacchi
1985 - Individual de Fulvio Pennacchi
1985 - Individual de Fulvio Pennacchi
1985 - Fulvio Pennacchi: 80 anos
1986 - Individual de Fulvio Pennacchi
1987 - Fulvio Pennacchi: sessenta anos de pintura
1988 - Individual de Fulvio Pennacchi
1989 - Individual de Fulvio Pennacchi
1999 - Individual de Fulvio Pennacchi
1999 - Fulvio Pennacchi
2000 - Desvendando Pennacchi
2002 - Individual de Fulvio Pennacchi
2003 - Fulvio Pennacchi e Lucas Pennacchi
2006 - Os 'Reclames' de Fulvio Pennacchi: primórdios da propaganda brasileira
2006 - Pennacchi: 100 anos
2007 - Os 'Reclames' de Fulvio Pennacchi: primórdios da propaganda brasileira
Exposições Coletivas
1936 - 42º Salão Nacional de Belas Artes
1936 - 4º Salão Paulista de Belas Artes
1937 - 1º Salão da Família Artística Paulista
1937 - 5º Salão Paulista de Belas Artes
1939 - 2º Salão da Família Artística Paulista
1939 - 3º Salão de Maio
1940 - 3º Salão da Família Artística Paulista
1941 - 1º Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias
1942 - 7º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos
1946 - 12º Salão Paulista de Belas Artes
1948 - Artes Plásticas
1949 - 1º Salão Bahiano de Belas Artes
1949 - Pintura Paulista no Rio de Janeiro
1951 - 1ª Bienal Internacional de São Paulo
1952 - 2º Salão Paulista de Arte Moderna
1953 - 18º Salão Paulista de Belas Artes
1954 - 3º Salão Paulista de Arte Moderna
1954 - Arte Contemporânea: exposição do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo
1960 - Cartões de Natal
1967 - O Grupo Santa Helena: 30 anos depois
1970 - Artistas Ingênuos Brasileiros
1972 - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois
1972 - A Semana de 22: antecedentes e consequências
1973 - 5º Panorama de Arte Atual Brasileira
1973 - Oito Pintores do Grupo Santa Helena
1975 - 40 anos: Grupo Santa Helena
1976 - 50 Anos de Pennacchi
1976 - 8º Panorama de Arte Atual Brasileira
1976 - O Grupo Santa Helena
1976 - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo
1977 - Grupo Seibi - Grupo do Santa Helena: década 35 a 45
1978 - 3º Salão de Artes Plásticas da Noroeste
1978 - Pequenas Telas - Grandes Pintores
1980 - 3º Salão de Artes Plásticas de Presidente Prudente
1980 - 4º Salão de Artes Plásticas da Noroeste
1980 - Coletiva de Inauguração
1980 - Pintores Paisagistas
1982 - 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste
1984 - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras
1985 - 100 Obras Itaú
1985 - 6º Salão de Artes Plásticas da Noroeste
1985 - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas
1985 - As Mães e a Flor na Visão de 33 Pintores
1986 - Artistas e Futebol
1986 - Tempo de Madureza
1987 - 20ª Chapel Art Show
1987 - 6º Salão de Arte na Faculdade São Judas
1987 - Artistas Contemporâneos
1987 - Coletiva de Natal
1987 - Seis Figurativos
1988 - 21ª Chapel Art Show
1988 - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial
1989 - 22ª Chapel Art Show
1989 - Trinta e Três Maneiras de Ver o Mundo
1990 - Arte Brasileira
1992 - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas
Exposições Póstumas
1993 - 2ª Exposição Artistas Ítalo-Brasileiros em São Paulo
1994 - Bienal Brasil Século XX
1994 - Dentistas e Futebol
1995 - O Grupo Santa Helena
1996 - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970
1996 - O Grupo do Santa Helena, Hoje
1996 - O Grupo Santa Helena
1997 - Coletiva de Natal
1998 - Brasil: Anos 20 a 70
1998 - Coletiva de Primavera: exposição
1999 - Individual de Fulvio Pennacchi
1999 - Fulvio Pennacchi
2000 - Desvendando Pennacchi
2000 - A Figura Humana na Coleção Itaú
2000 - Arte Naif
2000 - Desenhos e Aquarelas
2001 - Aquarela Brasileira
2002 - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet
2002 - Operários na Paulista: MAC-USP e os artistas artesãos
2002 - Santa Ingenuidade
2002 - Individual de Fulvio Pennacchi
2003 - Fulvio Pennacchi e Lucas Pennacchi
2003 - 22º Salão Arte Pará
2003 - Novecento Sudamericano: relações artísticas entre Itália, Argentina, Brasil e Uruguai
2004 - Acervo CAIXA - São Paulo 450 Anos, Artistas Paulistas
2006 - Ao Mesmo Tempo o Nosso Tempo
2006 - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real
2006 - Ciccillo: acervo MAC USP
2006 - Os 'Reclames' de Fulvio Pennacchi: primórdios da propaganda brasileira
2006 - Pennacchi: 100 anos
2007 - Os 'Reclames' de Fulvio Pennacchi: primórdios da propaganda brasileira
2007 - Brasil, Várias Vezes Moderno
2008 - Arte Brasileira no Acervo MAC USP
2008 - Brasil Brasileiro
2009 - Brasil Brasileiro
2009 - Modernos de Sempre
2009 - Uma Espelho no Museu
2010 - Puras misturas
2010 - Trilhas da Modernidade na Coleção do Banco Central
2011 - Arte Brasileira e Depois, na Coleção Itaú
2011 - Arte e Cultura no Vale do Paraíba
2011 - Modernismos no Brasil
2011 - Um Torneio Plástico – Modernistas e Vicente do Rego Monteiro
2012 - Arte Brasileira e Depois, na Coleção Itaú
2012 - Cotidiano
2012 - Modernistas: a semana de 1922 em reflexão
2012 - Passato Immediato: influência, ascendência
2013 - Classicismo, Realismo, Vanguarda: Pintura Italiana no Entreguerras
2014 - Alimentário: arte e construção do patrimônio alimentar brasileiro
2015 - Alimentário: arte e construção do patrimônio alimentar brasileiro
2015 - MASC: núcleo inicial
2017 - Arte Sacra XVII-XXI
2019 - O Sagrado na Arte Moderna Brasileira
2020 - Pinacoteca: Acervo
2022 - Vários 22
Fonte: FULVIO Pennacchi. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025. Acesso em: 05 de fevereiro de 2025. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Fulvio Pennacchi | Wikipédia
Fulvio Pennacchi (Villa Collemandina, 27 de dezembro de 1905 – São Paulo, 5 de outubro de 1992) foi um desenhista, pintor, muralista e ceramista ítalo-brasileiro.
Foi integrante do Grupo Santa Helena, juntamente com Alfredo Volpi, Francisco Rebolo, Aldo Bonadei, Alfredo Rizzotti, Mario Zanini, Humberto Rosa, Clovis Graciano e outros.
Sua pintura é sensível e pessoal, de modo especial na interpretação dos grandes temas bíblicos e da vida dos santos, em razão de uma infância marcada por sólida educação religiosa católica, e na evocação do mundo caipira.
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 5 de fevereiro de 2025.
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Grupo Santa Helena | Itaú Cultural
A existência do Grupo Santa Helena, e outras associações de artistas, torna-se um elemento fundamental para a consolidação da arte moderna em São Paulo nos decênios de 1930 e 1940. No entanto, sua abordagem e a compreensão como grupo não deixam de ser um desafio para os historiadores da arte brasileira. Sem programas preestabelecidos, o Santa Helena surge da união espontânea de alguns artistas utilizam salas como ateliê no Palacete Santa Helena, antigo edifício na Praça da Sé, em São Paulo, a partir de meados de 1934. O primeiro deles é Francisco Rebolo, que instala seu escritório de empreiteiro e artista-decorador na sala número 231 e começa a pintar, em 1935. Nesse ano Mário Zanini divide a sala com Rebolo, posteriormente alugando a de número 233, compondo a célula inicial do futuro agrupamento. Em datas diversas, uniram-se a eles, por ordem de chegada, Manoel Martins, Fulvio Pennacchi, Bonadei, Clóvis Graciano, Alfredo Volpi, Humberto Rosa e Rizzotti.
O ambiente criado nas salas de trabalho é de troca mútua, dividindo-se os conhecimentos técnicos de pintura e as sessões de modelo vivo, decidindo sobre a remessa de obras aos salões e organizando as famosas excursões de fim de semana aos subúrbios da cidade para execução da pintura ao ar livre. Relativamente afastado do meio artístico da época, o grupo só foi notado em outubro de 1936 por pintores mais experientes como Rossi Osir e Vittorio Gobbis, por ocasião da mostra Exposição de Pequenos Quadros, organizada pela Sociedade Paulista de Belas Artes no Palácio das Arcadas. Mas é como participantes da Família Artística Paulista (FAP), - agremiação co-fundada e dirigida por Rossi Osir, responsável por elaboração de salões -, que ganham visibilidade pública e passam a ser conhecidos pela crítica especializada como Grupo Santa Helena. Durante a curta duração dos ateliês conjuntos no palacete da Sé, não apresentam nenhuma exposição de seus trabalhos sob essa rubrica.
Em 1939, após visita ao 2º salão organizado pela FAP, Mário de Andrade (1893 - 1945) identifica e tenta conceituar pela primeira vez a existência de uma "escola paulista", caracterizada por seu modernismo moderado, ocupando o campo litigioso entre as experimentações formais da vanguarda dos anos 1920 e o academismo ainda vigente no meio paulistano. Como elemento de unificação entre os expositores, enfatiza a preocupação com o apuro técnico, a volta à tradição do fazer pictórico e o interesse pela representação da realidade concreta.
Somente em 1944, em texto dedicado a Clóvis Graciano, Mário de Andrade lança a tese de que a origem proletária ou da pequena burguesia é o elo e elemento determinante na plástica do grupo. O crítico afirma: "A que atribuir, portanto, as tendências coletivas de cor, de técnica geral e de assunto dessa Família Artística Paulista, até hoje rastreáveis em sua arte? A meu ver, o que caracteriza o grupo é seu proletarismo. Isso lhe determina a psicologia coletiva, e consequentemente a sua expressão". Em geral, esses artistas têm sua formação básica em escolas profissionalizantes, como o Liceu de Artes e Ofícios e a Escola Profissional Masculina do Brás. Os que estudam no exterior passam ao largo dos ateliês e escolas frequentadas pelos modernistas de 1922. Na época do Santa Helena ganham, em sua maioria, a vida como artesãos ou pintores-decoradores, o que contribui para a consciência artesanal de suas obras. A pintura de cavalete é realizada nos momentos de folga. A influência européia - principalmente do impressionismo e pós-impressionismo, do novecento italiano e do expressionismo - que se faz sentir na produção dos santelenistas se dá pela leitura de livros e revistas e por exposições que chegam do exterior.
O apego à representação da realidade leva-os a pintar principalmente paisagens, cujos focos são as vistas dos subúrbios e arredores da cidade, as praias visitadas nos fins de semana, a paisagem urbana. Percebe-se a preferência por locais anônimos no limite entre o campo e a cidade. A despeito das diferenças estilísticas entre eles, identifica-se em suas obras uma preferência por tons rebaixados, de fatura fosca, dando uma tonalidade acinzentada aos quadros. Outros gêneros foram trabalhados pelo Grupo Santa Helena, como a natureza-morta, o retrato e auto-retrato.
Com a dissolução natural do grupo, que começa a se desfazer no fim da década de 1930, seus artistas desenvolvem, muitas vezes com resultados desiguais, carreiras individuais. Entre eles, Alfredo Volpi é com certeza o que mais se destaca. Vale notar que artistas não-pertencentes ao Santa Helena guardam semelhanças estilísticas com os integrantes do grupo. Tais semelhanças apontam, com mais força e coesão, uma nova posição artística em São Paulo, autônoma em relação ao modernismo dos anos 1920 sem ser acadêmica.
Fonte: GRUPO Santa Helena. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025. Acesso em: 05 de fevereiro de 2025. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Crédito fotográfico: Memórias Fulvio Pennacchi. Consultado pela última vez em 6 de fevereiro de 2025.
Fulvio Pennacchi (27 de dezembro de 1905, Villa Collemandina, Itália — 5 de outubro de 1992, São Paulo, Brasil) foi um pintor, ceramista, desenhista, ilustrador e gravador ítalo-brasileiro. Formou-se em Pintura Mural pelo Regio Istituto di Belle Arti de Lucca e imigrou para o Brasil em 1929, estabelecendo-se em São Paulo. Foi integrante do Grupo Santa Helena, ao lado de artistas como Alfredo Volpi, Francisco Rebolo e Aldo Bonadei, compartilhando uma abordagem figurativa e temática voltada ao cotidiano e à vida popular. Influenciado por mestres como Giotto, Masaccio e Paul Cézanne, sua obra é marcada pela sensibilidade na interpretação de temas religiosos e pela representação do universo caipira brasileiro. Dedicou-se à pintura mural, destacando-se pelos afrescos da Igreja Nossa Senhora da Paz, no bairro do Glicério, e pela produção de cerâmicas, explorando técnicas próprias. Seu trabalho foi reconhecido internacionalmente, sendo homenageado em diversas exposições e tendo sua obra exibida na Bienal de Veneza em 2024.
Fulvio Pennacchi | Arremate Arte
Fulvio Pennacchi (1905 — 1992) foi um artista ítalo-brasileiro, atuando como pintor, ceramista, desenhista, ilustrador e gravador. Sua obra é marcada por uma sensibilidade única na interpretação de temas bíblicos e da vida dos santos, refletindo sua educação católica na infância. Além disso, destacou-se por retratar o universo caipira, capturando a essência da vida rural brasileira.
Após graduar-se em Pintura Mural pela Academia Real de Belas Artes de Lucca em 1928, Pennacchi imigrou para o Brasil em 1929, estabelecendo-se em São Paulo. Na capital paulista, integrou o Grupo Santa Helena, ao lado de artistas como Alfredo Volpi, Francisco Rebolo e Aldo Bonadei. Sua obra caracteriza-se por uma abordagem figurativa que retrata cenas do cotidiano e da vida popular, distanciando-se das tendências abstracionistas do início do século XX. Temas religiosos e representações do universo caipira são recorrentes em suas pinturas, refletindo sua formação católica e a admiração pela simplicidade da vida rural.
Entre suas obras destacam-se murais e afrescos presentes em diversos espaços públicos e religiosos. Além disso, Pennacchi dedicou-se à cerâmica, criando peças que evidenciam sua versatilidade artística. Sua casa e ateliê, inaugurados em 1948, foram projetados por ele próprio, incorporando elementos arquitetônicos e decorativos que refletem sua sensibilidade poética e multifacetada.
A obra de Pennacchi foi reconhecida internacionalmente, sendo apresentada pela primeira vez na Bienal de Veneza em 2024, evidenciando sua relevância no cenário artístico global.
Faleceu em 1992, na cidade de São Paulo, deixando um legado significativo para a arte brasileira, marcado pela celebração da vida cotidiana e pela valorização das tradições culturais.
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Fulvio Pennacchi | Itaú Cultural
Fulvio Pennacchi (Villa Collemandina - Garfagnana Toscana, Itália 1905 - São Paulo, São Paulo, 1992). Pintor, ceramista, desenhista, ilustrador, gravador, professor. Em 1924, muda-se para Lucca e inicia sua formação artística freqüentando o Regio Istituto di Belle Arti (atual Istituto Superiore Artistico A. Passaglia), onde tem aulas com o pintor Pio Semeghini (1878 - 1964). Muda-se para São Paulo em 1929 e dedica-se à diferentes atividades até 1933, quando passa a auxiliar Galileo Emendabili (1898 - 1974) na execução de monumentos funerários. Em 1935, conhece Francisco Rebolo (1902 - 1980), passa a freqüentar seu ateliê e convive com os artistas do Grupo Santa Helena. No ano seguinte, indicado por Emendabili, trabalha como professor de desenho geométrico e artes no Colégio Dante Alighieri. Nessa mesma época integra a Família Artística Paulista - FAP e inicia a produção de painéis em afresco e óleo para residências, igrejas hotéis e outras edificações, destacando-se os afrescos de grandes dimensões para a Igreja Nossa Senhora da Paz, no bairro do Glicério, executados entre os anos de 1941 e 1948. A partir de 1952, pesquisa técnicas de policromia em cerâmica. Em 1965, inicia um período de recolhimento e mantém-se afastado das exposições e do circuito artístico. Em 1973, reabre seu ateliê e recebe diversas homenagens no Brasil e na Itália. Nesse mesmo ano conhece a ceramista Eunice Pessoa e com ela desenvolve um um grande número de peças, expostas em 1975. Sem nunca ter abandonado as atividades artísticas, volta a figurar em diversas mostras e continua a produzir painéis em afresco. Em 1980, Pietro Maria Bardi (1900 - 1999) publica um livro sobre sua obra. Nove anos depois, é lançado, pela editora Gema Design, o livro Ofício Pennacchi, organizado por Valério Antonio Pennacchi, responsável também pela publicação, em 2002, do livro Fulvio Pennacchi: Pintura Mural, editado pela Metalivros.
Análise
Em 1928, Fulvio Pennacchi forma-se em pintura pelo Regio Istituto di Belle Arti (atual Istituto Superiore Artistico A. Passaglia), na Itália, onde estuda com Pio Semeghini (1878 - 1964). Em 1929, vem ao Brasil e fixa-se em São Paulo. Como aponta o historiador da arte Tadeu Chiarelli, sua paleta no Brasil assume tons terrosos, como em Crucificação, 1931, na qual a dramaticidade do tema é ressaltada pela composição verticalizada. De 1930 a 1932, realiza trabalhos de desenho publicitário com estética moderna, ligada à cultura visual italiana no período marcado pelo futurismo e pelo retorno à ordem. Em 1933, colabora com o escultor Galileo Emendabili (1898 - 1974).
Em 1935, ao participar do Salão Paulista de Belas Artes, trava amizade com Francisco Rebolo (1902 - 1980) e passa a frequentar seu ateliê, no Palacete Santa Helena, na Praça da Sé. Posteriormente integra o Grupo Santa Helena. Realiza pinturas com temática religiosa, como Fuga para o Egito, 1935 ou Esmola de Santo Antonio, 1938. Retrata também o homem do campo em suas atividades de trabalho, como em Colheita da Uva, 1939, ou em momentos de descanso ou lazer. Com os artistas do Grupo Santa Helena, vai aos domingos para arredores de São Paulo, onde pinta paisagens. Em seus trabalhos, porém, a figura humana é sempre integrada à paisagem. Revela interesse pela obra de Paul Cézanne (1839 - 1906) e de pintores italianos do primeiro Renascimento, como Giotto (1266 ou 1267 - 1337) e Masaccio (1401 - 1428).
Ainda nos anos de 1930, leciona desenho no Colégio Dante Alighieri. Pennacchi realiza muitos afrescos para as casas de famílias italianas de São Paulo e cidades próximas e para edifícios públicos. Como não havia aprendido a pintura em afresco na Itália, após algumas experiências consegue desenvolvê-la de maneira própria, inaugurando em São Paulo a pintura mural nessa técnica. Em 1941, é convidado a executar o projeto da Igreja Nossa Senhora da Paz, para a qual faz uma série de afrescos. Em 1949, o artista inaugura a nova residência de sua família no Jardim Europa. Para a casa, além do projeto, pinta diversos painéis e cria móveis e utensílios domésticos.
O contato com Rossi Osir (1890 - 1959) e com Cândido Cerqueira Leite, proprietário de uma indústria de porcelanas, faz com que se interesse pela cerâmica. O aprendizado da técnica ocorre de maneira autodidata e, com a pesquisa de terras e argilas brasileiras, obtém diferentes efeitos tanto de textura como de cor. O artista realiza em cerâmica diversas versões da Santa Ceia e da Via-Crucis, figuras humanas - geralmente trabalhadores -, pássaros, entre outros temas.
Pennacchi, que conhece as vanguardas artísticas do começo do século XX, nunca se filia a nenhuma delas. Procura, em sua produção, o equilíbrio entre o clássico e a modernidade, expresso na suavidade e delicadeza de suas composições e na simplicidade dos temas e figuras apresentados.
Exposições Individuais
1945 - Individual de Fulvio Pennacchi
1964 - Individual de Fulvio Pennacchi
1972 - Individual de Fulvio Pennacchi
1973 - Individual de Fulvio Pennacchi
1973 - Individual de Fulvio Pennacchi
1973 - Individual de Fulvio Pennacchi
1974 - Individual de Fulvio Pennacchi
1974 - Individual de Fulvio Pennacchi
1974 - Individual de Fulvio Pennacchi
1975 - Individual de Fulvio Pennacchi
1976 - Individual de Fulvio Pennacchi
1977 - Individual de Fulvio Pennacchi
1977 - Individual de Fulvio Pennacchi
1979 - Individual de Fulvio Pennacchi
1980 - Individual de Fulvio Pennacchi
1981 - Individual de Fulvio Pennacchi
1984 - Individual de Fulvio Pennacchi
1985 - Individual de Fulvio Pennacchi
1985 - Individual de Fulvio Pennacchi
1985 - Fulvio Pennacchi: 80 anos
1986 - Individual de Fulvio Pennacchi
1987 - Fulvio Pennacchi: sessenta anos de pintura
1988 - Individual de Fulvio Pennacchi
1989 - Individual de Fulvio Pennacchi
1999 - Individual de Fulvio Pennacchi
1999 - Fulvio Pennacchi
2000 - Desvendando Pennacchi
2002 - Individual de Fulvio Pennacchi
2003 - Fulvio Pennacchi e Lucas Pennacchi
2006 - Os 'Reclames' de Fulvio Pennacchi: primórdios da propaganda brasileira
2006 - Pennacchi: 100 anos
2007 - Os 'Reclames' de Fulvio Pennacchi: primórdios da propaganda brasileira
Exposições Coletivas
1936 - 42º Salão Nacional de Belas Artes
1936 - 4º Salão Paulista de Belas Artes
1937 - 1º Salão da Família Artística Paulista
1937 - 5º Salão Paulista de Belas Artes
1939 - 2º Salão da Família Artística Paulista
1939 - 3º Salão de Maio
1940 - 3º Salão da Família Artística Paulista
1941 - 1º Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias
1942 - 7º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos
1946 - 12º Salão Paulista de Belas Artes
1948 - Artes Plásticas
1949 - 1º Salão Bahiano de Belas Artes
1949 - Pintura Paulista no Rio de Janeiro
1951 - 1ª Bienal Internacional de São Paulo
1952 - 2º Salão Paulista de Arte Moderna
1953 - 18º Salão Paulista de Belas Artes
1954 - 3º Salão Paulista de Arte Moderna
1954 - Arte Contemporânea: exposição do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo
1960 - Cartões de Natal
1967 - O Grupo Santa Helena: 30 anos depois
1970 - Artistas Ingênuos Brasileiros
1972 - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois
1972 - A Semana de 22: antecedentes e consequências
1973 - 5º Panorama de Arte Atual Brasileira
1973 - Oito Pintores do Grupo Santa Helena
1975 - 40 anos: Grupo Santa Helena
1976 - 50 Anos de Pennacchi
1976 - 8º Panorama de Arte Atual Brasileira
1976 - O Grupo Santa Helena
1976 - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo
1977 - Grupo Seibi - Grupo do Santa Helena: década 35 a 45
1978 - 3º Salão de Artes Plásticas da Noroeste
1978 - Pequenas Telas - Grandes Pintores
1980 - 3º Salão de Artes Plásticas de Presidente Prudente
1980 - 4º Salão de Artes Plásticas da Noroeste
1980 - Coletiva de Inauguração
1980 - Pintores Paisagistas
1982 - 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste
1984 - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras
1985 - 100 Obras Itaú
1985 - 6º Salão de Artes Plásticas da Noroeste
1985 - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas
1985 - As Mães e a Flor na Visão de 33 Pintores
1986 - Artistas e Futebol
1986 - Tempo de Madureza
1987 - 20ª Chapel Art Show
1987 - 6º Salão de Arte na Faculdade São Judas
1987 - Artistas Contemporâneos
1987 - Coletiva de Natal
1987 - Seis Figurativos
1988 - 21ª Chapel Art Show
1988 - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial
1989 - 22ª Chapel Art Show
1989 - Trinta e Três Maneiras de Ver o Mundo
1990 - Arte Brasileira
1992 - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas
Exposições Póstumas
1993 - 2ª Exposição Artistas Ítalo-Brasileiros em São Paulo
1994 - Bienal Brasil Século XX
1994 - Dentistas e Futebol
1995 - O Grupo Santa Helena
1996 - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970
1996 - O Grupo do Santa Helena, Hoje
1996 - O Grupo Santa Helena
1997 - Coletiva de Natal
1998 - Brasil: Anos 20 a 70
1998 - Coletiva de Primavera: exposição
1999 - Individual de Fulvio Pennacchi
1999 - Fulvio Pennacchi
2000 - Desvendando Pennacchi
2000 - A Figura Humana na Coleção Itaú
2000 - Arte Naif
2000 - Desenhos e Aquarelas
2001 - Aquarela Brasileira
2002 - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet
2002 - Operários na Paulista: MAC-USP e os artistas artesãos
2002 - Santa Ingenuidade
2002 - Individual de Fulvio Pennacchi
2003 - Fulvio Pennacchi e Lucas Pennacchi
2003 - 22º Salão Arte Pará
2003 - Novecento Sudamericano: relações artísticas entre Itália, Argentina, Brasil e Uruguai
2004 - Acervo CAIXA - São Paulo 450 Anos, Artistas Paulistas
2006 - Ao Mesmo Tempo o Nosso Tempo
2006 - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real
2006 - Ciccillo: acervo MAC USP
2006 - Os 'Reclames' de Fulvio Pennacchi: primórdios da propaganda brasileira
2006 - Pennacchi: 100 anos
2007 - Os 'Reclames' de Fulvio Pennacchi: primórdios da propaganda brasileira
2007 - Brasil, Várias Vezes Moderno
2008 - Arte Brasileira no Acervo MAC USP
2008 - Brasil Brasileiro
2009 - Brasil Brasileiro
2009 - Modernos de Sempre
2009 - Uma Espelho no Museu
2010 - Puras misturas
2010 - Trilhas da Modernidade na Coleção do Banco Central
2011 - Arte Brasileira e Depois, na Coleção Itaú
2011 - Arte e Cultura no Vale do Paraíba
2011 - Modernismos no Brasil
2011 - Um Torneio Plástico – Modernistas e Vicente do Rego Monteiro
2012 - Arte Brasileira e Depois, na Coleção Itaú
2012 - Cotidiano
2012 - Modernistas: a semana de 1922 em reflexão
2012 - Passato Immediato: influência, ascendência
2013 - Classicismo, Realismo, Vanguarda: Pintura Italiana no Entreguerras
2014 - Alimentário: arte e construção do patrimônio alimentar brasileiro
2015 - Alimentário: arte e construção do patrimônio alimentar brasileiro
2015 - MASC: núcleo inicial
2017 - Arte Sacra XVII-XXI
2019 - O Sagrado na Arte Moderna Brasileira
2020 - Pinacoteca: Acervo
2022 - Vários 22
Fonte: FULVIO Pennacchi. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025. Acesso em: 05 de fevereiro de 2025. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Fulvio Pennacchi | Wikipédia
Fulvio Pennacchi (Villa Collemandina, 27 de dezembro de 1905 – São Paulo, 5 de outubro de 1992) foi um desenhista, pintor, muralista e ceramista ítalo-brasileiro.
Foi integrante do Grupo Santa Helena, juntamente com Alfredo Volpi, Francisco Rebolo, Aldo Bonadei, Alfredo Rizzotti, Mario Zanini, Humberto Rosa, Clovis Graciano e outros.
Sua pintura é sensível e pessoal, de modo especial na interpretação dos grandes temas bíblicos e da vida dos santos, em razão de uma infância marcada por sólida educação religiosa católica, e na evocação do mundo caipira.
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 5 de fevereiro de 2025.
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Grupo Santa Helena | Itaú Cultural
A existência do Grupo Santa Helena, e outras associações de artistas, torna-se um elemento fundamental para a consolidação da arte moderna em São Paulo nos decênios de 1930 e 1940. No entanto, sua abordagem e a compreensão como grupo não deixam de ser um desafio para os historiadores da arte brasileira. Sem programas preestabelecidos, o Santa Helena surge da união espontânea de alguns artistas utilizam salas como ateliê no Palacete Santa Helena, antigo edifício na Praça da Sé, em São Paulo, a partir de meados de 1934. O primeiro deles é Francisco Rebolo, que instala seu escritório de empreiteiro e artista-decorador na sala número 231 e começa a pintar, em 1935. Nesse ano Mário Zanini divide a sala com Rebolo, posteriormente alugando a de número 233, compondo a célula inicial do futuro agrupamento. Em datas diversas, uniram-se a eles, por ordem de chegada, Manoel Martins, Fulvio Pennacchi, Bonadei, Clóvis Graciano, Alfredo Volpi, Humberto Rosa e Rizzotti.
O ambiente criado nas salas de trabalho é de troca mútua, dividindo-se os conhecimentos técnicos de pintura e as sessões de modelo vivo, decidindo sobre a remessa de obras aos salões e organizando as famosas excursões de fim de semana aos subúrbios da cidade para execução da pintura ao ar livre. Relativamente afastado do meio artístico da época, o grupo só foi notado em outubro de 1936 por pintores mais experientes como Rossi Osir e Vittorio Gobbis, por ocasião da mostra Exposição de Pequenos Quadros, organizada pela Sociedade Paulista de Belas Artes no Palácio das Arcadas. Mas é como participantes da Família Artística Paulista (FAP), - agremiação co-fundada e dirigida por Rossi Osir, responsável por elaboração de salões -, que ganham visibilidade pública e passam a ser conhecidos pela crítica especializada como Grupo Santa Helena. Durante a curta duração dos ateliês conjuntos no palacete da Sé, não apresentam nenhuma exposição de seus trabalhos sob essa rubrica.
Em 1939, após visita ao 2º salão organizado pela FAP, Mário de Andrade (1893 - 1945) identifica e tenta conceituar pela primeira vez a existência de uma "escola paulista", caracterizada por seu modernismo moderado, ocupando o campo litigioso entre as experimentações formais da vanguarda dos anos 1920 e o academismo ainda vigente no meio paulistano. Como elemento de unificação entre os expositores, enfatiza a preocupação com o apuro técnico, a volta à tradição do fazer pictórico e o interesse pela representação da realidade concreta.
Somente em 1944, em texto dedicado a Clóvis Graciano, Mário de Andrade lança a tese de que a origem proletária ou da pequena burguesia é o elo e elemento determinante na plástica do grupo. O crítico afirma: "A que atribuir, portanto, as tendências coletivas de cor, de técnica geral e de assunto dessa Família Artística Paulista, até hoje rastreáveis em sua arte? A meu ver, o que caracteriza o grupo é seu proletarismo. Isso lhe determina a psicologia coletiva, e consequentemente a sua expressão". Em geral, esses artistas têm sua formação básica em escolas profissionalizantes, como o Liceu de Artes e Ofícios e a Escola Profissional Masculina do Brás. Os que estudam no exterior passam ao largo dos ateliês e escolas frequentadas pelos modernistas de 1922. Na época do Santa Helena ganham, em sua maioria, a vida como artesãos ou pintores-decoradores, o que contribui para a consciência artesanal de suas obras. A pintura de cavalete é realizada nos momentos de folga. A influência européia - principalmente do impressionismo e pós-impressionismo, do novecento italiano e do expressionismo - que se faz sentir na produção dos santelenistas se dá pela leitura de livros e revistas e por exposições que chegam do exterior.
O apego à representação da realidade leva-os a pintar principalmente paisagens, cujos focos são as vistas dos subúrbios e arredores da cidade, as praias visitadas nos fins de semana, a paisagem urbana. Percebe-se a preferência por locais anônimos no limite entre o campo e a cidade. A despeito das diferenças estilísticas entre eles, identifica-se em suas obras uma preferência por tons rebaixados, de fatura fosca, dando uma tonalidade acinzentada aos quadros. Outros gêneros foram trabalhados pelo Grupo Santa Helena, como a natureza-morta, o retrato e auto-retrato.
Com a dissolução natural do grupo, que começa a se desfazer no fim da década de 1930, seus artistas desenvolvem, muitas vezes com resultados desiguais, carreiras individuais. Entre eles, Alfredo Volpi é com certeza o que mais se destaca. Vale notar que artistas não-pertencentes ao Santa Helena guardam semelhanças estilísticas com os integrantes do grupo. Tais semelhanças apontam, com mais força e coesão, uma nova posição artística em São Paulo, autônoma em relação ao modernismo dos anos 1920 sem ser acadêmica.
Fonte: GRUPO Santa Helena. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025. Acesso em: 05 de fevereiro de 2025. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Crédito fotográfico: Memórias Fulvio Pennacchi. Consultado pela última vez em 6 de fevereiro de 2025.
Fulvio Pennacchi (27 de dezembro de 1905, Villa Collemandina, Itália — 5 de outubro de 1992, São Paulo, Brasil) foi um pintor, ceramista, desenhista, ilustrador e gravador ítalo-brasileiro. Formou-se em Pintura Mural pelo Regio Istituto di Belle Arti de Lucca e imigrou para o Brasil em 1929, estabelecendo-se em São Paulo. Foi integrante do Grupo Santa Helena, ao lado de artistas como Alfredo Volpi, Francisco Rebolo e Aldo Bonadei, compartilhando uma abordagem figurativa e temática voltada ao cotidiano e à vida popular. Influenciado por mestres como Giotto, Masaccio e Paul Cézanne, sua obra é marcada pela sensibilidade na interpretação de temas religiosos e pela representação do universo caipira brasileiro. Dedicou-se à pintura mural, destacando-se pelos afrescos da Igreja Nossa Senhora da Paz, no bairro do Glicério, e pela produção de cerâmicas, explorando técnicas próprias. Seu trabalho foi reconhecido internacionalmente, sendo homenageado em diversas exposições e tendo sua obra exibida na Bienal de Veneza em 2024.
Fulvio Pennacchi | Arremate Arte
Fulvio Pennacchi (1905 — 1992) foi um artista ítalo-brasileiro, atuando como pintor, ceramista, desenhista, ilustrador e gravador. Sua obra é marcada por uma sensibilidade única na interpretação de temas bíblicos e da vida dos santos, refletindo sua educação católica na infância. Além disso, destacou-se por retratar o universo caipira, capturando a essência da vida rural brasileira.
Após graduar-se em Pintura Mural pela Academia Real de Belas Artes de Lucca em 1928, Pennacchi imigrou para o Brasil em 1929, estabelecendo-se em São Paulo. Na capital paulista, integrou o Grupo Santa Helena, ao lado de artistas como Alfredo Volpi, Francisco Rebolo e Aldo Bonadei. Sua obra caracteriza-se por uma abordagem figurativa que retrata cenas do cotidiano e da vida popular, distanciando-se das tendências abstracionistas do início do século XX. Temas religiosos e representações do universo caipira são recorrentes em suas pinturas, refletindo sua formação católica e a admiração pela simplicidade da vida rural.
Entre suas obras destacam-se murais e afrescos presentes em diversos espaços públicos e religiosos. Além disso, Pennacchi dedicou-se à cerâmica, criando peças que evidenciam sua versatilidade artística. Sua casa e ateliê, inaugurados em 1948, foram projetados por ele próprio, incorporando elementos arquitetônicos e decorativos que refletem sua sensibilidade poética e multifacetada.
A obra de Pennacchi foi reconhecida internacionalmente, sendo apresentada pela primeira vez na Bienal de Veneza em 2024, evidenciando sua relevância no cenário artístico global.
Faleceu em 1992, na cidade de São Paulo, deixando um legado significativo para a arte brasileira, marcado pela celebração da vida cotidiana e pela valorização das tradições culturais.
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Fulvio Pennacchi | Itaú Cultural
Fulvio Pennacchi (Villa Collemandina - Garfagnana Toscana, Itália 1905 - São Paulo, São Paulo, 1992). Pintor, ceramista, desenhista, ilustrador, gravador, professor. Em 1924, muda-se para Lucca e inicia sua formação artística freqüentando o Regio Istituto di Belle Arti (atual Istituto Superiore Artistico A. Passaglia), onde tem aulas com o pintor Pio Semeghini (1878 - 1964). Muda-se para São Paulo em 1929 e dedica-se à diferentes atividades até 1933, quando passa a auxiliar Galileo Emendabili (1898 - 1974) na execução de monumentos funerários. Em 1935, conhece Francisco Rebolo (1902 - 1980), passa a freqüentar seu ateliê e convive com os artistas do Grupo Santa Helena. No ano seguinte, indicado por Emendabili, trabalha como professor de desenho geométrico e artes no Colégio Dante Alighieri. Nessa mesma época integra a Família Artística Paulista - FAP e inicia a produção de painéis em afresco e óleo para residências, igrejas hotéis e outras edificações, destacando-se os afrescos de grandes dimensões para a Igreja Nossa Senhora da Paz, no bairro do Glicério, executados entre os anos de 1941 e 1948. A partir de 1952, pesquisa técnicas de policromia em cerâmica. Em 1965, inicia um período de recolhimento e mantém-se afastado das exposições e do circuito artístico. Em 1973, reabre seu ateliê e recebe diversas homenagens no Brasil e na Itália. Nesse mesmo ano conhece a ceramista Eunice Pessoa e com ela desenvolve um um grande número de peças, expostas em 1975. Sem nunca ter abandonado as atividades artísticas, volta a figurar em diversas mostras e continua a produzir painéis em afresco. Em 1980, Pietro Maria Bardi (1900 - 1999) publica um livro sobre sua obra. Nove anos depois, é lançado, pela editora Gema Design, o livro Ofício Pennacchi, organizado por Valério Antonio Pennacchi, responsável também pela publicação, em 2002, do livro Fulvio Pennacchi: Pintura Mural, editado pela Metalivros.
Análise
Em 1928, Fulvio Pennacchi forma-se em pintura pelo Regio Istituto di Belle Arti (atual Istituto Superiore Artistico A. Passaglia), na Itália, onde estuda com Pio Semeghini (1878 - 1964). Em 1929, vem ao Brasil e fixa-se em São Paulo. Como aponta o historiador da arte Tadeu Chiarelli, sua paleta no Brasil assume tons terrosos, como em Crucificação, 1931, na qual a dramaticidade do tema é ressaltada pela composição verticalizada. De 1930 a 1932, realiza trabalhos de desenho publicitário com estética moderna, ligada à cultura visual italiana no período marcado pelo futurismo e pelo retorno à ordem. Em 1933, colabora com o escultor Galileo Emendabili (1898 - 1974).
Em 1935, ao participar do Salão Paulista de Belas Artes, trava amizade com Francisco Rebolo (1902 - 1980) e passa a frequentar seu ateliê, no Palacete Santa Helena, na Praça da Sé. Posteriormente integra o Grupo Santa Helena. Realiza pinturas com temática religiosa, como Fuga para o Egito, 1935 ou Esmola de Santo Antonio, 1938. Retrata também o homem do campo em suas atividades de trabalho, como em Colheita da Uva, 1939, ou em momentos de descanso ou lazer. Com os artistas do Grupo Santa Helena, vai aos domingos para arredores de São Paulo, onde pinta paisagens. Em seus trabalhos, porém, a figura humana é sempre integrada à paisagem. Revela interesse pela obra de Paul Cézanne (1839 - 1906) e de pintores italianos do primeiro Renascimento, como Giotto (1266 ou 1267 - 1337) e Masaccio (1401 - 1428).
Ainda nos anos de 1930, leciona desenho no Colégio Dante Alighieri. Pennacchi realiza muitos afrescos para as casas de famílias italianas de São Paulo e cidades próximas e para edifícios públicos. Como não havia aprendido a pintura em afresco na Itália, após algumas experiências consegue desenvolvê-la de maneira própria, inaugurando em São Paulo a pintura mural nessa técnica. Em 1941, é convidado a executar o projeto da Igreja Nossa Senhora da Paz, para a qual faz uma série de afrescos. Em 1949, o artista inaugura a nova residência de sua família no Jardim Europa. Para a casa, além do projeto, pinta diversos painéis e cria móveis e utensílios domésticos.
O contato com Rossi Osir (1890 - 1959) e com Cândido Cerqueira Leite, proprietário de uma indústria de porcelanas, faz com que se interesse pela cerâmica. O aprendizado da técnica ocorre de maneira autodidata e, com a pesquisa de terras e argilas brasileiras, obtém diferentes efeitos tanto de textura como de cor. O artista realiza em cerâmica diversas versões da Santa Ceia e da Via-Crucis, figuras humanas - geralmente trabalhadores -, pássaros, entre outros temas.
Pennacchi, que conhece as vanguardas artísticas do começo do século XX, nunca se filia a nenhuma delas. Procura, em sua produção, o equilíbrio entre o clássico e a modernidade, expresso na suavidade e delicadeza de suas composições e na simplicidade dos temas e figuras apresentados.
Exposições Individuais
1945 - Individual de Fulvio Pennacchi
1964 - Individual de Fulvio Pennacchi
1972 - Individual de Fulvio Pennacchi
1973 - Individual de Fulvio Pennacchi
1973 - Individual de Fulvio Pennacchi
1973 - Individual de Fulvio Pennacchi
1974 - Individual de Fulvio Pennacchi
1974 - Individual de Fulvio Pennacchi
1974 - Individual de Fulvio Pennacchi
1975 - Individual de Fulvio Pennacchi
1976 - Individual de Fulvio Pennacchi
1977 - Individual de Fulvio Pennacchi
1977 - Individual de Fulvio Pennacchi
1979 - Individual de Fulvio Pennacchi
1980 - Individual de Fulvio Pennacchi
1981 - Individual de Fulvio Pennacchi
1984 - Individual de Fulvio Pennacchi
1985 - Individual de Fulvio Pennacchi
1985 - Individual de Fulvio Pennacchi
1985 - Fulvio Pennacchi: 80 anos
1986 - Individual de Fulvio Pennacchi
1987 - Fulvio Pennacchi: sessenta anos de pintura
1988 - Individual de Fulvio Pennacchi
1989 - Individual de Fulvio Pennacchi
1999 - Individual de Fulvio Pennacchi
1999 - Fulvio Pennacchi
2000 - Desvendando Pennacchi
2002 - Individual de Fulvio Pennacchi
2003 - Fulvio Pennacchi e Lucas Pennacchi
2006 - Os 'Reclames' de Fulvio Pennacchi: primórdios da propaganda brasileira
2006 - Pennacchi: 100 anos
2007 - Os 'Reclames' de Fulvio Pennacchi: primórdios da propaganda brasileira
Exposições Coletivas
1936 - 42º Salão Nacional de Belas Artes
1936 - 4º Salão Paulista de Belas Artes
1937 - 1º Salão da Família Artística Paulista
1937 - 5º Salão Paulista de Belas Artes
1939 - 2º Salão da Família Artística Paulista
1939 - 3º Salão de Maio
1940 - 3º Salão da Família Artística Paulista
1941 - 1º Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias
1942 - 7º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos
1946 - 12º Salão Paulista de Belas Artes
1948 - Artes Plásticas
1949 - 1º Salão Bahiano de Belas Artes
1949 - Pintura Paulista no Rio de Janeiro
1951 - 1ª Bienal Internacional de São Paulo
1952 - 2º Salão Paulista de Arte Moderna
1953 - 18º Salão Paulista de Belas Artes
1954 - 3º Salão Paulista de Arte Moderna
1954 - Arte Contemporânea: exposição do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo
1960 - Cartões de Natal
1967 - O Grupo Santa Helena: 30 anos depois
1970 - Artistas Ingênuos Brasileiros
1972 - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois
1972 - A Semana de 22: antecedentes e consequências
1973 - 5º Panorama de Arte Atual Brasileira
1973 - Oito Pintores do Grupo Santa Helena
1975 - 40 anos: Grupo Santa Helena
1976 - 50 Anos de Pennacchi
1976 - 8º Panorama de Arte Atual Brasileira
1976 - O Grupo Santa Helena
1976 - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo
1977 - Grupo Seibi - Grupo do Santa Helena: década 35 a 45
1978 - 3º Salão de Artes Plásticas da Noroeste
1978 - Pequenas Telas - Grandes Pintores
1980 - 3º Salão de Artes Plásticas de Presidente Prudente
1980 - 4º Salão de Artes Plásticas da Noroeste
1980 - Coletiva de Inauguração
1980 - Pintores Paisagistas
1982 - 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste
1984 - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras
1985 - 100 Obras Itaú
1985 - 6º Salão de Artes Plásticas da Noroeste
1985 - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas
1985 - As Mães e a Flor na Visão de 33 Pintores
1986 - Artistas e Futebol
1986 - Tempo de Madureza
1987 - 20ª Chapel Art Show
1987 - 6º Salão de Arte na Faculdade São Judas
1987 - Artistas Contemporâneos
1987 - Coletiva de Natal
1987 - Seis Figurativos
1988 - 21ª Chapel Art Show
1988 - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial
1989 - 22ª Chapel Art Show
1989 - Trinta e Três Maneiras de Ver o Mundo
1990 - Arte Brasileira
1992 - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas
Exposições Póstumas
1993 - 2ª Exposição Artistas Ítalo-Brasileiros em São Paulo
1994 - Bienal Brasil Século XX
1994 - Dentistas e Futebol
1995 - O Grupo Santa Helena
1996 - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970
1996 - O Grupo do Santa Helena, Hoje
1996 - O Grupo Santa Helena
1997 - Coletiva de Natal
1998 - Brasil: Anos 20 a 70
1998 - Coletiva de Primavera: exposição
1999 - Individual de Fulvio Pennacchi
1999 - Fulvio Pennacchi
2000 - Desvendando Pennacchi
2000 - A Figura Humana na Coleção Itaú
2000 - Arte Naif
2000 - Desenhos e Aquarelas
2001 - Aquarela Brasileira
2002 - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet
2002 - Operários na Paulista: MAC-USP e os artistas artesãos
2002 - Santa Ingenuidade
2002 - Individual de Fulvio Pennacchi
2003 - Fulvio Pennacchi e Lucas Pennacchi
2003 - 22º Salão Arte Pará
2003 - Novecento Sudamericano: relações artísticas entre Itália, Argentina, Brasil e Uruguai
2004 - Acervo CAIXA - São Paulo 450 Anos, Artistas Paulistas
2006 - Ao Mesmo Tempo o Nosso Tempo
2006 - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real
2006 - Ciccillo: acervo MAC USP
2006 - Os 'Reclames' de Fulvio Pennacchi: primórdios da propaganda brasileira
2006 - Pennacchi: 100 anos
2007 - Os 'Reclames' de Fulvio Pennacchi: primórdios da propaganda brasileira
2007 - Brasil, Várias Vezes Moderno
2008 - Arte Brasileira no Acervo MAC USP
2008 - Brasil Brasileiro
2009 - Brasil Brasileiro
2009 - Modernos de Sempre
2009 - Uma Espelho no Museu
2010 - Puras misturas
2010 - Trilhas da Modernidade na Coleção do Banco Central
2011 - Arte Brasileira e Depois, na Coleção Itaú
2011 - Arte e Cultura no Vale do Paraíba
2011 - Modernismos no Brasil
2011 - Um Torneio Plástico – Modernistas e Vicente do Rego Monteiro
2012 - Arte Brasileira e Depois, na Coleção Itaú
2012 - Cotidiano
2012 - Modernistas: a semana de 1922 em reflexão
2012 - Passato Immediato: influência, ascendência
2013 - Classicismo, Realismo, Vanguarda: Pintura Italiana no Entreguerras
2014 - Alimentário: arte e construção do patrimônio alimentar brasileiro
2015 - Alimentário: arte e construção do patrimônio alimentar brasileiro
2015 - MASC: núcleo inicial
2017 - Arte Sacra XVII-XXI
2019 - O Sagrado na Arte Moderna Brasileira
2020 - Pinacoteca: Acervo
2022 - Vários 22
Fonte: FULVIO Pennacchi. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025. Acesso em: 05 de fevereiro de 2025. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Fulvio Pennacchi | Wikipédia
Fulvio Pennacchi (Villa Collemandina, 27 de dezembro de 1905 – São Paulo, 5 de outubro de 1992) foi um desenhista, pintor, muralista e ceramista ítalo-brasileiro.
Foi integrante do Grupo Santa Helena, juntamente com Alfredo Volpi, Francisco Rebolo, Aldo Bonadei, Alfredo Rizzotti, Mario Zanini, Humberto Rosa, Clovis Graciano e outros.
Sua pintura é sensível e pessoal, de modo especial na interpretação dos grandes temas bíblicos e da vida dos santos, em razão de uma infância marcada por sólida educação religiosa católica, e na evocação do mundo caipira.
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 5 de fevereiro de 2025.
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Grupo Santa Helena | Itaú Cultural
A existência do Grupo Santa Helena, e outras associações de artistas, torna-se um elemento fundamental para a consolidação da arte moderna em São Paulo nos decênios de 1930 e 1940. No entanto, sua abordagem e a compreensão como grupo não deixam de ser um desafio para os historiadores da arte brasileira. Sem programas preestabelecidos, o Santa Helena surge da união espontânea de alguns artistas utilizam salas como ateliê no Palacete Santa Helena, antigo edifício na Praça da Sé, em São Paulo, a partir de meados de 1934. O primeiro deles é Francisco Rebolo, que instala seu escritório de empreiteiro e artista-decorador na sala número 231 e começa a pintar, em 1935. Nesse ano Mário Zanini divide a sala com Rebolo, posteriormente alugando a de número 233, compondo a célula inicial do futuro agrupamento. Em datas diversas, uniram-se a eles, por ordem de chegada, Manoel Martins, Fulvio Pennacchi, Bonadei, Clóvis Graciano, Alfredo Volpi, Humberto Rosa e Rizzotti.
O ambiente criado nas salas de trabalho é de troca mútua, dividindo-se os conhecimentos técnicos de pintura e as sessões de modelo vivo, decidindo sobre a remessa de obras aos salões e organizando as famosas excursões de fim de semana aos subúrbios da cidade para execução da pintura ao ar livre. Relativamente afastado do meio artístico da época, o grupo só foi notado em outubro de 1936 por pintores mais experientes como Rossi Osir e Vittorio Gobbis, por ocasião da mostra Exposição de Pequenos Quadros, organizada pela Sociedade Paulista de Belas Artes no Palácio das Arcadas. Mas é como participantes da Família Artística Paulista (FAP), - agremiação co-fundada e dirigida por Rossi Osir, responsável por elaboração de salões -, que ganham visibilidade pública e passam a ser conhecidos pela crítica especializada como Grupo Santa Helena. Durante a curta duração dos ateliês conjuntos no palacete da Sé, não apresentam nenhuma exposição de seus trabalhos sob essa rubrica.
Em 1939, após visita ao 2º salão organizado pela FAP, Mário de Andrade (1893 - 1945) identifica e tenta conceituar pela primeira vez a existência de uma "escola paulista", caracterizada por seu modernismo moderado, ocupando o campo litigioso entre as experimentações formais da vanguarda dos anos 1920 e o academismo ainda vigente no meio paulistano. Como elemento de unificação entre os expositores, enfatiza a preocupação com o apuro técnico, a volta à tradição do fazer pictórico e o interesse pela representação da realidade concreta.
Somente em 1944, em texto dedicado a Clóvis Graciano, Mário de Andrade lança a tese de que a origem proletária ou da pequena burguesia é o elo e elemento determinante na plástica do grupo. O crítico afirma: "A que atribuir, portanto, as tendências coletivas de cor, de técnica geral e de assunto dessa Família Artística Paulista, até hoje rastreáveis em sua arte? A meu ver, o que caracteriza o grupo é seu proletarismo. Isso lhe determina a psicologia coletiva, e consequentemente a sua expressão". Em geral, esses artistas têm sua formação básica em escolas profissionalizantes, como o Liceu de Artes e Ofícios e a Escola Profissional Masculina do Brás. Os que estudam no exterior passam ao largo dos ateliês e escolas frequentadas pelos modernistas de 1922. Na época do Santa Helena ganham, em sua maioria, a vida como artesãos ou pintores-decoradores, o que contribui para a consciência artesanal de suas obras. A pintura de cavalete é realizada nos momentos de folga. A influência européia - principalmente do impressionismo e pós-impressionismo, do novecento italiano e do expressionismo - que se faz sentir na produção dos santelenistas se dá pela leitura de livros e revistas e por exposições que chegam do exterior.
O apego à representação da realidade leva-os a pintar principalmente paisagens, cujos focos são as vistas dos subúrbios e arredores da cidade, as praias visitadas nos fins de semana, a paisagem urbana. Percebe-se a preferência por locais anônimos no limite entre o campo e a cidade. A despeito das diferenças estilísticas entre eles, identifica-se em suas obras uma preferência por tons rebaixados, de fatura fosca, dando uma tonalidade acinzentada aos quadros. Outros gêneros foram trabalhados pelo Grupo Santa Helena, como a natureza-morta, o retrato e auto-retrato.
Com a dissolução natural do grupo, que começa a se desfazer no fim da década de 1930, seus artistas desenvolvem, muitas vezes com resultados desiguais, carreiras individuais. Entre eles, Alfredo Volpi é com certeza o que mais se destaca. Vale notar que artistas não-pertencentes ao Santa Helena guardam semelhanças estilísticas com os integrantes do grupo. Tais semelhanças apontam, com mais força e coesão, uma nova posição artística em São Paulo, autônoma em relação ao modernismo dos anos 1920 sem ser acadêmica.
Fonte: GRUPO Santa Helena. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025. Acesso em: 05 de fevereiro de 2025. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Crédito fotográfico: Memórias Fulvio Pennacchi. Consultado pela última vez em 6 de fevereiro de 2025.