Inimá José de Paula (Itanhomi, MG, 7 de dezembro de 1918 — Belo Horizonte, MG, 13 de agosto de 1999), conhecido como Inimá de Paula, foi um pintor, desenhista e professor brasileiro.
Biografia
Quando criança, Inimá de Paula voltava da escola e sentava à mesa pra desenhar. Os dedos, a palma da mão, o punho, o braço - tudo se movia junto sobre a folha branca. Se fosse ensinar alguém, de Paula diria: a gente pinta com o corpo inteiro. Traz desde a infância o valor pelo ofício e a paciência, razões pelas quais se integrou ao grupo nipo-brasileiro da pintura paulista. Por causa dele, passou a encarar cada pincelada como um golpe preciso de espada. Além da técnica, o pintor defende o treino da sensibilidade, o que define como “Conviver com a natureza. Saber perceber e transformar isso em pintura.” Em suas obras, usa cores puras, violentas e contrastantes - tal qual saem da bisnaga. Cria manchas selvagens parecidas com as da pintura fauvista, cujo nome faz alusão à pele manchada das onças.
Foi influenciado pelos outros artistas com quem conviveu - Kaminagai, Takaoka, Iberê Camargo e Aldemir Martins, dentre outros -, absorvendo as lições que melhor se adequavam ao seu trabalho para desenvolver uma linguagem singular. Seu estilo lhe posicionaram como um dos mais autênticos intérpretes do cotidiano brasileiro. Suas obras são uma viagem ao passado, a Itanhomi, a cidadezinha do Vale do Aço (Minas Gerais) onde nasceu.
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Biografia Itaú Cultural
A partir de 1937, freqüenta o Núcleo Antônio Parreiras, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Em 1940, instala-se no Rio de Janeiro, matriculando-se nas aulas de Argemiro Cunha (1880-1940) no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, as quais abandona em pouco tempo. Passa a pintar com alguns dos ex-integrantes do Núcleo Bernardelli. Em 1944, transfere-se para Fortaleza, onde conhece artistas locais e participa da criação da Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP). Volta ao Rio de Janeiro em 1945 e expõe com Aldemir Martins (1922-2006), Antonio Bandeira (1922-1967) e Jean-Pierre Chabloz (1910-1984), na galeria Askanasy. Em 1948, graças ao apoio de Candido Portinari (1903-1962), faz sua primeira mostra individual no Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB/RJ). Em 1950, ganha o prêmio de viagem ao país do Salão Nacional de Belas Artes (SNBA) e, no ano seguinte, viaja e expõe na Bahia. Em 1952, recebe o prêmio de viagem ao exterior do Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM). Em Paris, entre 1954 e 1956, assiste a cursos na Académie de la Grande Chaumière e na École Normale Supérieure des Beaux-Arts. Em seguida, acompanha as aulas de André Lhote (1885 - 1962) e de Gino Severini (1883-1966). Quando volta, passa a fazer pinturas abstratas, algumas das quais mostra na 5ª Bienal de São Paulo. Na primeira metade dos anos 1960, muda-se para Belo Horizonte e retoma a pintura figurativa. Em 1998 é criada a Fundação Inimá de Paula em Belo Horizonte.
Comentário Crítico
Inimá é conhecido como "o fauve brasileiro"1 em razão das cores fortes e vibrantes com que pinta e que são de fato característica marcante do seu trabalho. São vermelhos, azuis, amarelos e verdes que parecem puros e são inscritos na tela com movimentos vigorosos. Em alguns casos, ele lembra Henri Matisse (1869-1954) de La Plage Rouge (1905) e, em outros, o expressionismo. Como na marinha Pequeno Porto (1987), toda de cores intensas, ou ainda em alguns auto-retratos, em que traços vigorosos e cores sombrias conferem perturbação à figura.
Entretanto, durante toda sua carreira, Inimá também realiza obras em que os brancos e cinzas dominam. Seja nas paisagens urbanas de Santa Teresa, seja nas marinhas cearenses, ou mais tardiamente nas vistas mineiras, o branco é utilizado como cor, conferindo ainda mais tranqüilidade às cenas já praticamente desprovidas de ação. Muitos críticos enfatizam tal aspecto.2
Outro ponto que costuma definir a obra de Inimá é a predominância da paisagem, especificamente a urbana. A combinação da arquitetura com a natureza permite ao pintor realizar composições muito equilibradas, em que tende a cobrir a maior parte da tela, deixando pouco espaço para o céu, alternando as cores organizadas no casario com as manchas de cor da vegetação.
Todavia, ele também pinta retratos, naturezas-mortas e composições abstratas. As naturezas-mortas revelam influências de Paul Cézanne (1839-1906) e Matisse, tanto no traço e nas cores quanto nos objetos. Seu período abstrato é variado, abarcando composições mais cubistas que mantêm um resquício de figura, e outras mais informais.
Críticas
"(...) Inimá tem permanecido expressionista, ao longo de sua carreira artística, com a única exceção de uma fase abstrata, resultante de sua permanência em Paris. (...) No primeiro período de sua permanência no Rio, Inimá pintou paisagens urbanas da Guanabara, sobretudo as casas centenárias da Cidade Nova e de Santa Teresa. (...) Esses quadros, seguidos de alguns retratos, são os trabalhos mais representativos dessa época expressionista do pintor. No período parisiense, (...) preocupa-se então, sobretudo, com o esquema do espaço e a representação geometrizada da natureza, de acordo com as idéias do seu mestre. (...). Vindo da Europa, Inimá regressou a Minas, tendo-se fixado entre Belo Horizonte e Ouro Preto. Voltou à figuração numa época em que já se evidenciava na Europa a crise da abstração. (...). A tendência expressionista logo avultaria nos primeiros tempos dessa nova volta à figuração, marcada pouco depois por uma surpreendente revalorização do objeto. As paisagens mineiras de Inimá, sobretudo as de Ouro Preto, divergem dos quadros de Guignard. (...) Mas, se as soluções de Guignard são quase sempre pictóricas, as de Inimá têm em vista outros desígnios, inclusive de ordem espacial ou arquitetônica, embora também o artista se preocupe em impor uma subjetividade à composição, obedecendo, nesse particular, a uma característica dos pintores expressionistas. Finalmente, em sua segunda fase, a carioca, (...) a arte de Inimá se enriquece e suas paisagens são mais variadas (...)"
Antônio Bento (CAVALCANTI, Carlos; AYALA, Walmir, org. Dicionário brasileiro de artistas plásticos. Apresentação de Maria Alice Barroso. Brasília: MEC/INL, 1973-1980. Dicionários especializados, 5.)
"Com exceção do longo período de trabalho no abstracionismo, durante a maior parte da década de 1950 e início da seguinte, o mineiro Inimá de Paula vem conservando tendência natural no sentido de uma mescla de fovismo e expressionismo, através da qual envolve seus temas prediletos: a paisagem e o retrato. Como anotou Antônio Bento, é possível que essa propensão de base tenha se desenvolvido mais intensamente a partir dos anos passados no Ceará, ainda quando ele iniciava a carreira de pintor depois de breve aprendizado em Juiz de Fora e no Rio. A paisagem nordestina e a inserção do ser humano nela teriam-lhe oferecido contrastes e violências que se iriam refletir nos aspectos cenograficamente dramatizados dos retratos, na luminosidade das paisagens mineiras e cariocas de várias fases ou nos interiores matisseanamente intensos e líricos de outros momentos. Até mesmo os anos de linguagem não figurativa - de início dominados, sob o estímulo de estudos com André Lhote, em Paris, pela busca de disciplina construtiva, e mais tarde transferidos para a área do tachismo - terminaram servindo de dínamo para adensar toda a prévia estrutura fauve-expressionista que o define. Mais recentemente, esse fundamento desembocou em pinturas onde a paisagem se submete a amplas e graves pinceladas de cores ferventes, com predomínio dos verdes, vermelhos, azuis e brancos, sem que no entanto os seus limites de origem cubista se tenham disfarçado por completo, embora tendentes cada vez mais a uma dispersão no esforço gestual. (...)"
Roberto Pontual (PONTUAL, Roberto. Arte brasileira contemporânea: Coleção Gilberto Chateaubriand. trad. Tradução de John Knox; Florence Eleanor Irvin. Apresentação de Pereira Carneiro. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 1976.)
"Não se pode falar propriamente de fases na pintura de Inimá de Paula. Ou, pelo menos, elas não estão bem delimitadas temática e formalmente. No máximo, pode-se circunscrever sua produção aos seus deslocamentos geográficos, mesmo assim precariamente, porque, acima deles, está o próprio estado de espírito do artista. Não há um desenvolvimento seqüencial ou linear de temas e colorido em sua obra. A cor, por vezes, irrompe furiosa em meio a longos períodos de predominância dos brancos e cinzas, e isto independe do lugar onde ele esteja. Da mesma maneira, em sua fase abstrata, ele não deixou de pintar obras figurativas. (...)
Porém, a marca mais visível e ao mesmo tempo a mais profunda é o fovismo, que se afirma plenamente em sua derradeira fase, a de Minas Gerais. Por intermédio do fovismo e de sua aproximação com a pintura de Kaminagai, ele se vincula à Escola de Paris, mas sem perder suas raízes brasileiras. Quando Inimá diz que sempre foi expressionista, é preciso entender bem o sentido de sua afirmação. Pode ser uma referência a momentos mais dramáticos de sua pintura, como o período carioca de 1967/1968, ou ele está empregando o termo no seu sentido mais amplo, o que define o expressionismo como uma tendência permanente da história da arte, que ressurge de tempos em tempos, sempre que existe uma crise, seja ela estética, seja moral, política ou econômica. Ou seja, o expressionismo seria o pólo da crise, por oposição ao pólo da construção, do qual o cubismo é exemplo. Crise e construção ou emoção e rigor seriam, então, as duas vertentes fundamentais da história da arte, cada uma delas abrigando diferentes escolas, ismos, tendências. Dentro desta perspectiva mais ampla, o fovismo integra a vertente expressionista. Ou então, pode-se dizer que ele é uma das suas raízes, ao lado do Die Brücke e do Blau Reiter, nascidos na Alemanha, pátria por excelência do expressionismo.
(...) Tudo o que deseja Inimá, com sua pintura, é alcançar uma atmosfera vibrátil para a cor. Como ele diz: 'Trabalhar o quadro sem magoá-lo, de forma espontânea, fluídica, uma pincelada, outra, mais outra, mas sem perder o sentido da forma, buscando sempre a ressonância e vibração da cor'."
Frederico Morais (A obra. Inimá de Paula. Rio de Janeiro: L. Christiano, 1987. p. 65, p. 68, p. 112.)
Depoimento Inimá de Paula
"Adoro pintar gente e paisagens. Quando não posso pintar ao natural, ao ar livre, por qualquer motivo, tiro fotografias e vou para o cavalete. Claro, a obra final nada tem a ver com a fotografia em si, porque foi alterada. Às vezes coloco gente nas minhas paisagens e sempre por problemas de composição e quando elas são absolutamente indispensáveis. Mas, de qualquer maneira, a paisagem é sempre maior e mais forte que o homem nas minhas telas".
Inimá de Paula ao Jornal da Tarde, 1982 (Paisagens. In: MORAIS, Frederico. Inimá de Paula. Apresentação de Israel Pedrosa. Rio de Janeiro: L. Christiano, 1987. p. 78)
Exposições Individuais
1948 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Hotel Copacabana Palace
1948 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no IAB/RJ
1948 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MEC
1948 - Salvador BA - Individual, na Galeria Oxumaré
1949 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Galeria Montmartre
1954 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Montmartre
1954 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MEC
1959 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Dantez
1961 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Pinguim
1962 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Picolla Galeria do Instituto Italiano di Cultura
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Biblioteca Nacional
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Barcinski
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria G4
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Macunaíma/Funarte
1966 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Grupiara
1966 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Pinguim
1967 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Guignard
1967 - Belo Horizonte MG - Individual, no Ibeu
1967 - Belo Horizonte MG - Individual, no MAP
1968 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Guignard
1970 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Hotel Copacabana Palace
1971 - Belo Horizonte MG - Individual, no Colégio Santa Dorotéia
1974 - Belo Horizonte MG - Individual, na Real Galeria de Arte
1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Vernissage Galeria de Arte
1975 - Brasília DF - Individual, na Performance Galeria de Arte
1976 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Caminito Artes e Presentes
1977 - Brasília DF - Individual, na Oscar Seraphico Galeria de Arte
1977 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Banco América do Sul S. A.
1978 - Belo Horizonte MG - Individual, na Ami Galeria de Arte
1978 - Salvador BA - Individual, na Kattya Galeria de Arte
1981 - Belo Horizonte MG - Inimá de Paula: 43 anos de pintura, na Ami Galeria de Arte
1982 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Realidade Galeria de Arte
1982 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte Portal
1983 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1984 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1985 - Belo Horizonte MG - Retrospectiva, no MAP
1985 - Brasília DF - Individual, na Performance Galeria de Arte
1985 - São Paulo SP - Retrospectiva, no MAM/SP
1986 - Rio de Janeiro RJ - Paisagens e Marinhas Brasileiras, na Villa Bernini Galeria
1988 - Belo Horizonte MG - Individual, na Chromos Galeria de Arte
1989 - Belo Horizonte MG - Inimá de Paula: obras recentes, no Espaço Cultural do Lloyds Bank
1993 - Salvador BA - Inimá, na MCR Galeria de Arte
1996 - Brasília DF - Individual, na Royal Art - Galeria de Arte
1997 - Belo Horizonte MG - Retrospectiva, no Palácio das Artes
1998 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Inimá
1998 - Belo Horizonte MG - Individual, na Fundação Inimá de Paula
1998 - Rio de Janeiro RJ - Retrospectiva, no Mnba
Exposições Coletivas
1945 - Rio de Janeiro RJ - Grupo Cearense, na Galeria Askanazy
1946 - Rio de Janeiro RJ - Os Pintores Vão à Escola do Povo, na Enba
1946 - Rio de Janeiro RJ - 52º Salão Nacional de Belas Artes, no Mnba
1947 - Rio de Janeiro RJ - 53º Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna, no Mnba - menção honrosa
1948 - Fortaleza CE - 4º Salão de Abril - 1º prêmio
1948 - Rio de Janeiro RJ - 54º Salão Nacional de Belas Artes, no Mnba - medalha de prata
1949 - Rio de Janeiro RJ - 55º Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna, no Mnba - medalha de prata
1949 - Salvador BA - 1º Salão Baiano de Belas Artes, no Hotel Bahia
1950 - Rio de Janeiro RJ - 56º Salão Nacional de Belas Artes, no Mnba - prêmio de viagem ao país
1950 - Salvador BA - 2º Salão Baiano de Belas Artes, no Belvedere da Sé - medalha de prata
1951 - Fortaleza CE - 4º Salão Cearense de Belas Artes - medalha de ouro
1951 - Rio de Janeiro RJ - 57º Salão Nacional de Belas Artes, no Mnba
1951 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Naturezas Mortas, no Serviço de Alimentação e Previdência Social
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon
1952 - Feira de Santana BA - 1ª Exposição de Arte Moderna de Feira de Santana, no Banco Econômico
1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna - prêmio de viagem ao exterior
1952 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artistas Brasileiros, no MAM/RJ
1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1953 - Belo Horizonte MG - Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte
1954 - Belo Horizonte MG - Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco, no Palácio da Cultura - prêmio de viagem ao exterior
1954 - Salvador BA - 4º Salão Baiano de Belas Artes, no Hotel Bahia - medalha de prata
1955 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão Nacional de Arte Moderna - hors-concours
1956 - Belo Horizonte MG - 11º Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte - prêmio/pintura
1956 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Ferroviário, no Ministério da Educação e Cultura - 1º prêmio/pintura
1957 - Buenos Aires (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Moderno de Buenos Aires
1957 - Lima (Peru) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte de Lima
1957 - Rosário (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo Municipal de Bellas Artes Juan B. Castagnino
1957 - Santiago (Chile) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Contemporáneo de Santiago
1958 - Rio de Janeiro RJ - Oito Artistas Contemporâneos, na Galeria Macunaíma
1958 - Rio de Janeiro RJ - Salão de Arte A Mãe e a Criança
1958 - Rio de Janeiro RJ - Salão do Mar
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, no Kunsthaus.
1959 - Nova York (Estados Unidos) - Inter-American Cultural and Artistic Competition, na Ceceille Art Gallery - 1º prêmio
1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1961 - Rio de Janeiro RJ - O Rio na Pintura Brasileira, na Biblioteca Estadual da Guanabara
1963 - Belo Horizonte MG - Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte - 2º prêmio
1963 - Rio de Janeiro RJ - A Paisagem como Tema, Galeria Ibeu Copacabana
1966 - Brasília DF - 3º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal - artista convidado
1966 - Rio de Janeiro RJ - Auto-Retratos, no Ibeu Copacabana
1968 - Florianópolis SC - 1ª Exposição Nacional de Artes Plásticas, no Masc
1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1973 - Atami (Japão) - 1ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1973 - Brasília DF - 1ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1973 - Brasília DF - Comemoração dos 107 Anos da Batalha do Riachuelo, no Hotel Nacional Brasília
1973 - Osaka (Japão) - 1ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1973 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1973 - São Paulo SP - 1ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1973 - Tóquio (Japão) - 1ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1974 - Belo Horizonte BH - 2º Salão Global de Inverno, no Palácio das Artes
1974 - Tóquio (Japão) - Pintores Brasileiros no Japão
1975 - Japão - 2ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no Salão da Assembléia Legislativa do Estado
1975 - Nova York (Estados Unidos) - Coletiva, na Genaile Art Gallery Inc.
1975 - Rio de Janeiro RJ - 2ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no Centro Lume
1975 - São Paulo SP - 2ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no Salão da Assembléia Legislativa do Estado
1976 - Belo Horizonte MG - Exposições dos Murais das Escolas Municipais de Belo Horizonte
1977 - São Paulo SP - 3ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1977 - Rio de Janeiro RJ - 3ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1977 - Tóquio (Japão) - 3ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1979 - São Paulo SP - 4ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1979 - Tóquio (Japão) - 4ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1979 - Kioto (Japão) - 4ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1979 - Atami (Japão) - 4ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - Atami (Japão) - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - Belo Horizonte MG - 8º Salão Global de Inverno, no Palácio das Artes
1981 - Belo Horizonte MG - Arte Mineira em Destaque, no Palácio das Artes
1981 - Belo Horizonte MG - Seis Artistas de Minas, na Ami Galeria de Arte
1981 - Brasília DF - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - Kioto (Japão) - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - Nekai (Japão) - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - Rio de Janeiro RJ - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - São Paulo SP - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - São Paulo SP - 8º Salão Global de Inverno, no Masp
1981 - Tóquio (Japão) - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1982 - Belo Horizonte MG - Coletiva de Pintores Brasileiros, na Gauguin Galeria de Arte
1983 - Atami (Japão) - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1983 - Kyoto (Japão) - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1983 - Rio de Janeiro RJ - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no Mnba
1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/SP
1983 - São Paulo SP - 14º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1983 - São Paulo SP - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no MAM/SP
1983 - Tóquio (Japão) - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1984 - Rio de Janeiro RJ - Pintura Brasileira Atuante, no Espaço Petrobrás
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - Atami (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Kyoto (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Rio de Janeiro RJ - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Brasil-Japão de Artes Plásticas
1985 - Rio de Janeiro RJ - Seis Décadas de Arte Moderna: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial
1985 - São Paulo SP - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Mokiti Okada - MOA
1985 - Tóquio (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1986 - Rio de Janeiro RJ - Tempos de Guerra: Hotel Internacional, na Galeria de Arte Banerj
1986 - Rio de Janeiro RJ - Tempos de Guerra: Pensão Mauá, na Galeria de Arte Banerj
1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1988 - São Paulo SP - 15 Anos de Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Mokiti Okada
1989 - Lisboa (Portugal) - Seis Décadas de Arte Moderna Brasileira: Coleção Roberto Marinho, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1989 - São Paulo SP - Trinta e Três Maneiras de Ver o Mundo, na Ranulpho Galeria de Arte
1990 - Goiânia GO - 20 Anos do Museu de Arte de Goiânia, no Museu de Arte
1990 - São Paulo SP - 6º Salão Brasileiro de Arte, na Fundação Mokiti Okada
1991 - Fortaleza CE - Scap: 50 anos, no Imperial Othon Palace Hotel
1992 - Rio de Janeiro RJ - 1º A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial
1992 - Rio de Janeiro RJ - Eco Art, no MAM/RJ
1992 - São Paulo SP - 7º Salão Brasileiro de Arte, na Fundação Mokiti Okada - MOA
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Guignard: 50 anos de uma escola de arte, na Galeria Vidyã
1995 - Belo Horizonte MG - Exposição Inaugural Nuance Galeria de Arte, na Nuance Galeria de Arte
1995 - São Paulo SP - Brasil-Japão Arte, na Fundação Mokiti Okada - MOA
1996 - Rio de Janeiro RJ - Visões do Rio, no MAM/RJ
1998 - Belo Horizonte MG - Arte Encontro-Brasil/Portugal: um momento de convergência, no Museu Mineiro
1999 - São Paulo SP - A Ressacralização da Arte, no Sesc/Pompéia
Exposições Póstumas
2000 - Fortaleza CE - Inimá de Paula: o fauve brasileiro, na Galeria Oboé Financeira
Fonte: INIMÁ de Paula. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 02 de Mar. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Wikipédia
Vida
Iniciou sua formação em 1937, no Núcleo Antônio Parreiras, em Juiz de Fora. Mudou-se em 1940 para o Rio de Janeiro, onde estudou com Argemiro Cunha no Liceu de Artes e Ofícios e trocou experiências com ex-integrantes do Núcleo Bernardelli. Em 1944, estabeleceu-se em Fortaleza, sendo um dos fundadores da Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP).
De volta ao Rio de Janeiro em 1945, expôs com Aldemir Martins, Antonio Bandeira e Jean-Pierre Chabloz. Sua primeira exposição individual foi realizada em 1948, no Instituto dos Arquitetos do Brasil. Na década de 1950, ganhou prêmios no Salão Nacional de Belas Artes e no Salão Nacional de Arte Moderna.
Prosseguiu seus estudos em Paris, entre 1954 e 1956, na Académie de la Grande Chaumière e na École Normale Supérieure des Beaux-Arts. Estudou com André Lhote e Gino Severini. O resultado desta fase foi uma mudança para a pintura abstrata, que apresentou na 5ª Bienal de São Paulo.
Na década de 1960, mudou-se para Belo Horizonte e voltou ao figurativismo.
Um ano antes de sua morte, estabeleceu a Fundação Inimá de Paula, para cuidar da sua obra. A fundação, em parceria com o governo de Minas Gerais, inaugurou em abril de 2008 o Museu Inimá de Paula, em Belo Horizonte.
Obra
A pintura de Inimá é marcada pelas cores fortes e vibrantes, que o aproximam do Fauvismo. No que diz respeito aos temas, predominam as paisagens, especialmente a urbanas.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 02 de março de 2018.
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Conheça o pintor Inimá de Paula
Inimá José de Paula nasceu em Itanhomi, pequena cidade localizada no Vale do Aço, em Minas Gerais. Ainda adolescente, dedicou-se ao retoque de fotografias até que, em 1938, residindo em Juiz de Fora, começou a desenhar junto ao núcleo de Antônio Parreiras, chegando ao Rio de Janeiro em 1940, onde exerceu ofícios modestos que lhe garantiram a sobrevivência. Cursou o Liceu de Artes e ofícios e transferiu-se para Fortaleza, a fim de trabalhar em um estúdio fotográfico. Teve na capital cearense amizades com Antonio Bandeira, Aldemir Martins e Pierre Chalboz, onde fundaram o Grupo Cearense. Ao lado desses artistas, expôs pela primeira vez uma coletiva na Galeria Askanazi, no Rio de Janeiro. Tendo Portinari como padrinho, realizou sua primeira exposição individual logo depois, na mesma cidade. Sua pintura na época seguia uma linguagem impressionista e os temas preferidos eram naturezas-mortas e paisagens urbanas.
Em 1952, recebeu o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro dado pelo Salão de Arte Moderna. Em Paris estudou com André Lothe e Gino Severine. Voltou ao Brasil em 1955 e suas telas passaram a apresentar paisagens urbanas, figuras compostas por planos, e que revelavam a influência do futurismo de Severini e do cubismo de Lhote. Conviveu com artistas como Santa Rosa, Antônio Bandeira, Aldemir Martins, Kaminagai, Portinari, Iberê Camargo, Takaoka, dentre outros, recolhendo sempre as melhores lições, sem abdicar de uma linguagem inconfundível. O seu estilo o consagrou como um dos mais autênticos e significativos intérpretes da sensibilidade tropical. Do impressionismo, passando pelo expressionismo e fauvismo brasileiro, bem como temas populares, pintou inúmeras favelas, paisagens urbanas e rurais de uma forma bela e marcante.
De índole lírica, era um artesão das cores, sendo considerado o nosso grande fauvista. Sua pintura, altamente elaborada e estruturada, com características bem definidas e pessoais, mostra, através de fartas e generosas pinceladas, paisagens de múltiplas tonalidades, encantando o espectador. Atualmente suas obras fazem parte do acervo de inúmeros museus brasileiros e conceituadas coleções em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Fortaleza, Salvador, dentre outros – e também no exterior. Com uma formação autodidata, dotado de enorme obstinação, transformou-se em um dos principais expoentes da pintura produzida no país no pós-guerra, figurando entre os maiores paisagistas modernos, ao lado de Guignard e Pancetti.
Fonte: Museu Inimá de Paula, consultado pela última vez em 02 de março de 2018.
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Sociedade Cearense de Artes Plásticas - SCAP
Criada em Fortaleza, em 1944, a Sociedade Cearense de Artes Plásticas - SCAP tem papel destacado na afirmação da arte moderna no Ceará. Sua origem remete ao Centro Cultural de Belas Artes - CCBA, fundado por Mário Baratta (1915 - 1983), em 1941, primeira entidade inteiramente dedicada às artes visuais na capital cearense. O Centro Cultural revela novos talentos, como Antonio Bandeira (1922 - 1967) e Aldemir Martins (1922), além de consolidar expressões locais, como Raimundo Cela (1890 - 1954). Os Salões de Abril, promovidos a partir de 1943 pelo CCBA - mas que ganham força a partir de 1946, com a SCAP - constituem importante espaço para a promoção dos artistas da região e para o intercâmbio com os de fora. Uma característica particular da Sociedade Cearense de Artes Plásticas é sua íntima articulação com a literatura. No seu interior surge o grupo Clã (Clube de Literatura e Artes), que reúne artistas plásticos e escritores. A repercussão das atividades da SCAP pode ser sentida, já em 1945, quando a galeria Askanasy, no Rio de Janeiro, realiza uma mostra de artistas cearenses, apresentada pelo crítico Rubem Navarra. A Sociedade, ativa até 1958, tem o mérito de impulsionar as artes no Ceará e, ao mesmo tempo, de divulgar artistas atuantes no Estado. Além de exposições periódicas e dos salões anuais, a Sociedade organiza também cursos de arte, que visam o aprimoramento da formação artística.
Ainda que o Rio de Janeiro e São Paulo sejam os centros da produção cultural e artística do país, os anos 1930 e 1940 assistem uma forte expansão das artes para outros Estados. Um dos canais importantes para a criação de um circuito nacional de arte são as mostras circulantes, como aquela que Marques Rebelo (1907 - 1973) organiza e que, entre 1947 e 1950, passa por Porto Alegre, Salvador, Florianópolis e Belo Horizonte. Antes disso, em 1937, Waldemar da Costa (1904 - 1982) leva a Fortaleza e Belém um conjunto de obras de São Paulo. Em Porto Alegre, Carlos Scliar (1920 - 2001), um dos principais membros do Clube de Gravura de Porto Alegre, atua, desde 1940, como importante intermediário entre os artistas de São Paulo e do Sul do país: membro da Família Artística Paulista - FAP, ele é responsável por levar ao Rio Grande do Sul um grupo de artistas e pintores no período, com vistas a incentivar a modernização artística local. A criação da Escola Guignard, em Belo Horizonte, na década de 1940, pelo pintor Guignard (1896 - 1962), é mais uma expressão das tentativas de ampliação dos centros artísticos no período. A 1ª Exposição de Arte Moderna, 1944, realizada na capital mineira, com a participação de artistas de diferentes regiões do país, confere visibilidade à produção local e à própria Escola Guignard. Em Recife, por sua vez, observam-se iniciativas de grupos e associações, como a criação da Sociedade de Arte Moderna do Recife - SAMR, fundada em 1948 por iniciativa de Abelardo da Hora (1924) e do arquiteto, pintor e desenhista Hélio Feijó (1913 - 1991), gérmen da criação do Ateliê Coletivo nos anos de 1950. A intensificação de canais de promoção e divulgação das artes em Fortaleza é mais um exemplo do movimento centrífugo que as artes e a produção cultural desenham no período.
Se os nomes de Vicente Leite (1900 - 1941) e do próprio Raimundo Cela são lembrados na história das artes cearense, é com o CCBA e depois com a SCAP que o Estado conhece suas maiores expressões artísticas: Mário Baratta, Barrica (1913 - 1993), Jean-Pierre Chabloz (1910 - 1984), Inimá de Paula (1918 - 1999), Antonio Bandeira, Aldemir Martins, entre outros. A tradição paisagística inaugurada pelos pioneiros é retomada nas obras de Mário Baratta, Barrica e Barbosa Leite (1920 - 1997), fiéis ao figurativismo. Inimá de Paula combina a paisagem com retratos, vistas urbanas, marinhas e naturezas-mortas. Próximo a Candido Portinari (1903 - 1962), que o auxilia na execução do grande painel Tiradentes, hoje no Memorial da América Latina, em São Paulo. A estada em Paris (de 1952 a 1956) dá lugar a trabalhos que caminham para a abstração. Mas, após curta passagem pelo abstracionismo, o pintor volta às figuras e, sobretudo, às paisagens. Aldemir Martins é talvez o nome mais popular do grupo, em função dos materiais gráficos que produz (capas de livros, discos e ilustrações) e dos objetos utilitários, jóias e embalagens que trazem os seus desenhos. Sua obra mobiliza um amplo repertório de temas e figuras do Nordeste brasileiro (como cangaceiros e rendeiras), além de explorar o colorido e as imagens da fauna e flora nacionais.
Antonio Bandeira talvez seja aquele a adquirir maior reconhecimento entre os críticos e mais destacada projeção internacional. Pintor, gravador e desenhista, Bandeira inicia sua carreira com trabalhos figurativos, mas que procuram fugir do típico e pitoresco, como indica a tela premiada no 3º Salão Anual Cearense, Cena de Botequim (1943). O período parisiense (1946-1950) representa uma guinada de sua obra em direção à abstração. Isso se dá, fundamentalmente, pelo contato com as vanguardas - sobretudo com o cubismo e com o fauvismo - e pela participação no Grupo Banbryols, que ele cria com Camille Bryen (1907) e Wols (1913-1951), em 1949. Os críticos datam justamente desse período (1948) sua adesão ao abstracionismo de corte informal, como em Paysage Lointan, 1949.
Fonte: SOCIEDADE Cearense de Artes Plásticas (Fortaleza, CE). In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 23 de Abr. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Inimá José de Paula (Itanhomi, MG, 7 de dezembro de 1918 — Belo Horizonte, MG, 13 de agosto de 1999), conhecido como Inimá de Paula, foi um pintor, desenhista e professor brasileiro.
Biografia
Quando criança, Inimá de Paula voltava da escola e sentava à mesa pra desenhar. Os dedos, a palma da mão, o punho, o braço - tudo se movia junto sobre a folha branca. Se fosse ensinar alguém, de Paula diria: a gente pinta com o corpo inteiro. Traz desde a infância o valor pelo ofício e a paciência, razões pelas quais se integrou ao grupo nipo-brasileiro da pintura paulista. Por causa dele, passou a encarar cada pincelada como um golpe preciso de espada. Além da técnica, o pintor defende o treino da sensibilidade, o que define como “Conviver com a natureza. Saber perceber e transformar isso em pintura.” Em suas obras, usa cores puras, violentas e contrastantes - tal qual saem da bisnaga. Cria manchas selvagens parecidas com as da pintura fauvista, cujo nome faz alusão à pele manchada das onças.
Foi influenciado pelos outros artistas com quem conviveu - Kaminagai, Takaoka, Iberê Camargo e Aldemir Martins, dentre outros -, absorvendo as lições que melhor se adequavam ao seu trabalho para desenvolver uma linguagem singular. Seu estilo lhe posicionaram como um dos mais autênticos intérpretes do cotidiano brasileiro. Suas obras são uma viagem ao passado, a Itanhomi, a cidadezinha do Vale do Aço (Minas Gerais) onde nasceu.
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Biografia Itaú Cultural
A partir de 1937, freqüenta o Núcleo Antônio Parreiras, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Em 1940, instala-se no Rio de Janeiro, matriculando-se nas aulas de Argemiro Cunha (1880-1940) no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, as quais abandona em pouco tempo. Passa a pintar com alguns dos ex-integrantes do Núcleo Bernardelli. Em 1944, transfere-se para Fortaleza, onde conhece artistas locais e participa da criação da Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP). Volta ao Rio de Janeiro em 1945 e expõe com Aldemir Martins (1922-2006), Antonio Bandeira (1922-1967) e Jean-Pierre Chabloz (1910-1984), na galeria Askanasy. Em 1948, graças ao apoio de Candido Portinari (1903-1962), faz sua primeira mostra individual no Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB/RJ). Em 1950, ganha o prêmio de viagem ao país do Salão Nacional de Belas Artes (SNBA) e, no ano seguinte, viaja e expõe na Bahia. Em 1952, recebe o prêmio de viagem ao exterior do Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM). Em Paris, entre 1954 e 1956, assiste a cursos na Académie de la Grande Chaumière e na École Normale Supérieure des Beaux-Arts. Em seguida, acompanha as aulas de André Lhote (1885 - 1962) e de Gino Severini (1883-1966). Quando volta, passa a fazer pinturas abstratas, algumas das quais mostra na 5ª Bienal de São Paulo. Na primeira metade dos anos 1960, muda-se para Belo Horizonte e retoma a pintura figurativa. Em 1998 é criada a Fundação Inimá de Paula em Belo Horizonte.
Comentário Crítico
Inimá é conhecido como "o fauve brasileiro"1 em razão das cores fortes e vibrantes com que pinta e que são de fato característica marcante do seu trabalho. São vermelhos, azuis, amarelos e verdes que parecem puros e são inscritos na tela com movimentos vigorosos. Em alguns casos, ele lembra Henri Matisse (1869-1954) de La Plage Rouge (1905) e, em outros, o expressionismo. Como na marinha Pequeno Porto (1987), toda de cores intensas, ou ainda em alguns auto-retratos, em que traços vigorosos e cores sombrias conferem perturbação à figura.
Entretanto, durante toda sua carreira, Inimá também realiza obras em que os brancos e cinzas dominam. Seja nas paisagens urbanas de Santa Teresa, seja nas marinhas cearenses, ou mais tardiamente nas vistas mineiras, o branco é utilizado como cor, conferindo ainda mais tranqüilidade às cenas já praticamente desprovidas de ação. Muitos críticos enfatizam tal aspecto.2
Outro ponto que costuma definir a obra de Inimá é a predominância da paisagem, especificamente a urbana. A combinação da arquitetura com a natureza permite ao pintor realizar composições muito equilibradas, em que tende a cobrir a maior parte da tela, deixando pouco espaço para o céu, alternando as cores organizadas no casario com as manchas de cor da vegetação.
Todavia, ele também pinta retratos, naturezas-mortas e composições abstratas. As naturezas-mortas revelam influências de Paul Cézanne (1839-1906) e Matisse, tanto no traço e nas cores quanto nos objetos. Seu período abstrato é variado, abarcando composições mais cubistas que mantêm um resquício de figura, e outras mais informais.
Críticas
"(...) Inimá tem permanecido expressionista, ao longo de sua carreira artística, com a única exceção de uma fase abstrata, resultante de sua permanência em Paris. (...) No primeiro período de sua permanência no Rio, Inimá pintou paisagens urbanas da Guanabara, sobretudo as casas centenárias da Cidade Nova e de Santa Teresa. (...) Esses quadros, seguidos de alguns retratos, são os trabalhos mais representativos dessa época expressionista do pintor. No período parisiense, (...) preocupa-se então, sobretudo, com o esquema do espaço e a representação geometrizada da natureza, de acordo com as idéias do seu mestre. (...). Vindo da Europa, Inimá regressou a Minas, tendo-se fixado entre Belo Horizonte e Ouro Preto. Voltou à figuração numa época em que já se evidenciava na Europa a crise da abstração. (...). A tendência expressionista logo avultaria nos primeiros tempos dessa nova volta à figuração, marcada pouco depois por uma surpreendente revalorização do objeto. As paisagens mineiras de Inimá, sobretudo as de Ouro Preto, divergem dos quadros de Guignard. (...) Mas, se as soluções de Guignard são quase sempre pictóricas, as de Inimá têm em vista outros desígnios, inclusive de ordem espacial ou arquitetônica, embora também o artista se preocupe em impor uma subjetividade à composição, obedecendo, nesse particular, a uma característica dos pintores expressionistas. Finalmente, em sua segunda fase, a carioca, (...) a arte de Inimá se enriquece e suas paisagens são mais variadas (...)"
Antônio Bento (CAVALCANTI, Carlos; AYALA, Walmir, org. Dicionário brasileiro de artistas plásticos. Apresentação de Maria Alice Barroso. Brasília: MEC/INL, 1973-1980. Dicionários especializados, 5.)
"Com exceção do longo período de trabalho no abstracionismo, durante a maior parte da década de 1950 e início da seguinte, o mineiro Inimá de Paula vem conservando tendência natural no sentido de uma mescla de fovismo e expressionismo, através da qual envolve seus temas prediletos: a paisagem e o retrato. Como anotou Antônio Bento, é possível que essa propensão de base tenha se desenvolvido mais intensamente a partir dos anos passados no Ceará, ainda quando ele iniciava a carreira de pintor depois de breve aprendizado em Juiz de Fora e no Rio. A paisagem nordestina e a inserção do ser humano nela teriam-lhe oferecido contrastes e violências que se iriam refletir nos aspectos cenograficamente dramatizados dos retratos, na luminosidade das paisagens mineiras e cariocas de várias fases ou nos interiores matisseanamente intensos e líricos de outros momentos. Até mesmo os anos de linguagem não figurativa - de início dominados, sob o estímulo de estudos com André Lhote, em Paris, pela busca de disciplina construtiva, e mais tarde transferidos para a área do tachismo - terminaram servindo de dínamo para adensar toda a prévia estrutura fauve-expressionista que o define. Mais recentemente, esse fundamento desembocou em pinturas onde a paisagem se submete a amplas e graves pinceladas de cores ferventes, com predomínio dos verdes, vermelhos, azuis e brancos, sem que no entanto os seus limites de origem cubista se tenham disfarçado por completo, embora tendentes cada vez mais a uma dispersão no esforço gestual. (...)"
Roberto Pontual (PONTUAL, Roberto. Arte brasileira contemporânea: Coleção Gilberto Chateaubriand. trad. Tradução de John Knox; Florence Eleanor Irvin. Apresentação de Pereira Carneiro. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 1976.)
"Não se pode falar propriamente de fases na pintura de Inimá de Paula. Ou, pelo menos, elas não estão bem delimitadas temática e formalmente. No máximo, pode-se circunscrever sua produção aos seus deslocamentos geográficos, mesmo assim precariamente, porque, acima deles, está o próprio estado de espírito do artista. Não há um desenvolvimento seqüencial ou linear de temas e colorido em sua obra. A cor, por vezes, irrompe furiosa em meio a longos períodos de predominância dos brancos e cinzas, e isto independe do lugar onde ele esteja. Da mesma maneira, em sua fase abstrata, ele não deixou de pintar obras figurativas. (...)
Porém, a marca mais visível e ao mesmo tempo a mais profunda é o fovismo, que se afirma plenamente em sua derradeira fase, a de Minas Gerais. Por intermédio do fovismo e de sua aproximação com a pintura de Kaminagai, ele se vincula à Escola de Paris, mas sem perder suas raízes brasileiras. Quando Inimá diz que sempre foi expressionista, é preciso entender bem o sentido de sua afirmação. Pode ser uma referência a momentos mais dramáticos de sua pintura, como o período carioca de 1967/1968, ou ele está empregando o termo no seu sentido mais amplo, o que define o expressionismo como uma tendência permanente da história da arte, que ressurge de tempos em tempos, sempre que existe uma crise, seja ela estética, seja moral, política ou econômica. Ou seja, o expressionismo seria o pólo da crise, por oposição ao pólo da construção, do qual o cubismo é exemplo. Crise e construção ou emoção e rigor seriam, então, as duas vertentes fundamentais da história da arte, cada uma delas abrigando diferentes escolas, ismos, tendências. Dentro desta perspectiva mais ampla, o fovismo integra a vertente expressionista. Ou então, pode-se dizer que ele é uma das suas raízes, ao lado do Die Brücke e do Blau Reiter, nascidos na Alemanha, pátria por excelência do expressionismo.
(...) Tudo o que deseja Inimá, com sua pintura, é alcançar uma atmosfera vibrátil para a cor. Como ele diz: 'Trabalhar o quadro sem magoá-lo, de forma espontânea, fluídica, uma pincelada, outra, mais outra, mas sem perder o sentido da forma, buscando sempre a ressonância e vibração da cor'."
Frederico Morais (A obra. Inimá de Paula. Rio de Janeiro: L. Christiano, 1987. p. 65, p. 68, p. 112.)
Depoimento Inimá de Paula
"Adoro pintar gente e paisagens. Quando não posso pintar ao natural, ao ar livre, por qualquer motivo, tiro fotografias e vou para o cavalete. Claro, a obra final nada tem a ver com a fotografia em si, porque foi alterada. Às vezes coloco gente nas minhas paisagens e sempre por problemas de composição e quando elas são absolutamente indispensáveis. Mas, de qualquer maneira, a paisagem é sempre maior e mais forte que o homem nas minhas telas".
Inimá de Paula ao Jornal da Tarde, 1982 (Paisagens. In: MORAIS, Frederico. Inimá de Paula. Apresentação de Israel Pedrosa. Rio de Janeiro: L. Christiano, 1987. p. 78)
Exposições Individuais
1948 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Hotel Copacabana Palace
1948 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no IAB/RJ
1948 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MEC
1948 - Salvador BA - Individual, na Galeria Oxumaré
1949 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Galeria Montmartre
1954 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Montmartre
1954 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MEC
1959 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Dantez
1961 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Pinguim
1962 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Picolla Galeria do Instituto Italiano di Cultura
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Biblioteca Nacional
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Barcinski
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria G4
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Macunaíma/Funarte
1966 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Grupiara
1966 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Pinguim
1967 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Guignard
1967 - Belo Horizonte MG - Individual, no Ibeu
1967 - Belo Horizonte MG - Individual, no MAP
1968 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Guignard
1970 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Hotel Copacabana Palace
1971 - Belo Horizonte MG - Individual, no Colégio Santa Dorotéia
1974 - Belo Horizonte MG - Individual, na Real Galeria de Arte
1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Vernissage Galeria de Arte
1975 - Brasília DF - Individual, na Performance Galeria de Arte
1976 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Caminito Artes e Presentes
1977 - Brasília DF - Individual, na Oscar Seraphico Galeria de Arte
1977 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Banco América do Sul S. A.
1978 - Belo Horizonte MG - Individual, na Ami Galeria de Arte
1978 - Salvador BA - Individual, na Kattya Galeria de Arte
1981 - Belo Horizonte MG - Inimá de Paula: 43 anos de pintura, na Ami Galeria de Arte
1982 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Realidade Galeria de Arte
1982 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte Portal
1983 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1984 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1985 - Belo Horizonte MG - Retrospectiva, no MAP
1985 - Brasília DF - Individual, na Performance Galeria de Arte
1985 - São Paulo SP - Retrospectiva, no MAM/SP
1986 - Rio de Janeiro RJ - Paisagens e Marinhas Brasileiras, na Villa Bernini Galeria
1988 - Belo Horizonte MG - Individual, na Chromos Galeria de Arte
1989 - Belo Horizonte MG - Inimá de Paula: obras recentes, no Espaço Cultural do Lloyds Bank
1993 - Salvador BA - Inimá, na MCR Galeria de Arte
1996 - Brasília DF - Individual, na Royal Art - Galeria de Arte
1997 - Belo Horizonte MG - Retrospectiva, no Palácio das Artes
1998 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Inimá
1998 - Belo Horizonte MG - Individual, na Fundação Inimá de Paula
1998 - Rio de Janeiro RJ - Retrospectiva, no Mnba
Exposições Coletivas
1945 - Rio de Janeiro RJ - Grupo Cearense, na Galeria Askanazy
1946 - Rio de Janeiro RJ - Os Pintores Vão à Escola do Povo, na Enba
1946 - Rio de Janeiro RJ - 52º Salão Nacional de Belas Artes, no Mnba
1947 - Rio de Janeiro RJ - 53º Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna, no Mnba - menção honrosa
1948 - Fortaleza CE - 4º Salão de Abril - 1º prêmio
1948 - Rio de Janeiro RJ - 54º Salão Nacional de Belas Artes, no Mnba - medalha de prata
1949 - Rio de Janeiro RJ - 55º Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna, no Mnba - medalha de prata
1949 - Salvador BA - 1º Salão Baiano de Belas Artes, no Hotel Bahia
1950 - Rio de Janeiro RJ - 56º Salão Nacional de Belas Artes, no Mnba - prêmio de viagem ao país
1950 - Salvador BA - 2º Salão Baiano de Belas Artes, no Belvedere da Sé - medalha de prata
1951 - Fortaleza CE - 4º Salão Cearense de Belas Artes - medalha de ouro
1951 - Rio de Janeiro RJ - 57º Salão Nacional de Belas Artes, no Mnba
1951 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Naturezas Mortas, no Serviço de Alimentação e Previdência Social
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon
1952 - Feira de Santana BA - 1ª Exposição de Arte Moderna de Feira de Santana, no Banco Econômico
1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna - prêmio de viagem ao exterior
1952 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artistas Brasileiros, no MAM/RJ
1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1953 - Belo Horizonte MG - Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte
1954 - Belo Horizonte MG - Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco, no Palácio da Cultura - prêmio de viagem ao exterior
1954 - Salvador BA - 4º Salão Baiano de Belas Artes, no Hotel Bahia - medalha de prata
1955 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão Nacional de Arte Moderna - hors-concours
1956 - Belo Horizonte MG - 11º Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte - prêmio/pintura
1956 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Ferroviário, no Ministério da Educação e Cultura - 1º prêmio/pintura
1957 - Buenos Aires (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Moderno de Buenos Aires
1957 - Lima (Peru) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte de Lima
1957 - Rosário (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo Municipal de Bellas Artes Juan B. Castagnino
1957 - Santiago (Chile) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Contemporáneo de Santiago
1958 - Rio de Janeiro RJ - Oito Artistas Contemporâneos, na Galeria Macunaíma
1958 - Rio de Janeiro RJ - Salão de Arte A Mãe e a Criança
1958 - Rio de Janeiro RJ - Salão do Mar
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, no Kunsthaus.
1959 - Nova York (Estados Unidos) - Inter-American Cultural and Artistic Competition, na Ceceille Art Gallery - 1º prêmio
1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1961 - Rio de Janeiro RJ - O Rio na Pintura Brasileira, na Biblioteca Estadual da Guanabara
1963 - Belo Horizonte MG - Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte - 2º prêmio
1963 - Rio de Janeiro RJ - A Paisagem como Tema, Galeria Ibeu Copacabana
1966 - Brasília DF - 3º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal - artista convidado
1966 - Rio de Janeiro RJ - Auto-Retratos, no Ibeu Copacabana
1968 - Florianópolis SC - 1ª Exposição Nacional de Artes Plásticas, no Masc
1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1973 - Atami (Japão) - 1ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1973 - Brasília DF - 1ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1973 - Brasília DF - Comemoração dos 107 Anos da Batalha do Riachuelo, no Hotel Nacional Brasília
1973 - Osaka (Japão) - 1ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1973 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1973 - São Paulo SP - 1ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1973 - Tóquio (Japão) - 1ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1974 - Belo Horizonte BH - 2º Salão Global de Inverno, no Palácio das Artes
1974 - Tóquio (Japão) - Pintores Brasileiros no Japão
1975 - Japão - 2ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no Salão da Assembléia Legislativa do Estado
1975 - Nova York (Estados Unidos) - Coletiva, na Genaile Art Gallery Inc.
1975 - Rio de Janeiro RJ - 2ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no Centro Lume
1975 - São Paulo SP - 2ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no Salão da Assembléia Legislativa do Estado
1976 - Belo Horizonte MG - Exposições dos Murais das Escolas Municipais de Belo Horizonte
1977 - São Paulo SP - 3ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1977 - Rio de Janeiro RJ - 3ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1977 - Tóquio (Japão) - 3ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1979 - São Paulo SP - 4ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1979 - Tóquio (Japão) - 4ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1979 - Kioto (Japão) - 4ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1979 - Atami (Japão) - 4ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - Atami (Japão) - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - Belo Horizonte MG - 8º Salão Global de Inverno, no Palácio das Artes
1981 - Belo Horizonte MG - Arte Mineira em Destaque, no Palácio das Artes
1981 - Belo Horizonte MG - Seis Artistas de Minas, na Ami Galeria de Arte
1981 - Brasília DF - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - Kioto (Japão) - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - Nekai (Japão) - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - Rio de Janeiro RJ - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - São Paulo SP - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - São Paulo SP - 8º Salão Global de Inverno, no Masp
1981 - Tóquio (Japão) - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1982 - Belo Horizonte MG - Coletiva de Pintores Brasileiros, na Gauguin Galeria de Arte
1983 - Atami (Japão) - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1983 - Kyoto (Japão) - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1983 - Rio de Janeiro RJ - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no Mnba
1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/SP
1983 - São Paulo SP - 14º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1983 - São Paulo SP - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no MAM/SP
1983 - Tóquio (Japão) - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1984 - Rio de Janeiro RJ - Pintura Brasileira Atuante, no Espaço Petrobrás
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - Atami (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Kyoto (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Rio de Janeiro RJ - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Brasil-Japão de Artes Plásticas
1985 - Rio de Janeiro RJ - Seis Décadas de Arte Moderna: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial
1985 - São Paulo SP - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Mokiti Okada - MOA
1985 - Tóquio (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1986 - Rio de Janeiro RJ - Tempos de Guerra: Hotel Internacional, na Galeria de Arte Banerj
1986 - Rio de Janeiro RJ - Tempos de Guerra: Pensão Mauá, na Galeria de Arte Banerj
1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1988 - São Paulo SP - 15 Anos de Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Mokiti Okada
1989 - Lisboa (Portugal) - Seis Décadas de Arte Moderna Brasileira: Coleção Roberto Marinho, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1989 - São Paulo SP - Trinta e Três Maneiras de Ver o Mundo, na Ranulpho Galeria de Arte
1990 - Goiânia GO - 20 Anos do Museu de Arte de Goiânia, no Museu de Arte
1990 - São Paulo SP - 6º Salão Brasileiro de Arte, na Fundação Mokiti Okada
1991 - Fortaleza CE - Scap: 50 anos, no Imperial Othon Palace Hotel
1992 - Rio de Janeiro RJ - 1º A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial
1992 - Rio de Janeiro RJ - Eco Art, no MAM/RJ
1992 - São Paulo SP - 7º Salão Brasileiro de Arte, na Fundação Mokiti Okada - MOA
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Guignard: 50 anos de uma escola de arte, na Galeria Vidyã
1995 - Belo Horizonte MG - Exposição Inaugural Nuance Galeria de Arte, na Nuance Galeria de Arte
1995 - São Paulo SP - Brasil-Japão Arte, na Fundação Mokiti Okada - MOA
1996 - Rio de Janeiro RJ - Visões do Rio, no MAM/RJ
1998 - Belo Horizonte MG - Arte Encontro-Brasil/Portugal: um momento de convergência, no Museu Mineiro
1999 - São Paulo SP - A Ressacralização da Arte, no Sesc/Pompéia
Exposições Póstumas
2000 - Fortaleza CE - Inimá de Paula: o fauve brasileiro, na Galeria Oboé Financeira
Fonte: INIMÁ de Paula. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 02 de Mar. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Wikipédia
Vida
Iniciou sua formação em 1937, no Núcleo Antônio Parreiras, em Juiz de Fora. Mudou-se em 1940 para o Rio de Janeiro, onde estudou com Argemiro Cunha no Liceu de Artes e Ofícios e trocou experiências com ex-integrantes do Núcleo Bernardelli. Em 1944, estabeleceu-se em Fortaleza, sendo um dos fundadores da Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP).
De volta ao Rio de Janeiro em 1945, expôs com Aldemir Martins, Antonio Bandeira e Jean-Pierre Chabloz. Sua primeira exposição individual foi realizada em 1948, no Instituto dos Arquitetos do Brasil. Na década de 1950, ganhou prêmios no Salão Nacional de Belas Artes e no Salão Nacional de Arte Moderna.
Prosseguiu seus estudos em Paris, entre 1954 e 1956, na Académie de la Grande Chaumière e na École Normale Supérieure des Beaux-Arts. Estudou com André Lhote e Gino Severini. O resultado desta fase foi uma mudança para a pintura abstrata, que apresentou na 5ª Bienal de São Paulo.
Na década de 1960, mudou-se para Belo Horizonte e voltou ao figurativismo.
Um ano antes de sua morte, estabeleceu a Fundação Inimá de Paula, para cuidar da sua obra. A fundação, em parceria com o governo de Minas Gerais, inaugurou em abril de 2008 o Museu Inimá de Paula, em Belo Horizonte.
Obra
A pintura de Inimá é marcada pelas cores fortes e vibrantes, que o aproximam do Fauvismo. No que diz respeito aos temas, predominam as paisagens, especialmente a urbanas.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 02 de março de 2018.
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Conheça o pintor Inimá de Paula
Inimá José de Paula nasceu em Itanhomi, pequena cidade localizada no Vale do Aço, em Minas Gerais. Ainda adolescente, dedicou-se ao retoque de fotografias até que, em 1938, residindo em Juiz de Fora, começou a desenhar junto ao núcleo de Antônio Parreiras, chegando ao Rio de Janeiro em 1940, onde exerceu ofícios modestos que lhe garantiram a sobrevivência. Cursou o Liceu de Artes e ofícios e transferiu-se para Fortaleza, a fim de trabalhar em um estúdio fotográfico. Teve na capital cearense amizades com Antonio Bandeira, Aldemir Martins e Pierre Chalboz, onde fundaram o Grupo Cearense. Ao lado desses artistas, expôs pela primeira vez uma coletiva na Galeria Askanazi, no Rio de Janeiro. Tendo Portinari como padrinho, realizou sua primeira exposição individual logo depois, na mesma cidade. Sua pintura na época seguia uma linguagem impressionista e os temas preferidos eram naturezas-mortas e paisagens urbanas.
Em 1952, recebeu o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro dado pelo Salão de Arte Moderna. Em Paris estudou com André Lothe e Gino Severine. Voltou ao Brasil em 1955 e suas telas passaram a apresentar paisagens urbanas, figuras compostas por planos, e que revelavam a influência do futurismo de Severini e do cubismo de Lhote. Conviveu com artistas como Santa Rosa, Antônio Bandeira, Aldemir Martins, Kaminagai, Portinari, Iberê Camargo, Takaoka, dentre outros, recolhendo sempre as melhores lições, sem abdicar de uma linguagem inconfundível. O seu estilo o consagrou como um dos mais autênticos e significativos intérpretes da sensibilidade tropical. Do impressionismo, passando pelo expressionismo e fauvismo brasileiro, bem como temas populares, pintou inúmeras favelas, paisagens urbanas e rurais de uma forma bela e marcante.
De índole lírica, era um artesão das cores, sendo considerado o nosso grande fauvista. Sua pintura, altamente elaborada e estruturada, com características bem definidas e pessoais, mostra, através de fartas e generosas pinceladas, paisagens de múltiplas tonalidades, encantando o espectador. Atualmente suas obras fazem parte do acervo de inúmeros museus brasileiros e conceituadas coleções em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Fortaleza, Salvador, dentre outros – e também no exterior. Com uma formação autodidata, dotado de enorme obstinação, transformou-se em um dos principais expoentes da pintura produzida no país no pós-guerra, figurando entre os maiores paisagistas modernos, ao lado de Guignard e Pancetti.
Fonte: Museu Inimá de Paula, consultado pela última vez em 02 de março de 2018.
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Sociedade Cearense de Artes Plásticas - SCAP
Criada em Fortaleza, em 1944, a Sociedade Cearense de Artes Plásticas - SCAP tem papel destacado na afirmação da arte moderna no Ceará. Sua origem remete ao Centro Cultural de Belas Artes - CCBA, fundado por Mário Baratta (1915 - 1983), em 1941, primeira entidade inteiramente dedicada às artes visuais na capital cearense. O Centro Cultural revela novos talentos, como Antonio Bandeira (1922 - 1967) e Aldemir Martins (1922), além de consolidar expressões locais, como Raimundo Cela (1890 - 1954). Os Salões de Abril, promovidos a partir de 1943 pelo CCBA - mas que ganham força a partir de 1946, com a SCAP - constituem importante espaço para a promoção dos artistas da região e para o intercâmbio com os de fora. Uma característica particular da Sociedade Cearense de Artes Plásticas é sua íntima articulação com a literatura. No seu interior surge o grupo Clã (Clube de Literatura e Artes), que reúne artistas plásticos e escritores. A repercussão das atividades da SCAP pode ser sentida, já em 1945, quando a galeria Askanasy, no Rio de Janeiro, realiza uma mostra de artistas cearenses, apresentada pelo crítico Rubem Navarra. A Sociedade, ativa até 1958, tem o mérito de impulsionar as artes no Ceará e, ao mesmo tempo, de divulgar artistas atuantes no Estado. Além de exposições periódicas e dos salões anuais, a Sociedade organiza também cursos de arte, que visam o aprimoramento da formação artística.
Ainda que o Rio de Janeiro e São Paulo sejam os centros da produção cultural e artística do país, os anos 1930 e 1940 assistem uma forte expansão das artes para outros Estados. Um dos canais importantes para a criação de um circuito nacional de arte são as mostras circulantes, como aquela que Marques Rebelo (1907 - 1973) organiza e que, entre 1947 e 1950, passa por Porto Alegre, Salvador, Florianópolis e Belo Horizonte. Antes disso, em 1937, Waldemar da Costa (1904 - 1982) leva a Fortaleza e Belém um conjunto de obras de São Paulo. Em Porto Alegre, Carlos Scliar (1920 - 2001), um dos principais membros do Clube de Gravura de Porto Alegre, atua, desde 1940, como importante intermediário entre os artistas de São Paulo e do Sul do país: membro da Família Artística Paulista - FAP, ele é responsável por levar ao Rio Grande do Sul um grupo de artistas e pintores no período, com vistas a incentivar a modernização artística local. A criação da Escola Guignard, em Belo Horizonte, na década de 1940, pelo pintor Guignard (1896 - 1962), é mais uma expressão das tentativas de ampliação dos centros artísticos no período. A 1ª Exposição de Arte Moderna, 1944, realizada na capital mineira, com a participação de artistas de diferentes regiões do país, confere visibilidade à produção local e à própria Escola Guignard. Em Recife, por sua vez, observam-se iniciativas de grupos e associações, como a criação da Sociedade de Arte Moderna do Recife - SAMR, fundada em 1948 por iniciativa de Abelardo da Hora (1924) e do arquiteto, pintor e desenhista Hélio Feijó (1913 - 1991), gérmen da criação do Ateliê Coletivo nos anos de 1950. A intensificação de canais de promoção e divulgação das artes em Fortaleza é mais um exemplo do movimento centrífugo que as artes e a produção cultural desenham no período.
Se os nomes de Vicente Leite (1900 - 1941) e do próprio Raimundo Cela são lembrados na história das artes cearense, é com o CCBA e depois com a SCAP que o Estado conhece suas maiores expressões artísticas: Mário Baratta, Barrica (1913 - 1993), Jean-Pierre Chabloz (1910 - 1984), Inimá de Paula (1918 - 1999), Antonio Bandeira, Aldemir Martins, entre outros. A tradição paisagística inaugurada pelos pioneiros é retomada nas obras de Mário Baratta, Barrica e Barbosa Leite (1920 - 1997), fiéis ao figurativismo. Inimá de Paula combina a paisagem com retratos, vistas urbanas, marinhas e naturezas-mortas. Próximo a Candido Portinari (1903 - 1962), que o auxilia na execução do grande painel Tiradentes, hoje no Memorial da América Latina, em São Paulo. A estada em Paris (de 1952 a 1956) dá lugar a trabalhos que caminham para a abstração. Mas, após curta passagem pelo abstracionismo, o pintor volta às figuras e, sobretudo, às paisagens. Aldemir Martins é talvez o nome mais popular do grupo, em função dos materiais gráficos que produz (capas de livros, discos e ilustrações) e dos objetos utilitários, jóias e embalagens que trazem os seus desenhos. Sua obra mobiliza um amplo repertório de temas e figuras do Nordeste brasileiro (como cangaceiros e rendeiras), além de explorar o colorido e as imagens da fauna e flora nacionais.
Antonio Bandeira talvez seja aquele a adquirir maior reconhecimento entre os críticos e mais destacada projeção internacional. Pintor, gravador e desenhista, Bandeira inicia sua carreira com trabalhos figurativos, mas que procuram fugir do típico e pitoresco, como indica a tela premiada no 3º Salão Anual Cearense, Cena de Botequim (1943). O período parisiense (1946-1950) representa uma guinada de sua obra em direção à abstração. Isso se dá, fundamentalmente, pelo contato com as vanguardas - sobretudo com o cubismo e com o fauvismo - e pela participação no Grupo Banbryols, que ele cria com Camille Bryen (1907) e Wols (1913-1951), em 1949. Os críticos datam justamente desse período (1948) sua adesão ao abstracionismo de corte informal, como em Paysage Lointan, 1949.
Fonte: SOCIEDADE Cearense de Artes Plásticas (Fortaleza, CE). In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 23 de Abr. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Inimá José de Paula (Itanhomi, MG, 7 de dezembro de 1918 — Belo Horizonte, MG, 13 de agosto de 1999), conhecido como Inimá de Paula, foi um pintor, desenhista e professor brasileiro.
Biografia
Quando criança, Inimá de Paula voltava da escola e sentava à mesa pra desenhar. Os dedos, a palma da mão, o punho, o braço - tudo se movia junto sobre a folha branca. Se fosse ensinar alguém, de Paula diria: a gente pinta com o corpo inteiro. Traz desde a infância o valor pelo ofício e a paciência, razões pelas quais se integrou ao grupo nipo-brasileiro da pintura paulista. Por causa dele, passou a encarar cada pincelada como um golpe preciso de espada. Além da técnica, o pintor defende o treino da sensibilidade, o que define como “Conviver com a natureza. Saber perceber e transformar isso em pintura.” Em suas obras, usa cores puras, violentas e contrastantes - tal qual saem da bisnaga. Cria manchas selvagens parecidas com as da pintura fauvista, cujo nome faz alusão à pele manchada das onças.
Foi influenciado pelos outros artistas com quem conviveu - Kaminagai, Takaoka, Iberê Camargo e Aldemir Martins, dentre outros -, absorvendo as lições que melhor se adequavam ao seu trabalho para desenvolver uma linguagem singular. Seu estilo lhe posicionaram como um dos mais autênticos intérpretes do cotidiano brasileiro. Suas obras são uma viagem ao passado, a Itanhomi, a cidadezinha do Vale do Aço (Minas Gerais) onde nasceu.
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Biografia Itaú Cultural
A partir de 1937, freqüenta o Núcleo Antônio Parreiras, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Em 1940, instala-se no Rio de Janeiro, matriculando-se nas aulas de Argemiro Cunha (1880-1940) no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, as quais abandona em pouco tempo. Passa a pintar com alguns dos ex-integrantes do Núcleo Bernardelli. Em 1944, transfere-se para Fortaleza, onde conhece artistas locais e participa da criação da Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP). Volta ao Rio de Janeiro em 1945 e expõe com Aldemir Martins (1922-2006), Antonio Bandeira (1922-1967) e Jean-Pierre Chabloz (1910-1984), na galeria Askanasy. Em 1948, graças ao apoio de Candido Portinari (1903-1962), faz sua primeira mostra individual no Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB/RJ). Em 1950, ganha o prêmio de viagem ao país do Salão Nacional de Belas Artes (SNBA) e, no ano seguinte, viaja e expõe na Bahia. Em 1952, recebe o prêmio de viagem ao exterior do Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM). Em Paris, entre 1954 e 1956, assiste a cursos na Académie de la Grande Chaumière e na École Normale Supérieure des Beaux-Arts. Em seguida, acompanha as aulas de André Lhote (1885 - 1962) e de Gino Severini (1883-1966). Quando volta, passa a fazer pinturas abstratas, algumas das quais mostra na 5ª Bienal de São Paulo. Na primeira metade dos anos 1960, muda-se para Belo Horizonte e retoma a pintura figurativa. Em 1998 é criada a Fundação Inimá de Paula em Belo Horizonte.
Comentário Crítico
Inimá é conhecido como "o fauve brasileiro"1 em razão das cores fortes e vibrantes com que pinta e que são de fato característica marcante do seu trabalho. São vermelhos, azuis, amarelos e verdes que parecem puros e são inscritos na tela com movimentos vigorosos. Em alguns casos, ele lembra Henri Matisse (1869-1954) de La Plage Rouge (1905) e, em outros, o expressionismo. Como na marinha Pequeno Porto (1987), toda de cores intensas, ou ainda em alguns auto-retratos, em que traços vigorosos e cores sombrias conferem perturbação à figura.
Entretanto, durante toda sua carreira, Inimá também realiza obras em que os brancos e cinzas dominam. Seja nas paisagens urbanas de Santa Teresa, seja nas marinhas cearenses, ou mais tardiamente nas vistas mineiras, o branco é utilizado como cor, conferindo ainda mais tranqüilidade às cenas já praticamente desprovidas de ação. Muitos críticos enfatizam tal aspecto.2
Outro ponto que costuma definir a obra de Inimá é a predominância da paisagem, especificamente a urbana. A combinação da arquitetura com a natureza permite ao pintor realizar composições muito equilibradas, em que tende a cobrir a maior parte da tela, deixando pouco espaço para o céu, alternando as cores organizadas no casario com as manchas de cor da vegetação.
Todavia, ele também pinta retratos, naturezas-mortas e composições abstratas. As naturezas-mortas revelam influências de Paul Cézanne (1839-1906) e Matisse, tanto no traço e nas cores quanto nos objetos. Seu período abstrato é variado, abarcando composições mais cubistas que mantêm um resquício de figura, e outras mais informais.
Críticas
"(...) Inimá tem permanecido expressionista, ao longo de sua carreira artística, com a única exceção de uma fase abstrata, resultante de sua permanência em Paris. (...) No primeiro período de sua permanência no Rio, Inimá pintou paisagens urbanas da Guanabara, sobretudo as casas centenárias da Cidade Nova e de Santa Teresa. (...) Esses quadros, seguidos de alguns retratos, são os trabalhos mais representativos dessa época expressionista do pintor. No período parisiense, (...) preocupa-se então, sobretudo, com o esquema do espaço e a representação geometrizada da natureza, de acordo com as idéias do seu mestre. (...). Vindo da Europa, Inimá regressou a Minas, tendo-se fixado entre Belo Horizonte e Ouro Preto. Voltou à figuração numa época em que já se evidenciava na Europa a crise da abstração. (...). A tendência expressionista logo avultaria nos primeiros tempos dessa nova volta à figuração, marcada pouco depois por uma surpreendente revalorização do objeto. As paisagens mineiras de Inimá, sobretudo as de Ouro Preto, divergem dos quadros de Guignard. (...) Mas, se as soluções de Guignard são quase sempre pictóricas, as de Inimá têm em vista outros desígnios, inclusive de ordem espacial ou arquitetônica, embora também o artista se preocupe em impor uma subjetividade à composição, obedecendo, nesse particular, a uma característica dos pintores expressionistas. Finalmente, em sua segunda fase, a carioca, (...) a arte de Inimá se enriquece e suas paisagens são mais variadas (...)"
Antônio Bento (CAVALCANTI, Carlos; AYALA, Walmir, org. Dicionário brasileiro de artistas plásticos. Apresentação de Maria Alice Barroso. Brasília: MEC/INL, 1973-1980. Dicionários especializados, 5.)
"Com exceção do longo período de trabalho no abstracionismo, durante a maior parte da década de 1950 e início da seguinte, o mineiro Inimá de Paula vem conservando tendência natural no sentido de uma mescla de fovismo e expressionismo, através da qual envolve seus temas prediletos: a paisagem e o retrato. Como anotou Antônio Bento, é possível que essa propensão de base tenha se desenvolvido mais intensamente a partir dos anos passados no Ceará, ainda quando ele iniciava a carreira de pintor depois de breve aprendizado em Juiz de Fora e no Rio. A paisagem nordestina e a inserção do ser humano nela teriam-lhe oferecido contrastes e violências que se iriam refletir nos aspectos cenograficamente dramatizados dos retratos, na luminosidade das paisagens mineiras e cariocas de várias fases ou nos interiores matisseanamente intensos e líricos de outros momentos. Até mesmo os anos de linguagem não figurativa - de início dominados, sob o estímulo de estudos com André Lhote, em Paris, pela busca de disciplina construtiva, e mais tarde transferidos para a área do tachismo - terminaram servindo de dínamo para adensar toda a prévia estrutura fauve-expressionista que o define. Mais recentemente, esse fundamento desembocou em pinturas onde a paisagem se submete a amplas e graves pinceladas de cores ferventes, com predomínio dos verdes, vermelhos, azuis e brancos, sem que no entanto os seus limites de origem cubista se tenham disfarçado por completo, embora tendentes cada vez mais a uma dispersão no esforço gestual. (...)"
Roberto Pontual (PONTUAL, Roberto. Arte brasileira contemporânea: Coleção Gilberto Chateaubriand. trad. Tradução de John Knox; Florence Eleanor Irvin. Apresentação de Pereira Carneiro. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 1976.)
"Não se pode falar propriamente de fases na pintura de Inimá de Paula. Ou, pelo menos, elas não estão bem delimitadas temática e formalmente. No máximo, pode-se circunscrever sua produção aos seus deslocamentos geográficos, mesmo assim precariamente, porque, acima deles, está o próprio estado de espírito do artista. Não há um desenvolvimento seqüencial ou linear de temas e colorido em sua obra. A cor, por vezes, irrompe furiosa em meio a longos períodos de predominância dos brancos e cinzas, e isto independe do lugar onde ele esteja. Da mesma maneira, em sua fase abstrata, ele não deixou de pintar obras figurativas. (...)
Porém, a marca mais visível e ao mesmo tempo a mais profunda é o fovismo, que se afirma plenamente em sua derradeira fase, a de Minas Gerais. Por intermédio do fovismo e de sua aproximação com a pintura de Kaminagai, ele se vincula à Escola de Paris, mas sem perder suas raízes brasileiras. Quando Inimá diz que sempre foi expressionista, é preciso entender bem o sentido de sua afirmação. Pode ser uma referência a momentos mais dramáticos de sua pintura, como o período carioca de 1967/1968, ou ele está empregando o termo no seu sentido mais amplo, o que define o expressionismo como uma tendência permanente da história da arte, que ressurge de tempos em tempos, sempre que existe uma crise, seja ela estética, seja moral, política ou econômica. Ou seja, o expressionismo seria o pólo da crise, por oposição ao pólo da construção, do qual o cubismo é exemplo. Crise e construção ou emoção e rigor seriam, então, as duas vertentes fundamentais da história da arte, cada uma delas abrigando diferentes escolas, ismos, tendências. Dentro desta perspectiva mais ampla, o fovismo integra a vertente expressionista. Ou então, pode-se dizer que ele é uma das suas raízes, ao lado do Die Brücke e do Blau Reiter, nascidos na Alemanha, pátria por excelência do expressionismo.
(...) Tudo o que deseja Inimá, com sua pintura, é alcançar uma atmosfera vibrátil para a cor. Como ele diz: 'Trabalhar o quadro sem magoá-lo, de forma espontânea, fluídica, uma pincelada, outra, mais outra, mas sem perder o sentido da forma, buscando sempre a ressonância e vibração da cor'."
Frederico Morais (A obra. Inimá de Paula. Rio de Janeiro: L. Christiano, 1987. p. 65, p. 68, p. 112.)
Depoimento Inimá de Paula
"Adoro pintar gente e paisagens. Quando não posso pintar ao natural, ao ar livre, por qualquer motivo, tiro fotografias e vou para o cavalete. Claro, a obra final nada tem a ver com a fotografia em si, porque foi alterada. Às vezes coloco gente nas minhas paisagens e sempre por problemas de composição e quando elas são absolutamente indispensáveis. Mas, de qualquer maneira, a paisagem é sempre maior e mais forte que o homem nas minhas telas".
Inimá de Paula ao Jornal da Tarde, 1982 (Paisagens. In: MORAIS, Frederico. Inimá de Paula. Apresentação de Israel Pedrosa. Rio de Janeiro: L. Christiano, 1987. p. 78)
Exposições Individuais
1948 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Hotel Copacabana Palace
1948 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no IAB/RJ
1948 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MEC
1948 - Salvador BA - Individual, na Galeria Oxumaré
1949 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Galeria Montmartre
1954 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Montmartre
1954 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MEC
1959 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Dantez
1961 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Pinguim
1962 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Picolla Galeria do Instituto Italiano di Cultura
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Biblioteca Nacional
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Barcinski
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria G4
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Macunaíma/Funarte
1966 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Grupiara
1966 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Pinguim
1967 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Guignard
1967 - Belo Horizonte MG - Individual, no Ibeu
1967 - Belo Horizonte MG - Individual, no MAP
1968 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Guignard
1970 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Hotel Copacabana Palace
1971 - Belo Horizonte MG - Individual, no Colégio Santa Dorotéia
1974 - Belo Horizonte MG - Individual, na Real Galeria de Arte
1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Vernissage Galeria de Arte
1975 - Brasília DF - Individual, na Performance Galeria de Arte
1976 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Caminito Artes e Presentes
1977 - Brasília DF - Individual, na Oscar Seraphico Galeria de Arte
1977 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Banco América do Sul S. A.
1978 - Belo Horizonte MG - Individual, na Ami Galeria de Arte
1978 - Salvador BA - Individual, na Kattya Galeria de Arte
1981 - Belo Horizonte MG - Inimá de Paula: 43 anos de pintura, na Ami Galeria de Arte
1982 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Realidade Galeria de Arte
1982 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte Portal
1983 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1984 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1985 - Belo Horizonte MG - Retrospectiva, no MAP
1985 - Brasília DF - Individual, na Performance Galeria de Arte
1985 - São Paulo SP - Retrospectiva, no MAM/SP
1986 - Rio de Janeiro RJ - Paisagens e Marinhas Brasileiras, na Villa Bernini Galeria
1988 - Belo Horizonte MG - Individual, na Chromos Galeria de Arte
1989 - Belo Horizonte MG - Inimá de Paula: obras recentes, no Espaço Cultural do Lloyds Bank
1993 - Salvador BA - Inimá, na MCR Galeria de Arte
1996 - Brasília DF - Individual, na Royal Art - Galeria de Arte
1997 - Belo Horizonte MG - Retrospectiva, no Palácio das Artes
1998 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Inimá
1998 - Belo Horizonte MG - Individual, na Fundação Inimá de Paula
1998 - Rio de Janeiro RJ - Retrospectiva, no Mnba
Exposições Coletivas
1945 - Rio de Janeiro RJ - Grupo Cearense, na Galeria Askanazy
1946 - Rio de Janeiro RJ - Os Pintores Vão à Escola do Povo, na Enba
1946 - Rio de Janeiro RJ - 52º Salão Nacional de Belas Artes, no Mnba
1947 - Rio de Janeiro RJ - 53º Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna, no Mnba - menção honrosa
1948 - Fortaleza CE - 4º Salão de Abril - 1º prêmio
1948 - Rio de Janeiro RJ - 54º Salão Nacional de Belas Artes, no Mnba - medalha de prata
1949 - Rio de Janeiro RJ - 55º Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna, no Mnba - medalha de prata
1949 - Salvador BA - 1º Salão Baiano de Belas Artes, no Hotel Bahia
1950 - Rio de Janeiro RJ - 56º Salão Nacional de Belas Artes, no Mnba - prêmio de viagem ao país
1950 - Salvador BA - 2º Salão Baiano de Belas Artes, no Belvedere da Sé - medalha de prata
1951 - Fortaleza CE - 4º Salão Cearense de Belas Artes - medalha de ouro
1951 - Rio de Janeiro RJ - 57º Salão Nacional de Belas Artes, no Mnba
1951 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Naturezas Mortas, no Serviço de Alimentação e Previdência Social
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon
1952 - Feira de Santana BA - 1ª Exposição de Arte Moderna de Feira de Santana, no Banco Econômico
1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna - prêmio de viagem ao exterior
1952 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artistas Brasileiros, no MAM/RJ
1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1953 - Belo Horizonte MG - Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte
1954 - Belo Horizonte MG - Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco, no Palácio da Cultura - prêmio de viagem ao exterior
1954 - Salvador BA - 4º Salão Baiano de Belas Artes, no Hotel Bahia - medalha de prata
1955 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão Nacional de Arte Moderna - hors-concours
1956 - Belo Horizonte MG - 11º Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte - prêmio/pintura
1956 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Ferroviário, no Ministério da Educação e Cultura - 1º prêmio/pintura
1957 - Buenos Aires (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Moderno de Buenos Aires
1957 - Lima (Peru) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte de Lima
1957 - Rosário (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo Municipal de Bellas Artes Juan B. Castagnino
1957 - Santiago (Chile) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Contemporáneo de Santiago
1958 - Rio de Janeiro RJ - Oito Artistas Contemporâneos, na Galeria Macunaíma
1958 - Rio de Janeiro RJ - Salão de Arte A Mãe e a Criança
1958 - Rio de Janeiro RJ - Salão do Mar
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, no Kunsthaus.
1959 - Nova York (Estados Unidos) - Inter-American Cultural and Artistic Competition, na Ceceille Art Gallery - 1º prêmio
1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1961 - Rio de Janeiro RJ - O Rio na Pintura Brasileira, na Biblioteca Estadual da Guanabara
1963 - Belo Horizonte MG - Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte - 2º prêmio
1963 - Rio de Janeiro RJ - A Paisagem como Tema, Galeria Ibeu Copacabana
1966 - Brasília DF - 3º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal - artista convidado
1966 - Rio de Janeiro RJ - Auto-Retratos, no Ibeu Copacabana
1968 - Florianópolis SC - 1ª Exposição Nacional de Artes Plásticas, no Masc
1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1973 - Atami (Japão) - 1ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1973 - Brasília DF - 1ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1973 - Brasília DF - Comemoração dos 107 Anos da Batalha do Riachuelo, no Hotel Nacional Brasília
1973 - Osaka (Japão) - 1ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1973 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1973 - São Paulo SP - 1ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1973 - Tóquio (Japão) - 1ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1974 - Belo Horizonte BH - 2º Salão Global de Inverno, no Palácio das Artes
1974 - Tóquio (Japão) - Pintores Brasileiros no Japão
1975 - Japão - 2ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no Salão da Assembléia Legislativa do Estado
1975 - Nova York (Estados Unidos) - Coletiva, na Genaile Art Gallery Inc.
1975 - Rio de Janeiro RJ - 2ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no Centro Lume
1975 - São Paulo SP - 2ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no Salão da Assembléia Legislativa do Estado
1976 - Belo Horizonte MG - Exposições dos Murais das Escolas Municipais de Belo Horizonte
1977 - São Paulo SP - 3ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1977 - Rio de Janeiro RJ - 3ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1977 - Tóquio (Japão) - 3ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1979 - São Paulo SP - 4ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1979 - Tóquio (Japão) - 4ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1979 - Kioto (Japão) - 4ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1979 - Atami (Japão) - 4ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - Atami (Japão) - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - Belo Horizonte MG - 8º Salão Global de Inverno, no Palácio das Artes
1981 - Belo Horizonte MG - Arte Mineira em Destaque, no Palácio das Artes
1981 - Belo Horizonte MG - Seis Artistas de Minas, na Ami Galeria de Arte
1981 - Brasília DF - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - Kioto (Japão) - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - Nekai (Japão) - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - Rio de Janeiro RJ - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - São Paulo SP - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - São Paulo SP - 8º Salão Global de Inverno, no Masp
1981 - Tóquio (Japão) - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1982 - Belo Horizonte MG - Coletiva de Pintores Brasileiros, na Gauguin Galeria de Arte
1983 - Atami (Japão) - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1983 - Kyoto (Japão) - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1983 - Rio de Janeiro RJ - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no Mnba
1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/SP
1983 - São Paulo SP - 14º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1983 - São Paulo SP - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no MAM/SP
1983 - Tóquio (Japão) - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1984 - Rio de Janeiro RJ - Pintura Brasileira Atuante, no Espaço Petrobrás
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - Atami (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Kyoto (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Rio de Janeiro RJ - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Brasil-Japão de Artes Plásticas
1985 - Rio de Janeiro RJ - Seis Décadas de Arte Moderna: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial
1985 - São Paulo SP - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Mokiti Okada - MOA
1985 - Tóquio (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1986 - Rio de Janeiro RJ - Tempos de Guerra: Hotel Internacional, na Galeria de Arte Banerj
1986 - Rio de Janeiro RJ - Tempos de Guerra: Pensão Mauá, na Galeria de Arte Banerj
1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1988 - São Paulo SP - 15 Anos de Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Mokiti Okada
1989 - Lisboa (Portugal) - Seis Décadas de Arte Moderna Brasileira: Coleção Roberto Marinho, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1989 - São Paulo SP - Trinta e Três Maneiras de Ver o Mundo, na Ranulpho Galeria de Arte
1990 - Goiânia GO - 20 Anos do Museu de Arte de Goiânia, no Museu de Arte
1990 - São Paulo SP - 6º Salão Brasileiro de Arte, na Fundação Mokiti Okada
1991 - Fortaleza CE - Scap: 50 anos, no Imperial Othon Palace Hotel
1992 - Rio de Janeiro RJ - 1º A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial
1992 - Rio de Janeiro RJ - Eco Art, no MAM/RJ
1992 - São Paulo SP - 7º Salão Brasileiro de Arte, na Fundação Mokiti Okada - MOA
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Guignard: 50 anos de uma escola de arte, na Galeria Vidyã
1995 - Belo Horizonte MG - Exposição Inaugural Nuance Galeria de Arte, na Nuance Galeria de Arte
1995 - São Paulo SP - Brasil-Japão Arte, na Fundação Mokiti Okada - MOA
1996 - Rio de Janeiro RJ - Visões do Rio, no MAM/RJ
1998 - Belo Horizonte MG - Arte Encontro-Brasil/Portugal: um momento de convergência, no Museu Mineiro
1999 - São Paulo SP - A Ressacralização da Arte, no Sesc/Pompéia
Exposições Póstumas
2000 - Fortaleza CE - Inimá de Paula: o fauve brasileiro, na Galeria Oboé Financeira
Fonte: INIMÁ de Paula. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 02 de Mar. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Wikipédia
Vida
Iniciou sua formação em 1937, no Núcleo Antônio Parreiras, em Juiz de Fora. Mudou-se em 1940 para o Rio de Janeiro, onde estudou com Argemiro Cunha no Liceu de Artes e Ofícios e trocou experiências com ex-integrantes do Núcleo Bernardelli. Em 1944, estabeleceu-se em Fortaleza, sendo um dos fundadores da Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP).
De volta ao Rio de Janeiro em 1945, expôs com Aldemir Martins, Antonio Bandeira e Jean-Pierre Chabloz. Sua primeira exposição individual foi realizada em 1948, no Instituto dos Arquitetos do Brasil. Na década de 1950, ganhou prêmios no Salão Nacional de Belas Artes e no Salão Nacional de Arte Moderna.
Prosseguiu seus estudos em Paris, entre 1954 e 1956, na Académie de la Grande Chaumière e na École Normale Supérieure des Beaux-Arts. Estudou com André Lhote e Gino Severini. O resultado desta fase foi uma mudança para a pintura abstrata, que apresentou na 5ª Bienal de São Paulo.
Na década de 1960, mudou-se para Belo Horizonte e voltou ao figurativismo.
Um ano antes de sua morte, estabeleceu a Fundação Inimá de Paula, para cuidar da sua obra. A fundação, em parceria com o governo de Minas Gerais, inaugurou em abril de 2008 o Museu Inimá de Paula, em Belo Horizonte.
Obra
A pintura de Inimá é marcada pelas cores fortes e vibrantes, que o aproximam do Fauvismo. No que diz respeito aos temas, predominam as paisagens, especialmente a urbanas.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 02 de março de 2018.
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Conheça o pintor Inimá de Paula
Inimá José de Paula nasceu em Itanhomi, pequena cidade localizada no Vale do Aço, em Minas Gerais. Ainda adolescente, dedicou-se ao retoque de fotografias até que, em 1938, residindo em Juiz de Fora, começou a desenhar junto ao núcleo de Antônio Parreiras, chegando ao Rio de Janeiro em 1940, onde exerceu ofícios modestos que lhe garantiram a sobrevivência. Cursou o Liceu de Artes e ofícios e transferiu-se para Fortaleza, a fim de trabalhar em um estúdio fotográfico. Teve na capital cearense amizades com Antonio Bandeira, Aldemir Martins e Pierre Chalboz, onde fundaram o Grupo Cearense. Ao lado desses artistas, expôs pela primeira vez uma coletiva na Galeria Askanazi, no Rio de Janeiro. Tendo Portinari como padrinho, realizou sua primeira exposição individual logo depois, na mesma cidade. Sua pintura na época seguia uma linguagem impressionista e os temas preferidos eram naturezas-mortas e paisagens urbanas.
Em 1952, recebeu o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro dado pelo Salão de Arte Moderna. Em Paris estudou com André Lothe e Gino Severine. Voltou ao Brasil em 1955 e suas telas passaram a apresentar paisagens urbanas, figuras compostas por planos, e que revelavam a influência do futurismo de Severini e do cubismo de Lhote. Conviveu com artistas como Santa Rosa, Antônio Bandeira, Aldemir Martins, Kaminagai, Portinari, Iberê Camargo, Takaoka, dentre outros, recolhendo sempre as melhores lições, sem abdicar de uma linguagem inconfundível. O seu estilo o consagrou como um dos mais autênticos e significativos intérpretes da sensibilidade tropical. Do impressionismo, passando pelo expressionismo e fauvismo brasileiro, bem como temas populares, pintou inúmeras favelas, paisagens urbanas e rurais de uma forma bela e marcante.
De índole lírica, era um artesão das cores, sendo considerado o nosso grande fauvista. Sua pintura, altamente elaborada e estruturada, com características bem definidas e pessoais, mostra, através de fartas e generosas pinceladas, paisagens de múltiplas tonalidades, encantando o espectador. Atualmente suas obras fazem parte do acervo de inúmeros museus brasileiros e conceituadas coleções em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Fortaleza, Salvador, dentre outros – e também no exterior. Com uma formação autodidata, dotado de enorme obstinação, transformou-se em um dos principais expoentes da pintura produzida no país no pós-guerra, figurando entre os maiores paisagistas modernos, ao lado de Guignard e Pancetti.
Fonte: Museu Inimá de Paula, consultado pela última vez em 02 de março de 2018.
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Sociedade Cearense de Artes Plásticas - SCAP
Criada em Fortaleza, em 1944, a Sociedade Cearense de Artes Plásticas - SCAP tem papel destacado na afirmação da arte moderna no Ceará. Sua origem remete ao Centro Cultural de Belas Artes - CCBA, fundado por Mário Baratta (1915 - 1983), em 1941, primeira entidade inteiramente dedicada às artes visuais na capital cearense. O Centro Cultural revela novos talentos, como Antonio Bandeira (1922 - 1967) e Aldemir Martins (1922), além de consolidar expressões locais, como Raimundo Cela (1890 - 1954). Os Salões de Abril, promovidos a partir de 1943 pelo CCBA - mas que ganham força a partir de 1946, com a SCAP - constituem importante espaço para a promoção dos artistas da região e para o intercâmbio com os de fora. Uma característica particular da Sociedade Cearense de Artes Plásticas é sua íntima articulação com a literatura. No seu interior surge o grupo Clã (Clube de Literatura e Artes), que reúne artistas plásticos e escritores. A repercussão das atividades da SCAP pode ser sentida, já em 1945, quando a galeria Askanasy, no Rio de Janeiro, realiza uma mostra de artistas cearenses, apresentada pelo crítico Rubem Navarra. A Sociedade, ativa até 1958, tem o mérito de impulsionar as artes no Ceará e, ao mesmo tempo, de divulgar artistas atuantes no Estado. Além de exposições periódicas e dos salões anuais, a Sociedade organiza também cursos de arte, que visam o aprimoramento da formação artística.
Ainda que o Rio de Janeiro e São Paulo sejam os centros da produção cultural e artística do país, os anos 1930 e 1940 assistem uma forte expansão das artes para outros Estados. Um dos canais importantes para a criação de um circuito nacional de arte são as mostras circulantes, como aquela que Marques Rebelo (1907 - 1973) organiza e que, entre 1947 e 1950, passa por Porto Alegre, Salvador, Florianópolis e Belo Horizonte. Antes disso, em 1937, Waldemar da Costa (1904 - 1982) leva a Fortaleza e Belém um conjunto de obras de São Paulo. Em Porto Alegre, Carlos Scliar (1920 - 2001), um dos principais membros do Clube de Gravura de Porto Alegre, atua, desde 1940, como importante intermediário entre os artistas de São Paulo e do Sul do país: membro da Família Artística Paulista - FAP, ele é responsável por levar ao Rio Grande do Sul um grupo de artistas e pintores no período, com vistas a incentivar a modernização artística local. A criação da Escola Guignard, em Belo Horizonte, na década de 1940, pelo pintor Guignard (1896 - 1962), é mais uma expressão das tentativas de ampliação dos centros artísticos no período. A 1ª Exposição de Arte Moderna, 1944, realizada na capital mineira, com a participação de artistas de diferentes regiões do país, confere visibilidade à produção local e à própria Escola Guignard. Em Recife, por sua vez, observam-se iniciativas de grupos e associações, como a criação da Sociedade de Arte Moderna do Recife - SAMR, fundada em 1948 por iniciativa de Abelardo da Hora (1924) e do arquiteto, pintor e desenhista Hélio Feijó (1913 - 1991), gérmen da criação do Ateliê Coletivo nos anos de 1950. A intensificação de canais de promoção e divulgação das artes em Fortaleza é mais um exemplo do movimento centrífugo que as artes e a produção cultural desenham no período.
Se os nomes de Vicente Leite (1900 - 1941) e do próprio Raimundo Cela são lembrados na história das artes cearense, é com o CCBA e depois com a SCAP que o Estado conhece suas maiores expressões artísticas: Mário Baratta, Barrica (1913 - 1993), Jean-Pierre Chabloz (1910 - 1984), Inimá de Paula (1918 - 1999), Antonio Bandeira, Aldemir Martins, entre outros. A tradição paisagística inaugurada pelos pioneiros é retomada nas obras de Mário Baratta, Barrica e Barbosa Leite (1920 - 1997), fiéis ao figurativismo. Inimá de Paula combina a paisagem com retratos, vistas urbanas, marinhas e naturezas-mortas. Próximo a Candido Portinari (1903 - 1962), que o auxilia na execução do grande painel Tiradentes, hoje no Memorial da América Latina, em São Paulo. A estada em Paris (de 1952 a 1956) dá lugar a trabalhos que caminham para a abstração. Mas, após curta passagem pelo abstracionismo, o pintor volta às figuras e, sobretudo, às paisagens. Aldemir Martins é talvez o nome mais popular do grupo, em função dos materiais gráficos que produz (capas de livros, discos e ilustrações) e dos objetos utilitários, jóias e embalagens que trazem os seus desenhos. Sua obra mobiliza um amplo repertório de temas e figuras do Nordeste brasileiro (como cangaceiros e rendeiras), além de explorar o colorido e as imagens da fauna e flora nacionais.
Antonio Bandeira talvez seja aquele a adquirir maior reconhecimento entre os críticos e mais destacada projeção internacional. Pintor, gravador e desenhista, Bandeira inicia sua carreira com trabalhos figurativos, mas que procuram fugir do típico e pitoresco, como indica a tela premiada no 3º Salão Anual Cearense, Cena de Botequim (1943). O período parisiense (1946-1950) representa uma guinada de sua obra em direção à abstração. Isso se dá, fundamentalmente, pelo contato com as vanguardas - sobretudo com o cubismo e com o fauvismo - e pela participação no Grupo Banbryols, que ele cria com Camille Bryen (1907) e Wols (1913-1951), em 1949. Os críticos datam justamente desse período (1948) sua adesão ao abstracionismo de corte informal, como em Paysage Lointan, 1949.
Fonte: SOCIEDADE Cearense de Artes Plásticas (Fortaleza, CE). In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 23 de Abr. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Inimá José de Paula (Itanhomi, MG, 7 de dezembro de 1918 — Belo Horizonte, MG, 13 de agosto de 1999), conhecido como Inimá de Paula, foi um pintor, desenhista e professor brasileiro.
Biografia
Quando criança, Inimá de Paula voltava da escola e sentava à mesa pra desenhar. Os dedos, a palma da mão, o punho, o braço - tudo se movia junto sobre a folha branca. Se fosse ensinar alguém, de Paula diria: a gente pinta com o corpo inteiro. Traz desde a infância o valor pelo ofício e a paciência, razões pelas quais se integrou ao grupo nipo-brasileiro da pintura paulista. Por causa dele, passou a encarar cada pincelada como um golpe preciso de espada. Além da técnica, o pintor defende o treino da sensibilidade, o que define como “Conviver com a natureza. Saber perceber e transformar isso em pintura.” Em suas obras, usa cores puras, violentas e contrastantes - tal qual saem da bisnaga. Cria manchas selvagens parecidas com as da pintura fauvista, cujo nome faz alusão à pele manchada das onças.
Foi influenciado pelos outros artistas com quem conviveu - Kaminagai, Takaoka, Iberê Camargo e Aldemir Martins, dentre outros -, absorvendo as lições que melhor se adequavam ao seu trabalho para desenvolver uma linguagem singular. Seu estilo lhe posicionaram como um dos mais autênticos intérpretes do cotidiano brasileiro. Suas obras são uma viagem ao passado, a Itanhomi, a cidadezinha do Vale do Aço (Minas Gerais) onde nasceu.
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Biografia Itaú Cultural
A partir de 1937, freqüenta o Núcleo Antônio Parreiras, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Em 1940, instala-se no Rio de Janeiro, matriculando-se nas aulas de Argemiro Cunha (1880-1940) no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, as quais abandona em pouco tempo. Passa a pintar com alguns dos ex-integrantes do Núcleo Bernardelli. Em 1944, transfere-se para Fortaleza, onde conhece artistas locais e participa da criação da Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP). Volta ao Rio de Janeiro em 1945 e expõe com Aldemir Martins (1922-2006), Antonio Bandeira (1922-1967) e Jean-Pierre Chabloz (1910-1984), na galeria Askanasy. Em 1948, graças ao apoio de Candido Portinari (1903-1962), faz sua primeira mostra individual no Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB/RJ). Em 1950, ganha o prêmio de viagem ao país do Salão Nacional de Belas Artes (SNBA) e, no ano seguinte, viaja e expõe na Bahia. Em 1952, recebe o prêmio de viagem ao exterior do Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM). Em Paris, entre 1954 e 1956, assiste a cursos na Académie de la Grande Chaumière e na École Normale Supérieure des Beaux-Arts. Em seguida, acompanha as aulas de André Lhote (1885 - 1962) e de Gino Severini (1883-1966). Quando volta, passa a fazer pinturas abstratas, algumas das quais mostra na 5ª Bienal de São Paulo. Na primeira metade dos anos 1960, muda-se para Belo Horizonte e retoma a pintura figurativa. Em 1998 é criada a Fundação Inimá de Paula em Belo Horizonte.
Comentário Crítico
Inimá é conhecido como "o fauve brasileiro"1 em razão das cores fortes e vibrantes com que pinta e que são de fato característica marcante do seu trabalho. São vermelhos, azuis, amarelos e verdes que parecem puros e são inscritos na tela com movimentos vigorosos. Em alguns casos, ele lembra Henri Matisse (1869-1954) de La Plage Rouge (1905) e, em outros, o expressionismo. Como na marinha Pequeno Porto (1987), toda de cores intensas, ou ainda em alguns auto-retratos, em que traços vigorosos e cores sombrias conferem perturbação à figura.
Entretanto, durante toda sua carreira, Inimá também realiza obras em que os brancos e cinzas dominam. Seja nas paisagens urbanas de Santa Teresa, seja nas marinhas cearenses, ou mais tardiamente nas vistas mineiras, o branco é utilizado como cor, conferindo ainda mais tranqüilidade às cenas já praticamente desprovidas de ação. Muitos críticos enfatizam tal aspecto.2
Outro ponto que costuma definir a obra de Inimá é a predominância da paisagem, especificamente a urbana. A combinação da arquitetura com a natureza permite ao pintor realizar composições muito equilibradas, em que tende a cobrir a maior parte da tela, deixando pouco espaço para o céu, alternando as cores organizadas no casario com as manchas de cor da vegetação.
Todavia, ele também pinta retratos, naturezas-mortas e composições abstratas. As naturezas-mortas revelam influências de Paul Cézanne (1839-1906) e Matisse, tanto no traço e nas cores quanto nos objetos. Seu período abstrato é variado, abarcando composições mais cubistas que mantêm um resquício de figura, e outras mais informais.
Críticas
"(...) Inimá tem permanecido expressionista, ao longo de sua carreira artística, com a única exceção de uma fase abstrata, resultante de sua permanência em Paris. (...) No primeiro período de sua permanência no Rio, Inimá pintou paisagens urbanas da Guanabara, sobretudo as casas centenárias da Cidade Nova e de Santa Teresa. (...) Esses quadros, seguidos de alguns retratos, são os trabalhos mais representativos dessa época expressionista do pintor. No período parisiense, (...) preocupa-se então, sobretudo, com o esquema do espaço e a representação geometrizada da natureza, de acordo com as idéias do seu mestre. (...). Vindo da Europa, Inimá regressou a Minas, tendo-se fixado entre Belo Horizonte e Ouro Preto. Voltou à figuração numa época em que já se evidenciava na Europa a crise da abstração. (...). A tendência expressionista logo avultaria nos primeiros tempos dessa nova volta à figuração, marcada pouco depois por uma surpreendente revalorização do objeto. As paisagens mineiras de Inimá, sobretudo as de Ouro Preto, divergem dos quadros de Guignard. (...) Mas, se as soluções de Guignard são quase sempre pictóricas, as de Inimá têm em vista outros desígnios, inclusive de ordem espacial ou arquitetônica, embora também o artista se preocupe em impor uma subjetividade à composição, obedecendo, nesse particular, a uma característica dos pintores expressionistas. Finalmente, em sua segunda fase, a carioca, (...) a arte de Inimá se enriquece e suas paisagens são mais variadas (...)"
Antônio Bento (CAVALCANTI, Carlos; AYALA, Walmir, org. Dicionário brasileiro de artistas plásticos. Apresentação de Maria Alice Barroso. Brasília: MEC/INL, 1973-1980. Dicionários especializados, 5.)
"Com exceção do longo período de trabalho no abstracionismo, durante a maior parte da década de 1950 e início da seguinte, o mineiro Inimá de Paula vem conservando tendência natural no sentido de uma mescla de fovismo e expressionismo, através da qual envolve seus temas prediletos: a paisagem e o retrato. Como anotou Antônio Bento, é possível que essa propensão de base tenha se desenvolvido mais intensamente a partir dos anos passados no Ceará, ainda quando ele iniciava a carreira de pintor depois de breve aprendizado em Juiz de Fora e no Rio. A paisagem nordestina e a inserção do ser humano nela teriam-lhe oferecido contrastes e violências que se iriam refletir nos aspectos cenograficamente dramatizados dos retratos, na luminosidade das paisagens mineiras e cariocas de várias fases ou nos interiores matisseanamente intensos e líricos de outros momentos. Até mesmo os anos de linguagem não figurativa - de início dominados, sob o estímulo de estudos com André Lhote, em Paris, pela busca de disciplina construtiva, e mais tarde transferidos para a área do tachismo - terminaram servindo de dínamo para adensar toda a prévia estrutura fauve-expressionista que o define. Mais recentemente, esse fundamento desembocou em pinturas onde a paisagem se submete a amplas e graves pinceladas de cores ferventes, com predomínio dos verdes, vermelhos, azuis e brancos, sem que no entanto os seus limites de origem cubista se tenham disfarçado por completo, embora tendentes cada vez mais a uma dispersão no esforço gestual. (...)"
Roberto Pontual (PONTUAL, Roberto. Arte brasileira contemporânea: Coleção Gilberto Chateaubriand. trad. Tradução de John Knox; Florence Eleanor Irvin. Apresentação de Pereira Carneiro. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 1976.)
"Não se pode falar propriamente de fases na pintura de Inimá de Paula. Ou, pelo menos, elas não estão bem delimitadas temática e formalmente. No máximo, pode-se circunscrever sua produção aos seus deslocamentos geográficos, mesmo assim precariamente, porque, acima deles, está o próprio estado de espírito do artista. Não há um desenvolvimento seqüencial ou linear de temas e colorido em sua obra. A cor, por vezes, irrompe furiosa em meio a longos períodos de predominância dos brancos e cinzas, e isto independe do lugar onde ele esteja. Da mesma maneira, em sua fase abstrata, ele não deixou de pintar obras figurativas. (...)
Porém, a marca mais visível e ao mesmo tempo a mais profunda é o fovismo, que se afirma plenamente em sua derradeira fase, a de Minas Gerais. Por intermédio do fovismo e de sua aproximação com a pintura de Kaminagai, ele se vincula à Escola de Paris, mas sem perder suas raízes brasileiras. Quando Inimá diz que sempre foi expressionista, é preciso entender bem o sentido de sua afirmação. Pode ser uma referência a momentos mais dramáticos de sua pintura, como o período carioca de 1967/1968, ou ele está empregando o termo no seu sentido mais amplo, o que define o expressionismo como uma tendência permanente da história da arte, que ressurge de tempos em tempos, sempre que existe uma crise, seja ela estética, seja moral, política ou econômica. Ou seja, o expressionismo seria o pólo da crise, por oposição ao pólo da construção, do qual o cubismo é exemplo. Crise e construção ou emoção e rigor seriam, então, as duas vertentes fundamentais da história da arte, cada uma delas abrigando diferentes escolas, ismos, tendências. Dentro desta perspectiva mais ampla, o fovismo integra a vertente expressionista. Ou então, pode-se dizer que ele é uma das suas raízes, ao lado do Die Brücke e do Blau Reiter, nascidos na Alemanha, pátria por excelência do expressionismo.
(...) Tudo o que deseja Inimá, com sua pintura, é alcançar uma atmosfera vibrátil para a cor. Como ele diz: 'Trabalhar o quadro sem magoá-lo, de forma espontânea, fluídica, uma pincelada, outra, mais outra, mas sem perder o sentido da forma, buscando sempre a ressonância e vibração da cor'."
Frederico Morais (A obra. Inimá de Paula. Rio de Janeiro: L. Christiano, 1987. p. 65, p. 68, p. 112.)
Depoimento Inimá de Paula
"Adoro pintar gente e paisagens. Quando não posso pintar ao natural, ao ar livre, por qualquer motivo, tiro fotografias e vou para o cavalete. Claro, a obra final nada tem a ver com a fotografia em si, porque foi alterada. Às vezes coloco gente nas minhas paisagens e sempre por problemas de composição e quando elas são absolutamente indispensáveis. Mas, de qualquer maneira, a paisagem é sempre maior e mais forte que o homem nas minhas telas".
Inimá de Paula ao Jornal da Tarde, 1982 (Paisagens. In: MORAIS, Frederico. Inimá de Paula. Apresentação de Israel Pedrosa. Rio de Janeiro: L. Christiano, 1987. p. 78)
Exposições Individuais
1948 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Hotel Copacabana Palace
1948 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no IAB/RJ
1948 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MEC
1948 - Salvador BA - Individual, na Galeria Oxumaré
1949 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Galeria Montmartre
1954 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Montmartre
1954 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MEC
1959 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Dantez
1961 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Pinguim
1962 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Picolla Galeria do Instituto Italiano di Cultura
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Biblioteca Nacional
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Barcinski
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria G4
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Macunaíma/Funarte
1966 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Grupiara
1966 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Pinguim
1967 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Guignard
1967 - Belo Horizonte MG - Individual, no Ibeu
1967 - Belo Horizonte MG - Individual, no MAP
1968 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Guignard
1970 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Hotel Copacabana Palace
1971 - Belo Horizonte MG - Individual, no Colégio Santa Dorotéia
1974 - Belo Horizonte MG - Individual, na Real Galeria de Arte
1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Vernissage Galeria de Arte
1975 - Brasília DF - Individual, na Performance Galeria de Arte
1976 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Caminito Artes e Presentes
1977 - Brasília DF - Individual, na Oscar Seraphico Galeria de Arte
1977 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Banco América do Sul S. A.
1978 - Belo Horizonte MG - Individual, na Ami Galeria de Arte
1978 - Salvador BA - Individual, na Kattya Galeria de Arte
1981 - Belo Horizonte MG - Inimá de Paula: 43 anos de pintura, na Ami Galeria de Arte
1982 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Realidade Galeria de Arte
1982 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte Portal
1983 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1984 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1985 - Belo Horizonte MG - Retrospectiva, no MAP
1985 - Brasília DF - Individual, na Performance Galeria de Arte
1985 - São Paulo SP - Retrospectiva, no MAM/SP
1986 - Rio de Janeiro RJ - Paisagens e Marinhas Brasileiras, na Villa Bernini Galeria
1988 - Belo Horizonte MG - Individual, na Chromos Galeria de Arte
1989 - Belo Horizonte MG - Inimá de Paula: obras recentes, no Espaço Cultural do Lloyds Bank
1993 - Salvador BA - Inimá, na MCR Galeria de Arte
1996 - Brasília DF - Individual, na Royal Art - Galeria de Arte
1997 - Belo Horizonte MG - Retrospectiva, no Palácio das Artes
1998 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Inimá
1998 - Belo Horizonte MG - Individual, na Fundação Inimá de Paula
1998 - Rio de Janeiro RJ - Retrospectiva, no Mnba
Exposições Coletivas
1945 - Rio de Janeiro RJ - Grupo Cearense, na Galeria Askanazy
1946 - Rio de Janeiro RJ - Os Pintores Vão à Escola do Povo, na Enba
1946 - Rio de Janeiro RJ - 52º Salão Nacional de Belas Artes, no Mnba
1947 - Rio de Janeiro RJ - 53º Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna, no Mnba - menção honrosa
1948 - Fortaleza CE - 4º Salão de Abril - 1º prêmio
1948 - Rio de Janeiro RJ - 54º Salão Nacional de Belas Artes, no Mnba - medalha de prata
1949 - Rio de Janeiro RJ - 55º Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna, no Mnba - medalha de prata
1949 - Salvador BA - 1º Salão Baiano de Belas Artes, no Hotel Bahia
1950 - Rio de Janeiro RJ - 56º Salão Nacional de Belas Artes, no Mnba - prêmio de viagem ao país
1950 - Salvador BA - 2º Salão Baiano de Belas Artes, no Belvedere da Sé - medalha de prata
1951 - Fortaleza CE - 4º Salão Cearense de Belas Artes - medalha de ouro
1951 - Rio de Janeiro RJ - 57º Salão Nacional de Belas Artes, no Mnba
1951 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Naturezas Mortas, no Serviço de Alimentação e Previdência Social
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon
1952 - Feira de Santana BA - 1ª Exposição de Arte Moderna de Feira de Santana, no Banco Econômico
1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna - prêmio de viagem ao exterior
1952 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artistas Brasileiros, no MAM/RJ
1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1953 - Belo Horizonte MG - Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte
1954 - Belo Horizonte MG - Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco, no Palácio da Cultura - prêmio de viagem ao exterior
1954 - Salvador BA - 4º Salão Baiano de Belas Artes, no Hotel Bahia - medalha de prata
1955 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão Nacional de Arte Moderna - hors-concours
1956 - Belo Horizonte MG - 11º Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte - prêmio/pintura
1956 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Ferroviário, no Ministério da Educação e Cultura - 1º prêmio/pintura
1957 - Buenos Aires (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Moderno de Buenos Aires
1957 - Lima (Peru) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte de Lima
1957 - Rosário (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo Municipal de Bellas Artes Juan B. Castagnino
1957 - Santiago (Chile) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Contemporáneo de Santiago
1958 - Rio de Janeiro RJ - Oito Artistas Contemporâneos, na Galeria Macunaíma
1958 - Rio de Janeiro RJ - Salão de Arte A Mãe e a Criança
1958 - Rio de Janeiro RJ - Salão do Mar
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, no Kunsthaus.
1959 - Nova York (Estados Unidos) - Inter-American Cultural and Artistic Competition, na Ceceille Art Gallery - 1º prêmio
1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1961 - Rio de Janeiro RJ - O Rio na Pintura Brasileira, na Biblioteca Estadual da Guanabara
1963 - Belo Horizonte MG - Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte - 2º prêmio
1963 - Rio de Janeiro RJ - A Paisagem como Tema, Galeria Ibeu Copacabana
1966 - Brasília DF - 3º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal - artista convidado
1966 - Rio de Janeiro RJ - Auto-Retratos, no Ibeu Copacabana
1968 - Florianópolis SC - 1ª Exposição Nacional de Artes Plásticas, no Masc
1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1973 - Atami (Japão) - 1ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1973 - Brasília DF - 1ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1973 - Brasília DF - Comemoração dos 107 Anos da Batalha do Riachuelo, no Hotel Nacional Brasília
1973 - Osaka (Japão) - 1ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1973 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1973 - São Paulo SP - 1ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1973 - Tóquio (Japão) - 1ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1974 - Belo Horizonte BH - 2º Salão Global de Inverno, no Palácio das Artes
1974 - Tóquio (Japão) - Pintores Brasileiros no Japão
1975 - Japão - 2ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no Salão da Assembléia Legislativa do Estado
1975 - Nova York (Estados Unidos) - Coletiva, na Genaile Art Gallery Inc.
1975 - Rio de Janeiro RJ - 2ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no Centro Lume
1975 - São Paulo SP - 2ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no Salão da Assembléia Legislativa do Estado
1976 - Belo Horizonte MG - Exposições dos Murais das Escolas Municipais de Belo Horizonte
1977 - São Paulo SP - 3ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1977 - Rio de Janeiro RJ - 3ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1977 - Tóquio (Japão) - 3ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1979 - São Paulo SP - 4ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1979 - Tóquio (Japão) - 4ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1979 - Kioto (Japão) - 4ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1979 - Atami (Japão) - 4ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - Atami (Japão) - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - Belo Horizonte MG - 8º Salão Global de Inverno, no Palácio das Artes
1981 - Belo Horizonte MG - Arte Mineira em Destaque, no Palácio das Artes
1981 - Belo Horizonte MG - Seis Artistas de Minas, na Ami Galeria de Arte
1981 - Brasília DF - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - Kioto (Japão) - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - Nekai (Japão) - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - Rio de Janeiro RJ - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - São Paulo SP - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - São Paulo SP - 8º Salão Global de Inverno, no Masp
1981 - Tóquio (Japão) - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1982 - Belo Horizonte MG - Coletiva de Pintores Brasileiros, na Gauguin Galeria de Arte
1983 - Atami (Japão) - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1983 - Kyoto (Japão) - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1983 - Rio de Janeiro RJ - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no Mnba
1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/SP
1983 - São Paulo SP - 14º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1983 - São Paulo SP - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no MAM/SP
1983 - Tóquio (Japão) - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1984 - Rio de Janeiro RJ - Pintura Brasileira Atuante, no Espaço Petrobrás
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - Atami (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Kyoto (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Rio de Janeiro RJ - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Brasil-Japão de Artes Plásticas
1985 - Rio de Janeiro RJ - Seis Décadas de Arte Moderna: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial
1985 - São Paulo SP - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Mokiti Okada - MOA
1985 - Tóquio (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1986 - Rio de Janeiro RJ - Tempos de Guerra: Hotel Internacional, na Galeria de Arte Banerj
1986 - Rio de Janeiro RJ - Tempos de Guerra: Pensão Mauá, na Galeria de Arte Banerj
1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1988 - São Paulo SP - 15 Anos de Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Mokiti Okada
1989 - Lisboa (Portugal) - Seis Décadas de Arte Moderna Brasileira: Coleção Roberto Marinho, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1989 - São Paulo SP - Trinta e Três Maneiras de Ver o Mundo, na Ranulpho Galeria de Arte
1990 - Goiânia GO - 20 Anos do Museu de Arte de Goiânia, no Museu de Arte
1990 - São Paulo SP - 6º Salão Brasileiro de Arte, na Fundação Mokiti Okada
1991 - Fortaleza CE - Scap: 50 anos, no Imperial Othon Palace Hotel
1992 - Rio de Janeiro RJ - 1º A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial
1992 - Rio de Janeiro RJ - Eco Art, no MAM/RJ
1992 - São Paulo SP - 7º Salão Brasileiro de Arte, na Fundação Mokiti Okada - MOA
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Guignard: 50 anos de uma escola de arte, na Galeria Vidyã
1995 - Belo Horizonte MG - Exposição Inaugural Nuance Galeria de Arte, na Nuance Galeria de Arte
1995 - São Paulo SP - Brasil-Japão Arte, na Fundação Mokiti Okada - MOA
1996 - Rio de Janeiro RJ - Visões do Rio, no MAM/RJ
1998 - Belo Horizonte MG - Arte Encontro-Brasil/Portugal: um momento de convergência, no Museu Mineiro
1999 - São Paulo SP - A Ressacralização da Arte, no Sesc/Pompéia
Exposições Póstumas
2000 - Fortaleza CE - Inimá de Paula: o fauve brasileiro, na Galeria Oboé Financeira
Fonte: INIMÁ de Paula. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 02 de Mar. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Wikipédia
Vida
Iniciou sua formação em 1937, no Núcleo Antônio Parreiras, em Juiz de Fora. Mudou-se em 1940 para o Rio de Janeiro, onde estudou com Argemiro Cunha no Liceu de Artes e Ofícios e trocou experiências com ex-integrantes do Núcleo Bernardelli. Em 1944, estabeleceu-se em Fortaleza, sendo um dos fundadores da Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP).
De volta ao Rio de Janeiro em 1945, expôs com Aldemir Martins, Antonio Bandeira e Jean-Pierre Chabloz. Sua primeira exposição individual foi realizada em 1948, no Instituto dos Arquitetos do Brasil. Na década de 1950, ganhou prêmios no Salão Nacional de Belas Artes e no Salão Nacional de Arte Moderna.
Prosseguiu seus estudos em Paris, entre 1954 e 1956, na Académie de la Grande Chaumière e na École Normale Supérieure des Beaux-Arts. Estudou com André Lhote e Gino Severini. O resultado desta fase foi uma mudança para a pintura abstrata, que apresentou na 5ª Bienal de São Paulo.
Na década de 1960, mudou-se para Belo Horizonte e voltou ao figurativismo.
Um ano antes de sua morte, estabeleceu a Fundação Inimá de Paula, para cuidar da sua obra. A fundação, em parceria com o governo de Minas Gerais, inaugurou em abril de 2008 o Museu Inimá de Paula, em Belo Horizonte.
Obra
A pintura de Inimá é marcada pelas cores fortes e vibrantes, que o aproximam do Fauvismo. No que diz respeito aos temas, predominam as paisagens, especialmente a urbanas.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 02 de março de 2018.
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Conheça o pintor Inimá de Paula
Inimá José de Paula nasceu em Itanhomi, pequena cidade localizada no Vale do Aço, em Minas Gerais. Ainda adolescente, dedicou-se ao retoque de fotografias até que, em 1938, residindo em Juiz de Fora, começou a desenhar junto ao núcleo de Antônio Parreiras, chegando ao Rio de Janeiro em 1940, onde exerceu ofícios modestos que lhe garantiram a sobrevivência. Cursou o Liceu de Artes e ofícios e transferiu-se para Fortaleza, a fim de trabalhar em um estúdio fotográfico. Teve na capital cearense amizades com Antonio Bandeira, Aldemir Martins e Pierre Chalboz, onde fundaram o Grupo Cearense. Ao lado desses artistas, expôs pela primeira vez uma coletiva na Galeria Askanazi, no Rio de Janeiro. Tendo Portinari como padrinho, realizou sua primeira exposição individual logo depois, na mesma cidade. Sua pintura na época seguia uma linguagem impressionista e os temas preferidos eram naturezas-mortas e paisagens urbanas.
Em 1952, recebeu o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro dado pelo Salão de Arte Moderna. Em Paris estudou com André Lothe e Gino Severine. Voltou ao Brasil em 1955 e suas telas passaram a apresentar paisagens urbanas, figuras compostas por planos, e que revelavam a influência do futurismo de Severini e do cubismo de Lhote. Conviveu com artistas como Santa Rosa, Antônio Bandeira, Aldemir Martins, Kaminagai, Portinari, Iberê Camargo, Takaoka, dentre outros, recolhendo sempre as melhores lições, sem abdicar de uma linguagem inconfundível. O seu estilo o consagrou como um dos mais autênticos e significativos intérpretes da sensibilidade tropical. Do impressionismo, passando pelo expressionismo e fauvismo brasileiro, bem como temas populares, pintou inúmeras favelas, paisagens urbanas e rurais de uma forma bela e marcante.
De índole lírica, era um artesão das cores, sendo considerado o nosso grande fauvista. Sua pintura, altamente elaborada e estruturada, com características bem definidas e pessoais, mostra, através de fartas e generosas pinceladas, paisagens de múltiplas tonalidades, encantando o espectador. Atualmente suas obras fazem parte do acervo de inúmeros museus brasileiros e conceituadas coleções em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Fortaleza, Salvador, dentre outros – e também no exterior. Com uma formação autodidata, dotado de enorme obstinação, transformou-se em um dos principais expoentes da pintura produzida no país no pós-guerra, figurando entre os maiores paisagistas modernos, ao lado de Guignard e Pancetti.
Fonte: Museu Inimá de Paula, consultado pela última vez em 02 de março de 2018.
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Sociedade Cearense de Artes Plásticas - SCAP
Criada em Fortaleza, em 1944, a Sociedade Cearense de Artes Plásticas - SCAP tem papel destacado na afirmação da arte moderna no Ceará. Sua origem remete ao Centro Cultural de Belas Artes - CCBA, fundado por Mário Baratta (1915 - 1983), em 1941, primeira entidade inteiramente dedicada às artes visuais na capital cearense. O Centro Cultural revela novos talentos, como Antonio Bandeira (1922 - 1967) e Aldemir Martins (1922), além de consolidar expressões locais, como Raimundo Cela (1890 - 1954). Os Salões de Abril, promovidos a partir de 1943 pelo CCBA - mas que ganham força a partir de 1946, com a SCAP - constituem importante espaço para a promoção dos artistas da região e para o intercâmbio com os de fora. Uma característica particular da Sociedade Cearense de Artes Plásticas é sua íntima articulação com a literatura. No seu interior surge o grupo Clã (Clube de Literatura e Artes), que reúne artistas plásticos e escritores. A repercussão das atividades da SCAP pode ser sentida, já em 1945, quando a galeria Askanasy, no Rio de Janeiro, realiza uma mostra de artistas cearenses, apresentada pelo crítico Rubem Navarra. A Sociedade, ativa até 1958, tem o mérito de impulsionar as artes no Ceará e, ao mesmo tempo, de divulgar artistas atuantes no Estado. Além de exposições periódicas e dos salões anuais, a Sociedade organiza também cursos de arte, que visam o aprimoramento da formação artística.
Ainda que o Rio de Janeiro e São Paulo sejam os centros da produção cultural e artística do país, os anos 1930 e 1940 assistem uma forte expansão das artes para outros Estados. Um dos canais importantes para a criação de um circuito nacional de arte são as mostras circulantes, como aquela que Marques Rebelo (1907 - 1973) organiza e que, entre 1947 e 1950, passa por Porto Alegre, Salvador, Florianópolis e Belo Horizonte. Antes disso, em 1937, Waldemar da Costa (1904 - 1982) leva a Fortaleza e Belém um conjunto de obras de São Paulo. Em Porto Alegre, Carlos Scliar (1920 - 2001), um dos principais membros do Clube de Gravura de Porto Alegre, atua, desde 1940, como importante intermediário entre os artistas de São Paulo e do Sul do país: membro da Família Artística Paulista - FAP, ele é responsável por levar ao Rio Grande do Sul um grupo de artistas e pintores no período, com vistas a incentivar a modernização artística local. A criação da Escola Guignard, em Belo Horizonte, na década de 1940, pelo pintor Guignard (1896 - 1962), é mais uma expressão das tentativas de ampliação dos centros artísticos no período. A 1ª Exposição de Arte Moderna, 1944, realizada na capital mineira, com a participação de artistas de diferentes regiões do país, confere visibilidade à produção local e à própria Escola Guignard. Em Recife, por sua vez, observam-se iniciativas de grupos e associações, como a criação da Sociedade de Arte Moderna do Recife - SAMR, fundada em 1948 por iniciativa de Abelardo da Hora (1924) e do arquiteto, pintor e desenhista Hélio Feijó (1913 - 1991), gérmen da criação do Ateliê Coletivo nos anos de 1950. A intensificação de canais de promoção e divulgação das artes em Fortaleza é mais um exemplo do movimento centrífugo que as artes e a produção cultural desenham no período.
Se os nomes de Vicente Leite (1900 - 1941) e do próprio Raimundo Cela são lembrados na história das artes cearense, é com o CCBA e depois com a SCAP que o Estado conhece suas maiores expressões artísticas: Mário Baratta, Barrica (1913 - 1993), Jean-Pierre Chabloz (1910 - 1984), Inimá de Paula (1918 - 1999), Antonio Bandeira, Aldemir Martins, entre outros. A tradição paisagística inaugurada pelos pioneiros é retomada nas obras de Mário Baratta, Barrica e Barbosa Leite (1920 - 1997), fiéis ao figurativismo. Inimá de Paula combina a paisagem com retratos, vistas urbanas, marinhas e naturezas-mortas. Próximo a Candido Portinari (1903 - 1962), que o auxilia na execução do grande painel Tiradentes, hoje no Memorial da América Latina, em São Paulo. A estada em Paris (de 1952 a 1956) dá lugar a trabalhos que caminham para a abstração. Mas, após curta passagem pelo abstracionismo, o pintor volta às figuras e, sobretudo, às paisagens. Aldemir Martins é talvez o nome mais popular do grupo, em função dos materiais gráficos que produz (capas de livros, discos e ilustrações) e dos objetos utilitários, jóias e embalagens que trazem os seus desenhos. Sua obra mobiliza um amplo repertório de temas e figuras do Nordeste brasileiro (como cangaceiros e rendeiras), além de explorar o colorido e as imagens da fauna e flora nacionais.
Antonio Bandeira talvez seja aquele a adquirir maior reconhecimento entre os críticos e mais destacada projeção internacional. Pintor, gravador e desenhista, Bandeira inicia sua carreira com trabalhos figurativos, mas que procuram fugir do típico e pitoresco, como indica a tela premiada no 3º Salão Anual Cearense, Cena de Botequim (1943). O período parisiense (1946-1950) representa uma guinada de sua obra em direção à abstração. Isso se dá, fundamentalmente, pelo contato com as vanguardas - sobretudo com o cubismo e com o fauvismo - e pela participação no Grupo Banbryols, que ele cria com Camille Bryen (1907) e Wols (1913-1951), em 1949. Os críticos datam justamente desse período (1948) sua adesão ao abstracionismo de corte informal, como em Paysage Lointan, 1949.
Fonte: SOCIEDADE Cearense de Artes Plásticas (Fortaleza, CE). In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 23 de Abr. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7