Flávio Shiró Tanaka (Sapporo, Hokkaido, Japão, 1928) é um pintor, desenhista, gravador e cenógrafo brasileiro. Possui um estilo chamado realismo lírico não figurativo, onde pode-se notar a presença da natureza brasileira através da vegetação, fauna e o objeto humano.
Biografia Oficial
Nasce em 1928 em Sapporo, na ilha setentrional de Hokkaido, Japão, filho caçula de Massami Tanaka e de Aï Iwane, ambos descendentes de samurais.
Anos 1930
Emigra com a família para o Brasil, crescendo em Tomé Açu, na floresta amazônica. Em 1939, em busca de melhores condições de vida e de educação para os filhos, a família se muda para São Paulo.
Anos 1940
Primeira pintura em 1942, enquanto estuda numa Escola de Artes e Ofícios. Começa a trabalhar aos 15 anis, pintando cerâmicas, e depois na Metro Goldwyn Mayer, em cartazes para cinemas. Freqüenta o Grupo Santa Helena, um grupo de pintores modernos de classe operària, e torna-se membro do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo. Muda-se pra o Rio de Janeiro, trabalhando numa molduraria. Participa de exposições coletivas, ganhando reconhecimento e vários prêmios. Assina Shiro Tanaka ou F.S. Tanaka.
Anos 1950
Primeira exposição individual em 1950, no Rio de Janeiro. Expõe obras na primeira Bienal de São Paulo. Naturaliza-se brasileiro. Chega em Paris em 1953. Estuda técnicas de mosaico com Gino Severini, de gravura e litografia na Ecole Nationale des Beaux Arts; copia mestres antigos no Louvre. Exposições individuais e coletivas em Paris, na Europa e no Brasil. Casa e tem dois filhos.Volta para o Brasil em 1959, vivendo em Salvador, Bahia.
Anos 1960
Volta para Paris e começa a assinar Flavio-Shiró. Prêmio de pintura na segunda Bienal de Paris. Exposições individuais e coletivas - entre estas Guggenheim International em 1960 - na Europa, América Latina e Estados Unidos, com pinturas sugerindo monstros e maquinas míticos. Viaja pela Europa, o Oriente Médio, Américas e a ásia. Fotografa Maio de 1968 em Paris. Realiza serie de fotografias experimentais.
Anos 1970
O desenho reaparece em grandes pinturas, em técnica mista e fusain, aludindo a rostos imaginários, seguidos pela reinvenção do corpo. Expõe no Brasil, na França, Espanha, Itália, Alemanha, no Reino Unido e nos Estados Unidos.
Anos 1980
Compra e restaura uma casa no Rio de Janeiro e começa a dividir o ano entre Paris e o Rio. Prêmio Panorama da Arte Brasileira e Prêmio Itamaraty na Bienal de São Paulo de 1989. Expõe, muitas vezes com artistas latino-americanos, no Brasil, no Japão, em Cuba, na França e na Itália. Encontra Matta, que lhe diz que O que é obvio não me interessa mais. A sua pintura, habitada por seres estranhos e indefinidos, me atrai... Pintura assim impregnada de poesia é rara, hoje em dia.
Anos 1990
Ganha o Prêmio Eco-Arte na Conferência Mundial do Meio Ambiente de 1992 no Rio de Janeiro, e o Prêmio da Exposição Internacional Japão-Brasil. Grandes retrospectivas mostrando cinqüenta anos de pintura no Museu Hara de Arte Contemporânea de Tóquio, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e no Museu de Arte de São Paulo (MASP). Exposição individual no novo Museu de Arte Contemporânea de Niterói. Mostra monotipias na exposição de gravuras Daumier, Chagall, Derain, Miro, Flavio-Shiró no Rio de Janeiro.
Anos 2000
Retrospectivas importantes com a exposição Flavio-Shiró, pintor de três mundos : uma trajetória de 65 anos no Instituto Tomie Ohtake de São Paulo, na Casa das Onze Janelas de Belém e no Centro Cultural Correios no Rio de Janeiro. Continua pintando, chegando em breve a setenta anos de pintura.
Fonte: Site oficial Flávio Shiró,
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Biografia - Itaú Cultural
Chega ao Brasil em 1932, e instala-se com a família numa colônia japonesa em Tomé-Açu, no Pará. Reside em São Paulo a partir de 1940. Estuda na Escola Profissional Getúlio Vargas, onde conhece Octávio Araújo (1926-2015), Marcelo Grassmann (1925-2013) e Luiz Sacilotto (1924-2003). Por volta de 1943 tem contato com Alfredo Volpi (1896-1988) e Francisco Rebolo (1902-1980) integrantes do Grupo Santa Helena. Em 1947, integra o Grupo Seibi. No ano seguinte, trabalha na molduraria do pintor Tadashi Kaminagai (1899-1982). Com bolsa de estudo, viaja a Paris, onde permanece de 1953 a 1983. Estuda mosaico com Gino Severini (1883-1966), gravura em metal com Johnny Friedlaender (1912-1992) e litografia na École National Supérieure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes]; e freqüenta o ateliê de Sugai e Tabuchi. Na década de 1960, participa do movimento artístico brasileiro e integra o Grupo Austral (Movimento Phases) de São Paulo. Dedica-se à abstração informal, desde a década de 1950. A partir dos anos 1970, suas telas apresentam sugestões de figuras, por vezes seres fantásticos ou monstruosos. Em 1990, é publicado o livro Flávio-Shiró, pela editora Salamandra. A exposição Trajetória: 50 Anos de Pintura de Flavio-Shiró é apresentada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ) e no Hara Museum of Contemporary Art, em Tóquio, em 1993, e no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), em 1994.
Análise
Após iniciar sua carreira com obras figurativas, de caráter expressionista, Flávio-Shiró dedica-se à abstração informal a partir da década de 1950. Cria obras nas quais se destacam a gestualidade da pincelada e as superfícies carregadas de matéria, empregando freqüentemente o negro e cores escuras ou neutras.
No início dos anos 1960, Shiró deixa surgir uma possibilidade de desenho em quadros nos quais passa gradativamente a utilizar planos de fundo claros, em contraste com as imagens escuras. Em algumas telas, apresenta formas orgânicas, aproximando-se da figuração, como em Delfica (1963). Como nota o crítico de arte Reynaldo Roels Jr (1952-2009)., desde os anos 1970, o foco central de suas telas se desloca para a figura, mesmo que ela não seja facilmente discernida. A partir de então, as figuras, muitas vezes sugestões de seres fantásticos ou monstruosos, aparecem com toda força em suas telas, em contextos abstratos.
Shiró trabalha com a consciente ambiguidade entre figuração e abstração. Destacam-se em seus quadros a paleta contida, as texturas elaboradas e o equilíbrio entre grafismos e mancha cromática. Para Roels Jr., Shiró é um artista que aborda contradições inerentes à pintura contemporânea, como abstração e representação, e objetividade e subjetividade.
Críticas
"Flavio-S. Tanaka, na simetria e fugitividade de seus quadros melhor realizados, demonstra o mesmo imediatismo e conexão de idéias e execução da arte extremo-oriental. O preto, que nos quadros atmosféricos vimos de preferência posto em relevo pelo uso de brancos, é um elemento sempre vital: 'Organizo instintivamente a composição com tinta preta, necessidade ou preferência que talvez explique pela minha origem japonesa'. De fato, essa cor (às vezes combustão) desempenha uma importância especial na estrutura da tela, estrutura que o artista procura dissimular. Podemos, entretanto, observar o seu essencial germinado no próprio ato de pintar como action painting. Uma longa horizontal ou um breve e vertiginoso vetor, curvas ou linhas quebradas são todos elementos de estabilidade e controle na policromia dionisíaca do conjunto.
(...) Ele pertence a uma geração efervescente, de alternativas difíceis e mesmo cruciais a esta altura do século, chamada a suceder a esplêndida floração de caracteres complexos e heterogêneos da categoria de Frautrier e Fontana, de Pollock e Dubuffet".
Walter Zanini (FLÁVIO-SHIRÓ. Rio de Janeiro: Salamandra, 1990. p.170)
"(...) A pintura deste japonês, transportado desde os seus primeiros anos para o coração do meio geográfico e étnico brasileiro, aparece, com efeito, profundamente sul-americana, pela inspiração, enquanto todo o orientalismo nele está ausente. Apenas, pode-se assinalar seu gosto pela linha, a rapidez do desenho e seu calor expressivo.
Este desenho não foi colocado, como em certos japoneses, a serviço de uma atitude filosófica. Evidencia uma forma vigorosa de realismo marcado por uma subjetividade soberana.
Flavio-Shiró atinge por um estilo que se poderia qualificar de 'realismo lírico não figurativo'. Não é a paisagem que se encontra nas raízes de cada uma das suas composições, mas a lembrança global da natureza brasileira, com sua vegetação, sua fauna e sempre uma presença humana consciente de sua impotência diante dos fenômenos da vida, mas espectadora vigilante, pronta a lhe interpretar o valor sugestivo, simbólico e poético.
Cada pintura de Flavio-Shiró é uma transposição total que se recusa aos artifícios da análise, reduz os efeitos da composição e tende uma expansão total e direta.
Este novo frisson que ele nos faz experimentar a contribuição autêntica de Flavio-Shiró à Escola de Paris e nela é o primeiro representante significativo da jovem pintura brasileira".
Georges Boudaille (BOUDAILLE, Georges. Flávio-Shiró e a realidade brasileira. In: FLÁVIO-SHIRÓ. Rio de Janeiro: Salamandra, 1990. p.171.
"Flavio-Shiró tem meio século de pintura. Em todo esse tempo, vem realizando sua obra à margem dos modismos temáticos e formais, determinando ele mesmo seu ritmo de trabalho, longe das imposições do mercado e da mídia. É um artista que fez de seu ateliê um território sagrado, guardando uma atmosfera quase religiosa. Esse comportamenteo não significa um alheamento das coisas do mundo, inclusive da política, da economia e da tecnologia, mas sem dúvida o que prevalece, no seu fazer criador, é a visão humanista de arte. Um humanismo recatado, que nada tem de panfletário ou demagógico.
Nenhuma obra de arte, independente da experiência particular de vida que ela transmite, nasce fora da história da arte tampouco vive isolada e intocada num céu platônico. Se a arte é uma forma de experimentar o mundo, ela estará sempre contaminada pela vida. Cada uma das telas de Shiró carrega o peso da história da arte e da cultura. Não me refiro ao modismo das citações ou às homenagens oportunistas, apenas intuo, na estrutura cruciforme de uma de suas telas recentes, a presença fugidia de Grunewald, em outras, o páthos barroco ou a transcendência gótica, em outras, ainda, algumas reminiscências da Pré-História. Sem nunca ter-se desligado do lado oficinal da criação, o que o leva muitas vezes a fabricar seus próprios materiais de pintura ou desenho e a superpor diversas técnicas, que resultam numa matéria rica e atraente. Flavio-Shiró é um artista erudito. Em suas obras, ele dialoga com a arte do presente e do passado, com o informalismo e a nova figuração, com pintura veneziana e o maneirismo espanhol e, também, com Freud e a mitologia grega, com Jean Genet e Win Wenders, com o melhor teatro e a melhor literatura. As exposições e filmes que vê, os livros que lê, as peças de teatro a que assiste, as viagens que realiza a tantos lugares diferentes, a memória profunda de fatos e situações vividas em três continentes, a natureza e a luminosidade brasileiras, e mais a rica experiência do cotidiano que vem se somar à atividade incessante do inconsciente, formam o cadinho cultural que vai alimentar sua obra pictórica, o substrato que serve de base para as indagações que, através da pintura, ele está continuamente fazendo ao mundo".
Frederico Morais (Flávio-Shiró: indagação e silêncio. In: FLAVIO-SHIRÓ. Flávio-Shiró. São Paulo: Galeria Nara Roesler, 1999. s.p.)
Depoimentos
"RAÍZES
Sou como a figueira brava, ligado a três continentes por raízes aéreas: suas seivas complementares e de contraste me alimentam.
As raízes do sugui, presas aos flancos das montanhas do meu Japão nativo, vão bem cedo juntar-se às da gigantesca samaúma da Amazônia da minha infância.
Foi lá que minha memória despertou e que comecei a participar de uma violenta mutação.
Fascinado, vejo de perto o mundo que se revela.
A jibóia enlaça sua presa, esmaga-a e depois a engole.
A aranha caranguejeira salta sobre um passarinho.
Hordas de escorpiões, ferrões armados, agitam-se de um lado para o outro como samurais, numa crepitação venenosa.
Sapos gigantes incham e destilam venenos quando são tocados. Lá estão, copulando à sombra de uma palmeira. A goiabeira está em festa com a metamorfose das borboletas. Os perfumes embriagadores do bacuri e do cupuaçu misturam-se ao cheiro da mandioca fermentada. Sol a pino.
Tremo: malária.
O Rio Amazonas corre lento e imenso.
O tempo corre também. Estou em São Paulo, cidade ainda adolescente.
Foi lá que nasceu meu amor pela pintura. Sentado no telhado, pinto minha primeira paisagem.
O mundo está em guerra. O Brasil é um oásis.
Juventude, tempo de batalhas. De sonhos também: Paris.
Um belo dia encontro-me lá. De pé sobre a plataforma do ônibus verde, maravilhado, vejo desfilar os bulevares de plátanos e castanheiras, os quiosques e os mictórios. Os vendedores ambulantes enchem o ar com seus gritos. O cantor-acordeonista toca a musette esperando que as moedas caiam do céu. De repente, uma greve. Tudo parou. Os montes de lixo começam a esconder o outro lado da rua. A multidão desfila: manifestações. Nos cafés discute-se abstração enquanto morre o existencialismo. A Cantora Careca estréia numa cave.
Guerras e guerrinhas. Acelera-se a revolução tecnológica. O céu se carrega de ferragens sofisticadas. A espada de Dâmocles torna-se cada vez mais pesada.
Vivo, amo, sofro, pinto, exponho, evoluo.
Percebo que as raízes da minha figueira-brava infiltravam-se também nos interstícios das pedras do Marais.
No meu jardim a seiva da primavera acorda as roseiras selvagens".
Flavio-Shiró (Texto do catálogo de exposição, Paris, 1983. Flávio Shiró. Rio de Janeiro: Salamandra, 1990. p. 34.)
Acervos
Ville de Paris - França
Fonds National D'Art Contemporain - França
Hara Museum of Contemporary Art - Tóquio (Japão)
Museu de Arte Moderna - Havana (Cuba)
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP
Museu de Arte de São Paulo - MASP
Museu de Arte Moderna de Salvador - MAM/BA
Pinacoteca do Estado de São Paulo - Pesp
Exposições Individuais
1950 - Rio de Janeiro RJ - Primeira individual, na Enba
1952 - São Paulo SP - Individual, no Clube Cerejeira
1956 - Paris (França) - Individual, na Galeria Arnaud
1959 - Paris (França) - Individual, na Galeria Arnaud
1959 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1959 - São Paulo SP - Individual, na Galeria São Luís
1960 - Salvador BA - Individual, no MAM/BA
1962 - Paris (França) - Individual, na Galerie H.Legendre
1963 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1963 - Salvador BA - Individual, na Galeria Querino
1963 - São Paulo SP - Individual, na Faap
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1969 - Bruxelas (Bélgica) - Individual, na Galerie Arcanes
1973 - Paris (França) - Individual, na Galeria L'Oeil de Boeuf
1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1974 - São Paulo SP - Pastels de Flavio-Shiró, na Galeria Arte Global
1975 - Washington (Estados Unidos) - Individual, no Brazilian-American Cultural Institute
1977 - Paris (França) - Individual, na Galerie L'Oeil de Boeuf
1978 - São Paulo SP - Individual, no Gabinete de Arte
1981 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
1983 - Paris (França) - Individual, na Espace Latino-Américain
1983 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
1983 - São Paulo SP - Individual, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte
1985 - São Paulo SP - Flavio-Shiró: pinturas, na Galeria de Arte São Paulo
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
1989 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Thomas Cohn
1993 - Bourges (Bélgica) - Individual, na Maison de La Culture
1993 - Rio de Janeiro RJ - Trajetória: 50 anos de pintura de Flavio-Shiró, no MAM/RJ
1993 - Tóquio (Japão) - Trajetória: 50 anos de pintura de Flavio-Shiró, no Hara Museum of Contemporary Art
1994 - São Paulo SP - Trajetória: 50 anos de pintura de Flavio-Shiró, no Masp - prêmio retrospectiva
1998 - Niterói RJ - Flávio-Shiró na Coleção João Sattamini e Obras Recentes, no MAC/Niterói
1999 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2003 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2008 - São Paulo SP - Flavio-Shiró: pintor de três mundos: 65 anos de trajetória, no Instituto Tomie Ohtake
2008 - Belém PA - Flavio-Shiró: pintor de três mundos: 65 anos de trajetória, no Museu Casa das Onze Janelas
2008 - Belém PA - Trajetória de Tomé-Açu ao Mundo, no Museu Casa das Onze Janelas
2008 - Rio de Janeiro RJ - Flavio-Shiró: pintor de três mundos: 65 anos de trajetória, no Centro Cultural Correios
Exposições Coletivas
1947 - São Paulo SP - 19 Pintores, na Galeria Prestes Maia - 4º Prêmio Lunardelli
1949 - Rio de Janeiro RJ - 55º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - medalha de bronze
1951 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Naturezas Mortas, no Serviço de Alimentação e Previdência Social
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon
1951 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna
1952 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artistas Brasileiros, no MAM/RJ
1952 - São Paulo SP - 1º Salão do Grupo Seibi de Artistas Plásticos, no Clube Sakura
1952 - São Paulo SP - 1º Salão Sebikai - medalha de ouro
1952 - São Paulo SP - 2º Salão Paulista de Arte Moderna - prêmio aquisição
1956 - Paris (França) - Divergences, na Galerie Arnaud
1956 - Paris (França) - Les Arts en France et dans le Mond, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1957 - Amsterdã (Holanda) - Divergences, no Stedelijk Museum Amsterdam
1957 - Nantes (França) - Festival d'Art d'Avant-Garde, no Museu Nacional de Arte Moderna de Paris. Centro de Criação Industrial
1957 - Paris (França) - Salon Comparaisons, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1957 - Paris (França) - Divergences, na Galerie Arnaud
1957 - São Paulo SP - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1957 - Schiedam (Holanda) - Divergences, no Stedelijk Museum
1958 - Cleveland (Estados Unidos) - Eight Painters, na Howard Wise Gallery
1958 - Paris (França) - Divergences, na Galerie Arnaud
1958 - Paris (França) - Salon Réalités Nouvelles, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, no Kunsthaus.
1959 - Paris (França) - Antagonismes, no Musée des Arts Decoratifs
1959 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Nova York (Estados Unidos) - Guggenheim International Award, no Museu Guggenheim
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Santiago (Chile) - Arte Brasileira
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1961 - Paris (França) - 2ª Bienal de Paris - Prêmio Aquisição Cidade de Paris e prêmio internacional de pintura
1961 - Paris (França) - Salon Réalités Nouvelles, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1962 - Paris (França) - Exposition d'Art Latino Americain à Paris, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris de la Ville de Paris
1963 - Belo Horizonte MG - Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte - 1º prêmio
1963 - Paris (França) - 7 Artistes Brésiliens de L'Ecole de Paris, na Galerie XX Siècle
1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1964 - Paris (França) - Du General au Particulier, na Galerie Houston Brown
1964 - Paris (França) - Salon Comparaisons, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1964 - Rio de Janeiro RJ - Nova Figuração: Escola de Paris, na Galeria Relevo
1965 - Paris (França) - Oito Laureados da Bienal de Paris, na Galerie Françoise Ledoux
1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1965 - Tóquio (Japão) - Nippo-Brazilian Paintings Today, na Embaixada do Brasil
1966 - Havana (Cuba) - Pinturas da América Latina, na Casa de las Americas
1966 - Madri (Espanha) - Pintura Redonda
1966 - Paris (França) - Salon Comparaisons, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP
1966 - São Paulo SP - Artistas Nipo-Brasileiros, no MAC/USP
1967 - Paris (França) - Salon Réalités Nouvelles, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1968 - Campo Grande MS - 28 Artistas do Acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Galeria do Diário da Serra
1968 - Córdoba (Argentina) - Bienal de Córdoba
1968 - São Paulo SP - 19 Pintores, na Tema Galeria de Arte
1969 - Fortaleza CE - 28 Artistas do Acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, no Centro de Artes Visuais Raimundo Cela
1969 - Noruega - Art Latin-American: Scandinavia
1969 - Suécia - Art Latin-American: Scandinavia
1969 - Dinamarca - Art Latin-American: Scandinavia
1969 - São Paulo SP - 19 Artistas Nipo-Brasileiros, no MAC/USP
ca.1970 - Roma (Itália) - Vision 24, no Instituto Italo latino-americano
1970 - Barcelona (Espanha) - Artistas Latino-Americanos de Paris, na Sala Gaudí
1970 - Londres (Inglaterra) - Bertrand Ruussel Centenary Internacional Art Exhibition
1970 - Poitiers (França) - 117 Dessins et Gravures de Peintres Latino-Américains, no Centre Culturel
1970 - Roma (Itália) - Vision 24, no Instituto Ítalo-Latino-Americano
1970 - São Paulo SP - Pinacoteca do Estado de São Paulo 1970
1972 - São Paulo SP - 6ª Jovem Arte Contemporânea, no MAC/USP
1973 - Darmstadt (Alemanha) - Neue Darmstadter Sezession
1974 - Cagnes-sur-Mer (França) - Festival Internacional de Peinture - prêmio nacional de pintura
1974 - Paris (França) - Salão de Maio, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1978 - Menton (França) - Bienal de Menton
1978 - Paris (França) - Jeune Peinture, na Galeries Nationales du Grand Palais
1978 - Paris (França) - Les Huns, no Centre National d'Art Contemporain
1978 - São Paulo SP - 3 Gerações de Artistas Nipo-Brasileiros, na Galeria Arte Global
1978 - São Paulo SP - 19 Pintores, no MAM/SP
1981 - Osaka (Japão) - Exposição Latino-Americana de Arte Contemporânea Brasil/Japão, no National Museum of Art
1982 - Paris (França) - L'Amérique Latine à Paris, no Grand Palais
1982 - Rio de Janeiro RJ - Entre a Mancha e a Figura, no MAM/RJ
1982 - Veneza (Itália) - Artistas Latino-Americanos, no Museu de Arte Moderna
1983 - Paris (França) - L'Amerique Latine à Paris, na Galeries Nationales du Grand Palais
1983 - São Paulo SP - Projeto Releitura, na Pinacoteca do Estado
1984 - Havana (Cuba) - 1ª Bienal de Havana, no Museo Nacional de Bellas Artes
1984 - Paris (França) - Salon Comparaisons, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1984 - Rio de Janeiro RJ - Pintura Brasileira Atuante, no Espaço Petrobrás
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - Artistas Japoneses na Coleção do MAC, no MAC/USP
1985 - São Paulo SP - Artistas Latino-Americanos de Paris, no MAC/USP
1986 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Mostra Christian Dior de Arte Contemporânea: pintura, no Paço Imperial - 2º prêmio
1986 - Rio de Janeiro RJ - Tempos de Guerra: Pensão Maúa e Hotel Internacional, na Galeria de Arte Banerj
1986 - São Paulo SP - 17º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1988 - Belém PA - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, na Fundação Romulo Maiorana
1988 - Brasília DF - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras
1988 - Curitiba PR - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, no MAC/PR
1988 - Manaus AM - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, na Pinacoteca do Estado
1988 - Porto Alegre RS - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, no Margs
1988 - Recife PE - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, na Fundação Joaquim Nabuco. Instituto de Cultura
1988 - São Paulo SP - 63/66 Figura e Objeto, na Galeria Millan
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1988 - São Paulo SP - Vida e Arte dos Japoneses no Brasil, no Masp
1988 - São Paulo SP - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, no MAB/Faap
1989 - Recife PE - Jogo de Memória
1989 - Rio de Janeiro RJ - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, no MNBA
1989 - Rio de Janeiro RJ - Jogo de Memória, na Montesanti Galleria
1989 - Rio de Janeiro RJ - Rio Hoje, no MAM/RJ
1989 - São Paulo SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - Prêmio Itamaraty
1989 - São Paulo SP - 20º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP - premiado
1989 - São Paulo SP - Jogo de Memória, na Galeria Montesanti Roesler
1990 - Atami (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Brasília DF - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Grenoble (França) - Façades Imaginaires
1990 - São Paulo SP - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea, na Fundação Brasil-Japão
1990 - Sapporo - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Tóquio (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1992 - Curitiba PR - 10ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba/Mostra América, no Museu da Gravura
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa de Cultura
1992 - Rio de Janeiro RJ - Eco Art, no MAM/RJ - premiado
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil, 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno Brasileiro: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1993 - São Paulo SP - Obras para Ilustração do Suplemento Literário: 1956-1967, no MAM/SP
1994 - Frankfurt (Alemanha) - A Espessura do Signo: desenho brasileiro contemporâneo, no Karmeliter Kloster
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1996 - Rio de Janeiro RJ - O Grito, no MNBA
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo do MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1997 - Barra Mansa RJ - O Museu Visita a Galeria, no Centro Universitário de Barra Mansa
1997 - São Paulo SP - Phases: surrealismo e contemporaneidade - Grupo Austral e Cone Sul, no MAC/USP
1998 - Belo Horizonte MG - Mostra Internacional Itinerante Japão-Brasil, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1998 - Ipatinga MG - Mostra Internacional Itinerante Japão-Brasil
1998 - Niterói RJ - Espelho da Bienal, no MAC/Niterói
1998 - Rio de Janeiro RJ - Uma Visão da Arte Contemporânea, no MNBA
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1998 - São Paulo SP - São Paulo: visão dos nipo-brasileiros, no Museu Lasar Segall
1998 - São Paulo SP - Afinidades Eletivas I: o olhar do colecionador, na Casa das Rosas
1999 - Bath (Inglaterra) - Into the Light, na Royal Academy of Photography
1999 - Brasília DF - Mostra Internacional Itinerante Japão-Brasil, no Ministério das Relações Exteriores
1999 - Niterói RJ - Mostra Rio Gravura. Acervo Banerj, no Museu do Ingá
1999 - Paris (França) - Arte Latino-Americana, na Unesco
1999 - Paris (França) - Feira Internacional de Arte Contemporânea - Fiac
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura: Chagall, Daumier, Derain, Miró, Shiró e Acervo Banerj, na Casa Fança-Brasil
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Coleção Armando Sampaio: gravura brasileira, no Centro de Artes Calouste Gulbenkian
1999 - São Paulo SP - Mostra Internacional Itinerante Japão-Brasil, no Masp
2000 - São Paulo SP - Almeida Júnior: um artista revisitado, na Pinacoteca do Estado
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Obra Nova, no MAC/USP
2000 - São Paulo SP - Diálogo: arte contemporânea Brasil/Equador, no Memorial da América Latina. Galeria Marta Traba
2000 - Quito (Equador) - Diálogo: arte contemporânea Brasil/Equador, no Centro Cultural Puce
2001 - Rio de Janeiro RJ - A Imagem do Som de Antônio Carlos Jobim, no Paço Imperial
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light
2001 - São Paulo SP - Arte Nipo-Brasileira: momentos, na Galeria Euroart Castelli
2002 - Niterói RJ - Diálogo, Antagonismo e Replicação na Coleção Sattamini, no MAC/Niterói
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, no Instituto Tomie Ohtake
2002 - São Paulo SP - Portão 2, na Galeria Nara Roesler
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira: da Revolução de 30 ao pós-guerra, no Museu de Arte Moderna
2003 - Rio de Janeiro RJ - Autonomia do Desenho, no Museu de Arte Moderna
2003 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Brazilianart, no Almacén Galeria de Arte
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no Instituto Tomie Ohtake
2004 - Campinas SP - Coleção Metrópolis de Arte Contemporânea, no Espaço Cultural CPFL
2004 - Niterói RJ - Modernidade Transitiva, no MAC/USP
2004 - Rio de Janeiro RJ - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no MNBA
2004 - São Paulo SP - Abstração como Linguagem: perfil de um acervo, no Pinakotheke
2004 - São Paulo SP - As Bienais: um olhar sobre a produção brasileira 1951/2002, na Galeria Bergamin
2004 - São Paulo SP - Cinqüenta 50, no Museu de Arte Moderna
2004 - Curitiba PR - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira: exposição comemorativa dos 90 anos da artista, no Museu Oscar Niemeyer
2005 - São Paulo SP - Arte em Metrópolis, no Instituto Tomie Ohtake
2005 - São Paulo SP - Dor, Forma, Beleza: a representação criadora da experiência traumática, naEstação Pinacoteca
2005 - São Paulo SP - Odorico Tavares: a minha casa baiana - sonhos e desejos de um colecionador, na Galeria de Arte do Sesi
2005 - Curitiba PR - Arte em Metrópolis, na Museu Oscar Niemeyer
2005 - Curitiba PR - Odorico Tavares: a minha casa baiana - sonhos e desejos de um colecionador, no Museu Oscar Niemeyer
2006 - São Paulo SP - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real, no Banco Santander
2006 - São Paulo SP - Pincelada - Pintura e Método: projeções da década de 50, no Instituto Tomie Ohtake
2006 - Recife PE - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real, no Instituto Cultural Banco Real
2006 - Rio de Janeiro RJ - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real, no Museu de Arte Moderna
2007 - Curitiba PR - Arte no Espaço e no Tempo, no Museu Oscar Niemeyer
2008 - São Paulo SP - Arte Brasil-Japão, no MAC/USP
2008 - São Paulo SP - Laços do Olhar, no Instituto Tomie Ohtake
2008 - São Paulo SP - Nipo-Brasileiros no Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo, na Pinacoteca do Estado
2008 - São Paulo SP - Panorama dos Panoramas, no Museu de Arte Moderna
2008 - Rio de Janeiro RJ - Nippon - 100 Anos de Integração Brasil-Japão, no Centro Cultural Banco do Brasil
2009 - São Paulo SP - Memorial Revisitado: 20 anos, na Galeria Marta Traba
2009 - Niterói RJ - Arte Contemporânea Brasileira nas Coleções João Sattamini e Mac de Niterói, no Museu de Arte Contemporânea
2010 - São Paulo SP - 6ª sp-arte, na Fundação Biena
2011 - São Paulo SP - 7ª SP-Arte, no Pavilhão da Bienal
Fonte: FLAVIO-SHIRÓ . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Acesso em: 26 de Jun. 2017. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia - Wikipédia
Flávio Shiró é considerado o primeiro representante significativo da jovem pintura brasileira. Foi no Brasil que iniciou sua carreira com obras figurativas de caráter expressionista, nos anos de 1940.
Na década seguinte o artista dedicou-se a abstração e em 1960 começou a usar em suas obras os conceitos de figuração e abstração, sempre com o uso de cores escuras, e equilibrando texturas com manchas cromáticas.
De acordo com Walter Zanini, o preto nos quadros do pintor é vital. Ainda segundo o crítico, o seu próprio ato de pintar é definido como action painting, onde um longo e vertiginoso vetor, com curvas e linhas quebradas são elementos de estabilidade e controle na policromia dionisíaca do conjunto. Já o crítico Georges Boudaille diz que todo o orientalismo em Flávio Shiró está ausente. As linhas, a rapidez do desenho e o seu calor expressivo apenas assinalam o seu gosto pela linha, mas não quer dizer que existe uma ordenação no seu trabalho. Para Boudaille, as obras desse autor são marcadas por um realismo com uma subjetividade nítida.
Frederico Morais afirma que as obras de Shiró estão muito longe do mercado e da mídia. O ato quase religioso de pintar em seu ateliê considerado como um território sagrado faz com o que as suas pinturas fiquem muito longe do estilo panfletário ou demagógico, mas ao mesmo tempo não significam um alheamento dos assuntos como política, economia e tecnologia, pelo contrário, o olhar humanista da arte de Shiró é o que prevalece nas suas obras.
História
Foi em Tomé-Açu, no Pará, que Flávio Shiró morou com a sua família assim que chegou no Brasil, em 1932, aos quatro anos de idade. Em 1940, a família se muda para São Paulo em busca de melhores condições de vida. É durante esse período que estuda na Escola Profissional Getúlio Vargas e conhece Octávio Araújo, Marcelo Grassman e Luiz Sacilotto. Sua primeira pintura surge em 1942 e já aos 15 anos de idade Shiró começa a trabalhar pintando cerâmica e depois na Metro Goldywn Mayer, com cartazes para cinema.
Frequentando o Grupo Santa Helena, conhece Alfredo Volpi e Francisco Rebolo, em 1943. Ainda nos anos 40 muda-se para o Rio de Janeiro, onde começa a trabalhar em uma molduraria. Em 1960 ganha uma bolsa de estudos em Paris e viaja para o país, onde permanece de 1953 até 1983. Lá fora estudou técnicas de mosaico com Gino Severini, de gravura e litografia na Ecole Nationale des Beaux Arts. Quando volta para morar no Brasil novamente, começa a viver em Salvador (Bahia), e já tinha realizado várias exposições individuais e coletivas em Paris, na Europa e no Brasil.
Acervos
As obras de Flávio Shiró estão disponíveis nos seguintes acervos:
Pinacoteca do Estado de São Paulo - Pesp
Ville de Paris - França
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ
Museu de Arte Moderna - Havana (Cuba)
Museu de Arte de São Paulo - MASP
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP
Fonds National D'Art Contemporain - França
Museu de Arte Moderna de Salvador - MAM/BA
Hara Museum of Contemporary Art - Tóquio (Japão)
Exposições Individuais
1950 - Rio de Janeiro RJ - Primeira individual, na Enba
1952 - São Paulo SP - Individual, no Clube Cerejeira
1956 - Paris (França) - Individual, na Galeria Arnaud
1959 - Paris (França) - Individual, na Galeria Arnaud
1959 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1959 - São Paulo SP - Individual, na Galeria São Luís
1960 - Salvador BA - Individual, no MAM/BA
1962 - Paris (França) - Individual, na Galerie H.Legendre
1963 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1963 - Salvador BA - Individual, na Galeria Querino
1963 - São Paulo SP - Individual, na Faap
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1969 - Bruxelas (Bélgica) - Individual, na Galerie Arcanes
1973 - Paris (França) - Individual, na Galeria L'Oeil de Boeuf
1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1974 - São Paulo SP - Pastels de Flavio-Shiró, na Galeria Arte Global
1975 - Washington (Estados Unidos) - Individual, no Brazilian-American Cultural Institute
1977 - Paris (França) - Individual, na Galerie L'Oeil de Boeuf
1978 - São Paulo SP - Individual, no Gabinete de Arte
1981 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
1983 - Paris (França) - Individual, na Espace Latino-Américain
1983 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
1983 - São Paulo SP - Individual, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte
1985 - São Paulo SP - Flavio-Shiró: pinturas, na Galeria de Arte São Paulo
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
1989 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Thomas Cohn
1993 - Bourges (Bélgica) - Individual, na Maison de La Culture
1993 - Rio de Janeiro RJ - Trajetória: 50 anos de pintura de Flavio-Shiró, no MAM/RJ
1993 - Tóquio (Japão) - Trajetória: 50 anos de pintura de Flavio-Shiró, no Hara Museum of Contemporary Art
1994 - São Paulo SP - Trajetória: 50 anos de pintura de Flavio-Shiró, no Masp - prêmio retrospectiva
1998 - Niterói RJ - Flávio-Shiró na Coleção João Sattamini e Obras Recentes, no MAC/Niterói
1999 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2003 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2008 - São Paulo SP - Flavio-Shiró: pintor de três mundos: 65 anos de trajetória, no Instituto Tomie Ohtake
2008 - Belém PA - Flavio-Shiró: pintor de três mundos: 65 anos de trajetória, no Museu Casa das Onze Janelas
2008 - Belém PA - Trajetória de Tomé-Açu ao Mundo, no Museu Casa das Onze Janelas
2008 - Rio de Janeiro RJ - Flavio-Shiró: pintor de três mundos: 65 anos de trajetória, no Centro Cultural Correios
Prêmios (seleção)
1952, 1º Salão Sebikai - medalha de ouro, São Paulo
1989, Prêmio Itamaraty, 20ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 20 de junho de 2017.
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Grupo Seibi
Seibi - nome formado pelas iniciais de palavras que, em japonês, significam Grupo de Artistas Plásticos de São Paulo. O grupo, formado em 1935, conta inicialmente com a participação de Tomoo Handa (1906 - 1996), Hajime Higaki (1908 - 1998), Shigeto Tanaka (1910 - 1970), Kiyoji Tomioka (1844 - 1985), Takahashi (1908 - 1977), Yuji Tamaki (1916 - 1979), Yoshiya Takaoka (1909 - 1978) e o poeta e jornalista, Kikuo Furuno. Em 1938, aderem ao grupo Masato Aki e o escultor Iwakichi Yamamoto (1914).
O objetivo dessa reunião de artistas é a criação de um espaço para a produção, a divulgação e principalmente a discussão e a crítica das obras produzidas. Sem uma sede própria, eles se reúnem por um período na residência de Tomoo Handa, na Rua Alagoas 32 e, posteriormente, no porão de uma sociedade beneficente japonesa, situada na Rua Santa Luzia.
Em grande parte, os artistas que compõem o Seibi têm sua formação artística inteiramente realizada no Brasil. Estudam desenho e modelo vivo na Escola de Belas Artes de São Paulo ou frequentam a Escola Profissional Masculina do Brás. Todos são imigrantes japoneses e possuem outro meio de sobrevivência, além do trabalho artístico.
Com obras que se diferenciam da produção acadêmica - tanto pela proposta cromática quanto pela ausência de preocupação em retratar fielmente a realidade -, os artistas japoneses se dedicam principalmente aos gêneros da paisagem, do retrato e da natureza morta. Frequentemente realizam viagens à praia ou saem para pintar nos arredores dos bairros da Aclimação, Cambuci e Liberdade.
Na Escola de Belas Artes, entram em contato com os integrantes do Grupo Santa Helena, em especial com Mario Zanini (1907 - 1971), Francisco Rebolo (1902 - 1980), Fulvio Pennacchi (1905 - 1992) e Clóvis Graciano (1907 - 1988).
A primeira exposição realizada pelo grupo ocorre em 1938, na sede do Clube Japonês, na Rua Riachuelo 11. Pela pouca divulgação a mostra não tem grande repercussão. A partir de 1942, em decorrência da 2ª Guerra Mundial, as reuniões e agremiações de japoneses e alemães ficaram proibidas no país. O grupo se dispersa, só voltando a se reunir em março de 1947. Nessa nova fase, outros artistas passam participar, entre eles Manabu Mabe (1924 - 1997), Tikashi Fukushima (1920 - 2001), em torno de quem se articulará o grupo Guanabara, Tomie Ohtake (1913) e Flávio-Shiró (1928), entre outros.
Em 1952, é criado o salão Seibi Kai, que se estenderá até 1970, realizando um total de 14 mostras. Esses salões foram de grande importância para a projeção dos trabalhos realizados pelos artistas nipo-brasileiros.
Fonte: GRUPO Seibi. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 10 de Mar. 2017. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Grupo Santa Helena - Itaú Cultural
A existência do Grupo Santa Helena, e outras associações de artistas, torna-se um elemento fundamental para a consolidação da arte moderna em São Paulo nos decênios de 1930 e 1940. No entanto, sua abordagem e a compreensão como grupo não deixam de ser um desafio para os historiadores da arte brasileira. Sem programas preestabelecidos, o Santa Helena surge da união espontânea de alguns artistas utilizam salas como ateliê no Palacete Santa Helena, antigo edifício na Praça da Sé, em São Paulo, a partir de meados de 1934. O primeiro deles é Francisco Rebolo, que instala seu escritório de empreiteiro e artista-decorador na sala número 231 e começa a pintar, em 1935. Nesse ano Mário Zanini divide a sala com Rebolo, posteriormente alugando a de número 233, compondo a célula inicial do futuro agrupamento. Em datas diversas, uniram-se a eles, por ordem de chegada, Manoel Martins, Fulvio Pennacchi, Bonadei, Clóvis Graciano, Alfredo Volpi, Humberto Rosa e Rizzotti.
O ambiente criado nas salas de trabalho é de troca mútua, dividindo-se os conhecimentos técnicos de pintura e as sessões de modelo vivo, decidindo sobre a remessa de obras aos salões e organizando as famosas excursões de fim de semana aos subúrbios da cidade para execução da pintura ao ar livre. Relativamente afastado do meio artístico da época, o grupo só foi notado em outubro de 1936 por pintores mais experientes como Rossi Osir e Vittorio Gobbis, por ocasião da mostra Exposição de Pequenos Quadros, organizada pela Sociedade Paulista de Belas Artes no Palácio das Arcadas. Mas é como participantes da Família Artística Paulista - FAP, - agremiação co-fundada e dirigida por Rossi Osir, responsável por elaboração de salões -, que ganham visibilidade pública e passam a ser conhecidos pela crítica especializada como Grupo Santa Helena. Durante a curta duração dos ateliês conjuntos no palacete da Sé, não apresentam nenhuma exposição de seus trabalhos sob essa rubrica.
Em 1939, após visita ao 2º salão organizado pela FAP, Mário de Andrade (1893 - 1945) identifica e tenta conceituar pela primeira vez a existência de uma "escola paulista", caracterizada por seu modernismo moderado, ocupando o campo litigioso entre as experimentações formais da vanguarda dos anos 1920 e o academismo ainda vigente no meio paulistano. Como elemento de unificação entre os expositores, enfatiza a preocupação com o apuro técnico, a volta à tradição do fazer pictórico e o interesse pela representação da realidade concreta.
Somente em 1944, em texto dedicado a Clóvis Graciano, Mário de Andrade lança a tese de que a origem proletária ou da pequena burguesia é o elo e elemento determinante na plástica do grupo. O crítico afirma: " A que atribuir, portanto, as tendências coletivas de cor, de técnica geral e de assunto dessa Família Artística Paulista, até hoje rastreáveis em sua arte? A meu ver, o que caracteriza o grupo é seu proletarismo. Isso lhe determina a psicologia coletiva, e conseqüentemente a sua expressão". Em geral, esses artistas têm sua formação básica em escolas profissionalizantes, como o Liceu de Artes e Ofícios e a Escola Profissional Masculina do Brás. Os que estudam no exterior passam ao largo dos ateliês e escolas freqüentados pelos modernistas de 1922. Na época do Santa Helena ganham, em sua maioria, a vida como artesãos ou pintores-decoradores, o que contribui para a consciência artesanal de suas obras. A pintura de cavalete é realizada nos momentos de folga. A influência européia - principalmente do impressionismo e pós-impressionismo, do novecento italiano e do expressionismo - que se faz sentir na produção dos santelenistas se dá pela leitura de livros e revistas e por exposições que chegam do exterior.
O apego à representação da realidade leva-os a pintar principalmente paisagens, cujos focos são as vistas dos subúrbios e arredores da cidade, as praias visitadas nos fins de semana, a paisagem urbana. Percebe-se a preferência por locais anônimos no limite entre o campo e a cidade. A despeito das diferenças estilísticas entre eles, identifica-se em suas obras uma preferência por tons rebaixados, de fatura fosca, dando uma tonalidade acinzentada aos quadros. Outros gêneros foram trabalhados pelo Grupo Santa Helena, como a natureza-morta, o retrato e auto-retrato.
Com a dissolução natural do grupo, que começa a se desfazer no fim da década de 1930, seus artistas desenvolvem, muitas vezes com resultados desiguais, carreiras individuais. Entre eles, Alfredo Volpi é com certeza o que mais se destaca. Vale notar que artistas não-pertencentes ao Santa Helena guardam semelhanças estilísticas com os integrantes do grupo. Tais semelhanças apontam, com mais força e coesão, uma nova posição artística em São Paulo, autônoma em relação ao modernismo dos anos 1920 sem ser acadêmica.
Fonte: GRUPO Santa Helena. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 04 de Mai. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Crédito fotográfico: O Globo, Flávio Shiró na galeria Pinakotheke, foto por Marcos Ramos / AgÊncia O Globo. Publicado em 24 de setembro de 2018 por Nelson Gobbi.
Flávio Shiró Tanaka (Sapporo, Hokkaido, Japão, 1928) é um pintor, desenhista, gravador e cenógrafo brasileiro. Possui um estilo chamado realismo lírico não figurativo, onde pode-se notar a presença da natureza brasileira através da vegetação, fauna e o objeto humano.
Biografia Oficial
Nasce em 1928 em Sapporo, na ilha setentrional de Hokkaido, Japão, filho caçula de Massami Tanaka e de Aï Iwane, ambos descendentes de samurais.
Anos 1930
Emigra com a família para o Brasil, crescendo em Tomé Açu, na floresta amazônica. Em 1939, em busca de melhores condições de vida e de educação para os filhos, a família se muda para São Paulo.
Anos 1940
Primeira pintura em 1942, enquanto estuda numa Escola de Artes e Ofícios. Começa a trabalhar aos 15 anis, pintando cerâmicas, e depois na Metro Goldwyn Mayer, em cartazes para cinemas. Freqüenta o Grupo Santa Helena, um grupo de pintores modernos de classe operària, e torna-se membro do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo. Muda-se pra o Rio de Janeiro, trabalhando numa molduraria. Participa de exposições coletivas, ganhando reconhecimento e vários prêmios. Assina Shiro Tanaka ou F.S. Tanaka.
Anos 1950
Primeira exposição individual em 1950, no Rio de Janeiro. Expõe obras na primeira Bienal de São Paulo. Naturaliza-se brasileiro. Chega em Paris em 1953. Estuda técnicas de mosaico com Gino Severini, de gravura e litografia na Ecole Nationale des Beaux Arts; copia mestres antigos no Louvre. Exposições individuais e coletivas em Paris, na Europa e no Brasil. Casa e tem dois filhos.Volta para o Brasil em 1959, vivendo em Salvador, Bahia.
Anos 1960
Volta para Paris e começa a assinar Flavio-Shiró. Prêmio de pintura na segunda Bienal de Paris. Exposições individuais e coletivas - entre estas Guggenheim International em 1960 - na Europa, América Latina e Estados Unidos, com pinturas sugerindo monstros e maquinas míticos. Viaja pela Europa, o Oriente Médio, Américas e a ásia. Fotografa Maio de 1968 em Paris. Realiza serie de fotografias experimentais.
Anos 1970
O desenho reaparece em grandes pinturas, em técnica mista e fusain, aludindo a rostos imaginários, seguidos pela reinvenção do corpo. Expõe no Brasil, na França, Espanha, Itália, Alemanha, no Reino Unido e nos Estados Unidos.
Anos 1980
Compra e restaura uma casa no Rio de Janeiro e começa a dividir o ano entre Paris e o Rio. Prêmio Panorama da Arte Brasileira e Prêmio Itamaraty na Bienal de São Paulo de 1989. Expõe, muitas vezes com artistas latino-americanos, no Brasil, no Japão, em Cuba, na França e na Itália. Encontra Matta, que lhe diz que O que é obvio não me interessa mais. A sua pintura, habitada por seres estranhos e indefinidos, me atrai... Pintura assim impregnada de poesia é rara, hoje em dia.
Anos 1990
Ganha o Prêmio Eco-Arte na Conferência Mundial do Meio Ambiente de 1992 no Rio de Janeiro, e o Prêmio da Exposição Internacional Japão-Brasil. Grandes retrospectivas mostrando cinqüenta anos de pintura no Museu Hara de Arte Contemporânea de Tóquio, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e no Museu de Arte de São Paulo (MASP). Exposição individual no novo Museu de Arte Contemporânea de Niterói. Mostra monotipias na exposição de gravuras Daumier, Chagall, Derain, Miro, Flavio-Shiró no Rio de Janeiro.
Anos 2000
Retrospectivas importantes com a exposição Flavio-Shiró, pintor de três mundos : uma trajetória de 65 anos no Instituto Tomie Ohtake de São Paulo, na Casa das Onze Janelas de Belém e no Centro Cultural Correios no Rio de Janeiro. Continua pintando, chegando em breve a setenta anos de pintura.
Fonte: Site oficial Flávio Shiró,
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Biografia - Itaú Cultural
Chega ao Brasil em 1932, e instala-se com a família numa colônia japonesa em Tomé-Açu, no Pará. Reside em São Paulo a partir de 1940. Estuda na Escola Profissional Getúlio Vargas, onde conhece Octávio Araújo (1926-2015), Marcelo Grassmann (1925-2013) e Luiz Sacilotto (1924-2003). Por volta de 1943 tem contato com Alfredo Volpi (1896-1988) e Francisco Rebolo (1902-1980) integrantes do Grupo Santa Helena. Em 1947, integra o Grupo Seibi. No ano seguinte, trabalha na molduraria do pintor Tadashi Kaminagai (1899-1982). Com bolsa de estudo, viaja a Paris, onde permanece de 1953 a 1983. Estuda mosaico com Gino Severini (1883-1966), gravura em metal com Johnny Friedlaender (1912-1992) e litografia na École National Supérieure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes]; e freqüenta o ateliê de Sugai e Tabuchi. Na década de 1960, participa do movimento artístico brasileiro e integra o Grupo Austral (Movimento Phases) de São Paulo. Dedica-se à abstração informal, desde a década de 1950. A partir dos anos 1970, suas telas apresentam sugestões de figuras, por vezes seres fantásticos ou monstruosos. Em 1990, é publicado o livro Flávio-Shiró, pela editora Salamandra. A exposição Trajetória: 50 Anos de Pintura de Flavio-Shiró é apresentada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ) e no Hara Museum of Contemporary Art, em Tóquio, em 1993, e no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), em 1994.
Análise
Após iniciar sua carreira com obras figurativas, de caráter expressionista, Flávio-Shiró dedica-se à abstração informal a partir da década de 1950. Cria obras nas quais se destacam a gestualidade da pincelada e as superfícies carregadas de matéria, empregando freqüentemente o negro e cores escuras ou neutras.
No início dos anos 1960, Shiró deixa surgir uma possibilidade de desenho em quadros nos quais passa gradativamente a utilizar planos de fundo claros, em contraste com as imagens escuras. Em algumas telas, apresenta formas orgânicas, aproximando-se da figuração, como em Delfica (1963). Como nota o crítico de arte Reynaldo Roels Jr (1952-2009)., desde os anos 1970, o foco central de suas telas se desloca para a figura, mesmo que ela não seja facilmente discernida. A partir de então, as figuras, muitas vezes sugestões de seres fantásticos ou monstruosos, aparecem com toda força em suas telas, em contextos abstratos.
Shiró trabalha com a consciente ambiguidade entre figuração e abstração. Destacam-se em seus quadros a paleta contida, as texturas elaboradas e o equilíbrio entre grafismos e mancha cromática. Para Roels Jr., Shiró é um artista que aborda contradições inerentes à pintura contemporânea, como abstração e representação, e objetividade e subjetividade.
Críticas
"Flavio-S. Tanaka, na simetria e fugitividade de seus quadros melhor realizados, demonstra o mesmo imediatismo e conexão de idéias e execução da arte extremo-oriental. O preto, que nos quadros atmosféricos vimos de preferência posto em relevo pelo uso de brancos, é um elemento sempre vital: 'Organizo instintivamente a composição com tinta preta, necessidade ou preferência que talvez explique pela minha origem japonesa'. De fato, essa cor (às vezes combustão) desempenha uma importância especial na estrutura da tela, estrutura que o artista procura dissimular. Podemos, entretanto, observar o seu essencial germinado no próprio ato de pintar como action painting. Uma longa horizontal ou um breve e vertiginoso vetor, curvas ou linhas quebradas são todos elementos de estabilidade e controle na policromia dionisíaca do conjunto.
(...) Ele pertence a uma geração efervescente, de alternativas difíceis e mesmo cruciais a esta altura do século, chamada a suceder a esplêndida floração de caracteres complexos e heterogêneos da categoria de Frautrier e Fontana, de Pollock e Dubuffet".
Walter Zanini (FLÁVIO-SHIRÓ. Rio de Janeiro: Salamandra, 1990. p.170)
"(...) A pintura deste japonês, transportado desde os seus primeiros anos para o coração do meio geográfico e étnico brasileiro, aparece, com efeito, profundamente sul-americana, pela inspiração, enquanto todo o orientalismo nele está ausente. Apenas, pode-se assinalar seu gosto pela linha, a rapidez do desenho e seu calor expressivo.
Este desenho não foi colocado, como em certos japoneses, a serviço de uma atitude filosófica. Evidencia uma forma vigorosa de realismo marcado por uma subjetividade soberana.
Flavio-Shiró atinge por um estilo que se poderia qualificar de 'realismo lírico não figurativo'. Não é a paisagem que se encontra nas raízes de cada uma das suas composições, mas a lembrança global da natureza brasileira, com sua vegetação, sua fauna e sempre uma presença humana consciente de sua impotência diante dos fenômenos da vida, mas espectadora vigilante, pronta a lhe interpretar o valor sugestivo, simbólico e poético.
Cada pintura de Flavio-Shiró é uma transposição total que se recusa aos artifícios da análise, reduz os efeitos da composição e tende uma expansão total e direta.
Este novo frisson que ele nos faz experimentar a contribuição autêntica de Flavio-Shiró à Escola de Paris e nela é o primeiro representante significativo da jovem pintura brasileira".
Georges Boudaille (BOUDAILLE, Georges. Flávio-Shiró e a realidade brasileira. In: FLÁVIO-SHIRÓ. Rio de Janeiro: Salamandra, 1990. p.171.
"Flavio-Shiró tem meio século de pintura. Em todo esse tempo, vem realizando sua obra à margem dos modismos temáticos e formais, determinando ele mesmo seu ritmo de trabalho, longe das imposições do mercado e da mídia. É um artista que fez de seu ateliê um território sagrado, guardando uma atmosfera quase religiosa. Esse comportamenteo não significa um alheamento das coisas do mundo, inclusive da política, da economia e da tecnologia, mas sem dúvida o que prevalece, no seu fazer criador, é a visão humanista de arte. Um humanismo recatado, que nada tem de panfletário ou demagógico.
Nenhuma obra de arte, independente da experiência particular de vida que ela transmite, nasce fora da história da arte tampouco vive isolada e intocada num céu platônico. Se a arte é uma forma de experimentar o mundo, ela estará sempre contaminada pela vida. Cada uma das telas de Shiró carrega o peso da história da arte e da cultura. Não me refiro ao modismo das citações ou às homenagens oportunistas, apenas intuo, na estrutura cruciforme de uma de suas telas recentes, a presença fugidia de Grunewald, em outras, o páthos barroco ou a transcendência gótica, em outras, ainda, algumas reminiscências da Pré-História. Sem nunca ter-se desligado do lado oficinal da criação, o que o leva muitas vezes a fabricar seus próprios materiais de pintura ou desenho e a superpor diversas técnicas, que resultam numa matéria rica e atraente. Flavio-Shiró é um artista erudito. Em suas obras, ele dialoga com a arte do presente e do passado, com o informalismo e a nova figuração, com pintura veneziana e o maneirismo espanhol e, também, com Freud e a mitologia grega, com Jean Genet e Win Wenders, com o melhor teatro e a melhor literatura. As exposições e filmes que vê, os livros que lê, as peças de teatro a que assiste, as viagens que realiza a tantos lugares diferentes, a memória profunda de fatos e situações vividas em três continentes, a natureza e a luminosidade brasileiras, e mais a rica experiência do cotidiano que vem se somar à atividade incessante do inconsciente, formam o cadinho cultural que vai alimentar sua obra pictórica, o substrato que serve de base para as indagações que, através da pintura, ele está continuamente fazendo ao mundo".
Frederico Morais (Flávio-Shiró: indagação e silêncio. In: FLAVIO-SHIRÓ. Flávio-Shiró. São Paulo: Galeria Nara Roesler, 1999. s.p.)
Depoimentos
"RAÍZES
Sou como a figueira brava, ligado a três continentes por raízes aéreas: suas seivas complementares e de contraste me alimentam.
As raízes do sugui, presas aos flancos das montanhas do meu Japão nativo, vão bem cedo juntar-se às da gigantesca samaúma da Amazônia da minha infância.
Foi lá que minha memória despertou e que comecei a participar de uma violenta mutação.
Fascinado, vejo de perto o mundo que se revela.
A jibóia enlaça sua presa, esmaga-a e depois a engole.
A aranha caranguejeira salta sobre um passarinho.
Hordas de escorpiões, ferrões armados, agitam-se de um lado para o outro como samurais, numa crepitação venenosa.
Sapos gigantes incham e destilam venenos quando são tocados. Lá estão, copulando à sombra de uma palmeira. A goiabeira está em festa com a metamorfose das borboletas. Os perfumes embriagadores do bacuri e do cupuaçu misturam-se ao cheiro da mandioca fermentada. Sol a pino.
Tremo: malária.
O Rio Amazonas corre lento e imenso.
O tempo corre também. Estou em São Paulo, cidade ainda adolescente.
Foi lá que nasceu meu amor pela pintura. Sentado no telhado, pinto minha primeira paisagem.
O mundo está em guerra. O Brasil é um oásis.
Juventude, tempo de batalhas. De sonhos também: Paris.
Um belo dia encontro-me lá. De pé sobre a plataforma do ônibus verde, maravilhado, vejo desfilar os bulevares de plátanos e castanheiras, os quiosques e os mictórios. Os vendedores ambulantes enchem o ar com seus gritos. O cantor-acordeonista toca a musette esperando que as moedas caiam do céu. De repente, uma greve. Tudo parou. Os montes de lixo começam a esconder o outro lado da rua. A multidão desfila: manifestações. Nos cafés discute-se abstração enquanto morre o existencialismo. A Cantora Careca estréia numa cave.
Guerras e guerrinhas. Acelera-se a revolução tecnológica. O céu se carrega de ferragens sofisticadas. A espada de Dâmocles torna-se cada vez mais pesada.
Vivo, amo, sofro, pinto, exponho, evoluo.
Percebo que as raízes da minha figueira-brava infiltravam-se também nos interstícios das pedras do Marais.
No meu jardim a seiva da primavera acorda as roseiras selvagens".
Flavio-Shiró (Texto do catálogo de exposição, Paris, 1983. Flávio Shiró. Rio de Janeiro: Salamandra, 1990. p. 34.)
Acervos
Ville de Paris - França
Fonds National D'Art Contemporain - França
Hara Museum of Contemporary Art - Tóquio (Japão)
Museu de Arte Moderna - Havana (Cuba)
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP
Museu de Arte de São Paulo - MASP
Museu de Arte Moderna de Salvador - MAM/BA
Pinacoteca do Estado de São Paulo - Pesp
Exposições Individuais
1950 - Rio de Janeiro RJ - Primeira individual, na Enba
1952 - São Paulo SP - Individual, no Clube Cerejeira
1956 - Paris (França) - Individual, na Galeria Arnaud
1959 - Paris (França) - Individual, na Galeria Arnaud
1959 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1959 - São Paulo SP - Individual, na Galeria São Luís
1960 - Salvador BA - Individual, no MAM/BA
1962 - Paris (França) - Individual, na Galerie H.Legendre
1963 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1963 - Salvador BA - Individual, na Galeria Querino
1963 - São Paulo SP - Individual, na Faap
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1969 - Bruxelas (Bélgica) - Individual, na Galerie Arcanes
1973 - Paris (França) - Individual, na Galeria L'Oeil de Boeuf
1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1974 - São Paulo SP - Pastels de Flavio-Shiró, na Galeria Arte Global
1975 - Washington (Estados Unidos) - Individual, no Brazilian-American Cultural Institute
1977 - Paris (França) - Individual, na Galerie L'Oeil de Boeuf
1978 - São Paulo SP - Individual, no Gabinete de Arte
1981 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
1983 - Paris (França) - Individual, na Espace Latino-Américain
1983 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
1983 - São Paulo SP - Individual, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte
1985 - São Paulo SP - Flavio-Shiró: pinturas, na Galeria de Arte São Paulo
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
1989 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Thomas Cohn
1993 - Bourges (Bélgica) - Individual, na Maison de La Culture
1993 - Rio de Janeiro RJ - Trajetória: 50 anos de pintura de Flavio-Shiró, no MAM/RJ
1993 - Tóquio (Japão) - Trajetória: 50 anos de pintura de Flavio-Shiró, no Hara Museum of Contemporary Art
1994 - São Paulo SP - Trajetória: 50 anos de pintura de Flavio-Shiró, no Masp - prêmio retrospectiva
1998 - Niterói RJ - Flávio-Shiró na Coleção João Sattamini e Obras Recentes, no MAC/Niterói
1999 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2003 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2008 - São Paulo SP - Flavio-Shiró: pintor de três mundos: 65 anos de trajetória, no Instituto Tomie Ohtake
2008 - Belém PA - Flavio-Shiró: pintor de três mundos: 65 anos de trajetória, no Museu Casa das Onze Janelas
2008 - Belém PA - Trajetória de Tomé-Açu ao Mundo, no Museu Casa das Onze Janelas
2008 - Rio de Janeiro RJ - Flavio-Shiró: pintor de três mundos: 65 anos de trajetória, no Centro Cultural Correios
Exposições Coletivas
1947 - São Paulo SP - 19 Pintores, na Galeria Prestes Maia - 4º Prêmio Lunardelli
1949 - Rio de Janeiro RJ - 55º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - medalha de bronze
1951 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Naturezas Mortas, no Serviço de Alimentação e Previdência Social
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon
1951 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna
1952 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artistas Brasileiros, no MAM/RJ
1952 - São Paulo SP - 1º Salão do Grupo Seibi de Artistas Plásticos, no Clube Sakura
1952 - São Paulo SP - 1º Salão Sebikai - medalha de ouro
1952 - São Paulo SP - 2º Salão Paulista de Arte Moderna - prêmio aquisição
1956 - Paris (França) - Divergences, na Galerie Arnaud
1956 - Paris (França) - Les Arts en France et dans le Mond, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1957 - Amsterdã (Holanda) - Divergences, no Stedelijk Museum Amsterdam
1957 - Nantes (França) - Festival d'Art d'Avant-Garde, no Museu Nacional de Arte Moderna de Paris. Centro de Criação Industrial
1957 - Paris (França) - Salon Comparaisons, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1957 - Paris (França) - Divergences, na Galerie Arnaud
1957 - São Paulo SP - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1957 - Schiedam (Holanda) - Divergences, no Stedelijk Museum
1958 - Cleveland (Estados Unidos) - Eight Painters, na Howard Wise Gallery
1958 - Paris (França) - Divergences, na Galerie Arnaud
1958 - Paris (França) - Salon Réalités Nouvelles, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, no Kunsthaus.
1959 - Paris (França) - Antagonismes, no Musée des Arts Decoratifs
1959 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Nova York (Estados Unidos) - Guggenheim International Award, no Museu Guggenheim
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Santiago (Chile) - Arte Brasileira
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1961 - Paris (França) - 2ª Bienal de Paris - Prêmio Aquisição Cidade de Paris e prêmio internacional de pintura
1961 - Paris (França) - Salon Réalités Nouvelles, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1962 - Paris (França) - Exposition d'Art Latino Americain à Paris, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris de la Ville de Paris
1963 - Belo Horizonte MG - Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte - 1º prêmio
1963 - Paris (França) - 7 Artistes Brésiliens de L'Ecole de Paris, na Galerie XX Siècle
1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1964 - Paris (França) - Du General au Particulier, na Galerie Houston Brown
1964 - Paris (França) - Salon Comparaisons, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1964 - Rio de Janeiro RJ - Nova Figuração: Escola de Paris, na Galeria Relevo
1965 - Paris (França) - Oito Laureados da Bienal de Paris, na Galerie Françoise Ledoux
1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1965 - Tóquio (Japão) - Nippo-Brazilian Paintings Today, na Embaixada do Brasil
1966 - Havana (Cuba) - Pinturas da América Latina, na Casa de las Americas
1966 - Madri (Espanha) - Pintura Redonda
1966 - Paris (França) - Salon Comparaisons, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP
1966 - São Paulo SP - Artistas Nipo-Brasileiros, no MAC/USP
1967 - Paris (França) - Salon Réalités Nouvelles, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1968 - Campo Grande MS - 28 Artistas do Acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Galeria do Diário da Serra
1968 - Córdoba (Argentina) - Bienal de Córdoba
1968 - São Paulo SP - 19 Pintores, na Tema Galeria de Arte
1969 - Fortaleza CE - 28 Artistas do Acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, no Centro de Artes Visuais Raimundo Cela
1969 - Noruega - Art Latin-American: Scandinavia
1969 - Suécia - Art Latin-American: Scandinavia
1969 - Dinamarca - Art Latin-American: Scandinavia
1969 - São Paulo SP - 19 Artistas Nipo-Brasileiros, no MAC/USP
ca.1970 - Roma (Itália) - Vision 24, no Instituto Italo latino-americano
1970 - Barcelona (Espanha) - Artistas Latino-Americanos de Paris, na Sala Gaudí
1970 - Londres (Inglaterra) - Bertrand Ruussel Centenary Internacional Art Exhibition
1970 - Poitiers (França) - 117 Dessins et Gravures de Peintres Latino-Américains, no Centre Culturel
1970 - Roma (Itália) - Vision 24, no Instituto Ítalo-Latino-Americano
1970 - São Paulo SP - Pinacoteca do Estado de São Paulo 1970
1972 - São Paulo SP - 6ª Jovem Arte Contemporânea, no MAC/USP
1973 - Darmstadt (Alemanha) - Neue Darmstadter Sezession
1974 - Cagnes-sur-Mer (França) - Festival Internacional de Peinture - prêmio nacional de pintura
1974 - Paris (França) - Salão de Maio, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1978 - Menton (França) - Bienal de Menton
1978 - Paris (França) - Jeune Peinture, na Galeries Nationales du Grand Palais
1978 - Paris (França) - Les Huns, no Centre National d'Art Contemporain
1978 - São Paulo SP - 3 Gerações de Artistas Nipo-Brasileiros, na Galeria Arte Global
1978 - São Paulo SP - 19 Pintores, no MAM/SP
1981 - Osaka (Japão) - Exposição Latino-Americana de Arte Contemporânea Brasil/Japão, no National Museum of Art
1982 - Paris (França) - L'Amérique Latine à Paris, no Grand Palais
1982 - Rio de Janeiro RJ - Entre a Mancha e a Figura, no MAM/RJ
1982 - Veneza (Itália) - Artistas Latino-Americanos, no Museu de Arte Moderna
1983 - Paris (França) - L'Amerique Latine à Paris, na Galeries Nationales du Grand Palais
1983 - São Paulo SP - Projeto Releitura, na Pinacoteca do Estado
1984 - Havana (Cuba) - 1ª Bienal de Havana, no Museo Nacional de Bellas Artes
1984 - Paris (França) - Salon Comparaisons, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1984 - Rio de Janeiro RJ - Pintura Brasileira Atuante, no Espaço Petrobrás
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - Artistas Japoneses na Coleção do MAC, no MAC/USP
1985 - São Paulo SP - Artistas Latino-Americanos de Paris, no MAC/USP
1986 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Mostra Christian Dior de Arte Contemporânea: pintura, no Paço Imperial - 2º prêmio
1986 - Rio de Janeiro RJ - Tempos de Guerra: Pensão Maúa e Hotel Internacional, na Galeria de Arte Banerj
1986 - São Paulo SP - 17º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1988 - Belém PA - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, na Fundação Romulo Maiorana
1988 - Brasília DF - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras
1988 - Curitiba PR - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, no MAC/PR
1988 - Manaus AM - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, na Pinacoteca do Estado
1988 - Porto Alegre RS - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, no Margs
1988 - Recife PE - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, na Fundação Joaquim Nabuco. Instituto de Cultura
1988 - São Paulo SP - 63/66 Figura e Objeto, na Galeria Millan
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1988 - São Paulo SP - Vida e Arte dos Japoneses no Brasil, no Masp
1988 - São Paulo SP - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, no MAB/Faap
1989 - Recife PE - Jogo de Memória
1989 - Rio de Janeiro RJ - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, no MNBA
1989 - Rio de Janeiro RJ - Jogo de Memória, na Montesanti Galleria
1989 - Rio de Janeiro RJ - Rio Hoje, no MAM/RJ
1989 - São Paulo SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - Prêmio Itamaraty
1989 - São Paulo SP - 20º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP - premiado
1989 - São Paulo SP - Jogo de Memória, na Galeria Montesanti Roesler
1990 - Atami (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Brasília DF - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Grenoble (França) - Façades Imaginaires
1990 - São Paulo SP - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea, na Fundação Brasil-Japão
1990 - Sapporo - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Tóquio (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1992 - Curitiba PR - 10ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba/Mostra América, no Museu da Gravura
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa de Cultura
1992 - Rio de Janeiro RJ - Eco Art, no MAM/RJ - premiado
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil, 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno Brasileiro: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1993 - São Paulo SP - Obras para Ilustração do Suplemento Literário: 1956-1967, no MAM/SP
1994 - Frankfurt (Alemanha) - A Espessura do Signo: desenho brasileiro contemporâneo, no Karmeliter Kloster
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1996 - Rio de Janeiro RJ - O Grito, no MNBA
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo do MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1997 - Barra Mansa RJ - O Museu Visita a Galeria, no Centro Universitário de Barra Mansa
1997 - São Paulo SP - Phases: surrealismo e contemporaneidade - Grupo Austral e Cone Sul, no MAC/USP
1998 - Belo Horizonte MG - Mostra Internacional Itinerante Japão-Brasil, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1998 - Ipatinga MG - Mostra Internacional Itinerante Japão-Brasil
1998 - Niterói RJ - Espelho da Bienal, no MAC/Niterói
1998 - Rio de Janeiro RJ - Uma Visão da Arte Contemporânea, no MNBA
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1998 - São Paulo SP - São Paulo: visão dos nipo-brasileiros, no Museu Lasar Segall
1998 - São Paulo SP - Afinidades Eletivas I: o olhar do colecionador, na Casa das Rosas
1999 - Bath (Inglaterra) - Into the Light, na Royal Academy of Photography
1999 - Brasília DF - Mostra Internacional Itinerante Japão-Brasil, no Ministério das Relações Exteriores
1999 - Niterói RJ - Mostra Rio Gravura. Acervo Banerj, no Museu do Ingá
1999 - Paris (França) - Arte Latino-Americana, na Unesco
1999 - Paris (França) - Feira Internacional de Arte Contemporânea - Fiac
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura: Chagall, Daumier, Derain, Miró, Shiró e Acervo Banerj, na Casa Fança-Brasil
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Coleção Armando Sampaio: gravura brasileira, no Centro de Artes Calouste Gulbenkian
1999 - São Paulo SP - Mostra Internacional Itinerante Japão-Brasil, no Masp
2000 - São Paulo SP - Almeida Júnior: um artista revisitado, na Pinacoteca do Estado
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Obra Nova, no MAC/USP
2000 - São Paulo SP - Diálogo: arte contemporânea Brasil/Equador, no Memorial da América Latina. Galeria Marta Traba
2000 - Quito (Equador) - Diálogo: arte contemporânea Brasil/Equador, no Centro Cultural Puce
2001 - Rio de Janeiro RJ - A Imagem do Som de Antônio Carlos Jobim, no Paço Imperial
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light
2001 - São Paulo SP - Arte Nipo-Brasileira: momentos, na Galeria Euroart Castelli
2002 - Niterói RJ - Diálogo, Antagonismo e Replicação na Coleção Sattamini, no MAC/Niterói
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, no Instituto Tomie Ohtake
2002 - São Paulo SP - Portão 2, na Galeria Nara Roesler
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira: da Revolução de 30 ao pós-guerra, no Museu de Arte Moderna
2003 - Rio de Janeiro RJ - Autonomia do Desenho, no Museu de Arte Moderna
2003 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Brazilianart, no Almacén Galeria de Arte
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no Instituto Tomie Ohtake
2004 - Campinas SP - Coleção Metrópolis de Arte Contemporânea, no Espaço Cultural CPFL
2004 - Niterói RJ - Modernidade Transitiva, no MAC/USP
2004 - Rio de Janeiro RJ - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no MNBA
2004 - São Paulo SP - Abstração como Linguagem: perfil de um acervo, no Pinakotheke
2004 - São Paulo SP - As Bienais: um olhar sobre a produção brasileira 1951/2002, na Galeria Bergamin
2004 - São Paulo SP - Cinqüenta 50, no Museu de Arte Moderna
2004 - Curitiba PR - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira: exposição comemorativa dos 90 anos da artista, no Museu Oscar Niemeyer
2005 - São Paulo SP - Arte em Metrópolis, no Instituto Tomie Ohtake
2005 - São Paulo SP - Dor, Forma, Beleza: a representação criadora da experiência traumática, naEstação Pinacoteca
2005 - São Paulo SP - Odorico Tavares: a minha casa baiana - sonhos e desejos de um colecionador, na Galeria de Arte do Sesi
2005 - Curitiba PR - Arte em Metrópolis, na Museu Oscar Niemeyer
2005 - Curitiba PR - Odorico Tavares: a minha casa baiana - sonhos e desejos de um colecionador, no Museu Oscar Niemeyer
2006 - São Paulo SP - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real, no Banco Santander
2006 - São Paulo SP - Pincelada - Pintura e Método: projeções da década de 50, no Instituto Tomie Ohtake
2006 - Recife PE - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real, no Instituto Cultural Banco Real
2006 - Rio de Janeiro RJ - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real, no Museu de Arte Moderna
2007 - Curitiba PR - Arte no Espaço e no Tempo, no Museu Oscar Niemeyer
2008 - São Paulo SP - Arte Brasil-Japão, no MAC/USP
2008 - São Paulo SP - Laços do Olhar, no Instituto Tomie Ohtake
2008 - São Paulo SP - Nipo-Brasileiros no Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo, na Pinacoteca do Estado
2008 - São Paulo SP - Panorama dos Panoramas, no Museu de Arte Moderna
2008 - Rio de Janeiro RJ - Nippon - 100 Anos de Integração Brasil-Japão, no Centro Cultural Banco do Brasil
2009 - São Paulo SP - Memorial Revisitado: 20 anos, na Galeria Marta Traba
2009 - Niterói RJ - Arte Contemporânea Brasileira nas Coleções João Sattamini e Mac de Niterói, no Museu de Arte Contemporânea
2010 - São Paulo SP - 6ª sp-arte, na Fundação Biena
2011 - São Paulo SP - 7ª SP-Arte, no Pavilhão da Bienal
Fonte: FLAVIO-SHIRÓ . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Acesso em: 26 de Jun. 2017. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia - Wikipédia
Flávio Shiró é considerado o primeiro representante significativo da jovem pintura brasileira. Foi no Brasil que iniciou sua carreira com obras figurativas de caráter expressionista, nos anos de 1940.
Na década seguinte o artista dedicou-se a abstração e em 1960 começou a usar em suas obras os conceitos de figuração e abstração, sempre com o uso de cores escuras, e equilibrando texturas com manchas cromáticas.
De acordo com Walter Zanini, o preto nos quadros do pintor é vital. Ainda segundo o crítico, o seu próprio ato de pintar é definido como action painting, onde um longo e vertiginoso vetor, com curvas e linhas quebradas são elementos de estabilidade e controle na policromia dionisíaca do conjunto. Já o crítico Georges Boudaille diz que todo o orientalismo em Flávio Shiró está ausente. As linhas, a rapidez do desenho e o seu calor expressivo apenas assinalam o seu gosto pela linha, mas não quer dizer que existe uma ordenação no seu trabalho. Para Boudaille, as obras desse autor são marcadas por um realismo com uma subjetividade nítida.
Frederico Morais afirma que as obras de Shiró estão muito longe do mercado e da mídia. O ato quase religioso de pintar em seu ateliê considerado como um território sagrado faz com o que as suas pinturas fiquem muito longe do estilo panfletário ou demagógico, mas ao mesmo tempo não significam um alheamento dos assuntos como política, economia e tecnologia, pelo contrário, o olhar humanista da arte de Shiró é o que prevalece nas suas obras.
História
Foi em Tomé-Açu, no Pará, que Flávio Shiró morou com a sua família assim que chegou no Brasil, em 1932, aos quatro anos de idade. Em 1940, a família se muda para São Paulo em busca de melhores condições de vida. É durante esse período que estuda na Escola Profissional Getúlio Vargas e conhece Octávio Araújo, Marcelo Grassman e Luiz Sacilotto. Sua primeira pintura surge em 1942 e já aos 15 anos de idade Shiró começa a trabalhar pintando cerâmica e depois na Metro Goldywn Mayer, com cartazes para cinema.
Frequentando o Grupo Santa Helena, conhece Alfredo Volpi e Francisco Rebolo, em 1943. Ainda nos anos 40 muda-se para o Rio de Janeiro, onde começa a trabalhar em uma molduraria. Em 1960 ganha uma bolsa de estudos em Paris e viaja para o país, onde permanece de 1953 até 1983. Lá fora estudou técnicas de mosaico com Gino Severini, de gravura e litografia na Ecole Nationale des Beaux Arts. Quando volta para morar no Brasil novamente, começa a viver em Salvador (Bahia), e já tinha realizado várias exposições individuais e coletivas em Paris, na Europa e no Brasil.
Acervos
As obras de Flávio Shiró estão disponíveis nos seguintes acervos:
Pinacoteca do Estado de São Paulo - Pesp
Ville de Paris - França
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ
Museu de Arte Moderna - Havana (Cuba)
Museu de Arte de São Paulo - MASP
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP
Fonds National D'Art Contemporain - França
Museu de Arte Moderna de Salvador - MAM/BA
Hara Museum of Contemporary Art - Tóquio (Japão)
Exposições Individuais
1950 - Rio de Janeiro RJ - Primeira individual, na Enba
1952 - São Paulo SP - Individual, no Clube Cerejeira
1956 - Paris (França) - Individual, na Galeria Arnaud
1959 - Paris (França) - Individual, na Galeria Arnaud
1959 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1959 - São Paulo SP - Individual, na Galeria São Luís
1960 - Salvador BA - Individual, no MAM/BA
1962 - Paris (França) - Individual, na Galerie H.Legendre
1963 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1963 - Salvador BA - Individual, na Galeria Querino
1963 - São Paulo SP - Individual, na Faap
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1969 - Bruxelas (Bélgica) - Individual, na Galerie Arcanes
1973 - Paris (França) - Individual, na Galeria L'Oeil de Boeuf
1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1974 - São Paulo SP - Pastels de Flavio-Shiró, na Galeria Arte Global
1975 - Washington (Estados Unidos) - Individual, no Brazilian-American Cultural Institute
1977 - Paris (França) - Individual, na Galerie L'Oeil de Boeuf
1978 - São Paulo SP - Individual, no Gabinete de Arte
1981 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
1983 - Paris (França) - Individual, na Espace Latino-Américain
1983 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
1983 - São Paulo SP - Individual, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte
1985 - São Paulo SP - Flavio-Shiró: pinturas, na Galeria de Arte São Paulo
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
1989 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Thomas Cohn
1993 - Bourges (Bélgica) - Individual, na Maison de La Culture
1993 - Rio de Janeiro RJ - Trajetória: 50 anos de pintura de Flavio-Shiró, no MAM/RJ
1993 - Tóquio (Japão) - Trajetória: 50 anos de pintura de Flavio-Shiró, no Hara Museum of Contemporary Art
1994 - São Paulo SP - Trajetória: 50 anos de pintura de Flavio-Shiró, no Masp - prêmio retrospectiva
1998 - Niterói RJ - Flávio-Shiró na Coleção João Sattamini e Obras Recentes, no MAC/Niterói
1999 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2003 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2008 - São Paulo SP - Flavio-Shiró: pintor de três mundos: 65 anos de trajetória, no Instituto Tomie Ohtake
2008 - Belém PA - Flavio-Shiró: pintor de três mundos: 65 anos de trajetória, no Museu Casa das Onze Janelas
2008 - Belém PA - Trajetória de Tomé-Açu ao Mundo, no Museu Casa das Onze Janelas
2008 - Rio de Janeiro RJ - Flavio-Shiró: pintor de três mundos: 65 anos de trajetória, no Centro Cultural Correios
Prêmios (seleção)
1952, 1º Salão Sebikai - medalha de ouro, São Paulo
1989, Prêmio Itamaraty, 20ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 20 de junho de 2017.
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Grupo Seibi
Seibi - nome formado pelas iniciais de palavras que, em japonês, significam Grupo de Artistas Plásticos de São Paulo. O grupo, formado em 1935, conta inicialmente com a participação de Tomoo Handa (1906 - 1996), Hajime Higaki (1908 - 1998), Shigeto Tanaka (1910 - 1970), Kiyoji Tomioka (1844 - 1985), Takahashi (1908 - 1977), Yuji Tamaki (1916 - 1979), Yoshiya Takaoka (1909 - 1978) e o poeta e jornalista, Kikuo Furuno. Em 1938, aderem ao grupo Masato Aki e o escultor Iwakichi Yamamoto (1914).
O objetivo dessa reunião de artistas é a criação de um espaço para a produção, a divulgação e principalmente a discussão e a crítica das obras produzidas. Sem uma sede própria, eles se reúnem por um período na residência de Tomoo Handa, na Rua Alagoas 32 e, posteriormente, no porão de uma sociedade beneficente japonesa, situada na Rua Santa Luzia.
Em grande parte, os artistas que compõem o Seibi têm sua formação artística inteiramente realizada no Brasil. Estudam desenho e modelo vivo na Escola de Belas Artes de São Paulo ou frequentam a Escola Profissional Masculina do Brás. Todos são imigrantes japoneses e possuem outro meio de sobrevivência, além do trabalho artístico.
Com obras que se diferenciam da produção acadêmica - tanto pela proposta cromática quanto pela ausência de preocupação em retratar fielmente a realidade -, os artistas japoneses se dedicam principalmente aos gêneros da paisagem, do retrato e da natureza morta. Frequentemente realizam viagens à praia ou saem para pintar nos arredores dos bairros da Aclimação, Cambuci e Liberdade.
Na Escola de Belas Artes, entram em contato com os integrantes do Grupo Santa Helena, em especial com Mario Zanini (1907 - 1971), Francisco Rebolo (1902 - 1980), Fulvio Pennacchi (1905 - 1992) e Clóvis Graciano (1907 - 1988).
A primeira exposição realizada pelo grupo ocorre em 1938, na sede do Clube Japonês, na Rua Riachuelo 11. Pela pouca divulgação a mostra não tem grande repercussão. A partir de 1942, em decorrência da 2ª Guerra Mundial, as reuniões e agremiações de japoneses e alemães ficaram proibidas no país. O grupo se dispersa, só voltando a se reunir em março de 1947. Nessa nova fase, outros artistas passam participar, entre eles Manabu Mabe (1924 - 1997), Tikashi Fukushima (1920 - 2001), em torno de quem se articulará o grupo Guanabara, Tomie Ohtake (1913) e Flávio-Shiró (1928), entre outros.
Em 1952, é criado o salão Seibi Kai, que se estenderá até 1970, realizando um total de 14 mostras. Esses salões foram de grande importância para a projeção dos trabalhos realizados pelos artistas nipo-brasileiros.
Fonte: GRUPO Seibi. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 10 de Mar. 2017. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Grupo Santa Helena - Itaú Cultural
A existência do Grupo Santa Helena, e outras associações de artistas, torna-se um elemento fundamental para a consolidação da arte moderna em São Paulo nos decênios de 1930 e 1940. No entanto, sua abordagem e a compreensão como grupo não deixam de ser um desafio para os historiadores da arte brasileira. Sem programas preestabelecidos, o Santa Helena surge da união espontânea de alguns artistas utilizam salas como ateliê no Palacete Santa Helena, antigo edifício na Praça da Sé, em São Paulo, a partir de meados de 1934. O primeiro deles é Francisco Rebolo, que instala seu escritório de empreiteiro e artista-decorador na sala número 231 e começa a pintar, em 1935. Nesse ano Mário Zanini divide a sala com Rebolo, posteriormente alugando a de número 233, compondo a célula inicial do futuro agrupamento. Em datas diversas, uniram-se a eles, por ordem de chegada, Manoel Martins, Fulvio Pennacchi, Bonadei, Clóvis Graciano, Alfredo Volpi, Humberto Rosa e Rizzotti.
O ambiente criado nas salas de trabalho é de troca mútua, dividindo-se os conhecimentos técnicos de pintura e as sessões de modelo vivo, decidindo sobre a remessa de obras aos salões e organizando as famosas excursões de fim de semana aos subúrbios da cidade para execução da pintura ao ar livre. Relativamente afastado do meio artístico da época, o grupo só foi notado em outubro de 1936 por pintores mais experientes como Rossi Osir e Vittorio Gobbis, por ocasião da mostra Exposição de Pequenos Quadros, organizada pela Sociedade Paulista de Belas Artes no Palácio das Arcadas. Mas é como participantes da Família Artística Paulista - FAP, - agremiação co-fundada e dirigida por Rossi Osir, responsável por elaboração de salões -, que ganham visibilidade pública e passam a ser conhecidos pela crítica especializada como Grupo Santa Helena. Durante a curta duração dos ateliês conjuntos no palacete da Sé, não apresentam nenhuma exposição de seus trabalhos sob essa rubrica.
Em 1939, após visita ao 2º salão organizado pela FAP, Mário de Andrade (1893 - 1945) identifica e tenta conceituar pela primeira vez a existência de uma "escola paulista", caracterizada por seu modernismo moderado, ocupando o campo litigioso entre as experimentações formais da vanguarda dos anos 1920 e o academismo ainda vigente no meio paulistano. Como elemento de unificação entre os expositores, enfatiza a preocupação com o apuro técnico, a volta à tradição do fazer pictórico e o interesse pela representação da realidade concreta.
Somente em 1944, em texto dedicado a Clóvis Graciano, Mário de Andrade lança a tese de que a origem proletária ou da pequena burguesia é o elo e elemento determinante na plástica do grupo. O crítico afirma: " A que atribuir, portanto, as tendências coletivas de cor, de técnica geral e de assunto dessa Família Artística Paulista, até hoje rastreáveis em sua arte? A meu ver, o que caracteriza o grupo é seu proletarismo. Isso lhe determina a psicologia coletiva, e conseqüentemente a sua expressão". Em geral, esses artistas têm sua formação básica em escolas profissionalizantes, como o Liceu de Artes e Ofícios e a Escola Profissional Masculina do Brás. Os que estudam no exterior passam ao largo dos ateliês e escolas freqüentados pelos modernistas de 1922. Na época do Santa Helena ganham, em sua maioria, a vida como artesãos ou pintores-decoradores, o que contribui para a consciência artesanal de suas obras. A pintura de cavalete é realizada nos momentos de folga. A influência européia - principalmente do impressionismo e pós-impressionismo, do novecento italiano e do expressionismo - que se faz sentir na produção dos santelenistas se dá pela leitura de livros e revistas e por exposições que chegam do exterior.
O apego à representação da realidade leva-os a pintar principalmente paisagens, cujos focos são as vistas dos subúrbios e arredores da cidade, as praias visitadas nos fins de semana, a paisagem urbana. Percebe-se a preferência por locais anônimos no limite entre o campo e a cidade. A despeito das diferenças estilísticas entre eles, identifica-se em suas obras uma preferência por tons rebaixados, de fatura fosca, dando uma tonalidade acinzentada aos quadros. Outros gêneros foram trabalhados pelo Grupo Santa Helena, como a natureza-morta, o retrato e auto-retrato.
Com a dissolução natural do grupo, que começa a se desfazer no fim da década de 1930, seus artistas desenvolvem, muitas vezes com resultados desiguais, carreiras individuais. Entre eles, Alfredo Volpi é com certeza o que mais se destaca. Vale notar que artistas não-pertencentes ao Santa Helena guardam semelhanças estilísticas com os integrantes do grupo. Tais semelhanças apontam, com mais força e coesão, uma nova posição artística em São Paulo, autônoma em relação ao modernismo dos anos 1920 sem ser acadêmica.
Fonte: GRUPO Santa Helena. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 04 de Mai. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Crédito fotográfico: O Globo, Flávio Shiró na galeria Pinakotheke, foto por Marcos Ramos / AgÊncia O Globo. Publicado em 24 de setembro de 2018 por Nelson Gobbi.
Flávio Shiró Tanaka (Sapporo, Hokkaido, Japão, 1928) é um pintor, desenhista, gravador e cenógrafo brasileiro. Possui um estilo chamado realismo lírico não figurativo, onde pode-se notar a presença da natureza brasileira através da vegetação, fauna e o objeto humano.
Biografia Oficial
Nasce em 1928 em Sapporo, na ilha setentrional de Hokkaido, Japão, filho caçula de Massami Tanaka e de Aï Iwane, ambos descendentes de samurais.
Anos 1930
Emigra com a família para o Brasil, crescendo em Tomé Açu, na floresta amazônica. Em 1939, em busca de melhores condições de vida e de educação para os filhos, a família se muda para São Paulo.
Anos 1940
Primeira pintura em 1942, enquanto estuda numa Escola de Artes e Ofícios. Começa a trabalhar aos 15 anis, pintando cerâmicas, e depois na Metro Goldwyn Mayer, em cartazes para cinemas. Freqüenta o Grupo Santa Helena, um grupo de pintores modernos de classe operària, e torna-se membro do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo. Muda-se pra o Rio de Janeiro, trabalhando numa molduraria. Participa de exposições coletivas, ganhando reconhecimento e vários prêmios. Assina Shiro Tanaka ou F.S. Tanaka.
Anos 1950
Primeira exposição individual em 1950, no Rio de Janeiro. Expõe obras na primeira Bienal de São Paulo. Naturaliza-se brasileiro. Chega em Paris em 1953. Estuda técnicas de mosaico com Gino Severini, de gravura e litografia na Ecole Nationale des Beaux Arts; copia mestres antigos no Louvre. Exposições individuais e coletivas em Paris, na Europa e no Brasil. Casa e tem dois filhos.Volta para o Brasil em 1959, vivendo em Salvador, Bahia.
Anos 1960
Volta para Paris e começa a assinar Flavio-Shiró. Prêmio de pintura na segunda Bienal de Paris. Exposições individuais e coletivas - entre estas Guggenheim International em 1960 - na Europa, América Latina e Estados Unidos, com pinturas sugerindo monstros e maquinas míticos. Viaja pela Europa, o Oriente Médio, Américas e a ásia. Fotografa Maio de 1968 em Paris. Realiza serie de fotografias experimentais.
Anos 1970
O desenho reaparece em grandes pinturas, em técnica mista e fusain, aludindo a rostos imaginários, seguidos pela reinvenção do corpo. Expõe no Brasil, na França, Espanha, Itália, Alemanha, no Reino Unido e nos Estados Unidos.
Anos 1980
Compra e restaura uma casa no Rio de Janeiro e começa a dividir o ano entre Paris e o Rio. Prêmio Panorama da Arte Brasileira e Prêmio Itamaraty na Bienal de São Paulo de 1989. Expõe, muitas vezes com artistas latino-americanos, no Brasil, no Japão, em Cuba, na França e na Itália. Encontra Matta, que lhe diz que O que é obvio não me interessa mais. A sua pintura, habitada por seres estranhos e indefinidos, me atrai... Pintura assim impregnada de poesia é rara, hoje em dia.
Anos 1990
Ganha o Prêmio Eco-Arte na Conferência Mundial do Meio Ambiente de 1992 no Rio de Janeiro, e o Prêmio da Exposição Internacional Japão-Brasil. Grandes retrospectivas mostrando cinqüenta anos de pintura no Museu Hara de Arte Contemporânea de Tóquio, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e no Museu de Arte de São Paulo (MASP). Exposição individual no novo Museu de Arte Contemporânea de Niterói. Mostra monotipias na exposição de gravuras Daumier, Chagall, Derain, Miro, Flavio-Shiró no Rio de Janeiro.
Anos 2000
Retrospectivas importantes com a exposição Flavio-Shiró, pintor de três mundos : uma trajetória de 65 anos no Instituto Tomie Ohtake de São Paulo, na Casa das Onze Janelas de Belém e no Centro Cultural Correios no Rio de Janeiro. Continua pintando, chegando em breve a setenta anos de pintura.
Fonte: Site oficial Flávio Shiró,
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Biografia - Itaú Cultural
Chega ao Brasil em 1932, e instala-se com a família numa colônia japonesa em Tomé-Açu, no Pará. Reside em São Paulo a partir de 1940. Estuda na Escola Profissional Getúlio Vargas, onde conhece Octávio Araújo (1926-2015), Marcelo Grassmann (1925-2013) e Luiz Sacilotto (1924-2003). Por volta de 1943 tem contato com Alfredo Volpi (1896-1988) e Francisco Rebolo (1902-1980) integrantes do Grupo Santa Helena. Em 1947, integra o Grupo Seibi. No ano seguinte, trabalha na molduraria do pintor Tadashi Kaminagai (1899-1982). Com bolsa de estudo, viaja a Paris, onde permanece de 1953 a 1983. Estuda mosaico com Gino Severini (1883-1966), gravura em metal com Johnny Friedlaender (1912-1992) e litografia na École National Supérieure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes]; e freqüenta o ateliê de Sugai e Tabuchi. Na década de 1960, participa do movimento artístico brasileiro e integra o Grupo Austral (Movimento Phases) de São Paulo. Dedica-se à abstração informal, desde a década de 1950. A partir dos anos 1970, suas telas apresentam sugestões de figuras, por vezes seres fantásticos ou monstruosos. Em 1990, é publicado o livro Flávio-Shiró, pela editora Salamandra. A exposição Trajetória: 50 Anos de Pintura de Flavio-Shiró é apresentada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ) e no Hara Museum of Contemporary Art, em Tóquio, em 1993, e no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), em 1994.
Análise
Após iniciar sua carreira com obras figurativas, de caráter expressionista, Flávio-Shiró dedica-se à abstração informal a partir da década de 1950. Cria obras nas quais se destacam a gestualidade da pincelada e as superfícies carregadas de matéria, empregando freqüentemente o negro e cores escuras ou neutras.
No início dos anos 1960, Shiró deixa surgir uma possibilidade de desenho em quadros nos quais passa gradativamente a utilizar planos de fundo claros, em contraste com as imagens escuras. Em algumas telas, apresenta formas orgânicas, aproximando-se da figuração, como em Delfica (1963). Como nota o crítico de arte Reynaldo Roels Jr (1952-2009)., desde os anos 1970, o foco central de suas telas se desloca para a figura, mesmo que ela não seja facilmente discernida. A partir de então, as figuras, muitas vezes sugestões de seres fantásticos ou monstruosos, aparecem com toda força em suas telas, em contextos abstratos.
Shiró trabalha com a consciente ambiguidade entre figuração e abstração. Destacam-se em seus quadros a paleta contida, as texturas elaboradas e o equilíbrio entre grafismos e mancha cromática. Para Roels Jr., Shiró é um artista que aborda contradições inerentes à pintura contemporânea, como abstração e representação, e objetividade e subjetividade.
Críticas
"Flavio-S. Tanaka, na simetria e fugitividade de seus quadros melhor realizados, demonstra o mesmo imediatismo e conexão de idéias e execução da arte extremo-oriental. O preto, que nos quadros atmosféricos vimos de preferência posto em relevo pelo uso de brancos, é um elemento sempre vital: 'Organizo instintivamente a composição com tinta preta, necessidade ou preferência que talvez explique pela minha origem japonesa'. De fato, essa cor (às vezes combustão) desempenha uma importância especial na estrutura da tela, estrutura que o artista procura dissimular. Podemos, entretanto, observar o seu essencial germinado no próprio ato de pintar como action painting. Uma longa horizontal ou um breve e vertiginoso vetor, curvas ou linhas quebradas são todos elementos de estabilidade e controle na policromia dionisíaca do conjunto.
(...) Ele pertence a uma geração efervescente, de alternativas difíceis e mesmo cruciais a esta altura do século, chamada a suceder a esplêndida floração de caracteres complexos e heterogêneos da categoria de Frautrier e Fontana, de Pollock e Dubuffet".
Walter Zanini (FLÁVIO-SHIRÓ. Rio de Janeiro: Salamandra, 1990. p.170)
"(...) A pintura deste japonês, transportado desde os seus primeiros anos para o coração do meio geográfico e étnico brasileiro, aparece, com efeito, profundamente sul-americana, pela inspiração, enquanto todo o orientalismo nele está ausente. Apenas, pode-se assinalar seu gosto pela linha, a rapidez do desenho e seu calor expressivo.
Este desenho não foi colocado, como em certos japoneses, a serviço de uma atitude filosófica. Evidencia uma forma vigorosa de realismo marcado por uma subjetividade soberana.
Flavio-Shiró atinge por um estilo que se poderia qualificar de 'realismo lírico não figurativo'. Não é a paisagem que se encontra nas raízes de cada uma das suas composições, mas a lembrança global da natureza brasileira, com sua vegetação, sua fauna e sempre uma presença humana consciente de sua impotência diante dos fenômenos da vida, mas espectadora vigilante, pronta a lhe interpretar o valor sugestivo, simbólico e poético.
Cada pintura de Flavio-Shiró é uma transposição total que se recusa aos artifícios da análise, reduz os efeitos da composição e tende uma expansão total e direta.
Este novo frisson que ele nos faz experimentar a contribuição autêntica de Flavio-Shiró à Escola de Paris e nela é o primeiro representante significativo da jovem pintura brasileira".
Georges Boudaille (BOUDAILLE, Georges. Flávio-Shiró e a realidade brasileira. In: FLÁVIO-SHIRÓ. Rio de Janeiro: Salamandra, 1990. p.171.
"Flavio-Shiró tem meio século de pintura. Em todo esse tempo, vem realizando sua obra à margem dos modismos temáticos e formais, determinando ele mesmo seu ritmo de trabalho, longe das imposições do mercado e da mídia. É um artista que fez de seu ateliê um território sagrado, guardando uma atmosfera quase religiosa. Esse comportamenteo não significa um alheamento das coisas do mundo, inclusive da política, da economia e da tecnologia, mas sem dúvida o que prevalece, no seu fazer criador, é a visão humanista de arte. Um humanismo recatado, que nada tem de panfletário ou demagógico.
Nenhuma obra de arte, independente da experiência particular de vida que ela transmite, nasce fora da história da arte tampouco vive isolada e intocada num céu platônico. Se a arte é uma forma de experimentar o mundo, ela estará sempre contaminada pela vida. Cada uma das telas de Shiró carrega o peso da história da arte e da cultura. Não me refiro ao modismo das citações ou às homenagens oportunistas, apenas intuo, na estrutura cruciforme de uma de suas telas recentes, a presença fugidia de Grunewald, em outras, o páthos barroco ou a transcendência gótica, em outras, ainda, algumas reminiscências da Pré-História. Sem nunca ter-se desligado do lado oficinal da criação, o que o leva muitas vezes a fabricar seus próprios materiais de pintura ou desenho e a superpor diversas técnicas, que resultam numa matéria rica e atraente. Flavio-Shiró é um artista erudito. Em suas obras, ele dialoga com a arte do presente e do passado, com o informalismo e a nova figuração, com pintura veneziana e o maneirismo espanhol e, também, com Freud e a mitologia grega, com Jean Genet e Win Wenders, com o melhor teatro e a melhor literatura. As exposições e filmes que vê, os livros que lê, as peças de teatro a que assiste, as viagens que realiza a tantos lugares diferentes, a memória profunda de fatos e situações vividas em três continentes, a natureza e a luminosidade brasileiras, e mais a rica experiência do cotidiano que vem se somar à atividade incessante do inconsciente, formam o cadinho cultural que vai alimentar sua obra pictórica, o substrato que serve de base para as indagações que, através da pintura, ele está continuamente fazendo ao mundo".
Frederico Morais (Flávio-Shiró: indagação e silêncio. In: FLAVIO-SHIRÓ. Flávio-Shiró. São Paulo: Galeria Nara Roesler, 1999. s.p.)
Depoimentos
"RAÍZES
Sou como a figueira brava, ligado a três continentes por raízes aéreas: suas seivas complementares e de contraste me alimentam.
As raízes do sugui, presas aos flancos das montanhas do meu Japão nativo, vão bem cedo juntar-se às da gigantesca samaúma da Amazônia da minha infância.
Foi lá que minha memória despertou e que comecei a participar de uma violenta mutação.
Fascinado, vejo de perto o mundo que se revela.
A jibóia enlaça sua presa, esmaga-a e depois a engole.
A aranha caranguejeira salta sobre um passarinho.
Hordas de escorpiões, ferrões armados, agitam-se de um lado para o outro como samurais, numa crepitação venenosa.
Sapos gigantes incham e destilam venenos quando são tocados. Lá estão, copulando à sombra de uma palmeira. A goiabeira está em festa com a metamorfose das borboletas. Os perfumes embriagadores do bacuri e do cupuaçu misturam-se ao cheiro da mandioca fermentada. Sol a pino.
Tremo: malária.
O Rio Amazonas corre lento e imenso.
O tempo corre também. Estou em São Paulo, cidade ainda adolescente.
Foi lá que nasceu meu amor pela pintura. Sentado no telhado, pinto minha primeira paisagem.
O mundo está em guerra. O Brasil é um oásis.
Juventude, tempo de batalhas. De sonhos também: Paris.
Um belo dia encontro-me lá. De pé sobre a plataforma do ônibus verde, maravilhado, vejo desfilar os bulevares de plátanos e castanheiras, os quiosques e os mictórios. Os vendedores ambulantes enchem o ar com seus gritos. O cantor-acordeonista toca a musette esperando que as moedas caiam do céu. De repente, uma greve. Tudo parou. Os montes de lixo começam a esconder o outro lado da rua. A multidão desfila: manifestações. Nos cafés discute-se abstração enquanto morre o existencialismo. A Cantora Careca estréia numa cave.
Guerras e guerrinhas. Acelera-se a revolução tecnológica. O céu se carrega de ferragens sofisticadas. A espada de Dâmocles torna-se cada vez mais pesada.
Vivo, amo, sofro, pinto, exponho, evoluo.
Percebo que as raízes da minha figueira-brava infiltravam-se também nos interstícios das pedras do Marais.
No meu jardim a seiva da primavera acorda as roseiras selvagens".
Flavio-Shiró (Texto do catálogo de exposição, Paris, 1983. Flávio Shiró. Rio de Janeiro: Salamandra, 1990. p. 34.)
Acervos
Ville de Paris - França
Fonds National D'Art Contemporain - França
Hara Museum of Contemporary Art - Tóquio (Japão)
Museu de Arte Moderna - Havana (Cuba)
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP
Museu de Arte de São Paulo - MASP
Museu de Arte Moderna de Salvador - MAM/BA
Pinacoteca do Estado de São Paulo - Pesp
Exposições Individuais
1950 - Rio de Janeiro RJ - Primeira individual, na Enba
1952 - São Paulo SP - Individual, no Clube Cerejeira
1956 - Paris (França) - Individual, na Galeria Arnaud
1959 - Paris (França) - Individual, na Galeria Arnaud
1959 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1959 - São Paulo SP - Individual, na Galeria São Luís
1960 - Salvador BA - Individual, no MAM/BA
1962 - Paris (França) - Individual, na Galerie H.Legendre
1963 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1963 - Salvador BA - Individual, na Galeria Querino
1963 - São Paulo SP - Individual, na Faap
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1969 - Bruxelas (Bélgica) - Individual, na Galerie Arcanes
1973 - Paris (França) - Individual, na Galeria L'Oeil de Boeuf
1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1974 - São Paulo SP - Pastels de Flavio-Shiró, na Galeria Arte Global
1975 - Washington (Estados Unidos) - Individual, no Brazilian-American Cultural Institute
1977 - Paris (França) - Individual, na Galerie L'Oeil de Boeuf
1978 - São Paulo SP - Individual, no Gabinete de Arte
1981 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
1983 - Paris (França) - Individual, na Espace Latino-Américain
1983 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
1983 - São Paulo SP - Individual, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte
1985 - São Paulo SP - Flavio-Shiró: pinturas, na Galeria de Arte São Paulo
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
1989 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Thomas Cohn
1993 - Bourges (Bélgica) - Individual, na Maison de La Culture
1993 - Rio de Janeiro RJ - Trajetória: 50 anos de pintura de Flavio-Shiró, no MAM/RJ
1993 - Tóquio (Japão) - Trajetória: 50 anos de pintura de Flavio-Shiró, no Hara Museum of Contemporary Art
1994 - São Paulo SP - Trajetória: 50 anos de pintura de Flavio-Shiró, no Masp - prêmio retrospectiva
1998 - Niterói RJ - Flávio-Shiró na Coleção João Sattamini e Obras Recentes, no MAC/Niterói
1999 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2003 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2008 - São Paulo SP - Flavio-Shiró: pintor de três mundos: 65 anos de trajetória, no Instituto Tomie Ohtake
2008 - Belém PA - Flavio-Shiró: pintor de três mundos: 65 anos de trajetória, no Museu Casa das Onze Janelas
2008 - Belém PA - Trajetória de Tomé-Açu ao Mundo, no Museu Casa das Onze Janelas
2008 - Rio de Janeiro RJ - Flavio-Shiró: pintor de três mundos: 65 anos de trajetória, no Centro Cultural Correios
Exposições Coletivas
1947 - São Paulo SP - 19 Pintores, na Galeria Prestes Maia - 4º Prêmio Lunardelli
1949 - Rio de Janeiro RJ - 55º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - medalha de bronze
1951 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Naturezas Mortas, no Serviço de Alimentação e Previdência Social
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon
1951 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna
1952 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artistas Brasileiros, no MAM/RJ
1952 - São Paulo SP - 1º Salão do Grupo Seibi de Artistas Plásticos, no Clube Sakura
1952 - São Paulo SP - 1º Salão Sebikai - medalha de ouro
1952 - São Paulo SP - 2º Salão Paulista de Arte Moderna - prêmio aquisição
1956 - Paris (França) - Divergences, na Galerie Arnaud
1956 - Paris (França) - Les Arts en France et dans le Mond, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1957 - Amsterdã (Holanda) - Divergences, no Stedelijk Museum Amsterdam
1957 - Nantes (França) - Festival d'Art d'Avant-Garde, no Museu Nacional de Arte Moderna de Paris. Centro de Criação Industrial
1957 - Paris (França) - Salon Comparaisons, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1957 - Paris (França) - Divergences, na Galerie Arnaud
1957 - São Paulo SP - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1957 - Schiedam (Holanda) - Divergences, no Stedelijk Museum
1958 - Cleveland (Estados Unidos) - Eight Painters, na Howard Wise Gallery
1958 - Paris (França) - Divergences, na Galerie Arnaud
1958 - Paris (França) - Salon Réalités Nouvelles, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, no Kunsthaus.
1959 - Paris (França) - Antagonismes, no Musée des Arts Decoratifs
1959 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Nova York (Estados Unidos) - Guggenheim International Award, no Museu Guggenheim
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Santiago (Chile) - Arte Brasileira
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1961 - Paris (França) - 2ª Bienal de Paris - Prêmio Aquisição Cidade de Paris e prêmio internacional de pintura
1961 - Paris (França) - Salon Réalités Nouvelles, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1962 - Paris (França) - Exposition d'Art Latino Americain à Paris, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris de la Ville de Paris
1963 - Belo Horizonte MG - Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte - 1º prêmio
1963 - Paris (França) - 7 Artistes Brésiliens de L'Ecole de Paris, na Galerie XX Siècle
1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1964 - Paris (França) - Du General au Particulier, na Galerie Houston Brown
1964 - Paris (França) - Salon Comparaisons, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1964 - Rio de Janeiro RJ - Nova Figuração: Escola de Paris, na Galeria Relevo
1965 - Paris (França) - Oito Laureados da Bienal de Paris, na Galerie Françoise Ledoux
1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1965 - Tóquio (Japão) - Nippo-Brazilian Paintings Today, na Embaixada do Brasil
1966 - Havana (Cuba) - Pinturas da América Latina, na Casa de las Americas
1966 - Madri (Espanha) - Pintura Redonda
1966 - Paris (França) - Salon Comparaisons, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP
1966 - São Paulo SP - Artistas Nipo-Brasileiros, no MAC/USP
1967 - Paris (França) - Salon Réalités Nouvelles, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1968 - Campo Grande MS - 28 Artistas do Acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Galeria do Diário da Serra
1968 - Córdoba (Argentina) - Bienal de Córdoba
1968 - São Paulo SP - 19 Pintores, na Tema Galeria de Arte
1969 - Fortaleza CE - 28 Artistas do Acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, no Centro de Artes Visuais Raimundo Cela
1969 - Noruega - Art Latin-American: Scandinavia
1969 - Suécia - Art Latin-American: Scandinavia
1969 - Dinamarca - Art Latin-American: Scandinavia
1969 - São Paulo SP - 19 Artistas Nipo-Brasileiros, no MAC/USP
ca.1970 - Roma (Itália) - Vision 24, no Instituto Italo latino-americano
1970 - Barcelona (Espanha) - Artistas Latino-Americanos de Paris, na Sala Gaudí
1970 - Londres (Inglaterra) - Bertrand Ruussel Centenary Internacional Art Exhibition
1970 - Poitiers (França) - 117 Dessins et Gravures de Peintres Latino-Américains, no Centre Culturel
1970 - Roma (Itália) - Vision 24, no Instituto Ítalo-Latino-Americano
1970 - São Paulo SP - Pinacoteca do Estado de São Paulo 1970
1972 - São Paulo SP - 6ª Jovem Arte Contemporânea, no MAC/USP
1973 - Darmstadt (Alemanha) - Neue Darmstadter Sezession
1974 - Cagnes-sur-Mer (França) - Festival Internacional de Peinture - prêmio nacional de pintura
1974 - Paris (França) - Salão de Maio, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1978 - Menton (França) - Bienal de Menton
1978 - Paris (França) - Jeune Peinture, na Galeries Nationales du Grand Palais
1978 - Paris (França) - Les Huns, no Centre National d'Art Contemporain
1978 - São Paulo SP - 3 Gerações de Artistas Nipo-Brasileiros, na Galeria Arte Global
1978 - São Paulo SP - 19 Pintores, no MAM/SP
1981 - Osaka (Japão) - Exposição Latino-Americana de Arte Contemporânea Brasil/Japão, no National Museum of Art
1982 - Paris (França) - L'Amérique Latine à Paris, no Grand Palais
1982 - Rio de Janeiro RJ - Entre a Mancha e a Figura, no MAM/RJ
1982 - Veneza (Itália) - Artistas Latino-Americanos, no Museu de Arte Moderna
1983 - Paris (França) - L'Amerique Latine à Paris, na Galeries Nationales du Grand Palais
1983 - São Paulo SP - Projeto Releitura, na Pinacoteca do Estado
1984 - Havana (Cuba) - 1ª Bienal de Havana, no Museo Nacional de Bellas Artes
1984 - Paris (França) - Salon Comparaisons, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1984 - Rio de Janeiro RJ - Pintura Brasileira Atuante, no Espaço Petrobrás
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - Artistas Japoneses na Coleção do MAC, no MAC/USP
1985 - São Paulo SP - Artistas Latino-Americanos de Paris, no MAC/USP
1986 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Mostra Christian Dior de Arte Contemporânea: pintura, no Paço Imperial - 2º prêmio
1986 - Rio de Janeiro RJ - Tempos de Guerra: Pensão Maúa e Hotel Internacional, na Galeria de Arte Banerj
1986 - São Paulo SP - 17º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1988 - Belém PA - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, na Fundação Romulo Maiorana
1988 - Brasília DF - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras
1988 - Curitiba PR - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, no MAC/PR
1988 - Manaus AM - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, na Pinacoteca do Estado
1988 - Porto Alegre RS - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, no Margs
1988 - Recife PE - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, na Fundação Joaquim Nabuco. Instituto de Cultura
1988 - São Paulo SP - 63/66 Figura e Objeto, na Galeria Millan
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1988 - São Paulo SP - Vida e Arte dos Japoneses no Brasil, no Masp
1988 - São Paulo SP - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, no MAB/Faap
1989 - Recife PE - Jogo de Memória
1989 - Rio de Janeiro RJ - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, no MNBA
1989 - Rio de Janeiro RJ - Jogo de Memória, na Montesanti Galleria
1989 - Rio de Janeiro RJ - Rio Hoje, no MAM/RJ
1989 - São Paulo SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - Prêmio Itamaraty
1989 - São Paulo SP - 20º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP - premiado
1989 - São Paulo SP - Jogo de Memória, na Galeria Montesanti Roesler
1990 - Atami (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Brasília DF - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Grenoble (França) - Façades Imaginaires
1990 - São Paulo SP - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea, na Fundação Brasil-Japão
1990 - Sapporo - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Tóquio (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1992 - Curitiba PR - 10ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba/Mostra América, no Museu da Gravura
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa de Cultura
1992 - Rio de Janeiro RJ - Eco Art, no MAM/RJ - premiado
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil, 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno Brasileiro: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1993 - São Paulo SP - Obras para Ilustração do Suplemento Literário: 1956-1967, no MAM/SP
1994 - Frankfurt (Alemanha) - A Espessura do Signo: desenho brasileiro contemporâneo, no Karmeliter Kloster
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1996 - Rio de Janeiro RJ - O Grito, no MNBA
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo do MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1997 - Barra Mansa RJ - O Museu Visita a Galeria, no Centro Universitário de Barra Mansa
1997 - São Paulo SP - Phases: surrealismo e contemporaneidade - Grupo Austral e Cone Sul, no MAC/USP
1998 - Belo Horizonte MG - Mostra Internacional Itinerante Japão-Brasil, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1998 - Ipatinga MG - Mostra Internacional Itinerante Japão-Brasil
1998 - Niterói RJ - Espelho da Bienal, no MAC/Niterói
1998 - Rio de Janeiro RJ - Uma Visão da Arte Contemporânea, no MNBA
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1998 - São Paulo SP - São Paulo: visão dos nipo-brasileiros, no Museu Lasar Segall
1998 - São Paulo SP - Afinidades Eletivas I: o olhar do colecionador, na Casa das Rosas
1999 - Bath (Inglaterra) - Into the Light, na Royal Academy of Photography
1999 - Brasília DF - Mostra Internacional Itinerante Japão-Brasil, no Ministério das Relações Exteriores
1999 - Niterói RJ - Mostra Rio Gravura. Acervo Banerj, no Museu do Ingá
1999 - Paris (França) - Arte Latino-Americana, na Unesco
1999 - Paris (França) - Feira Internacional de Arte Contemporânea - Fiac
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura: Chagall, Daumier, Derain, Miró, Shiró e Acervo Banerj, na Casa Fança-Brasil
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Coleção Armando Sampaio: gravura brasileira, no Centro de Artes Calouste Gulbenkian
1999 - São Paulo SP - Mostra Internacional Itinerante Japão-Brasil, no Masp
2000 - São Paulo SP - Almeida Júnior: um artista revisitado, na Pinacoteca do Estado
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Obra Nova, no MAC/USP
2000 - São Paulo SP - Diálogo: arte contemporânea Brasil/Equador, no Memorial da América Latina. Galeria Marta Traba
2000 - Quito (Equador) - Diálogo: arte contemporânea Brasil/Equador, no Centro Cultural Puce
2001 - Rio de Janeiro RJ - A Imagem do Som de Antônio Carlos Jobim, no Paço Imperial
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light
2001 - São Paulo SP - Arte Nipo-Brasileira: momentos, na Galeria Euroart Castelli
2002 - Niterói RJ - Diálogo, Antagonismo e Replicação na Coleção Sattamini, no MAC/Niterói
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, no Instituto Tomie Ohtake
2002 - São Paulo SP - Portão 2, na Galeria Nara Roesler
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira: da Revolução de 30 ao pós-guerra, no Museu de Arte Moderna
2003 - Rio de Janeiro RJ - Autonomia do Desenho, no Museu de Arte Moderna
2003 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Brazilianart, no Almacén Galeria de Arte
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no Instituto Tomie Ohtake
2004 - Campinas SP - Coleção Metrópolis de Arte Contemporânea, no Espaço Cultural CPFL
2004 - Niterói RJ - Modernidade Transitiva, no MAC/USP
2004 - Rio de Janeiro RJ - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no MNBA
2004 - São Paulo SP - Abstração como Linguagem: perfil de um acervo, no Pinakotheke
2004 - São Paulo SP - As Bienais: um olhar sobre a produção brasileira 1951/2002, na Galeria Bergamin
2004 - São Paulo SP - Cinqüenta 50, no Museu de Arte Moderna
2004 - Curitiba PR - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira: exposição comemorativa dos 90 anos da artista, no Museu Oscar Niemeyer
2005 - São Paulo SP - Arte em Metrópolis, no Instituto Tomie Ohtake
2005 - São Paulo SP - Dor, Forma, Beleza: a representação criadora da experiência traumática, naEstação Pinacoteca
2005 - São Paulo SP - Odorico Tavares: a minha casa baiana - sonhos e desejos de um colecionador, na Galeria de Arte do Sesi
2005 - Curitiba PR - Arte em Metrópolis, na Museu Oscar Niemeyer
2005 - Curitiba PR - Odorico Tavares: a minha casa baiana - sonhos e desejos de um colecionador, no Museu Oscar Niemeyer
2006 - São Paulo SP - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real, no Banco Santander
2006 - São Paulo SP - Pincelada - Pintura e Método: projeções da década de 50, no Instituto Tomie Ohtake
2006 - Recife PE - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real, no Instituto Cultural Banco Real
2006 - Rio de Janeiro RJ - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real, no Museu de Arte Moderna
2007 - Curitiba PR - Arte no Espaço e no Tempo, no Museu Oscar Niemeyer
2008 - São Paulo SP - Arte Brasil-Japão, no MAC/USP
2008 - São Paulo SP - Laços do Olhar, no Instituto Tomie Ohtake
2008 - São Paulo SP - Nipo-Brasileiros no Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo, na Pinacoteca do Estado
2008 - São Paulo SP - Panorama dos Panoramas, no Museu de Arte Moderna
2008 - Rio de Janeiro RJ - Nippon - 100 Anos de Integração Brasil-Japão, no Centro Cultural Banco do Brasil
2009 - São Paulo SP - Memorial Revisitado: 20 anos, na Galeria Marta Traba
2009 - Niterói RJ - Arte Contemporânea Brasileira nas Coleções João Sattamini e Mac de Niterói, no Museu de Arte Contemporânea
2010 - São Paulo SP - 6ª sp-arte, na Fundação Biena
2011 - São Paulo SP - 7ª SP-Arte, no Pavilhão da Bienal
Fonte: FLAVIO-SHIRÓ . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Acesso em: 26 de Jun. 2017. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia - Wikipédia
Flávio Shiró é considerado o primeiro representante significativo da jovem pintura brasileira. Foi no Brasil que iniciou sua carreira com obras figurativas de caráter expressionista, nos anos de 1940.
Na década seguinte o artista dedicou-se a abstração e em 1960 começou a usar em suas obras os conceitos de figuração e abstração, sempre com o uso de cores escuras, e equilibrando texturas com manchas cromáticas.
De acordo com Walter Zanini, o preto nos quadros do pintor é vital. Ainda segundo o crítico, o seu próprio ato de pintar é definido como action painting, onde um longo e vertiginoso vetor, com curvas e linhas quebradas são elementos de estabilidade e controle na policromia dionisíaca do conjunto. Já o crítico Georges Boudaille diz que todo o orientalismo em Flávio Shiró está ausente. As linhas, a rapidez do desenho e o seu calor expressivo apenas assinalam o seu gosto pela linha, mas não quer dizer que existe uma ordenação no seu trabalho. Para Boudaille, as obras desse autor são marcadas por um realismo com uma subjetividade nítida.
Frederico Morais afirma que as obras de Shiró estão muito longe do mercado e da mídia. O ato quase religioso de pintar em seu ateliê considerado como um território sagrado faz com o que as suas pinturas fiquem muito longe do estilo panfletário ou demagógico, mas ao mesmo tempo não significam um alheamento dos assuntos como política, economia e tecnologia, pelo contrário, o olhar humanista da arte de Shiró é o que prevalece nas suas obras.
História
Foi em Tomé-Açu, no Pará, que Flávio Shiró morou com a sua família assim que chegou no Brasil, em 1932, aos quatro anos de idade. Em 1940, a família se muda para São Paulo em busca de melhores condições de vida. É durante esse período que estuda na Escola Profissional Getúlio Vargas e conhece Octávio Araújo, Marcelo Grassman e Luiz Sacilotto. Sua primeira pintura surge em 1942 e já aos 15 anos de idade Shiró começa a trabalhar pintando cerâmica e depois na Metro Goldywn Mayer, com cartazes para cinema.
Frequentando o Grupo Santa Helena, conhece Alfredo Volpi e Francisco Rebolo, em 1943. Ainda nos anos 40 muda-se para o Rio de Janeiro, onde começa a trabalhar em uma molduraria. Em 1960 ganha uma bolsa de estudos em Paris e viaja para o país, onde permanece de 1953 até 1983. Lá fora estudou técnicas de mosaico com Gino Severini, de gravura e litografia na Ecole Nationale des Beaux Arts. Quando volta para morar no Brasil novamente, começa a viver em Salvador (Bahia), e já tinha realizado várias exposições individuais e coletivas em Paris, na Europa e no Brasil.
Acervos
As obras de Flávio Shiró estão disponíveis nos seguintes acervos:
Pinacoteca do Estado de São Paulo - Pesp
Ville de Paris - França
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ
Museu de Arte Moderna - Havana (Cuba)
Museu de Arte de São Paulo - MASP
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP
Fonds National D'Art Contemporain - França
Museu de Arte Moderna de Salvador - MAM/BA
Hara Museum of Contemporary Art - Tóquio (Japão)
Exposições Individuais
1950 - Rio de Janeiro RJ - Primeira individual, na Enba
1952 - São Paulo SP - Individual, no Clube Cerejeira
1956 - Paris (França) - Individual, na Galeria Arnaud
1959 - Paris (França) - Individual, na Galeria Arnaud
1959 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1959 - São Paulo SP - Individual, na Galeria São Luís
1960 - Salvador BA - Individual, no MAM/BA
1962 - Paris (França) - Individual, na Galerie H.Legendre
1963 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1963 - Salvador BA - Individual, na Galeria Querino
1963 - São Paulo SP - Individual, na Faap
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1969 - Bruxelas (Bélgica) - Individual, na Galerie Arcanes
1973 - Paris (França) - Individual, na Galeria L'Oeil de Boeuf
1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1974 - São Paulo SP - Pastels de Flavio-Shiró, na Galeria Arte Global
1975 - Washington (Estados Unidos) - Individual, no Brazilian-American Cultural Institute
1977 - Paris (França) - Individual, na Galerie L'Oeil de Boeuf
1978 - São Paulo SP - Individual, no Gabinete de Arte
1981 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
1983 - Paris (França) - Individual, na Espace Latino-Américain
1983 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
1983 - São Paulo SP - Individual, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte
1985 - São Paulo SP - Flavio-Shiró: pinturas, na Galeria de Arte São Paulo
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
1989 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Thomas Cohn
1993 - Bourges (Bélgica) - Individual, na Maison de La Culture
1993 - Rio de Janeiro RJ - Trajetória: 50 anos de pintura de Flavio-Shiró, no MAM/RJ
1993 - Tóquio (Japão) - Trajetória: 50 anos de pintura de Flavio-Shiró, no Hara Museum of Contemporary Art
1994 - São Paulo SP - Trajetória: 50 anos de pintura de Flavio-Shiró, no Masp - prêmio retrospectiva
1998 - Niterói RJ - Flávio-Shiró na Coleção João Sattamini e Obras Recentes, no MAC/Niterói
1999 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2003 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2008 - São Paulo SP - Flavio-Shiró: pintor de três mundos: 65 anos de trajetória, no Instituto Tomie Ohtake
2008 - Belém PA - Flavio-Shiró: pintor de três mundos: 65 anos de trajetória, no Museu Casa das Onze Janelas
2008 - Belém PA - Trajetória de Tomé-Açu ao Mundo, no Museu Casa das Onze Janelas
2008 - Rio de Janeiro RJ - Flavio-Shiró: pintor de três mundos: 65 anos de trajetória, no Centro Cultural Correios
Prêmios (seleção)
1952, 1º Salão Sebikai - medalha de ouro, São Paulo
1989, Prêmio Itamaraty, 20ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 20 de junho de 2017.
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Grupo Seibi
Seibi - nome formado pelas iniciais de palavras que, em japonês, significam Grupo de Artistas Plásticos de São Paulo. O grupo, formado em 1935, conta inicialmente com a participação de Tomoo Handa (1906 - 1996), Hajime Higaki (1908 - 1998), Shigeto Tanaka (1910 - 1970), Kiyoji Tomioka (1844 - 1985), Takahashi (1908 - 1977), Yuji Tamaki (1916 - 1979), Yoshiya Takaoka (1909 - 1978) e o poeta e jornalista, Kikuo Furuno. Em 1938, aderem ao grupo Masato Aki e o escultor Iwakichi Yamamoto (1914).
O objetivo dessa reunião de artistas é a criação de um espaço para a produção, a divulgação e principalmente a discussão e a crítica das obras produzidas. Sem uma sede própria, eles se reúnem por um período na residência de Tomoo Handa, na Rua Alagoas 32 e, posteriormente, no porão de uma sociedade beneficente japonesa, situada na Rua Santa Luzia.
Em grande parte, os artistas que compõem o Seibi têm sua formação artística inteiramente realizada no Brasil. Estudam desenho e modelo vivo na Escola de Belas Artes de São Paulo ou frequentam a Escola Profissional Masculina do Brás. Todos são imigrantes japoneses e possuem outro meio de sobrevivência, além do trabalho artístico.
Com obras que se diferenciam da produção acadêmica - tanto pela proposta cromática quanto pela ausência de preocupação em retratar fielmente a realidade -, os artistas japoneses se dedicam principalmente aos gêneros da paisagem, do retrato e da natureza morta. Frequentemente realizam viagens à praia ou saem para pintar nos arredores dos bairros da Aclimação, Cambuci e Liberdade.
Na Escola de Belas Artes, entram em contato com os integrantes do Grupo Santa Helena, em especial com Mario Zanini (1907 - 1971), Francisco Rebolo (1902 - 1980), Fulvio Pennacchi (1905 - 1992) e Clóvis Graciano (1907 - 1988).
A primeira exposição realizada pelo grupo ocorre em 1938, na sede do Clube Japonês, na Rua Riachuelo 11. Pela pouca divulgação a mostra não tem grande repercussão. A partir de 1942, em decorrência da 2ª Guerra Mundial, as reuniões e agremiações de japoneses e alemães ficaram proibidas no país. O grupo se dispersa, só voltando a se reunir em março de 1947. Nessa nova fase, outros artistas passam participar, entre eles Manabu Mabe (1924 - 1997), Tikashi Fukushima (1920 - 2001), em torno de quem se articulará o grupo Guanabara, Tomie Ohtake (1913) e Flávio-Shiró (1928), entre outros.
Em 1952, é criado o salão Seibi Kai, que se estenderá até 1970, realizando um total de 14 mostras. Esses salões foram de grande importância para a projeção dos trabalhos realizados pelos artistas nipo-brasileiros.
Fonte: GRUPO Seibi. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 10 de Mar. 2017. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Grupo Santa Helena - Itaú Cultural
A existência do Grupo Santa Helena, e outras associações de artistas, torna-se um elemento fundamental para a consolidação da arte moderna em São Paulo nos decênios de 1930 e 1940. No entanto, sua abordagem e a compreensão como grupo não deixam de ser um desafio para os historiadores da arte brasileira. Sem programas preestabelecidos, o Santa Helena surge da união espontânea de alguns artistas utilizam salas como ateliê no Palacete Santa Helena, antigo edifício na Praça da Sé, em São Paulo, a partir de meados de 1934. O primeiro deles é Francisco Rebolo, que instala seu escritório de empreiteiro e artista-decorador na sala número 231 e começa a pintar, em 1935. Nesse ano Mário Zanini divide a sala com Rebolo, posteriormente alugando a de número 233, compondo a célula inicial do futuro agrupamento. Em datas diversas, uniram-se a eles, por ordem de chegada, Manoel Martins, Fulvio Pennacchi, Bonadei, Clóvis Graciano, Alfredo Volpi, Humberto Rosa e Rizzotti.
O ambiente criado nas salas de trabalho é de troca mútua, dividindo-se os conhecimentos técnicos de pintura e as sessões de modelo vivo, decidindo sobre a remessa de obras aos salões e organizando as famosas excursões de fim de semana aos subúrbios da cidade para execução da pintura ao ar livre. Relativamente afastado do meio artístico da época, o grupo só foi notado em outubro de 1936 por pintores mais experientes como Rossi Osir e Vittorio Gobbis, por ocasião da mostra Exposição de Pequenos Quadros, organizada pela Sociedade Paulista de Belas Artes no Palácio das Arcadas. Mas é como participantes da Família Artística Paulista - FAP, - agremiação co-fundada e dirigida por Rossi Osir, responsável por elaboração de salões -, que ganham visibilidade pública e passam a ser conhecidos pela crítica especializada como Grupo Santa Helena. Durante a curta duração dos ateliês conjuntos no palacete da Sé, não apresentam nenhuma exposição de seus trabalhos sob essa rubrica.
Em 1939, após visita ao 2º salão organizado pela FAP, Mário de Andrade (1893 - 1945) identifica e tenta conceituar pela primeira vez a existência de uma "escola paulista", caracterizada por seu modernismo moderado, ocupando o campo litigioso entre as experimentações formais da vanguarda dos anos 1920 e o academismo ainda vigente no meio paulistano. Como elemento de unificação entre os expositores, enfatiza a preocupação com o apuro técnico, a volta à tradição do fazer pictórico e o interesse pela representação da realidade concreta.
Somente em 1944, em texto dedicado a Clóvis Graciano, Mário de Andrade lança a tese de que a origem proletária ou da pequena burguesia é o elo e elemento determinante na plástica do grupo. O crítico afirma: " A que atribuir, portanto, as tendências coletivas de cor, de técnica geral e de assunto dessa Família Artística Paulista, até hoje rastreáveis em sua arte? A meu ver, o que caracteriza o grupo é seu proletarismo. Isso lhe determina a psicologia coletiva, e conseqüentemente a sua expressão". Em geral, esses artistas têm sua formação básica em escolas profissionalizantes, como o Liceu de Artes e Ofícios e a Escola Profissional Masculina do Brás. Os que estudam no exterior passam ao largo dos ateliês e escolas freqüentados pelos modernistas de 1922. Na época do Santa Helena ganham, em sua maioria, a vida como artesãos ou pintores-decoradores, o que contribui para a consciência artesanal de suas obras. A pintura de cavalete é realizada nos momentos de folga. A influência européia - principalmente do impressionismo e pós-impressionismo, do novecento italiano e do expressionismo - que se faz sentir na produção dos santelenistas se dá pela leitura de livros e revistas e por exposições que chegam do exterior.
O apego à representação da realidade leva-os a pintar principalmente paisagens, cujos focos são as vistas dos subúrbios e arredores da cidade, as praias visitadas nos fins de semana, a paisagem urbana. Percebe-se a preferência por locais anônimos no limite entre o campo e a cidade. A despeito das diferenças estilísticas entre eles, identifica-se em suas obras uma preferência por tons rebaixados, de fatura fosca, dando uma tonalidade acinzentada aos quadros. Outros gêneros foram trabalhados pelo Grupo Santa Helena, como a natureza-morta, o retrato e auto-retrato.
Com a dissolução natural do grupo, que começa a se desfazer no fim da década de 1930, seus artistas desenvolvem, muitas vezes com resultados desiguais, carreiras individuais. Entre eles, Alfredo Volpi é com certeza o que mais se destaca. Vale notar que artistas não-pertencentes ao Santa Helena guardam semelhanças estilísticas com os integrantes do grupo. Tais semelhanças apontam, com mais força e coesão, uma nova posição artística em São Paulo, autônoma em relação ao modernismo dos anos 1920 sem ser acadêmica.
Fonte: GRUPO Santa Helena. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 04 de Mai. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Crédito fotográfico: O Globo, Flávio Shiró na galeria Pinakotheke, foto por Marcos Ramos / AgÊncia O Globo. Publicado em 24 de setembro de 2018 por Nelson Gobbi.
Flávio Shiró Tanaka (Sapporo, Hokkaido, Japão, 1928) é um pintor, desenhista, gravador e cenógrafo brasileiro. Possui um estilo chamado realismo lírico não figurativo, onde pode-se notar a presença da natureza brasileira através da vegetação, fauna e o objeto humano.
Biografia Oficial
Nasce em 1928 em Sapporo, na ilha setentrional de Hokkaido, Japão, filho caçula de Massami Tanaka e de Aï Iwane, ambos descendentes de samurais.
Anos 1930
Emigra com a família para o Brasil, crescendo em Tomé Açu, na floresta amazônica. Em 1939, em busca de melhores condições de vida e de educação para os filhos, a família se muda para São Paulo.
Anos 1940
Primeira pintura em 1942, enquanto estuda numa Escola de Artes e Ofícios. Começa a trabalhar aos 15 anis, pintando cerâmicas, e depois na Metro Goldwyn Mayer, em cartazes para cinemas. Freqüenta o Grupo Santa Helena, um grupo de pintores modernos de classe operària, e torna-se membro do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo. Muda-se pra o Rio de Janeiro, trabalhando numa molduraria. Participa de exposições coletivas, ganhando reconhecimento e vários prêmios. Assina Shiro Tanaka ou F.S. Tanaka.
Anos 1950
Primeira exposição individual em 1950, no Rio de Janeiro. Expõe obras na primeira Bienal de São Paulo. Naturaliza-se brasileiro. Chega em Paris em 1953. Estuda técnicas de mosaico com Gino Severini, de gravura e litografia na Ecole Nationale des Beaux Arts; copia mestres antigos no Louvre. Exposições individuais e coletivas em Paris, na Europa e no Brasil. Casa e tem dois filhos.Volta para o Brasil em 1959, vivendo em Salvador, Bahia.
Anos 1960
Volta para Paris e começa a assinar Flavio-Shiró. Prêmio de pintura na segunda Bienal de Paris. Exposições individuais e coletivas - entre estas Guggenheim International em 1960 - na Europa, América Latina e Estados Unidos, com pinturas sugerindo monstros e maquinas míticos. Viaja pela Europa, o Oriente Médio, Américas e a ásia. Fotografa Maio de 1968 em Paris. Realiza serie de fotografias experimentais.
Anos 1970
O desenho reaparece em grandes pinturas, em técnica mista e fusain, aludindo a rostos imaginários, seguidos pela reinvenção do corpo. Expõe no Brasil, na França, Espanha, Itália, Alemanha, no Reino Unido e nos Estados Unidos.
Anos 1980
Compra e restaura uma casa no Rio de Janeiro e começa a dividir o ano entre Paris e o Rio. Prêmio Panorama da Arte Brasileira e Prêmio Itamaraty na Bienal de São Paulo de 1989. Expõe, muitas vezes com artistas latino-americanos, no Brasil, no Japão, em Cuba, na França e na Itália. Encontra Matta, que lhe diz que O que é obvio não me interessa mais. A sua pintura, habitada por seres estranhos e indefinidos, me atrai... Pintura assim impregnada de poesia é rara, hoje em dia.
Anos 1990
Ganha o Prêmio Eco-Arte na Conferência Mundial do Meio Ambiente de 1992 no Rio de Janeiro, e o Prêmio da Exposição Internacional Japão-Brasil. Grandes retrospectivas mostrando cinqüenta anos de pintura no Museu Hara de Arte Contemporânea de Tóquio, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e no Museu de Arte de São Paulo (MASP). Exposição individual no novo Museu de Arte Contemporânea de Niterói. Mostra monotipias na exposição de gravuras Daumier, Chagall, Derain, Miro, Flavio-Shiró no Rio de Janeiro.
Anos 2000
Retrospectivas importantes com a exposição Flavio-Shiró, pintor de três mundos : uma trajetória de 65 anos no Instituto Tomie Ohtake de São Paulo, na Casa das Onze Janelas de Belém e no Centro Cultural Correios no Rio de Janeiro. Continua pintando, chegando em breve a setenta anos de pintura.
Fonte: Site oficial Flávio Shiró,
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Biografia - Itaú Cultural
Chega ao Brasil em 1932, e instala-se com a família numa colônia japonesa em Tomé-Açu, no Pará. Reside em São Paulo a partir de 1940. Estuda na Escola Profissional Getúlio Vargas, onde conhece Octávio Araújo (1926-2015), Marcelo Grassmann (1925-2013) e Luiz Sacilotto (1924-2003). Por volta de 1943 tem contato com Alfredo Volpi (1896-1988) e Francisco Rebolo (1902-1980) integrantes do Grupo Santa Helena. Em 1947, integra o Grupo Seibi. No ano seguinte, trabalha na molduraria do pintor Tadashi Kaminagai (1899-1982). Com bolsa de estudo, viaja a Paris, onde permanece de 1953 a 1983. Estuda mosaico com Gino Severini (1883-1966), gravura em metal com Johnny Friedlaender (1912-1992) e litografia na École National Supérieure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes]; e freqüenta o ateliê de Sugai e Tabuchi. Na década de 1960, participa do movimento artístico brasileiro e integra o Grupo Austral (Movimento Phases) de São Paulo. Dedica-se à abstração informal, desde a década de 1950. A partir dos anos 1970, suas telas apresentam sugestões de figuras, por vezes seres fantásticos ou monstruosos. Em 1990, é publicado o livro Flávio-Shiró, pela editora Salamandra. A exposição Trajetória: 50 Anos de Pintura de Flavio-Shiró é apresentada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ) e no Hara Museum of Contemporary Art, em Tóquio, em 1993, e no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), em 1994.
Análise
Após iniciar sua carreira com obras figurativas, de caráter expressionista, Flávio-Shiró dedica-se à abstração informal a partir da década de 1950. Cria obras nas quais se destacam a gestualidade da pincelada e as superfícies carregadas de matéria, empregando freqüentemente o negro e cores escuras ou neutras.
No início dos anos 1960, Shiró deixa surgir uma possibilidade de desenho em quadros nos quais passa gradativamente a utilizar planos de fundo claros, em contraste com as imagens escuras. Em algumas telas, apresenta formas orgânicas, aproximando-se da figuração, como em Delfica (1963). Como nota o crítico de arte Reynaldo Roels Jr (1952-2009)., desde os anos 1970, o foco central de suas telas se desloca para a figura, mesmo que ela não seja facilmente discernida. A partir de então, as figuras, muitas vezes sugestões de seres fantásticos ou monstruosos, aparecem com toda força em suas telas, em contextos abstratos.
Shiró trabalha com a consciente ambiguidade entre figuração e abstração. Destacam-se em seus quadros a paleta contida, as texturas elaboradas e o equilíbrio entre grafismos e mancha cromática. Para Roels Jr., Shiró é um artista que aborda contradições inerentes à pintura contemporânea, como abstração e representação, e objetividade e subjetividade.
Críticas
"Flavio-S. Tanaka, na simetria e fugitividade de seus quadros melhor realizados, demonstra o mesmo imediatismo e conexão de idéias e execução da arte extremo-oriental. O preto, que nos quadros atmosféricos vimos de preferência posto em relevo pelo uso de brancos, é um elemento sempre vital: 'Organizo instintivamente a composição com tinta preta, necessidade ou preferência que talvez explique pela minha origem japonesa'. De fato, essa cor (às vezes combustão) desempenha uma importância especial na estrutura da tela, estrutura que o artista procura dissimular. Podemos, entretanto, observar o seu essencial germinado no próprio ato de pintar como action painting. Uma longa horizontal ou um breve e vertiginoso vetor, curvas ou linhas quebradas são todos elementos de estabilidade e controle na policromia dionisíaca do conjunto.
(...) Ele pertence a uma geração efervescente, de alternativas difíceis e mesmo cruciais a esta altura do século, chamada a suceder a esplêndida floração de caracteres complexos e heterogêneos da categoria de Frautrier e Fontana, de Pollock e Dubuffet".
Walter Zanini (FLÁVIO-SHIRÓ. Rio de Janeiro: Salamandra, 1990. p.170)
"(...) A pintura deste japonês, transportado desde os seus primeiros anos para o coração do meio geográfico e étnico brasileiro, aparece, com efeito, profundamente sul-americana, pela inspiração, enquanto todo o orientalismo nele está ausente. Apenas, pode-se assinalar seu gosto pela linha, a rapidez do desenho e seu calor expressivo.
Este desenho não foi colocado, como em certos japoneses, a serviço de uma atitude filosófica. Evidencia uma forma vigorosa de realismo marcado por uma subjetividade soberana.
Flavio-Shiró atinge por um estilo que se poderia qualificar de 'realismo lírico não figurativo'. Não é a paisagem que se encontra nas raízes de cada uma das suas composições, mas a lembrança global da natureza brasileira, com sua vegetação, sua fauna e sempre uma presença humana consciente de sua impotência diante dos fenômenos da vida, mas espectadora vigilante, pronta a lhe interpretar o valor sugestivo, simbólico e poético.
Cada pintura de Flavio-Shiró é uma transposição total que se recusa aos artifícios da análise, reduz os efeitos da composição e tende uma expansão total e direta.
Este novo frisson que ele nos faz experimentar a contribuição autêntica de Flavio-Shiró à Escola de Paris e nela é o primeiro representante significativo da jovem pintura brasileira".
Georges Boudaille (BOUDAILLE, Georges. Flávio-Shiró e a realidade brasileira. In: FLÁVIO-SHIRÓ. Rio de Janeiro: Salamandra, 1990. p.171.
"Flavio-Shiró tem meio século de pintura. Em todo esse tempo, vem realizando sua obra à margem dos modismos temáticos e formais, determinando ele mesmo seu ritmo de trabalho, longe das imposições do mercado e da mídia. É um artista que fez de seu ateliê um território sagrado, guardando uma atmosfera quase religiosa. Esse comportamenteo não significa um alheamento das coisas do mundo, inclusive da política, da economia e da tecnologia, mas sem dúvida o que prevalece, no seu fazer criador, é a visão humanista de arte. Um humanismo recatado, que nada tem de panfletário ou demagógico.
Nenhuma obra de arte, independente da experiência particular de vida que ela transmite, nasce fora da história da arte tampouco vive isolada e intocada num céu platônico. Se a arte é uma forma de experimentar o mundo, ela estará sempre contaminada pela vida. Cada uma das telas de Shiró carrega o peso da história da arte e da cultura. Não me refiro ao modismo das citações ou às homenagens oportunistas, apenas intuo, na estrutura cruciforme de uma de suas telas recentes, a presença fugidia de Grunewald, em outras, o páthos barroco ou a transcendência gótica, em outras, ainda, algumas reminiscências da Pré-História. Sem nunca ter-se desligado do lado oficinal da criação, o que o leva muitas vezes a fabricar seus próprios materiais de pintura ou desenho e a superpor diversas técnicas, que resultam numa matéria rica e atraente. Flavio-Shiró é um artista erudito. Em suas obras, ele dialoga com a arte do presente e do passado, com o informalismo e a nova figuração, com pintura veneziana e o maneirismo espanhol e, também, com Freud e a mitologia grega, com Jean Genet e Win Wenders, com o melhor teatro e a melhor literatura. As exposições e filmes que vê, os livros que lê, as peças de teatro a que assiste, as viagens que realiza a tantos lugares diferentes, a memória profunda de fatos e situações vividas em três continentes, a natureza e a luminosidade brasileiras, e mais a rica experiência do cotidiano que vem se somar à atividade incessante do inconsciente, formam o cadinho cultural que vai alimentar sua obra pictórica, o substrato que serve de base para as indagações que, através da pintura, ele está continuamente fazendo ao mundo".
Frederico Morais (Flávio-Shiró: indagação e silêncio. In: FLAVIO-SHIRÓ. Flávio-Shiró. São Paulo: Galeria Nara Roesler, 1999. s.p.)
Depoimentos
"RAÍZES
Sou como a figueira brava, ligado a três continentes por raízes aéreas: suas seivas complementares e de contraste me alimentam.
As raízes do sugui, presas aos flancos das montanhas do meu Japão nativo, vão bem cedo juntar-se às da gigantesca samaúma da Amazônia da minha infância.
Foi lá que minha memória despertou e que comecei a participar de uma violenta mutação.
Fascinado, vejo de perto o mundo que se revela.
A jibóia enlaça sua presa, esmaga-a e depois a engole.
A aranha caranguejeira salta sobre um passarinho.
Hordas de escorpiões, ferrões armados, agitam-se de um lado para o outro como samurais, numa crepitação venenosa.
Sapos gigantes incham e destilam venenos quando são tocados. Lá estão, copulando à sombra de uma palmeira. A goiabeira está em festa com a metamorfose das borboletas. Os perfumes embriagadores do bacuri e do cupuaçu misturam-se ao cheiro da mandioca fermentada. Sol a pino.
Tremo: malária.
O Rio Amazonas corre lento e imenso.
O tempo corre também. Estou em São Paulo, cidade ainda adolescente.
Foi lá que nasceu meu amor pela pintura. Sentado no telhado, pinto minha primeira paisagem.
O mundo está em guerra. O Brasil é um oásis.
Juventude, tempo de batalhas. De sonhos também: Paris.
Um belo dia encontro-me lá. De pé sobre a plataforma do ônibus verde, maravilhado, vejo desfilar os bulevares de plátanos e castanheiras, os quiosques e os mictórios. Os vendedores ambulantes enchem o ar com seus gritos. O cantor-acordeonista toca a musette esperando que as moedas caiam do céu. De repente, uma greve. Tudo parou. Os montes de lixo começam a esconder o outro lado da rua. A multidão desfila: manifestações. Nos cafés discute-se abstração enquanto morre o existencialismo. A Cantora Careca estréia numa cave.
Guerras e guerrinhas. Acelera-se a revolução tecnológica. O céu se carrega de ferragens sofisticadas. A espada de Dâmocles torna-se cada vez mais pesada.
Vivo, amo, sofro, pinto, exponho, evoluo.
Percebo que as raízes da minha figueira-brava infiltravam-se também nos interstícios das pedras do Marais.
No meu jardim a seiva da primavera acorda as roseiras selvagens".
Flavio-Shiró (Texto do catálogo de exposição, Paris, 1983. Flávio Shiró. Rio de Janeiro: Salamandra, 1990. p. 34.)
Acervos
Ville de Paris - França
Fonds National D'Art Contemporain - França
Hara Museum of Contemporary Art - Tóquio (Japão)
Museu de Arte Moderna - Havana (Cuba)
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP
Museu de Arte de São Paulo - MASP
Museu de Arte Moderna de Salvador - MAM/BA
Pinacoteca do Estado de São Paulo - Pesp
Exposições Individuais
1950 - Rio de Janeiro RJ - Primeira individual, na Enba
1952 - São Paulo SP - Individual, no Clube Cerejeira
1956 - Paris (França) - Individual, na Galeria Arnaud
1959 - Paris (França) - Individual, na Galeria Arnaud
1959 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1959 - São Paulo SP - Individual, na Galeria São Luís
1960 - Salvador BA - Individual, no MAM/BA
1962 - Paris (França) - Individual, na Galerie H.Legendre
1963 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1963 - Salvador BA - Individual, na Galeria Querino
1963 - São Paulo SP - Individual, na Faap
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1969 - Bruxelas (Bélgica) - Individual, na Galerie Arcanes
1973 - Paris (França) - Individual, na Galeria L'Oeil de Boeuf
1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1974 - São Paulo SP - Pastels de Flavio-Shiró, na Galeria Arte Global
1975 - Washington (Estados Unidos) - Individual, no Brazilian-American Cultural Institute
1977 - Paris (França) - Individual, na Galerie L'Oeil de Boeuf
1978 - São Paulo SP - Individual, no Gabinete de Arte
1981 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
1983 - Paris (França) - Individual, na Espace Latino-Américain
1983 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
1983 - São Paulo SP - Individual, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte
1985 - São Paulo SP - Flavio-Shiró: pinturas, na Galeria de Arte São Paulo
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
1989 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Thomas Cohn
1993 - Bourges (Bélgica) - Individual, na Maison de La Culture
1993 - Rio de Janeiro RJ - Trajetória: 50 anos de pintura de Flavio-Shiró, no MAM/RJ
1993 - Tóquio (Japão) - Trajetória: 50 anos de pintura de Flavio-Shiró, no Hara Museum of Contemporary Art
1994 - São Paulo SP - Trajetória: 50 anos de pintura de Flavio-Shiró, no Masp - prêmio retrospectiva
1998 - Niterói RJ - Flávio-Shiró na Coleção João Sattamini e Obras Recentes, no MAC/Niterói
1999 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2003 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2008 - São Paulo SP - Flavio-Shiró: pintor de três mundos: 65 anos de trajetória, no Instituto Tomie Ohtake
2008 - Belém PA - Flavio-Shiró: pintor de três mundos: 65 anos de trajetória, no Museu Casa das Onze Janelas
2008 - Belém PA - Trajetória de Tomé-Açu ao Mundo, no Museu Casa das Onze Janelas
2008 - Rio de Janeiro RJ - Flavio-Shiró: pintor de três mundos: 65 anos de trajetória, no Centro Cultural Correios
Exposições Coletivas
1947 - São Paulo SP - 19 Pintores, na Galeria Prestes Maia - 4º Prêmio Lunardelli
1949 - Rio de Janeiro RJ - 55º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - medalha de bronze
1951 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Naturezas Mortas, no Serviço de Alimentação e Previdência Social
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon
1951 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna
1952 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artistas Brasileiros, no MAM/RJ
1952 - São Paulo SP - 1º Salão do Grupo Seibi de Artistas Plásticos, no Clube Sakura
1952 - São Paulo SP - 1º Salão Sebikai - medalha de ouro
1952 - São Paulo SP - 2º Salão Paulista de Arte Moderna - prêmio aquisição
1956 - Paris (França) - Divergences, na Galerie Arnaud
1956 - Paris (França) - Les Arts en France et dans le Mond, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1957 - Amsterdã (Holanda) - Divergences, no Stedelijk Museum Amsterdam
1957 - Nantes (França) - Festival d'Art d'Avant-Garde, no Museu Nacional de Arte Moderna de Paris. Centro de Criação Industrial
1957 - Paris (França) - Salon Comparaisons, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1957 - Paris (França) - Divergences, na Galerie Arnaud
1957 - São Paulo SP - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1957 - Schiedam (Holanda) - Divergences, no Stedelijk Museum
1958 - Cleveland (Estados Unidos) - Eight Painters, na Howard Wise Gallery
1958 - Paris (França) - Divergences, na Galerie Arnaud
1958 - Paris (França) - Salon Réalités Nouvelles, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, no Kunsthaus.
1959 - Paris (França) - Antagonismes, no Musée des Arts Decoratifs
1959 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Nova York (Estados Unidos) - Guggenheim International Award, no Museu Guggenheim
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Santiago (Chile) - Arte Brasileira
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1961 - Paris (França) - 2ª Bienal de Paris - Prêmio Aquisição Cidade de Paris e prêmio internacional de pintura
1961 - Paris (França) - Salon Réalités Nouvelles, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1962 - Paris (França) - Exposition d'Art Latino Americain à Paris, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris de la Ville de Paris
1963 - Belo Horizonte MG - Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte - 1º prêmio
1963 - Paris (França) - 7 Artistes Brésiliens de L'Ecole de Paris, na Galerie XX Siècle
1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1964 - Paris (França) - Du General au Particulier, na Galerie Houston Brown
1964 - Paris (França) - Salon Comparaisons, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1964 - Rio de Janeiro RJ - Nova Figuração: Escola de Paris, na Galeria Relevo
1965 - Paris (França) - Oito Laureados da Bienal de Paris, na Galerie Françoise Ledoux
1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1965 - Tóquio (Japão) - Nippo-Brazilian Paintings Today, na Embaixada do Brasil
1966 - Havana (Cuba) - Pinturas da América Latina, na Casa de las Americas
1966 - Madri (Espanha) - Pintura Redonda
1966 - Paris (França) - Salon Comparaisons, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP
1966 - São Paulo SP - Artistas Nipo-Brasileiros, no MAC/USP
1967 - Paris (França) - Salon Réalités Nouvelles, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1968 - Campo Grande MS - 28 Artistas do Acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Galeria do Diário da Serra
1968 - Córdoba (Argentina) - Bienal de Córdoba
1968 - São Paulo SP - 19 Pintores, na Tema Galeria de Arte
1969 - Fortaleza CE - 28 Artistas do Acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, no Centro de Artes Visuais Raimundo Cela
1969 - Noruega - Art Latin-American: Scandinavia
1969 - Suécia - Art Latin-American: Scandinavia
1969 - Dinamarca - Art Latin-American: Scandinavia
1969 - São Paulo SP - 19 Artistas Nipo-Brasileiros, no MAC/USP
ca.1970 - Roma (Itália) - Vision 24, no Instituto Italo latino-americano
1970 - Barcelona (Espanha) - Artistas Latino-Americanos de Paris, na Sala Gaudí
1970 - Londres (Inglaterra) - Bertrand Ruussel Centenary Internacional Art Exhibition
1970 - Poitiers (França) - 117 Dessins et Gravures de Peintres Latino-Américains, no Centre Culturel
1970 - Roma (Itália) - Vision 24, no Instituto Ítalo-Latino-Americano
1970 - São Paulo SP - Pinacoteca do Estado de São Paulo 1970
1972 - São Paulo SP - 6ª Jovem Arte Contemporânea, no MAC/USP
1973 - Darmstadt (Alemanha) - Neue Darmstadter Sezession
1974 - Cagnes-sur-Mer (França) - Festival Internacional de Peinture - prêmio nacional de pintura
1974 - Paris (França) - Salão de Maio, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1978 - Menton (França) - Bienal de Menton
1978 - Paris (França) - Jeune Peinture, na Galeries Nationales du Grand Palais
1978 - Paris (França) - Les Huns, no Centre National d'Art Contemporain
1978 - São Paulo SP - 3 Gerações de Artistas Nipo-Brasileiros, na Galeria Arte Global
1978 - São Paulo SP - 19 Pintores, no MAM/SP
1981 - Osaka (Japão) - Exposição Latino-Americana de Arte Contemporânea Brasil/Japão, no National Museum of Art
1982 - Paris (França) - L'Amérique Latine à Paris, no Grand Palais
1982 - Rio de Janeiro RJ - Entre a Mancha e a Figura, no MAM/RJ
1982 - Veneza (Itália) - Artistas Latino-Americanos, no Museu de Arte Moderna
1983 - Paris (França) - L'Amerique Latine à Paris, na Galeries Nationales du Grand Palais
1983 - São Paulo SP - Projeto Releitura, na Pinacoteca do Estado
1984 - Havana (Cuba) - 1ª Bienal de Havana, no Museo Nacional de Bellas Artes
1984 - Paris (França) - Salon Comparaisons, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1984 - Rio de Janeiro RJ - Pintura Brasileira Atuante, no Espaço Petrobrás
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - Artistas Japoneses na Coleção do MAC, no MAC/USP
1985 - São Paulo SP - Artistas Latino-Americanos de Paris, no MAC/USP
1986 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Mostra Christian Dior de Arte Contemporânea: pintura, no Paço Imperial - 2º prêmio
1986 - Rio de Janeiro RJ - Tempos de Guerra: Pensão Maúa e Hotel Internacional, na Galeria de Arte Banerj
1986 - São Paulo SP - 17º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1988 - Belém PA - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, na Fundação Romulo Maiorana
1988 - Brasília DF - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras
1988 - Curitiba PR - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, no MAC/PR
1988 - Manaus AM - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, na Pinacoteca do Estado
1988 - Porto Alegre RS - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, no Margs
1988 - Recife PE - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, na Fundação Joaquim Nabuco. Instituto de Cultura
1988 - São Paulo SP - 63/66 Figura e Objeto, na Galeria Millan
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1988 - São Paulo SP - Vida e Arte dos Japoneses no Brasil, no Masp
1988 - São Paulo SP - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, no MAB/Faap
1989 - Recife PE - Jogo de Memória
1989 - Rio de Janeiro RJ - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, no MNBA
1989 - Rio de Janeiro RJ - Jogo de Memória, na Montesanti Galleria
1989 - Rio de Janeiro RJ - Rio Hoje, no MAM/RJ
1989 - São Paulo SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - Prêmio Itamaraty
1989 - São Paulo SP - 20º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP - premiado
1989 - São Paulo SP - Jogo de Memória, na Galeria Montesanti Roesler
1990 - Atami (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Brasília DF - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Grenoble (França) - Façades Imaginaires
1990 - São Paulo SP - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea, na Fundação Brasil-Japão
1990 - Sapporo - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Tóquio (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1992 - Curitiba PR - 10ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba/Mostra América, no Museu da Gravura
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa de Cultura
1992 - Rio de Janeiro RJ - Eco Art, no MAM/RJ - premiado
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil, 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno Brasileiro: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1993 - São Paulo SP - Obras para Ilustração do Suplemento Literário: 1956-1967, no MAM/SP
1994 - Frankfurt (Alemanha) - A Espessura do Signo: desenho brasileiro contemporâneo, no Karmeliter Kloster
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1996 - Rio de Janeiro RJ - O Grito, no MNBA
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo do MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1997 - Barra Mansa RJ - O Museu Visita a Galeria, no Centro Universitário de Barra Mansa
1997 - São Paulo SP - Phases: surrealismo e contemporaneidade - Grupo Austral e Cone Sul, no MAC/USP
1998 - Belo Horizonte MG - Mostra Internacional Itinerante Japão-Brasil, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1998 - Ipatinga MG - Mostra Internacional Itinerante Japão-Brasil
1998 - Niterói RJ - Espelho da Bienal, no MAC/Niterói
1998 - Rio de Janeiro RJ - Uma Visão da Arte Contemporânea, no MNBA
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1998 - São Paulo SP - São Paulo: visão dos nipo-brasileiros, no Museu Lasar Segall
1998 - São Paulo SP - Afinidades Eletivas I: o olhar do colecionador, na Casa das Rosas
1999 - Bath (Inglaterra) - Into the Light, na Royal Academy of Photography
1999 - Brasília DF - Mostra Internacional Itinerante Japão-Brasil, no Ministério das Relações Exteriores
1999 - Niterói RJ - Mostra Rio Gravura. Acervo Banerj, no Museu do Ingá
1999 - Paris (França) - Arte Latino-Americana, na Unesco
1999 - Paris (França) - Feira Internacional de Arte Contemporânea - Fiac
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura: Chagall, Daumier, Derain, Miró, Shiró e Acervo Banerj, na Casa Fança-Brasil
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Coleção Armando Sampaio: gravura brasileira, no Centro de Artes Calouste Gulbenkian
1999 - São Paulo SP - Mostra Internacional Itinerante Japão-Brasil, no Masp
2000 - São Paulo SP - Almeida Júnior: um artista revisitado, na Pinacoteca do Estado
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Obra Nova, no MAC/USP
2000 - São Paulo SP - Diálogo: arte contemporânea Brasil/Equador, no Memorial da América Latina. Galeria Marta Traba
2000 - Quito (Equador) - Diálogo: arte contemporânea Brasil/Equador, no Centro Cultural Puce
2001 - Rio de Janeiro RJ - A Imagem do Som de Antônio Carlos Jobim, no Paço Imperial
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light
2001 - São Paulo SP - Arte Nipo-Brasileira: momentos, na Galeria Euroart Castelli
2002 - Niterói RJ - Diálogo, Antagonismo e Replicação na Coleção Sattamini, no MAC/Niterói
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, no Instituto Tomie Ohtake
2002 - São Paulo SP - Portão 2, na Galeria Nara Roesler
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira: da Revolução de 30 ao pós-guerra, no Museu de Arte Moderna
2003 - Rio de Janeiro RJ - Autonomia do Desenho, no Museu de Arte Moderna
2003 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Brazilianart, no Almacén Galeria de Arte
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no Instituto Tomie Ohtake
2004 - Campinas SP - Coleção Metrópolis de Arte Contemporânea, no Espaço Cultural CPFL
2004 - Niterói RJ - Modernidade Transitiva, no MAC/USP
2004 - Rio de Janeiro RJ - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no MNBA
2004 - São Paulo SP - Abstração como Linguagem: perfil de um acervo, no Pinakotheke
2004 - São Paulo SP - As Bienais: um olhar sobre a produção brasileira 1951/2002, na Galeria Bergamin
2004 - São Paulo SP - Cinqüenta 50, no Museu de Arte Moderna
2004 - Curitiba PR - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira: exposição comemorativa dos 90 anos da artista, no Museu Oscar Niemeyer
2005 - São Paulo SP - Arte em Metrópolis, no Instituto Tomie Ohtake
2005 - São Paulo SP - Dor, Forma, Beleza: a representação criadora da experiência traumática, naEstação Pinacoteca
2005 - São Paulo SP - Odorico Tavares: a minha casa baiana - sonhos e desejos de um colecionador, na Galeria de Arte do Sesi
2005 - Curitiba PR - Arte em Metrópolis, na Museu Oscar Niemeyer
2005 - Curitiba PR - Odorico Tavares: a minha casa baiana - sonhos e desejos de um colecionador, no Museu Oscar Niemeyer
2006 - São Paulo SP - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real, no Banco Santander
2006 - São Paulo SP - Pincelada - Pintura e Método: projeções da década de 50, no Instituto Tomie Ohtake
2006 - Recife PE - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real, no Instituto Cultural Banco Real
2006 - Rio de Janeiro RJ - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real, no Museu de Arte Moderna
2007 - Curitiba PR - Arte no Espaço e no Tempo, no Museu Oscar Niemeyer
2008 - São Paulo SP - Arte Brasil-Japão, no MAC/USP
2008 - São Paulo SP - Laços do Olhar, no Instituto Tomie Ohtake
2008 - São Paulo SP - Nipo-Brasileiros no Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo, na Pinacoteca do Estado
2008 - São Paulo SP - Panorama dos Panoramas, no Museu de Arte Moderna
2008 - Rio de Janeiro RJ - Nippon - 100 Anos de Integração Brasil-Japão, no Centro Cultural Banco do Brasil
2009 - São Paulo SP - Memorial Revisitado: 20 anos, na Galeria Marta Traba
2009 - Niterói RJ - Arte Contemporânea Brasileira nas Coleções João Sattamini e Mac de Niterói, no Museu de Arte Contemporânea
2010 - São Paulo SP - 6ª sp-arte, na Fundação Biena
2011 - São Paulo SP - 7ª SP-Arte, no Pavilhão da Bienal
Fonte: FLAVIO-SHIRÓ . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Acesso em: 26 de Jun. 2017. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia - Wikipédia
Flávio Shiró é considerado o primeiro representante significativo da jovem pintura brasileira. Foi no Brasil que iniciou sua carreira com obras figurativas de caráter expressionista, nos anos de 1940.
Na década seguinte o artista dedicou-se a abstração e em 1960 começou a usar em suas obras os conceitos de figuração e abstração, sempre com o uso de cores escuras, e equilibrando texturas com manchas cromáticas.
De acordo com Walter Zanini, o preto nos quadros do pintor é vital. Ainda segundo o crítico, o seu próprio ato de pintar é definido como action painting, onde um longo e vertiginoso vetor, com curvas e linhas quebradas são elementos de estabilidade e controle na policromia dionisíaca do conjunto. Já o crítico Georges Boudaille diz que todo o orientalismo em Flávio Shiró está ausente. As linhas, a rapidez do desenho e o seu calor expressivo apenas assinalam o seu gosto pela linha, mas não quer dizer que existe uma ordenação no seu trabalho. Para Boudaille, as obras desse autor são marcadas por um realismo com uma subjetividade nítida.
Frederico Morais afirma que as obras de Shiró estão muito longe do mercado e da mídia. O ato quase religioso de pintar em seu ateliê considerado como um território sagrado faz com o que as suas pinturas fiquem muito longe do estilo panfletário ou demagógico, mas ao mesmo tempo não significam um alheamento dos assuntos como política, economia e tecnologia, pelo contrário, o olhar humanista da arte de Shiró é o que prevalece nas suas obras.
História
Foi em Tomé-Açu, no Pará, que Flávio Shiró morou com a sua família assim que chegou no Brasil, em 1932, aos quatro anos de idade. Em 1940, a família se muda para São Paulo em busca de melhores condições de vida. É durante esse período que estuda na Escola Profissional Getúlio Vargas e conhece Octávio Araújo, Marcelo Grassman e Luiz Sacilotto. Sua primeira pintura surge em 1942 e já aos 15 anos de idade Shiró começa a trabalhar pintando cerâmica e depois na Metro Goldywn Mayer, com cartazes para cinema.
Frequentando o Grupo Santa Helena, conhece Alfredo Volpi e Francisco Rebolo, em 1943. Ainda nos anos 40 muda-se para o Rio de Janeiro, onde começa a trabalhar em uma molduraria. Em 1960 ganha uma bolsa de estudos em Paris e viaja para o país, onde permanece de 1953 até 1983. Lá fora estudou técnicas de mosaico com Gino Severini, de gravura e litografia na Ecole Nationale des Beaux Arts. Quando volta para morar no Brasil novamente, começa a viver em Salvador (Bahia), e já tinha realizado várias exposições individuais e coletivas em Paris, na Europa e no Brasil.
Acervos
As obras de Flávio Shiró estão disponíveis nos seguintes acervos:
Pinacoteca do Estado de São Paulo - Pesp
Ville de Paris - França
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ
Museu de Arte Moderna - Havana (Cuba)
Museu de Arte de São Paulo - MASP
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP
Fonds National D'Art Contemporain - França
Museu de Arte Moderna de Salvador - MAM/BA
Hara Museum of Contemporary Art - Tóquio (Japão)
Exposições Individuais
1950 - Rio de Janeiro RJ - Primeira individual, na Enba
1952 - São Paulo SP - Individual, no Clube Cerejeira
1956 - Paris (França) - Individual, na Galeria Arnaud
1959 - Paris (França) - Individual, na Galeria Arnaud
1959 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1959 - São Paulo SP - Individual, na Galeria São Luís
1960 - Salvador BA - Individual, no MAM/BA
1962 - Paris (França) - Individual, na Galerie H.Legendre
1963 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1963 - Salvador BA - Individual, na Galeria Querino
1963 - São Paulo SP - Individual, na Faap
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1969 - Bruxelas (Bélgica) - Individual, na Galerie Arcanes
1973 - Paris (França) - Individual, na Galeria L'Oeil de Boeuf
1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1974 - São Paulo SP - Pastels de Flavio-Shiró, na Galeria Arte Global
1975 - Washington (Estados Unidos) - Individual, no Brazilian-American Cultural Institute
1977 - Paris (França) - Individual, na Galerie L'Oeil de Boeuf
1978 - São Paulo SP - Individual, no Gabinete de Arte
1981 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
1983 - Paris (França) - Individual, na Espace Latino-Américain
1983 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
1983 - São Paulo SP - Individual, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte
1985 - São Paulo SP - Flavio-Shiró: pinturas, na Galeria de Arte São Paulo
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
1989 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Thomas Cohn
1993 - Bourges (Bélgica) - Individual, na Maison de La Culture
1993 - Rio de Janeiro RJ - Trajetória: 50 anos de pintura de Flavio-Shiró, no MAM/RJ
1993 - Tóquio (Japão) - Trajetória: 50 anos de pintura de Flavio-Shiró, no Hara Museum of Contemporary Art
1994 - São Paulo SP - Trajetória: 50 anos de pintura de Flavio-Shiró, no Masp - prêmio retrospectiva
1998 - Niterói RJ - Flávio-Shiró na Coleção João Sattamini e Obras Recentes, no MAC/Niterói
1999 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2003 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2008 - São Paulo SP - Flavio-Shiró: pintor de três mundos: 65 anos de trajetória, no Instituto Tomie Ohtake
2008 - Belém PA - Flavio-Shiró: pintor de três mundos: 65 anos de trajetória, no Museu Casa das Onze Janelas
2008 - Belém PA - Trajetória de Tomé-Açu ao Mundo, no Museu Casa das Onze Janelas
2008 - Rio de Janeiro RJ - Flavio-Shiró: pintor de três mundos: 65 anos de trajetória, no Centro Cultural Correios
Prêmios (seleção)
1952, 1º Salão Sebikai - medalha de ouro, São Paulo
1989, Prêmio Itamaraty, 20ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 20 de junho de 2017.
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Grupo Seibi
Seibi - nome formado pelas iniciais de palavras que, em japonês, significam Grupo de Artistas Plásticos de São Paulo. O grupo, formado em 1935, conta inicialmente com a participação de Tomoo Handa (1906 - 1996), Hajime Higaki (1908 - 1998), Shigeto Tanaka (1910 - 1970), Kiyoji Tomioka (1844 - 1985), Takahashi (1908 - 1977), Yuji Tamaki (1916 - 1979), Yoshiya Takaoka (1909 - 1978) e o poeta e jornalista, Kikuo Furuno. Em 1938, aderem ao grupo Masato Aki e o escultor Iwakichi Yamamoto (1914).
O objetivo dessa reunião de artistas é a criação de um espaço para a produção, a divulgação e principalmente a discussão e a crítica das obras produzidas. Sem uma sede própria, eles se reúnem por um período na residência de Tomoo Handa, na Rua Alagoas 32 e, posteriormente, no porão de uma sociedade beneficente japonesa, situada na Rua Santa Luzia.
Em grande parte, os artistas que compõem o Seibi têm sua formação artística inteiramente realizada no Brasil. Estudam desenho e modelo vivo na Escola de Belas Artes de São Paulo ou frequentam a Escola Profissional Masculina do Brás. Todos são imigrantes japoneses e possuem outro meio de sobrevivência, além do trabalho artístico.
Com obras que se diferenciam da produção acadêmica - tanto pela proposta cromática quanto pela ausência de preocupação em retratar fielmente a realidade -, os artistas japoneses se dedicam principalmente aos gêneros da paisagem, do retrato e da natureza morta. Frequentemente realizam viagens à praia ou saem para pintar nos arredores dos bairros da Aclimação, Cambuci e Liberdade.
Na Escola de Belas Artes, entram em contato com os integrantes do Grupo Santa Helena, em especial com Mario Zanini (1907 - 1971), Francisco Rebolo (1902 - 1980), Fulvio Pennacchi (1905 - 1992) e Clóvis Graciano (1907 - 1988).
A primeira exposição realizada pelo grupo ocorre em 1938, na sede do Clube Japonês, na Rua Riachuelo 11. Pela pouca divulgação a mostra não tem grande repercussão. A partir de 1942, em decorrência da 2ª Guerra Mundial, as reuniões e agremiações de japoneses e alemães ficaram proibidas no país. O grupo se dispersa, só voltando a se reunir em março de 1947. Nessa nova fase, outros artistas passam participar, entre eles Manabu Mabe (1924 - 1997), Tikashi Fukushima (1920 - 2001), em torno de quem se articulará o grupo Guanabara, Tomie Ohtake (1913) e Flávio-Shiró (1928), entre outros.
Em 1952, é criado o salão Seibi Kai, que se estenderá até 1970, realizando um total de 14 mostras. Esses salões foram de grande importância para a projeção dos trabalhos realizados pelos artistas nipo-brasileiros.
Fonte: GRUPO Seibi. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 10 de Mar. 2017. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Grupo Santa Helena - Itaú Cultural
A existência do Grupo Santa Helena, e outras associações de artistas, torna-se um elemento fundamental para a consolidação da arte moderna em São Paulo nos decênios de 1930 e 1940. No entanto, sua abordagem e a compreensão como grupo não deixam de ser um desafio para os historiadores da arte brasileira. Sem programas preestabelecidos, o Santa Helena surge da união espontânea de alguns artistas utilizam salas como ateliê no Palacete Santa Helena, antigo edifício na Praça da Sé, em São Paulo, a partir de meados de 1934. O primeiro deles é Francisco Rebolo, que instala seu escritório de empreiteiro e artista-decorador na sala número 231 e começa a pintar, em 1935. Nesse ano Mário Zanini divide a sala com Rebolo, posteriormente alugando a de número 233, compondo a célula inicial do futuro agrupamento. Em datas diversas, uniram-se a eles, por ordem de chegada, Manoel Martins, Fulvio Pennacchi, Bonadei, Clóvis Graciano, Alfredo Volpi, Humberto Rosa e Rizzotti.
O ambiente criado nas salas de trabalho é de troca mútua, dividindo-se os conhecimentos técnicos de pintura e as sessões de modelo vivo, decidindo sobre a remessa de obras aos salões e organizando as famosas excursões de fim de semana aos subúrbios da cidade para execução da pintura ao ar livre. Relativamente afastado do meio artístico da época, o grupo só foi notado em outubro de 1936 por pintores mais experientes como Rossi Osir e Vittorio Gobbis, por ocasião da mostra Exposição de Pequenos Quadros, organizada pela Sociedade Paulista de Belas Artes no Palácio das Arcadas. Mas é como participantes da Família Artística Paulista - FAP, - agremiação co-fundada e dirigida por Rossi Osir, responsável por elaboração de salões -, que ganham visibilidade pública e passam a ser conhecidos pela crítica especializada como Grupo Santa Helena. Durante a curta duração dos ateliês conjuntos no palacete da Sé, não apresentam nenhuma exposição de seus trabalhos sob essa rubrica.
Em 1939, após visita ao 2º salão organizado pela FAP, Mário de Andrade (1893 - 1945) identifica e tenta conceituar pela primeira vez a existência de uma "escola paulista", caracterizada por seu modernismo moderado, ocupando o campo litigioso entre as experimentações formais da vanguarda dos anos 1920 e o academismo ainda vigente no meio paulistano. Como elemento de unificação entre os expositores, enfatiza a preocupação com o apuro técnico, a volta à tradição do fazer pictórico e o interesse pela representação da realidade concreta.
Somente em 1944, em texto dedicado a Clóvis Graciano, Mário de Andrade lança a tese de que a origem proletária ou da pequena burguesia é o elo e elemento determinante na plástica do grupo. O crítico afirma: " A que atribuir, portanto, as tendências coletivas de cor, de técnica geral e de assunto dessa Família Artística Paulista, até hoje rastreáveis em sua arte? A meu ver, o que caracteriza o grupo é seu proletarismo. Isso lhe determina a psicologia coletiva, e conseqüentemente a sua expressão". Em geral, esses artistas têm sua formação básica em escolas profissionalizantes, como o Liceu de Artes e Ofícios e a Escola Profissional Masculina do Brás. Os que estudam no exterior passam ao largo dos ateliês e escolas freqüentados pelos modernistas de 1922. Na época do Santa Helena ganham, em sua maioria, a vida como artesãos ou pintores-decoradores, o que contribui para a consciência artesanal de suas obras. A pintura de cavalete é realizada nos momentos de folga. A influência européia - principalmente do impressionismo e pós-impressionismo, do novecento italiano e do expressionismo - que se faz sentir na produção dos santelenistas se dá pela leitura de livros e revistas e por exposições que chegam do exterior.
O apego à representação da realidade leva-os a pintar principalmente paisagens, cujos focos são as vistas dos subúrbios e arredores da cidade, as praias visitadas nos fins de semana, a paisagem urbana. Percebe-se a preferência por locais anônimos no limite entre o campo e a cidade. A despeito das diferenças estilísticas entre eles, identifica-se em suas obras uma preferência por tons rebaixados, de fatura fosca, dando uma tonalidade acinzentada aos quadros. Outros gêneros foram trabalhados pelo Grupo Santa Helena, como a natureza-morta, o retrato e auto-retrato.
Com a dissolução natural do grupo, que começa a se desfazer no fim da década de 1930, seus artistas desenvolvem, muitas vezes com resultados desiguais, carreiras individuais. Entre eles, Alfredo Volpi é com certeza o que mais se destaca. Vale notar que artistas não-pertencentes ao Santa Helena guardam semelhanças estilísticas com os integrantes do grupo. Tais semelhanças apontam, com mais força e coesão, uma nova posição artística em São Paulo, autônoma em relação ao modernismo dos anos 1920 sem ser acadêmica.
Fonte: GRUPO Santa Helena. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 04 de Mai. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Crédito fotográfico: O Globo, Flávio Shiró na galeria Pinakotheke, foto por Marcos Ramos / AgÊncia O Globo. Publicado em 24 de setembro de 2018 por Nelson Gobbi.