Mario Zanini (São Paulo, 10 de setembro de 1907 — São Paulo, 16 de agosto de 1971) foi um pintor, ceramista, desenhista, gravador, pintor e professor de artes plásticas brasileiro. Integrou o Grupo Santa Helena, coletivo de artistas que buscava uma abordagem mais social e política em suas obras, retratando a realidade brasileira. Ao longo de sua carreira, Zanini desenvolveu uma linguagem própria, caracterizada por uma estética expressionista e uma abordagem temática que abrangia desde retratos e paisagens até cenas de natureza-morta e de trabalho. Ele explorava as cores, as formas e as texturas de maneira intensa, transmitindo uma atmosfera emocional e uma crítica social sutil em suas obras.
Biografia Mario Zanini – Arremate Arte
Mario Zanini foi um renomado pintor e escultor brasileiro. Ele nasceu em 19 de maio de 1907, na cidade de São Paulo, Brasil. Desde jovem, demonstrou interesse e talento para as artes visuais, especialmente a pintura.
Zanini iniciou sua formação artística na Escola Profissional Masculina do Brás, onde estudou desenho industrial. Posteriormente, ingressou na Escola de Belas Artes de São Paulo, onde recebeu orientação dos mestres Francisco Rebolo e Clóvis Graciano. Foi nessa época que Zanini entrou em contato com o movimento modernista que florescia no país, o qual teve uma influência significativa em sua carreira artística.
No início da década de 1930, Mario Zanini integrou o Grupo Santa Helena, um coletivo de artistas que buscavam uma abordagem mais social e política em suas obras, retratando a realidade brasileira. Suas pinturas, nesse período, eram marcadas por uma representação mais realista das cenas urbanas e do cotidiano das classes trabalhadoras.
Ao longo de sua carreira, Zanini desenvolveu uma linguagem própria, caracterizada por uma estética expressionista e uma abordagem temática que abrangia desde retratos e paisagens até cenas de natureza-morta e de trabalho. Ele explorava as cores, as formas e as texturas de maneira intensa, transmitindo uma atmosfera emocional e uma crítica social sutil em suas obras.
Além da pintura, Zanini também se dedicou à escultura, utilizando materiais como bronze e mármore para criar obras tridimensionais que refletiam sua sensibilidade artística e sua preocupação com a forma humana.
Mario Zanini teve uma carreira prolífica e recebeu reconhecimento em vida. Participou de diversas exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, sendo premiado em várias ocasiões. Suas obras estão presentes em importantes coleções e museus, como o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP) e o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP).
Zanini faleceu em 22 de setembro de 1971, deixando um legado significativo para a arte brasileira. Sua contribuição para o modernismo e sua habilidade em retratar a vida e as questões sociais em suas obras continuam a ser apreciadas e estudadas até os dias atuais.
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Biografia Mario Zanini – Wikipédia
Descendente de imigrantes, oriundo de uma família humilde, ainda adolescente frequentou a Escola de Belas Artes. Participou dos principais certames oficiais do país. Fez viagem de estudos à Europa em 1950. Participou das três primeiras Bienais de São Paulo.
Fez parte do Grupo Santa Helena, núcleo da futura Família Artística Paulista. O que, entretanto, o distingue dos demais integrantes do Grupo do Grupo Santa Helena e da Família Artística Paulista é o seu colorido, intenso, profundo, quase ingênuo: ao lado de Alfredo Volpi, Zanini é um dos grandes coloristas da moderna pintura paulista e brasileira.
Como homenagem, uma rua no Bairro Jd. Pinheiros (Butantã) em São Paulo, leva seu nome.
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 15 de junho de 2023.
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Biografia Mario Zanini – Itaú Cultural
Filho de imigrantes italianos, desenvolve sua trajetória artística em São Paulo, onde reside no bairro operário do Cambuci – fato que deixa marcas em sua produção, com predomínio de cenas de uma cidade em transformação.
Aos 13 anos, inicia o curso de pintura da Escola Profissional Masculina do Brás, em São Paulo. Entre 1922 e 1924, trabalha como letrista na Companhia Antarctica Paulista. Em 1924, matricula-se no curso noturno de desenho e artes do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo (Laosp), que conclui em 1926.
Conhece Alfredo Volpi (1896-1988) em 1927 e, no ano seguinte, estuda com o pintor Georg Elpons (1865-1939). Entre 1933 e 1938, trabalha no escritório de decoração do artista Francisco Rebolo (1902-1980). Em 1935, instala-se no palacete Santa Helena, na praça da Sé, onde divide, a partir de 1936, uma sala com Manoel Martins (1911-1979) e Clóvis Graciano (1907-1988). Da reunião desses e de outros artistas, surge o Grupo Santa Helena.
Dessa convivência, resulta a produção de composições mais livres, com o uso de pinceladas largas, marcadas pela tensão entre uma pintura emocional e a vontade de formalização, como ressalta a crítica de arte Alice Brill (1920-2013). A afinidade com Volpi, segundo Brill, pode ser observada no modo de aplicar as pinceladas e no tratamento das figuras. Já a influência da obra do pintor francês Paul Cézanne (1839-1906), que marca a produção dos artistas santelenistas, está presente, por exemplo, em Trecho de Linha, de 1939.
Em 1940, recebe medalha de prata no 46º Salão Nacional de Belas Artes (SNBA) e é convidado por Rossi Osir (1890-1959) a trabalhar em seu ateliê de azulejos artísticos, o Osirarte. Sua primeira exposição individual acontece em 1944, na galeria da Livraria Brasiliense, em São Paulo. Em 1950, viaja por seis meses pela Itália, em companhia de Volpi e Osir. Em 1958, ensina gravura na Associação Paulista de Belas Artes e na Escola Carlos de Campos. A partir de 1968, leciona na Faculdade de Belas Artes de São Paulo.
Tanto na gravura como na pintura, o artista apresenta diversas cenas da cidade de São Paulo, em que, por vezes, aparecem as chaminés das fábricas vistas da janela de seu ateliê. A temática da vida urbana é constante em sua produção, na qual aparecem retratados, por exemplo, músicos populares, operários e grupos de crianças ou ciclistas.
Mario Zanini pinta também muitas paisagens, em que retrata os subúrbios paulistanos que começavam a ser tomados pela metrópole. Representa, em várias obras, grupos de pessoas às margens do rio Tietê, como lavadeiras, e as regatas que ali se realizavam. Acompanhado por outros artistas do Grupo Santa Helena, realiza frequentes viagens ao litoral e interior do estado de São Paulo, que lhe servem de inspiração.
Compartilhando com o Grupo Santa Helena características como a representação de figuras anônimas e da realidade urbana, a preocupação com o apuro formal e o acompanhamento das tendências europeias, Mario Zanini dedica sua obra sobretudo à vida no subúrbio de São Paulo.
Críticas
"A trajetória de Mário Zanini pode ser definida como uma evolução lenta, um desenvolvimento de suas potencialidades criativas gradualmente conquistado através de um grande esforço artesanal e intelectual. O próprio artista sempre atribuiu grande importância ao embasamento técnico e artesanal de sua obra e ao trabalho cotidiano e constante, na conquista de uma linguagem figurativa pessoal. A obra se apresenta homogênea nos seus aspectos e na temática, de preocupação social, documentando uma vivência tipicamente suburbana da cidade de São Paulo, ainda provinciana. Com relação à pesquisa formal, houve um período em que o artista se deixa levar pelas influências do meio; nas palavras de Walter Zanini: ´Envolve-se nas tensões que, no Brasil, como em outros países assinalam o conflito entre a abstração e a figuração´, contrariando a sua inclinação natural. Este período apresenta-se como um hiato dentro da obra do artista, um momento de hesitação, superado pela sua vontade de permanecer fiel à figuração espontânea, tônica geral das fases anteriores. (...) Como Cézanne, Zanini procura conciliar a harmonia das cores com uma elaboração plástica do espaço, a emotividade com a construtividade. Se o enfoque Macchiaioli, a pintura de Van Gogh e o ´expressionismo´ de De Fiori apelam à sua emotividade, a lição de Cézanne representa para Zanini uma pintura mais intelectualizada e construída, introduzindo novos conceitos de volume e organização espacial. (...)" — Alice Brill (BRILL, Alice. Mário Zanini e seu tempo: do Grupo Santa Helena às bienais. São Paulo: Perspectiva, 1984).
Depoimentos
"Zanini foi o primeiro artista a associar-se comigo, no ateliê do Santa Helena, passando depois para um Ateliê ao lado do que eu alugava. Talentoso e sensível, gostava de música e me levou a gostar também, nas conversas do dia a dia; de tal forma me despertou o interesse que muitas vezes acabei indo com ele até as igrejas, em horário de missas, para ouvir as músicas religiosas. Também gostava muito de ler, compensando assim o tipo retraido que era, fora do grupo de amigos. Passamos a ir juntos, Zanini, Volpi e eu, principalmente, para pintar 'do natural', no Canindé, no Cambuci, e em muitos outros pontos da periferia. Aliás, Volpi e Zanini andavam tanto juntos que o pessoal do Santa Helena os chamava de 'Mutt e Jeff' personagens inseparáveis de uma história em quadrinhos da época. (...) Sempre achei que o Zanini foi um grande pintor, além de bom companheiro. Preocupado com o domínio da pincelada, especialmente nos detalhes dos quadros, fez suas paisagens com uma preocupação de grande síntese. Em 1939 já era um pintor bastante elogiado pela crítica, apesar da modéstia" — F. Rebolo Gonsales (ZANINI, Mario. Mário Zanini. São Paulo: Grifo Galeria de Arte, 1977. p. 4).
Exposições individuais
1944 - São Paulo SP - Individual, na Galeria da Livraria Brasiliense
1962 - São Paulo SP - 81 pinturas de Mário Zanini, na Casa do Artista Plástico de São Paulo
1966 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Pancetti
1968 - Santos SP - Individual, no CCBEU
Exposições coletivas
1934 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Belas Artes
1935 - São Paulo SP - 2º Salão Paulista de Belas Artes
1935 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Belas Artes
1937 - São Paulo SP - 1º Salão da Família Artística Paulista, no Hotel Esplanada
1938 - São Paulo SP - 4º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos
1939 - São Paulo SP - 2º Salão da Família Artística Paulista, no Salão Eldorado
1940 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão da Família Artística Paulista, no Palace Hotel
1940 - Rio de Janeiro RJ - 46º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1940 - São Paulo SP - 5º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1941 - Rio de Janeiro RJ - 47º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1941 - São Paulo SP - 1º Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias
1941 - São Paulo SP - 1º Salão Osirarte, na Rua Barão de Itapetininga, 124
1942 - São Paulo SP - 7º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1943 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Anti-Eixo, no Museu Histórico e Diplomático - Palácio Itamaraty
1943 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Azulejos da Osirarte, no MNBA
1944 - Belo Horizonte MG - Exposição de Arte Moderna, no MAP
1944 - Londres (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Royal Academy of Arts
1944 - Norwich (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Norwich Castle and Museum
1944 - São Paulo SP - 9º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1944 - São Paulo SP - Exposição de Pintura Moderna Brasileira-Norte-Americana, na Galeria Prestes Maia
1944 - São Paulo SP - Mario Zanini, Bruno Giorgi e Hilde Weber, na Livraria Brasiliense
1945 - Bath (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings
1945 - Bristol (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings
1945 - Edimburgo (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings
1945 - Glasgow (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings
1945 - Manchester (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings
1945 - Rio de Janeiro RJ - 51º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1945 - São Paulo SP - Alfredo Volpi, Bonadei, Carlos Prado, Quirino da Silva, Francisco Rebolo, Mario Zanini e José Pancetti, na Galeria Benedetti
1945 - São Paulo SP - Anita Malfati, Virgínia Artigas, Clóvis Graciano, Mick Carnicelli, Oswald de Andrade Filho, José Pancetti, Carlos Prado, Francisco Rebolo, Quirino da Silva, Alfredo Volpi, Mario Zanini, na Galeria Itapetininga
1945 - São Paulo SP - Galeria Domus: mostra inaugural, na Galeria Domus
1945 - São Paulo SP - Homenagem Póstuma a Mário de Andrade, na Galeria Itá
1946 - Buenos Aires (Argentina) - Osirarte, no Salón Peuser
1946 - São Paulo SP - Osirarte, na Galeria Benedetti
1946 - Valparaíso (Chile) - Exposição da Cia Nacional de Navegação
1946 - Valparaíso (Chile) - Exposição de Pintura Contemporânea Brasileira, no Instituto de Extensão de Artes Plásticas
1947 - Mendoza (Argentina) - Osirarte, na Galeria Gimenez
1947 - São Paulo SP - 11º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1947 - São Paulo SP - 1ª Exposição Circulante de Artes Plásticas
1947 - São Paulo SP - Aquarelas e Guaches, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade
1947 - São Paulo SP - Bonadei, Di Cavalcanti, Noêmia Mourão, Lothar Charoux, Oswald de Andrade Filho, Lúcia Suané, Cesar Lacanna, Mario Zanini e Raphael Galvez, na Galeria Itapetininga
1947 - São Paulo SP - Mario Zanini, Rebolo, Sérgio Milliet e Volpi, na Galeria Domus
1948 - São Paulo SP - 12º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Domus
1948 - São Paulo SP - Volpi, Zanini, Rebolo, na Galeria Domus
1949 - Rio de Janeiro RJ - 55º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1949 - Salvador BA - 1º Salão Baiano de Belas Artes, no Hotel Bahia
1950 - São Paulo SP - Alfredo Volpi, Nelson Nóbrega, Zanini, Francisco Rebolo, na Galeria Domus
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon
1951 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1952 - São Paulo SP - Volpi, Zanini, Rossi, no Instituto Cultural Ítalo-Brasilerio.
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1954 - São Paulo SP - Arte Contemporânea: exposição do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, no MAM/SP
1955 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão Nacional de Arte Moderna
1955 - São Paulo SP - 4º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1956 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Ferroviário, MEC
1956 - São Paulo SP - 50 Anos de Paisagem Brasileira, no MAM/SP
1958 - São Paulo SP - 47 Artistas, na Galeria de Arte das Folhas
1958 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1959 - São Paulo SP - 40 Artistas do Brasil, na Galeria São Luiz
1959 - São Paulo SP - 47 Artistas, na Galeria de Arte das Folhas
1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1960 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1960 - São Paulo SP - 9º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1961 - São Paulo SP - Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, na Galeria de Arte das Folhas
1962 - São Paulo SP - 11º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria
1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, no Museu Carlos Gomes
1966 - São Paulo SP - 15º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP
1966 - São Paulo SP - O Grupo do Santa Helena, Hoje, na Galeria de Arte 4 Planetas
1966 - São Paulo SP - Três Premissas, no MAB/Faap
1967 - Barcelona (Espanha) - Pintores Brasileiros na Espanha, na Galería Syra
1969 - São Bernardo do Campo SP - 12º Salão de Arte de São Bernardo do Campo
1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
Exposições póstumas
1974 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Opus
1975 - São Paulo SP - 40 anos: Grupo Santa Helena, no MIS/SP
1976 - São Paulo SP - Mario Zanini, no MAC/USP
1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall
1977 - São Paulo SP - Grupo Seibi - Grupo do Santa Helena: década 35 a 45, MAB/Faap
1977 - São Paulo SP - Mario Zanini, na Grifo Galeria de Arte
1978 - São Paulo SP - As Bienais e a Abstração: a década de 50, no Museu Lasar Segall
1979 - São Paulo SP - O Grupo Santa Helena, na Uirapuru Galeria de Arte.
1980 - São Paulo SP - A Paisagem Brasileira: 1650-1976, no Paço das Artes
1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP
1982 - São Paulo SP - Marinhas e Ribeirinhas, no Museu Lasar Segall
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp
1985 - São Paulo SP - Osirarte: pinturas sobre azulejo de Volpi, Zanini, Hilde Weber e Gerda Brantani, na Pinacoteca do Estado
1986 - Rio de Janeiro RJ - Sete Décadas da Presença Italiana na Arte Brasileira, no Paço Imperial
1988 - São Paulo SP - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial, no MAC/USP
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa da Cultura
1992 - São Paulo SP - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil, 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1995 - Osasco SP - 2ª Mostra de Arte, na Fundação Instituto de Ensino para Osasco
1995 - São Paulo SP - O Grupo Santa Helena, no MAM/SP
1996 - Rio de Janeiro RJ - O Grupo Santa Helena, no CCBB
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1997 - São Paulo SP - Grandes Nomes da Pintura Brasileira, na Jo Slaviero Galeria de Arte
1997 - São Paulo SP - O Toque Revelador: retratos e auto-retratos, no MAC/USP
1998 - São Paulo SP - Iconografia Paulistana em Coleções Particulares, no Museu da Casa Brasileira
1999 - São Paulo SP - Cotidiano/Arte. O Consumo, no Itaú Cultural
2000 - São Paulo SP - Brasil Sobre Papel: matizes e vivências, no Espaço de Artes Unicid
2000 - São Paulo SP - Grupo Santa Helena, na Jo Slaviero Galeria de Arte
2000 - São Paulo SP - O Papel da Arte, na Galeria de Arte do Sesi
2001 - Brasília DF - Coleções do Brasil, no CCBB
2001 - São Paulo SP - Auto-retrato o Espelho do Artista, na Galeria de Arte do Sesi
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap
2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP
2002 - São Paulo SP - Operários na Paulista: MAC-USP e os artistas artesãos, na Galeria de Arte do Sesi
2003 - São Paulo SP - A Arte Atrás da Arte: onde ficam e como viajam as obras de arte, no MAM/SP
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - Pintores do Litoral Paulista, na Sociarte
2003 - São Paulo SP - Um Só Coração, no MAM/SP
2004 - São Paulo SP - Gabinete de Papel, no CCSP
Fonte: MÁRIO Zanini. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2023. Acesso em: 16 de junho de 2023. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Mario Zanini – História das Artes
Nascido em São Paulo, em 10 de setembro de 1907, filho de imigrantes italianos, Mário Zanini, pintor, decorador, ceramista e professor. Ele pertence à geração de pintores de origem proletária que ajudou a consolidar o modernismo no Brasil, reunida no Grupo Santa Helena, embrião da Família Artística Paulista.
Começou a estudar pintura na Escola Profissional Masculina do Brás em São Paulo, em 1920. Trabalhou como letrista na Companhia Antárctica Paulista, entre 1922 e 1924.
De 1924 a 126, cursa desenho e artes do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. Em 1927, conhece Alfredo Volpi, uma de suas maiores influências, que, como ele, ganha a vida como pintor especializado em decoração de interiores, e no ano seguinte estuda com o pintor Georg Elpons. Trabalhou no escritório de decoração de Francisco Rebolo entre 1933 e 1938.
Dessa convivência, resulta a produção de composições mais livres, com o uso de pinceladas largas, marcadas pela tensão entre uma pintura emocional e a vontade de formalização. Seus primeiros trabalhos trazem a marca do movimento macchiaioli, italiano. Ao contrário dos impressionistas, nos macchiaioli o uso da mancha é posto a serviço de uma estética mais próxima do realismo.
Em 1934, participa de sua primeira exposição, no Salão Paulista de Belas Artes. Nos Salões de Maio, em 1938 e 1939, Zanini arranca elogios de críticos como Mário de Andrade e Sérgio Milliet.
Em 1935, instala-se no palacete Santa Helena, na praça da Sé, onde divide, a partir de 1936, uma sala com Manoel Martins e Clóvis Graciano. Da reunião desses e de outros artistas, surge o Grupo Santa Helena.
Em 1940 recebe medalha de prata no 46º Salão Nacional de Belas Artes, e é convidado por Paulo Rossi Osir a trabalhar em seu ateliê de azulejos artísticos, o Osirarte.
Expõe, entre 1940 e 1948, no Salão Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro. Embora a figura ainda seja central em sua obra, seus contornos são cada vez mais simplificados. Sua primeira exposição individual aconteceu em 1944, na galeria da Livraria Brasiliense, em São Paulo.
Em 1950, viaja por seis meses pela Itália, em companhia de Volpi e Osir. No início da década de 50, Zanini participou da 1ª e 2ª Bienais de São Paulo. A tendência à depuração acentua-se, aproximando sua obra do construtivismo. Desenvolve também trabalhos como ceramista, no ateliê de Bruno Giorgi.
Em 1959, é convidado novamente para a Bienal. Ensinou gravura na Associação Paulista de Belas Artes e na Escola Carlos de Campos em 1958.
Nos anos 60, abandona pesquisas formais e retoma o figurativismo. A partir de 1968 lecionou na Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Morreu em 16 de agosto de 1971.
Em 1974, sua família doou 108 de suas obras ao Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MAC/USP.
Fonte: História das Artes, publicado por Simone Martins, em 29 de abril de 2017. Consultado pela última vez em 15 de junho de 2023.
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Mario Zanini: 50 anos de falecimento do pintor paulista – Arpensp
No próximo mês de fevereiro, completam-se 100 anos da Semana de Arte Moderna, também conhecida como Semana de 22, realizada na cidade de São Paulo entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922. Um marco para a história da Arte brasileira, o evento, ocorrido nas dependências do Theatro Municipal, foi o principal responsável pela consolidação do Modernismo no país, movimento referência da ruptura de tradições e estilos passados.
Com a Semana de 22, a Arte Modernista ganhou a cena no Brasil, estabelecendo como uma das principais formas artísticas de manifestação da população no momento, realizando uma renovação social e cultural no país. Grandes pintores, escultores, músicos, escritores, poetas e artistas estiveram presentes no evento, que contou com a participação ilustre de Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Di Cavalcanti, entre outros. Os principais convidados da Semana de Arte Moderna eram indivíduos com uma extensa formação acadêmica, muitas vezes com estudos realizados no exterior - algo exorbitante para a época -, e composta por pessoas da elite artística brasileira.
Mas no mesmo cenário das artes paulistanas, e a poucos anos após a Semana de 22, outros nomes também marcavam suas passagens na história artística da maior cidade do país. Citados por Mario de Andrade como “artistas operários”, pelas suas raízes de origens operárias, estes pintores, músicos, artesãos e escultores muitas vezes não possuíam a fama que aqueles de 1922 tinham, e nem mesmo a formação acadêmica.
Eram pessoas de origem simples, nascidos em bairros operários da cidade de São Paulo, como Brás, Cambuci e Bixiga, e que aprenderam suas técnicas e métodos a partir de outros pintores ou de escolas de arte da região que moravam. Um destes “artistas operários”, tendo nascido e residido no bairro do Cambuci durante toda sua vida, foi Mario Zanini, pintor, ceramista e decorador, integrante do movimento Modernismo, tendo completado, neste ano de 2021, 50 anos de seu falecimento.
Lauci Bortoluci Quintana, bibliotecária, chefe técnica do Serviço de Biblioteca e Documentação do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP) e que possui sua tese de Doutorado sobre Mário Zanini, disse que “os artistas operários não transitavam entre os artistas da Semana de 22, indivíduos estudados no exterior ou ali diretamente estimulados. A tônica, para aqueles, era o fato de pertencerem a uma geração marcada pelas origens sociais”.
Mesmo não tendo participado e vivido com os mais conhecidos artistas modernos da época, uma atuação marcante do pintor na historiografia da Arte paulistana é o fato de Mario “ter trabalhado a vida toda pela arte, sem mecenas, sem patrocínios vultosos, sem recursos materiais, despojado, porém incansável em sua pintura”, explicou Lauci.
50 anos de atuação
Mario nasceu no dia 10 de setembro de 1907, oriundo de uma família de italianos que vieram ao Brasil na grande leva de imigrantes deste país, tendo seu ápice entre o final do século XIX e as primeiras décadas do XX. De descendentes humildes, Mario iniciou seus estudos no curso de pintura com apenas 13 anos de idade, na Escola Profissional Masculina do Brás, próximo ao seu bairro de origem, o Cambuci. Nos anos seguintes, continuou desenvolvendo seu conhecimento artístico, tendo iniciado outros cursos ligados à pintura e ao desenho e trabalhado em escritórios de decoração.
Ao citar importantes feitos de sua vida, Lauci destaca a “participação nas três exposições da Família Artística Paulista; a atuação ativa no Sindicato dos Artistas Plásticos; a luta pelo reconhecimento trabalhista da profissão; e sua capacidade de viver as transformações do paulistano da passagem do rural para o urbano e de propor uma arte que mostrava essa nova modernidade, seja no centro da cidade, nos bairros operários, na periferia, nas várzeas, e seus múltiplos personagens”.
Com um rol de mais de 200 peças de artes, Mario não possui o reconhecimento devido; e seus 50 anos de produção artística não o levou aos patamares de outros pintores paulistas, como Anita Malfatti. Mesmo possuindo uma rua com seu nome na cidade de São Paulo, localizada no bairro Jardim Pinheiros, é difícil achar alguém que não possua relação com o ramo artístico e que conheça o pintor.
“Zanini era adverso às promoções pessoais, inclusive com reticências à exposições individuais das quais seria figura primeira”, comenta Lauci, sendo uma forma de explicar sua falta de fama. “Este é um fato também que o faz ser pouco conhecido ou famoso como alguns outros colegas, mesmo do Grupo Santa Helena que fez parte, como Alfredo Volpi ou Francisco Rebolo”.
Óleo sobre tela
Entre suas obras, destacam-se as pinturas de óleo sobre tela “Retrato de Hilde Weber”, de 1938; “Canindé”, “Lavadeiras”, “Igreja de S. Vicente”, e a paisagem “Marinha”, todos produzidos na década de 1940; “Lerici”, de 1950; “Dunas”, de 1958; “Pça. Clóvis Bevilacqua”, de 1959; “Paisagem rural com Casario”, da década de 1960; e “Regata no Tietê”, de 1965.
Ao longo de suas dezenas de exposições, a exposição individual do artista no MAC, realizada em 1976, contemplou 205 peças da coleção recém doada até obras emprestadas por particulares. “Na exposição individual da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), celebrando o centenário de nascimento, também houve cerca de 200 obras”, disse Lauci.
Com a morte de Mario Zanini, ocorrida em 16 de agosto de 1971, a família doou a coleção de obras do pintor ao MAC-USP, que permanece no museu até os dias de hoje, fazendo parte do acervo artístico do local. A bibliotecária e colaboradora do MAC disse que “neste momento há tela de Zanini exibida na exposição Visões da arte no acervo do MAC 1900-1950”.
50 anos sem Zanini
Mario Zanini faleceu à 1h da manhã do dia 16 de agosto de 1971, em sua casa, localizada na Rua Ana Neri, número 10, no bairro do Cambuci, em São Paulo. Zanini tinha 64 anos, não possuía descendentes e era solteiro. A causa mortis de seu obituário foi hemorragia cerebral e hipertensão arterial, causas motivadas por um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Foi sepultado e cremado no Cemitério da Vila Mariana, também localizado na cidade de São Paulo.
A partir das informações de sua certidão de óbito, emitida no Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais de São Paulo - 12º Subdistrito - Cambuci, registrada no Livro C-0039, à Folha 089V, sob o número 000016300, no mesmo dia da morte de Zanini, em 16/08/1971, consta que o falecido não deixava testamento, possuía bens e foi o primeiro dos cinco filhos de Agostinho Zanini e Inez Zanini a falecer, deixando os irmãos Gustavo, Armando, Sereno e Marina.
A certidão de óbito de Zanini foi solicitada pelo site RegistroCivil.org, plataforma oficial dos cartórios de Registro Civil das Pessoas Naturais do país, em que é possível solicitar segundas vias de certidões, localizar todas as unidades cartorárias do Brasil e ainda encontrar o local que o registro de nascimento, casamento e óbito foi realizado.
Fonte: Assessoria de Comunicação - Arpen/SP. Consultado pela última vez em 15 de junho de 2023.
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Grupo Santa Helena — Wikipédia
Grupo Santa Helena foi um grupo de pintores que se formou a partir de meados da década de 1930 e que se reunia nos ateliês de Francisco Rebolo e Mario Zanini, situados no Palacete Santa Helena, um edifício localizado na Praça da Sé, na cidade de São Paulo. O palacete foi demolido em 1971, devido a necessidade de se abrir espaço na Praça da Sé para a construção da futura estação Sé do metrô. O grupo se reuniu nos ateliês coletivos até o início da década de 1940, quando estes ateliês foram extintos.
Origens
O Grupo Santa Helena formou-se de maneira espontânea, sem maiores pretensões, e nenhum compromisso conceitual. A maioria de seus membros era de origem italiana: Alfredo Volpi e Fúlvio Penacchi (imigrantes italianos); Aldo Bonadei, Alfredo Rizzotti, Mario Zanini, Clóvis Graciano e Humberto Rosa (filhos de imigrantes italianos). O grupo ainda contava com paulistas de outras origens como: Francisco Rebolo (filho de espanhóis) e Manuel Martins (filho de portugueses). Todos de origem humilde, para sobreviver, exerciam atividades artesanais e proletárias.
A pintura era praticada nos finais de semana ou nos momentos de folga. A origem social humilde e as afinidades profissionais levaram à Mario de Andrade nomeá-los de Artistas Proletários, alcunha que perdurou e os caracterizou dentro do movimento modernista.
A maior parte deles frequentou o Liceu de Artes e Ofícios ou a "Escola Profissional Masculina do Brás". Porém, conscientemente ou não, reduziam esse aprendizado às técnicas de pintura e desenho e não às orientações acadêmicas de ordem formal.
Nessa época, algumas associações de pintores foram constituídas em São Paulo, como a Sociedade Pró-Arte Moderna (Spam) e o "Clube dos Artistas Modernos" (CAM), englobando os participantes da Semana de 22. Esses grupos eram formados por intelectuais e membros da Elite paulista, que mantinham enorme distância em relação aos integrantes do Santa Helena e de outros núcleos proletários, dos quais se tinham pouco ou nenhum conhecimento.
A união do grupo, que perdurou por muitos anos, pode ser explicada como reação ao enorme preconceito existente em relação aos imigrantes pobres e os seus descendentes, por parte não só das elites, formadas por famílias brasileiras, mas também por parte dos imigrantes e seus descendentes, que já tinham feito fortuna no Brasil. Esse preconceito ficou evidente em inúmeras críticas que surgiram ao trabalho do Grupo, principalmente quando eles começaram a despertar a atenção e a ameaçar posições já definidas. Mário de Andrade, por outro lado, reconhecia a importância dos santahelenistas, identificando neles uma escola paulista, com um modernismo moderado.
Com exceção dos que já tinham estudado na Europa, como Pennacchi, Rizzotti e Bonadei, o contato dos integrantes do Grupo com a produção artística de lá era bastante precário e obtido com professores no Brasil. Bonadei estudou com Pedro Alexandrino, Antonio Rocco e Amedeo Scavone; Graciano foi aluno de Waldemar da Costa e Zanini estudou com Georg Elpons.
A perseverança do Grupo, que continuava na luta pela sobrevivência, despertava o interesse e acolhia novos amigos e parceiros. Assim, com o tempo, o local passou a ser o ponto de encontro de muitos outros artistas.
O mérito maior do Grupo Santa Helena foi ter revelado alguns dos mais importantes artistas plásticos brasileiros do século XX.
Exposições
Em 1937 foi realizada uma exposição da chamada "Família Artística Paulista", agregando um conjunto de artistas e incluindo todo o Grupo Santa Helena que, desse modo, apresentaram seus trabalhos ao público pela primeira vez. A partir daí, o Grupo tornou-se conhecido e despertou o interesse de Mário de Andrade, que neles identificou uma "escola paulista".
Em 1940, a "Exposição de Pintores Franceses", apresentando Cézanne, Picasso, Braque e Juan Gris, dentre outros, causou enorme impacto e começou a redirecionar os caminhos de vários integrantes do Grupo, e a distanciá-los na temática ou nos aspectos formais.
Membros
Os membros do Grupo Santa Helena, e suas respectivas atividades e profissões eram:
Alfredo Volpi e Mario Zanini eram decoradores-pintores de paredes
Francisco Rebolo foi jogador de futebol, decorador-pintor de paredes
Clóvis Graciano era ferroviário
Fulvio Penacchi era dono de açougue
Aldo Bonadei era figurinista e bordador
Alfredo Rizzotti era mecânico e torneiro
Manuel Martins era ourives;
Humberto Rosa era professor de desenho.
Vilanova Artigas era engenheiro arquiteto
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 16 de junho de 2023.
Crédito fotográfico: Assessoria de Comunicação - Arpen/SP. Consultado pela última vez em 15 de junho de 2023.
Mario Zanini (São Paulo, 10 de setembro de 1907 — São Paulo, 16 de agosto de 1971) foi um pintor, ceramista, desenhista, gravador, pintor e professor de artes plásticas brasileiro. Integrou o Grupo Santa Helena, coletivo de artistas que buscava uma abordagem mais social e política em suas obras, retratando a realidade brasileira. Ao longo de sua carreira, Zanini desenvolveu uma linguagem própria, caracterizada por uma estética expressionista e uma abordagem temática que abrangia desde retratos e paisagens até cenas de natureza-morta e de trabalho. Ele explorava as cores, as formas e as texturas de maneira intensa, transmitindo uma atmosfera emocional e uma crítica social sutil em suas obras.
Biografia Mario Zanini – Arremate Arte
Mario Zanini foi um renomado pintor e escultor brasileiro. Ele nasceu em 19 de maio de 1907, na cidade de São Paulo, Brasil. Desde jovem, demonstrou interesse e talento para as artes visuais, especialmente a pintura.
Zanini iniciou sua formação artística na Escola Profissional Masculina do Brás, onde estudou desenho industrial. Posteriormente, ingressou na Escola de Belas Artes de São Paulo, onde recebeu orientação dos mestres Francisco Rebolo e Clóvis Graciano. Foi nessa época que Zanini entrou em contato com o movimento modernista que florescia no país, o qual teve uma influência significativa em sua carreira artística.
No início da década de 1930, Mario Zanini integrou o Grupo Santa Helena, um coletivo de artistas que buscavam uma abordagem mais social e política em suas obras, retratando a realidade brasileira. Suas pinturas, nesse período, eram marcadas por uma representação mais realista das cenas urbanas e do cotidiano das classes trabalhadoras.
Ao longo de sua carreira, Zanini desenvolveu uma linguagem própria, caracterizada por uma estética expressionista e uma abordagem temática que abrangia desde retratos e paisagens até cenas de natureza-morta e de trabalho. Ele explorava as cores, as formas e as texturas de maneira intensa, transmitindo uma atmosfera emocional e uma crítica social sutil em suas obras.
Além da pintura, Zanini também se dedicou à escultura, utilizando materiais como bronze e mármore para criar obras tridimensionais que refletiam sua sensibilidade artística e sua preocupação com a forma humana.
Mario Zanini teve uma carreira prolífica e recebeu reconhecimento em vida. Participou de diversas exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, sendo premiado em várias ocasiões. Suas obras estão presentes em importantes coleções e museus, como o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP) e o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP).
Zanini faleceu em 22 de setembro de 1971, deixando um legado significativo para a arte brasileira. Sua contribuição para o modernismo e sua habilidade em retratar a vida e as questões sociais em suas obras continuam a ser apreciadas e estudadas até os dias atuais.
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Biografia Mario Zanini – Wikipédia
Descendente de imigrantes, oriundo de uma família humilde, ainda adolescente frequentou a Escola de Belas Artes. Participou dos principais certames oficiais do país. Fez viagem de estudos à Europa em 1950. Participou das três primeiras Bienais de São Paulo.
Fez parte do Grupo Santa Helena, núcleo da futura Família Artística Paulista. O que, entretanto, o distingue dos demais integrantes do Grupo do Grupo Santa Helena e da Família Artística Paulista é o seu colorido, intenso, profundo, quase ingênuo: ao lado de Alfredo Volpi, Zanini é um dos grandes coloristas da moderna pintura paulista e brasileira.
Como homenagem, uma rua no Bairro Jd. Pinheiros (Butantã) em São Paulo, leva seu nome.
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 15 de junho de 2023.
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Biografia Mario Zanini – Itaú Cultural
Filho de imigrantes italianos, desenvolve sua trajetória artística em São Paulo, onde reside no bairro operário do Cambuci – fato que deixa marcas em sua produção, com predomínio de cenas de uma cidade em transformação.
Aos 13 anos, inicia o curso de pintura da Escola Profissional Masculina do Brás, em São Paulo. Entre 1922 e 1924, trabalha como letrista na Companhia Antarctica Paulista. Em 1924, matricula-se no curso noturno de desenho e artes do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo (Laosp), que conclui em 1926.
Conhece Alfredo Volpi (1896-1988) em 1927 e, no ano seguinte, estuda com o pintor Georg Elpons (1865-1939). Entre 1933 e 1938, trabalha no escritório de decoração do artista Francisco Rebolo (1902-1980). Em 1935, instala-se no palacete Santa Helena, na praça da Sé, onde divide, a partir de 1936, uma sala com Manoel Martins (1911-1979) e Clóvis Graciano (1907-1988). Da reunião desses e de outros artistas, surge o Grupo Santa Helena.
Dessa convivência, resulta a produção de composições mais livres, com o uso de pinceladas largas, marcadas pela tensão entre uma pintura emocional e a vontade de formalização, como ressalta a crítica de arte Alice Brill (1920-2013). A afinidade com Volpi, segundo Brill, pode ser observada no modo de aplicar as pinceladas e no tratamento das figuras. Já a influência da obra do pintor francês Paul Cézanne (1839-1906), que marca a produção dos artistas santelenistas, está presente, por exemplo, em Trecho de Linha, de 1939.
Em 1940, recebe medalha de prata no 46º Salão Nacional de Belas Artes (SNBA) e é convidado por Rossi Osir (1890-1959) a trabalhar em seu ateliê de azulejos artísticos, o Osirarte. Sua primeira exposição individual acontece em 1944, na galeria da Livraria Brasiliense, em São Paulo. Em 1950, viaja por seis meses pela Itália, em companhia de Volpi e Osir. Em 1958, ensina gravura na Associação Paulista de Belas Artes e na Escola Carlos de Campos. A partir de 1968, leciona na Faculdade de Belas Artes de São Paulo.
Tanto na gravura como na pintura, o artista apresenta diversas cenas da cidade de São Paulo, em que, por vezes, aparecem as chaminés das fábricas vistas da janela de seu ateliê. A temática da vida urbana é constante em sua produção, na qual aparecem retratados, por exemplo, músicos populares, operários e grupos de crianças ou ciclistas.
Mario Zanini pinta também muitas paisagens, em que retrata os subúrbios paulistanos que começavam a ser tomados pela metrópole. Representa, em várias obras, grupos de pessoas às margens do rio Tietê, como lavadeiras, e as regatas que ali se realizavam. Acompanhado por outros artistas do Grupo Santa Helena, realiza frequentes viagens ao litoral e interior do estado de São Paulo, que lhe servem de inspiração.
Compartilhando com o Grupo Santa Helena características como a representação de figuras anônimas e da realidade urbana, a preocupação com o apuro formal e o acompanhamento das tendências europeias, Mario Zanini dedica sua obra sobretudo à vida no subúrbio de São Paulo.
Críticas
"A trajetória de Mário Zanini pode ser definida como uma evolução lenta, um desenvolvimento de suas potencialidades criativas gradualmente conquistado através de um grande esforço artesanal e intelectual. O próprio artista sempre atribuiu grande importância ao embasamento técnico e artesanal de sua obra e ao trabalho cotidiano e constante, na conquista de uma linguagem figurativa pessoal. A obra se apresenta homogênea nos seus aspectos e na temática, de preocupação social, documentando uma vivência tipicamente suburbana da cidade de São Paulo, ainda provinciana. Com relação à pesquisa formal, houve um período em que o artista se deixa levar pelas influências do meio; nas palavras de Walter Zanini: ´Envolve-se nas tensões que, no Brasil, como em outros países assinalam o conflito entre a abstração e a figuração´, contrariando a sua inclinação natural. Este período apresenta-se como um hiato dentro da obra do artista, um momento de hesitação, superado pela sua vontade de permanecer fiel à figuração espontânea, tônica geral das fases anteriores. (...) Como Cézanne, Zanini procura conciliar a harmonia das cores com uma elaboração plástica do espaço, a emotividade com a construtividade. Se o enfoque Macchiaioli, a pintura de Van Gogh e o ´expressionismo´ de De Fiori apelam à sua emotividade, a lição de Cézanne representa para Zanini uma pintura mais intelectualizada e construída, introduzindo novos conceitos de volume e organização espacial. (...)" — Alice Brill (BRILL, Alice. Mário Zanini e seu tempo: do Grupo Santa Helena às bienais. São Paulo: Perspectiva, 1984).
Depoimentos
"Zanini foi o primeiro artista a associar-se comigo, no ateliê do Santa Helena, passando depois para um Ateliê ao lado do que eu alugava. Talentoso e sensível, gostava de música e me levou a gostar também, nas conversas do dia a dia; de tal forma me despertou o interesse que muitas vezes acabei indo com ele até as igrejas, em horário de missas, para ouvir as músicas religiosas. Também gostava muito de ler, compensando assim o tipo retraido que era, fora do grupo de amigos. Passamos a ir juntos, Zanini, Volpi e eu, principalmente, para pintar 'do natural', no Canindé, no Cambuci, e em muitos outros pontos da periferia. Aliás, Volpi e Zanini andavam tanto juntos que o pessoal do Santa Helena os chamava de 'Mutt e Jeff' personagens inseparáveis de uma história em quadrinhos da época. (...) Sempre achei que o Zanini foi um grande pintor, além de bom companheiro. Preocupado com o domínio da pincelada, especialmente nos detalhes dos quadros, fez suas paisagens com uma preocupação de grande síntese. Em 1939 já era um pintor bastante elogiado pela crítica, apesar da modéstia" — F. Rebolo Gonsales (ZANINI, Mario. Mário Zanini. São Paulo: Grifo Galeria de Arte, 1977. p. 4).
Exposições individuais
1944 - São Paulo SP - Individual, na Galeria da Livraria Brasiliense
1962 - São Paulo SP - 81 pinturas de Mário Zanini, na Casa do Artista Plástico de São Paulo
1966 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Pancetti
1968 - Santos SP - Individual, no CCBEU
Exposições coletivas
1934 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Belas Artes
1935 - São Paulo SP - 2º Salão Paulista de Belas Artes
1935 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Belas Artes
1937 - São Paulo SP - 1º Salão da Família Artística Paulista, no Hotel Esplanada
1938 - São Paulo SP - 4º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos
1939 - São Paulo SP - 2º Salão da Família Artística Paulista, no Salão Eldorado
1940 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão da Família Artística Paulista, no Palace Hotel
1940 - Rio de Janeiro RJ - 46º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1940 - São Paulo SP - 5º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1941 - Rio de Janeiro RJ - 47º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1941 - São Paulo SP - 1º Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias
1941 - São Paulo SP - 1º Salão Osirarte, na Rua Barão de Itapetininga, 124
1942 - São Paulo SP - 7º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1943 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Anti-Eixo, no Museu Histórico e Diplomático - Palácio Itamaraty
1943 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Azulejos da Osirarte, no MNBA
1944 - Belo Horizonte MG - Exposição de Arte Moderna, no MAP
1944 - Londres (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Royal Academy of Arts
1944 - Norwich (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Norwich Castle and Museum
1944 - São Paulo SP - 9º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1944 - São Paulo SP - Exposição de Pintura Moderna Brasileira-Norte-Americana, na Galeria Prestes Maia
1944 - São Paulo SP - Mario Zanini, Bruno Giorgi e Hilde Weber, na Livraria Brasiliense
1945 - Bath (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings
1945 - Bristol (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings
1945 - Edimburgo (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings
1945 - Glasgow (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings
1945 - Manchester (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings
1945 - Rio de Janeiro RJ - 51º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1945 - São Paulo SP - Alfredo Volpi, Bonadei, Carlos Prado, Quirino da Silva, Francisco Rebolo, Mario Zanini e José Pancetti, na Galeria Benedetti
1945 - São Paulo SP - Anita Malfati, Virgínia Artigas, Clóvis Graciano, Mick Carnicelli, Oswald de Andrade Filho, José Pancetti, Carlos Prado, Francisco Rebolo, Quirino da Silva, Alfredo Volpi, Mario Zanini, na Galeria Itapetininga
1945 - São Paulo SP - Galeria Domus: mostra inaugural, na Galeria Domus
1945 - São Paulo SP - Homenagem Póstuma a Mário de Andrade, na Galeria Itá
1946 - Buenos Aires (Argentina) - Osirarte, no Salón Peuser
1946 - São Paulo SP - Osirarte, na Galeria Benedetti
1946 - Valparaíso (Chile) - Exposição da Cia Nacional de Navegação
1946 - Valparaíso (Chile) - Exposição de Pintura Contemporânea Brasileira, no Instituto de Extensão de Artes Plásticas
1947 - Mendoza (Argentina) - Osirarte, na Galeria Gimenez
1947 - São Paulo SP - 11º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1947 - São Paulo SP - 1ª Exposição Circulante de Artes Plásticas
1947 - São Paulo SP - Aquarelas e Guaches, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade
1947 - São Paulo SP - Bonadei, Di Cavalcanti, Noêmia Mourão, Lothar Charoux, Oswald de Andrade Filho, Lúcia Suané, Cesar Lacanna, Mario Zanini e Raphael Galvez, na Galeria Itapetininga
1947 - São Paulo SP - Mario Zanini, Rebolo, Sérgio Milliet e Volpi, na Galeria Domus
1948 - São Paulo SP - 12º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Domus
1948 - São Paulo SP - Volpi, Zanini, Rebolo, na Galeria Domus
1949 - Rio de Janeiro RJ - 55º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1949 - Salvador BA - 1º Salão Baiano de Belas Artes, no Hotel Bahia
1950 - São Paulo SP - Alfredo Volpi, Nelson Nóbrega, Zanini, Francisco Rebolo, na Galeria Domus
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon
1951 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1952 - São Paulo SP - Volpi, Zanini, Rossi, no Instituto Cultural Ítalo-Brasilerio.
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1954 - São Paulo SP - Arte Contemporânea: exposição do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, no MAM/SP
1955 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão Nacional de Arte Moderna
1955 - São Paulo SP - 4º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1956 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Ferroviário, MEC
1956 - São Paulo SP - 50 Anos de Paisagem Brasileira, no MAM/SP
1958 - São Paulo SP - 47 Artistas, na Galeria de Arte das Folhas
1958 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1959 - São Paulo SP - 40 Artistas do Brasil, na Galeria São Luiz
1959 - São Paulo SP - 47 Artistas, na Galeria de Arte das Folhas
1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1960 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1960 - São Paulo SP - 9º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1961 - São Paulo SP - Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, na Galeria de Arte das Folhas
1962 - São Paulo SP - 11º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria
1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, no Museu Carlos Gomes
1966 - São Paulo SP - 15º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP
1966 - São Paulo SP - O Grupo do Santa Helena, Hoje, na Galeria de Arte 4 Planetas
1966 - São Paulo SP - Três Premissas, no MAB/Faap
1967 - Barcelona (Espanha) - Pintores Brasileiros na Espanha, na Galería Syra
1969 - São Bernardo do Campo SP - 12º Salão de Arte de São Bernardo do Campo
1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
Exposições póstumas
1974 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Opus
1975 - São Paulo SP - 40 anos: Grupo Santa Helena, no MIS/SP
1976 - São Paulo SP - Mario Zanini, no MAC/USP
1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall
1977 - São Paulo SP - Grupo Seibi - Grupo do Santa Helena: década 35 a 45, MAB/Faap
1977 - São Paulo SP - Mario Zanini, na Grifo Galeria de Arte
1978 - São Paulo SP - As Bienais e a Abstração: a década de 50, no Museu Lasar Segall
1979 - São Paulo SP - O Grupo Santa Helena, na Uirapuru Galeria de Arte.
1980 - São Paulo SP - A Paisagem Brasileira: 1650-1976, no Paço das Artes
1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP
1982 - São Paulo SP - Marinhas e Ribeirinhas, no Museu Lasar Segall
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp
1985 - São Paulo SP - Osirarte: pinturas sobre azulejo de Volpi, Zanini, Hilde Weber e Gerda Brantani, na Pinacoteca do Estado
1986 - Rio de Janeiro RJ - Sete Décadas da Presença Italiana na Arte Brasileira, no Paço Imperial
1988 - São Paulo SP - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial, no MAC/USP
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa da Cultura
1992 - São Paulo SP - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil, 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1995 - Osasco SP - 2ª Mostra de Arte, na Fundação Instituto de Ensino para Osasco
1995 - São Paulo SP - O Grupo Santa Helena, no MAM/SP
1996 - Rio de Janeiro RJ - O Grupo Santa Helena, no CCBB
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1997 - São Paulo SP - Grandes Nomes da Pintura Brasileira, na Jo Slaviero Galeria de Arte
1997 - São Paulo SP - O Toque Revelador: retratos e auto-retratos, no MAC/USP
1998 - São Paulo SP - Iconografia Paulistana em Coleções Particulares, no Museu da Casa Brasileira
1999 - São Paulo SP - Cotidiano/Arte. O Consumo, no Itaú Cultural
2000 - São Paulo SP - Brasil Sobre Papel: matizes e vivências, no Espaço de Artes Unicid
2000 - São Paulo SP - Grupo Santa Helena, na Jo Slaviero Galeria de Arte
2000 - São Paulo SP - O Papel da Arte, na Galeria de Arte do Sesi
2001 - Brasília DF - Coleções do Brasil, no CCBB
2001 - São Paulo SP - Auto-retrato o Espelho do Artista, na Galeria de Arte do Sesi
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap
2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP
2002 - São Paulo SP - Operários na Paulista: MAC-USP e os artistas artesãos, na Galeria de Arte do Sesi
2003 - São Paulo SP - A Arte Atrás da Arte: onde ficam e como viajam as obras de arte, no MAM/SP
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - Pintores do Litoral Paulista, na Sociarte
2003 - São Paulo SP - Um Só Coração, no MAM/SP
2004 - São Paulo SP - Gabinete de Papel, no CCSP
Fonte: MÁRIO Zanini. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2023. Acesso em: 16 de junho de 2023. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Mario Zanini – História das Artes
Nascido em São Paulo, em 10 de setembro de 1907, filho de imigrantes italianos, Mário Zanini, pintor, decorador, ceramista e professor. Ele pertence à geração de pintores de origem proletária que ajudou a consolidar o modernismo no Brasil, reunida no Grupo Santa Helena, embrião da Família Artística Paulista.
Começou a estudar pintura na Escola Profissional Masculina do Brás em São Paulo, em 1920. Trabalhou como letrista na Companhia Antárctica Paulista, entre 1922 e 1924.
De 1924 a 126, cursa desenho e artes do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. Em 1927, conhece Alfredo Volpi, uma de suas maiores influências, que, como ele, ganha a vida como pintor especializado em decoração de interiores, e no ano seguinte estuda com o pintor Georg Elpons. Trabalhou no escritório de decoração de Francisco Rebolo entre 1933 e 1938.
Dessa convivência, resulta a produção de composições mais livres, com o uso de pinceladas largas, marcadas pela tensão entre uma pintura emocional e a vontade de formalização. Seus primeiros trabalhos trazem a marca do movimento macchiaioli, italiano. Ao contrário dos impressionistas, nos macchiaioli o uso da mancha é posto a serviço de uma estética mais próxima do realismo.
Em 1934, participa de sua primeira exposição, no Salão Paulista de Belas Artes. Nos Salões de Maio, em 1938 e 1939, Zanini arranca elogios de críticos como Mário de Andrade e Sérgio Milliet.
Em 1935, instala-se no palacete Santa Helena, na praça da Sé, onde divide, a partir de 1936, uma sala com Manoel Martins e Clóvis Graciano. Da reunião desses e de outros artistas, surge o Grupo Santa Helena.
Em 1940 recebe medalha de prata no 46º Salão Nacional de Belas Artes, e é convidado por Paulo Rossi Osir a trabalhar em seu ateliê de azulejos artísticos, o Osirarte.
Expõe, entre 1940 e 1948, no Salão Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro. Embora a figura ainda seja central em sua obra, seus contornos são cada vez mais simplificados. Sua primeira exposição individual aconteceu em 1944, na galeria da Livraria Brasiliense, em São Paulo.
Em 1950, viaja por seis meses pela Itália, em companhia de Volpi e Osir. No início da década de 50, Zanini participou da 1ª e 2ª Bienais de São Paulo. A tendência à depuração acentua-se, aproximando sua obra do construtivismo. Desenvolve também trabalhos como ceramista, no ateliê de Bruno Giorgi.
Em 1959, é convidado novamente para a Bienal. Ensinou gravura na Associação Paulista de Belas Artes e na Escola Carlos de Campos em 1958.
Nos anos 60, abandona pesquisas formais e retoma o figurativismo. A partir de 1968 lecionou na Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Morreu em 16 de agosto de 1971.
Em 1974, sua família doou 108 de suas obras ao Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MAC/USP.
Fonte: História das Artes, publicado por Simone Martins, em 29 de abril de 2017. Consultado pela última vez em 15 de junho de 2023.
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Mario Zanini: 50 anos de falecimento do pintor paulista – Arpensp
No próximo mês de fevereiro, completam-se 100 anos da Semana de Arte Moderna, também conhecida como Semana de 22, realizada na cidade de São Paulo entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922. Um marco para a história da Arte brasileira, o evento, ocorrido nas dependências do Theatro Municipal, foi o principal responsável pela consolidação do Modernismo no país, movimento referência da ruptura de tradições e estilos passados.
Com a Semana de 22, a Arte Modernista ganhou a cena no Brasil, estabelecendo como uma das principais formas artísticas de manifestação da população no momento, realizando uma renovação social e cultural no país. Grandes pintores, escultores, músicos, escritores, poetas e artistas estiveram presentes no evento, que contou com a participação ilustre de Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Di Cavalcanti, entre outros. Os principais convidados da Semana de Arte Moderna eram indivíduos com uma extensa formação acadêmica, muitas vezes com estudos realizados no exterior - algo exorbitante para a época -, e composta por pessoas da elite artística brasileira.
Mas no mesmo cenário das artes paulistanas, e a poucos anos após a Semana de 22, outros nomes também marcavam suas passagens na história artística da maior cidade do país. Citados por Mario de Andrade como “artistas operários”, pelas suas raízes de origens operárias, estes pintores, músicos, artesãos e escultores muitas vezes não possuíam a fama que aqueles de 1922 tinham, e nem mesmo a formação acadêmica.
Eram pessoas de origem simples, nascidos em bairros operários da cidade de São Paulo, como Brás, Cambuci e Bixiga, e que aprenderam suas técnicas e métodos a partir de outros pintores ou de escolas de arte da região que moravam. Um destes “artistas operários”, tendo nascido e residido no bairro do Cambuci durante toda sua vida, foi Mario Zanini, pintor, ceramista e decorador, integrante do movimento Modernismo, tendo completado, neste ano de 2021, 50 anos de seu falecimento.
Lauci Bortoluci Quintana, bibliotecária, chefe técnica do Serviço de Biblioteca e Documentação do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP) e que possui sua tese de Doutorado sobre Mário Zanini, disse que “os artistas operários não transitavam entre os artistas da Semana de 22, indivíduos estudados no exterior ou ali diretamente estimulados. A tônica, para aqueles, era o fato de pertencerem a uma geração marcada pelas origens sociais”.
Mesmo não tendo participado e vivido com os mais conhecidos artistas modernos da época, uma atuação marcante do pintor na historiografia da Arte paulistana é o fato de Mario “ter trabalhado a vida toda pela arte, sem mecenas, sem patrocínios vultosos, sem recursos materiais, despojado, porém incansável em sua pintura”, explicou Lauci.
50 anos de atuação
Mario nasceu no dia 10 de setembro de 1907, oriundo de uma família de italianos que vieram ao Brasil na grande leva de imigrantes deste país, tendo seu ápice entre o final do século XIX e as primeiras décadas do XX. De descendentes humildes, Mario iniciou seus estudos no curso de pintura com apenas 13 anos de idade, na Escola Profissional Masculina do Brás, próximo ao seu bairro de origem, o Cambuci. Nos anos seguintes, continuou desenvolvendo seu conhecimento artístico, tendo iniciado outros cursos ligados à pintura e ao desenho e trabalhado em escritórios de decoração.
Ao citar importantes feitos de sua vida, Lauci destaca a “participação nas três exposições da Família Artística Paulista; a atuação ativa no Sindicato dos Artistas Plásticos; a luta pelo reconhecimento trabalhista da profissão; e sua capacidade de viver as transformações do paulistano da passagem do rural para o urbano e de propor uma arte que mostrava essa nova modernidade, seja no centro da cidade, nos bairros operários, na periferia, nas várzeas, e seus múltiplos personagens”.
Com um rol de mais de 200 peças de artes, Mario não possui o reconhecimento devido; e seus 50 anos de produção artística não o levou aos patamares de outros pintores paulistas, como Anita Malfatti. Mesmo possuindo uma rua com seu nome na cidade de São Paulo, localizada no bairro Jardim Pinheiros, é difícil achar alguém que não possua relação com o ramo artístico e que conheça o pintor.
“Zanini era adverso às promoções pessoais, inclusive com reticências à exposições individuais das quais seria figura primeira”, comenta Lauci, sendo uma forma de explicar sua falta de fama. “Este é um fato também que o faz ser pouco conhecido ou famoso como alguns outros colegas, mesmo do Grupo Santa Helena que fez parte, como Alfredo Volpi ou Francisco Rebolo”.
Óleo sobre tela
Entre suas obras, destacam-se as pinturas de óleo sobre tela “Retrato de Hilde Weber”, de 1938; “Canindé”, “Lavadeiras”, “Igreja de S. Vicente”, e a paisagem “Marinha”, todos produzidos na década de 1940; “Lerici”, de 1950; “Dunas”, de 1958; “Pça. Clóvis Bevilacqua”, de 1959; “Paisagem rural com Casario”, da década de 1960; e “Regata no Tietê”, de 1965.
Ao longo de suas dezenas de exposições, a exposição individual do artista no MAC, realizada em 1976, contemplou 205 peças da coleção recém doada até obras emprestadas por particulares. “Na exposição individual da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), celebrando o centenário de nascimento, também houve cerca de 200 obras”, disse Lauci.
Com a morte de Mario Zanini, ocorrida em 16 de agosto de 1971, a família doou a coleção de obras do pintor ao MAC-USP, que permanece no museu até os dias de hoje, fazendo parte do acervo artístico do local. A bibliotecária e colaboradora do MAC disse que “neste momento há tela de Zanini exibida na exposição Visões da arte no acervo do MAC 1900-1950”.
50 anos sem Zanini
Mario Zanini faleceu à 1h da manhã do dia 16 de agosto de 1971, em sua casa, localizada na Rua Ana Neri, número 10, no bairro do Cambuci, em São Paulo. Zanini tinha 64 anos, não possuía descendentes e era solteiro. A causa mortis de seu obituário foi hemorragia cerebral e hipertensão arterial, causas motivadas por um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Foi sepultado e cremado no Cemitério da Vila Mariana, também localizado na cidade de São Paulo.
A partir das informações de sua certidão de óbito, emitida no Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais de São Paulo - 12º Subdistrito - Cambuci, registrada no Livro C-0039, à Folha 089V, sob o número 000016300, no mesmo dia da morte de Zanini, em 16/08/1971, consta que o falecido não deixava testamento, possuía bens e foi o primeiro dos cinco filhos de Agostinho Zanini e Inez Zanini a falecer, deixando os irmãos Gustavo, Armando, Sereno e Marina.
A certidão de óbito de Zanini foi solicitada pelo site RegistroCivil.org, plataforma oficial dos cartórios de Registro Civil das Pessoas Naturais do país, em que é possível solicitar segundas vias de certidões, localizar todas as unidades cartorárias do Brasil e ainda encontrar o local que o registro de nascimento, casamento e óbito foi realizado.
Fonte: Assessoria de Comunicação - Arpen/SP. Consultado pela última vez em 15 de junho de 2023.
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Grupo Santa Helena — Wikipédia
Grupo Santa Helena foi um grupo de pintores que se formou a partir de meados da década de 1930 e que se reunia nos ateliês de Francisco Rebolo e Mario Zanini, situados no Palacete Santa Helena, um edifício localizado na Praça da Sé, na cidade de São Paulo. O palacete foi demolido em 1971, devido a necessidade de se abrir espaço na Praça da Sé para a construção da futura estação Sé do metrô. O grupo se reuniu nos ateliês coletivos até o início da década de 1940, quando estes ateliês foram extintos.
Origens
O Grupo Santa Helena formou-se de maneira espontânea, sem maiores pretensões, e nenhum compromisso conceitual. A maioria de seus membros era de origem italiana: Alfredo Volpi e Fúlvio Penacchi (imigrantes italianos); Aldo Bonadei, Alfredo Rizzotti, Mario Zanini, Clóvis Graciano e Humberto Rosa (filhos de imigrantes italianos). O grupo ainda contava com paulistas de outras origens como: Francisco Rebolo (filho de espanhóis) e Manuel Martins (filho de portugueses). Todos de origem humilde, para sobreviver, exerciam atividades artesanais e proletárias.
A pintura era praticada nos finais de semana ou nos momentos de folga. A origem social humilde e as afinidades profissionais levaram à Mario de Andrade nomeá-los de Artistas Proletários, alcunha que perdurou e os caracterizou dentro do movimento modernista.
A maior parte deles frequentou o Liceu de Artes e Ofícios ou a "Escola Profissional Masculina do Brás". Porém, conscientemente ou não, reduziam esse aprendizado às técnicas de pintura e desenho e não às orientações acadêmicas de ordem formal.
Nessa época, algumas associações de pintores foram constituídas em São Paulo, como a Sociedade Pró-Arte Moderna (Spam) e o "Clube dos Artistas Modernos" (CAM), englobando os participantes da Semana de 22. Esses grupos eram formados por intelectuais e membros da Elite paulista, que mantinham enorme distância em relação aos integrantes do Santa Helena e de outros núcleos proletários, dos quais se tinham pouco ou nenhum conhecimento.
A união do grupo, que perdurou por muitos anos, pode ser explicada como reação ao enorme preconceito existente em relação aos imigrantes pobres e os seus descendentes, por parte não só das elites, formadas por famílias brasileiras, mas também por parte dos imigrantes e seus descendentes, que já tinham feito fortuna no Brasil. Esse preconceito ficou evidente em inúmeras críticas que surgiram ao trabalho do Grupo, principalmente quando eles começaram a despertar a atenção e a ameaçar posições já definidas. Mário de Andrade, por outro lado, reconhecia a importância dos santahelenistas, identificando neles uma escola paulista, com um modernismo moderado.
Com exceção dos que já tinham estudado na Europa, como Pennacchi, Rizzotti e Bonadei, o contato dos integrantes do Grupo com a produção artística de lá era bastante precário e obtido com professores no Brasil. Bonadei estudou com Pedro Alexandrino, Antonio Rocco e Amedeo Scavone; Graciano foi aluno de Waldemar da Costa e Zanini estudou com Georg Elpons.
A perseverança do Grupo, que continuava na luta pela sobrevivência, despertava o interesse e acolhia novos amigos e parceiros. Assim, com o tempo, o local passou a ser o ponto de encontro de muitos outros artistas.
O mérito maior do Grupo Santa Helena foi ter revelado alguns dos mais importantes artistas plásticos brasileiros do século XX.
Exposições
Em 1937 foi realizada uma exposição da chamada "Família Artística Paulista", agregando um conjunto de artistas e incluindo todo o Grupo Santa Helena que, desse modo, apresentaram seus trabalhos ao público pela primeira vez. A partir daí, o Grupo tornou-se conhecido e despertou o interesse de Mário de Andrade, que neles identificou uma "escola paulista".
Em 1940, a "Exposição de Pintores Franceses", apresentando Cézanne, Picasso, Braque e Juan Gris, dentre outros, causou enorme impacto e começou a redirecionar os caminhos de vários integrantes do Grupo, e a distanciá-los na temática ou nos aspectos formais.
Membros
Os membros do Grupo Santa Helena, e suas respectivas atividades e profissões eram:
Alfredo Volpi e Mario Zanini eram decoradores-pintores de paredes
Francisco Rebolo foi jogador de futebol, decorador-pintor de paredes
Clóvis Graciano era ferroviário
Fulvio Penacchi era dono de açougue
Aldo Bonadei era figurinista e bordador
Alfredo Rizzotti era mecânico e torneiro
Manuel Martins era ourives;
Humberto Rosa era professor de desenho.
Vilanova Artigas era engenheiro arquiteto
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 16 de junho de 2023.
Crédito fotográfico: Assessoria de Comunicação - Arpen/SP. Consultado pela última vez em 15 de junho de 2023.
Mario Zanini (São Paulo, 10 de setembro de 1907 — São Paulo, 16 de agosto de 1971) foi um pintor, ceramista, desenhista, gravador, pintor e professor de artes plásticas brasileiro. Integrou o Grupo Santa Helena, coletivo de artistas que buscava uma abordagem mais social e política em suas obras, retratando a realidade brasileira. Ao longo de sua carreira, Zanini desenvolveu uma linguagem própria, caracterizada por uma estética expressionista e uma abordagem temática que abrangia desde retratos e paisagens até cenas de natureza-morta e de trabalho. Ele explorava as cores, as formas e as texturas de maneira intensa, transmitindo uma atmosfera emocional e uma crítica social sutil em suas obras.
Biografia Mario Zanini – Arremate Arte
Mario Zanini foi um renomado pintor e escultor brasileiro. Ele nasceu em 19 de maio de 1907, na cidade de São Paulo, Brasil. Desde jovem, demonstrou interesse e talento para as artes visuais, especialmente a pintura.
Zanini iniciou sua formação artística na Escola Profissional Masculina do Brás, onde estudou desenho industrial. Posteriormente, ingressou na Escola de Belas Artes de São Paulo, onde recebeu orientação dos mestres Francisco Rebolo e Clóvis Graciano. Foi nessa época que Zanini entrou em contato com o movimento modernista que florescia no país, o qual teve uma influência significativa em sua carreira artística.
No início da década de 1930, Mario Zanini integrou o Grupo Santa Helena, um coletivo de artistas que buscavam uma abordagem mais social e política em suas obras, retratando a realidade brasileira. Suas pinturas, nesse período, eram marcadas por uma representação mais realista das cenas urbanas e do cotidiano das classes trabalhadoras.
Ao longo de sua carreira, Zanini desenvolveu uma linguagem própria, caracterizada por uma estética expressionista e uma abordagem temática que abrangia desde retratos e paisagens até cenas de natureza-morta e de trabalho. Ele explorava as cores, as formas e as texturas de maneira intensa, transmitindo uma atmosfera emocional e uma crítica social sutil em suas obras.
Além da pintura, Zanini também se dedicou à escultura, utilizando materiais como bronze e mármore para criar obras tridimensionais que refletiam sua sensibilidade artística e sua preocupação com a forma humana.
Mario Zanini teve uma carreira prolífica e recebeu reconhecimento em vida. Participou de diversas exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, sendo premiado em várias ocasiões. Suas obras estão presentes em importantes coleções e museus, como o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP) e o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP).
Zanini faleceu em 22 de setembro de 1971, deixando um legado significativo para a arte brasileira. Sua contribuição para o modernismo e sua habilidade em retratar a vida e as questões sociais em suas obras continuam a ser apreciadas e estudadas até os dias atuais.
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Biografia Mario Zanini – Wikipédia
Descendente de imigrantes, oriundo de uma família humilde, ainda adolescente frequentou a Escola de Belas Artes. Participou dos principais certames oficiais do país. Fez viagem de estudos à Europa em 1950. Participou das três primeiras Bienais de São Paulo.
Fez parte do Grupo Santa Helena, núcleo da futura Família Artística Paulista. O que, entretanto, o distingue dos demais integrantes do Grupo do Grupo Santa Helena e da Família Artística Paulista é o seu colorido, intenso, profundo, quase ingênuo: ao lado de Alfredo Volpi, Zanini é um dos grandes coloristas da moderna pintura paulista e brasileira.
Como homenagem, uma rua no Bairro Jd. Pinheiros (Butantã) em São Paulo, leva seu nome.
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 15 de junho de 2023.
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Biografia Mario Zanini – Itaú Cultural
Filho de imigrantes italianos, desenvolve sua trajetória artística em São Paulo, onde reside no bairro operário do Cambuci – fato que deixa marcas em sua produção, com predomínio de cenas de uma cidade em transformação.
Aos 13 anos, inicia o curso de pintura da Escola Profissional Masculina do Brás, em São Paulo. Entre 1922 e 1924, trabalha como letrista na Companhia Antarctica Paulista. Em 1924, matricula-se no curso noturno de desenho e artes do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo (Laosp), que conclui em 1926.
Conhece Alfredo Volpi (1896-1988) em 1927 e, no ano seguinte, estuda com o pintor Georg Elpons (1865-1939). Entre 1933 e 1938, trabalha no escritório de decoração do artista Francisco Rebolo (1902-1980). Em 1935, instala-se no palacete Santa Helena, na praça da Sé, onde divide, a partir de 1936, uma sala com Manoel Martins (1911-1979) e Clóvis Graciano (1907-1988). Da reunião desses e de outros artistas, surge o Grupo Santa Helena.
Dessa convivência, resulta a produção de composições mais livres, com o uso de pinceladas largas, marcadas pela tensão entre uma pintura emocional e a vontade de formalização, como ressalta a crítica de arte Alice Brill (1920-2013). A afinidade com Volpi, segundo Brill, pode ser observada no modo de aplicar as pinceladas e no tratamento das figuras. Já a influência da obra do pintor francês Paul Cézanne (1839-1906), que marca a produção dos artistas santelenistas, está presente, por exemplo, em Trecho de Linha, de 1939.
Em 1940, recebe medalha de prata no 46º Salão Nacional de Belas Artes (SNBA) e é convidado por Rossi Osir (1890-1959) a trabalhar em seu ateliê de azulejos artísticos, o Osirarte. Sua primeira exposição individual acontece em 1944, na galeria da Livraria Brasiliense, em São Paulo. Em 1950, viaja por seis meses pela Itália, em companhia de Volpi e Osir. Em 1958, ensina gravura na Associação Paulista de Belas Artes e na Escola Carlos de Campos. A partir de 1968, leciona na Faculdade de Belas Artes de São Paulo.
Tanto na gravura como na pintura, o artista apresenta diversas cenas da cidade de São Paulo, em que, por vezes, aparecem as chaminés das fábricas vistas da janela de seu ateliê. A temática da vida urbana é constante em sua produção, na qual aparecem retratados, por exemplo, músicos populares, operários e grupos de crianças ou ciclistas.
Mario Zanini pinta também muitas paisagens, em que retrata os subúrbios paulistanos que começavam a ser tomados pela metrópole. Representa, em várias obras, grupos de pessoas às margens do rio Tietê, como lavadeiras, e as regatas que ali se realizavam. Acompanhado por outros artistas do Grupo Santa Helena, realiza frequentes viagens ao litoral e interior do estado de São Paulo, que lhe servem de inspiração.
Compartilhando com o Grupo Santa Helena características como a representação de figuras anônimas e da realidade urbana, a preocupação com o apuro formal e o acompanhamento das tendências europeias, Mario Zanini dedica sua obra sobretudo à vida no subúrbio de São Paulo.
Críticas
"A trajetória de Mário Zanini pode ser definida como uma evolução lenta, um desenvolvimento de suas potencialidades criativas gradualmente conquistado através de um grande esforço artesanal e intelectual. O próprio artista sempre atribuiu grande importância ao embasamento técnico e artesanal de sua obra e ao trabalho cotidiano e constante, na conquista de uma linguagem figurativa pessoal. A obra se apresenta homogênea nos seus aspectos e na temática, de preocupação social, documentando uma vivência tipicamente suburbana da cidade de São Paulo, ainda provinciana. Com relação à pesquisa formal, houve um período em que o artista se deixa levar pelas influências do meio; nas palavras de Walter Zanini: ´Envolve-se nas tensões que, no Brasil, como em outros países assinalam o conflito entre a abstração e a figuração´, contrariando a sua inclinação natural. Este período apresenta-se como um hiato dentro da obra do artista, um momento de hesitação, superado pela sua vontade de permanecer fiel à figuração espontânea, tônica geral das fases anteriores. (...) Como Cézanne, Zanini procura conciliar a harmonia das cores com uma elaboração plástica do espaço, a emotividade com a construtividade. Se o enfoque Macchiaioli, a pintura de Van Gogh e o ´expressionismo´ de De Fiori apelam à sua emotividade, a lição de Cézanne representa para Zanini uma pintura mais intelectualizada e construída, introduzindo novos conceitos de volume e organização espacial. (...)" — Alice Brill (BRILL, Alice. Mário Zanini e seu tempo: do Grupo Santa Helena às bienais. São Paulo: Perspectiva, 1984).
Depoimentos
"Zanini foi o primeiro artista a associar-se comigo, no ateliê do Santa Helena, passando depois para um Ateliê ao lado do que eu alugava. Talentoso e sensível, gostava de música e me levou a gostar também, nas conversas do dia a dia; de tal forma me despertou o interesse que muitas vezes acabei indo com ele até as igrejas, em horário de missas, para ouvir as músicas religiosas. Também gostava muito de ler, compensando assim o tipo retraido que era, fora do grupo de amigos. Passamos a ir juntos, Zanini, Volpi e eu, principalmente, para pintar 'do natural', no Canindé, no Cambuci, e em muitos outros pontos da periferia. Aliás, Volpi e Zanini andavam tanto juntos que o pessoal do Santa Helena os chamava de 'Mutt e Jeff' personagens inseparáveis de uma história em quadrinhos da época. (...) Sempre achei que o Zanini foi um grande pintor, além de bom companheiro. Preocupado com o domínio da pincelada, especialmente nos detalhes dos quadros, fez suas paisagens com uma preocupação de grande síntese. Em 1939 já era um pintor bastante elogiado pela crítica, apesar da modéstia" — F. Rebolo Gonsales (ZANINI, Mario. Mário Zanini. São Paulo: Grifo Galeria de Arte, 1977. p. 4).
Exposições individuais
1944 - São Paulo SP - Individual, na Galeria da Livraria Brasiliense
1962 - São Paulo SP - 81 pinturas de Mário Zanini, na Casa do Artista Plástico de São Paulo
1966 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Pancetti
1968 - Santos SP - Individual, no CCBEU
Exposições coletivas
1934 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Belas Artes
1935 - São Paulo SP - 2º Salão Paulista de Belas Artes
1935 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Belas Artes
1937 - São Paulo SP - 1º Salão da Família Artística Paulista, no Hotel Esplanada
1938 - São Paulo SP - 4º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos
1939 - São Paulo SP - 2º Salão da Família Artística Paulista, no Salão Eldorado
1940 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão da Família Artística Paulista, no Palace Hotel
1940 - Rio de Janeiro RJ - 46º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1940 - São Paulo SP - 5º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1941 - Rio de Janeiro RJ - 47º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1941 - São Paulo SP - 1º Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias
1941 - São Paulo SP - 1º Salão Osirarte, na Rua Barão de Itapetininga, 124
1942 - São Paulo SP - 7º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1943 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Anti-Eixo, no Museu Histórico e Diplomático - Palácio Itamaraty
1943 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Azulejos da Osirarte, no MNBA
1944 - Belo Horizonte MG - Exposição de Arte Moderna, no MAP
1944 - Londres (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Royal Academy of Arts
1944 - Norwich (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Norwich Castle and Museum
1944 - São Paulo SP - 9º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1944 - São Paulo SP - Exposição de Pintura Moderna Brasileira-Norte-Americana, na Galeria Prestes Maia
1944 - São Paulo SP - Mario Zanini, Bruno Giorgi e Hilde Weber, na Livraria Brasiliense
1945 - Bath (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings
1945 - Bristol (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings
1945 - Edimburgo (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings
1945 - Glasgow (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings
1945 - Manchester (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings
1945 - Rio de Janeiro RJ - 51º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1945 - São Paulo SP - Alfredo Volpi, Bonadei, Carlos Prado, Quirino da Silva, Francisco Rebolo, Mario Zanini e José Pancetti, na Galeria Benedetti
1945 - São Paulo SP - Anita Malfati, Virgínia Artigas, Clóvis Graciano, Mick Carnicelli, Oswald de Andrade Filho, José Pancetti, Carlos Prado, Francisco Rebolo, Quirino da Silva, Alfredo Volpi, Mario Zanini, na Galeria Itapetininga
1945 - São Paulo SP - Galeria Domus: mostra inaugural, na Galeria Domus
1945 - São Paulo SP - Homenagem Póstuma a Mário de Andrade, na Galeria Itá
1946 - Buenos Aires (Argentina) - Osirarte, no Salón Peuser
1946 - São Paulo SP - Osirarte, na Galeria Benedetti
1946 - Valparaíso (Chile) - Exposição da Cia Nacional de Navegação
1946 - Valparaíso (Chile) - Exposição de Pintura Contemporânea Brasileira, no Instituto de Extensão de Artes Plásticas
1947 - Mendoza (Argentina) - Osirarte, na Galeria Gimenez
1947 - São Paulo SP - 11º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1947 - São Paulo SP - 1ª Exposição Circulante de Artes Plásticas
1947 - São Paulo SP - Aquarelas e Guaches, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade
1947 - São Paulo SP - Bonadei, Di Cavalcanti, Noêmia Mourão, Lothar Charoux, Oswald de Andrade Filho, Lúcia Suané, Cesar Lacanna, Mario Zanini e Raphael Galvez, na Galeria Itapetininga
1947 - São Paulo SP - Mario Zanini, Rebolo, Sérgio Milliet e Volpi, na Galeria Domus
1948 - São Paulo SP - 12º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Domus
1948 - São Paulo SP - Volpi, Zanini, Rebolo, na Galeria Domus
1949 - Rio de Janeiro RJ - 55º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1949 - Salvador BA - 1º Salão Baiano de Belas Artes, no Hotel Bahia
1950 - São Paulo SP - Alfredo Volpi, Nelson Nóbrega, Zanini, Francisco Rebolo, na Galeria Domus
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon
1951 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1952 - São Paulo SP - Volpi, Zanini, Rossi, no Instituto Cultural Ítalo-Brasilerio.
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1954 - São Paulo SP - Arte Contemporânea: exposição do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, no MAM/SP
1955 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão Nacional de Arte Moderna
1955 - São Paulo SP - 4º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1956 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Ferroviário, MEC
1956 - São Paulo SP - 50 Anos de Paisagem Brasileira, no MAM/SP
1958 - São Paulo SP - 47 Artistas, na Galeria de Arte das Folhas
1958 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1959 - São Paulo SP - 40 Artistas do Brasil, na Galeria São Luiz
1959 - São Paulo SP - 47 Artistas, na Galeria de Arte das Folhas
1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1960 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1960 - São Paulo SP - 9º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1961 - São Paulo SP - Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, na Galeria de Arte das Folhas
1962 - São Paulo SP - 11º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria
1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, no Museu Carlos Gomes
1966 - São Paulo SP - 15º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP
1966 - São Paulo SP - O Grupo do Santa Helena, Hoje, na Galeria de Arte 4 Planetas
1966 - São Paulo SP - Três Premissas, no MAB/Faap
1967 - Barcelona (Espanha) - Pintores Brasileiros na Espanha, na Galería Syra
1969 - São Bernardo do Campo SP - 12º Salão de Arte de São Bernardo do Campo
1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
Exposições póstumas
1974 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Opus
1975 - São Paulo SP - 40 anos: Grupo Santa Helena, no MIS/SP
1976 - São Paulo SP - Mario Zanini, no MAC/USP
1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall
1977 - São Paulo SP - Grupo Seibi - Grupo do Santa Helena: década 35 a 45, MAB/Faap
1977 - São Paulo SP - Mario Zanini, na Grifo Galeria de Arte
1978 - São Paulo SP - As Bienais e a Abstração: a década de 50, no Museu Lasar Segall
1979 - São Paulo SP - O Grupo Santa Helena, na Uirapuru Galeria de Arte.
1980 - São Paulo SP - A Paisagem Brasileira: 1650-1976, no Paço das Artes
1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP
1982 - São Paulo SP - Marinhas e Ribeirinhas, no Museu Lasar Segall
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp
1985 - São Paulo SP - Osirarte: pinturas sobre azulejo de Volpi, Zanini, Hilde Weber e Gerda Brantani, na Pinacoteca do Estado
1986 - Rio de Janeiro RJ - Sete Décadas da Presença Italiana na Arte Brasileira, no Paço Imperial
1988 - São Paulo SP - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial, no MAC/USP
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa da Cultura
1992 - São Paulo SP - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil, 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1995 - Osasco SP - 2ª Mostra de Arte, na Fundação Instituto de Ensino para Osasco
1995 - São Paulo SP - O Grupo Santa Helena, no MAM/SP
1996 - Rio de Janeiro RJ - O Grupo Santa Helena, no CCBB
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1997 - São Paulo SP - Grandes Nomes da Pintura Brasileira, na Jo Slaviero Galeria de Arte
1997 - São Paulo SP - O Toque Revelador: retratos e auto-retratos, no MAC/USP
1998 - São Paulo SP - Iconografia Paulistana em Coleções Particulares, no Museu da Casa Brasileira
1999 - São Paulo SP - Cotidiano/Arte. O Consumo, no Itaú Cultural
2000 - São Paulo SP - Brasil Sobre Papel: matizes e vivências, no Espaço de Artes Unicid
2000 - São Paulo SP - Grupo Santa Helena, na Jo Slaviero Galeria de Arte
2000 - São Paulo SP - O Papel da Arte, na Galeria de Arte do Sesi
2001 - Brasília DF - Coleções do Brasil, no CCBB
2001 - São Paulo SP - Auto-retrato o Espelho do Artista, na Galeria de Arte do Sesi
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap
2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP
2002 - São Paulo SP - Operários na Paulista: MAC-USP e os artistas artesãos, na Galeria de Arte do Sesi
2003 - São Paulo SP - A Arte Atrás da Arte: onde ficam e como viajam as obras de arte, no MAM/SP
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - Pintores do Litoral Paulista, na Sociarte
2003 - São Paulo SP - Um Só Coração, no MAM/SP
2004 - São Paulo SP - Gabinete de Papel, no CCSP
Fonte: MÁRIO Zanini. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2023. Acesso em: 16 de junho de 2023. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Mario Zanini – História das Artes
Nascido em São Paulo, em 10 de setembro de 1907, filho de imigrantes italianos, Mário Zanini, pintor, decorador, ceramista e professor. Ele pertence à geração de pintores de origem proletária que ajudou a consolidar o modernismo no Brasil, reunida no Grupo Santa Helena, embrião da Família Artística Paulista.
Começou a estudar pintura na Escola Profissional Masculina do Brás em São Paulo, em 1920. Trabalhou como letrista na Companhia Antárctica Paulista, entre 1922 e 1924.
De 1924 a 126, cursa desenho e artes do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. Em 1927, conhece Alfredo Volpi, uma de suas maiores influências, que, como ele, ganha a vida como pintor especializado em decoração de interiores, e no ano seguinte estuda com o pintor Georg Elpons. Trabalhou no escritório de decoração de Francisco Rebolo entre 1933 e 1938.
Dessa convivência, resulta a produção de composições mais livres, com o uso de pinceladas largas, marcadas pela tensão entre uma pintura emocional e a vontade de formalização. Seus primeiros trabalhos trazem a marca do movimento macchiaioli, italiano. Ao contrário dos impressionistas, nos macchiaioli o uso da mancha é posto a serviço de uma estética mais próxima do realismo.
Em 1934, participa de sua primeira exposição, no Salão Paulista de Belas Artes. Nos Salões de Maio, em 1938 e 1939, Zanini arranca elogios de críticos como Mário de Andrade e Sérgio Milliet.
Em 1935, instala-se no palacete Santa Helena, na praça da Sé, onde divide, a partir de 1936, uma sala com Manoel Martins e Clóvis Graciano. Da reunião desses e de outros artistas, surge o Grupo Santa Helena.
Em 1940 recebe medalha de prata no 46º Salão Nacional de Belas Artes, e é convidado por Paulo Rossi Osir a trabalhar em seu ateliê de azulejos artísticos, o Osirarte.
Expõe, entre 1940 e 1948, no Salão Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro. Embora a figura ainda seja central em sua obra, seus contornos são cada vez mais simplificados. Sua primeira exposição individual aconteceu em 1944, na galeria da Livraria Brasiliense, em São Paulo.
Em 1950, viaja por seis meses pela Itália, em companhia de Volpi e Osir. No início da década de 50, Zanini participou da 1ª e 2ª Bienais de São Paulo. A tendência à depuração acentua-se, aproximando sua obra do construtivismo. Desenvolve também trabalhos como ceramista, no ateliê de Bruno Giorgi.
Em 1959, é convidado novamente para a Bienal. Ensinou gravura na Associação Paulista de Belas Artes e na Escola Carlos de Campos em 1958.
Nos anos 60, abandona pesquisas formais e retoma o figurativismo. A partir de 1968 lecionou na Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Morreu em 16 de agosto de 1971.
Em 1974, sua família doou 108 de suas obras ao Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MAC/USP.
Fonte: História das Artes, publicado por Simone Martins, em 29 de abril de 2017. Consultado pela última vez em 15 de junho de 2023.
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Mario Zanini: 50 anos de falecimento do pintor paulista – Arpensp
No próximo mês de fevereiro, completam-se 100 anos da Semana de Arte Moderna, também conhecida como Semana de 22, realizada na cidade de São Paulo entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922. Um marco para a história da Arte brasileira, o evento, ocorrido nas dependências do Theatro Municipal, foi o principal responsável pela consolidação do Modernismo no país, movimento referência da ruptura de tradições e estilos passados.
Com a Semana de 22, a Arte Modernista ganhou a cena no Brasil, estabelecendo como uma das principais formas artísticas de manifestação da população no momento, realizando uma renovação social e cultural no país. Grandes pintores, escultores, músicos, escritores, poetas e artistas estiveram presentes no evento, que contou com a participação ilustre de Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Di Cavalcanti, entre outros. Os principais convidados da Semana de Arte Moderna eram indivíduos com uma extensa formação acadêmica, muitas vezes com estudos realizados no exterior - algo exorbitante para a época -, e composta por pessoas da elite artística brasileira.
Mas no mesmo cenário das artes paulistanas, e a poucos anos após a Semana de 22, outros nomes também marcavam suas passagens na história artística da maior cidade do país. Citados por Mario de Andrade como “artistas operários”, pelas suas raízes de origens operárias, estes pintores, músicos, artesãos e escultores muitas vezes não possuíam a fama que aqueles de 1922 tinham, e nem mesmo a formação acadêmica.
Eram pessoas de origem simples, nascidos em bairros operários da cidade de São Paulo, como Brás, Cambuci e Bixiga, e que aprenderam suas técnicas e métodos a partir de outros pintores ou de escolas de arte da região que moravam. Um destes “artistas operários”, tendo nascido e residido no bairro do Cambuci durante toda sua vida, foi Mario Zanini, pintor, ceramista e decorador, integrante do movimento Modernismo, tendo completado, neste ano de 2021, 50 anos de seu falecimento.
Lauci Bortoluci Quintana, bibliotecária, chefe técnica do Serviço de Biblioteca e Documentação do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP) e que possui sua tese de Doutorado sobre Mário Zanini, disse que “os artistas operários não transitavam entre os artistas da Semana de 22, indivíduos estudados no exterior ou ali diretamente estimulados. A tônica, para aqueles, era o fato de pertencerem a uma geração marcada pelas origens sociais”.
Mesmo não tendo participado e vivido com os mais conhecidos artistas modernos da época, uma atuação marcante do pintor na historiografia da Arte paulistana é o fato de Mario “ter trabalhado a vida toda pela arte, sem mecenas, sem patrocínios vultosos, sem recursos materiais, despojado, porém incansável em sua pintura”, explicou Lauci.
50 anos de atuação
Mario nasceu no dia 10 de setembro de 1907, oriundo de uma família de italianos que vieram ao Brasil na grande leva de imigrantes deste país, tendo seu ápice entre o final do século XIX e as primeiras décadas do XX. De descendentes humildes, Mario iniciou seus estudos no curso de pintura com apenas 13 anos de idade, na Escola Profissional Masculina do Brás, próximo ao seu bairro de origem, o Cambuci. Nos anos seguintes, continuou desenvolvendo seu conhecimento artístico, tendo iniciado outros cursos ligados à pintura e ao desenho e trabalhado em escritórios de decoração.
Ao citar importantes feitos de sua vida, Lauci destaca a “participação nas três exposições da Família Artística Paulista; a atuação ativa no Sindicato dos Artistas Plásticos; a luta pelo reconhecimento trabalhista da profissão; e sua capacidade de viver as transformações do paulistano da passagem do rural para o urbano e de propor uma arte que mostrava essa nova modernidade, seja no centro da cidade, nos bairros operários, na periferia, nas várzeas, e seus múltiplos personagens”.
Com um rol de mais de 200 peças de artes, Mario não possui o reconhecimento devido; e seus 50 anos de produção artística não o levou aos patamares de outros pintores paulistas, como Anita Malfatti. Mesmo possuindo uma rua com seu nome na cidade de São Paulo, localizada no bairro Jardim Pinheiros, é difícil achar alguém que não possua relação com o ramo artístico e que conheça o pintor.
“Zanini era adverso às promoções pessoais, inclusive com reticências à exposições individuais das quais seria figura primeira”, comenta Lauci, sendo uma forma de explicar sua falta de fama. “Este é um fato também que o faz ser pouco conhecido ou famoso como alguns outros colegas, mesmo do Grupo Santa Helena que fez parte, como Alfredo Volpi ou Francisco Rebolo”.
Óleo sobre tela
Entre suas obras, destacam-se as pinturas de óleo sobre tela “Retrato de Hilde Weber”, de 1938; “Canindé”, “Lavadeiras”, “Igreja de S. Vicente”, e a paisagem “Marinha”, todos produzidos na década de 1940; “Lerici”, de 1950; “Dunas”, de 1958; “Pça. Clóvis Bevilacqua”, de 1959; “Paisagem rural com Casario”, da década de 1960; e “Regata no Tietê”, de 1965.
Ao longo de suas dezenas de exposições, a exposição individual do artista no MAC, realizada em 1976, contemplou 205 peças da coleção recém doada até obras emprestadas por particulares. “Na exposição individual da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), celebrando o centenário de nascimento, também houve cerca de 200 obras”, disse Lauci.
Com a morte de Mario Zanini, ocorrida em 16 de agosto de 1971, a família doou a coleção de obras do pintor ao MAC-USP, que permanece no museu até os dias de hoje, fazendo parte do acervo artístico do local. A bibliotecária e colaboradora do MAC disse que “neste momento há tela de Zanini exibida na exposição Visões da arte no acervo do MAC 1900-1950”.
50 anos sem Zanini
Mario Zanini faleceu à 1h da manhã do dia 16 de agosto de 1971, em sua casa, localizada na Rua Ana Neri, número 10, no bairro do Cambuci, em São Paulo. Zanini tinha 64 anos, não possuía descendentes e era solteiro. A causa mortis de seu obituário foi hemorragia cerebral e hipertensão arterial, causas motivadas por um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Foi sepultado e cremado no Cemitério da Vila Mariana, também localizado na cidade de São Paulo.
A partir das informações de sua certidão de óbito, emitida no Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais de São Paulo - 12º Subdistrito - Cambuci, registrada no Livro C-0039, à Folha 089V, sob o número 000016300, no mesmo dia da morte de Zanini, em 16/08/1971, consta que o falecido não deixava testamento, possuía bens e foi o primeiro dos cinco filhos de Agostinho Zanini e Inez Zanini a falecer, deixando os irmãos Gustavo, Armando, Sereno e Marina.
A certidão de óbito de Zanini foi solicitada pelo site RegistroCivil.org, plataforma oficial dos cartórios de Registro Civil das Pessoas Naturais do país, em que é possível solicitar segundas vias de certidões, localizar todas as unidades cartorárias do Brasil e ainda encontrar o local que o registro de nascimento, casamento e óbito foi realizado.
Fonte: Assessoria de Comunicação - Arpen/SP. Consultado pela última vez em 15 de junho de 2023.
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Grupo Santa Helena — Wikipédia
Grupo Santa Helena foi um grupo de pintores que se formou a partir de meados da década de 1930 e que se reunia nos ateliês de Francisco Rebolo e Mario Zanini, situados no Palacete Santa Helena, um edifício localizado na Praça da Sé, na cidade de São Paulo. O palacete foi demolido em 1971, devido a necessidade de se abrir espaço na Praça da Sé para a construção da futura estação Sé do metrô. O grupo se reuniu nos ateliês coletivos até o início da década de 1940, quando estes ateliês foram extintos.
Origens
O Grupo Santa Helena formou-se de maneira espontânea, sem maiores pretensões, e nenhum compromisso conceitual. A maioria de seus membros era de origem italiana: Alfredo Volpi e Fúlvio Penacchi (imigrantes italianos); Aldo Bonadei, Alfredo Rizzotti, Mario Zanini, Clóvis Graciano e Humberto Rosa (filhos de imigrantes italianos). O grupo ainda contava com paulistas de outras origens como: Francisco Rebolo (filho de espanhóis) e Manuel Martins (filho de portugueses). Todos de origem humilde, para sobreviver, exerciam atividades artesanais e proletárias.
A pintura era praticada nos finais de semana ou nos momentos de folga. A origem social humilde e as afinidades profissionais levaram à Mario de Andrade nomeá-los de Artistas Proletários, alcunha que perdurou e os caracterizou dentro do movimento modernista.
A maior parte deles frequentou o Liceu de Artes e Ofícios ou a "Escola Profissional Masculina do Brás". Porém, conscientemente ou não, reduziam esse aprendizado às técnicas de pintura e desenho e não às orientações acadêmicas de ordem formal.
Nessa época, algumas associações de pintores foram constituídas em São Paulo, como a Sociedade Pró-Arte Moderna (Spam) e o "Clube dos Artistas Modernos" (CAM), englobando os participantes da Semana de 22. Esses grupos eram formados por intelectuais e membros da Elite paulista, que mantinham enorme distância em relação aos integrantes do Santa Helena e de outros núcleos proletários, dos quais se tinham pouco ou nenhum conhecimento.
A união do grupo, que perdurou por muitos anos, pode ser explicada como reação ao enorme preconceito existente em relação aos imigrantes pobres e os seus descendentes, por parte não só das elites, formadas por famílias brasileiras, mas também por parte dos imigrantes e seus descendentes, que já tinham feito fortuna no Brasil. Esse preconceito ficou evidente em inúmeras críticas que surgiram ao trabalho do Grupo, principalmente quando eles começaram a despertar a atenção e a ameaçar posições já definidas. Mário de Andrade, por outro lado, reconhecia a importância dos santahelenistas, identificando neles uma escola paulista, com um modernismo moderado.
Com exceção dos que já tinham estudado na Europa, como Pennacchi, Rizzotti e Bonadei, o contato dos integrantes do Grupo com a produção artística de lá era bastante precário e obtido com professores no Brasil. Bonadei estudou com Pedro Alexandrino, Antonio Rocco e Amedeo Scavone; Graciano foi aluno de Waldemar da Costa e Zanini estudou com Georg Elpons.
A perseverança do Grupo, que continuava na luta pela sobrevivência, despertava o interesse e acolhia novos amigos e parceiros. Assim, com o tempo, o local passou a ser o ponto de encontro de muitos outros artistas.
O mérito maior do Grupo Santa Helena foi ter revelado alguns dos mais importantes artistas plásticos brasileiros do século XX.
Exposições
Em 1937 foi realizada uma exposição da chamada "Família Artística Paulista", agregando um conjunto de artistas e incluindo todo o Grupo Santa Helena que, desse modo, apresentaram seus trabalhos ao público pela primeira vez. A partir daí, o Grupo tornou-se conhecido e despertou o interesse de Mário de Andrade, que neles identificou uma "escola paulista".
Em 1940, a "Exposição de Pintores Franceses", apresentando Cézanne, Picasso, Braque e Juan Gris, dentre outros, causou enorme impacto e começou a redirecionar os caminhos de vários integrantes do Grupo, e a distanciá-los na temática ou nos aspectos formais.
Membros
Os membros do Grupo Santa Helena, e suas respectivas atividades e profissões eram:
Alfredo Volpi e Mario Zanini eram decoradores-pintores de paredes
Francisco Rebolo foi jogador de futebol, decorador-pintor de paredes
Clóvis Graciano era ferroviário
Fulvio Penacchi era dono de açougue
Aldo Bonadei era figurinista e bordador
Alfredo Rizzotti era mecânico e torneiro
Manuel Martins era ourives;
Humberto Rosa era professor de desenho.
Vilanova Artigas era engenheiro arquiteto
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 16 de junho de 2023.
Crédito fotográfico: Assessoria de Comunicação - Arpen/SP. Consultado pela última vez em 15 de junho de 2023.
Mario Zanini (São Paulo, 10 de setembro de 1907 — São Paulo, 16 de agosto de 1971) foi um pintor, ceramista, desenhista, gravador, pintor e professor de artes plásticas brasileiro. Integrou o Grupo Santa Helena, coletivo de artistas que buscava uma abordagem mais social e política em suas obras, retratando a realidade brasileira. Ao longo de sua carreira, Zanini desenvolveu uma linguagem própria, caracterizada por uma estética expressionista e uma abordagem temática que abrangia desde retratos e paisagens até cenas de natureza-morta e de trabalho. Ele explorava as cores, as formas e as texturas de maneira intensa, transmitindo uma atmosfera emocional e uma crítica social sutil em suas obras.
Biografia Mario Zanini – Arremate Arte
Mario Zanini foi um renomado pintor e escultor brasileiro. Ele nasceu em 19 de maio de 1907, na cidade de São Paulo, Brasil. Desde jovem, demonstrou interesse e talento para as artes visuais, especialmente a pintura.
Zanini iniciou sua formação artística na Escola Profissional Masculina do Brás, onde estudou desenho industrial. Posteriormente, ingressou na Escola de Belas Artes de São Paulo, onde recebeu orientação dos mestres Francisco Rebolo e Clóvis Graciano. Foi nessa época que Zanini entrou em contato com o movimento modernista que florescia no país, o qual teve uma influência significativa em sua carreira artística.
No início da década de 1930, Mario Zanini integrou o Grupo Santa Helena, um coletivo de artistas que buscavam uma abordagem mais social e política em suas obras, retratando a realidade brasileira. Suas pinturas, nesse período, eram marcadas por uma representação mais realista das cenas urbanas e do cotidiano das classes trabalhadoras.
Ao longo de sua carreira, Zanini desenvolveu uma linguagem própria, caracterizada por uma estética expressionista e uma abordagem temática que abrangia desde retratos e paisagens até cenas de natureza-morta e de trabalho. Ele explorava as cores, as formas e as texturas de maneira intensa, transmitindo uma atmosfera emocional e uma crítica social sutil em suas obras.
Além da pintura, Zanini também se dedicou à escultura, utilizando materiais como bronze e mármore para criar obras tridimensionais que refletiam sua sensibilidade artística e sua preocupação com a forma humana.
Mario Zanini teve uma carreira prolífica e recebeu reconhecimento em vida. Participou de diversas exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, sendo premiado em várias ocasiões. Suas obras estão presentes em importantes coleções e museus, como o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP) e o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP).
Zanini faleceu em 22 de setembro de 1971, deixando um legado significativo para a arte brasileira. Sua contribuição para o modernismo e sua habilidade em retratar a vida e as questões sociais em suas obras continuam a ser apreciadas e estudadas até os dias atuais.
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Biografia Mario Zanini – Wikipédia
Descendente de imigrantes, oriundo de uma família humilde, ainda adolescente frequentou a Escola de Belas Artes. Participou dos principais certames oficiais do país. Fez viagem de estudos à Europa em 1950. Participou das três primeiras Bienais de São Paulo.
Fez parte do Grupo Santa Helena, núcleo da futura Família Artística Paulista. O que, entretanto, o distingue dos demais integrantes do Grupo do Grupo Santa Helena e da Família Artística Paulista é o seu colorido, intenso, profundo, quase ingênuo: ao lado de Alfredo Volpi, Zanini é um dos grandes coloristas da moderna pintura paulista e brasileira.
Como homenagem, uma rua no Bairro Jd. Pinheiros (Butantã) em São Paulo, leva seu nome.
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 15 de junho de 2023.
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Biografia Mario Zanini – Itaú Cultural
Filho de imigrantes italianos, desenvolve sua trajetória artística em São Paulo, onde reside no bairro operário do Cambuci – fato que deixa marcas em sua produção, com predomínio de cenas de uma cidade em transformação.
Aos 13 anos, inicia o curso de pintura da Escola Profissional Masculina do Brás, em São Paulo. Entre 1922 e 1924, trabalha como letrista na Companhia Antarctica Paulista. Em 1924, matricula-se no curso noturno de desenho e artes do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo (Laosp), que conclui em 1926.
Conhece Alfredo Volpi (1896-1988) em 1927 e, no ano seguinte, estuda com o pintor Georg Elpons (1865-1939). Entre 1933 e 1938, trabalha no escritório de decoração do artista Francisco Rebolo (1902-1980). Em 1935, instala-se no palacete Santa Helena, na praça da Sé, onde divide, a partir de 1936, uma sala com Manoel Martins (1911-1979) e Clóvis Graciano (1907-1988). Da reunião desses e de outros artistas, surge o Grupo Santa Helena.
Dessa convivência, resulta a produção de composições mais livres, com o uso de pinceladas largas, marcadas pela tensão entre uma pintura emocional e a vontade de formalização, como ressalta a crítica de arte Alice Brill (1920-2013). A afinidade com Volpi, segundo Brill, pode ser observada no modo de aplicar as pinceladas e no tratamento das figuras. Já a influência da obra do pintor francês Paul Cézanne (1839-1906), que marca a produção dos artistas santelenistas, está presente, por exemplo, em Trecho de Linha, de 1939.
Em 1940, recebe medalha de prata no 46º Salão Nacional de Belas Artes (SNBA) e é convidado por Rossi Osir (1890-1959) a trabalhar em seu ateliê de azulejos artísticos, o Osirarte. Sua primeira exposição individual acontece em 1944, na galeria da Livraria Brasiliense, em São Paulo. Em 1950, viaja por seis meses pela Itália, em companhia de Volpi e Osir. Em 1958, ensina gravura na Associação Paulista de Belas Artes e na Escola Carlos de Campos. A partir de 1968, leciona na Faculdade de Belas Artes de São Paulo.
Tanto na gravura como na pintura, o artista apresenta diversas cenas da cidade de São Paulo, em que, por vezes, aparecem as chaminés das fábricas vistas da janela de seu ateliê. A temática da vida urbana é constante em sua produção, na qual aparecem retratados, por exemplo, músicos populares, operários e grupos de crianças ou ciclistas.
Mario Zanini pinta também muitas paisagens, em que retrata os subúrbios paulistanos que começavam a ser tomados pela metrópole. Representa, em várias obras, grupos de pessoas às margens do rio Tietê, como lavadeiras, e as regatas que ali se realizavam. Acompanhado por outros artistas do Grupo Santa Helena, realiza frequentes viagens ao litoral e interior do estado de São Paulo, que lhe servem de inspiração.
Compartilhando com o Grupo Santa Helena características como a representação de figuras anônimas e da realidade urbana, a preocupação com o apuro formal e o acompanhamento das tendências europeias, Mario Zanini dedica sua obra sobretudo à vida no subúrbio de São Paulo.
Críticas
"A trajetória de Mário Zanini pode ser definida como uma evolução lenta, um desenvolvimento de suas potencialidades criativas gradualmente conquistado através de um grande esforço artesanal e intelectual. O próprio artista sempre atribuiu grande importância ao embasamento técnico e artesanal de sua obra e ao trabalho cotidiano e constante, na conquista de uma linguagem figurativa pessoal. A obra se apresenta homogênea nos seus aspectos e na temática, de preocupação social, documentando uma vivência tipicamente suburbana da cidade de São Paulo, ainda provinciana. Com relação à pesquisa formal, houve um período em que o artista se deixa levar pelas influências do meio; nas palavras de Walter Zanini: ´Envolve-se nas tensões que, no Brasil, como em outros países assinalam o conflito entre a abstração e a figuração´, contrariando a sua inclinação natural. Este período apresenta-se como um hiato dentro da obra do artista, um momento de hesitação, superado pela sua vontade de permanecer fiel à figuração espontânea, tônica geral das fases anteriores. (...) Como Cézanne, Zanini procura conciliar a harmonia das cores com uma elaboração plástica do espaço, a emotividade com a construtividade. Se o enfoque Macchiaioli, a pintura de Van Gogh e o ´expressionismo´ de De Fiori apelam à sua emotividade, a lição de Cézanne representa para Zanini uma pintura mais intelectualizada e construída, introduzindo novos conceitos de volume e organização espacial. (...)" — Alice Brill (BRILL, Alice. Mário Zanini e seu tempo: do Grupo Santa Helena às bienais. São Paulo: Perspectiva, 1984).
Depoimentos
"Zanini foi o primeiro artista a associar-se comigo, no ateliê do Santa Helena, passando depois para um Ateliê ao lado do que eu alugava. Talentoso e sensível, gostava de música e me levou a gostar também, nas conversas do dia a dia; de tal forma me despertou o interesse que muitas vezes acabei indo com ele até as igrejas, em horário de missas, para ouvir as músicas religiosas. Também gostava muito de ler, compensando assim o tipo retraido que era, fora do grupo de amigos. Passamos a ir juntos, Zanini, Volpi e eu, principalmente, para pintar 'do natural', no Canindé, no Cambuci, e em muitos outros pontos da periferia. Aliás, Volpi e Zanini andavam tanto juntos que o pessoal do Santa Helena os chamava de 'Mutt e Jeff' personagens inseparáveis de uma história em quadrinhos da época. (...) Sempre achei que o Zanini foi um grande pintor, além de bom companheiro. Preocupado com o domínio da pincelada, especialmente nos detalhes dos quadros, fez suas paisagens com uma preocupação de grande síntese. Em 1939 já era um pintor bastante elogiado pela crítica, apesar da modéstia" — F. Rebolo Gonsales (ZANINI, Mario. Mário Zanini. São Paulo: Grifo Galeria de Arte, 1977. p. 4).
Exposições individuais
1944 - São Paulo SP - Individual, na Galeria da Livraria Brasiliense
1962 - São Paulo SP - 81 pinturas de Mário Zanini, na Casa do Artista Plástico de São Paulo
1966 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Pancetti
1968 - Santos SP - Individual, no CCBEU
Exposições coletivas
1934 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Belas Artes
1935 - São Paulo SP - 2º Salão Paulista de Belas Artes
1935 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Belas Artes
1937 - São Paulo SP - 1º Salão da Família Artística Paulista, no Hotel Esplanada
1938 - São Paulo SP - 4º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos
1939 - São Paulo SP - 2º Salão da Família Artística Paulista, no Salão Eldorado
1940 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão da Família Artística Paulista, no Palace Hotel
1940 - Rio de Janeiro RJ - 46º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1940 - São Paulo SP - 5º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1941 - Rio de Janeiro RJ - 47º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1941 - São Paulo SP - 1º Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias
1941 - São Paulo SP - 1º Salão Osirarte, na Rua Barão de Itapetininga, 124
1942 - São Paulo SP - 7º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1943 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Anti-Eixo, no Museu Histórico e Diplomático - Palácio Itamaraty
1943 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Azulejos da Osirarte, no MNBA
1944 - Belo Horizonte MG - Exposição de Arte Moderna, no MAP
1944 - Londres (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Royal Academy of Arts
1944 - Norwich (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Norwich Castle and Museum
1944 - São Paulo SP - 9º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1944 - São Paulo SP - Exposição de Pintura Moderna Brasileira-Norte-Americana, na Galeria Prestes Maia
1944 - São Paulo SP - Mario Zanini, Bruno Giorgi e Hilde Weber, na Livraria Brasiliense
1945 - Bath (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings
1945 - Bristol (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings
1945 - Edimburgo (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings
1945 - Glasgow (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings
1945 - Manchester (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings
1945 - Rio de Janeiro RJ - 51º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1945 - São Paulo SP - Alfredo Volpi, Bonadei, Carlos Prado, Quirino da Silva, Francisco Rebolo, Mario Zanini e José Pancetti, na Galeria Benedetti
1945 - São Paulo SP - Anita Malfati, Virgínia Artigas, Clóvis Graciano, Mick Carnicelli, Oswald de Andrade Filho, José Pancetti, Carlos Prado, Francisco Rebolo, Quirino da Silva, Alfredo Volpi, Mario Zanini, na Galeria Itapetininga
1945 - São Paulo SP - Galeria Domus: mostra inaugural, na Galeria Domus
1945 - São Paulo SP - Homenagem Póstuma a Mário de Andrade, na Galeria Itá
1946 - Buenos Aires (Argentina) - Osirarte, no Salón Peuser
1946 - São Paulo SP - Osirarte, na Galeria Benedetti
1946 - Valparaíso (Chile) - Exposição da Cia Nacional de Navegação
1946 - Valparaíso (Chile) - Exposição de Pintura Contemporânea Brasileira, no Instituto de Extensão de Artes Plásticas
1947 - Mendoza (Argentina) - Osirarte, na Galeria Gimenez
1947 - São Paulo SP - 11º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1947 - São Paulo SP - 1ª Exposição Circulante de Artes Plásticas
1947 - São Paulo SP - Aquarelas e Guaches, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade
1947 - São Paulo SP - Bonadei, Di Cavalcanti, Noêmia Mourão, Lothar Charoux, Oswald de Andrade Filho, Lúcia Suané, Cesar Lacanna, Mario Zanini e Raphael Galvez, na Galeria Itapetininga
1947 - São Paulo SP - Mario Zanini, Rebolo, Sérgio Milliet e Volpi, na Galeria Domus
1948 - São Paulo SP - 12º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Domus
1948 - São Paulo SP - Volpi, Zanini, Rebolo, na Galeria Domus
1949 - Rio de Janeiro RJ - 55º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1949 - Salvador BA - 1º Salão Baiano de Belas Artes, no Hotel Bahia
1950 - São Paulo SP - Alfredo Volpi, Nelson Nóbrega, Zanini, Francisco Rebolo, na Galeria Domus
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon
1951 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1952 - São Paulo SP - Volpi, Zanini, Rossi, no Instituto Cultural Ítalo-Brasilerio.
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1954 - São Paulo SP - Arte Contemporânea: exposição do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, no MAM/SP
1955 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão Nacional de Arte Moderna
1955 - São Paulo SP - 4º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1956 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Ferroviário, MEC
1956 - São Paulo SP - 50 Anos de Paisagem Brasileira, no MAM/SP
1958 - São Paulo SP - 47 Artistas, na Galeria de Arte das Folhas
1958 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1959 - São Paulo SP - 40 Artistas do Brasil, na Galeria São Luiz
1959 - São Paulo SP - 47 Artistas, na Galeria de Arte das Folhas
1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1960 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1960 - São Paulo SP - 9º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1961 - São Paulo SP - Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, na Galeria de Arte das Folhas
1962 - São Paulo SP - 11º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria
1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, no Museu Carlos Gomes
1966 - São Paulo SP - 15º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP
1966 - São Paulo SP - O Grupo do Santa Helena, Hoje, na Galeria de Arte 4 Planetas
1966 - São Paulo SP - Três Premissas, no MAB/Faap
1967 - Barcelona (Espanha) - Pintores Brasileiros na Espanha, na Galería Syra
1969 - São Bernardo do Campo SP - 12º Salão de Arte de São Bernardo do Campo
1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
Exposições póstumas
1974 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Opus
1975 - São Paulo SP - 40 anos: Grupo Santa Helena, no MIS/SP
1976 - São Paulo SP - Mario Zanini, no MAC/USP
1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall
1977 - São Paulo SP - Grupo Seibi - Grupo do Santa Helena: década 35 a 45, MAB/Faap
1977 - São Paulo SP - Mario Zanini, na Grifo Galeria de Arte
1978 - São Paulo SP - As Bienais e a Abstração: a década de 50, no Museu Lasar Segall
1979 - São Paulo SP - O Grupo Santa Helena, na Uirapuru Galeria de Arte.
1980 - São Paulo SP - A Paisagem Brasileira: 1650-1976, no Paço das Artes
1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP
1982 - São Paulo SP - Marinhas e Ribeirinhas, no Museu Lasar Segall
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp
1985 - São Paulo SP - Osirarte: pinturas sobre azulejo de Volpi, Zanini, Hilde Weber e Gerda Brantani, na Pinacoteca do Estado
1986 - Rio de Janeiro RJ - Sete Décadas da Presença Italiana na Arte Brasileira, no Paço Imperial
1988 - São Paulo SP - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial, no MAC/USP
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa da Cultura
1992 - São Paulo SP - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil, 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1995 - Osasco SP - 2ª Mostra de Arte, na Fundação Instituto de Ensino para Osasco
1995 - São Paulo SP - O Grupo Santa Helena, no MAM/SP
1996 - Rio de Janeiro RJ - O Grupo Santa Helena, no CCBB
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1997 - São Paulo SP - Grandes Nomes da Pintura Brasileira, na Jo Slaviero Galeria de Arte
1997 - São Paulo SP - O Toque Revelador: retratos e auto-retratos, no MAC/USP
1998 - São Paulo SP - Iconografia Paulistana em Coleções Particulares, no Museu da Casa Brasileira
1999 - São Paulo SP - Cotidiano/Arte. O Consumo, no Itaú Cultural
2000 - São Paulo SP - Brasil Sobre Papel: matizes e vivências, no Espaço de Artes Unicid
2000 - São Paulo SP - Grupo Santa Helena, na Jo Slaviero Galeria de Arte
2000 - São Paulo SP - O Papel da Arte, na Galeria de Arte do Sesi
2001 - Brasília DF - Coleções do Brasil, no CCBB
2001 - São Paulo SP - Auto-retrato o Espelho do Artista, na Galeria de Arte do Sesi
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap
2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP
2002 - São Paulo SP - Operários na Paulista: MAC-USP e os artistas artesãos, na Galeria de Arte do Sesi
2003 - São Paulo SP - A Arte Atrás da Arte: onde ficam e como viajam as obras de arte, no MAM/SP
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - Pintores do Litoral Paulista, na Sociarte
2003 - São Paulo SP - Um Só Coração, no MAM/SP
2004 - São Paulo SP - Gabinete de Papel, no CCSP
Fonte: MÁRIO Zanini. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2023. Acesso em: 16 de junho de 2023. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Mario Zanini – História das Artes
Nascido em São Paulo, em 10 de setembro de 1907, filho de imigrantes italianos, Mário Zanini, pintor, decorador, ceramista e professor. Ele pertence à geração de pintores de origem proletária que ajudou a consolidar o modernismo no Brasil, reunida no Grupo Santa Helena, embrião da Família Artística Paulista.
Começou a estudar pintura na Escola Profissional Masculina do Brás em São Paulo, em 1920. Trabalhou como letrista na Companhia Antárctica Paulista, entre 1922 e 1924.
De 1924 a 126, cursa desenho e artes do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. Em 1927, conhece Alfredo Volpi, uma de suas maiores influências, que, como ele, ganha a vida como pintor especializado em decoração de interiores, e no ano seguinte estuda com o pintor Georg Elpons. Trabalhou no escritório de decoração de Francisco Rebolo entre 1933 e 1938.
Dessa convivência, resulta a produção de composições mais livres, com o uso de pinceladas largas, marcadas pela tensão entre uma pintura emocional e a vontade de formalização. Seus primeiros trabalhos trazem a marca do movimento macchiaioli, italiano. Ao contrário dos impressionistas, nos macchiaioli o uso da mancha é posto a serviço de uma estética mais próxima do realismo.
Em 1934, participa de sua primeira exposição, no Salão Paulista de Belas Artes. Nos Salões de Maio, em 1938 e 1939, Zanini arranca elogios de críticos como Mário de Andrade e Sérgio Milliet.
Em 1935, instala-se no palacete Santa Helena, na praça da Sé, onde divide, a partir de 1936, uma sala com Manoel Martins e Clóvis Graciano. Da reunião desses e de outros artistas, surge o Grupo Santa Helena.
Em 1940 recebe medalha de prata no 46º Salão Nacional de Belas Artes, e é convidado por Paulo Rossi Osir a trabalhar em seu ateliê de azulejos artísticos, o Osirarte.
Expõe, entre 1940 e 1948, no Salão Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro. Embora a figura ainda seja central em sua obra, seus contornos são cada vez mais simplificados. Sua primeira exposição individual aconteceu em 1944, na galeria da Livraria Brasiliense, em São Paulo.
Em 1950, viaja por seis meses pela Itália, em companhia de Volpi e Osir. No início da década de 50, Zanini participou da 1ª e 2ª Bienais de São Paulo. A tendência à depuração acentua-se, aproximando sua obra do construtivismo. Desenvolve também trabalhos como ceramista, no ateliê de Bruno Giorgi.
Em 1959, é convidado novamente para a Bienal. Ensinou gravura na Associação Paulista de Belas Artes e na Escola Carlos de Campos em 1958.
Nos anos 60, abandona pesquisas formais e retoma o figurativismo. A partir de 1968 lecionou na Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Morreu em 16 de agosto de 1971.
Em 1974, sua família doou 108 de suas obras ao Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MAC/USP.
Fonte: História das Artes, publicado por Simone Martins, em 29 de abril de 2017. Consultado pela última vez em 15 de junho de 2023.
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Mario Zanini: 50 anos de falecimento do pintor paulista – Arpensp
No próximo mês de fevereiro, completam-se 100 anos da Semana de Arte Moderna, também conhecida como Semana de 22, realizada na cidade de São Paulo entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922. Um marco para a história da Arte brasileira, o evento, ocorrido nas dependências do Theatro Municipal, foi o principal responsável pela consolidação do Modernismo no país, movimento referência da ruptura de tradições e estilos passados.
Com a Semana de 22, a Arte Modernista ganhou a cena no Brasil, estabelecendo como uma das principais formas artísticas de manifestação da população no momento, realizando uma renovação social e cultural no país. Grandes pintores, escultores, músicos, escritores, poetas e artistas estiveram presentes no evento, que contou com a participação ilustre de Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Di Cavalcanti, entre outros. Os principais convidados da Semana de Arte Moderna eram indivíduos com uma extensa formação acadêmica, muitas vezes com estudos realizados no exterior - algo exorbitante para a época -, e composta por pessoas da elite artística brasileira.
Mas no mesmo cenário das artes paulistanas, e a poucos anos após a Semana de 22, outros nomes também marcavam suas passagens na história artística da maior cidade do país. Citados por Mario de Andrade como “artistas operários”, pelas suas raízes de origens operárias, estes pintores, músicos, artesãos e escultores muitas vezes não possuíam a fama que aqueles de 1922 tinham, e nem mesmo a formação acadêmica.
Eram pessoas de origem simples, nascidos em bairros operários da cidade de São Paulo, como Brás, Cambuci e Bixiga, e que aprenderam suas técnicas e métodos a partir de outros pintores ou de escolas de arte da região que moravam. Um destes “artistas operários”, tendo nascido e residido no bairro do Cambuci durante toda sua vida, foi Mario Zanini, pintor, ceramista e decorador, integrante do movimento Modernismo, tendo completado, neste ano de 2021, 50 anos de seu falecimento.
Lauci Bortoluci Quintana, bibliotecária, chefe técnica do Serviço de Biblioteca e Documentação do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP) e que possui sua tese de Doutorado sobre Mário Zanini, disse que “os artistas operários não transitavam entre os artistas da Semana de 22, indivíduos estudados no exterior ou ali diretamente estimulados. A tônica, para aqueles, era o fato de pertencerem a uma geração marcada pelas origens sociais”.
Mesmo não tendo participado e vivido com os mais conhecidos artistas modernos da época, uma atuação marcante do pintor na historiografia da Arte paulistana é o fato de Mario “ter trabalhado a vida toda pela arte, sem mecenas, sem patrocínios vultosos, sem recursos materiais, despojado, porém incansável em sua pintura”, explicou Lauci.
50 anos de atuação
Mario nasceu no dia 10 de setembro de 1907, oriundo de uma família de italianos que vieram ao Brasil na grande leva de imigrantes deste país, tendo seu ápice entre o final do século XIX e as primeiras décadas do XX. De descendentes humildes, Mario iniciou seus estudos no curso de pintura com apenas 13 anos de idade, na Escola Profissional Masculina do Brás, próximo ao seu bairro de origem, o Cambuci. Nos anos seguintes, continuou desenvolvendo seu conhecimento artístico, tendo iniciado outros cursos ligados à pintura e ao desenho e trabalhado em escritórios de decoração.
Ao citar importantes feitos de sua vida, Lauci destaca a “participação nas três exposições da Família Artística Paulista; a atuação ativa no Sindicato dos Artistas Plásticos; a luta pelo reconhecimento trabalhista da profissão; e sua capacidade de viver as transformações do paulistano da passagem do rural para o urbano e de propor uma arte que mostrava essa nova modernidade, seja no centro da cidade, nos bairros operários, na periferia, nas várzeas, e seus múltiplos personagens”.
Com um rol de mais de 200 peças de artes, Mario não possui o reconhecimento devido; e seus 50 anos de produção artística não o levou aos patamares de outros pintores paulistas, como Anita Malfatti. Mesmo possuindo uma rua com seu nome na cidade de São Paulo, localizada no bairro Jardim Pinheiros, é difícil achar alguém que não possua relação com o ramo artístico e que conheça o pintor.
“Zanini era adverso às promoções pessoais, inclusive com reticências à exposições individuais das quais seria figura primeira”, comenta Lauci, sendo uma forma de explicar sua falta de fama. “Este é um fato também que o faz ser pouco conhecido ou famoso como alguns outros colegas, mesmo do Grupo Santa Helena que fez parte, como Alfredo Volpi ou Francisco Rebolo”.
Óleo sobre tela
Entre suas obras, destacam-se as pinturas de óleo sobre tela “Retrato de Hilde Weber”, de 1938; “Canindé”, “Lavadeiras”, “Igreja de S. Vicente”, e a paisagem “Marinha”, todos produzidos na década de 1940; “Lerici”, de 1950; “Dunas”, de 1958; “Pça. Clóvis Bevilacqua”, de 1959; “Paisagem rural com Casario”, da década de 1960; e “Regata no Tietê”, de 1965.
Ao longo de suas dezenas de exposições, a exposição individual do artista no MAC, realizada em 1976, contemplou 205 peças da coleção recém doada até obras emprestadas por particulares. “Na exposição individual da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), celebrando o centenário de nascimento, também houve cerca de 200 obras”, disse Lauci.
Com a morte de Mario Zanini, ocorrida em 16 de agosto de 1971, a família doou a coleção de obras do pintor ao MAC-USP, que permanece no museu até os dias de hoje, fazendo parte do acervo artístico do local. A bibliotecária e colaboradora do MAC disse que “neste momento há tela de Zanini exibida na exposição Visões da arte no acervo do MAC 1900-1950”.
50 anos sem Zanini
Mario Zanini faleceu à 1h da manhã do dia 16 de agosto de 1971, em sua casa, localizada na Rua Ana Neri, número 10, no bairro do Cambuci, em São Paulo. Zanini tinha 64 anos, não possuía descendentes e era solteiro. A causa mortis de seu obituário foi hemorragia cerebral e hipertensão arterial, causas motivadas por um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Foi sepultado e cremado no Cemitério da Vila Mariana, também localizado na cidade de São Paulo.
A partir das informações de sua certidão de óbito, emitida no Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais de São Paulo - 12º Subdistrito - Cambuci, registrada no Livro C-0039, à Folha 089V, sob o número 000016300, no mesmo dia da morte de Zanini, em 16/08/1971, consta que o falecido não deixava testamento, possuía bens e foi o primeiro dos cinco filhos de Agostinho Zanini e Inez Zanini a falecer, deixando os irmãos Gustavo, Armando, Sereno e Marina.
A certidão de óbito de Zanini foi solicitada pelo site RegistroCivil.org, plataforma oficial dos cartórios de Registro Civil das Pessoas Naturais do país, em que é possível solicitar segundas vias de certidões, localizar todas as unidades cartorárias do Brasil e ainda encontrar o local que o registro de nascimento, casamento e óbito foi realizado.
Fonte: Assessoria de Comunicação - Arpen/SP. Consultado pela última vez em 15 de junho de 2023.
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Grupo Santa Helena — Wikipédia
Grupo Santa Helena foi um grupo de pintores que se formou a partir de meados da década de 1930 e que se reunia nos ateliês de Francisco Rebolo e Mario Zanini, situados no Palacete Santa Helena, um edifício localizado na Praça da Sé, na cidade de São Paulo. O palacete foi demolido em 1971, devido a necessidade de se abrir espaço na Praça da Sé para a construção da futura estação Sé do metrô. O grupo se reuniu nos ateliês coletivos até o início da década de 1940, quando estes ateliês foram extintos.
Origens
O Grupo Santa Helena formou-se de maneira espontânea, sem maiores pretensões, e nenhum compromisso conceitual. A maioria de seus membros era de origem italiana: Alfredo Volpi e Fúlvio Penacchi (imigrantes italianos); Aldo Bonadei, Alfredo Rizzotti, Mario Zanini, Clóvis Graciano e Humberto Rosa (filhos de imigrantes italianos). O grupo ainda contava com paulistas de outras origens como: Francisco Rebolo (filho de espanhóis) e Manuel Martins (filho de portugueses). Todos de origem humilde, para sobreviver, exerciam atividades artesanais e proletárias.
A pintura era praticada nos finais de semana ou nos momentos de folga. A origem social humilde e as afinidades profissionais levaram à Mario de Andrade nomeá-los de Artistas Proletários, alcunha que perdurou e os caracterizou dentro do movimento modernista.
A maior parte deles frequentou o Liceu de Artes e Ofícios ou a "Escola Profissional Masculina do Brás". Porém, conscientemente ou não, reduziam esse aprendizado às técnicas de pintura e desenho e não às orientações acadêmicas de ordem formal.
Nessa época, algumas associações de pintores foram constituídas em São Paulo, como a Sociedade Pró-Arte Moderna (Spam) e o "Clube dos Artistas Modernos" (CAM), englobando os participantes da Semana de 22. Esses grupos eram formados por intelectuais e membros da Elite paulista, que mantinham enorme distância em relação aos integrantes do Santa Helena e de outros núcleos proletários, dos quais se tinham pouco ou nenhum conhecimento.
A união do grupo, que perdurou por muitos anos, pode ser explicada como reação ao enorme preconceito existente em relação aos imigrantes pobres e os seus descendentes, por parte não só das elites, formadas por famílias brasileiras, mas também por parte dos imigrantes e seus descendentes, que já tinham feito fortuna no Brasil. Esse preconceito ficou evidente em inúmeras críticas que surgiram ao trabalho do Grupo, principalmente quando eles começaram a despertar a atenção e a ameaçar posições já definidas. Mário de Andrade, por outro lado, reconhecia a importância dos santahelenistas, identificando neles uma escola paulista, com um modernismo moderado.
Com exceção dos que já tinham estudado na Europa, como Pennacchi, Rizzotti e Bonadei, o contato dos integrantes do Grupo com a produção artística de lá era bastante precário e obtido com professores no Brasil. Bonadei estudou com Pedro Alexandrino, Antonio Rocco e Amedeo Scavone; Graciano foi aluno de Waldemar da Costa e Zanini estudou com Georg Elpons.
A perseverança do Grupo, que continuava na luta pela sobrevivência, despertava o interesse e acolhia novos amigos e parceiros. Assim, com o tempo, o local passou a ser o ponto de encontro de muitos outros artistas.
O mérito maior do Grupo Santa Helena foi ter revelado alguns dos mais importantes artistas plásticos brasileiros do século XX.
Exposições
Em 1937 foi realizada uma exposição da chamada "Família Artística Paulista", agregando um conjunto de artistas e incluindo todo o Grupo Santa Helena que, desse modo, apresentaram seus trabalhos ao público pela primeira vez. A partir daí, o Grupo tornou-se conhecido e despertou o interesse de Mário de Andrade, que neles identificou uma "escola paulista".
Em 1940, a "Exposição de Pintores Franceses", apresentando Cézanne, Picasso, Braque e Juan Gris, dentre outros, causou enorme impacto e começou a redirecionar os caminhos de vários integrantes do Grupo, e a distanciá-los na temática ou nos aspectos formais.
Membros
Os membros do Grupo Santa Helena, e suas respectivas atividades e profissões eram:
Alfredo Volpi e Mario Zanini eram decoradores-pintores de paredes
Francisco Rebolo foi jogador de futebol, decorador-pintor de paredes
Clóvis Graciano era ferroviário
Fulvio Penacchi era dono de açougue
Aldo Bonadei era figurinista e bordador
Alfredo Rizzotti era mecânico e torneiro
Manuel Martins era ourives;
Humberto Rosa era professor de desenho.
Vilanova Artigas era engenheiro arquiteto
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 16 de junho de 2023.
Crédito fotográfico: Assessoria de Comunicação - Arpen/SP. Consultado pela última vez em 15 de junho de 2023.