Helios Aristides Seelinger (Rio de Janeiro, RJ, 4 de agosto de 1878 — idem, 21 de setembro de 1965), mais conhecido como Helios Seelinger, foi um pintor, desenhista e caricaturista brasileiro. Suas obras apresentavam, sobretudo, influências simbolistas, com a predominância de formas bidimensionais e ausência de perspectiva.
Biografia - Itaú Cultural
Forma-se na Escola Nacional de Belas Artes (Enba) entre 1891 e 1896, e frequenta também o ateliê dos irmãos Henrique Bernardelli (1858-1936) e Rodolfo Bernardelli (1852-1931).
Aconselhado por Henrique, parte para a Alemanha em 1897, onde permanece até 1900. Frequenta a Academia Azbe e a Academia de Munique e é aluno do pintor Franz von Stuck (1863 - 1928).
Retornou ao Brasil em 1901 e no ano seguinte realizou uma exposição individual na redação da revista O Malho, com boa parte da produção realizada em Munique.
A partir de 1902, participa das Exposições Gerais de Belas Artes, e é premiado diversas vezes.
Em 1903, conquista o prêmio de viagem ao exterior com o quadro Boêmia, no qual retrata intelectuais do meio carioca, como Gonzaga Duque (1863-1911), Fiúza Guimarães, Luis Edmundo (1878 - 1961), João do Rio (1881 - 1921) e Rodolfo Chambelland (1879-1967).
Na segunda viagem à Europa, orientado novamente por Bernardelli, fixa-se em Paris, onde realiza estudos de aperfeiçoamento com Jean-Paul Laurens (1838 - 1921).
Após o fim de sua pensão, retorna algumas vezes à Europa para estadas em Paris e em outras capitais até às vésperas da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), quando se estabelece definitivamente no Rio de Janeiro.
Por volta de 1907, trabalhou como assistente do pintor Eliseu Visconti (1866-1944) em Paris.
Em 1911, realizou pinturas decorativas para o Clube Naval, no Rio de Janeiro. Faz frequentes viagens a São Paulo e Porto Alegre, para expor ou comercializar suas obras. Atua como ilustrador e caricaturista em publicações como O Malho, Leitura para Todos, Careta, Fon Fon, entre outras.
É por vários anos funcionário do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), no Rio de Janeiro, que em 1943 organiza uma exposição retrospectiva do artista, em comemoração de seu quinquenário artístico.
Análise
Hélios Seelinger empreende uma trajetória singular se comparado a outros artistas brasileiros de sua geração. Os anos de formação em Munique têm importância decisiva para o artista.
Em entrevista dada a Angione Costa, Seelinger reconhece a influência de Franz von Stuck (1863-1928) e das tendências artísticas simbolistas e místicas, ancoradas numa filosofia espiritualista germânica: "De Stuck recebi a influência panteísta, que é fácil descobrir em meus trabalhos.
O misticismo, revelado nos meus estudos de ateliê, desenvolveu-se fortemente ao influxo do idealismo alemão". Nesse período, Stuck também tem como alunos Vassily Kandinsky (1866-1944), Paul Klee (1879-1940) e Franz Marc (1880-1916), artistas com quem Seelinger possivelmente convive.
Sob a influência dessas experiências, suas obras adquirem um caráter alegórico, panteísta. Frequentemente são representadas figuras do folclore alemão e da mitologia grega, como faunos, centauros, ninfas e bacantes, às quais se mesclam seres ligados a lendas indígenas e manifestações culturais populares brasileiras, como o carnaval e rituais de origem africana.
A exposição do artista realizada na sede da revista O Malho é recebida com estranhamento pelo público em geral, porém obtém atenção de parte da crítica de então, como Carlos Américo dos Santos, que, em artigo publicado no Jornal do Comércio, identifica as fontes inspiradoras de Seelinger entre os artistas alemães Böcklin (1827-1901), Hans Thoma (1839-1924), Max Klinger (1857-1920) e Stuck e reconhece na produção do artista qualidades expressivas, pessoais, imaginativas e por vezes sombrias.
Em sua segunda estada na Europa, dirige-se a Paris e em sua produção o artista procura se adaptar às tendências em voga na França. À influência alemã somam-se outras, como a de Jean-Paul Laurens (1838-1921) e Georges Antoine Rochegrosse (1859-1938). Na opinião do historiador José Roberto Teixeira Leite, essa mudança é desfavorável pois sua obra se torna mais refinada e menos expressiva.
Seelinger expõe, em 1908, trabalhos como Salambô e a Lua e Salambô e a Cobra, que entusiasmam Gonzaga Duque (1863-1911) e motivam-no a publicar um artigo sobre a mostra na revista Kosmos em fevereiro desse ano. Em 1921, produz o tríptico Minha Terra -representando três momentos da formação do Brasil: descobrimento, independência e república -, que hoje se encontra no Museu Histórico Nacional - MHN.
Em várias obras, nota-se também a influência do art nouveau. Em diversos outros trabalhos, que podem ser caracterizados como séries, explora um mesmo repertório de motivos: caravelas, lagos, luares e ciprestes. Possui obras nas coleções do Museu Nacional de Belas Artes e da Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina_).
Para M. Nogueira da Silva, "a extravagância de forma e conceito o colocou em um lugar distinto e único entre os seus contemporâneos. Hélios Seelinger é o paradoxo vivo, incontentado, insofrido pela última maneira, a maneira rara, a maneira inédita. Fugiu do mundo, criando para a sua arte um outro mundo, que povoou de monstros, de animais fantásticos, de deuses terríveis, ressuscitando Salomés, Cleopatras, faunos, tritões sedentos de vingança, ninfas e figuras delicadas e brancas de um sonho feito de fantasias".
O crítico Gonzaga Duque definiu a obra de Seelinger como "uma impulsiva tendência para a arte decorativa". [...] "uma desenvoltura macabra de contorções grotescas como numa epilepsia de prazeres". Segundo Duque, o artista "atinge à generalidades sociais, resume filosofias aplicadas de legendas que prescindem da frase escrita".
Na obra "Artes plásticas: seu mercado, seus leilões", o crítico Júlio Louzada traça um panorama sobre a obra de Helios Seelinger. "Em 1951, a crítica especializada dizia ser Seelinger é o único pintor simbolista que possuímos (...) e tem-nos dado interpretações de temas abstratos em alegorias como A AMBIÇÃO e A ÉPOCA DA MÁQUINA. Vezes há em que Hélios procura uma escala cromática mais quente. É quando focaliza aspectos de macumba ou de carnaval. O colorido na primeira é sombrio como a alma dos que ali se acham entregues a um culto semi-religioso. Ocupando uma posição muito particular entre os pintores brasileiros tanto pelo tratamento técnico original e livre como pela temática às vezes oriunda das fontes populares, Seelinger aborda o mitológico e o histórico, como no tríptico Minha Terra, onde o documentário é completado por arabescos e cores caprichosamente matizadas. No grande painel executado para a sede do Clube Naval no Rio de Janeiro, vemos caravelas e ondas ´bordadas de espuma batida pelo vento, envolvendo figuras mitológicas que se completam com amontoadas nuvens folierômicas sob céu azul intenso. Outra tela histórica é a chegada do navio-escola Almirante Saldanha à baía da Guanabara, onde sereias e delfins vêm enriquecer a encenação marinhista".
Exposições individuais
1901 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Sede de O Malho
1908 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Museu Comercial do Rio de Janeiro
1924 - Porto Alegre RS - Individual, na Casa Jamardo
1935 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Martim
1943 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Comemorativa do Cinquentenário do Artista, no MNBA
Exposições coletivas
1902 - Rio de Janeiro RJ - 9ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - prêmio de viagem ao exterior
1903 - Rio de Janeiro RJ - 10ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1904 - Rio de Janeiro RJ - 11ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1912 - Rio de Janeiro RJ - 19ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1913 - Rio de Janeiro RJ - 20ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1914 - Rio de Janeiro RJ - 21ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1916 - Rio de Janeiro RJ - 23ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1917 - Rio de Janeiro RJ - 24ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1918 - Rio de Janeiro RJ - 25ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1919 - Rio de Janeiro RJ - 26ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1919 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Carioca de Gravura e Água-Forte
1920 - Rio de Janeiro RJ - 27ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1921 - Rio de Janeiro RJ - 28ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1922 - Rio de Janeiro RJ - 29ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1923 - Rio de Janeiro RJ - 30ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1924 - Rio de Janeiro RJ - 31ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1926 - Rio de Janeiro RJ - 33ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1928 - São Paulo SP - Grupo Almeida Júnior, no Palácio das Arcadas
1929 - Rio de Janeiro RJ - 36ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1930 - Rio de Janeiro RJ - 37ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1931 - Rio de Janeiro RJ - Salão Revolucionário, na Enba
1933 - Rio de Janeiro RJ - 40ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1934 - Rio de Janeiro RJ - Salão do Núcleo Bernardelli, na Enba
1935 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Belas Artes
1936 - São Paulo SP - 4º Salão Paulista de Belas Artes
1937 - São Paulo SP - Grupo Almeida Júnior, no Palácio das Arcadas
1937 - São Paulo SP - 5º Salão Paulista de Belas Artes
1939 - São Paulo SP - 6º Salão Paulista de Belas Artes
1940 - Porto Alegre RS - 2º Salão do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul
1940 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Belas Artes, no Salão de Arte Almeida Júnior da Prefeitura Municipal
1942 - São Paulo SP - 8º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1943 - São Paulo SP - 9º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1944 - Rio de Janeiro RJ - 50º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1948 - Rio de Janeiro RJ - Salão dos Humoristas da Sociedade dos Artistas Nacionais
1949 - São Paulo SP - 15º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1950 - Rio de Janeiro RJ - Um Século da Pintura Brasileira: 1850-1950, no MNBA
1951 - Rio de Janeiro RJ - 57º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1955 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão Nacional de Arte Moderna
1960 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
Exposições póstumas
1974 - Rio de Janeiro RJ - Exposição da obra Os Três Endiabrados no Acervo A Peça do Mês, no MNBA
1980 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Museu Histórico da Cidade (Parque da Gávea)
1981 - Rio de Janeiro RJ - Universo do Carnaval: imagens e reflexões, na Acervo Galeria de Arte
1984 - Fortaleza CE - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas
1984 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1984 - Rio de Janeiro RJ - Doações Recentes 82-84, no MNBA
1984 - Rio de Janeiro RJ - Salão de 31, na Funarte
1986 - São Paulo SP - Dezenovevinte: uma virada no século, na Pinacoteca do Estado
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil, 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Um Olhar Crítico sobre o Acervo do Século XIX, na Pinacoteca do Estado
1998 - Porto Alegre RS - Acervo: Instituto de Artes 90 Anos, na UFRGS. Instituto de Artes
2000 - Porto Alegre RS - De Frans Post a Eliseu Visconti: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no Margs
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial
2002 - Brasília DF - Barão do Rio Branco: sua obra e seu tempo, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
Fontes
HÉLIOS Seelinger. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: Itaú Cultural Acesso em: 16 de novembro de 2021. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Wikipédia, consultado pela última vez em 16 de novembro de 2021.
Helios Aristides Seelinger (Rio de Janeiro, RJ, 4 de agosto de 1878 — idem, 21 de setembro de 1965), mais conhecido como Helios Seelinger, foi um pintor, desenhista e caricaturista brasileiro. Suas obras apresentavam, sobretudo, influências simbolistas, com a predominância de formas bidimensionais e ausência de perspectiva.
Biografia - Itaú Cultural
Forma-se na Escola Nacional de Belas Artes (Enba) entre 1891 e 1896, e frequenta também o ateliê dos irmãos Henrique Bernardelli (1858-1936) e Rodolfo Bernardelli (1852-1931).
Aconselhado por Henrique, parte para a Alemanha em 1897, onde permanece até 1900. Frequenta a Academia Azbe e a Academia de Munique e é aluno do pintor Franz von Stuck (1863 - 1928).
Retornou ao Brasil em 1901 e no ano seguinte realizou uma exposição individual na redação da revista O Malho, com boa parte da produção realizada em Munique.
A partir de 1902, participa das Exposições Gerais de Belas Artes, e é premiado diversas vezes.
Em 1903, conquista o prêmio de viagem ao exterior com o quadro Boêmia, no qual retrata intelectuais do meio carioca, como Gonzaga Duque (1863-1911), Fiúza Guimarães, Luis Edmundo (1878 - 1961), João do Rio (1881 - 1921) e Rodolfo Chambelland (1879-1967).
Na segunda viagem à Europa, orientado novamente por Bernardelli, fixa-se em Paris, onde realiza estudos de aperfeiçoamento com Jean-Paul Laurens (1838 - 1921).
Após o fim de sua pensão, retorna algumas vezes à Europa para estadas em Paris e em outras capitais até às vésperas da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), quando se estabelece definitivamente no Rio de Janeiro.
Por volta de 1907, trabalhou como assistente do pintor Eliseu Visconti (1866-1944) em Paris.
Em 1911, realizou pinturas decorativas para o Clube Naval, no Rio de Janeiro. Faz frequentes viagens a São Paulo e Porto Alegre, para expor ou comercializar suas obras. Atua como ilustrador e caricaturista em publicações como O Malho, Leitura para Todos, Careta, Fon Fon, entre outras.
É por vários anos funcionário do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), no Rio de Janeiro, que em 1943 organiza uma exposição retrospectiva do artista, em comemoração de seu quinquenário artístico.
Análise
Hélios Seelinger empreende uma trajetória singular se comparado a outros artistas brasileiros de sua geração. Os anos de formação em Munique têm importância decisiva para o artista.
Em entrevista dada a Angione Costa, Seelinger reconhece a influência de Franz von Stuck (1863-1928) e das tendências artísticas simbolistas e místicas, ancoradas numa filosofia espiritualista germânica: "De Stuck recebi a influência panteísta, que é fácil descobrir em meus trabalhos.
O misticismo, revelado nos meus estudos de ateliê, desenvolveu-se fortemente ao influxo do idealismo alemão". Nesse período, Stuck também tem como alunos Vassily Kandinsky (1866-1944), Paul Klee (1879-1940) e Franz Marc (1880-1916), artistas com quem Seelinger possivelmente convive.
Sob a influência dessas experiências, suas obras adquirem um caráter alegórico, panteísta. Frequentemente são representadas figuras do folclore alemão e da mitologia grega, como faunos, centauros, ninfas e bacantes, às quais se mesclam seres ligados a lendas indígenas e manifestações culturais populares brasileiras, como o carnaval e rituais de origem africana.
A exposição do artista realizada na sede da revista O Malho é recebida com estranhamento pelo público em geral, porém obtém atenção de parte da crítica de então, como Carlos Américo dos Santos, que, em artigo publicado no Jornal do Comércio, identifica as fontes inspiradoras de Seelinger entre os artistas alemães Böcklin (1827-1901), Hans Thoma (1839-1924), Max Klinger (1857-1920) e Stuck e reconhece na produção do artista qualidades expressivas, pessoais, imaginativas e por vezes sombrias.
Em sua segunda estada na Europa, dirige-se a Paris e em sua produção o artista procura se adaptar às tendências em voga na França. À influência alemã somam-se outras, como a de Jean-Paul Laurens (1838-1921) e Georges Antoine Rochegrosse (1859-1938). Na opinião do historiador José Roberto Teixeira Leite, essa mudança é desfavorável pois sua obra se torna mais refinada e menos expressiva.
Seelinger expõe, em 1908, trabalhos como Salambô e a Lua e Salambô e a Cobra, que entusiasmam Gonzaga Duque (1863-1911) e motivam-no a publicar um artigo sobre a mostra na revista Kosmos em fevereiro desse ano. Em 1921, produz o tríptico Minha Terra -representando três momentos da formação do Brasil: descobrimento, independência e república -, que hoje se encontra no Museu Histórico Nacional - MHN.
Em várias obras, nota-se também a influência do art nouveau. Em diversos outros trabalhos, que podem ser caracterizados como séries, explora um mesmo repertório de motivos: caravelas, lagos, luares e ciprestes. Possui obras nas coleções do Museu Nacional de Belas Artes e da Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina_).
Para M. Nogueira da Silva, "a extravagância de forma e conceito o colocou em um lugar distinto e único entre os seus contemporâneos. Hélios Seelinger é o paradoxo vivo, incontentado, insofrido pela última maneira, a maneira rara, a maneira inédita. Fugiu do mundo, criando para a sua arte um outro mundo, que povoou de monstros, de animais fantásticos, de deuses terríveis, ressuscitando Salomés, Cleopatras, faunos, tritões sedentos de vingança, ninfas e figuras delicadas e brancas de um sonho feito de fantasias".
O crítico Gonzaga Duque definiu a obra de Seelinger como "uma impulsiva tendência para a arte decorativa". [...] "uma desenvoltura macabra de contorções grotescas como numa epilepsia de prazeres". Segundo Duque, o artista "atinge à generalidades sociais, resume filosofias aplicadas de legendas que prescindem da frase escrita".
Na obra "Artes plásticas: seu mercado, seus leilões", o crítico Júlio Louzada traça um panorama sobre a obra de Helios Seelinger. "Em 1951, a crítica especializada dizia ser Seelinger é o único pintor simbolista que possuímos (...) e tem-nos dado interpretações de temas abstratos em alegorias como A AMBIÇÃO e A ÉPOCA DA MÁQUINA. Vezes há em que Hélios procura uma escala cromática mais quente. É quando focaliza aspectos de macumba ou de carnaval. O colorido na primeira é sombrio como a alma dos que ali se acham entregues a um culto semi-religioso. Ocupando uma posição muito particular entre os pintores brasileiros tanto pelo tratamento técnico original e livre como pela temática às vezes oriunda das fontes populares, Seelinger aborda o mitológico e o histórico, como no tríptico Minha Terra, onde o documentário é completado por arabescos e cores caprichosamente matizadas. No grande painel executado para a sede do Clube Naval no Rio de Janeiro, vemos caravelas e ondas ´bordadas de espuma batida pelo vento, envolvendo figuras mitológicas que se completam com amontoadas nuvens folierômicas sob céu azul intenso. Outra tela histórica é a chegada do navio-escola Almirante Saldanha à baía da Guanabara, onde sereias e delfins vêm enriquecer a encenação marinhista".
Exposições individuais
1901 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Sede de O Malho
1908 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Museu Comercial do Rio de Janeiro
1924 - Porto Alegre RS - Individual, na Casa Jamardo
1935 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Martim
1943 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Comemorativa do Cinquentenário do Artista, no MNBA
Exposições coletivas
1902 - Rio de Janeiro RJ - 9ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - prêmio de viagem ao exterior
1903 - Rio de Janeiro RJ - 10ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1904 - Rio de Janeiro RJ - 11ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1912 - Rio de Janeiro RJ - 19ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1913 - Rio de Janeiro RJ - 20ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1914 - Rio de Janeiro RJ - 21ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1916 - Rio de Janeiro RJ - 23ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1917 - Rio de Janeiro RJ - 24ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1918 - Rio de Janeiro RJ - 25ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1919 - Rio de Janeiro RJ - 26ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1919 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Carioca de Gravura e Água-Forte
1920 - Rio de Janeiro RJ - 27ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1921 - Rio de Janeiro RJ - 28ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1922 - Rio de Janeiro RJ - 29ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1923 - Rio de Janeiro RJ - 30ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1924 - Rio de Janeiro RJ - 31ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1926 - Rio de Janeiro RJ - 33ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1928 - São Paulo SP - Grupo Almeida Júnior, no Palácio das Arcadas
1929 - Rio de Janeiro RJ - 36ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1930 - Rio de Janeiro RJ - 37ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1931 - Rio de Janeiro RJ - Salão Revolucionário, na Enba
1933 - Rio de Janeiro RJ - 40ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1934 - Rio de Janeiro RJ - Salão do Núcleo Bernardelli, na Enba
1935 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Belas Artes
1936 - São Paulo SP - 4º Salão Paulista de Belas Artes
1937 - São Paulo SP - Grupo Almeida Júnior, no Palácio das Arcadas
1937 - São Paulo SP - 5º Salão Paulista de Belas Artes
1939 - São Paulo SP - 6º Salão Paulista de Belas Artes
1940 - Porto Alegre RS - 2º Salão do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul
1940 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Belas Artes, no Salão de Arte Almeida Júnior da Prefeitura Municipal
1942 - São Paulo SP - 8º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1943 - São Paulo SP - 9º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1944 - Rio de Janeiro RJ - 50º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1948 - Rio de Janeiro RJ - Salão dos Humoristas da Sociedade dos Artistas Nacionais
1949 - São Paulo SP - 15º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1950 - Rio de Janeiro RJ - Um Século da Pintura Brasileira: 1850-1950, no MNBA
1951 - Rio de Janeiro RJ - 57º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1955 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão Nacional de Arte Moderna
1960 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
Exposições póstumas
1974 - Rio de Janeiro RJ - Exposição da obra Os Três Endiabrados no Acervo A Peça do Mês, no MNBA
1980 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Museu Histórico da Cidade (Parque da Gávea)
1981 - Rio de Janeiro RJ - Universo do Carnaval: imagens e reflexões, na Acervo Galeria de Arte
1984 - Fortaleza CE - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas
1984 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1984 - Rio de Janeiro RJ - Doações Recentes 82-84, no MNBA
1984 - Rio de Janeiro RJ - Salão de 31, na Funarte
1986 - São Paulo SP - Dezenovevinte: uma virada no século, na Pinacoteca do Estado
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil, 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Um Olhar Crítico sobre o Acervo do Século XIX, na Pinacoteca do Estado
1998 - Porto Alegre RS - Acervo: Instituto de Artes 90 Anos, na UFRGS. Instituto de Artes
2000 - Porto Alegre RS - De Frans Post a Eliseu Visconti: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no Margs
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial
2002 - Brasília DF - Barão do Rio Branco: sua obra e seu tempo, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
Fontes
HÉLIOS Seelinger. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: Itaú Cultural Acesso em: 16 de novembro de 2021. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Wikipédia, consultado pela última vez em 16 de novembro de 2021.
Helios Aristides Seelinger (Rio de Janeiro, RJ, 4 de agosto de 1878 — idem, 21 de setembro de 1965), mais conhecido como Helios Seelinger, foi um pintor, desenhista e caricaturista brasileiro. Suas obras apresentavam, sobretudo, influências simbolistas, com a predominância de formas bidimensionais e ausência de perspectiva.
Biografia - Itaú Cultural
Forma-se na Escola Nacional de Belas Artes (Enba) entre 1891 e 1896, e frequenta também o ateliê dos irmãos Henrique Bernardelli (1858-1936) e Rodolfo Bernardelli (1852-1931).
Aconselhado por Henrique, parte para a Alemanha em 1897, onde permanece até 1900. Frequenta a Academia Azbe e a Academia de Munique e é aluno do pintor Franz von Stuck (1863 - 1928).
Retornou ao Brasil em 1901 e no ano seguinte realizou uma exposição individual na redação da revista O Malho, com boa parte da produção realizada em Munique.
A partir de 1902, participa das Exposições Gerais de Belas Artes, e é premiado diversas vezes.
Em 1903, conquista o prêmio de viagem ao exterior com o quadro Boêmia, no qual retrata intelectuais do meio carioca, como Gonzaga Duque (1863-1911), Fiúza Guimarães, Luis Edmundo (1878 - 1961), João do Rio (1881 - 1921) e Rodolfo Chambelland (1879-1967).
Na segunda viagem à Europa, orientado novamente por Bernardelli, fixa-se em Paris, onde realiza estudos de aperfeiçoamento com Jean-Paul Laurens (1838 - 1921).
Após o fim de sua pensão, retorna algumas vezes à Europa para estadas em Paris e em outras capitais até às vésperas da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), quando se estabelece definitivamente no Rio de Janeiro.
Por volta de 1907, trabalhou como assistente do pintor Eliseu Visconti (1866-1944) em Paris.
Em 1911, realizou pinturas decorativas para o Clube Naval, no Rio de Janeiro. Faz frequentes viagens a São Paulo e Porto Alegre, para expor ou comercializar suas obras. Atua como ilustrador e caricaturista em publicações como O Malho, Leitura para Todos, Careta, Fon Fon, entre outras.
É por vários anos funcionário do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), no Rio de Janeiro, que em 1943 organiza uma exposição retrospectiva do artista, em comemoração de seu quinquenário artístico.
Análise
Hélios Seelinger empreende uma trajetória singular se comparado a outros artistas brasileiros de sua geração. Os anos de formação em Munique têm importância decisiva para o artista.
Em entrevista dada a Angione Costa, Seelinger reconhece a influência de Franz von Stuck (1863-1928) e das tendências artísticas simbolistas e místicas, ancoradas numa filosofia espiritualista germânica: "De Stuck recebi a influência panteísta, que é fácil descobrir em meus trabalhos.
O misticismo, revelado nos meus estudos de ateliê, desenvolveu-se fortemente ao influxo do idealismo alemão". Nesse período, Stuck também tem como alunos Vassily Kandinsky (1866-1944), Paul Klee (1879-1940) e Franz Marc (1880-1916), artistas com quem Seelinger possivelmente convive.
Sob a influência dessas experiências, suas obras adquirem um caráter alegórico, panteísta. Frequentemente são representadas figuras do folclore alemão e da mitologia grega, como faunos, centauros, ninfas e bacantes, às quais se mesclam seres ligados a lendas indígenas e manifestações culturais populares brasileiras, como o carnaval e rituais de origem africana.
A exposição do artista realizada na sede da revista O Malho é recebida com estranhamento pelo público em geral, porém obtém atenção de parte da crítica de então, como Carlos Américo dos Santos, que, em artigo publicado no Jornal do Comércio, identifica as fontes inspiradoras de Seelinger entre os artistas alemães Böcklin (1827-1901), Hans Thoma (1839-1924), Max Klinger (1857-1920) e Stuck e reconhece na produção do artista qualidades expressivas, pessoais, imaginativas e por vezes sombrias.
Em sua segunda estada na Europa, dirige-se a Paris e em sua produção o artista procura se adaptar às tendências em voga na França. À influência alemã somam-se outras, como a de Jean-Paul Laurens (1838-1921) e Georges Antoine Rochegrosse (1859-1938). Na opinião do historiador José Roberto Teixeira Leite, essa mudança é desfavorável pois sua obra se torna mais refinada e menos expressiva.
Seelinger expõe, em 1908, trabalhos como Salambô e a Lua e Salambô e a Cobra, que entusiasmam Gonzaga Duque (1863-1911) e motivam-no a publicar um artigo sobre a mostra na revista Kosmos em fevereiro desse ano. Em 1921, produz o tríptico Minha Terra -representando três momentos da formação do Brasil: descobrimento, independência e república -, que hoje se encontra no Museu Histórico Nacional - MHN.
Em várias obras, nota-se também a influência do art nouveau. Em diversos outros trabalhos, que podem ser caracterizados como séries, explora um mesmo repertório de motivos: caravelas, lagos, luares e ciprestes. Possui obras nas coleções do Museu Nacional de Belas Artes e da Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina_).
Para M. Nogueira da Silva, "a extravagância de forma e conceito o colocou em um lugar distinto e único entre os seus contemporâneos. Hélios Seelinger é o paradoxo vivo, incontentado, insofrido pela última maneira, a maneira rara, a maneira inédita. Fugiu do mundo, criando para a sua arte um outro mundo, que povoou de monstros, de animais fantásticos, de deuses terríveis, ressuscitando Salomés, Cleopatras, faunos, tritões sedentos de vingança, ninfas e figuras delicadas e brancas de um sonho feito de fantasias".
O crítico Gonzaga Duque definiu a obra de Seelinger como "uma impulsiva tendência para a arte decorativa". [...] "uma desenvoltura macabra de contorções grotescas como numa epilepsia de prazeres". Segundo Duque, o artista "atinge à generalidades sociais, resume filosofias aplicadas de legendas que prescindem da frase escrita".
Na obra "Artes plásticas: seu mercado, seus leilões", o crítico Júlio Louzada traça um panorama sobre a obra de Helios Seelinger. "Em 1951, a crítica especializada dizia ser Seelinger é o único pintor simbolista que possuímos (...) e tem-nos dado interpretações de temas abstratos em alegorias como A AMBIÇÃO e A ÉPOCA DA MÁQUINA. Vezes há em que Hélios procura uma escala cromática mais quente. É quando focaliza aspectos de macumba ou de carnaval. O colorido na primeira é sombrio como a alma dos que ali se acham entregues a um culto semi-religioso. Ocupando uma posição muito particular entre os pintores brasileiros tanto pelo tratamento técnico original e livre como pela temática às vezes oriunda das fontes populares, Seelinger aborda o mitológico e o histórico, como no tríptico Minha Terra, onde o documentário é completado por arabescos e cores caprichosamente matizadas. No grande painel executado para a sede do Clube Naval no Rio de Janeiro, vemos caravelas e ondas ´bordadas de espuma batida pelo vento, envolvendo figuras mitológicas que se completam com amontoadas nuvens folierômicas sob céu azul intenso. Outra tela histórica é a chegada do navio-escola Almirante Saldanha à baía da Guanabara, onde sereias e delfins vêm enriquecer a encenação marinhista".
Exposições individuais
1901 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Sede de O Malho
1908 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Museu Comercial do Rio de Janeiro
1924 - Porto Alegre RS - Individual, na Casa Jamardo
1935 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Martim
1943 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Comemorativa do Cinquentenário do Artista, no MNBA
Exposições coletivas
1902 - Rio de Janeiro RJ - 9ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - prêmio de viagem ao exterior
1903 - Rio de Janeiro RJ - 10ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1904 - Rio de Janeiro RJ - 11ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1912 - Rio de Janeiro RJ - 19ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1913 - Rio de Janeiro RJ - 20ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1914 - Rio de Janeiro RJ - 21ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1916 - Rio de Janeiro RJ - 23ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1917 - Rio de Janeiro RJ - 24ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1918 - Rio de Janeiro RJ - 25ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1919 - Rio de Janeiro RJ - 26ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1919 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Carioca de Gravura e Água-Forte
1920 - Rio de Janeiro RJ - 27ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1921 - Rio de Janeiro RJ - 28ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1922 - Rio de Janeiro RJ - 29ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1923 - Rio de Janeiro RJ - 30ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1924 - Rio de Janeiro RJ - 31ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1926 - Rio de Janeiro RJ - 33ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1928 - São Paulo SP - Grupo Almeida Júnior, no Palácio das Arcadas
1929 - Rio de Janeiro RJ - 36ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1930 - Rio de Janeiro RJ - 37ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1931 - Rio de Janeiro RJ - Salão Revolucionário, na Enba
1933 - Rio de Janeiro RJ - 40ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1934 - Rio de Janeiro RJ - Salão do Núcleo Bernardelli, na Enba
1935 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Belas Artes
1936 - São Paulo SP - 4º Salão Paulista de Belas Artes
1937 - São Paulo SP - Grupo Almeida Júnior, no Palácio das Arcadas
1937 - São Paulo SP - 5º Salão Paulista de Belas Artes
1939 - São Paulo SP - 6º Salão Paulista de Belas Artes
1940 - Porto Alegre RS - 2º Salão do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul
1940 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Belas Artes, no Salão de Arte Almeida Júnior da Prefeitura Municipal
1942 - São Paulo SP - 8º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1943 - São Paulo SP - 9º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1944 - Rio de Janeiro RJ - 50º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1948 - Rio de Janeiro RJ - Salão dos Humoristas da Sociedade dos Artistas Nacionais
1949 - São Paulo SP - 15º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1950 - Rio de Janeiro RJ - Um Século da Pintura Brasileira: 1850-1950, no MNBA
1951 - Rio de Janeiro RJ - 57º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1955 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão Nacional de Arte Moderna
1960 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
Exposições póstumas
1974 - Rio de Janeiro RJ - Exposição da obra Os Três Endiabrados no Acervo A Peça do Mês, no MNBA
1980 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Museu Histórico da Cidade (Parque da Gávea)
1981 - Rio de Janeiro RJ - Universo do Carnaval: imagens e reflexões, na Acervo Galeria de Arte
1984 - Fortaleza CE - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas
1984 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1984 - Rio de Janeiro RJ - Doações Recentes 82-84, no MNBA
1984 - Rio de Janeiro RJ - Salão de 31, na Funarte
1986 - São Paulo SP - Dezenovevinte: uma virada no século, na Pinacoteca do Estado
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil, 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Um Olhar Crítico sobre o Acervo do Século XIX, na Pinacoteca do Estado
1998 - Porto Alegre RS - Acervo: Instituto de Artes 90 Anos, na UFRGS. Instituto de Artes
2000 - Porto Alegre RS - De Frans Post a Eliseu Visconti: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no Margs
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial
2002 - Brasília DF - Barão do Rio Branco: sua obra e seu tempo, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
Fontes
HÉLIOS Seelinger. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: Itaú Cultural Acesso em: 16 de novembro de 2021. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Wikipédia, consultado pela última vez em 16 de novembro de 2021.
Helios Aristides Seelinger (Rio de Janeiro, RJ, 4 de agosto de 1878 — idem, 21 de setembro de 1965), mais conhecido como Helios Seelinger, foi um pintor, desenhista e caricaturista brasileiro. Suas obras apresentavam, sobretudo, influências simbolistas, com a predominância de formas bidimensionais e ausência de perspectiva.
Biografia - Itaú Cultural
Forma-se na Escola Nacional de Belas Artes (Enba) entre 1891 e 1896, e frequenta também o ateliê dos irmãos Henrique Bernardelli (1858-1936) e Rodolfo Bernardelli (1852-1931).
Aconselhado por Henrique, parte para a Alemanha em 1897, onde permanece até 1900. Frequenta a Academia Azbe e a Academia de Munique e é aluno do pintor Franz von Stuck (1863 - 1928).
Retornou ao Brasil em 1901 e no ano seguinte realizou uma exposição individual na redação da revista O Malho, com boa parte da produção realizada em Munique.
A partir de 1902, participa das Exposições Gerais de Belas Artes, e é premiado diversas vezes.
Em 1903, conquista o prêmio de viagem ao exterior com o quadro Boêmia, no qual retrata intelectuais do meio carioca, como Gonzaga Duque (1863-1911), Fiúza Guimarães, Luis Edmundo (1878 - 1961), João do Rio (1881 - 1921) e Rodolfo Chambelland (1879-1967).
Na segunda viagem à Europa, orientado novamente por Bernardelli, fixa-se em Paris, onde realiza estudos de aperfeiçoamento com Jean-Paul Laurens (1838 - 1921).
Após o fim de sua pensão, retorna algumas vezes à Europa para estadas em Paris e em outras capitais até às vésperas da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), quando se estabelece definitivamente no Rio de Janeiro.
Por volta de 1907, trabalhou como assistente do pintor Eliseu Visconti (1866-1944) em Paris.
Em 1911, realizou pinturas decorativas para o Clube Naval, no Rio de Janeiro. Faz frequentes viagens a São Paulo e Porto Alegre, para expor ou comercializar suas obras. Atua como ilustrador e caricaturista em publicações como O Malho, Leitura para Todos, Careta, Fon Fon, entre outras.
É por vários anos funcionário do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), no Rio de Janeiro, que em 1943 organiza uma exposição retrospectiva do artista, em comemoração de seu quinquenário artístico.
Análise
Hélios Seelinger empreende uma trajetória singular se comparado a outros artistas brasileiros de sua geração. Os anos de formação em Munique têm importância decisiva para o artista.
Em entrevista dada a Angione Costa, Seelinger reconhece a influência de Franz von Stuck (1863-1928) e das tendências artísticas simbolistas e místicas, ancoradas numa filosofia espiritualista germânica: "De Stuck recebi a influência panteísta, que é fácil descobrir em meus trabalhos.
O misticismo, revelado nos meus estudos de ateliê, desenvolveu-se fortemente ao influxo do idealismo alemão". Nesse período, Stuck também tem como alunos Vassily Kandinsky (1866-1944), Paul Klee (1879-1940) e Franz Marc (1880-1916), artistas com quem Seelinger possivelmente convive.
Sob a influência dessas experiências, suas obras adquirem um caráter alegórico, panteísta. Frequentemente são representadas figuras do folclore alemão e da mitologia grega, como faunos, centauros, ninfas e bacantes, às quais se mesclam seres ligados a lendas indígenas e manifestações culturais populares brasileiras, como o carnaval e rituais de origem africana.
A exposição do artista realizada na sede da revista O Malho é recebida com estranhamento pelo público em geral, porém obtém atenção de parte da crítica de então, como Carlos Américo dos Santos, que, em artigo publicado no Jornal do Comércio, identifica as fontes inspiradoras de Seelinger entre os artistas alemães Böcklin (1827-1901), Hans Thoma (1839-1924), Max Klinger (1857-1920) e Stuck e reconhece na produção do artista qualidades expressivas, pessoais, imaginativas e por vezes sombrias.
Em sua segunda estada na Europa, dirige-se a Paris e em sua produção o artista procura se adaptar às tendências em voga na França. À influência alemã somam-se outras, como a de Jean-Paul Laurens (1838-1921) e Georges Antoine Rochegrosse (1859-1938). Na opinião do historiador José Roberto Teixeira Leite, essa mudança é desfavorável pois sua obra se torna mais refinada e menos expressiva.
Seelinger expõe, em 1908, trabalhos como Salambô e a Lua e Salambô e a Cobra, que entusiasmam Gonzaga Duque (1863-1911) e motivam-no a publicar um artigo sobre a mostra na revista Kosmos em fevereiro desse ano. Em 1921, produz o tríptico Minha Terra -representando três momentos da formação do Brasil: descobrimento, independência e república -, que hoje se encontra no Museu Histórico Nacional - MHN.
Em várias obras, nota-se também a influência do art nouveau. Em diversos outros trabalhos, que podem ser caracterizados como séries, explora um mesmo repertório de motivos: caravelas, lagos, luares e ciprestes. Possui obras nas coleções do Museu Nacional de Belas Artes e da Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina_).
Para M. Nogueira da Silva, "a extravagância de forma e conceito o colocou em um lugar distinto e único entre os seus contemporâneos. Hélios Seelinger é o paradoxo vivo, incontentado, insofrido pela última maneira, a maneira rara, a maneira inédita. Fugiu do mundo, criando para a sua arte um outro mundo, que povoou de monstros, de animais fantásticos, de deuses terríveis, ressuscitando Salomés, Cleopatras, faunos, tritões sedentos de vingança, ninfas e figuras delicadas e brancas de um sonho feito de fantasias".
O crítico Gonzaga Duque definiu a obra de Seelinger como "uma impulsiva tendência para a arte decorativa". [...] "uma desenvoltura macabra de contorções grotescas como numa epilepsia de prazeres". Segundo Duque, o artista "atinge à generalidades sociais, resume filosofias aplicadas de legendas que prescindem da frase escrita".
Na obra "Artes plásticas: seu mercado, seus leilões", o crítico Júlio Louzada traça um panorama sobre a obra de Helios Seelinger. "Em 1951, a crítica especializada dizia ser Seelinger é o único pintor simbolista que possuímos (...) e tem-nos dado interpretações de temas abstratos em alegorias como A AMBIÇÃO e A ÉPOCA DA MÁQUINA. Vezes há em que Hélios procura uma escala cromática mais quente. É quando focaliza aspectos de macumba ou de carnaval. O colorido na primeira é sombrio como a alma dos que ali se acham entregues a um culto semi-religioso. Ocupando uma posição muito particular entre os pintores brasileiros tanto pelo tratamento técnico original e livre como pela temática às vezes oriunda das fontes populares, Seelinger aborda o mitológico e o histórico, como no tríptico Minha Terra, onde o documentário é completado por arabescos e cores caprichosamente matizadas. No grande painel executado para a sede do Clube Naval no Rio de Janeiro, vemos caravelas e ondas ´bordadas de espuma batida pelo vento, envolvendo figuras mitológicas que se completam com amontoadas nuvens folierômicas sob céu azul intenso. Outra tela histórica é a chegada do navio-escola Almirante Saldanha à baía da Guanabara, onde sereias e delfins vêm enriquecer a encenação marinhista".
Exposições individuais
1901 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Sede de O Malho
1908 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Museu Comercial do Rio de Janeiro
1924 - Porto Alegre RS - Individual, na Casa Jamardo
1935 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Martim
1943 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Comemorativa do Cinquentenário do Artista, no MNBA
Exposições coletivas
1902 - Rio de Janeiro RJ - 9ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - prêmio de viagem ao exterior
1903 - Rio de Janeiro RJ - 10ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1904 - Rio de Janeiro RJ - 11ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1912 - Rio de Janeiro RJ - 19ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1913 - Rio de Janeiro RJ - 20ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1914 - Rio de Janeiro RJ - 21ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1916 - Rio de Janeiro RJ - 23ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1917 - Rio de Janeiro RJ - 24ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1918 - Rio de Janeiro RJ - 25ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1919 - Rio de Janeiro RJ - 26ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1919 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Carioca de Gravura e Água-Forte
1920 - Rio de Janeiro RJ - 27ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1921 - Rio de Janeiro RJ - 28ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1922 - Rio de Janeiro RJ - 29ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1923 - Rio de Janeiro RJ - 30ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1924 - Rio de Janeiro RJ - 31ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1926 - Rio de Janeiro RJ - 33ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1928 - São Paulo SP - Grupo Almeida Júnior, no Palácio das Arcadas
1929 - Rio de Janeiro RJ - 36ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1930 - Rio de Janeiro RJ - 37ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1931 - Rio de Janeiro RJ - Salão Revolucionário, na Enba
1933 - Rio de Janeiro RJ - 40ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1934 - Rio de Janeiro RJ - Salão do Núcleo Bernardelli, na Enba
1935 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Belas Artes
1936 - São Paulo SP - 4º Salão Paulista de Belas Artes
1937 - São Paulo SP - Grupo Almeida Júnior, no Palácio das Arcadas
1937 - São Paulo SP - 5º Salão Paulista de Belas Artes
1939 - São Paulo SP - 6º Salão Paulista de Belas Artes
1940 - Porto Alegre RS - 2º Salão do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul
1940 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Belas Artes, no Salão de Arte Almeida Júnior da Prefeitura Municipal
1942 - São Paulo SP - 8º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1943 - São Paulo SP - 9º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1944 - Rio de Janeiro RJ - 50º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1948 - Rio de Janeiro RJ - Salão dos Humoristas da Sociedade dos Artistas Nacionais
1949 - São Paulo SP - 15º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1950 - Rio de Janeiro RJ - Um Século da Pintura Brasileira: 1850-1950, no MNBA
1951 - Rio de Janeiro RJ - 57º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1955 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão Nacional de Arte Moderna
1960 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
Exposições póstumas
1974 - Rio de Janeiro RJ - Exposição da obra Os Três Endiabrados no Acervo A Peça do Mês, no MNBA
1980 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Museu Histórico da Cidade (Parque da Gávea)
1981 - Rio de Janeiro RJ - Universo do Carnaval: imagens e reflexões, na Acervo Galeria de Arte
1984 - Fortaleza CE - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas
1984 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1984 - Rio de Janeiro RJ - Doações Recentes 82-84, no MNBA
1984 - Rio de Janeiro RJ - Salão de 31, na Funarte
1986 - São Paulo SP - Dezenovevinte: uma virada no século, na Pinacoteca do Estado
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil, 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Um Olhar Crítico sobre o Acervo do Século XIX, na Pinacoteca do Estado
1998 - Porto Alegre RS - Acervo: Instituto de Artes 90 Anos, na UFRGS. Instituto de Artes
2000 - Porto Alegre RS - De Frans Post a Eliseu Visconti: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no Margs
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial
2002 - Brasília DF - Barão do Rio Branco: sua obra e seu tempo, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
Fontes
HÉLIOS Seelinger. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: Itaú Cultural Acesso em: 16 de novembro de 2021. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Wikipédia, consultado pela última vez em 16 de novembro de 2021.