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Anna Maria Maiolino

Anna Maria Maiolino (22 de maio de 1942, Scalea, Itália), mais conhecida como Maiolino, é uma pintora, desenhista, escultora, videomaker ítalo-brasileira. Radicada no Brasil desde 1960, Maiolino estudou na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e integrou a Nova Figuração brasileira ao lado de artistas como Rubens Gerchman e Antonio Dias. Durante a década de 1970, aproximou-se da arte conceitual e do movimento experimental, produzindo obras que exploram questões identitárias, femininas e políticas. Sua produção é marcada pelo uso de materiais simples, como argila e papel, e pela investigação dos processos manuais e corporais. Ao longo de sua trajetória, participou de importantes exposições nacionais e internacionais, incluindo a Bienal de São Paulo e a Bienal de Veneza. Suas obras integram acervos de instituições como o MoMA, em Nova York, a Tate Modern, em Londres, e o Museu de Arte Moderna de São Paulo. Considerada uma das artistas mais influentes do Brasil, Maiolino continua a expandir os limites da arte contemporânea com uma obra profundamente enraizada na experiência humana e na materialidade.

Anna Maria Maiolino | Arremate Arte

Anna Maria Maiolino nasceu em 20 de maio de 1942, na cidade de Scalea, na Itália. Em meio ao contexto da Segunda Guerra Mundial, sua família emigrou para a Venezuela, onde viveu parte de sua infância e juventude. Em 1960, mudou-se para o Brasil, estabelecendo-se inicialmente no Rio de Janeiro. Foi nesse período que iniciou sua formação artística, frequentando cursos de pintura e xilogravura na Escola Nacional de Belas Artes. Ao longo das décadas seguintes, construiu uma trajetória singular, tornando-se uma das mais importantes artistas da arte contemporânea brasileira.

Desde os anos 1960, Maiolino integrou movimentos artísticos que redefiniram a produção visual no Brasil. Foi uma das protagonistas da Nova Figuração e participou ativamente da Nova Objetividade Brasileira, em 1967, ao lado de nomes como Hélio Oiticica, Lygia Clark e Lygia Pape. Sua obra transitou por diversas mídias, incluindo desenho, escultura, vídeo, performance e instalação, sempre abordando questões ligadas à identidade, ao corpo, à linguagem e à experiência feminina. Seu trabalho reflete influências do neoconcretismo e da arte conceitual, mas com uma abordagem própria e visceral.

A ditadura militar no Brasil impactou profundamente sua produção artística. Em resposta à repressão política e à censura, suas obras passaram a refletir temas como silêncio, opressão e resistência. Durante esse período, Maiolino desenvolveu séries marcantes, como "Fotopoemação" e "Mapas Mentais", que questionavam os limites da linguagem e do corpo na arte. Nos anos 1980, passou a trabalhar com esculturas de argila, explorando a plasticidade e a efemeridade do material em sua série "Terra Modelada".

Reconhecida internacionalmente, Maiolino teve suas obras exibidas em importantes instituições e eventos, incluindo a Documenta de Kassel, a Bienal de Veneza e a Bienal de São Paulo. Seu trabalho também integra coleções de museus como o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o Museu de Arte de São Paulo (MASP), o Museum of Modern Art (MoMA) em Nova York e a Tate Modern em Londres.

Ao longo de sua carreira, Maiolino recebeu diversas premiações e honrarias. Em 2012, foi laureada com o Prêmio MASP Mercedes-Benz pelo conjunto de sua obra. Em 2024, consolidou sua relevância no cenário global ao receber o prestigioso Leão de Ouro da 60ª Bienal de Veneza, um dos maiores reconhecimentos da arte contemporânea.

Com uma trajetória marcada pela experimentação, pela transgressão de limites e pela potência expressiva de materiais simples, Anna Maria Maiolino permanece como uma das vozes mais impactantes da arte brasileira e internacional, desafiando convenções e ampliando os diálogos entre corpo, matéria e memória.

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Anna Maria Maiolino | Itaú Cultural

Anna Maria Maiolino (Scalea, Itália, 1942). Gravadora, pintora, escultora, artista multimídia e desenhista. Por meio de uma obra com viés político e provocadora, Maiolino investiga diferentes materiais e explora diversos meios de expressão, como a xilogravura, a fotografia, o filme, a instalação e a performance.

Em 1954, devido à escassez provocada pelo pós-guerra na Itália, muda-se para Caracas, Venezuela, onde estuda na Escuela de Artes Plásticas Cristóbal Rojas entre 1958 e 1960, ano em que se transfere para o Brasil. Em 1961, inicia o curso de gravura em madeira na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), no Rio de Janeiro. Apesar da origem italiana, a formação artística de Maiolino é sobretudo latino-americana. 

Em 1963, tem aulas de gravura com o artista plástico Adir Botelho (1932), período em que frequenta o ateliê do pintor Ivan Serpa (1923-1973), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). No ano seguinte, realiza sua primeira exposição individual na Galeria G, em Caracas. Em 1967, participa da Nova Objetividade Brasileira, exposição que, entre outros preceitos, propõe a superação do quadro de cavalete em prol do objeto. O evento é organizado por críticos e artistas, entre eles Hélio Oiticica (1937-1980), que também faz parte da Nova Figuração, movimento de reação à abstração e tomada de posição ante o momento político brasileiro, ao qual Maiolino se integra na década de 1960. 

Nessa fase, a artista concentra-se na xilogravura, paralelamente à produção de objetos. As paisagens, as cenas de interior e as grandes áreas brancas demarcadas por figuras pretas de recorte suave dão lugar à figuração colorida de cunho narrativo com temas urbanos e/ou relacionados ao cotidiano e à condição da mulher. Sua aproximação com a cultura popular é notada no interesse pela gravura dos folhetos de cordel, combinando seu estilo gráfico a temas sociais e políticos. 

Em 1968, mudou-se para os Estados Unidos, onde permaneceu por cerca de três anos e estudou no Pratt Graphic Center, em Nova York. Na década de 1970, ao voltar para o Brasil, começa a trabalhar com diversas mídias, como a fotografia e o filme. Participa, em Curitiba, do 1º Festival do Filme Super-8, e é premiada com In-Out, Antropofagia (1974), seu primeiro trabalho em vídeo e que coloca em questão temas como a censura e a liberdade. Participa também do Festival Internacional do Filme Super-8, no Space Cardin, em Paris; da 5ª Jornada Brasileira de Curta-Metragem, em Salvador; e do 2º Festival Nacional de Curta-Metragem, na Alliance Française du Brésil, no Rio de Janeiro.

Ainda nos anos 1970, Maiolino explora a poesia experimental, que rapidamente a leva ao desenho1. Sua tônica é a investigação da materialidade do papel e os limites de sua espacialidade. A figura sai de cena e dá lugar a novos elementos, como cortes, dobras, costuras com linha, palavras escritas e incisões gravadas. A folha é explorada em sua existência sensível no espaço, sendo por vezes trabalhada frente e verso. São dessa fase séries como Mapas Mentais (1971) e os desenhos-objeto Buracos Negros (ca.1974), nos quais os planos pessoal e o político se amalgamam.

No final dessa década, a artista passa a se dedicar à performance. Apresenta Mitos Vadios (1978) num terreno baldio da Rua Augusta, em São Paulo. Também realiza trabalhos de instalação como Feijão com Arroz (1979)2 e Entrevidas (1981), que toma a Rua Cardoso Júnior para que o público drible um “campo minado” confeccionado com dúzias de ovos de galinha espalhados pelo chão.  

Outras formas de expressão experimentadas por Maiolino, a partir da década de 1980, são a pintura e o trabalho com argila, sendo que o segundo conta com a influência do artista argentino Victor Grippo (1936-2002). Esse movimento, de certa forma, anuncia a preocupação com a gestualidade e a relação com a matéria, presentes nos objetos escultóricos de parede e relevos (em argila, gesso e cimento) do início dos anos 1990. Recebe o prêmio de melhor mostra do ano da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), em 1990, pela exposição individual realizada no Centro Cultural Cândido Mendes (CCCM) em 1989.

Aos poucos, Maiolino concentra-se no aspecto manual do fazer artístico e passa a usar quase exclusivamente a argila. Elabora projetos com grande quantidade desse material, em que a repetição do gesto e seu registro na matéria assinalam enorme concentração de energia. Instalações como Muitos (1995) ou São Estes (1998) colocam o corpo no centro do trabalho artístico, ao mesmo tempo que transformam o gesto desmemoriado do cotidiano em reservatório de experiência.

Em 2002, realiza em Nova York uma exposição retrospectiva acompanhada do livro A Life Line/Vida Afora. Em 2008, participa da 16ª Bienal de Sydney, Austrália, e, em 2012, apresenta na Documenta 13, em Kassel, Alemanha, a instalação Here & There, trabalho oriundo de montagens anteriores de Terra Modelada, série iniciada na década de 1980.

A obra de Anna Maria Maiolino no campo das artes visuais aborda temas políticos, urbanos, cotidianos e referentes ao papel da mulher. A atuação em variadas formas de expressão promove uma investigação sobre o próprio processo do fazer artístico.

Exposições

1958 - 2º Salón de Jóvenes Pintores

1959 - 3º Salón de Jóvenes Pintores

1960 - 4º Salón de Jóvenes Pintores

1961 - 21º Salón Oficial de Arte Venezuelano

1962 - 1º Salão do Trabalho

1963 - Três Artistas, Anna Maria Maiolino, Rubens Gerschman e Antonio Grosso

1963 - 20º Salão Paranaense de Belas Artes

1964 - Individual de Anna Maria Maiolino (Galeria G - Venezuela)

1965 - 14º Salão Nacional de Arte Moderna

1966 - 3º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal

1966 - Opinião 66

1966 - 2ª Exposição da Jovem Gravura Nacional

1966 - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas

1967 - 1ª Exposição da Jovem Gravura Nacional

1967 - Ciclo de Estudos do E.N.S.A. (Vanguarda Brasileira)

1967 - Individual de Anna Maria Maiolino (Galeria Goeldi RJ)

1967 - Gravura Brasileira Contemporânea

1967 - 22º Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte

1967 - Nova Objetividade Brasileira

1967 - 9ª Bienal Internacional de São Paulo

1967 - 3º Salão de Arte Contemporânea de Campinas

1967 - 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal

1968 - VIII Bienal de São Paulo

1968 - 2º Salão Esso de Artistas Jovens

1968 - 17º Salão Nacional de Arte Moderna

1968 - Bandeiras na Praça

1968 - 2ª Jovem Arte Contemporânea

1969 - 2ª Jovem Arte Contemporânea

1971 - 1º Salão de Arte da Eletrobrás

1972 - 2ª Bienal de San Juan del Grabado Latinoamericano y del Caribe

1972 - 1º Salão de Artes Plásticas da Ilha de Santa Catarina

1972 - 21º Salão Nacional de Arte Moderna

1973 - Poemação

1973 - Individual de Anna Maria Maiolino (Galeria Grupo B RJ)

1973 - 12 Desenhistas do Rio

1973 - Art at Carnival

1973 - Trienal de Grenchen

1973 - Lugares e Memória

1973 - 2º Salão de Artes Visuais da UFRGS

1973 - O Rosto e a Obra

1973 - Bienal dos Jovens

1973 - Indagação sobre a Natureza: significado e função da obra de arte

1973 - Expo-Projeção 73

1973 - 2ª Mostra de Artes Visuais do Estado do Rio de Janeiro

1973 - 22º Salão Nacional de Arte Moderna

1973 - 12ª Bienal Internacional de São Paulo

1973 - 5º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte

1974 - II Feira Nacional

1974 - Festival Internacional do Filme Super-8

1974 - I Festival de Filme Super-8

1974 - Carnival at New York

1974 - 28 Artistas del Brazil

1974 - 28 Artistas del Brazil

1974 - 28 Artistas del Brazil

1974 - 28 Artistas del Brazil

1974 - 28 Artistas del Brazil

1974 - Desenhos

1974 - 23º Salão Nacional de Arte Moderna

1974 - 28 Artistas del Brazil

1974 - Individual de Anna Maria Maiolino (Galeria Arte Global SP)

1974 - 6º Panorama de Arte Atual Brasileira

1974 - 9º Salão de Arte Contemporânea de Campinas

1975 - 28 Artistas do Brasil

1975 - Mostra de Arte Experimental de Filme Super-8, Audio visual, videotape

1975 - Desenho Brasileiro 1974

1975 - 28 Artistas del Brazil

1975 - A Comunicação Segundo os Artistas Plásticos

1976 - III Mês do Cinema Brasileiro

1976 - II Festival Nacional de Curta Metragem

1976 - Arroz & Feijão

1976 - O Corpo. Exposição/Projeção

1976 - Aos Poucos

1976 - Arte Brasileira dos Anos 60/70 na Coleção Gilberto Chateaubriand

1976 - 28 Artistas del Brazil

1976 - V Jornada Brasileira de Curta Metragem

1977 - Arte Brasileira dos Anos 60/70 na Coleção Gilberto Chateaubriand

1977 - Arte Actual de Iberoamerica

1977 - Arte Brasileira dos Anos 60/70 na Coleção Gilberto Chateaubriand

1978 - Mitos Vadios

1978 - O Objeto na Arte: Brasil anos 60

1979 - Os Artistas Amélia Toledo, Anna Maria Maiolino, Luiz Ferreira, Maria do Carmo Secco, Maria Luiza Saddi, Mauro Kleiman, Osmar Fonseca e Rogério Luz

1979 - Feijão com Arroz

1979 - Contemporary Brazilian Works on Paper: 49 artists

1979 - Multimídia Internacional

1979 - 2º Salão Nacional de Artes Plásticas

1980 - Em Lugar de

1980 - Arroz & Feijão

1980 - Feijão com Arroz

1980 - Feijão com Arroz

1980 - Artistas Premiados do 3º Salão Nacional de Artes Plásticas

1980 - Artistas Premiados do 3º Salão Nacional de Artes Plásticas

1980 - Artistas Premiados do 3º Salão Nacional de Artes Plásticas

1980 - Artistas Premiados do 3º Salão Nacional de Artes Plásticas

1980 - Artistas Premiados do 3º Salão Nacional de Artes Plásticas

1980 - Artistas Premiados do 3º Salão Nacional de Artes Plásticas

1980 - Artistas Premiados do 3º Salão Nacional de Artes Plásticas

1980 - 3º Salão Nacional de Artes Plásticas

1980 - 2ª Trienal Internacional de Desenho

1981 - Individual de Anna Maria Maiolino (Escritório Brasileiro de Artes SP)

1981 - 2º Salão Paulista de Artes Plásticas e Visuais

1981 - HMST: 4 instalações e 4 artistas

1981 - 16ª Bienal Internacional de São Paulo

1981 - 4º Salão Nacional de Artes Plásticas

1982 - O.V.S.I. (Objetos Voladores Si Identificados)

1982 - Brazilian Super-8

1982 - Por la Victoria. Exposição Internacional de Trabalhos Gráficos

1982 - Salviamo Venezia

1982 - Individual de Anna Maria Maiolino (Galeria de Arte Casa do Brasil - Roma)

1982 - Arte & Mulher - Artistas

1983 - Individual de Anna Maria Maiolino (Matias Marcier RJ)

1983 - 6ª Bienal de Valparaíso

1984 - 1ª Bienal de Havana

1984 - A Xilogravura na História da Arte Brasileira

1984 - Anna Maria Maiolino: Desenhos

1984 - A Xilogravura na História da Arte Brasileira

1985 - Brasil Desenho

1985 - Caligrafias e Escrituras

1985 - Brasil Desenho

1985 - Destaques da Arte Contemporânea Brasileira

1986 - Destaque Arte Contemporânea Brasileira

1986 - Gravura nos anos 60

1986 - Sete Décadas da Presença Italiana na Arte Brasileira

1987 - Trienal Internacional de Desenho (4. : 1987 : Wroclaw, Polônia)

1987 - Individual de Anna Maria Maiolino (Galeria Paulo Klabin)

1987 - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand

1988 - Brazil: a group exhibition of contemporary painting and sculpture

1988 - 63/66 Figura e Objeto

1989 - Individual de Anna Maria Maiolino (Pequena Galeria/Centro Cultural Cândido Mendes)

1989 - Rio Hoje

1989 - Anna Maria Maiolino: Relevos

1990 - Gente de Fibra

1991 - Individual de Anna Maria Maiolino (Galeria IBEU)

1991 - Entrevidas

1991 - Individual de Anna Maria Maiolino (Uberlandia)

1991 - Individual de Anna Maria Maiolino (Brasilia)

1991 - Individual de Anna Maria Maiolino (Belem)

1991 - Individual de Anna Maria Maiolino

1991 - Individual de Anna Maria Maiolino

1991 - 21ª Bienal Internacional de São Paulo

1991 - O Clássico no Contemporâneo

1991 - O Que Faz Você Agora Geração 60?: jovem arte contemporânea dos anos 60 revisitada

1992 - America, the Bride of the Sun

1992 - América - Bridge of the sun: 500 years latin america and the low countries

1992 - Gravura de Arte no Brasil: proposta para um mapeamento

1992 - Anos 60/70: Coleção Gilberto Chateubriand: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro

1992 - Litogravura: métodos e conceitos

1992 - 10ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba

1992 - Diferenças

1993 - Individual de Anna Maria Maiolino (1993) - São Paulo

1993 - 12º Salão Arte Pará

1993 - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand

1993 - Brasil: segni d'arte libri e video 1950-1993

1993 - Um Nenhum Cem Mil (1993 : São Paulo, SP)

1993 - Brasil: segni d'arte libri e video 1950-1993

1993 - Brasil: segni d'arte libri e video 1950-1993

1993 - Xilogravura: do cordel à galeria

1993 - Brasil: segni d'arte libri e video 1950-1993

1994 - Poética da Resistência: Aspectos da Gravura Brasileira

1994 - Projeto Impressões (Parque Lage RJ)

1994 - Projeto Impressões (Niteroi)

1994 - Inside the Visible - Begin the Beguine in Flanders

1994 - Individual de Anna Maria Maiolino (1994) - Rio de Janeiro

1994 - A Arte com a Palavra

1994 - Multiple Word: an international survey of artists books

1994 - A Espessura do Signo: desenho brasileiro contemporâneo

1994 - Um Nenhum Cem Mil (1994 : Rio de Janeiro, RJ)

1994 - Impressões

1994 - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand

1994 - Bienal Brasil Século XX

1994 - Bienal Brasil Século XX

1994 - Livro-Objeto: a fronteira dos vazios

1994 - Preto no Branco e/ou...: desenhos

1994 - Xilogravura: do cordel à galeria

1994 - Xilogravura: do cordel à galeria

1994 - Poética da Resistência: aspectos da gravura brasileira

1995 - Projeto Impressões (Florianópolis)

1995 - Mostra América

1995 - Segmentos

1995 - Individual de Anna Maria Maiolino - Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1995 - 2ª Bienal Barro de América

1995 - Homenagem à Mulher nas Artes: três gerações de artistas mulheres

1995 - Individual de Anna Maria Maiolino

1995 - Individual de Anna Maria Maiolino

1995 - Livro-Objeto: a fronteira dos vazios

1995 - 5ª Bienal Nacional de Santos

1995 - 2ª Bienal Barro de América

1966 - Projeto Impressões (Curitiba)

1996 - Projeto Impressões

1996 - Projeto Impressões Intinerantes

1996 - Mostra Itinerante de Mulheres Artistas do Século XX

1996 - Impressões Itinerantes

1996 - Inside the Visible

1996 - Inside the Visible

1996 - Inside the Visible

1996 - Inside the Visible

1996 - Inside the Visible

1996 - Mulheres Artistas no Acervo do MAC

1996 - Impressões Itinerantes

1996 - 15 Artistas Brasileiros

1996 - Arte no Hospital

1997 - Projeto Impressões Intinerantes (Argentina)

1997 -Projeto Impressões Intinerantes

1997 - Projetos Eventos Especiais

1997 - 15 Artistas Brasileiros

1997 - 15 Artistas Brasileiros

1997 - In Site 97

1997 - In Site 97

1997 - Ibeu: 60 anos

1997 - 15 Artistas Brasileiros

1997 - Anna Maria Maiolino: Instalação e Desenhos

1997 - Individual de Anna Maria Maiolino

1997 - Re-Aligning Visions: alternative currents in South American drawing

1997 - Re-Aligning Vision: Alternative Currents in South American Drawing

1997 - A Arte Contemporânea da Gravura

1998 - Realigning Vision: Alternatives Current in South America

1998 - Realigning Vision: Alternatives Current in South America

1998 - Individual de Anna Maria Maiolino

1998 - Re-Aligning Vision: Alternative Currents in South American Drawing

1998 - Re-Aligning Vision: Alternative Currents in South American Drawing

1998 - 14.06.1998

1998 - Anos 60/70: Coleção Gilberto Chateaubriand

1998 - Formas Transitivas: arte brasileira, construção e invenção 1970/1998

1998 - 24ª Bienal Internacional de São Paulo

1998 - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ

1999 - Realigning Vision: Alternatives Current in South America

1999 - Book as Art XI

1999 - A forma na Floresta

1999 - The Third Eye

1999 - 10ª Bienal de Serveira

1999 - Codificações Matéricas

1999 - + & -

1999 - Litografia: fidelidade e memória

1999 - X Bienal de Serveira

1999 - Mostra Rio Gravura. Impressões Contemporâneas

1999 - Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes

2000 - Duas Fases do Brasil

2000 - Exposição. Coletiva Anna Maria Maiolino

2000 - Acervo MAM uma seleção

2000 - An Experiment, The Sixties Legacy

2000 - Beyond Preconceptions: the sixties experiment

2000 - Beyond Preconceptions: the sixties experiment

2000 - Individual de Anna Maria Maiolino

2000 - Três

2000 - Imagens Paradoxais

2000 - O século das mulheres: algumas artistas

2000 - Situações: arte brasileira anos 70

2000 - Coleção Pirelli no Acervo do MAM: a arte brasileira nos anos 60

2001 - Gilbero Chateaubriand: aspectos de uma coleção

2001 - “Situações”, anos 70

2001 - “O Século das Mulheres – Algumas Artistas”

2001 - A experiência brasileira e Lucio Fontana

2001 - Beyond Preconceptions: the sixties experiment

2001 - Coleção Liba e Rubem Knijnik: arte brasileira contemporânea

2001 - Mulheres de Laura

2001 - Recortes

2001 - Aquarela Brasileira

2001 - Virgin Territory: women, gender, and history in contemporary brazilian art

2001 - Feliz Natal

2001 - N Times One (N Vezes Um)

2001 - Gilbero Chateaubriand: Aspectos de uma coleção II

2001 - Mostra Paralela no Galpão Design

2001 - Ibeu 1991-2001

2001 - Beyond Preconceptions: the sixties experiment

2001 - Genealogia do Espaço

2001 - Beyond Preconceptions: the sixties experiment

2001 - Paralela 2002

2001 - 12 Esculturas

2002 - Seleção do Acervo de Arte da UCAM

2002 - Entre a Palavra e a Imagem: módulo 1

2002 - Caminhos do Contemporâneo: 1952/2002

2002 - Leilão de Arte

2002 - A Forma e a Imagem Técnica na Arte do Rio de Janeiro: 1950-1975

2002 - Beyond Preconceptions: the sixties experiment

2003 - Coleções III

2003 - Coletiva 2003

2003 - Indícios, Vestígios & Outros

2003 - Individual de Anna Maria Maiolino: A Life Line/Vida Afora

2003 - Layers of Brazilian Art

2003 - Arte e Sociedade: uma relação polêmica

2003 - Arte e Sociedade: uma relação polêmica

2003 - Vestígios, Indícios e Outros

2003 - Vinte e Cinco Anos Centro Cultural Candido Mendes Galeria de Ipanema

2003 - A subversão dos meios

2003 - A subversão dos meios

2003 - Arroz & Feijão

2004 - Arte Visceral

2004 - Papel & Tinta

2004 - On Paper

2004 - Da Gravura a Arte

2004 - Hilomorfos-esculturas

2004 - Muitos, exposição retrospectiva

2004 - Novas Aquisições: 1995 - 2003

2004 - 30 Artistas

2004 - MoMA at El Museo: Latin American and Caribbean Art from the Collection of the Museum of Modern Art

2004 - Conversa Contemporânea

2004 - UNBOUND

2004 - A Face Icônica da Arte Brasileira

2004 - Arte Contemporânea Brasileira nas Coleções do Rio

2004 - Segmentos

2004 - Arte Contemporânea: uma história em aberto

2004 - Casa - Poética do Espaço na Arte Brasileira

2005 - 24º Salão Arte Pará

2005 - Coletiva 2005

2005 - 10 Indicam 10

2005 - O Corpo na Arte Contemporânea Brasileira

2005 - Aspectos da Coleção 1960-1970: arte contemporânea: os primeiros anos

2005 - Trajetória/Trajetórias

2005 - 5ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul

2005 - Experiências na Fronteira

2005 - Tropicália: a revolution in Brazilian culture

2005 - Entre Muitos

2005 - Hilomorfos

2005 - Artecontemporânea

2006 - Entre a Palavra e a Imagem

2006 - Desenho Contemporâneo

2006 - The Sites of Latin American Abstraction

2006 - Brazilian Art Show 2006

2006 - Territories of Immanence

2006 - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand

2006 - Manobras Radicais

2006 - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand

2006 - Paralela 2006

2006 - The Sites of Latin American Abstraction

2006 - 25 Artistas

2006 - Desenho Contemporâneo

2007- A Batalla dos Xéneros

2007 - Individual de Anna Maria Maiolino - Lisboa

2007 - Order and Subjectivity - Ilha de Chipre

2007 - WACK!: Art and the Feminist Revolution

2007 - Role Play: Feminist Art Revisited 1960-1980

2007 - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand

2007 - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand

2007 - Filmes de Artista: Brasil 1965-80

2007 - Individual de Anna Maria Maiolino

2007 - Atlas Américas

2007 - Muitos, exposição retrospectiva

2007 - 1º Circuito de Fotografia

2007 - Arte como Questão: anos 70

2007 - WACK!: Art and the Feminist Revolution

2007 - New Perspectives in Latin American Art, 1930-2006: selections from a decade of acquisitions

2007 - Individual de Anna Maria Maiolino

2007 - O acaso e a necessidade

2008 - Coletiva

2008 - Order and Subjectivity

2008 - Individual de Anna Maria Mailino (B.H)

2008 - WACK!: Art and the Feminist Revolution

2008 - Estratégias para Entrar e Sair da Modernidade na Coleção Itaú Moderno

2008 - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand

2008 - Latin American and Caribbean Art: Selected Highlights from the Collection of the 2008 - Museum of Modern Art

2008 - Laços do olhar

2008 - Bienal de Sidney

2008 - WACK!: Art and the Feminist Revolution

2008 - MAM 60

2008 - Versus – Inversus

2008 - Coletiva 08

2009 - Pharos = Ten

2009 - Um Olhar sobre a Paisagem Contemporânea

2009 - Trabalhos em Papel

2009 - La mancha humana = The Human Stain

2009 - À contre-corps, œuvre de dévoration

2009 - Olhar da Crítica: Arte Premiada da ABCA e o Acervo Artístico dos Palácios

2009 - 7ª Bienal do Mercosul

2009 - The sites of Latin American Abstraction

2009 - Coletiva 09

2010 - Continuum

2010 - Anna Maria Maiolino: retrospectiva

2010 - Genealogias do Contemporâneo

2010 - Tropicália: die 60s in Brasilien

2010 - Anna Maria Maiolino, Videos and Photographs from the 70-80s

2010 - Forma (ação) gráfica: a experiência da EAV Parque Lage

2010 - The Sites of Latin American Abstraction

2010 - Preto no Branco: do concreto ao contemporâneo

2010 - Mind and Matter: Alternative Abstractions, 1940s to Now

2010 - Then and Now: Abstraction in Latin American Art from 1950 to Present

2010 - Os 70's

2010 - Por um Fio

2010 - Anna Maria Maiolino - é

2010 - The Sites of Latin American Abstraction

2010 - 29ª Bienal Internacional de São Paul

2010 - 41º Chapel Art Show

2010 - Galeria Ibeu 50 Anos: a contribuição de Esther Emilio Carlos

2010 - On Line: Drawing Through the Twentith Century

2010 - Coletiva 10

2011 - Anna Maria Maiolino: retrospectiva

2011 - Anna Maria Maiolino: retrospectiva

2011 - A Rua

2011 - Gigante pela Própria Natureza

2011 - The Sites of Latin American Abstraction

2011 - Tutto è Connesso 2

2011 - Cómo nos miran

2011 - Void if Removed

2011 - Interventions in the Landscape

2011 - The Forth Moscow Biennale of Contemporary Art – Rewriting the World

2011 - Gravura Extrema

2011 - Alfabeti della Mente, P420

2011 - Coletiva 11

2012 - FOOD

2012 - Des|Estruturas

2012 - Des|Estruturas

2012 - Geometria da Transformação: Arte Construtiva Brasileira na Coleção Fadel

2012 - Here & There, instalação de argila e sonora

2012 - Arte de Contradicciones: Pop, Realismos y Política - Brasil - Argentina 1960

2012 - Contemporary Cartographies. Drawing Thought

2012 - É o que é (2012 : São Paulo, SP)

2012 - Sombras: Livro objeto de Franco Terranova

2012 - Aberto Fechado: caixa e livro na arte brasileira

2012 - Coletiva 12

2012 - Prêmio Masp Mercedes-Benz de Artes Visuais

2012 - Corpos Híbridos: identidades em trânsito

2012 - Genealogias do Contemporâneo

2013 - Gestures of the Mind

2013 - Don't ask, don't tel

2013 - 12ª Trienal de Escultura em Pequeno Formato

2013 - Contemporary Cartographies: Drawing Thought

2013 - Sem Fronteiras

2013 - Vontade Construtiva na Coleção Fadel

2013 - O Abrigo e o Terreno: arte e sociedade no Brasil

2013 - 17º Unifor Plástica

2013 - Autoritratti. Iscrizioni del femminile nell'arte italiana contemporanea

2013 - Elles - Mulheres artistas na coleção do Centre Georges Pompidou

2013 - Bad Girls - A Collection in action

2013 - 17ª Bienal de Cerveira

2013 - Resistir é Preciso

2013 - Territórios e Fugas

2013 - Sensitive Geometries

2013 - 30x Bienal

2013 - 30 X Bienal: Transformações na Arte Brasileira da 1ª à 30ª edição

2013 - Expoprojeção 1973-2013

2013 - Permission to be Global: Latin American Art from the Ella Fontanals-Cisneros - (Miami)

2013 - Construções para lugar nenhum

2014 - Resistir é Preciso

2014 - Onde se esconde o esconderijo

2014 - Bandeiras na Praça Tiradentes

2014 - MATRIX 252

2014 - Salão de Pinturas

2014 - Food

2014 - Por um Museu Público – Tributo a Walter Zanini (2014)

2014 - Permission To Be Global: prácticas globales: arte latino-americana da Ella Fontanals - Cisneros Collection

2014 - Vontade Construtiva na Coleção Fadel

2014 - ExpoProjeção 73 Hoje

2014 - 30x Bienal – Transformações na Arte Brasileira

2014 - Between Senses

2014 - Artevida: corpo

2014 - O Artista e a Bola

2014 - Abstrações na Coleção Fundação Edson Queiroz e Coleção Roberto Marinho

2014 - Artevida: política

2014 - 10th Gwangju Biennale

2014 - The Circle Walked Casually. An exhibition of works from the Deutsche Bank Collection in dialogue with works from the Museo de Arte Moderno de Buenos Aires

2014 - Ponto a Ponto

2014 - Cromofobia

2014 - 20 Anos

2015 - Impulse, Reason, Sense, Conflict. Abstract Art from the Ella Fontanals- Cisneros collection

2015 - Por um Museu Público - Tributo a Walter Zanini

2015 - FOOD

2015 - The power of Images. The Circle Walked Casually

2015 - XX Triennale di Milano - Coletiva de Anna Maria Maiolino (2015)

2015 - La Grande Madre

2015 - International Pop

2015 - Assoziationsraum Wunderkammer

2015 - CIOÈ

2015 - Tarsila e Mulheres Modernas no Rio

2015 - Atributos do Silêncio

2015 - The EY Exhibition: The World Goes Pop

2015 - Arte Pará 2015

2015 - Uma Coleção Particular: arte contemporânea no acervo da Pinacoteca

2015 - Resistance Performed

2015 - Manifesto

2016 - Das Vantagens e Desvantagens da História para a Vida

2016 - Acervo em Transformação - A Coleção do MASP de volta aos Cavaletes de Cristal de Lina Bo Bardi

2016 - Revolution in the Making: Abstract Sculture by Women 1947-2016

2016 - Nós

2016 - Nós

2016 - Histórias da Infância

2016 - XVI Biennale Donna: Silencio Vivo - Artiste dall'America Latina

2016 - Elas. Mulheres Artistas no acervo do MAB

2016 - Antropofagia y Modernidad. Arte Brasileño en la Colección Fadel. 1908-1979

2016 - Moving Tales – Racconti in movimento. Opere video dalla Collezione La Gaia

2016 - De lo espiritual en el arte

2016 - A Cor do Brasil

2016 - Gravuras - poéticas e técnicas diversas - mostra do acervo

2016 - Os Muitos e o Um: Arte Contemporânea Brasileira

2016 - Verboamérica. Colección MALBA

2016 - TUDO ISSO [ALL THAT]

2016 - Nós

2017 - The Transported Man

2017 - OFF ROAD

2017 - Individual de Anna Maria Maiolino (Moca)

2017 - Entre Nós - A Figura Humana no Acervo do Masp

2017 - Lugares do Delírio

2017 - Construções Sensíveis A experiência Geométrica Latino-Americano na coleção Ella 2017 - Fontanals-Cisneros

2017 - OSSO Exposição-Apelo ao amplo direito de defesa de Rafael Braga

2017 - Delirious: Art at the Limits of Reason

2017 - Radical Women: latin american art, 1960–1985

2017 - 14ª Bienal de Lyon

2017 - Potência e Adversidade: Arte da América Latina nas Coleções em Portugal

2017 - A Tale of Two Worlds

2017 - Alucinações à Beira-Mar

2017 - Art and Space

2018 - Visiones de la tierra / El mundo planeado. Colección Luís Paulo Montenegro

Imannam

2018 - Lugares do delírio - programa arte e sociedade no Brasil III

2018 - Radical Women: latin american art, 1960–1985

2018 - CineOP – 13ª Mostra de Cinema de Ouro Preto

2018 - Passe a Mão

2018 - A Tale of Two Worlds

2018 - Radical Women: latin american art, 1960–1985

2018 - Arte Democracia Utopia - quem não luta tá morto

2018 - AI-5 50 ANOS - Ainda não terminou de acabar

2018 - Arte Democracia Utopia: quem não luta tá morto

2018 - Tempos Sensíveis

2018 - Errância Poética [Poetic Wanderings]

2019 - Vesuvio universale

2019 - Em Tudo - Todo

2019 - Pop América, 1965–1975

2019 - Pequenos Formatos

2019 - O amor se faz revolucionário

2019 - Os anos em que vivemos em perigo

2019 - Homenagem a Reynaldo Roels Jr.

2019 - Material Actions

2019 - Sala de vídeo: Anna Maria Maiolino

2019 - 14ª Bienal de Curitiba

2019 - Making Love Revolutionary

2019 - 47º Chapel Art Show

2019 - Canção Enigmática - Relações entre arte e som nas Coleções MAM

2019 - Aqui & Agora

2020 - Clarice Lispector: Laços

2020 - Samico e Suassuna – Lunário Perpétuo

2021 - Hable con ella

2021 - Seeing Touch

2021 - like a luminous animal

2021 - Individual de Anna Maria Maiolino (2020)

2021 - Destaques do Acervo

2021 - Por um Fio [By a Thread]

2021 - Microcosmos

2021 - Collapsible

2021 - Farsa

2021 - Casa Carioca

2021 - SENZAMARGINE. PASSAGES IN ITALIAN ART AT THE TURN OF THE MILLENNIUM

2021 - Conversation Pieces

2021 - On Everyone’s Lips- From Pieter Brugel to Cindy Sherman

2021 - Pinacoteca: Acervo

2021 - The Body Electric

2021 - Realce (obras do acervo)

2022 - In the sky I am one and many and as a human I am everything and nothing

2022 - Língua Solta

2022 - A Máquina Lírica

2022 - Entrando no Acervo

2022 - Constelação Clarice

2022 - Constelação Clarice

2022 - Da Letra à Palavra

2022 - Constelação Clarice

2023 - Obscura Luz

2023 - Histórias brasileiras

2023 - Desvairar 22

2023 - Desvairar 22

2023 - Parada 7 - Arte em Resistência

2023 - Abstrações

2023 - Un Acto de Ver que se Despliega: colección Susana y Ricardo Steinbruch

2023 - Coletiva 22

2023 - Contra-Flecha: Arqueia mas não quebra

2023 - Petite Galerie: Franco Terranova e as vanguardas brasileiras

2024 - Mulheres na Nova Figuração: corpo e posicionamento

2024 - Telmo Porto: colecionador e filantropo

2024 - Arte Subdesenvolvida

2024 - Brasília: a arte da democracia

2024 - Brasília: a arte da democracia

2024 - Delírio tropical

2024 - Amostra

Críticas

"(...) se a figuração da primeira fase se disciplinou, progressivamente contida e ultrapassada, e se a influência pop do final da década de 1960 caminhou pouco a pouco para a área conceitual, permaneceu na artista o interesse por localizar-se em um espaço. Entre a investigação autobiográfica e a consciência de estar coletivamente no mundo, ocupando espaço e durando no tempo, ela passou a pronunciar-se cada vez mais por mapas. Nesses mapas, visuais e verbais, estão registrados os seus rumos e os acidentes acumulados no percurso. As pinturas sobre superfícies, planas ou em montagens tridimensionais, dos primeiros tempos, foram substituídas pelos desenhos e gravuras, dedicando-se a artista também à produção mais recente de audiovisuais e filmes na bitola Super-8. Em determinados desses trabalhos, as regiões geográficas aparecem claras e perfazem momentos de autobiografia da artista (...). Noutros, sobretudo das últimas fases, há apenas indicações da paisagem, analogias de céu, mar, terra ou apropriações de matérias do mundo concreto - pedras, por exemplo. Aos poucos, até mesmo o resíduo de evidência da paisagem exterior se perde, em troca de uma geografia íntima, mapas psicológicos. (...)" — Roberto Pontual (PONTUAL, Roberto. Arte brasileira contemporânea: Coleção Gilberto Chateaubriand. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 1976).

"Os relevos surgem, em parte, dessa reconquista do tátil - tanto no que se refere a quem os faz quanto a quem os vê -, que evolui da relativa frieza do corte, dobra e costura, que ferem a superfície lisa do papel, para o envolvimento sensível das mãos com a argila, relação quase arquetípica do fazer humano. Talvez daí resulte a sensação de atemporalidade, experimentada pela visão dos relevos. A substituição da geometria, preponderante nos desenhos e gravuras dos anos 70, pela atual primazia da intuição tátil, certamente desloca o eixo dos métodos de organização do trabalho, o que é visível em suas configurações bastante diversas. Mas a intuição tátil não implica uma perda de rigor, uma vez que se subordina ao modo pelo qual a imagem vai sendo processada até sua feição definitiva - a moldagem. 

A inteligência plástica indispensável a um processo de criação através da moldagem, que opera imagens invertidas - positivas e negativas -, advém, no caso, da longa experiência da artista em gravura, cuja similaridade de método com a moldagem sobredetermina as diferenças aparentes entre sua obra gráfica e os relevos. Essa disciplina ordenadora do método de feitura reforça-se através da pintura que intervém, seja introduzindo alguns elementos geometrizados ou combinando-se à potencialidade plástica da sombra projetada pela superfície irregular das peças, dentro e fora de seus limites físicos" — Fernando Cocchiarale (MAIOLINO, Anna Maria. Anna Maria Maiolino: relevos. Rio de Janeiro: Centro Cultural Cândido Mendes, 1989)

"Foi justamente na passagem da pintura para essa forma híbrida que é o relevo - pintura/escultura - que Maiolino parece ter atingido sua maturidade como artista e sua exata significação para a arte brasileira atual. 

Aí ela expande e carrega de novos significados e possibilidades a recente tradição artística local de operar entre os limites da pintura e da escultura, uma vez que em seus relevos a hibridização não se dá apenas em relação aos aspectos formais que envolvem a pintura e a escultura, mas igualmente a partes significativas das histórias desses dois procedimentos artísticos: elaborados segundo as técnicas tradicionais da modelagem e guardando no seu processamento traços referentes à história ancestral da escultura (e mesmo da gravura), esses trabalhos igualmente contemplam a história da pintura pela ênfase dada ao lado pictórico constitutivo do relevo, não apenas pela manutenção da dependência em relação à parede como igualmente pela utilização de pigmentos e texturas muito típicas do universo pictórico. 

Outro dado significativo nesta nova fase é que, quando aquelas formas se liberam do espaço totalmente plano da tela e do papel, renasceram tensionadas não apenas entre a pintura e a escultura, mas igualmente entre o retângulo e o oval, o racional e o irracional, o objetivo e o subjetivo. São formas que se apresentam ao mundo como um lugar determinado - uma operação típica da arte moderna em geral e das obras neoconcretas em particular - e, ao mesmo tempo, representam, mapeiam de novo um lugar afetivo, impregnado de memória, o óvulo originário. 

Neles são perceptíveis as representações dos tons, das cores, da topografia mediterrânea da infância da artista, em equilíbrio perfeito com a apresentação de cada relevo em si mesmo, como resultado de um conjunto de operações motoras e perceptivas, formas de intenso impacto visual" — Tadeu Chiarelli (MAIOLINO, Anna Maria. Anna Maria Maiolino: um, nenhum, cem mil. São Paulo: Gabinete de Arte Raquel Arnaud, 1993).

"Ao fazer uma opção pelo pensamento da ação, descobri na frase de Pirandello 'Um, Nenhum, Cem Mil' o sentido que a artista buscava imprimir na sua obra. De fato, uma aunidade que se repete, vai como que desfazendo os limites das diferenças singulares e transformando-se, diante de olhos menos avisados, em massa uniforme, que anula os contornos específicos da forma. Um que é cem mil passa a ser nenhum por uma ação generalizadora do pensamento, que se desvincula da experiência radical do real, em que as coisas pulsam em sua unicidade. Quando Maiolino enfatiza o gesto, como unidade primeira da ação do artista, o que está querendo dizer é que no ato de fazer formas simples como as cobrinhas e os bolinhos (técnicas primeiras da moldagem em argila) há uma retenção, uma marca, da individualidade. O que se repete, então, no ato mesmo do fazer, para além da cobrinha e da bolinha em si, é a unicidade de um gesto que retém a singularidade que o produziu. E mais, cada gesto possui o limite da matéria, e é no jogo entre intenção e materialização, entre gesto e matéria, que se delineiam os contornos singulares da forma. Logo, cada cobrinha ou bolinha, de fato, não é igual à outra" — Márcio Doctors

(MAIOLINO, Anna Maria. Anna Maria Maiolino: um, nenhum, cem mil. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1994).

Depoimentos

"(...) o objeto foi nos anos '60 um afã de sair da dimensão do quadro, do papel. . .

. . . mas, não sei porque se faz tanto barulho em cima disso; acho que na verdade houve barulho na medida em que se começou a criar objeto sério. . . depois, foi mais um lance de mercado que uma necessidade do artista. . . com a maneira de multiplicar o objeto para maior número de compradores; (...) na verdade, surgiu um público novo a consumir arte. . . e a coisa tinha que ser relativamente barata, porque não seria possível ao nível de um colecionador, como era o usual, não é? - acho que foi aí a morte do objeto, no momento quando se começou a criar objeto em série, o objeto perdeu toda aquela força inicial com que foi começado o trabalho em 64/65 (...)

(...) acho que o objeto foi espontâneo, (...) mas, realmente, na época havia uma vontade, uma efervescência, que aliás todo o país estava vivendo, (...) os artistas estavam se procurando, não estavam isolados (...)

(...) comecei a trabalhar com colagens, pinturas (...) e, nesta pintura, que inclusive era um casal de namorados, no matrimônio, eu coloquei o véu da noiva, realmente o véu. . . tinha um clima de deboche (...) coloquei o véu grudado com cola, tinha pinturas e colagens (...)". — Anna Maria Maiolino, 1974 (MAIOLINO, Anna Maria. Depoimento da artista para o Departamento de Pesquisa e Documentação de Arte Brasileira da Faap. Rio de Janeiro, 08. 09. 1977. In: ALVARADO, Daisy Valle Machado Peccinini de (coord. ). Objeto na arte:  Brasil anos 60.  São Paulo: FAAP, 1978. p. 176) 

Fonte: ANNA Maria Maiolino. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025. Acesso em: 12 de março de 2025. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Anna Maria Maiolino | Wikipédia

Anna Maria Maiolino (Scalea, 20 de maio de 1942) é uma artista plástica ítalo-brasileira, que vive e trabalha em São Paulo.

Nasceu em Scalea, Calábria, Itália, em 1942, de pai italiano e mãe equatoriana. Ela é a última criança de dez filhos. Com sua família em 1954 emigrou para Venezuela. Em 1958 se inscreve na Escola Nacional Cristobal Rojas, Caracas, Venezuela, no curso de Arte Pura. Atualmente é representada pela Galeria Luisa Strina em São Paulo.

Chega ao Brasil em 1960. No Rio de Janeiro ela frequenta cursos livres de pintura e xilogravura na Escola Nacional de Belas Artes, onde foi aluna de gravura de Adir Botelho. Participa da Nova Figuração, movimento que se afirmava no início da década de sessenta no Brasil, em 1961, inicia curso de gravura em madeira na Escola Nacional de Belas Artes - Enba, no Rio de Janeiro, e integra-se à Nova Figuração, movimento de reação à abstração e tomada de posição frente ao momento político brasileiro. Frequenta o ateliê de Ivan Serpa (1923 - 1973), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ, e estuda xilogravura com Adir Botelho, em 1961-1962. Integra em 1967 a mostra Nova Objetividade Brasileira, no MAM, Rio de Janeiro e assina o manifesto: “Declaração de Princípios Básicos da Vanguarda” junto com Hélio Oiticica, Antônio Dias, Rubens Gerchman, Lygia Clark, Lygia Pape entre outros. No mesmo ano realiza sua primeira exposição individual no Brasil, mostrando xilogravuras na Galeria Goeldi, no Rio de Janeiro.

Em 1963 casa com o artista Rubens Gerchman com o qual teve dois filhos, Micael e Verônica. Totalmente integrada no meio cultural do Brasil, especialmente do Rio de Janeiro, Maiolino tomou em 1968 a cidadania Brasileira. A década de 1970 é significativa no que concerne à experimentação e à utilização de diversas mídias, como: poesia escrita, filme super 8, performance, fotografia, além de continuar a utilizar o desenho, a pintura, a gravura e a escultura. Movida pela vontade de experiências, Anna Maria Maiolino em 1990 incorpora na sua obra o vídeo. A palavra escrita em 2000 ganha voz e inicia trabalhos sonoros que virão a somar-se à obra.

Desde 1992 com sua participação na mostra curada pela crítica belga Catherine de Zegher: AMERICA - Bride of the Sun. 500 years Latin America and the Low Countries, Royal Museum of Fine Arts, Antwerp, Belgium, a obra de Maiolino passa a ser vista com interesse no meio da arte internacional. Suas obras passam a fazer partes de coleções particulares e de museus fora do Brasil, como: Reina Sofia, Madrid, Espanha; MoMA, Nova York, USA; Castello di Rivoli, Torino, Itália; Galleria Nazionale, Roma Itália, Blanton Museum da Universidade do Texas em Austin e outros. Também passa a participar de um grande número de mostras internacionais na Europa e nos Estados Unidos de America.

A arte de Maiolino desde o início é totalmente elaborada no Brasil e a artista assume para sua arte esta identidade e reconhece que é à arte brasileira que deve sua formação.

No Brasil realiza inúmeras exposições individuais e toma parte em várias exposições coletiva. Integra as Bienais internacionais de São Paulo: IX em 1967; XII em 1973; XVI em 1983; XXI em 1991; XXIV em 1998; XXIX em 2010; e em 2010 participa da XXIX

Prêmios

Prêmios: Prêmio Mário Pedrosa, recebido pela Associação Brasileira de Críticos de Arte agracia a exposição realizada na Pequena Galeria do Centro Cultural Cândido Mendes no Rio de Janeiro, 1989

Em 2012, Anna Maria Maiolino é contemplada com o prêmio MASP Mercedes-Benz pelo conjunto de sua obra. Participa da dOCUMENTA 13, em Kassel (Alemanha), com a obra Here & There (Aqui & Lá), composta por uma grande instalação de argila da série Terra Modelada, sons e vegetação, além de uma gravação da voz da artista declamando o poema Eu sou Eu, de sua autoria (impresso em uma pequena publicação). Ainda neste ano, realiza a exposição individual É O QUE É na Galeria Millan e tem o catálogo da exposição retrospectiva da Fundação Antoní Tàpies: Anna Maria Maiolino (organizado por Helena Tatay) traduzido ao português e lançado no Brasil pela Cosac Naify.

No Brasil, a artista possui uma grande representação de seu trabalho no Museu Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro. Sua obra também está em instituições como o MAC-USP, MAC-Niterói (coleção João Sattamini), MAM do Rio (coleção Gilberto Chateaubriand), MAR (Museu de Arte do Rio).

Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 12 de março de 2025.

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Sobre Ana Maria Maiolino | Editora Cobogó

Anna Maria Maiolino nasceu em Scalea, na Calábria, Itália, em 1942. É gravadora, pintora, escultora, desenhista e artista multimídia. Em 1954, a escassez provocada pelo pós-guerra levou a família para Caracas, na Venezuela, onde ela frequentou a Escuela de Artes Plásticas Cristóbal Rojas. Mudou-se para o Brasil em 1960 e, no ano seguinte, iniciou um curso de gravura em madeira na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), no Rio de Janeiro. Integrou a Nova Figuração, movimento de reação à abstração e tomada de posição sobre o momento político do país, e participou da mostra Nova Objetividade Brasileira, em 1967. Sua primeira exposição individual foi em Caracas, na galeria G (1964). De 1968 a 1971, estudou no Pratt Graphic Center, em Nova York, e a partir dos anos 1970 passou a trabalhar com diversas mídias, como instalação, fotografia e filmes. Seu primeiro trabalho em vídeo foi In-Out, Antropofagia (1973-74), que lhe rendeu um prêmio no 1o Festival do Filme Super-8, em Curitiba, no Paraná. No fim da década de 1970, passou a se dedicar a performances. Entre os temas de seus trabalhos, estão a condição da mulher e cenas urbanas do cotidiano. Em 1981, como parte da performance Entrevidas, espalhou ovos de galinha pelo chão de uma rua paulista para que o público tivesse que driblar um “campo minado”. Mais recentemente, a artista passou a produzir esculturas em gesso. Em 2012, participou da Documenta 13, na Alemanha, e venceu o Prêmio MASP Mercedes-Benz de Artes Visuais (2012), na categoria de melhor artista contemporâneo do ano, o que lhe rendeu uma exposição individual no Museu de Arte de São Paulo (MASP). Em 2017, expôs seus trabalhos em Los Angeles, no contexto do projeto Pacific Standard Time: LA/LA, em que dezenas de instituições da Califórnia realizaram mostras de arte latino-americana.

Fonte: Cobogó. Consultado pela última vez em 12 de março de 2025.

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Anna Maria Maiolino ganha Leão de Ouro na 60ª Bienal de Arte de Veneza | Bravo!

Contagem regressiva para a 60ª Bienal de Veneza! Depois do anúncio da exposição Ka’a Pûera: nós somos pássaros que andam, da artista Glicéria Tupinambá (Vencedora do Prêmio PIPA 2023) com mudança do nome do Pavilhão Brasil para Pavilhão Hãhãwpuá“(Hãhãw” signica “terra” na língua patxohã), a novidade no circuito é que a artista plástica Anna Maria Maiolino receberá o cobiçado prêmio de Leão de Ouro pelo conjunto de sua obra junto com Nil Yalter, turca radicada em Paris. Detalhe: esta é a primeira vez de ambas artistas na Bienal de Veneza.

“Algo particularmente significativa dado o título e o enquadramento da minha exposição, centrada em artistas que viajaram e migraram entre o Norte e o Sul, a Europa e mais além, e vice-versa”, afirmou Adriano Pedrosa, curador da Bienal de Arte de Veneza e também diretor artístico do MASP, em comunicado oficial.

Nascida na Itália e radicada no Brasil, Anna mora e trabalha na capital paulista e, aos 81 anos, segue na ativa com trabalhos que exploram a subjetividade em diferentes suportes: ela passa por desenho, xilogravura, fotograa, performance, escultura, instalação cinema e também pela poesia. Uma de suas séries mais famosas é a Fotopoemaação, que, como sugere o nome, mistura essas três linguagens. “Minha obra é totalmente devedora da arte brasileira, foi aqui que ela germinou”, disse a artista em documentário do Sesc TV.

Finalista do 2º Prêmio Bravo! Prime de Cultura, em 2006, pela exposição Hilomorfos, suas obras integram acervos de mais de 30 museus ao redor do mundo, a exemplo do MASP, em São Paulo; do MoMA, em Nova York; do Tate Modern e da Galeria Whitechapel, em Londres; do Centre Pompidou, em Paris; do Reina Soa, em Madri; e do Malba, em Buenos Aires.

Fonte: Bravo! Consultado pela última vez em 12 de março de 2025.

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A força da arte de Anna Maria Maiolino | Casa Vogue

Sabemos o quão difícil foi para que mulheres artistas tivessem seu espaço de reconhecimento na História da Arte. E justamente por conta disso, sinto uma satisfação gigantesca quando vejo artistas que, em vida, têm a chance de desenvolver exposições notáveis e marcantes. Esse é o caso da artista Anna Maria Maiolino que no mesmo mês em que faz 80 anos, ganha também uma mostra individual que traça uma retrospectiva sobre sua carreira e vida. No texto de hoje, conto a vocês quem é essa artista e por que sua exposição no Instituto Tomie Ohtake é tão imperdível.

Vivendo atualmente em São Paulo, Anna Maria Maiolino nasceu na Itália e ao longo de sua vida teve a oportunidade de habitar diferentes lugares que afetaram a forma como enxerga o mundo, sua relação com a arte e com os diferentes contextos políticos e sociais. Em 1960 ela se muda para o Brasil e, no Rio de Janeiro, começa a erguer a fundação que daria base para a construção de seu trabalho até os dias de hoje.

Um dos aspectos mais interessantes da exposição e, consequentemente, do trabalho de Anna Maria Maiolino, é o fato de suas obras não se prenderem a uma única temática, linguagem ou abordagem. A artista expõe em sua produção a multiplicidade de papéis que ela, enquanto mulher, pode ocupar. Maiolino se entende como artista, filha, amante, esposa, mãe, fotógrafa, poeta, pintora, escultora, avó e diversas outras atribuições, que coexistem de forma igualmente importante em sua vida, confrontando ideias machistas responsáveis por impor um único papel para a mulher na arte e na sociedade.

Outro aspecto interessante da exposição é como os trabalhos de Maiolino são apresentados sem se prender a uma ordem cronológica ou agrupamento de linguagens artísticas. Com isso, a curadoria permite com que o espectador entenda e visualize a carreira da artista de forma holística, possibilitando que criemos nossas próprias conexões acerca de seus trabalhos. Com cerca de 300 obras distribuídas, a exposição está dividida em três núcleos (nas três maiores salas do Instituto), sendo elas “ANNA”, que busca aprofundar na vida e biografia da artista; “Não Não Não”, que traz as obras relacionadas à política, totalitarismo, censura, repressão e desigualdade; e “Ações Matéricas”, que assim como dito pelo texto da curadoria, “parte do encontro entre materialidades diversas e gestos atávicos identificados tanto ao trabalho do dia a dia quanto ao do nascimento da humanidade”.

A exposição tem curadoria de Paulo Miyada, que nos últimos três anos esteve ao lado da artista para que pensassem juntos na construção da mostra. O nome que intitula exposição (“PSSSIIIUUU…”), pode ser lido como assobio, chamado, flerte, pedido de silêncio, segredo, sinal, e se relaciona diretamente com os diferentes momentos e temáticas abordadas por Anna Maria Maiolino. A mostra fica em cartaz até dia 24 de julho e a entrada é gratuita.

Fonte: Casa Vogue. Consultado pela última vez em 12 de março de 2025.

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A franqueza e o compromisso ético de Anna Maria Maiolino | NeoFeed

Em 1967, na exposição Nova Objetividade Brasileira, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Anna Maria Maiolino expôs uma grande orelha, feita de tecido. A obra chamada "Psiu!" fazia alusão ao estado de vigilância em que as pessoas viviam durante a ditadura militar instaurada em 1964.

O trabalho infelizmente não existe mais, mas sua memória é lembrada na mostra "Anna Maria Maiolino: Psiuuuu…", que traz cerca de 300 trabalhos da artista e abre neste sábado (7) no Instituto Tomie Ohtake.

"O primeiro detalhe importante desse título é a ambivalência. Você pode ler como um convite, uma bronca ou um silenciamento, algo afetivo ou irritado. A existência simultânea de sentidos é muito importante para o trabalho da Anna em geral. Cada pessoa, dependendo da sua memória e das suas emoções, vai construir sua própria percepção das obras", explica o curador da mostra, Paulo Miyada, ao NeoFeed.

"O segundo ponto importante é que, sendo uma onomatopéia, 'psiuuuu' não pertence propriamente a um idioma. Isso também reflete a história da Anna como artista." Filha caçula de uma prole de 10, Anna Maria Maiolino nasceu na Calábria, na Itália, em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial. Mudou-se com a família para Bari, no norte do país.

Em busca de melhores condições, migraram novamente, dessa vez para a Venezuela, em 1954. No país latino-americano, Maiolino concluiu os estudos e começou a se interessar por arte. Aos 18 anos, viveu mais uma mudança: veio para o Brasil, em 1961, onde estudou gravura na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro.

Para ela, se tornar artista no Brasil foi um ganho, porque havia liberdade de criação sem a sombra dos grandes mestres, como Leonardo Da Vinci, na Itália.

Maiolino fez parte do movimento Nova Figuração Brasileira, em que os artistas se contrapunham às diretrizes rígidas do movimento concretista e se dedicavam à busca de temas e estéticas que refletissem o país. Nessa época, ela se interessou pela xilogravura, mesma técnica usada nos livros de cordel.

Uma dessas gravuras desse período é "Anna", de 1967, na qual duas figuras pronunciam o seu nome, fazendo referência ao seu nascimento. O trabalho também dá título a um dos núcleos da exposição no Tomie.

Em ANNA, o visitante poderá ver os trabalhos que têm inspirações mais biográficas como "Por um fio", de 1976. Em uma fotografia, a artista aparece unida à mãe e à filha, por meio de um barbante que sai de sua boca.

O barbante pode ser lido como o cordão umbilical, os genes, o sangue ou a descendência que une essas três gerações de mulheres. De acordo com a artista, nada pode ser mais importante do que a vida, o que reflete em seus trabalhos.

Vida na obra Em 1968, casada com o artista Rubens Gerchman (1942-2008), e com dois filhos pequenos, Maiolino se mudou para os Estados Unidos. Nesta época, para cuidar das crianças e prover o sustento da família trabalhando em um estúdio de design, a artista reduziu a sua produção artística, mas, aconselhada por Hélio Oiticica, começou a escrever.

Enquanto vigiava as crianças brincando, escrevia poemas, rascunhava ideias, desenhos e textos. Parte da produção textual da artista está na mostra em formato de texto, áudio e vídeo. O catálogo da exposição traz uma seleção inédita de seus escritos.

"A Anna fez escolhas ao longo da sua vida que foram custosas, desafiadoras e não foram aceitas com facilidade, mas que hoje reverberam muito nas demandas coletivas", diz Miyada.

"Ela reivindicou o direito de se apresentar como uma mulher que tem desejo, sexualidade e cumpre inúmeros papéis ao longo do dia – mãe, amiga, amante, esposa, escritora, artista. Essa vivência transparece no trabalho, criando relações afetivas que revelam os sentimentos da artista perante o que acontece ao seu redor."

Na infância, vivendo o pós-guerra na Itália, Maiolino se recorda de passar fome. A mãe a levava para a escola prometendo que mais tarde traria a merenda, mas a refeição nunca chegava porque não havia o que comer em casa.

A lembrança de não ter comida, somada à experiência de ver no Brasil parte da população vivendo situações de miséria e fome, é refletida na instalação "Arroz e Feijão" (1979) – uma mesa posta com pratos servidos de terras e sementes que germinam. Esta obra está exposta no núcleo Não Não Não. A mostra não está organizada de maneira cronológica, mas por assunto. A artista costuma dizer que sua vida não caminha em linha reta, mas em espiral em que os temas vêm e vão. "Trabalhos feitos recentemente dialogam com obras feitas no passado.

O modo como isso se manifesta é numa exposição que não é cronológica nem linear, mas que se organiza por ênfase. Em cada ênfase, você tem muitos períodos e muitas linguagens", explica o curador.

Tempo alargado

A primeira conversa que Miyada teve com Maiolino para fazer a exposição aconteceu em 2016, mas a artista estava envolvida com outros projetos.

Naquele ano, inaugurou a individual "Tudo Isso'', na galeria Hauser & Wirth, em Zurique, na Suíça; no ano seguinte, abriu sua maior retrospectiva nos Estados Unidos, no Museu de Arte Contemporânea de Los Angeles (MoCA).

"Estado escatológico" (1978): instalação, papéis higiênicos, jornal, folha As conversas foram retomadas em 2019 e o tempo para a realização da pesquisa acabou sendo alargado pela pandemia de Covid-19 – declarada pela Organização Mundial da Saúde em 2020 – e pelos processos de captação de recursos mais burocráticos.

"Três anos é um período longo para a preparação de uma exposição no Brasil. Mas esse tempo teve bons frutos, como conseguir aprofundar o diálogo e desenvolver com profundidade cada detalhe tanto do catálogo quanto da exposição", explica o curador.

A mostra traz ainda o trabalho inédito "O amor se faz revolucionário", resultado de um projeto de 1992. Maiolino viveu na Argentina entre 1984 e 1989. O trabalho é uma homenagem às Mães da Praça de Maio - mulheres que protestam até hoje por seus filhos assassinados durante a ditadura militar do país.

"Logo que voltou para o Brasil, a artista não encontrou forças para realizar a obra. Mas em nossos diálogos, percebemos que esse era um momento importante para a obra ser realizada", diz Miyada.

Em uma época em que o país vê as barbáries da ditadura militar brasileira sendo relativizadas e o mundo vivencia crises migratórias e discussões sobre os direitos das mulheres sobre os seus corpos, o conjunto de trabalhos de Maiolino, independentemente da época, se mostra atual. "É um trabalho de extrema relevância histórica, que se interessa e se comunica fortemente com o presente", conclui Miyada.

"A franqueza e o compromisso ético da Anna em se apresentar inteira, em seus múltiplos papéis, fazem com que o trabalho seja muito mais vivaz e que inúmeras pessoas possam se reconhecer neles. Pessoas que, como ela, se sentem comprometidas em reagir de forma ética, estética e emocional às violências do seu tempo."

Fonte: NeoFeed. Consultado pela última vez em 12 de março de 2025.

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A primeira retrospectiva da artista nos EUA reúne cinco décadas do trabalho da brasileira | Touch of Class

A exposição acontece no The Museum of Contemporary Art (MOCA), em Los Angeles, e apresenta um panorama das obras de Anna Maria Maiolino, abrangendo cinco décadas de sua produção.

Estarão em cartaz obras criadas desde a década de 1960, reunindo expressivas gravuras em madeira, esculturas viscerais em cimento, filmes e performances politicamente carregadas, desenhos fluidos e instalações monumentais de argila. A obra de Maiolino aborda tanto a repressão política (sua carreira foi inicialmente inspirada pela ditadura militar brasileira na década de 1960) quanto a alienação social.

Os visitantes poderão traçar um caminho através da história da arte brasileira e muitos dos principais movimentos pós-guerra, canalizados através da prática íntima e subjetiva de Maiolino explorando sua identidade como migrante, mãe e cidadã global.

Com curadoria de Bryan Barcena e Helen Molesworth, a exposição ocupa o MOCA até 22 de janeiro de 2018 e faz parte do “Pacific Standard Time: LA/LA”, uma série de exposições em múltiplas instituições que destacam a arte latino-americana e latina em Los Angeles.

Sobre a artista

Anna Maria Maiolino é uma das mais influentes artistas brasileiras de sua geração. Nascida na Itália em 1942, imigrou com sua família para a Venezuela ainda adolescente. Em 1960, mudou-se para o Brasil para frequentar a Escola Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro, onde começou a desenvolver um corpo de trabalho em diálogo com abstração, minimalismo e conceitualismo.

Seu trabalho foi profundamente influenciado pelo rescaldo da Segunda Guerra Mundial, a ditadura militar no Brasil e sua experiência como artista durante o período em que o que poderia ser chamado de arte mudou drasticamente.

A exposição abrangerá toda a carreira de Maiolino, desde a década de 1960 até o presente, reunindo as primeiras impressões, desenhos, filmes, performances e instalações experimentais, incluindo suas recentes instalações efêmeras em grande escala feitas com argila não cozida e laminada à mão.

O trabalho de Maiolino é capaz de traçar o curso dos movimentos que definem a história da arte brasileira, canalizados através de uma prática pessoal, psicologicamente carregada que projeta seu próprio caminho introspectivo, tanto quanto abre sobre grandes questões filosóficas de repetição e diferença, o transitório e o permanente, os problemas estéticos como o sólido e o vazio, e a relação íntima entre desenho e escultura.

Fonte: Touch of Class. Consultado pela última vez em 12 de março de 2025.

Crédito fotográfico: Editora Cobogó. Consultado pela última vez em 12 de março de 2025.

Anna Maria Maiolino (22 de maio de 1942, Scalea, Itália), mais conhecida como Maiolino, é uma pintora, desenhista, escultora, videomaker ítalo-brasileira. Radicada no Brasil desde 1960, Maiolino estudou na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e integrou a Nova Figuração brasileira ao lado de artistas como Rubens Gerchman e Antonio Dias. Durante a década de 1970, aproximou-se da arte conceitual e do movimento experimental, produzindo obras que exploram questões identitárias, femininas e políticas. Sua produção é marcada pelo uso de materiais simples, como argila e papel, e pela investigação dos processos manuais e corporais. Ao longo de sua trajetória, participou de importantes exposições nacionais e internacionais, incluindo a Bienal de São Paulo e a Bienal de Veneza. Suas obras integram acervos de instituições como o MoMA, em Nova York, a Tate Modern, em Londres, e o Museu de Arte Moderna de São Paulo. Considerada uma das artistas mais influentes do Brasil, Maiolino continua a expandir os limites da arte contemporânea com uma obra profundamente enraizada na experiência humana e na materialidade.

Anna Maria Maiolino

Anna Maria Maiolino (22 de maio de 1942, Scalea, Itália), mais conhecida como Maiolino, é uma pintora, desenhista, escultora, videomaker ítalo-brasileira. Radicada no Brasil desde 1960, Maiolino estudou na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e integrou a Nova Figuração brasileira ao lado de artistas como Rubens Gerchman e Antonio Dias. Durante a década de 1970, aproximou-se da arte conceitual e do movimento experimental, produzindo obras que exploram questões identitárias, femininas e políticas. Sua produção é marcada pelo uso de materiais simples, como argila e papel, e pela investigação dos processos manuais e corporais. Ao longo de sua trajetória, participou de importantes exposições nacionais e internacionais, incluindo a Bienal de São Paulo e a Bienal de Veneza. Suas obras integram acervos de instituições como o MoMA, em Nova York, a Tate Modern, em Londres, e o Museu de Arte Moderna de São Paulo. Considerada uma das artistas mais influentes do Brasil, Maiolino continua a expandir os limites da arte contemporânea com uma obra profundamente enraizada na experiência humana e na materialidade.

Videos

Museu Vivo: Ana Maria Maiolino (Parte 1) | 2014

Museu Vivo: Ana Maria Maiolino (Parte 2) | 2014

Bienal de São Paulo (Parte 1)

Retrospectiva conta com 300 obras de Maiolino | 2022

Maratona 45 anos: Anna Maria Maiolino | 2020

Entrevidas de ANNA Maria Maiolino | 2017

Performace In Atto, de Anna Maria Maiolino | 2017

Bate-papo com Anna Maria Maiolino | 2023

Anna Maria Maiolino sobre andanças poéticas | 2020

Exposição FOOD | 2015

A vida-obra de ANNA Maria Maiolino | 2022

Maria Maiolino e Paulo Herkenhoff | 2022

Visita guiada à "PSSSSIIIUUU..." | 2022

Maiolino: estilo tardio às avessas | 2017

Maiolino fala sobre sua vida e obra | 2016

Intervenção de ANNA Maria Maiolino | 2010

Anna Maria Maiolino | Arremate Arte

Anna Maria Maiolino nasceu em 20 de maio de 1942, na cidade de Scalea, na Itália. Em meio ao contexto da Segunda Guerra Mundial, sua família emigrou para a Venezuela, onde viveu parte de sua infância e juventude. Em 1960, mudou-se para o Brasil, estabelecendo-se inicialmente no Rio de Janeiro. Foi nesse período que iniciou sua formação artística, frequentando cursos de pintura e xilogravura na Escola Nacional de Belas Artes. Ao longo das décadas seguintes, construiu uma trajetória singular, tornando-se uma das mais importantes artistas da arte contemporânea brasileira.

Desde os anos 1960, Maiolino integrou movimentos artísticos que redefiniram a produção visual no Brasil. Foi uma das protagonistas da Nova Figuração e participou ativamente da Nova Objetividade Brasileira, em 1967, ao lado de nomes como Hélio Oiticica, Lygia Clark e Lygia Pape. Sua obra transitou por diversas mídias, incluindo desenho, escultura, vídeo, performance e instalação, sempre abordando questões ligadas à identidade, ao corpo, à linguagem e à experiência feminina. Seu trabalho reflete influências do neoconcretismo e da arte conceitual, mas com uma abordagem própria e visceral.

A ditadura militar no Brasil impactou profundamente sua produção artística. Em resposta à repressão política e à censura, suas obras passaram a refletir temas como silêncio, opressão e resistência. Durante esse período, Maiolino desenvolveu séries marcantes, como "Fotopoemação" e "Mapas Mentais", que questionavam os limites da linguagem e do corpo na arte. Nos anos 1980, passou a trabalhar com esculturas de argila, explorando a plasticidade e a efemeridade do material em sua série "Terra Modelada".

Reconhecida internacionalmente, Maiolino teve suas obras exibidas em importantes instituições e eventos, incluindo a Documenta de Kassel, a Bienal de Veneza e a Bienal de São Paulo. Seu trabalho também integra coleções de museus como o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o Museu de Arte de São Paulo (MASP), o Museum of Modern Art (MoMA) em Nova York e a Tate Modern em Londres.

Ao longo de sua carreira, Maiolino recebeu diversas premiações e honrarias. Em 2012, foi laureada com o Prêmio MASP Mercedes-Benz pelo conjunto de sua obra. Em 2024, consolidou sua relevância no cenário global ao receber o prestigioso Leão de Ouro da 60ª Bienal de Veneza, um dos maiores reconhecimentos da arte contemporânea.

Com uma trajetória marcada pela experimentação, pela transgressão de limites e pela potência expressiva de materiais simples, Anna Maria Maiolino permanece como uma das vozes mais impactantes da arte brasileira e internacional, desafiando convenções e ampliando os diálogos entre corpo, matéria e memória.

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Anna Maria Maiolino | Itaú Cultural

Anna Maria Maiolino (Scalea, Itália, 1942). Gravadora, pintora, escultora, artista multimídia e desenhista. Por meio de uma obra com viés político e provocadora, Maiolino investiga diferentes materiais e explora diversos meios de expressão, como a xilogravura, a fotografia, o filme, a instalação e a performance.

Em 1954, devido à escassez provocada pelo pós-guerra na Itália, muda-se para Caracas, Venezuela, onde estuda na Escuela de Artes Plásticas Cristóbal Rojas entre 1958 e 1960, ano em que se transfere para o Brasil. Em 1961, inicia o curso de gravura em madeira na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), no Rio de Janeiro. Apesar da origem italiana, a formação artística de Maiolino é sobretudo latino-americana. 

Em 1963, tem aulas de gravura com o artista plástico Adir Botelho (1932), período em que frequenta o ateliê do pintor Ivan Serpa (1923-1973), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). No ano seguinte, realiza sua primeira exposição individual na Galeria G, em Caracas. Em 1967, participa da Nova Objetividade Brasileira, exposição que, entre outros preceitos, propõe a superação do quadro de cavalete em prol do objeto. O evento é organizado por críticos e artistas, entre eles Hélio Oiticica (1937-1980), que também faz parte da Nova Figuração, movimento de reação à abstração e tomada de posição ante o momento político brasileiro, ao qual Maiolino se integra na década de 1960. 

Nessa fase, a artista concentra-se na xilogravura, paralelamente à produção de objetos. As paisagens, as cenas de interior e as grandes áreas brancas demarcadas por figuras pretas de recorte suave dão lugar à figuração colorida de cunho narrativo com temas urbanos e/ou relacionados ao cotidiano e à condição da mulher. Sua aproximação com a cultura popular é notada no interesse pela gravura dos folhetos de cordel, combinando seu estilo gráfico a temas sociais e políticos. 

Em 1968, mudou-se para os Estados Unidos, onde permaneceu por cerca de três anos e estudou no Pratt Graphic Center, em Nova York. Na década de 1970, ao voltar para o Brasil, começa a trabalhar com diversas mídias, como a fotografia e o filme. Participa, em Curitiba, do 1º Festival do Filme Super-8, e é premiada com In-Out, Antropofagia (1974), seu primeiro trabalho em vídeo e que coloca em questão temas como a censura e a liberdade. Participa também do Festival Internacional do Filme Super-8, no Space Cardin, em Paris; da 5ª Jornada Brasileira de Curta-Metragem, em Salvador; e do 2º Festival Nacional de Curta-Metragem, na Alliance Française du Brésil, no Rio de Janeiro.

Ainda nos anos 1970, Maiolino explora a poesia experimental, que rapidamente a leva ao desenho1. Sua tônica é a investigação da materialidade do papel e os limites de sua espacialidade. A figura sai de cena e dá lugar a novos elementos, como cortes, dobras, costuras com linha, palavras escritas e incisões gravadas. A folha é explorada em sua existência sensível no espaço, sendo por vezes trabalhada frente e verso. São dessa fase séries como Mapas Mentais (1971) e os desenhos-objeto Buracos Negros (ca.1974), nos quais os planos pessoal e o político se amalgamam.

No final dessa década, a artista passa a se dedicar à performance. Apresenta Mitos Vadios (1978) num terreno baldio da Rua Augusta, em São Paulo. Também realiza trabalhos de instalação como Feijão com Arroz (1979)2 e Entrevidas (1981), que toma a Rua Cardoso Júnior para que o público drible um “campo minado” confeccionado com dúzias de ovos de galinha espalhados pelo chão.  

Outras formas de expressão experimentadas por Maiolino, a partir da década de 1980, são a pintura e o trabalho com argila, sendo que o segundo conta com a influência do artista argentino Victor Grippo (1936-2002). Esse movimento, de certa forma, anuncia a preocupação com a gestualidade e a relação com a matéria, presentes nos objetos escultóricos de parede e relevos (em argila, gesso e cimento) do início dos anos 1990. Recebe o prêmio de melhor mostra do ano da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), em 1990, pela exposição individual realizada no Centro Cultural Cândido Mendes (CCCM) em 1989.

Aos poucos, Maiolino concentra-se no aspecto manual do fazer artístico e passa a usar quase exclusivamente a argila. Elabora projetos com grande quantidade desse material, em que a repetição do gesto e seu registro na matéria assinalam enorme concentração de energia. Instalações como Muitos (1995) ou São Estes (1998) colocam o corpo no centro do trabalho artístico, ao mesmo tempo que transformam o gesto desmemoriado do cotidiano em reservatório de experiência.

Em 2002, realiza em Nova York uma exposição retrospectiva acompanhada do livro A Life Line/Vida Afora. Em 2008, participa da 16ª Bienal de Sydney, Austrália, e, em 2012, apresenta na Documenta 13, em Kassel, Alemanha, a instalação Here & There, trabalho oriundo de montagens anteriores de Terra Modelada, série iniciada na década de 1980.

A obra de Anna Maria Maiolino no campo das artes visuais aborda temas políticos, urbanos, cotidianos e referentes ao papel da mulher. A atuação em variadas formas de expressão promove uma investigação sobre o próprio processo do fazer artístico.

Exposições

1958 - 2º Salón de Jóvenes Pintores

1959 - 3º Salón de Jóvenes Pintores

1960 - 4º Salón de Jóvenes Pintores

1961 - 21º Salón Oficial de Arte Venezuelano

1962 - 1º Salão do Trabalho

1963 - Três Artistas, Anna Maria Maiolino, Rubens Gerschman e Antonio Grosso

1963 - 20º Salão Paranaense de Belas Artes

1964 - Individual de Anna Maria Maiolino (Galeria G - Venezuela)

1965 - 14º Salão Nacional de Arte Moderna

1966 - 3º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal

1966 - Opinião 66

1966 - 2ª Exposição da Jovem Gravura Nacional

1966 - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas

1967 - 1ª Exposição da Jovem Gravura Nacional

1967 - Ciclo de Estudos do E.N.S.A. (Vanguarda Brasileira)

1967 - Individual de Anna Maria Maiolino (Galeria Goeldi RJ)

1967 - Gravura Brasileira Contemporânea

1967 - 22º Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte

1967 - Nova Objetividade Brasileira

1967 - 9ª Bienal Internacional de São Paulo

1967 - 3º Salão de Arte Contemporânea de Campinas

1967 - 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal

1968 - VIII Bienal de São Paulo

1968 - 2º Salão Esso de Artistas Jovens

1968 - 17º Salão Nacional de Arte Moderna

1968 - Bandeiras na Praça

1968 - 2ª Jovem Arte Contemporânea

1969 - 2ª Jovem Arte Contemporânea

1971 - 1º Salão de Arte da Eletrobrás

1972 - 2ª Bienal de San Juan del Grabado Latinoamericano y del Caribe

1972 - 1º Salão de Artes Plásticas da Ilha de Santa Catarina

1972 - 21º Salão Nacional de Arte Moderna

1973 - Poemação

1973 - Individual de Anna Maria Maiolino (Galeria Grupo B RJ)

1973 - 12 Desenhistas do Rio

1973 - Art at Carnival

1973 - Trienal de Grenchen

1973 - Lugares e Memória

1973 - 2º Salão de Artes Visuais da UFRGS

1973 - O Rosto e a Obra

1973 - Bienal dos Jovens

1973 - Indagação sobre a Natureza: significado e função da obra de arte

1973 - Expo-Projeção 73

1973 - 2ª Mostra de Artes Visuais do Estado do Rio de Janeiro

1973 - 22º Salão Nacional de Arte Moderna

1973 - 12ª Bienal Internacional de São Paulo

1973 - 5º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte

1974 - II Feira Nacional

1974 - Festival Internacional do Filme Super-8

1974 - I Festival de Filme Super-8

1974 - Carnival at New York

1974 - 28 Artistas del Brazil

1974 - 28 Artistas del Brazil

1974 - 28 Artistas del Brazil

1974 - 28 Artistas del Brazil

1974 - 28 Artistas del Brazil

1974 - Desenhos

1974 - 23º Salão Nacional de Arte Moderna

1974 - 28 Artistas del Brazil

1974 - Individual de Anna Maria Maiolino (Galeria Arte Global SP)

1974 - 6º Panorama de Arte Atual Brasileira

1974 - 9º Salão de Arte Contemporânea de Campinas

1975 - 28 Artistas do Brasil

1975 - Mostra de Arte Experimental de Filme Super-8, Audio visual, videotape

1975 - Desenho Brasileiro 1974

1975 - 28 Artistas del Brazil

1975 - A Comunicação Segundo os Artistas Plásticos

1976 - III Mês do Cinema Brasileiro

1976 - II Festival Nacional de Curta Metragem

1976 - Arroz & Feijão

1976 - O Corpo. Exposição/Projeção

1976 - Aos Poucos

1976 - Arte Brasileira dos Anos 60/70 na Coleção Gilberto Chateaubriand

1976 - 28 Artistas del Brazil

1976 - V Jornada Brasileira de Curta Metragem

1977 - Arte Brasileira dos Anos 60/70 na Coleção Gilberto Chateaubriand

1977 - Arte Actual de Iberoamerica

1977 - Arte Brasileira dos Anos 60/70 na Coleção Gilberto Chateaubriand

1978 - Mitos Vadios

1978 - O Objeto na Arte: Brasil anos 60

1979 - Os Artistas Amélia Toledo, Anna Maria Maiolino, Luiz Ferreira, Maria do Carmo Secco, Maria Luiza Saddi, Mauro Kleiman, Osmar Fonseca e Rogério Luz

1979 - Feijão com Arroz

1979 - Contemporary Brazilian Works on Paper: 49 artists

1979 - Multimídia Internacional

1979 - 2º Salão Nacional de Artes Plásticas

1980 - Em Lugar de

1980 - Arroz & Feijão

1980 - Feijão com Arroz

1980 - Feijão com Arroz

1980 - Artistas Premiados do 3º Salão Nacional de Artes Plásticas

1980 - Artistas Premiados do 3º Salão Nacional de Artes Plásticas

1980 - Artistas Premiados do 3º Salão Nacional de Artes Plásticas

1980 - Artistas Premiados do 3º Salão Nacional de Artes Plásticas

1980 - Artistas Premiados do 3º Salão Nacional de Artes Plásticas

1980 - Artistas Premiados do 3º Salão Nacional de Artes Plásticas

1980 - Artistas Premiados do 3º Salão Nacional de Artes Plásticas

1980 - 3º Salão Nacional de Artes Plásticas

1980 - 2ª Trienal Internacional de Desenho

1981 - Individual de Anna Maria Maiolino (Escritório Brasileiro de Artes SP)

1981 - 2º Salão Paulista de Artes Plásticas e Visuais

1981 - HMST: 4 instalações e 4 artistas

1981 - 16ª Bienal Internacional de São Paulo

1981 - 4º Salão Nacional de Artes Plásticas

1982 - O.V.S.I. (Objetos Voladores Si Identificados)

1982 - Brazilian Super-8

1982 - Por la Victoria. Exposição Internacional de Trabalhos Gráficos

1982 - Salviamo Venezia

1982 - Individual de Anna Maria Maiolino (Galeria de Arte Casa do Brasil - Roma)

1982 - Arte & Mulher - Artistas

1983 - Individual de Anna Maria Maiolino (Matias Marcier RJ)

1983 - 6ª Bienal de Valparaíso

1984 - 1ª Bienal de Havana

1984 - A Xilogravura na História da Arte Brasileira

1984 - Anna Maria Maiolino: Desenhos

1984 - A Xilogravura na História da Arte Brasileira

1985 - Brasil Desenho

1985 - Caligrafias e Escrituras

1985 - Brasil Desenho

1985 - Destaques da Arte Contemporânea Brasileira

1986 - Destaque Arte Contemporânea Brasileira

1986 - Gravura nos anos 60

1986 - Sete Décadas da Presença Italiana na Arte Brasileira

1987 - Trienal Internacional de Desenho (4. : 1987 : Wroclaw, Polônia)

1987 - Individual de Anna Maria Maiolino (Galeria Paulo Klabin)

1987 - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand

1988 - Brazil: a group exhibition of contemporary painting and sculpture

1988 - 63/66 Figura e Objeto

1989 - Individual de Anna Maria Maiolino (Pequena Galeria/Centro Cultural Cândido Mendes)

1989 - Rio Hoje

1989 - Anna Maria Maiolino: Relevos

1990 - Gente de Fibra

1991 - Individual de Anna Maria Maiolino (Galeria IBEU)

1991 - Entrevidas

1991 - Individual de Anna Maria Maiolino (Uberlandia)

1991 - Individual de Anna Maria Maiolino (Brasilia)

1991 - Individual de Anna Maria Maiolino (Belem)

1991 - Individual de Anna Maria Maiolino

1991 - Individual de Anna Maria Maiolino

1991 - 21ª Bienal Internacional de São Paulo

1991 - O Clássico no Contemporâneo

1991 - O Que Faz Você Agora Geração 60?: jovem arte contemporânea dos anos 60 revisitada

1992 - America, the Bride of the Sun

1992 - América - Bridge of the sun: 500 years latin america and the low countries

1992 - Gravura de Arte no Brasil: proposta para um mapeamento

1992 - Anos 60/70: Coleção Gilberto Chateubriand: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro

1992 - Litogravura: métodos e conceitos

1992 - 10ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba

1992 - Diferenças

1993 - Individual de Anna Maria Maiolino (1993) - São Paulo

1993 - 12º Salão Arte Pará

1993 - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand

1993 - Brasil: segni d'arte libri e video 1950-1993

1993 - Um Nenhum Cem Mil (1993 : São Paulo, SP)

1993 - Brasil: segni d'arte libri e video 1950-1993

1993 - Brasil: segni d'arte libri e video 1950-1993

1993 - Xilogravura: do cordel à galeria

1993 - Brasil: segni d'arte libri e video 1950-1993

1994 - Poética da Resistência: Aspectos da Gravura Brasileira

1994 - Projeto Impressões (Parque Lage RJ)

1994 - Projeto Impressões (Niteroi)

1994 - Inside the Visible - Begin the Beguine in Flanders

1994 - Individual de Anna Maria Maiolino (1994) - Rio de Janeiro

1994 - A Arte com a Palavra

1994 - Multiple Word: an international survey of artists books

1994 - A Espessura do Signo: desenho brasileiro contemporâneo

1994 - Um Nenhum Cem Mil (1994 : Rio de Janeiro, RJ)

1994 - Impressões

1994 - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand

1994 - Bienal Brasil Século XX

1994 - Bienal Brasil Século XX

1994 - Livro-Objeto: a fronteira dos vazios

1994 - Preto no Branco e/ou...: desenhos

1994 - Xilogravura: do cordel à galeria

1994 - Xilogravura: do cordel à galeria

1994 - Poética da Resistência: aspectos da gravura brasileira

1995 - Projeto Impressões (Florianópolis)

1995 - Mostra América

1995 - Segmentos

1995 - Individual de Anna Maria Maiolino - Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1995 - 2ª Bienal Barro de América

1995 - Homenagem à Mulher nas Artes: três gerações de artistas mulheres

1995 - Individual de Anna Maria Maiolino

1995 - Individual de Anna Maria Maiolino

1995 - Livro-Objeto: a fronteira dos vazios

1995 - 5ª Bienal Nacional de Santos

1995 - 2ª Bienal Barro de América

1966 - Projeto Impressões (Curitiba)

1996 - Projeto Impressões

1996 - Projeto Impressões Intinerantes

1996 - Mostra Itinerante de Mulheres Artistas do Século XX

1996 - Impressões Itinerantes

1996 - Inside the Visible

1996 - Inside the Visible

1996 - Inside the Visible

1996 - Inside the Visible

1996 - Inside the Visible

1996 - Mulheres Artistas no Acervo do MAC

1996 - Impressões Itinerantes

1996 - 15 Artistas Brasileiros

1996 - Arte no Hospital

1997 - Projeto Impressões Intinerantes (Argentina)

1997 -Projeto Impressões Intinerantes

1997 - Projetos Eventos Especiais

1997 - 15 Artistas Brasileiros

1997 - 15 Artistas Brasileiros

1997 - In Site 97

1997 - In Site 97

1997 - Ibeu: 60 anos

1997 - 15 Artistas Brasileiros

1997 - Anna Maria Maiolino: Instalação e Desenhos

1997 - Individual de Anna Maria Maiolino

1997 - Re-Aligning Visions: alternative currents in South American drawing

1997 - Re-Aligning Vision: Alternative Currents in South American Drawing

1997 - A Arte Contemporânea da Gravura

1998 - Realigning Vision: Alternatives Current in South America

1998 - Realigning Vision: Alternatives Current in South America

1998 - Individual de Anna Maria Maiolino

1998 - Re-Aligning Vision: Alternative Currents in South American Drawing

1998 - Re-Aligning Vision: Alternative Currents in South American Drawing

1998 - 14.06.1998

1998 - Anos 60/70: Coleção Gilberto Chateaubriand

1998 - Formas Transitivas: arte brasileira, construção e invenção 1970/1998

1998 - 24ª Bienal Internacional de São Paulo

1998 - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ

1999 - Realigning Vision: Alternatives Current in South America

1999 - Book as Art XI

1999 - A forma na Floresta

1999 - The Third Eye

1999 - 10ª Bienal de Serveira

1999 - Codificações Matéricas

1999 - + & -

1999 - Litografia: fidelidade e memória

1999 - X Bienal de Serveira

1999 - Mostra Rio Gravura. Impressões Contemporâneas

1999 - Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes

2000 - Duas Fases do Brasil

2000 - Exposição. Coletiva Anna Maria Maiolino

2000 - Acervo MAM uma seleção

2000 - An Experiment, The Sixties Legacy

2000 - Beyond Preconceptions: the sixties experiment

2000 - Beyond Preconceptions: the sixties experiment

2000 - Individual de Anna Maria Maiolino

2000 - Três

2000 - Imagens Paradoxais

2000 - O século das mulheres: algumas artistas

2000 - Situações: arte brasileira anos 70

2000 - Coleção Pirelli no Acervo do MAM: a arte brasileira nos anos 60

2001 - Gilbero Chateaubriand: aspectos de uma coleção

2001 - “Situações”, anos 70

2001 - “O Século das Mulheres – Algumas Artistas”

2001 - A experiência brasileira e Lucio Fontana

2001 - Beyond Preconceptions: the sixties experiment

2001 - Coleção Liba e Rubem Knijnik: arte brasileira contemporânea

2001 - Mulheres de Laura

2001 - Recortes

2001 - Aquarela Brasileira

2001 - Virgin Territory: women, gender, and history in contemporary brazilian art

2001 - Feliz Natal

2001 - N Times One (N Vezes Um)

2001 - Gilbero Chateaubriand: Aspectos de uma coleção II

2001 - Mostra Paralela no Galpão Design

2001 - Ibeu 1991-2001

2001 - Beyond Preconceptions: the sixties experiment

2001 - Genealogia do Espaço

2001 - Beyond Preconceptions: the sixties experiment

2001 - Paralela 2002

2001 - 12 Esculturas

2002 - Seleção do Acervo de Arte da UCAM

2002 - Entre a Palavra e a Imagem: módulo 1

2002 - Caminhos do Contemporâneo: 1952/2002

2002 - Leilão de Arte

2002 - A Forma e a Imagem Técnica na Arte do Rio de Janeiro: 1950-1975

2002 - Beyond Preconceptions: the sixties experiment

2003 - Coleções III

2003 - Coletiva 2003

2003 - Indícios, Vestígios & Outros

2003 - Individual de Anna Maria Maiolino: A Life Line/Vida Afora

2003 - Layers of Brazilian Art

2003 - Arte e Sociedade: uma relação polêmica

2003 - Arte e Sociedade: uma relação polêmica

2003 - Vestígios, Indícios e Outros

2003 - Vinte e Cinco Anos Centro Cultural Candido Mendes Galeria de Ipanema

2003 - A subversão dos meios

2003 - A subversão dos meios

2003 - Arroz & Feijão

2004 - Arte Visceral

2004 - Papel & Tinta

2004 - On Paper

2004 - Da Gravura a Arte

2004 - Hilomorfos-esculturas

2004 - Muitos, exposição retrospectiva

2004 - Novas Aquisições: 1995 - 2003

2004 - 30 Artistas

2004 - MoMA at El Museo: Latin American and Caribbean Art from the Collection of the Museum of Modern Art

2004 - Conversa Contemporânea

2004 - UNBOUND

2004 - A Face Icônica da Arte Brasileira

2004 - Arte Contemporânea Brasileira nas Coleções do Rio

2004 - Segmentos

2004 - Arte Contemporânea: uma história em aberto

2004 - Casa - Poética do Espaço na Arte Brasileira

2005 - 24º Salão Arte Pará

2005 - Coletiva 2005

2005 - 10 Indicam 10

2005 - O Corpo na Arte Contemporânea Brasileira

2005 - Aspectos da Coleção 1960-1970: arte contemporânea: os primeiros anos

2005 - Trajetória/Trajetórias

2005 - 5ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul

2005 - Experiências na Fronteira

2005 - Tropicália: a revolution in Brazilian culture

2005 - Entre Muitos

2005 - Hilomorfos

2005 - Artecontemporânea

2006 - Entre a Palavra e a Imagem

2006 - Desenho Contemporâneo

2006 - The Sites of Latin American Abstraction

2006 - Brazilian Art Show 2006

2006 - Territories of Immanence

2006 - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand

2006 - Manobras Radicais

2006 - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand

2006 - Paralela 2006

2006 - The Sites of Latin American Abstraction

2006 - 25 Artistas

2006 - Desenho Contemporâneo

2007- A Batalla dos Xéneros

2007 - Individual de Anna Maria Maiolino - Lisboa

2007 - Order and Subjectivity - Ilha de Chipre

2007 - WACK!: Art and the Feminist Revolution

2007 - Role Play: Feminist Art Revisited 1960-1980

2007 - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand

2007 - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand

2007 - Filmes de Artista: Brasil 1965-80

2007 - Individual de Anna Maria Maiolino

2007 - Atlas Américas

2007 - Muitos, exposição retrospectiva

2007 - 1º Circuito de Fotografia

2007 - Arte como Questão: anos 70

2007 - WACK!: Art and the Feminist Revolution

2007 - New Perspectives in Latin American Art, 1930-2006: selections from a decade of acquisitions

2007 - Individual de Anna Maria Maiolino

2007 - O acaso e a necessidade

2008 - Coletiva

2008 - Order and Subjectivity

2008 - Individual de Anna Maria Mailino (B.H)

2008 - WACK!: Art and the Feminist Revolution

2008 - Estratégias para Entrar e Sair da Modernidade na Coleção Itaú Moderno

2008 - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand

2008 - Latin American and Caribbean Art: Selected Highlights from the Collection of the 2008 - Museum of Modern Art

2008 - Laços do olhar

2008 - Bienal de Sidney

2008 - WACK!: Art and the Feminist Revolution

2008 - MAM 60

2008 - Versus – Inversus

2008 - Coletiva 08

2009 - Pharos = Ten

2009 - Um Olhar sobre a Paisagem Contemporânea

2009 - Trabalhos em Papel

2009 - La mancha humana = The Human Stain

2009 - À contre-corps, œuvre de dévoration

2009 - Olhar da Crítica: Arte Premiada da ABCA e o Acervo Artístico dos Palácios

2009 - 7ª Bienal do Mercosul

2009 - The sites of Latin American Abstraction

2009 - Coletiva 09

2010 - Continuum

2010 - Anna Maria Maiolino: retrospectiva

2010 - Genealogias do Contemporâneo

2010 - Tropicália: die 60s in Brasilien

2010 - Anna Maria Maiolino, Videos and Photographs from the 70-80s

2010 - Forma (ação) gráfica: a experiência da EAV Parque Lage

2010 - The Sites of Latin American Abstraction

2010 - Preto no Branco: do concreto ao contemporâneo

2010 - Mind and Matter: Alternative Abstractions, 1940s to Now

2010 - Then and Now: Abstraction in Latin American Art from 1950 to Present

2010 - Os 70's

2010 - Por um Fio

2010 - Anna Maria Maiolino - é

2010 - The Sites of Latin American Abstraction

2010 - 29ª Bienal Internacional de São Paul

2010 - 41º Chapel Art Show

2010 - Galeria Ibeu 50 Anos: a contribuição de Esther Emilio Carlos

2010 - On Line: Drawing Through the Twentith Century

2010 - Coletiva 10

2011 - Anna Maria Maiolino: retrospectiva

2011 - Anna Maria Maiolino: retrospectiva

2011 - A Rua

2011 - Gigante pela Própria Natureza

2011 - The Sites of Latin American Abstraction

2011 - Tutto è Connesso 2

2011 - Cómo nos miran

2011 - Void if Removed

2011 - Interventions in the Landscape

2011 - The Forth Moscow Biennale of Contemporary Art – Rewriting the World

2011 - Gravura Extrema

2011 - Alfabeti della Mente, P420

2011 - Coletiva 11

2012 - FOOD

2012 - Des|Estruturas

2012 - Des|Estruturas

2012 - Geometria da Transformação: Arte Construtiva Brasileira na Coleção Fadel

2012 - Here & There, instalação de argila e sonora

2012 - Arte de Contradicciones: Pop, Realismos y Política - Brasil - Argentina 1960

2012 - Contemporary Cartographies. Drawing Thought

2012 - É o que é (2012 : São Paulo, SP)

2012 - Sombras: Livro objeto de Franco Terranova

2012 - Aberto Fechado: caixa e livro na arte brasileira

2012 - Coletiva 12

2012 - Prêmio Masp Mercedes-Benz de Artes Visuais

2012 - Corpos Híbridos: identidades em trânsito

2012 - Genealogias do Contemporâneo

2013 - Gestures of the Mind

2013 - Don't ask, don't tel

2013 - 12ª Trienal de Escultura em Pequeno Formato

2013 - Contemporary Cartographies: Drawing Thought

2013 - Sem Fronteiras

2013 - Vontade Construtiva na Coleção Fadel

2013 - O Abrigo e o Terreno: arte e sociedade no Brasil

2013 - 17º Unifor Plástica

2013 - Autoritratti. Iscrizioni del femminile nell'arte italiana contemporanea

2013 - Elles - Mulheres artistas na coleção do Centre Georges Pompidou

2013 - Bad Girls - A Collection in action

2013 - 17ª Bienal de Cerveira

2013 - Resistir é Preciso

2013 - Territórios e Fugas

2013 - Sensitive Geometries

2013 - 30x Bienal

2013 - 30 X Bienal: Transformações na Arte Brasileira da 1ª à 30ª edição

2013 - Expoprojeção 1973-2013

2013 - Permission to be Global: Latin American Art from the Ella Fontanals-Cisneros - (Miami)

2013 - Construções para lugar nenhum

2014 - Resistir é Preciso

2014 - Onde se esconde o esconderijo

2014 - Bandeiras na Praça Tiradentes

2014 - MATRIX 252

2014 - Salão de Pinturas

2014 - Food

2014 - Por um Museu Público – Tributo a Walter Zanini (2014)

2014 - Permission To Be Global: prácticas globales: arte latino-americana da Ella Fontanals - Cisneros Collection

2014 - Vontade Construtiva na Coleção Fadel

2014 - ExpoProjeção 73 Hoje

2014 - 30x Bienal – Transformações na Arte Brasileira

2014 - Between Senses

2014 - Artevida: corpo

2014 - O Artista e a Bola

2014 - Abstrações na Coleção Fundação Edson Queiroz e Coleção Roberto Marinho

2014 - Artevida: política

2014 - 10th Gwangju Biennale

2014 - The Circle Walked Casually. An exhibition of works from the Deutsche Bank Collection in dialogue with works from the Museo de Arte Moderno de Buenos Aires

2014 - Ponto a Ponto

2014 - Cromofobia

2014 - 20 Anos

2015 - Impulse, Reason, Sense, Conflict. Abstract Art from the Ella Fontanals- Cisneros collection

2015 - Por um Museu Público - Tributo a Walter Zanini

2015 - FOOD

2015 - The power of Images. The Circle Walked Casually

2015 - XX Triennale di Milano - Coletiva de Anna Maria Maiolino (2015)

2015 - La Grande Madre

2015 - International Pop

2015 - Assoziationsraum Wunderkammer

2015 - CIOÈ

2015 - Tarsila e Mulheres Modernas no Rio

2015 - Atributos do Silêncio

2015 - The EY Exhibition: The World Goes Pop

2015 - Arte Pará 2015

2015 - Uma Coleção Particular: arte contemporânea no acervo da Pinacoteca

2015 - Resistance Performed

2015 - Manifesto

2016 - Das Vantagens e Desvantagens da História para a Vida

2016 - Acervo em Transformação - A Coleção do MASP de volta aos Cavaletes de Cristal de Lina Bo Bardi

2016 - Revolution in the Making: Abstract Sculture by Women 1947-2016

2016 - Nós

2016 - Nós

2016 - Histórias da Infância

2016 - XVI Biennale Donna: Silencio Vivo - Artiste dall'America Latina

2016 - Elas. Mulheres Artistas no acervo do MAB

2016 - Antropofagia y Modernidad. Arte Brasileño en la Colección Fadel. 1908-1979

2016 - Moving Tales – Racconti in movimento. Opere video dalla Collezione La Gaia

2016 - De lo espiritual en el arte

2016 - A Cor do Brasil

2016 - Gravuras - poéticas e técnicas diversas - mostra do acervo

2016 - Os Muitos e o Um: Arte Contemporânea Brasileira

2016 - Verboamérica. Colección MALBA

2016 - TUDO ISSO [ALL THAT]

2016 - Nós

2017 - The Transported Man

2017 - OFF ROAD

2017 - Individual de Anna Maria Maiolino (Moca)

2017 - Entre Nós - A Figura Humana no Acervo do Masp

2017 - Lugares do Delírio

2017 - Construções Sensíveis A experiência Geométrica Latino-Americano na coleção Ella 2017 - Fontanals-Cisneros

2017 - OSSO Exposição-Apelo ao amplo direito de defesa de Rafael Braga

2017 - Delirious: Art at the Limits of Reason

2017 - Radical Women: latin american art, 1960–1985

2017 - 14ª Bienal de Lyon

2017 - Potência e Adversidade: Arte da América Latina nas Coleções em Portugal

2017 - A Tale of Two Worlds

2017 - Alucinações à Beira-Mar

2017 - Art and Space

2018 - Visiones de la tierra / El mundo planeado. Colección Luís Paulo Montenegro

Imannam

2018 - Lugares do delírio - programa arte e sociedade no Brasil III

2018 - Radical Women: latin american art, 1960–1985

2018 - CineOP – 13ª Mostra de Cinema de Ouro Preto

2018 - Passe a Mão

2018 - A Tale of Two Worlds

2018 - Radical Women: latin american art, 1960–1985

2018 - Arte Democracia Utopia - quem não luta tá morto

2018 - AI-5 50 ANOS - Ainda não terminou de acabar

2018 - Arte Democracia Utopia: quem não luta tá morto

2018 - Tempos Sensíveis

2018 - Errância Poética [Poetic Wanderings]

2019 - Vesuvio universale

2019 - Em Tudo - Todo

2019 - Pop América, 1965–1975

2019 - Pequenos Formatos

2019 - O amor se faz revolucionário

2019 - Os anos em que vivemos em perigo

2019 - Homenagem a Reynaldo Roels Jr.

2019 - Material Actions

2019 - Sala de vídeo: Anna Maria Maiolino

2019 - 14ª Bienal de Curitiba

2019 - Making Love Revolutionary

2019 - 47º Chapel Art Show

2019 - Canção Enigmática - Relações entre arte e som nas Coleções MAM

2019 - Aqui & Agora

2020 - Clarice Lispector: Laços

2020 - Samico e Suassuna – Lunário Perpétuo

2021 - Hable con ella

2021 - Seeing Touch

2021 - like a luminous animal

2021 - Individual de Anna Maria Maiolino (2020)

2021 - Destaques do Acervo

2021 - Por um Fio [By a Thread]

2021 - Microcosmos

2021 - Collapsible

2021 - Farsa

2021 - Casa Carioca

2021 - SENZAMARGINE. PASSAGES IN ITALIAN ART AT THE TURN OF THE MILLENNIUM

2021 - Conversation Pieces

2021 - On Everyone’s Lips- From Pieter Brugel to Cindy Sherman

2021 - Pinacoteca: Acervo

2021 - The Body Electric

2021 - Realce (obras do acervo)

2022 - In the sky I am one and many and as a human I am everything and nothing

2022 - Língua Solta

2022 - A Máquina Lírica

2022 - Entrando no Acervo

2022 - Constelação Clarice

2022 - Constelação Clarice

2022 - Da Letra à Palavra

2022 - Constelação Clarice

2023 - Obscura Luz

2023 - Histórias brasileiras

2023 - Desvairar 22

2023 - Desvairar 22

2023 - Parada 7 - Arte em Resistência

2023 - Abstrações

2023 - Un Acto de Ver que se Despliega: colección Susana y Ricardo Steinbruch

2023 - Coletiva 22

2023 - Contra-Flecha: Arqueia mas não quebra

2023 - Petite Galerie: Franco Terranova e as vanguardas brasileiras

2024 - Mulheres na Nova Figuração: corpo e posicionamento

2024 - Telmo Porto: colecionador e filantropo

2024 - Arte Subdesenvolvida

2024 - Brasília: a arte da democracia

2024 - Brasília: a arte da democracia

2024 - Delírio tropical

2024 - Amostra

Críticas

"(...) se a figuração da primeira fase se disciplinou, progressivamente contida e ultrapassada, e se a influência pop do final da década de 1960 caminhou pouco a pouco para a área conceitual, permaneceu na artista o interesse por localizar-se em um espaço. Entre a investigação autobiográfica e a consciência de estar coletivamente no mundo, ocupando espaço e durando no tempo, ela passou a pronunciar-se cada vez mais por mapas. Nesses mapas, visuais e verbais, estão registrados os seus rumos e os acidentes acumulados no percurso. As pinturas sobre superfícies, planas ou em montagens tridimensionais, dos primeiros tempos, foram substituídas pelos desenhos e gravuras, dedicando-se a artista também à produção mais recente de audiovisuais e filmes na bitola Super-8. Em determinados desses trabalhos, as regiões geográficas aparecem claras e perfazem momentos de autobiografia da artista (...). Noutros, sobretudo das últimas fases, há apenas indicações da paisagem, analogias de céu, mar, terra ou apropriações de matérias do mundo concreto - pedras, por exemplo. Aos poucos, até mesmo o resíduo de evidência da paisagem exterior se perde, em troca de uma geografia íntima, mapas psicológicos. (...)" — Roberto Pontual (PONTUAL, Roberto. Arte brasileira contemporânea: Coleção Gilberto Chateaubriand. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 1976).

"Os relevos surgem, em parte, dessa reconquista do tátil - tanto no que se refere a quem os faz quanto a quem os vê -, que evolui da relativa frieza do corte, dobra e costura, que ferem a superfície lisa do papel, para o envolvimento sensível das mãos com a argila, relação quase arquetípica do fazer humano. Talvez daí resulte a sensação de atemporalidade, experimentada pela visão dos relevos. A substituição da geometria, preponderante nos desenhos e gravuras dos anos 70, pela atual primazia da intuição tátil, certamente desloca o eixo dos métodos de organização do trabalho, o que é visível em suas configurações bastante diversas. Mas a intuição tátil não implica uma perda de rigor, uma vez que se subordina ao modo pelo qual a imagem vai sendo processada até sua feição definitiva - a moldagem. 

A inteligência plástica indispensável a um processo de criação através da moldagem, que opera imagens invertidas - positivas e negativas -, advém, no caso, da longa experiência da artista em gravura, cuja similaridade de método com a moldagem sobredetermina as diferenças aparentes entre sua obra gráfica e os relevos. Essa disciplina ordenadora do método de feitura reforça-se através da pintura que intervém, seja introduzindo alguns elementos geometrizados ou combinando-se à potencialidade plástica da sombra projetada pela superfície irregular das peças, dentro e fora de seus limites físicos" — Fernando Cocchiarale (MAIOLINO, Anna Maria. Anna Maria Maiolino: relevos. Rio de Janeiro: Centro Cultural Cândido Mendes, 1989)

"Foi justamente na passagem da pintura para essa forma híbrida que é o relevo - pintura/escultura - que Maiolino parece ter atingido sua maturidade como artista e sua exata significação para a arte brasileira atual. 

Aí ela expande e carrega de novos significados e possibilidades a recente tradição artística local de operar entre os limites da pintura e da escultura, uma vez que em seus relevos a hibridização não se dá apenas em relação aos aspectos formais que envolvem a pintura e a escultura, mas igualmente a partes significativas das histórias desses dois procedimentos artísticos: elaborados segundo as técnicas tradicionais da modelagem e guardando no seu processamento traços referentes à história ancestral da escultura (e mesmo da gravura), esses trabalhos igualmente contemplam a história da pintura pela ênfase dada ao lado pictórico constitutivo do relevo, não apenas pela manutenção da dependência em relação à parede como igualmente pela utilização de pigmentos e texturas muito típicas do universo pictórico. 

Outro dado significativo nesta nova fase é que, quando aquelas formas se liberam do espaço totalmente plano da tela e do papel, renasceram tensionadas não apenas entre a pintura e a escultura, mas igualmente entre o retângulo e o oval, o racional e o irracional, o objetivo e o subjetivo. São formas que se apresentam ao mundo como um lugar determinado - uma operação típica da arte moderna em geral e das obras neoconcretas em particular - e, ao mesmo tempo, representam, mapeiam de novo um lugar afetivo, impregnado de memória, o óvulo originário. 

Neles são perceptíveis as representações dos tons, das cores, da topografia mediterrânea da infância da artista, em equilíbrio perfeito com a apresentação de cada relevo em si mesmo, como resultado de um conjunto de operações motoras e perceptivas, formas de intenso impacto visual" — Tadeu Chiarelli (MAIOLINO, Anna Maria. Anna Maria Maiolino: um, nenhum, cem mil. São Paulo: Gabinete de Arte Raquel Arnaud, 1993).

"Ao fazer uma opção pelo pensamento da ação, descobri na frase de Pirandello 'Um, Nenhum, Cem Mil' o sentido que a artista buscava imprimir na sua obra. De fato, uma aunidade que se repete, vai como que desfazendo os limites das diferenças singulares e transformando-se, diante de olhos menos avisados, em massa uniforme, que anula os contornos específicos da forma. Um que é cem mil passa a ser nenhum por uma ação generalizadora do pensamento, que se desvincula da experiência radical do real, em que as coisas pulsam em sua unicidade. Quando Maiolino enfatiza o gesto, como unidade primeira da ação do artista, o que está querendo dizer é que no ato de fazer formas simples como as cobrinhas e os bolinhos (técnicas primeiras da moldagem em argila) há uma retenção, uma marca, da individualidade. O que se repete, então, no ato mesmo do fazer, para além da cobrinha e da bolinha em si, é a unicidade de um gesto que retém a singularidade que o produziu. E mais, cada gesto possui o limite da matéria, e é no jogo entre intenção e materialização, entre gesto e matéria, que se delineiam os contornos singulares da forma. Logo, cada cobrinha ou bolinha, de fato, não é igual à outra" — Márcio Doctors

(MAIOLINO, Anna Maria. Anna Maria Maiolino: um, nenhum, cem mil. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1994).

Depoimentos

"(...) o objeto foi nos anos '60 um afã de sair da dimensão do quadro, do papel. . .

. . . mas, não sei porque se faz tanto barulho em cima disso; acho que na verdade houve barulho na medida em que se começou a criar objeto sério. . . depois, foi mais um lance de mercado que uma necessidade do artista. . . com a maneira de multiplicar o objeto para maior número de compradores; (...) na verdade, surgiu um público novo a consumir arte. . . e a coisa tinha que ser relativamente barata, porque não seria possível ao nível de um colecionador, como era o usual, não é? - acho que foi aí a morte do objeto, no momento quando se começou a criar objeto em série, o objeto perdeu toda aquela força inicial com que foi começado o trabalho em 64/65 (...)

(...) acho que o objeto foi espontâneo, (...) mas, realmente, na época havia uma vontade, uma efervescência, que aliás todo o país estava vivendo, (...) os artistas estavam se procurando, não estavam isolados (...)

(...) comecei a trabalhar com colagens, pinturas (...) e, nesta pintura, que inclusive era um casal de namorados, no matrimônio, eu coloquei o véu da noiva, realmente o véu. . . tinha um clima de deboche (...) coloquei o véu grudado com cola, tinha pinturas e colagens (...)". — Anna Maria Maiolino, 1974 (MAIOLINO, Anna Maria. Depoimento da artista para o Departamento de Pesquisa e Documentação de Arte Brasileira da Faap. Rio de Janeiro, 08. 09. 1977. In: ALVARADO, Daisy Valle Machado Peccinini de (coord. ). Objeto na arte:  Brasil anos 60.  São Paulo: FAAP, 1978. p. 176) 

Fonte: ANNA Maria Maiolino. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025. Acesso em: 12 de março de 2025. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Anna Maria Maiolino | Wikipédia

Anna Maria Maiolino (Scalea, 20 de maio de 1942) é uma artista plástica ítalo-brasileira, que vive e trabalha em São Paulo.

Nasceu em Scalea, Calábria, Itália, em 1942, de pai italiano e mãe equatoriana. Ela é a última criança de dez filhos. Com sua família em 1954 emigrou para Venezuela. Em 1958 se inscreve na Escola Nacional Cristobal Rojas, Caracas, Venezuela, no curso de Arte Pura. Atualmente é representada pela Galeria Luisa Strina em São Paulo.

Chega ao Brasil em 1960. No Rio de Janeiro ela frequenta cursos livres de pintura e xilogravura na Escola Nacional de Belas Artes, onde foi aluna de gravura de Adir Botelho. Participa da Nova Figuração, movimento que se afirmava no início da década de sessenta no Brasil, em 1961, inicia curso de gravura em madeira na Escola Nacional de Belas Artes - Enba, no Rio de Janeiro, e integra-se à Nova Figuração, movimento de reação à abstração e tomada de posição frente ao momento político brasileiro. Frequenta o ateliê de Ivan Serpa (1923 - 1973), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ, e estuda xilogravura com Adir Botelho, em 1961-1962. Integra em 1967 a mostra Nova Objetividade Brasileira, no MAM, Rio de Janeiro e assina o manifesto: “Declaração de Princípios Básicos da Vanguarda” junto com Hélio Oiticica, Antônio Dias, Rubens Gerchman, Lygia Clark, Lygia Pape entre outros. No mesmo ano realiza sua primeira exposição individual no Brasil, mostrando xilogravuras na Galeria Goeldi, no Rio de Janeiro.

Em 1963 casa com o artista Rubens Gerchman com o qual teve dois filhos, Micael e Verônica. Totalmente integrada no meio cultural do Brasil, especialmente do Rio de Janeiro, Maiolino tomou em 1968 a cidadania Brasileira. A década de 1970 é significativa no que concerne à experimentação e à utilização de diversas mídias, como: poesia escrita, filme super 8, performance, fotografia, além de continuar a utilizar o desenho, a pintura, a gravura e a escultura. Movida pela vontade de experiências, Anna Maria Maiolino em 1990 incorpora na sua obra o vídeo. A palavra escrita em 2000 ganha voz e inicia trabalhos sonoros que virão a somar-se à obra.

Desde 1992 com sua participação na mostra curada pela crítica belga Catherine de Zegher: AMERICA - Bride of the Sun. 500 years Latin America and the Low Countries, Royal Museum of Fine Arts, Antwerp, Belgium, a obra de Maiolino passa a ser vista com interesse no meio da arte internacional. Suas obras passam a fazer partes de coleções particulares e de museus fora do Brasil, como: Reina Sofia, Madrid, Espanha; MoMA, Nova York, USA; Castello di Rivoli, Torino, Itália; Galleria Nazionale, Roma Itália, Blanton Museum da Universidade do Texas em Austin e outros. Também passa a participar de um grande número de mostras internacionais na Europa e nos Estados Unidos de America.

A arte de Maiolino desde o início é totalmente elaborada no Brasil e a artista assume para sua arte esta identidade e reconhece que é à arte brasileira que deve sua formação.

No Brasil realiza inúmeras exposições individuais e toma parte em várias exposições coletiva. Integra as Bienais internacionais de São Paulo: IX em 1967; XII em 1973; XVI em 1983; XXI em 1991; XXIV em 1998; XXIX em 2010; e em 2010 participa da XXIX

Prêmios

Prêmios: Prêmio Mário Pedrosa, recebido pela Associação Brasileira de Críticos de Arte agracia a exposição realizada na Pequena Galeria do Centro Cultural Cândido Mendes no Rio de Janeiro, 1989

Em 2012, Anna Maria Maiolino é contemplada com o prêmio MASP Mercedes-Benz pelo conjunto de sua obra. Participa da dOCUMENTA 13, em Kassel (Alemanha), com a obra Here & There (Aqui & Lá), composta por uma grande instalação de argila da série Terra Modelada, sons e vegetação, além de uma gravação da voz da artista declamando o poema Eu sou Eu, de sua autoria (impresso em uma pequena publicação). Ainda neste ano, realiza a exposição individual É O QUE É na Galeria Millan e tem o catálogo da exposição retrospectiva da Fundação Antoní Tàpies: Anna Maria Maiolino (organizado por Helena Tatay) traduzido ao português e lançado no Brasil pela Cosac Naify.

No Brasil, a artista possui uma grande representação de seu trabalho no Museu Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro. Sua obra também está em instituições como o MAC-USP, MAC-Niterói (coleção João Sattamini), MAM do Rio (coleção Gilberto Chateaubriand), MAR (Museu de Arte do Rio).

Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 12 de março de 2025.

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Sobre Ana Maria Maiolino | Editora Cobogó

Anna Maria Maiolino nasceu em Scalea, na Calábria, Itália, em 1942. É gravadora, pintora, escultora, desenhista e artista multimídia. Em 1954, a escassez provocada pelo pós-guerra levou a família para Caracas, na Venezuela, onde ela frequentou a Escuela de Artes Plásticas Cristóbal Rojas. Mudou-se para o Brasil em 1960 e, no ano seguinte, iniciou um curso de gravura em madeira na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), no Rio de Janeiro. Integrou a Nova Figuração, movimento de reação à abstração e tomada de posição sobre o momento político do país, e participou da mostra Nova Objetividade Brasileira, em 1967. Sua primeira exposição individual foi em Caracas, na galeria G (1964). De 1968 a 1971, estudou no Pratt Graphic Center, em Nova York, e a partir dos anos 1970 passou a trabalhar com diversas mídias, como instalação, fotografia e filmes. Seu primeiro trabalho em vídeo foi In-Out, Antropofagia (1973-74), que lhe rendeu um prêmio no 1o Festival do Filme Super-8, em Curitiba, no Paraná. No fim da década de 1970, passou a se dedicar a performances. Entre os temas de seus trabalhos, estão a condição da mulher e cenas urbanas do cotidiano. Em 1981, como parte da performance Entrevidas, espalhou ovos de galinha pelo chão de uma rua paulista para que o público tivesse que driblar um “campo minado”. Mais recentemente, a artista passou a produzir esculturas em gesso. Em 2012, participou da Documenta 13, na Alemanha, e venceu o Prêmio MASP Mercedes-Benz de Artes Visuais (2012), na categoria de melhor artista contemporâneo do ano, o que lhe rendeu uma exposição individual no Museu de Arte de São Paulo (MASP). Em 2017, expôs seus trabalhos em Los Angeles, no contexto do projeto Pacific Standard Time: LA/LA, em que dezenas de instituições da Califórnia realizaram mostras de arte latino-americana.

Fonte: Cobogó. Consultado pela última vez em 12 de março de 2025.

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Anna Maria Maiolino ganha Leão de Ouro na 60ª Bienal de Arte de Veneza | Bravo!

Contagem regressiva para a 60ª Bienal de Veneza! Depois do anúncio da exposição Ka’a Pûera: nós somos pássaros que andam, da artista Glicéria Tupinambá (Vencedora do Prêmio PIPA 2023) com mudança do nome do Pavilhão Brasil para Pavilhão Hãhãwpuá“(Hãhãw” signica “terra” na língua patxohã), a novidade no circuito é que a artista plástica Anna Maria Maiolino receberá o cobiçado prêmio de Leão de Ouro pelo conjunto de sua obra junto com Nil Yalter, turca radicada em Paris. Detalhe: esta é a primeira vez de ambas artistas na Bienal de Veneza.

“Algo particularmente significativa dado o título e o enquadramento da minha exposição, centrada em artistas que viajaram e migraram entre o Norte e o Sul, a Europa e mais além, e vice-versa”, afirmou Adriano Pedrosa, curador da Bienal de Arte de Veneza e também diretor artístico do MASP, em comunicado oficial.

Nascida na Itália e radicada no Brasil, Anna mora e trabalha na capital paulista e, aos 81 anos, segue na ativa com trabalhos que exploram a subjetividade em diferentes suportes: ela passa por desenho, xilogravura, fotograa, performance, escultura, instalação cinema e também pela poesia. Uma de suas séries mais famosas é a Fotopoemaação, que, como sugere o nome, mistura essas três linguagens. “Minha obra é totalmente devedora da arte brasileira, foi aqui que ela germinou”, disse a artista em documentário do Sesc TV.

Finalista do 2º Prêmio Bravo! Prime de Cultura, em 2006, pela exposição Hilomorfos, suas obras integram acervos de mais de 30 museus ao redor do mundo, a exemplo do MASP, em São Paulo; do MoMA, em Nova York; do Tate Modern e da Galeria Whitechapel, em Londres; do Centre Pompidou, em Paris; do Reina Soa, em Madri; e do Malba, em Buenos Aires.

Fonte: Bravo! Consultado pela última vez em 12 de março de 2025.

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A força da arte de Anna Maria Maiolino | Casa Vogue

Sabemos o quão difícil foi para que mulheres artistas tivessem seu espaço de reconhecimento na História da Arte. E justamente por conta disso, sinto uma satisfação gigantesca quando vejo artistas que, em vida, têm a chance de desenvolver exposições notáveis e marcantes. Esse é o caso da artista Anna Maria Maiolino que no mesmo mês em que faz 80 anos, ganha também uma mostra individual que traça uma retrospectiva sobre sua carreira e vida. No texto de hoje, conto a vocês quem é essa artista e por que sua exposição no Instituto Tomie Ohtake é tão imperdível.

Vivendo atualmente em São Paulo, Anna Maria Maiolino nasceu na Itália e ao longo de sua vida teve a oportunidade de habitar diferentes lugares que afetaram a forma como enxerga o mundo, sua relação com a arte e com os diferentes contextos políticos e sociais. Em 1960 ela se muda para o Brasil e, no Rio de Janeiro, começa a erguer a fundação que daria base para a construção de seu trabalho até os dias de hoje.

Um dos aspectos mais interessantes da exposição e, consequentemente, do trabalho de Anna Maria Maiolino, é o fato de suas obras não se prenderem a uma única temática, linguagem ou abordagem. A artista expõe em sua produção a multiplicidade de papéis que ela, enquanto mulher, pode ocupar. Maiolino se entende como artista, filha, amante, esposa, mãe, fotógrafa, poeta, pintora, escultora, avó e diversas outras atribuições, que coexistem de forma igualmente importante em sua vida, confrontando ideias machistas responsáveis por impor um único papel para a mulher na arte e na sociedade.

Outro aspecto interessante da exposição é como os trabalhos de Maiolino são apresentados sem se prender a uma ordem cronológica ou agrupamento de linguagens artísticas. Com isso, a curadoria permite com que o espectador entenda e visualize a carreira da artista de forma holística, possibilitando que criemos nossas próprias conexões acerca de seus trabalhos. Com cerca de 300 obras distribuídas, a exposição está dividida em três núcleos (nas três maiores salas do Instituto), sendo elas “ANNA”, que busca aprofundar na vida e biografia da artista; “Não Não Não”, que traz as obras relacionadas à política, totalitarismo, censura, repressão e desigualdade; e “Ações Matéricas”, que assim como dito pelo texto da curadoria, “parte do encontro entre materialidades diversas e gestos atávicos identificados tanto ao trabalho do dia a dia quanto ao do nascimento da humanidade”.

A exposição tem curadoria de Paulo Miyada, que nos últimos três anos esteve ao lado da artista para que pensassem juntos na construção da mostra. O nome que intitula exposição (“PSSSIIIUUU…”), pode ser lido como assobio, chamado, flerte, pedido de silêncio, segredo, sinal, e se relaciona diretamente com os diferentes momentos e temáticas abordadas por Anna Maria Maiolino. A mostra fica em cartaz até dia 24 de julho e a entrada é gratuita.

Fonte: Casa Vogue. Consultado pela última vez em 12 de março de 2025.

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A franqueza e o compromisso ético de Anna Maria Maiolino | NeoFeed

Em 1967, na exposição Nova Objetividade Brasileira, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Anna Maria Maiolino expôs uma grande orelha, feita de tecido. A obra chamada "Psiu!" fazia alusão ao estado de vigilância em que as pessoas viviam durante a ditadura militar instaurada em 1964.

O trabalho infelizmente não existe mais, mas sua memória é lembrada na mostra "Anna Maria Maiolino: Psiuuuu…", que traz cerca de 300 trabalhos da artista e abre neste sábado (7) no Instituto Tomie Ohtake.

"O primeiro detalhe importante desse título é a ambivalência. Você pode ler como um convite, uma bronca ou um silenciamento, algo afetivo ou irritado. A existência simultânea de sentidos é muito importante para o trabalho da Anna em geral. Cada pessoa, dependendo da sua memória e das suas emoções, vai construir sua própria percepção das obras", explica o curador da mostra, Paulo Miyada, ao NeoFeed.

"O segundo ponto importante é que, sendo uma onomatopéia, 'psiuuuu' não pertence propriamente a um idioma. Isso também reflete a história da Anna como artista." Filha caçula de uma prole de 10, Anna Maria Maiolino nasceu na Calábria, na Itália, em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial. Mudou-se com a família para Bari, no norte do país.

Em busca de melhores condições, migraram novamente, dessa vez para a Venezuela, em 1954. No país latino-americano, Maiolino concluiu os estudos e começou a se interessar por arte. Aos 18 anos, viveu mais uma mudança: veio para o Brasil, em 1961, onde estudou gravura na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro.

Para ela, se tornar artista no Brasil foi um ganho, porque havia liberdade de criação sem a sombra dos grandes mestres, como Leonardo Da Vinci, na Itália.

Maiolino fez parte do movimento Nova Figuração Brasileira, em que os artistas se contrapunham às diretrizes rígidas do movimento concretista e se dedicavam à busca de temas e estéticas que refletissem o país. Nessa época, ela se interessou pela xilogravura, mesma técnica usada nos livros de cordel.

Uma dessas gravuras desse período é "Anna", de 1967, na qual duas figuras pronunciam o seu nome, fazendo referência ao seu nascimento. O trabalho também dá título a um dos núcleos da exposição no Tomie.

Em ANNA, o visitante poderá ver os trabalhos que têm inspirações mais biográficas como "Por um fio", de 1976. Em uma fotografia, a artista aparece unida à mãe e à filha, por meio de um barbante que sai de sua boca.

O barbante pode ser lido como o cordão umbilical, os genes, o sangue ou a descendência que une essas três gerações de mulheres. De acordo com a artista, nada pode ser mais importante do que a vida, o que reflete em seus trabalhos.

Vida na obra Em 1968, casada com o artista Rubens Gerchman (1942-2008), e com dois filhos pequenos, Maiolino se mudou para os Estados Unidos. Nesta época, para cuidar das crianças e prover o sustento da família trabalhando em um estúdio de design, a artista reduziu a sua produção artística, mas, aconselhada por Hélio Oiticica, começou a escrever.

Enquanto vigiava as crianças brincando, escrevia poemas, rascunhava ideias, desenhos e textos. Parte da produção textual da artista está na mostra em formato de texto, áudio e vídeo. O catálogo da exposição traz uma seleção inédita de seus escritos.

"A Anna fez escolhas ao longo da sua vida que foram custosas, desafiadoras e não foram aceitas com facilidade, mas que hoje reverberam muito nas demandas coletivas", diz Miyada.

"Ela reivindicou o direito de se apresentar como uma mulher que tem desejo, sexualidade e cumpre inúmeros papéis ao longo do dia – mãe, amiga, amante, esposa, escritora, artista. Essa vivência transparece no trabalho, criando relações afetivas que revelam os sentimentos da artista perante o que acontece ao seu redor."

Na infância, vivendo o pós-guerra na Itália, Maiolino se recorda de passar fome. A mãe a levava para a escola prometendo que mais tarde traria a merenda, mas a refeição nunca chegava porque não havia o que comer em casa.

A lembrança de não ter comida, somada à experiência de ver no Brasil parte da população vivendo situações de miséria e fome, é refletida na instalação "Arroz e Feijão" (1979) – uma mesa posta com pratos servidos de terras e sementes que germinam. Esta obra está exposta no núcleo Não Não Não. A mostra não está organizada de maneira cronológica, mas por assunto. A artista costuma dizer que sua vida não caminha em linha reta, mas em espiral em que os temas vêm e vão. "Trabalhos feitos recentemente dialogam com obras feitas no passado.

O modo como isso se manifesta é numa exposição que não é cronológica nem linear, mas que se organiza por ênfase. Em cada ênfase, você tem muitos períodos e muitas linguagens", explica o curador.

Tempo alargado

A primeira conversa que Miyada teve com Maiolino para fazer a exposição aconteceu em 2016, mas a artista estava envolvida com outros projetos.

Naquele ano, inaugurou a individual "Tudo Isso'', na galeria Hauser & Wirth, em Zurique, na Suíça; no ano seguinte, abriu sua maior retrospectiva nos Estados Unidos, no Museu de Arte Contemporânea de Los Angeles (MoCA).

"Estado escatológico" (1978): instalação, papéis higiênicos, jornal, folha As conversas foram retomadas em 2019 e o tempo para a realização da pesquisa acabou sendo alargado pela pandemia de Covid-19 – declarada pela Organização Mundial da Saúde em 2020 – e pelos processos de captação de recursos mais burocráticos.

"Três anos é um período longo para a preparação de uma exposição no Brasil. Mas esse tempo teve bons frutos, como conseguir aprofundar o diálogo e desenvolver com profundidade cada detalhe tanto do catálogo quanto da exposição", explica o curador.

A mostra traz ainda o trabalho inédito "O amor se faz revolucionário", resultado de um projeto de 1992. Maiolino viveu na Argentina entre 1984 e 1989. O trabalho é uma homenagem às Mães da Praça de Maio - mulheres que protestam até hoje por seus filhos assassinados durante a ditadura militar do país.

"Logo que voltou para o Brasil, a artista não encontrou forças para realizar a obra. Mas em nossos diálogos, percebemos que esse era um momento importante para a obra ser realizada", diz Miyada.

Em uma época em que o país vê as barbáries da ditadura militar brasileira sendo relativizadas e o mundo vivencia crises migratórias e discussões sobre os direitos das mulheres sobre os seus corpos, o conjunto de trabalhos de Maiolino, independentemente da época, se mostra atual. "É um trabalho de extrema relevância histórica, que se interessa e se comunica fortemente com o presente", conclui Miyada.

"A franqueza e o compromisso ético da Anna em se apresentar inteira, em seus múltiplos papéis, fazem com que o trabalho seja muito mais vivaz e que inúmeras pessoas possam se reconhecer neles. Pessoas que, como ela, se sentem comprometidas em reagir de forma ética, estética e emocional às violências do seu tempo."

Fonte: NeoFeed. Consultado pela última vez em 12 de março de 2025.

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A primeira retrospectiva da artista nos EUA reúne cinco décadas do trabalho da brasileira | Touch of Class

A exposição acontece no The Museum of Contemporary Art (MOCA), em Los Angeles, e apresenta um panorama das obras de Anna Maria Maiolino, abrangendo cinco décadas de sua produção.

Estarão em cartaz obras criadas desde a década de 1960, reunindo expressivas gravuras em madeira, esculturas viscerais em cimento, filmes e performances politicamente carregadas, desenhos fluidos e instalações monumentais de argila. A obra de Maiolino aborda tanto a repressão política (sua carreira foi inicialmente inspirada pela ditadura militar brasileira na década de 1960) quanto a alienação social.

Os visitantes poderão traçar um caminho através da história da arte brasileira e muitos dos principais movimentos pós-guerra, canalizados através da prática íntima e subjetiva de Maiolino explorando sua identidade como migrante, mãe e cidadã global.

Com curadoria de Bryan Barcena e Helen Molesworth, a exposição ocupa o MOCA até 22 de janeiro de 2018 e faz parte do “Pacific Standard Time: LA/LA”, uma série de exposições em múltiplas instituições que destacam a arte latino-americana e latina em Los Angeles.

Sobre a artista

Anna Maria Maiolino é uma das mais influentes artistas brasileiras de sua geração. Nascida na Itália em 1942, imigrou com sua família para a Venezuela ainda adolescente. Em 1960, mudou-se para o Brasil para frequentar a Escola Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro, onde começou a desenvolver um corpo de trabalho em diálogo com abstração, minimalismo e conceitualismo.

Seu trabalho foi profundamente influenciado pelo rescaldo da Segunda Guerra Mundial, a ditadura militar no Brasil e sua experiência como artista durante o período em que o que poderia ser chamado de arte mudou drasticamente.

A exposição abrangerá toda a carreira de Maiolino, desde a década de 1960 até o presente, reunindo as primeiras impressões, desenhos, filmes, performances e instalações experimentais, incluindo suas recentes instalações efêmeras em grande escala feitas com argila não cozida e laminada à mão.

O trabalho de Maiolino é capaz de traçar o curso dos movimentos que definem a história da arte brasileira, canalizados através de uma prática pessoal, psicologicamente carregada que projeta seu próprio caminho introspectivo, tanto quanto abre sobre grandes questões filosóficas de repetição e diferença, o transitório e o permanente, os problemas estéticos como o sólido e o vazio, e a relação íntima entre desenho e escultura.

Fonte: Touch of Class. Consultado pela última vez em 12 de março de 2025.

Crédito fotográfico: Editora Cobogó. Consultado pela última vez em 12 de março de 2025.

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