Danúbio Villamil Gonçalves (Bagé, Rio Grande do Sul, 30 de janeiro de 1925 — Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 21 de abril de 2019), mais conhecido como Danúbio Gonçalves, ou apenas Danúbio, foi um professor, pintor, desenhista, gravador e escritor brasileiro. Com precisão técnica, retrata, principalmente o cotidiano, o trabalho e os costumes gaúchos. Ainda jovem, mudou-se para o Rio de Janeiro, frequentou o ateliê de Cândido Portinari com Iberê Camargo. Em 1945, frequentou o ateliê de Roberto Burle Marx e de August Zamoyski. Em 1946, estudou gravura e desenho na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, com Carlos Oswald, Axl Leskoschek e Tomás Santa Rosa Júnior. Viajou para Paris e, entre 1949 e 1951, frequentou a Académie Julian. De volta ao Brasil, fundou o Clube de Gravura de Bagé, no Rio Grande do Sul, com Glauco Rodrigues, Glênio Bianchetti e Carlos Scliar. Com esses artistas, mais Vasco Prado, integrou o Clube de Gravura de Porto Alegre entre 1951 e 1955. Desde 1963, orientou os alunos do curso de litogravura do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, instituição que dirigiu até 1978. Entre 1969 e 1971, lecionou gravura no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IA/UFRGS). Entre 1970 e 1978, fez várias palestras e deu cursos de xilogravura, litografia, desenho e pintura no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Danúbio foi um dos maiores artistas plásticos da história do Rio Grande do Sul e do Brasil. Além da pintura, gravura e escultura, dedicou-se também ao mosaico, realizando obras em painéis na Igreja de São Roque, em Bento Gonçalves; no Santuário do Sagrado Coração de Jesus, junto ao túmulo do padre João Batista Reus, em São Leopoldo; e na Igreja de São Sebastião, em Porto Alegre. Sua obra está presente em diversas coleções particulares e nos principais acervos do país, como o Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, a Pinacoteca Pública Aplub (Porto Alegre), o Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro), a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, o Museu de Arte Moderna de São Paulo, entre outros.
Biografia – Itaú Cultural
Danúbio Villamil Gonçalves (Bagé, Rio Grande do Sul, 1925 – Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 2019). Gravador, desenhista, pintor e professor. Com engajamento e precisão técnica, retrata o cotidiano, o trabalho e os costumes gaúchos.
Na década de 1940, estudou gravura e desenho na Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro, com Carlos Oswald (1882-1971) e Axl Leskoschek (1889-1975). Frequenta o ateliê de Cândido Portinari (1903-1962) com Iberê Camargo (1914-1994). No início da carreira, faz caricaturas e sátiras da sociedade carioca contemporânea.
Entre 1949 e 1951 reside em Paris e frequenta a Académie Julian. De volta ao Brasil, funda o Clube de Gravura de Bagé, no Rio Grande do Sul, com Glauco Rodrigues (1929-2004), Glênio Bianchetti (1928- 2014) e Carlos Scliar (1920-2001). Com esses artistas, integra o Clube de Gravura de Porto Alegre, entre 1951 e 1955. O grupo retrata o povo e os costumes gaúchos de diferentes formas e objetiva estabelecer um diálogo com o público e ampliar o acesso à arte.
A atividade artística de Danúbio Gonçalves tem relação estreita com o seu engajamento político. Ao lado de outros artistas, visita países do bloco comunista, rejeita a Bienal de São Paulo e o abstracionismo e defende uma arte regional, de cunho social, próxima do realismo socialista. Sua produção mais característica consiste em xilogravuras, sobretudo a dos anos de 1950, momento em que retrata camponeses e trabalhadores, seus cotidianos e suas festas. Algumas obras enfatizam eventos, instrumentos, danças e roupas típicas, como Festa do Mundo (1953).
Em outras, há um traço mais expressionista e anguloso, que traduz a violência da atividade dos trabalhadores, como nas séries Charqueadas (1953) e Mineiros de Butiá (1956). A primeira apresenta as etapas da produção do charque, da matança dos bois à secagem da carne. A segunda figura a vida dos mineiros, em evidente referência às obras sobre o mesmo tema do pintor holandês Vincent van Gogh (1853-1890). Em todas, exprime a angústia e a miséria pelos contrastes marcados, e a força e o movimento pela talha que ressalta os veios da madeira com diversos traços paralelos.
Para o escritor Érico Veríssimo (1905-1975), Danúbio consegue ultrapassar o interesse documental e conferir aos temas um sentido universal1. E no decorrer da obra do artista, principalmente a partir da década de 1960, o regionalismo e o traço expressionista abrem espaço para uma abordagem mais abstrata da realidade, com tons rebaixados e formas que são às vezes reconhecíveis, mas não realistas, como plantas, insetos e animais. Na linha do que sugere Veríssimo, trata-se da representação da condição humana por meio de uma "imagem do homem universal, sua deformação e sobressalto", ou de aspectos mais misteriosos da existência, como a "expressão de um cosmo ambíguo".
A partir de 1963, orienta os alunos do curso de litogravura do Ateliê Livre da Prefeitura de Porto Alegre, instituição que dirige até 1978. Entre 1969 e 1971, leciona gravura no Instituto de Artes (IA) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em sua produção artística mais tardia, envereda por uma linguagem mais pop, utilizando técnicas variadas, como tinta acrílica, aquarela e gravura. Além dos temas eróticos, pinta cenas de balonismo, em que tira proveito das grandes áreas de cor dos balões, da grama e do céu.
Na década de 1990, publica os livros Do Conteúdo à Pós-Vanguarda (1995), editado pela Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre, e Processos Básicos da Pintura (1996), pela editora AGE. Em 2000, é realizada exposição retrospectiva de sua produção no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Margs), e é publicado o livro Danúbio Gonçalves: Caminhos e Vivências, pela editora Fumproarte, com textos de Paulo Gomes (1956) e Stori (1946).
Nos anos 2000, realiza obras de grandes dimensões, como Epopéia Rio-Grandense, em Porto Alegre. Inaugurado em 2008 e com uma extensão de 16,5 metros de largura por 3 de altura, o painel retrata episódios da Revolução Farroupilha. A obra do artista faz parte de importantes coleções, como a da Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina_), do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) e do Museu de Arte Moderna de São Paulo (Masp).
Comprometido com seu lugar de origem, Danúbio Gonçalves retrata os habitantes e os costumes gaúchos. Tendo a existência humana como recorrente objeto de representação, transita tanto por abordagens expressionistas e movidas pelo engajamento social bem como por enquadramentos mais abstratos.
Críticas
"Danúbio Villamil Gonçalves possui uma tendência pela figura. As figuras aos grupos, deparadas e confrontadas em denso clima humano. Uma vida violenta circula entre elas, dando-lhes a condição. Figuras carregadas de vitalidade em ambientes impregnados de força. Não falseia nunca. Sempre fiel ao conteúdo inviolável. Este tratamento direto e carinhoso, embora de um carinho violento, às vezes, não prejudica o fundamental do pintor, não perturba sua plástica. Jamais uma concessão à retórica, ao literário. Sempre o roteiro árduo" — Clovis Assumpção (DANÚBIO Gonçalves: desenho, gravura, pintura 1964-1976. Apresentação de Quirino Campofiorito et al. São Paulo: MAM, 1976).
"Entre os fundadores do Clube da Gravura e seus herdeiros, poucos tiveram a maturação e a longa pesquisa de Danúbio. Certamente existem poucos litogravadores como ele no Brasil. Apesar do caminho rigoroso percorrido por uma pintura, parece-me que a obra gráfica do artista é mais ponderável e de maior fôlego. A sua tendência natural é gráfica. Mesmo as pinturas - quando melhores - têm um forte acento gráfico, com definição de desenho, planos estabelecidos, valores de claro e escuro evidentes. A cor não oferece para esse artista um interesse vital. Seu mundo percorre as linhas do desenho e da obra impressa. É, talvez, um pouco injusto insistirmos na parte gráfica da exposição, quando a pintura percorreu o seu destino durante, pelo menos, 30 anos. Mas a importância desse artista sóbrio e discreto no universo gráfico brasileiro precisa, finalmente, ser lembrada. Seu trabalho registra um tipo de vida e folclore em via de desaparecer; depois, esse trabalho envereda na abstração para retornar, enfim, a uma figuração mágica em que o artista encontra todos os seus desencontros e realiza uma obra madura e serena. Acompanhando esse longo período de trabalho, temos o prazer de encontrar diante de nós um artista sereno, maduro e com pleno conhecimento de suas forças criadoras. Capaz de unir num mesmo momento espacial o seu universo de preocupações sociais e formais e, também, o afloramento do inconsciente com seus símbolos, lirismos e fantasias" — Jacob Klintowitz (KLINTOWITZ, Jacob. Versus: dez anos de crítica de arte. Prefácio Jacob Klintowitz; apresentação Pietro Maria Bardi. São Paulo: André Galeria de Arte, 1978. 143 p. il).
"Entre a pintura acadêmica lambida e 'bem feitas' que fotografa o mundo, e os coloridos labirintos geométricos ou caóticos de certo tipo de arte abstrata, destituída de humanidade, existem - é lógico - mil outros caminhos e descaminhos. Tenho a impressão de que, para usar de uma boa expressão popular, Danúbio 'acertou a mão' e atingiu a plena maturidade artística nesta nova fase em que não foge ao mundo objetivo, à imagem humana nem os desfigura, mas transfigura-os poética e dramaticamente. A visão deste artista não é a da fiel câmara fotográfica nem a do espelho côncavo ou convexo que recria o mundo e a humanidade em grotescos termos de caricatura. Admirável desenhista - é hoje em dia dizer que um pintor sabe desenhar é uma horrenda heresia! -, Danúbio consegue dar a temas regionais (veja-se, por exemplo, Picador e O Guri das Cabeças) um interesse e um sentido universais, desprezando os pormenores de natureza puramente documentária. (...) Outro aspecto muito simpático da personalidade artística de Danúbio Gonçalves é a sua atividade de artesão. Como os pintores renascentistas, ele mesmo prepara suas tintas, suas telas, a madeira em que faz suas gravuras; e é ele próprio quem transpõe para a pedra os seus desenhos e imprime depois suas reproduções. E com que alegria e amorosa paciência ele faz todas essas coisas! Certos críticos de arte preocupam-se muito com saber qual é a MENSAGEM que o artista transmite em seus quadros. Outros chegam ao ponto de exigir que ele sofra muito no ato de pintar (...) Santo Deus! Será que ninguém jamais pensa no puro prazer lúdico que o artista experimenta no ato da criação? Veja-se o exemplo incomparável de Picasso, esse adolescente de mais de oitenta anos. Ele pode ter lavrado protestos dramáticos com o seu inesquecível Guernica, mas sua obra inteira é antes de mais nada um hino à vida e ao prazer dos sentidos, uma lição de esperança, coragem e amor. Com seu jeitão de homem do campo, retraído e meio tímido, Danúbio vive a sua vida no tom em que fala, isto é, em surdina. Guarda-se todo - força, ternura, paixão, lirismo - para a sua arte. Espalha, por assim dizer, em seus quadros, todas as economias que faz na vida cotidiana. E o resultado aí está (...)" — Erico Verissimo (Catálogo de exposição no ICBNA de Porto Alegre, Porto Alegre, outubro de 1971 citado por: GONÇALVES, Danúbio. Danúbio Gonçalves : caminhos e vivências. Texto Paulo Gomes, Norberto Stori; fotografia Fernando Zago. Porto Alegre : FUMPROARTE, 2000. P. 134-135).
Exposições Individuais
1944 - Bagé RS - Individual, no Instituto de Belas Artes
1945 - Bagé RS - Individual, no Instituto Municipal de Música
1955 - Porto Alegre RS - Individual, no Círculo Bageense
1959 - Porto Alegre RS - Individual, no Pavilhão da Avenida Borges de Medeiros
1963 - Porto Alegre RS - Individual, no Margs
1964 - Porto Alegre RS - Individual, no Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano
1965 - Porto Alegre RS - Individual, no Espaço Galeria
1967 - Porto Alegre RS - Individual, no IAB/RS
1968 - Porto Alegre RS - Individual, no Margs
1971 - Salvador BA - Individual, no MAM/BA
1972 - Porto Alegre RS - Individual, na Esphera Galeria de Arte
1976 - Curitiba PR - Individual, no Museu Guido Viaro
1976 - Porto Alegre RS - Retrospectiva 12 Anos de Carreira, no Margs
1976 - São Paulo SP - Retrospectiva, no MAM/SP
1979 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria de Arte Independência
1980 - Bagé RS - Individual, no Museu da Gravura Brasileira
1980 - Novo Hamburgo RS - Individual, na Galeria Casa Velha Convívio de Arte
1980 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria de Arte Clube do Comércio
1981 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Imagem
1981 - Santa Maria RS - Individual, na Sala de Exposições da UFSM
1981 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1982 - Camboriú SC - Individual, na Galeria Lascaux
1982 - Casablanca (Marrocos) - Individual, na Galeria Oukade
1982 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria de Arte Clube do Comércio
1982 - Porto Alegre RS - Retrospectiva de Gravura, no Margs
1982 - São Leopoldo RS - Individual, na Galeria Liana Brandão
1986 - São Leopoldo RS - Individual, na Galeria Liana Brandão
1987 - Florianópolis SC - Individual, no Masc
1987 - Porto Alegre RS - Retrospectiva, na Galeria de Arte da CEE
1987 - Santa Maria RS - Individual, na AB Galeria de Arte
1988 - Porto Alegre RS - Individual, no Centro Municipal da Cultura
1989 - São Leopoldo RS - Individual, na Galeria Liana Brandão
1990 - Porto Alegre RS - Hommage a Torres, na Galeria de Arte Mosaico
1991 - Bagé RS - Individual, no Museu da Gravura Brasileira, Fundação Áttila Taborda
1991 - Caxias do Sul RS - Individual, na Galeria de Arte do Sesc
1991 - Porto Alegre RS - Individual, no Atelier Livre da Prefeitura
1991 - Torres RS - Individual, na Sociedade Amigos da Praia de Torres
1992 - Cachoeira do Sul RS - Individual, no Atelier Livre Municipal de Cachoeira do Sul
1992 - Paris (França) - Individual, na Galeria L´Oeil de Boeuf
1992 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria de Arte Mosaico
1992 - Porto Alegre RS - Individual, no Margs
1992 - Porto Alegres RS - Individual, no Salão Municipal de Cultura
1993 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria de Arte Mosaico
1993 - Torres RS - Individual, na Associação dos Artistas Plásticos de Torres
1995 - Bagé RS - Individual, no Museu de Gravura Brasileira
1995 - Pelotas RS - Individual, no Museu Leopoldo Gotuzzo
1995 - Porto Alegre RS - Danúbio e a Imprensa, Mostra de Caricaturas de 1939 a 1941, no Museu de Comunicação Social Hipólito da Costa
1995 - Porto Alegre RS - Homenagem dos 70 Anos, na Galeria Iberê Camargo, Usina do Gasômetro
1995 - Porto Alegre RS - Projeto A Gravura no Rio Grande do Sul, no Margs
1995 - Porto Alegre RS - Retrospectiva 70 Anos, Pinturas de 1948 a 1993, no Margs
1996 - Porto Alegre RS - Homenagem a Anestor José Tavares, na Galeria Marisa Soibelmann
1998 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria de Arte Mosaico
2000 - Bagé RS - Danúbio Gonçalves: retrospectiva, na Casa de Cultura Pedro Wayne
2000 - Caxias do Sul - RS - Danúbio Gonçalves: retrospectiva, no Centro de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho
2000 - Pelotas - RS - Danúbio Gonçalves: retrospectiva, no Museu de Artes Leopoldo Gotuzzo
2000 - Porto Alegre RS - Danúbio Gonçalves: restrospectiva, no Museu dos Correios
2000 - Brasília DF - Danúbio Gonçalves: retrospectiva, no Espaço Cultural dos Correios
2008 - Porto Alegre RS - Balonismo II, no Centro Cultural CEEE - Érico Veríssimo
2008 - Porto Alegre RS - Balonismo II, no Parque Odilo Webber Rodrigues
2009 - Bagé RS - Aos Grandes: Danúbio Gonçalves, no Palacete Pedro Osório
2009 - Pelotas RS - Aos Grandes Mestres: Danúbio Gonçalves, no MALG
2010 - Porto Alegre RS - Aos Grandes Mestres: Danúbio Gonçalves, no Centro Cultural CEEE - Érico Veríssimo
2010 - Porto Alegre RS - Xarqueadas, no Parque da Harmonia, Centro de Eventos Almir Azeredo Ramos
2010 - Uruguaiana RS - Aos Grandes Mestres: Danúbio Gonçalves, no Sesc Uruguaiana
2012 - Porto Alegre RS - Arte Pública - Murais de Danúbio Gonçalves, no Paço dos Açorianos
2012 - Santa Maria RS - Aos Grandes Mestres: Danúbio Gonçalves, no Museu de Arte de Santa Maria
Exposições Coletivas
1945 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Arte Moderna, na ABI/RJ
1948 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Auditório do Correio do Povo
1948 - Rio de Janeiro RJ - 53º Salão Nacional de Belas Artes - menção honrosa e medalha de prata
1951 - Bagé RS - Coletiva, na Galeria de Arte
1951 - Porto Alegre RS - 5º Salão de Artes Plásticas da Associação Francisco Lisboa - medalha de prata
1952 - Berlim (Alemanha) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Bucareste (Romênia) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Curitiba PR - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Florianópolis SC - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Goiânia GO - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Montevidéu (Uruguai) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Moscou (União Soviética, atual Rússia) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Nova York (Estados Unidos) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Pequim (China) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Porto Alegre RS - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Praga (República Tcheca) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna
1952 - Rio de Janeiro RJ - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Santiago (Chile) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - São Paulo SP - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Varsóvia (Polônia) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Viena (Áustria) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Viña del Mar (Chile) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1953 - Rio de Janeiro RJ - 2º Salão Nacional de Arte Moderna - prêmio viagem ao país
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco, no Palácio da Cultura
1954 - Salvador BA - 4º Salão Baiano de Belas Artes
1955 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão Nacional de Arte Moderna
1956 - São Paulo SP - Contribuição ao Realismo, no MAM/SP
1959 - Porto Alegre RS - 2ª Feira da Gravura de Porto Alegre
1961 - Denver (Estados Unidos) - Gravadores Gaúchos
1961 - Porto Alegre RS - Salão de Arte Rio-Grandense - medalha de ouro
1962 - Curitiba PR - Artistas do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, no Salão da Biblioteca de Curitiba
1962 - Porto Alegre RS - 4º Salão de Artes Plásticas de Porto Alegre - medalha de prata
1962 - Porto Alegre RS - 9º Salão de Artes Plásticas do Instituto de Belas Artes
1962 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Faculdade de Arquitetura
1962 - Washington D. C. (Estados Unidos) - Coletiva, na Graphic Arts Gallery
1963 - Belo Horizonte MG - 18º Salão Municipal de Belas Artes de Belo Horizonte - 3º prêmio
1963 - Curitiba PR - 14 Artistas Gaúchos, na Galeria Macunaíma, Departamento de Cultura do Estado do Paraná
1963 - Porto Alegre RS - 1º Salão da Cidade de Porto Alegre - 1º prêmio de gravura
1963 - Porto Alegre RS - Gravuras, no Margs
1964 - Porto Alegre RS - Artistas do Rio Grande do Sul, na Galeria Portinari
1964 - Porto Alegre RS - Feira do Artista Gaúcho - primeiro prêmio
1965 - Belo Horizonte MG - Premiados do 30º Salão de Belas Artes, na Galeria do ICBEU
1965 - Curitiba PR - Gravura Brasileira Contemporânea
1965 - Porto Alegre RS - 2º Salão da Cidade de Porto Alegre, no Margs - 1º prêmio de desenho
1965 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Leopoldina Galeria de Arte
1966 - Belo Horizonte MG - Coletiva, na Galeria Guignard
1966 - Curitiba PR - 23º Salão Paranaense de Belas Artes, na Biblioteca Pública do Paraná
1966 - Porto Alegre RS - Arte Hoje no Rio Grande do Sul, no Margs
1966 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano
1966 - Porto Alegre RS - Tendências 66, na Galeria do IAB
1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas da Bahia
1967 - São Paulo SP - 4 artistas do Rio Grande do Sul, na Galeria 4 Planetas
1967 - Tóquio, Sakata, Katsuragitar, Mikko, Kanasawa e Suzu (Japão) - Gravadores Gaúchos no Japão, na Embaixada do Brasil, na International Society of Plastic an Audio Visual Art Homma
1968 - Campinas SP - 4º Salão de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC
1968 - Curitiba PR - 25º Salão Paranaense, na Biblioteca Pública do Paraná
1968 - Florianópolis SC - 1ª Exposição Nacional de Artes Plásticas, no Masc
1968 - Londrina PR - 4º Salão de Arte Religiosa Brasileira
1968 - Porto Alegre RS - 4º Salão Cidade de Porto Alegre
1968 - Porto Alegre RS - Estande Artes Plásticas da Expositur
1968 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Artistas Gaúchos: a imagem do Rio Grande, promovida pela Revista Cultural Contemporânea
1968 - Salvador BA - 2ª Bienal Nacional de Artes Plásticas da Bahia
1968 - São Paulo SP - Núcleo de Gravadores de Porto Alegre
1969 - Curitiba PR - Salão Paranaense, na Federação das Indústrias do Estado do Paraná
1970 - San Juan (Porto Rico) - 1ª Bienal de San Juan del Grabado latino-americano y del Caribe
1970 - São Paulo SP - Pré-Bienal de São Paulo, na Fundação Bienal
1971 - Curitiba PR - 28º Salão Paranaense, na Biblioteca Pública do Paraná
1971 - Porto Alegre RS - 1º Salão de Artes Visuais da UFRGS
1971 - São Paulo SP - 11ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1971 - São Paulo SP - 3º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1972 - Nova York (Estados Unidos) - Selecionados na 2ª Bienal de Grabado latino-americano do Porto Rico, na Galeria do Pratt Graphics Center
1972 - São Paulo SP - 2ª Exposição Internacional de Gravura, no MAM/SP
1972 - São Paulo SP - Mostra de Arte Sesquicentenário da Independência e Brasil Plástica ? 72, na Fundação Bienal
1973 - Bagé RS - Quatro de Bagé, na Fundação Áttila Taborda
1973 - Curitiba PR - 30º Salão Paranaense, no Teatro Guaíra
1973 - Curitiba PR - 30º Salão Paranaense, no MAC/PR - prêmio aquisição de pintura
1973 - Porto Alegre RS - 2º Salão de Artes Visuais da UFRGS
1973 - Porto Alegre RS - Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre: professor e alunos
1973 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria Ponto de Arte
1973 - Porto Alegre RS - Lançamento de Álbuns de Gravuras de Artistas Gaúchos, na Galeria Gerdau
1973 - San Francisco (Estados Unidos) - World Prints Entrants, no Museu de San Francisco
1973 - São Paulo SP - 12ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1974 - San Juan (Porto Rico) - 3ª Bienal de San Juan del Grabado latino-americano y del Caribe
1974 - São Paulo SP - 6º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP - prêmio gravura
1974 - São Paulo SP - Bienal Nacional 74 - Sala Didática da Gravura Brasileira, na Fundação Bienal
1975 - Brasília DF - Arte Gaúcha 74
1975 - Porto Alegre RS - Panorama da Arte Gaúcha, na Galeria EucatExpo
1976 - Bagé e Porto Alegre RS - Grupo de Bagé, no Projeto Cultur - Secretaria de Turismo e Educação
1976 - Bagé RS - 1º Encontro Nacional de Artistas Plásticos, no Museu Dom Diogo de Souza
1976 - Bagé RS - 2º Encontro de Artistas Plásticos, no Museu Dom Diogo de Souza
1976 - Porto Alegre RS - 9 Artistas Gaúchos, no Posto de Informações Turísticas Açorianos (Epatur). A exposição inaugura o Posto de Informações.
1976 - Porto Alegre RS - Álbum 5 Serigrafias, na Galeria IAB
1976 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Epatur
1976 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria EucatExpo
1976 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Pinacoteca Aplub de Arte Riograndense
1976 - Porto Alegre RS - O Museu Vai à Indústria, na Aços Finos Piratini
1976 - Porto Alegre RS - Por uma Arte Brasileira: Grupo de Bagé, na UFRGSul. Instituto de Artes
1976 - Porto Alegre RS - Tradições Gaúchas, no Instituto de Artes da UFRGS
1976 - San Juan (Porto Rico) - 4ª Bienal de San Juan del Grabado latino-americano y del Caribe
1977 - São Paulo SP - 9º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1978 - Curitiba PR - 1ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, no Centro de Criatividade de Curitiba
1979 - Curitiba PR - 2ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, no Centro de Criatividade de Curitiba
1979 - Curitiba PR - 36º Salão Paranaense
1979 - Porto Alegre RS - O Museu vai à Indústria, no Grupo Olvebra
1980 - Santa Maria RS - Coletiva, na Sala de Exposições da UFSM
1980 - São Paulo SP - 12º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1981 - Beirute e Jounieh (Líbano) - Pintores Brasileiros
1981 - Curitiba PR - 4ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, na Casa da Gravura Solar do Barão
1981 - Gramado RS - Aquarelistas Gaúchos, na Fearte
1981 - San Juan (Porto Rico) - 5ª Bienal de San Juan del Grabado latino-americano y del Caribe
1982 - Penápolis SP - 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1983 - Porto Alegre RS - Arte Livro Gaúcho: 1950/1983, no Margs
1983 - Porto Alegre RS - Do Passado ao Presente: as artes plásticas no Rio Grande do Sul, no Cambona Centro de Arte
1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1984 - Caracas (Venezuela) - 2ª Bienal del Grabado de America
1984 - Curitiba PR - 6ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba
1984 - Curitiba PR - 6ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba, na Fundação Cultural de Curitiba
1984 - Curitiba PR - 6º A Xilogravura na História da Arte Brasileira, na Casa Romário Martins
1984 - Porto Alegre RS - Gravuras: uma trajetória no tempo, na Cambona Centro de Artes
1984 - Porto Alegre RS - Lixo de Atelier, no Espaço Cultural Yázigi
1984 - Ribeirão Preto SP - Gravadores Brasileiros Anos 50/60, na Galeria Campus USP ? Banespa
1984 - Rio de Janeiro RJ - A Xilogravura na História da Arte Brasileira
1984 - Rio de Janeiro RJ - A Xilogravura na História da Arte Brasileira, na Funarte. Galeria Sérgio Milliet
1984 - Rio de Janeiro RJ - Doações Recentes 82-84, no MNBA
1985 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria de Arte Masson
1985 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria Tina Presser
1985 - Porto Alegre RS - Gravura no Rio Grande do Sul: atualidade, no Margs
1985 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - Gravura no Rio Grande do Sul: atualidade, no MAC/USP
1986 - Curitiba PR - 7ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba, na Casa da Gravura Solar do Barão
1986 - Porto Alegre RS - O Automóvel Faz Cem Anos, na Galeria Bolsa de Arte
1986 - Porto Alegre RS - Projeto Pinta Brasil, exposição mural
1986 - Rio de Janeiro RJ - Gravura no Rio Grande do Sul: atualidade, no Solar Grandjean de Montigny
1987 - Paris (França) - La Jeune Gravure Contemporaine et Ses Invités du Brésil
1987 - Porto Alegre RS - Coletiva, na CEE
1988 - Montevidéu (Uruguai) - Trinta Dias de Cultura
1988 - Novo Hamburgo RS - Coletiva, na Semec
1988 - Porto Alegre e Gramado RS - Coletiva, no Museu do Trabalho
1988 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria Galpão Crioulo
1988 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Grêmio Náutico União
1989 - Alegrete RS - Coletiva, no Museu de Arte Dr. José Pinto Bicca de Medeiros
1989 - Paris (França) - Coletiva Centenário de Van Gogh
1989 - Porto Alegre RS - 2ª Mostra Gaúcha de Gravura , no Centro Municipal de Cultura Lupicínio Rodrigues
1989 - Porto Alegre RS - Arte Sul 89, no Margs
1989 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Grêmio Náutico União
1990 - Curitiba PR - 9ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba, no Museu da Gravura
1990 - Curitiba PR - 9º Artistas Convidados: litografias, na Casa Romário Martins
1990 - Porto Alegre RS - 2º Encontro Gaúcho de Gravura
1990 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria Mosaico
1990 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Centro Gráfico do Museu do Trabalho
1990 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Grêmio Náutico União
1991 - Porto Alegre RS - Atelier Livre 30 Anos
1991 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Grêmio Náutico União
1991 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano
1991 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Margs
1991 - São Jerônimo RS - Coletiva, no Museu do Carvão
1992 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Casa de Cultura Mario Quintana
1992 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Atelier Livre da Prefeitura
1992 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Centro Gráfico do Museu do Trabalho
1992 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Edel Trade Center
1992 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Grêmio Náutico União
1993 - Canela RS - Pontos de Encontro, na Fundação Cultural de Canela
1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Funesc
1993 - Porto Alegre RS - Arte Sul, no Margs
1993 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Grêmio Náutico União
1993 - Porto Alegre RS - Gravura, no Margs
1993 - Porto Alegre RS - Retrospectiva 20 Anos do Desenho Gaúcho, no Centro Cultural Brasil-Espanha
1994 - Porto Alegre e Pelotas RS - Litografia Hoje, no Margs e na Sala Frederico Trebbi, Prefeitura de Pelotas
1994 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Atelier Livre da Prefeitura
1994 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Grêmio Náutico União
1994 - São Paulo SP - Os Clubes de Gravura do Brasil, na Pinacoteca do Estado
1994 - São Paulo SP - Poética da Resistência: aspectos da gravura brasileira, na Galeria de Arte do Sesi
1994 - São Paulo SP - Xilogravura: do cordel à galeria, no Metrô
1995 - Pelotas RS - Coletiva, na Fundação Municipal de Integração, Museu do Charque
1995 - Porto Alegre RS - 6º Salão Cidade de Porto Alegre - artista homenageado
1995 - Porto Alegre RS - A Arte Vê a Moda, promoção do jornal Zero Hora, na Casa de Cultura Mario Quintana
1995 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Centro Gráfico do Museu do Trabalho
1995 - Porto Alegre RS - Gravuras: Mestres e Alunos, no Instituto Goethe
1995 - Porto Alegre RS e Haifa (Israel) - Printing Today
1996 - Bagé RS - Grupo de Bagé: retrospectiva de gravura, no Museu da Gravura Brasileira
1996 - Novo Hamburgo, Pelotas, Bagé, Santa Maria e Passo Fundo RS - A Arte Vê a Moda, itinerante promovida pelo jornal Zero Hora
1996 - Passo Fundo RS - Museu de Artes Visuais Ruth Schneider: exposição inaugural, no Museu de Artes Visuais Ruth Schneider
1996 - Porto Alegre RS - Grupo de Bagé no Acervo do Margs, no Margs
1996 - Porto Alegre RS - Grupo de Bagé no Clube de Gravura, na Galeria da Caixa Econômica Federal
1996 - Porto Alegre RS - Grupo de Bagé: gravura e atualidade, no Centro Municipal de Cultura
1996 - Porto Alegre RS - Grupo de Bagé: pintura e atualidade, na Galeria de Arte Mosaico
1997 - Brasília DF - Grupo de Bagé no Clube de Gravura: década de 50, na Galeria da Caixa Econômica Federal
1997 - Curitiba PR - Grupo de Bagé no Clube de Gravura: década de 50, na Galeria da Caixa Econômica Federal
1997 - Rio de Janeiro RJ - Grupo de Bagé no Clube de Gravura: década de 50, na Galeria da Caixa Econômica Federal
1997 - São Paulo SP - Grupo de Bagé no Clube de Gravura: década de 50, na Galeria da Caixa Econômica Federal
1998 - Buenos Aires (Argentina) - Arte en la Calle
1998 - Porto Alegre RS - Arte Erótica, no Margs
1998 - Rio de Janeiro RJ - Litografia 200 Anos, na Galeria Sesc
1998 - Santo Ângelo RS - Exposição URI - Desenhos e Gravuras
1998 - São Paulo SP - Os Colecionadores. Guita e José Mindlin: matrizes e gravuras, na Galeria de Arte do Sesi
1999 - Porto Alegre RS - Garagem de Arte: mostra inaugural, na Garagem de Arte
1999 - Porto Alegre RS - Gravura Gaúcha, no Centro Municipal de Cultura
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: acervo do Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Porto Alegre Gravura, no IAB
2000 - Bento Gonçalves RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul
2000 - Canela RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul
2000 - Caxias do Sul RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul
2000 - Caxias do Sul RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul . Centro de Convivência
2000 - Farroupilha RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul
2000 - Guaporé RS - Coletiva de Gravura
2000 - Nova Prata RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul
2000 - Porto Alegre RS - Brasil 500 Anos - Navegadores de Imagens, no Centro Cultural Usina do Gasômetro
2000 - São Paulo SP - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural
2000 - Vacaria RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul
2000 - Veranópolis RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul
2001 - Brasília DF - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaugaleria
2001 - Penápolis SP - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural
2001 - Rio de Janeiro RJ - Trilhando a Gravura, no Museu da Chácara do Céu
2002 - Passo Fundo RS - Gravuras: Coleção Paulo Dalacorte, no Museu de Artes Visuais Ruth Schneider
2002 - Porto Alegre RS - Desenhos, Gravuras, Esculturas e Aquarelas, na Garagem de Arte
2002 - Porto Alegre RS - Gravuras: Coleção Paulo Dalacorte, no Museu do Trabalho
2003 - Porto Alegre RS - Vida, Povo, Fome, Trabalho e Religião, na Garagem de Arte
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2008 - São paulo SP - Panorama dos Panoramas, no Museu de Arte Moderna
2011 - Porto Alegre RS - Do Atelier ao Cubo Branco, no MARGS
2011 - Porto Alegre RS - Labirintos da Iconografia, no MARGS
Fonte: DANÚBIO Gonçalves. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2023. Acesso em: 18 de janeiro de 2023. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia – Wikipédia
Membro de uma família tradicional de estancieiros, descendente de Bento Gonçalves, um dos líderes da Revolução Farroupilha, seu pai queria que se tornasse médico, e ele decidiu ser artista. Quando tinha dez anos de idade mudou-se com familiares para o Rio de Janeiro. Na década de 1940 estudou na Fundação Getúlio Vargas com Carlos Oswald (gravura em metal) e Axl Leskoschek (xilogravura). Também teve aulas de desenho com Tomaz Santa Rosa. Tornou-se amigo de Iberê Camargo e com ele frequentou o atelier de Cândido Portinari para estudar modelo vivo. Nesta época fazia caricaturas da sociedade carioca, publicadas pelas revistas Cena Muda e Mirim. Viajou para Paris, e entre 1949 e 1951 frequentou a Academia Julian.
Sua atividade artística está intimamente ligada ao seu engajamento político. De volta ao Brasil, associou-se com Glauco Rodrigues, Glênio Bianchetti e Carlos Scliar, fundando com eles o influente Grupo de Bagé, que marcou época na gravura brasileira. A partir da década de 1960 sua produção se diversifica em técnica, estilo e temática. Recebeu vários prêmios e homenagens, realizou mais de 50 exposições individuais e participou de mais de uma centena de coletivas.
Como professor formou gerações de novos artistas. Desde 1963, orientou os alunos do curso de litogravura do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, instituição que dirigiu até 1978. No período entre 1969 e 1971, lecionou gravura no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em 1984 participou da fundação do Núcleo de Gravura do Rio Grande do Sul. Deu cursos de xilogravura, litografia, desenho e pintura no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
Em 1992 recebeu da Câmara de Vereadores de Porto Alegre o título de Cidadão Porto-Alegrense e a Comenda Pedro Weingärtner. Em 2000, foi realizada uma exposição retrospectiva da sua trajetória no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), e foi publicado o livro Danúbio Gonçalves: Caminhos e Vivências, pela editora Fumproarte, com textos de Paulo Gomes e Norberto Stori. Neste período realizou obras de grandes dimensões, como o mural de azulejos Epopeia Rio-Grandense, instalado em uma esplanada cívica na frente do Mercado Público, e o mural Contribuição da Comunidade Judaica no RS - 100 Anos, instalado no Viaduto Jorge Alberto Mendes Ribeiro. Ainda em 2000 passou a fazer parte do Conselho Consultivo do MARGS. Em 2005, celebrando seu 80º aniversário, foi convidado oficial da Semana Comemorativa dos 143 anos de Bagé, foi festejado com a instalação de uma placa no Atelier Livre, e recebeu da Secretaria de Estado da Cultura o Troféu Artista do Ano. Em 2006 foi homenageado pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre com o Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues. Em 2010 foi objeto do documentário Danúbio, dirigido por Henrique de Freitas Lima. Em 2014 sua individual na Galeria Duque foi uma das finalistas do Prêmio Açorianos de Artes Plásticas, nas categorias Destaque em Gravura e Acervo e Memória.
Morreu enquanto dormia em 21 de abril de 2019. Deixou esposa e três filhos. Seu desaparecimento foi amplamente noticiado e muito lamentado entre a classe artística gaúcha. Segundo a secretária estadual de cultura, Beatriz Araújo, "a trajetória do artista e do professor Danúbio Gonçalves, e o comprometimento dele enquanto ativista e extensa obra constituem um legado importante para a cultura gaúcha". Para o diretor do Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Francisco Dalcol, "é um dos nomes mais importantes da história das artes visuais do Rio Grande do Sul, tendo pertencido a uma geração que se empenhou em introduzir e difundir no estado as linguagens artísticas modernas. E, ao mesmo tempo, foi um artista que se projetou fora por sua postura de não adesão a modismos e por seu engajamento político e social". No dia 25 recebeu homenagem na Assembleia Legislativa do Estado. A Prefeitura de Bagé organizou uma semana de eventos em sua homenagem. Pequenas exposições celebrando sua memória foram organizadas rapidamente pelo MARGS e pelo Atelier Livre. Em maio uma exposição na Galeria Duque de Porto Alegre lhe prestou homenagem trazendo mais de cem obras de todas as fases de sua carreira. Em julho foi homenageado na cerimônia de entrega do Prêmio Açorianos de Artes Plásticas. Em outubro uma exposição na Fundação Iberê Camargo resgatou o legado do Grupo de Bagé, sendo apresentado paralelamente o documentário Danúbio.
Obra
Danúbio Gonçalves é lembrado principalmente como professor e gravurista. Recebeu uma formação acadêmica mas incorporou ao longo de sua carreira doses variáveis de elementos inspirados no modernismo, na arte pop e na arte popular. A figuração, em diferentes abordagens, permaneceu um eixo estruturador da sua obra plástica, da qual nunca se afastou completamente, embora em algumas obras tardias tenha se aproximado da abstração.
Teve um reconhecimento precoce, fazendo sua primeira individual com 19 anos. Com 23 anos ganhava dois prêmios no Salão Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, o mais importante do país. Em 1951 recebeu medalha de prata em Desenho no Salão da Associação Francisco Lisboa de Porto Alegre, um reduto dos artistas independentes e contrários ao academismo que ainda era forte no Instituto de Belas Artes, e em 1953 recebeu o Prêmio Viagem ao País do Salão Nacional. Sua produção inicial coincidiu com a ampliação do público para a arte modernista, com a ressurgência do regionalismo no discurso oficial, na literatura e nas artes do estado, e com a fundação do Movimento Tradicionalista Gaúcho, e buscou expressar artisticamente seu engajamento com as causas sociais. Defendia que o artista tinha de ter posicionamento político, e que o papel da arte era eminentemente social. Assim como os outros artistas do Grupo de Bagé, estava vinculado à esquerda e defendia a popularização da arte, trabalhando com cenas da vida dos operários, charqueadores e mineiros, num estilo figurativo realista com influências do Expressionismo alemão, do Realismo Socialista, dos muralistas mexicanos e do Atelier de Gráfica Popular do México, que era dirigido pelo gravador Leopoldo Mendez. Optaram pela gravura por ser um meio mais democrático e de baixo custo, acessível às classes populares. O Grupo foi importante para a divulgação e afirmação da gravura no sul do Brasil e foi a origem do Clube de Gravura de Porto Alegre. Danúbio participou de sua fundação e foi um dos seus membros mais ativos. Tanto o Grupo como o Clube estimularam o aparecimento de vários outros clubes de gravura pelo país nos anos de 1950 e 1960.
Os dois primeiros anos do Clube de Gravura foram intensamente dedicados ao Movimento pela Paz. Em 1952 expôs obras junto com colegas do Clube na Conferência Continental pela Paz, no Uruguai. O grupo recebeu do Movimento Brasileiro dos Partidários da Paz o Prêmio Pablo Picasso, por seu trabalho artístico realizado em defesa da Paz e do congraçamento entre os povos. Essa premiação possibilitou a edição do álbum Gravuras Gaúchas, com um prefácio de Jorge Amado e a expressiva tiragem de 5 mil exemplares, considerada muito elevada para a época.
Desta fase é importante a série Charqueadas, inspirada no livro homônimo de Pedro Wayne, e premiada no Salão Nacional de Arte Moderna de 1954. Algumas obras da série foram reproduzidas nas páginas da revista Horizonte. O muralista mexicano Diego Rivera assim falou sobre a Charqueadas: "Esta série admirável de Villamil Gonçalves, toda inspirada nas diferentes operações do matadouro, é um ensaio, uma espécie de novela curta tecida em termos plásticos de uma intensidade extraordinária. Oxalá este exemplo seja imitado, pois os pintores falariam ao povo mais intensamente do que qualquer livro e transmitiriam uma grande emoção artística com o seu valor plástico". Para o crítico e historiador Paulo Gomes, "de algum modo a série de Danúbio Gonçalves chega onde nenhum dos outros artistas logrou chegar, conjugando uma série de virtudes, a saber: estabelece uma efetiva comunicação com o povo ao expressar a região em que vive o artista e seu público imediato e não caindo na exploração do pitoresco e do tradicionalismo autoglorificante. Também porque enfatiza o papel social do artista ao criar um instrumento efetivo de cultura através de uma obra de caráter regional mas de alcance universal".
Também deve ser lembrada a série Mineiros de Butiá, que fez um registro visual inédito sobre a vida dos mineiros. Na opinião de Armindo Trevisan, "é uma denúncia clínica, precisa, na qual a emoção não necessita transbordar para ser autêntica. A técnica da xilografia, no caso, rude, constante, áspera, contribui para tornar eloquente a dor e a humilhação desses tipos humanos de nossa terra, que não são propriamente rebaixados, mas expostos na sua realidade nua e crua". Ambas a séries, assim como outros trabalhos nessa linha, retratando os gaúchos e outros personagens do campo, são o resultado final de incontáveis esboços e estudos preparatórios, e derivam do contato direto do artista com os sujeitos de suas obras, procurando denunciar a exploração dos trabalhadores e a realidade miserável dos seus cotidianos, concentrando-se na mensagem, veiculada por imagens concisas e fortes, e eliminando detalhes supérfluos.
Na década de 1970 passou a explorar outros temas e técnicas, como a cultura pop, a abstração, os temas históricos, a paisagem e o erotismo, em aquarela, desenho, colagem, pintura e azulejaria. O crítico Jakob Klintowitz, analisando seus trabalhos desta época, disse que "a sua tendência natural é gráfica. Mesmo as pinturas – quando melhores – têm um forte acento gráfico, com definição de desenho, planos estabelecidos, valores de claro e escuro evidentes. A cor não oferece para esse artista um interesse vital. Seu mundo percorre as linhas do desenho e da obra impressa. [...] A importância desse artista sóbrio e discreto no universo gráfico brasileiro precisa, finalmente, ser lembrada". Érico Veríssimo disse: "Atingiu a plena maturidade artística nesta nova fase em que não foge ao mundo objetivo, à imagem humana nem os desfigura, mas transfigura-os poética e dramaticamente".
Dedicou-se também ao mosaico, realizando obras em painéis na Igreja de São Roque, em Bento Gonçalves; no Santuário do Sagrado Coração de Jesus, junto ao túmulo do padre João Batista Reus, em São Leopoldo; e na Igreja de São Sebastião, em Porto Alegre. Publicou dois livros: o ensaio Do Conteúdo à Pós-Vanguarda (1995), e outro sobre técnicas de pintura, Processos Básicos da Pintura (1996).
Ao falecer em abril de 2019 estava consagrado como um dos grandes artistas do estado e um dos responsáveis pela projeção da arte gaúcha no Brasil. Sua casa-atelier foi tombada pela Prefeitura de Porto Alegre. Sua obra está presente em coleções particulares e em acervos públicos, como o Museu de Arte do Rio Grande do Sul, o Museu de Arte Moderna de São Paulo, o Museu Nacional de Belas Artes, o Acervo Artístico da Prefeitura de Porto Alegre, a Pinacoteca Municipal de São Paulo, o Museu de Arte Moderna da Bahia, o Museu de Arte Contemporânea do Paraná, o Museu de Arte de Santa Catarina, a Pinacoteca do Estado de São Paulo, a Pinacoteca Aplub de Porto Alegre e o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.
Para Paulo Gomes, "sua trajetória, de mais de 50 anos, é marcada por um destacado rigor artesanal e por momentos nos quais seu trabalho assume características ideológicas bastante acentuadas. [...] No Rio Grande do Sul, a produção do Clube de Gravura, mormente aquela de Danúbio Gonçalves, continua escrevendo a história". Falando especificamente da série Charqueadas, disse que "com seu caráter plástico acentuadamente expressionista, esta série alimentou o imaginário local, tanto por sua dramaticidade quanto pelo caráter grandioso de sua construção. [...] A sua permanência, como meio de visualizar a nossa história, mantém um vigor inabalável". Para Adriana Boff, coordenadora de Artes Plásticas da Secretaria da Cultura de Porto Alegre:
"O denso e significativo legado deixado por Danúbio é ainda potente a ponto de não apenas ter deixado marcas profundas no panorama da arte gaúcha e nacional, mas com certeza em algum lugar do Rio Grande continuar a influenciar jovens artistas que estão criando obras para fazer deste um mundo melhor. [...] Ganhou o mundo, mas sem perder um certo sentido ético do fazer artístico. Gravou e pintou, mas também desenhou um novo horizonte: geração após geração foi formada pelo mestre que marcou o Atelier Livre Xico Stockinger da Prefeitura com a sua generosidade em ensinar a técnica enquanto exercício da mais profunda liberdade".
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 18 de janeiro de 2023.
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Morre aos 94 anos, Danúbio Gonçalves, um dos grandes nomes das artes do RS |
Morreu, na manhã deste domingo (21), em Porto Alegre, Danúbio Gonçalves, um dos mais importantes nomes das artes visuais do Rio Grande do Sul. Segundo informou a GaúchaZH Sandra Gonçalves, uma de suas filhas, o artista morreu "dormindo, de forna serena", na clínica geriátrica em que vivia. O corpo de Danúbio foi sepultado à tarde, no Cemitério João XXIII, na Capital.
Danúbio era remanescente da geração que ficou conhecida como Grupo de Bagé, responsável por introduzir a linguagem moderna das artes no Estado. Ao lado dos também bajeenses Glauco Rodrigues (1929 – 2004) e Glênio Bianchetti (1928 – 2014), formou a trindade que ficaria conhecida como "Os novos de Bagé".
Nos anos 1950, eles se juntariam a Carlos Scliar (1920 – 2001) e Vasco Prado (1914 – 1998) e para fazer história com os emblemáticos Clubes de Gravura de Porto Alegre e Bagé. O grupo ficou nacionalmente conhecido na mesma época em que Xico Stockinger (1919 – 2009) se estabelecia no Estado e Iberê Camargo (1914 – 1994), já no Rio de Janeiro, se firmava como o nome gaúcho de maior projeção no Brasil.
— Acredito na arte figurativa porque ela mantém uma comunicação, enquanto a arte abstrata afasta o público. O artista tem um papel social, que é se comunicar com o público — disse Danúbio, em entrevista a Zero Hora em 2012.
Como gravador, Danúbio foi reconhecido ainda jovem. Com suas xilogravuras (gravuras em madeira) sobre as charqueadas, registrou a matança do gado e a lida artesanal na produção do charque. Além do registro realista dos trabalhadores em rudes condições distante da imagem mítica do gaúcho heroico, a série chamou atenção pelo apuro técnico e pela expressividade estética. Danúbio ainda se dedicaria a registrar o trabalho de mineração no Estado.
– Fiz um registro de algo que não tem documentação fotográfica – destacou na mesma entrevista a ZH, em 2012.
A notável qualidade e força expressiva da série Charqueadas foi destacada por Diego Riveira, o célebre muralista mexicano, que disse em 1953: "É um ensaio, uma espécie de novela curta tecida em termos plásticos de uma intensidade extraordinária. Oxalá este exemplo seja imitado, pois os pintores falariam ao povo mais intensamente do que qualquer livro e transmitiriam uma grande emoção artística com o seu valor plástico".
Sobre os encaminhamentos da arte após as conquistas de sua geração, Danúbio costumava ser cético, especialmente em relação às linguagens contemporâneas:
— Da geração nova, o problema é que são poucos os que sabem desenhar. Se baseiam em reproduções, o que faz com que tudo possa ficar muito igual. O que vale é o conceitual, o conceito da arte... Então, tá essa coisa (risos). Inventaram a bienal do vazio. Não tem nada lá e se fica emocionado? Isso aí é uma frescura. A arte contemporânea desvia o público da verdade das coisas. É um vale-tudo.
Danúbio era conhecido por posições firmes. Deixou como legado a mesma visão humanista da arte que o acompanhou desde o começo:
— A arte faz parte da existência da humanidade, é uma coisa humana, e sempre continuará sendo — disse na Galeria Duque, onde foi apresentada sua última exposição, no fim de 2013.
Quem foi
- Danúbio Villamil Gonçalves nasceu em Bagé, em 30 de janeiro de 1925. Era trineto do general Bento Gonçalves.
- Aos 10 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde teve aulas com Cândito Portinari.
- Depois de passar temporada na Europa, voltou ao Rio Grande do Sul para participar de um dos momentos mais emblemáticos da arte gaúcha com os Clubes de Gravura de Porto Alegre e Bagé nos anos 1950.
- Destacado como gravador, chegou a ganhar referência do célebre muralista mexicano Diego Rivera.
- Foi aluno, colega ou amigo de alguns dos mais importantes mestres modernos do Brasil, como Cândido Portinari, Lasar Segall, Axl Leskoschek, Iberê Camargo, Marcelo Grassmann, Carlos Scliar.
- Destacado como gravador, pintor e desenhista, Danúbio também testou materiais e técnicas, chegando à colagem e aos mosaicos. Se nem sempre alcançou resultados regulares, manteve autenticidade.
- Em obras de arte pública, é autor do Memorial da Epopeia Rio-grandense Missioneira e Farroupilha, nas imediações do Mercado Público.
- Como professor, ajudou a formar gerações de artistas que passaram pelo Instituto de Artes da UFRGS e pelo Atelier Livre de Porto Alegre, do qual acompanhou desde a fundação e foi diretor por 15 anos, aposentado compulsoriamente ao completar 70 anos. Por suas aulas, passaram nomes como Anico Herskovits, Maria Tomaselli, Miriam Tolpolar e Eloisa Tregnago.
Danúbio Gonçalves em frases
"Procuro sentir a verdade das coisas. Meu trabalho acompanha a vida."
"Acredito no estudo e na disciplina. É isso que me incomoda nos artistas de hoje. Falta o desenho. Infelizmente, o desenho está se perdendo. Picasso fazia o que queria com a forma porque conhecia a forma, porque desenhava. Até para o fotógrafo, desenhar é bom. Que dirá para o artista..."
"Quando morava no Rio, via na Avenida Atlântica uma casa cheia de quadros. Soube que era do Portinari, tomei coragem e levei meus trabalhos até ele, que me recebeu bem. Foi um artista fantástico, o maior do Brasil. Depois, viajei pela Europa e fui aprendendo vendo as obras nos museus. Arte é cor e forma, o resto é demagogia. Portinari era de uma limpeza... Não sujava nada, pura disciplina."
"Eu morava no Leme, passava na frente de uma casa cheia de quadros e ficava espiando. Não sabia quem morava lá. Quando descobri que era o Portinari, tomei coragem, peguei uns desenhos meus e fui mostrar. Acho que ele gostou. Ele não dava aulas. Mas deixava a gente desenhar quando tinha modelo vivo. Íamos eu, o Athos Bulcão, o Iberê Camargo. No final, ele vinha olhar o que a gente tinha feito. Dava algum palpite. Mas não era uma aula. Lembro que a paleta dele era muito limpa. Ele era todo organizado. Nunca mostrava um quadro sem moldura."
"Na Europa, eu vivia a arte visitando os museus. Vem daí minha pintura plana, de duas dimensões, sem profundidade..."
"O tema para mim não é janela. Tem artista que olha para a tela como se ela fosse uma janela para o mundo. Eu não. Eu quero sentir a verdade da coisa. Claro que você não precisa passar fome para pintar um pobre. Mas o meu trabalho acompanha a vida. Tenho que viver aquilo."
"Sempre gostei de lecionar. Teve uma época em que me perguntei: "Sou professor ou sou artista?"
"Acho que a arte é algo orgânico. Uma necessidade. Faço isso porque eu preciso. Meu pai queria que eu fosse médico, mas desde pequeno eu sabia que seria artista."
Fonte: GZH Artes. Consultado pela última vez em 18 de janeiro de 2023.
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Danúbio Gonçalves – consagração absoluta de uma vida à sua arte | Fundação Iberê Camargo
Dando continuidade à série Os Quatro – Grupo de Bagé, Luiz Coronel destaca a obra de Danúbio Gonçalves, o último integrante do Grupo a falecer, em 21 de abril deste ano.
Existe uma palavra pouco explícita, “bageensidade”, por certo de componente bairrista, mas nem por isso destituída de consistência. Em Bagé, acontece a República Rio-grandense e por aí marcham garbosos ou cômicos fatos insólitos, que se tornam cotidianos.
Embora já longo se faça meu andar, o Grupo de Bagé sempre esteve próximo de mim. Vejamos: minha irmã Maria Amélia fora uma espécie de secretária do grupo. Era uma jovenzinha, e em minha casa reclamava-se o seu atraso à hora das refeições, tão envolvida no trabalho daqueles rapazes
pintores, gravadores, artistas destinados à criação de um trabalho grandioso, no campo das artes plásticas.
No giro das roldanas do tempo, volta e meia retorna o enfoque valorizador do trabalho do grupo. E que não se faça desses momentos apenas um tilintar de taças, aplausos, exposições e palestras, tenha-se então como reflexão e impulso sobre a importância da arte e da permanência da obra de nosso “quarteto triunfante” de Bagé.
Subo numa banqueta para proclamar que o Rio Grande é um estado ao sul de si mesmo. Somos em tudo iguais e em tudo diferentes dos demais brasileiros. Distância geográfica e fatores históricos nos levam a um distanciamento do qual somos vítimas e cúmplices. O Brasil convive com o Rio Grande por meio de seus símbolos e não por meio de sua pulsante realidade.
Glênio, dos murais palacianos; Glauco, conciliando o tradicional às vanguardas; Scliar, captando a poesia dos utensílios domésticos; Danúbio, o depoimento ágil e denso da vida nas charqueadas. Sempre reconheci a erupção dos movimentos transformadores como uma arregimentação da força criativa dos artistas, explodindo, vencendo barreiras, rompendo a casca, saltando para o meio do mundo. Com essa visão, deparo o Renascimento, após mil anos de sonolência medieval e, no caso brasileiro, a Semana de Arte Moderna de 1922, em São Paulo. E, assim, o Grupo de Bagé, a Califórnia da Canção de Uruguaiana.
Dos componentes do Grupo de Bagé muito convivi com meu parceiro em livros e murais Danúbio Gonçalves. Ao despertar, pela manhã, minha governanta avisava: “aquele senhorzinho está esperando pra tomar um café com o senhor”. Era o silencioso, profundo artista Danúbio Gonçalves. Na modesta e acanhada cerimônia do adeus, coloquei minha cabeça entre as mãos, sentindo que partia um homem de mãos abençoadas e talento vigoroso. Danúbio Gonçalves – consagração absoluta de uma vida à sua arte.
Danúbio Gonçalves,
a eternização do instante
Ah, esse olhar atento,
preciso e rápido,
afiando lâminas
para revelar nas gravuras
a amarga plástica
das charqueadas.
Nas areias de Torres,
na geometria das cores,
os etéreos balões,
ramalhetes de flores
anunciando o outono.
As mulheres e o mar.
Seus pincéis revelam
o aroma da pele
e os cristais do suor.
Sob os céus marroquinos,
com mantos e turbantes
sua pintura se fez miragem.
Suas mãos revelam
as viúvas de Nazaré,
negros pássaros
da solidão, com suas
mortalhas de treva.
Danúbio descobre
a vida que habita
em cada segundo
e o eterniza…
(Nesta quinta-feira, a curadora e crítica de arte Marília Panitz fala de sua relação com Glênio Bianchetti)
Fonte: Fundação Iberê Camargo. Consultado pela última vez em 19 de janeiro de 2023.
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Grupo de Bagé – Wikipédia
O Grupo de Bagé foi um grupo de artistas atuantes em Bagé e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Brasil, importante para a atualização da arte sulina entre os anos 40 e 50. Sua atuação é reconhecida também como uma contribuição significativa para a democratização da arte brasileira. Formado inicialmente por Glauco Rodrigues, Glênio Bianchetti, Jacy Maraschin e Ernesto Wayne que, através do intelectual Pedro Wayne, entraram em contato com Carlos Scliar, Danúbio Gonçalves e José Morais. Ficaram mais conhecidos como membros do grupo, entretanto, apenas Scliar, Bianchetti, Gonçalves e Rodrigues. O nome nasceu após uma exposição realizada em Porto Alegre em 1948, na galeria do Correio do Povo, quando eles foram chamados de "os novos de Bagé" pela imprensa local.
Defendiam a popularização da arte através da abordagem de temas sociais e regionais, num estilo figurativo realista com traços expressionistas. O Grupo foi uma influência direta para a formação do Clube de Gravura de Bagé, do Clube de Gravura de Porto Alegre e do Museu da Gravura Brasileira, que renovaram as artes gráficas brasileiras nos anos 50 através de uma proposta semelhante.
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 19 de janeiro de 2023.
Crédito fotográfico: GZH Artes, Danúbio na exposição "A Glória do Pincel", em 2013, fotografia de Diego Vara. Consultado pela última vez em 18 de janeiro de 2023.
Danúbio Villamil Gonçalves (Bagé, Rio Grande do Sul, 30 de janeiro de 1925 — Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 21 de abril de 2019), mais conhecido como Danúbio Gonçalves, ou apenas Danúbio, foi um professor, pintor, desenhista, gravador e escritor brasileiro. Com precisão técnica, retrata, principalmente o cotidiano, o trabalho e os costumes gaúchos. Ainda jovem, mudou-se para o Rio de Janeiro, frequentou o ateliê de Cândido Portinari com Iberê Camargo. Em 1945, frequentou o ateliê de Roberto Burle Marx e de August Zamoyski. Em 1946, estudou gravura e desenho na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, com Carlos Oswald, Axl Leskoschek e Tomás Santa Rosa Júnior. Viajou para Paris e, entre 1949 e 1951, frequentou a Académie Julian. De volta ao Brasil, fundou o Clube de Gravura de Bagé, no Rio Grande do Sul, com Glauco Rodrigues, Glênio Bianchetti e Carlos Scliar. Com esses artistas, mais Vasco Prado, integrou o Clube de Gravura de Porto Alegre entre 1951 e 1955. Desde 1963, orientou os alunos do curso de litogravura do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, instituição que dirigiu até 1978. Entre 1969 e 1971, lecionou gravura no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IA/UFRGS). Entre 1970 e 1978, fez várias palestras e deu cursos de xilogravura, litografia, desenho e pintura no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Danúbio foi um dos maiores artistas plásticos da história do Rio Grande do Sul e do Brasil. Além da pintura, gravura e escultura, dedicou-se também ao mosaico, realizando obras em painéis na Igreja de São Roque, em Bento Gonçalves; no Santuário do Sagrado Coração de Jesus, junto ao túmulo do padre João Batista Reus, em São Leopoldo; e na Igreja de São Sebastião, em Porto Alegre. Sua obra está presente em diversas coleções particulares e nos principais acervos do país, como o Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, a Pinacoteca Pública Aplub (Porto Alegre), o Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro), a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, o Museu de Arte Moderna de São Paulo, entre outros.
Biografia – Itaú Cultural
Danúbio Villamil Gonçalves (Bagé, Rio Grande do Sul, 1925 – Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 2019). Gravador, desenhista, pintor e professor. Com engajamento e precisão técnica, retrata o cotidiano, o trabalho e os costumes gaúchos.
Na década de 1940, estudou gravura e desenho na Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro, com Carlos Oswald (1882-1971) e Axl Leskoschek (1889-1975). Frequenta o ateliê de Cândido Portinari (1903-1962) com Iberê Camargo (1914-1994). No início da carreira, faz caricaturas e sátiras da sociedade carioca contemporânea.
Entre 1949 e 1951 reside em Paris e frequenta a Académie Julian. De volta ao Brasil, funda o Clube de Gravura de Bagé, no Rio Grande do Sul, com Glauco Rodrigues (1929-2004), Glênio Bianchetti (1928- 2014) e Carlos Scliar (1920-2001). Com esses artistas, integra o Clube de Gravura de Porto Alegre, entre 1951 e 1955. O grupo retrata o povo e os costumes gaúchos de diferentes formas e objetiva estabelecer um diálogo com o público e ampliar o acesso à arte.
A atividade artística de Danúbio Gonçalves tem relação estreita com o seu engajamento político. Ao lado de outros artistas, visita países do bloco comunista, rejeita a Bienal de São Paulo e o abstracionismo e defende uma arte regional, de cunho social, próxima do realismo socialista. Sua produção mais característica consiste em xilogravuras, sobretudo a dos anos de 1950, momento em que retrata camponeses e trabalhadores, seus cotidianos e suas festas. Algumas obras enfatizam eventos, instrumentos, danças e roupas típicas, como Festa do Mundo (1953).
Em outras, há um traço mais expressionista e anguloso, que traduz a violência da atividade dos trabalhadores, como nas séries Charqueadas (1953) e Mineiros de Butiá (1956). A primeira apresenta as etapas da produção do charque, da matança dos bois à secagem da carne. A segunda figura a vida dos mineiros, em evidente referência às obras sobre o mesmo tema do pintor holandês Vincent van Gogh (1853-1890). Em todas, exprime a angústia e a miséria pelos contrastes marcados, e a força e o movimento pela talha que ressalta os veios da madeira com diversos traços paralelos.
Para o escritor Érico Veríssimo (1905-1975), Danúbio consegue ultrapassar o interesse documental e conferir aos temas um sentido universal1. E no decorrer da obra do artista, principalmente a partir da década de 1960, o regionalismo e o traço expressionista abrem espaço para uma abordagem mais abstrata da realidade, com tons rebaixados e formas que são às vezes reconhecíveis, mas não realistas, como plantas, insetos e animais. Na linha do que sugere Veríssimo, trata-se da representação da condição humana por meio de uma "imagem do homem universal, sua deformação e sobressalto", ou de aspectos mais misteriosos da existência, como a "expressão de um cosmo ambíguo".
A partir de 1963, orienta os alunos do curso de litogravura do Ateliê Livre da Prefeitura de Porto Alegre, instituição que dirige até 1978. Entre 1969 e 1971, leciona gravura no Instituto de Artes (IA) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em sua produção artística mais tardia, envereda por uma linguagem mais pop, utilizando técnicas variadas, como tinta acrílica, aquarela e gravura. Além dos temas eróticos, pinta cenas de balonismo, em que tira proveito das grandes áreas de cor dos balões, da grama e do céu.
Na década de 1990, publica os livros Do Conteúdo à Pós-Vanguarda (1995), editado pela Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre, e Processos Básicos da Pintura (1996), pela editora AGE. Em 2000, é realizada exposição retrospectiva de sua produção no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Margs), e é publicado o livro Danúbio Gonçalves: Caminhos e Vivências, pela editora Fumproarte, com textos de Paulo Gomes (1956) e Stori (1946).
Nos anos 2000, realiza obras de grandes dimensões, como Epopéia Rio-Grandense, em Porto Alegre. Inaugurado em 2008 e com uma extensão de 16,5 metros de largura por 3 de altura, o painel retrata episódios da Revolução Farroupilha. A obra do artista faz parte de importantes coleções, como a da Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina_), do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) e do Museu de Arte Moderna de São Paulo (Masp).
Comprometido com seu lugar de origem, Danúbio Gonçalves retrata os habitantes e os costumes gaúchos. Tendo a existência humana como recorrente objeto de representação, transita tanto por abordagens expressionistas e movidas pelo engajamento social bem como por enquadramentos mais abstratos.
Críticas
"Danúbio Villamil Gonçalves possui uma tendência pela figura. As figuras aos grupos, deparadas e confrontadas em denso clima humano. Uma vida violenta circula entre elas, dando-lhes a condição. Figuras carregadas de vitalidade em ambientes impregnados de força. Não falseia nunca. Sempre fiel ao conteúdo inviolável. Este tratamento direto e carinhoso, embora de um carinho violento, às vezes, não prejudica o fundamental do pintor, não perturba sua plástica. Jamais uma concessão à retórica, ao literário. Sempre o roteiro árduo" — Clovis Assumpção (DANÚBIO Gonçalves: desenho, gravura, pintura 1964-1976. Apresentação de Quirino Campofiorito et al. São Paulo: MAM, 1976).
"Entre os fundadores do Clube da Gravura e seus herdeiros, poucos tiveram a maturação e a longa pesquisa de Danúbio. Certamente existem poucos litogravadores como ele no Brasil. Apesar do caminho rigoroso percorrido por uma pintura, parece-me que a obra gráfica do artista é mais ponderável e de maior fôlego. A sua tendência natural é gráfica. Mesmo as pinturas - quando melhores - têm um forte acento gráfico, com definição de desenho, planos estabelecidos, valores de claro e escuro evidentes. A cor não oferece para esse artista um interesse vital. Seu mundo percorre as linhas do desenho e da obra impressa. É, talvez, um pouco injusto insistirmos na parte gráfica da exposição, quando a pintura percorreu o seu destino durante, pelo menos, 30 anos. Mas a importância desse artista sóbrio e discreto no universo gráfico brasileiro precisa, finalmente, ser lembrada. Seu trabalho registra um tipo de vida e folclore em via de desaparecer; depois, esse trabalho envereda na abstração para retornar, enfim, a uma figuração mágica em que o artista encontra todos os seus desencontros e realiza uma obra madura e serena. Acompanhando esse longo período de trabalho, temos o prazer de encontrar diante de nós um artista sereno, maduro e com pleno conhecimento de suas forças criadoras. Capaz de unir num mesmo momento espacial o seu universo de preocupações sociais e formais e, também, o afloramento do inconsciente com seus símbolos, lirismos e fantasias" — Jacob Klintowitz (KLINTOWITZ, Jacob. Versus: dez anos de crítica de arte. Prefácio Jacob Klintowitz; apresentação Pietro Maria Bardi. São Paulo: André Galeria de Arte, 1978. 143 p. il).
"Entre a pintura acadêmica lambida e 'bem feitas' que fotografa o mundo, e os coloridos labirintos geométricos ou caóticos de certo tipo de arte abstrata, destituída de humanidade, existem - é lógico - mil outros caminhos e descaminhos. Tenho a impressão de que, para usar de uma boa expressão popular, Danúbio 'acertou a mão' e atingiu a plena maturidade artística nesta nova fase em que não foge ao mundo objetivo, à imagem humana nem os desfigura, mas transfigura-os poética e dramaticamente. A visão deste artista não é a da fiel câmara fotográfica nem a do espelho côncavo ou convexo que recria o mundo e a humanidade em grotescos termos de caricatura. Admirável desenhista - é hoje em dia dizer que um pintor sabe desenhar é uma horrenda heresia! -, Danúbio consegue dar a temas regionais (veja-se, por exemplo, Picador e O Guri das Cabeças) um interesse e um sentido universais, desprezando os pormenores de natureza puramente documentária. (...) Outro aspecto muito simpático da personalidade artística de Danúbio Gonçalves é a sua atividade de artesão. Como os pintores renascentistas, ele mesmo prepara suas tintas, suas telas, a madeira em que faz suas gravuras; e é ele próprio quem transpõe para a pedra os seus desenhos e imprime depois suas reproduções. E com que alegria e amorosa paciência ele faz todas essas coisas! Certos críticos de arte preocupam-se muito com saber qual é a MENSAGEM que o artista transmite em seus quadros. Outros chegam ao ponto de exigir que ele sofra muito no ato de pintar (...) Santo Deus! Será que ninguém jamais pensa no puro prazer lúdico que o artista experimenta no ato da criação? Veja-se o exemplo incomparável de Picasso, esse adolescente de mais de oitenta anos. Ele pode ter lavrado protestos dramáticos com o seu inesquecível Guernica, mas sua obra inteira é antes de mais nada um hino à vida e ao prazer dos sentidos, uma lição de esperança, coragem e amor. Com seu jeitão de homem do campo, retraído e meio tímido, Danúbio vive a sua vida no tom em que fala, isto é, em surdina. Guarda-se todo - força, ternura, paixão, lirismo - para a sua arte. Espalha, por assim dizer, em seus quadros, todas as economias que faz na vida cotidiana. E o resultado aí está (...)" — Erico Verissimo (Catálogo de exposição no ICBNA de Porto Alegre, Porto Alegre, outubro de 1971 citado por: GONÇALVES, Danúbio. Danúbio Gonçalves : caminhos e vivências. Texto Paulo Gomes, Norberto Stori; fotografia Fernando Zago. Porto Alegre : FUMPROARTE, 2000. P. 134-135).
Exposições Individuais
1944 - Bagé RS - Individual, no Instituto de Belas Artes
1945 - Bagé RS - Individual, no Instituto Municipal de Música
1955 - Porto Alegre RS - Individual, no Círculo Bageense
1959 - Porto Alegre RS - Individual, no Pavilhão da Avenida Borges de Medeiros
1963 - Porto Alegre RS - Individual, no Margs
1964 - Porto Alegre RS - Individual, no Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano
1965 - Porto Alegre RS - Individual, no Espaço Galeria
1967 - Porto Alegre RS - Individual, no IAB/RS
1968 - Porto Alegre RS - Individual, no Margs
1971 - Salvador BA - Individual, no MAM/BA
1972 - Porto Alegre RS - Individual, na Esphera Galeria de Arte
1976 - Curitiba PR - Individual, no Museu Guido Viaro
1976 - Porto Alegre RS - Retrospectiva 12 Anos de Carreira, no Margs
1976 - São Paulo SP - Retrospectiva, no MAM/SP
1979 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria de Arte Independência
1980 - Bagé RS - Individual, no Museu da Gravura Brasileira
1980 - Novo Hamburgo RS - Individual, na Galeria Casa Velha Convívio de Arte
1980 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria de Arte Clube do Comércio
1981 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Imagem
1981 - Santa Maria RS - Individual, na Sala de Exposições da UFSM
1981 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1982 - Camboriú SC - Individual, na Galeria Lascaux
1982 - Casablanca (Marrocos) - Individual, na Galeria Oukade
1982 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria de Arte Clube do Comércio
1982 - Porto Alegre RS - Retrospectiva de Gravura, no Margs
1982 - São Leopoldo RS - Individual, na Galeria Liana Brandão
1986 - São Leopoldo RS - Individual, na Galeria Liana Brandão
1987 - Florianópolis SC - Individual, no Masc
1987 - Porto Alegre RS - Retrospectiva, na Galeria de Arte da CEE
1987 - Santa Maria RS - Individual, na AB Galeria de Arte
1988 - Porto Alegre RS - Individual, no Centro Municipal da Cultura
1989 - São Leopoldo RS - Individual, na Galeria Liana Brandão
1990 - Porto Alegre RS - Hommage a Torres, na Galeria de Arte Mosaico
1991 - Bagé RS - Individual, no Museu da Gravura Brasileira, Fundação Áttila Taborda
1991 - Caxias do Sul RS - Individual, na Galeria de Arte do Sesc
1991 - Porto Alegre RS - Individual, no Atelier Livre da Prefeitura
1991 - Torres RS - Individual, na Sociedade Amigos da Praia de Torres
1992 - Cachoeira do Sul RS - Individual, no Atelier Livre Municipal de Cachoeira do Sul
1992 - Paris (França) - Individual, na Galeria L´Oeil de Boeuf
1992 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria de Arte Mosaico
1992 - Porto Alegre RS - Individual, no Margs
1992 - Porto Alegres RS - Individual, no Salão Municipal de Cultura
1993 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria de Arte Mosaico
1993 - Torres RS - Individual, na Associação dos Artistas Plásticos de Torres
1995 - Bagé RS - Individual, no Museu de Gravura Brasileira
1995 - Pelotas RS - Individual, no Museu Leopoldo Gotuzzo
1995 - Porto Alegre RS - Danúbio e a Imprensa, Mostra de Caricaturas de 1939 a 1941, no Museu de Comunicação Social Hipólito da Costa
1995 - Porto Alegre RS - Homenagem dos 70 Anos, na Galeria Iberê Camargo, Usina do Gasômetro
1995 - Porto Alegre RS - Projeto A Gravura no Rio Grande do Sul, no Margs
1995 - Porto Alegre RS - Retrospectiva 70 Anos, Pinturas de 1948 a 1993, no Margs
1996 - Porto Alegre RS - Homenagem a Anestor José Tavares, na Galeria Marisa Soibelmann
1998 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria de Arte Mosaico
2000 - Bagé RS - Danúbio Gonçalves: retrospectiva, na Casa de Cultura Pedro Wayne
2000 - Caxias do Sul - RS - Danúbio Gonçalves: retrospectiva, no Centro de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho
2000 - Pelotas - RS - Danúbio Gonçalves: retrospectiva, no Museu de Artes Leopoldo Gotuzzo
2000 - Porto Alegre RS - Danúbio Gonçalves: restrospectiva, no Museu dos Correios
2000 - Brasília DF - Danúbio Gonçalves: retrospectiva, no Espaço Cultural dos Correios
2008 - Porto Alegre RS - Balonismo II, no Centro Cultural CEEE - Érico Veríssimo
2008 - Porto Alegre RS - Balonismo II, no Parque Odilo Webber Rodrigues
2009 - Bagé RS - Aos Grandes: Danúbio Gonçalves, no Palacete Pedro Osório
2009 - Pelotas RS - Aos Grandes Mestres: Danúbio Gonçalves, no MALG
2010 - Porto Alegre RS - Aos Grandes Mestres: Danúbio Gonçalves, no Centro Cultural CEEE - Érico Veríssimo
2010 - Porto Alegre RS - Xarqueadas, no Parque da Harmonia, Centro de Eventos Almir Azeredo Ramos
2010 - Uruguaiana RS - Aos Grandes Mestres: Danúbio Gonçalves, no Sesc Uruguaiana
2012 - Porto Alegre RS - Arte Pública - Murais de Danúbio Gonçalves, no Paço dos Açorianos
2012 - Santa Maria RS - Aos Grandes Mestres: Danúbio Gonçalves, no Museu de Arte de Santa Maria
Exposições Coletivas
1945 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Arte Moderna, na ABI/RJ
1948 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Auditório do Correio do Povo
1948 - Rio de Janeiro RJ - 53º Salão Nacional de Belas Artes - menção honrosa e medalha de prata
1951 - Bagé RS - Coletiva, na Galeria de Arte
1951 - Porto Alegre RS - 5º Salão de Artes Plásticas da Associação Francisco Lisboa - medalha de prata
1952 - Berlim (Alemanha) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Bucareste (Romênia) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Curitiba PR - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Florianópolis SC - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Goiânia GO - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Montevidéu (Uruguai) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Moscou (União Soviética, atual Rússia) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Nova York (Estados Unidos) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Pequim (China) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Porto Alegre RS - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Praga (República Tcheca) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna
1952 - Rio de Janeiro RJ - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Santiago (Chile) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - São Paulo SP - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Varsóvia (Polônia) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Viena (Áustria) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Viña del Mar (Chile) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1953 - Rio de Janeiro RJ - 2º Salão Nacional de Arte Moderna - prêmio viagem ao país
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco, no Palácio da Cultura
1954 - Salvador BA - 4º Salão Baiano de Belas Artes
1955 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão Nacional de Arte Moderna
1956 - São Paulo SP - Contribuição ao Realismo, no MAM/SP
1959 - Porto Alegre RS - 2ª Feira da Gravura de Porto Alegre
1961 - Denver (Estados Unidos) - Gravadores Gaúchos
1961 - Porto Alegre RS - Salão de Arte Rio-Grandense - medalha de ouro
1962 - Curitiba PR - Artistas do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, no Salão da Biblioteca de Curitiba
1962 - Porto Alegre RS - 4º Salão de Artes Plásticas de Porto Alegre - medalha de prata
1962 - Porto Alegre RS - 9º Salão de Artes Plásticas do Instituto de Belas Artes
1962 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Faculdade de Arquitetura
1962 - Washington D. C. (Estados Unidos) - Coletiva, na Graphic Arts Gallery
1963 - Belo Horizonte MG - 18º Salão Municipal de Belas Artes de Belo Horizonte - 3º prêmio
1963 - Curitiba PR - 14 Artistas Gaúchos, na Galeria Macunaíma, Departamento de Cultura do Estado do Paraná
1963 - Porto Alegre RS - 1º Salão da Cidade de Porto Alegre - 1º prêmio de gravura
1963 - Porto Alegre RS - Gravuras, no Margs
1964 - Porto Alegre RS - Artistas do Rio Grande do Sul, na Galeria Portinari
1964 - Porto Alegre RS - Feira do Artista Gaúcho - primeiro prêmio
1965 - Belo Horizonte MG - Premiados do 30º Salão de Belas Artes, na Galeria do ICBEU
1965 - Curitiba PR - Gravura Brasileira Contemporânea
1965 - Porto Alegre RS - 2º Salão da Cidade de Porto Alegre, no Margs - 1º prêmio de desenho
1965 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Leopoldina Galeria de Arte
1966 - Belo Horizonte MG - Coletiva, na Galeria Guignard
1966 - Curitiba PR - 23º Salão Paranaense de Belas Artes, na Biblioteca Pública do Paraná
1966 - Porto Alegre RS - Arte Hoje no Rio Grande do Sul, no Margs
1966 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano
1966 - Porto Alegre RS - Tendências 66, na Galeria do IAB
1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas da Bahia
1967 - São Paulo SP - 4 artistas do Rio Grande do Sul, na Galeria 4 Planetas
1967 - Tóquio, Sakata, Katsuragitar, Mikko, Kanasawa e Suzu (Japão) - Gravadores Gaúchos no Japão, na Embaixada do Brasil, na International Society of Plastic an Audio Visual Art Homma
1968 - Campinas SP - 4º Salão de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC
1968 - Curitiba PR - 25º Salão Paranaense, na Biblioteca Pública do Paraná
1968 - Florianópolis SC - 1ª Exposição Nacional de Artes Plásticas, no Masc
1968 - Londrina PR - 4º Salão de Arte Religiosa Brasileira
1968 - Porto Alegre RS - 4º Salão Cidade de Porto Alegre
1968 - Porto Alegre RS - Estande Artes Plásticas da Expositur
1968 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Artistas Gaúchos: a imagem do Rio Grande, promovida pela Revista Cultural Contemporânea
1968 - Salvador BA - 2ª Bienal Nacional de Artes Plásticas da Bahia
1968 - São Paulo SP - Núcleo de Gravadores de Porto Alegre
1969 - Curitiba PR - Salão Paranaense, na Federação das Indústrias do Estado do Paraná
1970 - San Juan (Porto Rico) - 1ª Bienal de San Juan del Grabado latino-americano y del Caribe
1970 - São Paulo SP - Pré-Bienal de São Paulo, na Fundação Bienal
1971 - Curitiba PR - 28º Salão Paranaense, na Biblioteca Pública do Paraná
1971 - Porto Alegre RS - 1º Salão de Artes Visuais da UFRGS
1971 - São Paulo SP - 11ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1971 - São Paulo SP - 3º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1972 - Nova York (Estados Unidos) - Selecionados na 2ª Bienal de Grabado latino-americano do Porto Rico, na Galeria do Pratt Graphics Center
1972 - São Paulo SP - 2ª Exposição Internacional de Gravura, no MAM/SP
1972 - São Paulo SP - Mostra de Arte Sesquicentenário da Independência e Brasil Plástica ? 72, na Fundação Bienal
1973 - Bagé RS - Quatro de Bagé, na Fundação Áttila Taborda
1973 - Curitiba PR - 30º Salão Paranaense, no Teatro Guaíra
1973 - Curitiba PR - 30º Salão Paranaense, no MAC/PR - prêmio aquisição de pintura
1973 - Porto Alegre RS - 2º Salão de Artes Visuais da UFRGS
1973 - Porto Alegre RS - Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre: professor e alunos
1973 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria Ponto de Arte
1973 - Porto Alegre RS - Lançamento de Álbuns de Gravuras de Artistas Gaúchos, na Galeria Gerdau
1973 - San Francisco (Estados Unidos) - World Prints Entrants, no Museu de San Francisco
1973 - São Paulo SP - 12ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1974 - San Juan (Porto Rico) - 3ª Bienal de San Juan del Grabado latino-americano y del Caribe
1974 - São Paulo SP - 6º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP - prêmio gravura
1974 - São Paulo SP - Bienal Nacional 74 - Sala Didática da Gravura Brasileira, na Fundação Bienal
1975 - Brasília DF - Arte Gaúcha 74
1975 - Porto Alegre RS - Panorama da Arte Gaúcha, na Galeria EucatExpo
1976 - Bagé e Porto Alegre RS - Grupo de Bagé, no Projeto Cultur - Secretaria de Turismo e Educação
1976 - Bagé RS - 1º Encontro Nacional de Artistas Plásticos, no Museu Dom Diogo de Souza
1976 - Bagé RS - 2º Encontro de Artistas Plásticos, no Museu Dom Diogo de Souza
1976 - Porto Alegre RS - 9 Artistas Gaúchos, no Posto de Informações Turísticas Açorianos (Epatur). A exposição inaugura o Posto de Informações.
1976 - Porto Alegre RS - Álbum 5 Serigrafias, na Galeria IAB
1976 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Epatur
1976 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria EucatExpo
1976 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Pinacoteca Aplub de Arte Riograndense
1976 - Porto Alegre RS - O Museu Vai à Indústria, na Aços Finos Piratini
1976 - Porto Alegre RS - Por uma Arte Brasileira: Grupo de Bagé, na UFRGSul. Instituto de Artes
1976 - Porto Alegre RS - Tradições Gaúchas, no Instituto de Artes da UFRGS
1976 - San Juan (Porto Rico) - 4ª Bienal de San Juan del Grabado latino-americano y del Caribe
1977 - São Paulo SP - 9º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1978 - Curitiba PR - 1ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, no Centro de Criatividade de Curitiba
1979 - Curitiba PR - 2ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, no Centro de Criatividade de Curitiba
1979 - Curitiba PR - 36º Salão Paranaense
1979 - Porto Alegre RS - O Museu vai à Indústria, no Grupo Olvebra
1980 - Santa Maria RS - Coletiva, na Sala de Exposições da UFSM
1980 - São Paulo SP - 12º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1981 - Beirute e Jounieh (Líbano) - Pintores Brasileiros
1981 - Curitiba PR - 4ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, na Casa da Gravura Solar do Barão
1981 - Gramado RS - Aquarelistas Gaúchos, na Fearte
1981 - San Juan (Porto Rico) - 5ª Bienal de San Juan del Grabado latino-americano y del Caribe
1982 - Penápolis SP - 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1983 - Porto Alegre RS - Arte Livro Gaúcho: 1950/1983, no Margs
1983 - Porto Alegre RS - Do Passado ao Presente: as artes plásticas no Rio Grande do Sul, no Cambona Centro de Arte
1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1984 - Caracas (Venezuela) - 2ª Bienal del Grabado de America
1984 - Curitiba PR - 6ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba
1984 - Curitiba PR - 6ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba, na Fundação Cultural de Curitiba
1984 - Curitiba PR - 6º A Xilogravura na História da Arte Brasileira, na Casa Romário Martins
1984 - Porto Alegre RS - Gravuras: uma trajetória no tempo, na Cambona Centro de Artes
1984 - Porto Alegre RS - Lixo de Atelier, no Espaço Cultural Yázigi
1984 - Ribeirão Preto SP - Gravadores Brasileiros Anos 50/60, na Galeria Campus USP ? Banespa
1984 - Rio de Janeiro RJ - A Xilogravura na História da Arte Brasileira
1984 - Rio de Janeiro RJ - A Xilogravura na História da Arte Brasileira, na Funarte. Galeria Sérgio Milliet
1984 - Rio de Janeiro RJ - Doações Recentes 82-84, no MNBA
1985 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria de Arte Masson
1985 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria Tina Presser
1985 - Porto Alegre RS - Gravura no Rio Grande do Sul: atualidade, no Margs
1985 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - Gravura no Rio Grande do Sul: atualidade, no MAC/USP
1986 - Curitiba PR - 7ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba, na Casa da Gravura Solar do Barão
1986 - Porto Alegre RS - O Automóvel Faz Cem Anos, na Galeria Bolsa de Arte
1986 - Porto Alegre RS - Projeto Pinta Brasil, exposição mural
1986 - Rio de Janeiro RJ - Gravura no Rio Grande do Sul: atualidade, no Solar Grandjean de Montigny
1987 - Paris (França) - La Jeune Gravure Contemporaine et Ses Invités du Brésil
1987 - Porto Alegre RS - Coletiva, na CEE
1988 - Montevidéu (Uruguai) - Trinta Dias de Cultura
1988 - Novo Hamburgo RS - Coletiva, na Semec
1988 - Porto Alegre e Gramado RS - Coletiva, no Museu do Trabalho
1988 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria Galpão Crioulo
1988 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Grêmio Náutico União
1989 - Alegrete RS - Coletiva, no Museu de Arte Dr. José Pinto Bicca de Medeiros
1989 - Paris (França) - Coletiva Centenário de Van Gogh
1989 - Porto Alegre RS - 2ª Mostra Gaúcha de Gravura , no Centro Municipal de Cultura Lupicínio Rodrigues
1989 - Porto Alegre RS - Arte Sul 89, no Margs
1989 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Grêmio Náutico União
1990 - Curitiba PR - 9ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba, no Museu da Gravura
1990 - Curitiba PR - 9º Artistas Convidados: litografias, na Casa Romário Martins
1990 - Porto Alegre RS - 2º Encontro Gaúcho de Gravura
1990 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria Mosaico
1990 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Centro Gráfico do Museu do Trabalho
1990 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Grêmio Náutico União
1991 - Porto Alegre RS - Atelier Livre 30 Anos
1991 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Grêmio Náutico União
1991 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano
1991 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Margs
1991 - São Jerônimo RS - Coletiva, no Museu do Carvão
1992 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Casa de Cultura Mario Quintana
1992 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Atelier Livre da Prefeitura
1992 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Centro Gráfico do Museu do Trabalho
1992 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Edel Trade Center
1992 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Grêmio Náutico União
1993 - Canela RS - Pontos de Encontro, na Fundação Cultural de Canela
1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Funesc
1993 - Porto Alegre RS - Arte Sul, no Margs
1993 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Grêmio Náutico União
1993 - Porto Alegre RS - Gravura, no Margs
1993 - Porto Alegre RS - Retrospectiva 20 Anos do Desenho Gaúcho, no Centro Cultural Brasil-Espanha
1994 - Porto Alegre e Pelotas RS - Litografia Hoje, no Margs e na Sala Frederico Trebbi, Prefeitura de Pelotas
1994 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Atelier Livre da Prefeitura
1994 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Grêmio Náutico União
1994 - São Paulo SP - Os Clubes de Gravura do Brasil, na Pinacoteca do Estado
1994 - São Paulo SP - Poética da Resistência: aspectos da gravura brasileira, na Galeria de Arte do Sesi
1994 - São Paulo SP - Xilogravura: do cordel à galeria, no Metrô
1995 - Pelotas RS - Coletiva, na Fundação Municipal de Integração, Museu do Charque
1995 - Porto Alegre RS - 6º Salão Cidade de Porto Alegre - artista homenageado
1995 - Porto Alegre RS - A Arte Vê a Moda, promoção do jornal Zero Hora, na Casa de Cultura Mario Quintana
1995 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Centro Gráfico do Museu do Trabalho
1995 - Porto Alegre RS - Gravuras: Mestres e Alunos, no Instituto Goethe
1995 - Porto Alegre RS e Haifa (Israel) - Printing Today
1996 - Bagé RS - Grupo de Bagé: retrospectiva de gravura, no Museu da Gravura Brasileira
1996 - Novo Hamburgo, Pelotas, Bagé, Santa Maria e Passo Fundo RS - A Arte Vê a Moda, itinerante promovida pelo jornal Zero Hora
1996 - Passo Fundo RS - Museu de Artes Visuais Ruth Schneider: exposição inaugural, no Museu de Artes Visuais Ruth Schneider
1996 - Porto Alegre RS - Grupo de Bagé no Acervo do Margs, no Margs
1996 - Porto Alegre RS - Grupo de Bagé no Clube de Gravura, na Galeria da Caixa Econômica Federal
1996 - Porto Alegre RS - Grupo de Bagé: gravura e atualidade, no Centro Municipal de Cultura
1996 - Porto Alegre RS - Grupo de Bagé: pintura e atualidade, na Galeria de Arte Mosaico
1997 - Brasília DF - Grupo de Bagé no Clube de Gravura: década de 50, na Galeria da Caixa Econômica Federal
1997 - Curitiba PR - Grupo de Bagé no Clube de Gravura: década de 50, na Galeria da Caixa Econômica Federal
1997 - Rio de Janeiro RJ - Grupo de Bagé no Clube de Gravura: década de 50, na Galeria da Caixa Econômica Federal
1997 - São Paulo SP - Grupo de Bagé no Clube de Gravura: década de 50, na Galeria da Caixa Econômica Federal
1998 - Buenos Aires (Argentina) - Arte en la Calle
1998 - Porto Alegre RS - Arte Erótica, no Margs
1998 - Rio de Janeiro RJ - Litografia 200 Anos, na Galeria Sesc
1998 - Santo Ângelo RS - Exposição URI - Desenhos e Gravuras
1998 - São Paulo SP - Os Colecionadores. Guita e José Mindlin: matrizes e gravuras, na Galeria de Arte do Sesi
1999 - Porto Alegre RS - Garagem de Arte: mostra inaugural, na Garagem de Arte
1999 - Porto Alegre RS - Gravura Gaúcha, no Centro Municipal de Cultura
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: acervo do Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Porto Alegre Gravura, no IAB
2000 - Bento Gonçalves RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul
2000 - Canela RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul
2000 - Caxias do Sul RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul
2000 - Caxias do Sul RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul . Centro de Convivência
2000 - Farroupilha RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul
2000 - Guaporé RS - Coletiva de Gravura
2000 - Nova Prata RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul
2000 - Porto Alegre RS - Brasil 500 Anos - Navegadores de Imagens, no Centro Cultural Usina do Gasômetro
2000 - São Paulo SP - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural
2000 - Vacaria RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul
2000 - Veranópolis RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul
2001 - Brasília DF - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaugaleria
2001 - Penápolis SP - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural
2001 - Rio de Janeiro RJ - Trilhando a Gravura, no Museu da Chácara do Céu
2002 - Passo Fundo RS - Gravuras: Coleção Paulo Dalacorte, no Museu de Artes Visuais Ruth Schneider
2002 - Porto Alegre RS - Desenhos, Gravuras, Esculturas e Aquarelas, na Garagem de Arte
2002 - Porto Alegre RS - Gravuras: Coleção Paulo Dalacorte, no Museu do Trabalho
2003 - Porto Alegre RS - Vida, Povo, Fome, Trabalho e Religião, na Garagem de Arte
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2008 - São paulo SP - Panorama dos Panoramas, no Museu de Arte Moderna
2011 - Porto Alegre RS - Do Atelier ao Cubo Branco, no MARGS
2011 - Porto Alegre RS - Labirintos da Iconografia, no MARGS
Fonte: DANÚBIO Gonçalves. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2023. Acesso em: 18 de janeiro de 2023. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia – Wikipédia
Membro de uma família tradicional de estancieiros, descendente de Bento Gonçalves, um dos líderes da Revolução Farroupilha, seu pai queria que se tornasse médico, e ele decidiu ser artista. Quando tinha dez anos de idade mudou-se com familiares para o Rio de Janeiro. Na década de 1940 estudou na Fundação Getúlio Vargas com Carlos Oswald (gravura em metal) e Axl Leskoschek (xilogravura). Também teve aulas de desenho com Tomaz Santa Rosa. Tornou-se amigo de Iberê Camargo e com ele frequentou o atelier de Cândido Portinari para estudar modelo vivo. Nesta época fazia caricaturas da sociedade carioca, publicadas pelas revistas Cena Muda e Mirim. Viajou para Paris, e entre 1949 e 1951 frequentou a Academia Julian.
Sua atividade artística está intimamente ligada ao seu engajamento político. De volta ao Brasil, associou-se com Glauco Rodrigues, Glênio Bianchetti e Carlos Scliar, fundando com eles o influente Grupo de Bagé, que marcou época na gravura brasileira. A partir da década de 1960 sua produção se diversifica em técnica, estilo e temática. Recebeu vários prêmios e homenagens, realizou mais de 50 exposições individuais e participou de mais de uma centena de coletivas.
Como professor formou gerações de novos artistas. Desde 1963, orientou os alunos do curso de litogravura do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, instituição que dirigiu até 1978. No período entre 1969 e 1971, lecionou gravura no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em 1984 participou da fundação do Núcleo de Gravura do Rio Grande do Sul. Deu cursos de xilogravura, litografia, desenho e pintura no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
Em 1992 recebeu da Câmara de Vereadores de Porto Alegre o título de Cidadão Porto-Alegrense e a Comenda Pedro Weingärtner. Em 2000, foi realizada uma exposição retrospectiva da sua trajetória no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), e foi publicado o livro Danúbio Gonçalves: Caminhos e Vivências, pela editora Fumproarte, com textos de Paulo Gomes e Norberto Stori. Neste período realizou obras de grandes dimensões, como o mural de azulejos Epopeia Rio-Grandense, instalado em uma esplanada cívica na frente do Mercado Público, e o mural Contribuição da Comunidade Judaica no RS - 100 Anos, instalado no Viaduto Jorge Alberto Mendes Ribeiro. Ainda em 2000 passou a fazer parte do Conselho Consultivo do MARGS. Em 2005, celebrando seu 80º aniversário, foi convidado oficial da Semana Comemorativa dos 143 anos de Bagé, foi festejado com a instalação de uma placa no Atelier Livre, e recebeu da Secretaria de Estado da Cultura o Troféu Artista do Ano. Em 2006 foi homenageado pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre com o Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues. Em 2010 foi objeto do documentário Danúbio, dirigido por Henrique de Freitas Lima. Em 2014 sua individual na Galeria Duque foi uma das finalistas do Prêmio Açorianos de Artes Plásticas, nas categorias Destaque em Gravura e Acervo e Memória.
Morreu enquanto dormia em 21 de abril de 2019. Deixou esposa e três filhos. Seu desaparecimento foi amplamente noticiado e muito lamentado entre a classe artística gaúcha. Segundo a secretária estadual de cultura, Beatriz Araújo, "a trajetória do artista e do professor Danúbio Gonçalves, e o comprometimento dele enquanto ativista e extensa obra constituem um legado importante para a cultura gaúcha". Para o diretor do Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Francisco Dalcol, "é um dos nomes mais importantes da história das artes visuais do Rio Grande do Sul, tendo pertencido a uma geração que se empenhou em introduzir e difundir no estado as linguagens artísticas modernas. E, ao mesmo tempo, foi um artista que se projetou fora por sua postura de não adesão a modismos e por seu engajamento político e social". No dia 25 recebeu homenagem na Assembleia Legislativa do Estado. A Prefeitura de Bagé organizou uma semana de eventos em sua homenagem. Pequenas exposições celebrando sua memória foram organizadas rapidamente pelo MARGS e pelo Atelier Livre. Em maio uma exposição na Galeria Duque de Porto Alegre lhe prestou homenagem trazendo mais de cem obras de todas as fases de sua carreira. Em julho foi homenageado na cerimônia de entrega do Prêmio Açorianos de Artes Plásticas. Em outubro uma exposição na Fundação Iberê Camargo resgatou o legado do Grupo de Bagé, sendo apresentado paralelamente o documentário Danúbio.
Obra
Danúbio Gonçalves é lembrado principalmente como professor e gravurista. Recebeu uma formação acadêmica mas incorporou ao longo de sua carreira doses variáveis de elementos inspirados no modernismo, na arte pop e na arte popular. A figuração, em diferentes abordagens, permaneceu um eixo estruturador da sua obra plástica, da qual nunca se afastou completamente, embora em algumas obras tardias tenha se aproximado da abstração.
Teve um reconhecimento precoce, fazendo sua primeira individual com 19 anos. Com 23 anos ganhava dois prêmios no Salão Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, o mais importante do país. Em 1951 recebeu medalha de prata em Desenho no Salão da Associação Francisco Lisboa de Porto Alegre, um reduto dos artistas independentes e contrários ao academismo que ainda era forte no Instituto de Belas Artes, e em 1953 recebeu o Prêmio Viagem ao País do Salão Nacional. Sua produção inicial coincidiu com a ampliação do público para a arte modernista, com a ressurgência do regionalismo no discurso oficial, na literatura e nas artes do estado, e com a fundação do Movimento Tradicionalista Gaúcho, e buscou expressar artisticamente seu engajamento com as causas sociais. Defendia que o artista tinha de ter posicionamento político, e que o papel da arte era eminentemente social. Assim como os outros artistas do Grupo de Bagé, estava vinculado à esquerda e defendia a popularização da arte, trabalhando com cenas da vida dos operários, charqueadores e mineiros, num estilo figurativo realista com influências do Expressionismo alemão, do Realismo Socialista, dos muralistas mexicanos e do Atelier de Gráfica Popular do México, que era dirigido pelo gravador Leopoldo Mendez. Optaram pela gravura por ser um meio mais democrático e de baixo custo, acessível às classes populares. O Grupo foi importante para a divulgação e afirmação da gravura no sul do Brasil e foi a origem do Clube de Gravura de Porto Alegre. Danúbio participou de sua fundação e foi um dos seus membros mais ativos. Tanto o Grupo como o Clube estimularam o aparecimento de vários outros clubes de gravura pelo país nos anos de 1950 e 1960.
Os dois primeiros anos do Clube de Gravura foram intensamente dedicados ao Movimento pela Paz. Em 1952 expôs obras junto com colegas do Clube na Conferência Continental pela Paz, no Uruguai. O grupo recebeu do Movimento Brasileiro dos Partidários da Paz o Prêmio Pablo Picasso, por seu trabalho artístico realizado em defesa da Paz e do congraçamento entre os povos. Essa premiação possibilitou a edição do álbum Gravuras Gaúchas, com um prefácio de Jorge Amado e a expressiva tiragem de 5 mil exemplares, considerada muito elevada para a época.
Desta fase é importante a série Charqueadas, inspirada no livro homônimo de Pedro Wayne, e premiada no Salão Nacional de Arte Moderna de 1954. Algumas obras da série foram reproduzidas nas páginas da revista Horizonte. O muralista mexicano Diego Rivera assim falou sobre a Charqueadas: "Esta série admirável de Villamil Gonçalves, toda inspirada nas diferentes operações do matadouro, é um ensaio, uma espécie de novela curta tecida em termos plásticos de uma intensidade extraordinária. Oxalá este exemplo seja imitado, pois os pintores falariam ao povo mais intensamente do que qualquer livro e transmitiriam uma grande emoção artística com o seu valor plástico". Para o crítico e historiador Paulo Gomes, "de algum modo a série de Danúbio Gonçalves chega onde nenhum dos outros artistas logrou chegar, conjugando uma série de virtudes, a saber: estabelece uma efetiva comunicação com o povo ao expressar a região em que vive o artista e seu público imediato e não caindo na exploração do pitoresco e do tradicionalismo autoglorificante. Também porque enfatiza o papel social do artista ao criar um instrumento efetivo de cultura através de uma obra de caráter regional mas de alcance universal".
Também deve ser lembrada a série Mineiros de Butiá, que fez um registro visual inédito sobre a vida dos mineiros. Na opinião de Armindo Trevisan, "é uma denúncia clínica, precisa, na qual a emoção não necessita transbordar para ser autêntica. A técnica da xilografia, no caso, rude, constante, áspera, contribui para tornar eloquente a dor e a humilhação desses tipos humanos de nossa terra, que não são propriamente rebaixados, mas expostos na sua realidade nua e crua". Ambas a séries, assim como outros trabalhos nessa linha, retratando os gaúchos e outros personagens do campo, são o resultado final de incontáveis esboços e estudos preparatórios, e derivam do contato direto do artista com os sujeitos de suas obras, procurando denunciar a exploração dos trabalhadores e a realidade miserável dos seus cotidianos, concentrando-se na mensagem, veiculada por imagens concisas e fortes, e eliminando detalhes supérfluos.
Na década de 1970 passou a explorar outros temas e técnicas, como a cultura pop, a abstração, os temas históricos, a paisagem e o erotismo, em aquarela, desenho, colagem, pintura e azulejaria. O crítico Jakob Klintowitz, analisando seus trabalhos desta época, disse que "a sua tendência natural é gráfica. Mesmo as pinturas – quando melhores – têm um forte acento gráfico, com definição de desenho, planos estabelecidos, valores de claro e escuro evidentes. A cor não oferece para esse artista um interesse vital. Seu mundo percorre as linhas do desenho e da obra impressa. [...] A importância desse artista sóbrio e discreto no universo gráfico brasileiro precisa, finalmente, ser lembrada". Érico Veríssimo disse: "Atingiu a plena maturidade artística nesta nova fase em que não foge ao mundo objetivo, à imagem humana nem os desfigura, mas transfigura-os poética e dramaticamente".
Dedicou-se também ao mosaico, realizando obras em painéis na Igreja de São Roque, em Bento Gonçalves; no Santuário do Sagrado Coração de Jesus, junto ao túmulo do padre João Batista Reus, em São Leopoldo; e na Igreja de São Sebastião, em Porto Alegre. Publicou dois livros: o ensaio Do Conteúdo à Pós-Vanguarda (1995), e outro sobre técnicas de pintura, Processos Básicos da Pintura (1996).
Ao falecer em abril de 2019 estava consagrado como um dos grandes artistas do estado e um dos responsáveis pela projeção da arte gaúcha no Brasil. Sua casa-atelier foi tombada pela Prefeitura de Porto Alegre. Sua obra está presente em coleções particulares e em acervos públicos, como o Museu de Arte do Rio Grande do Sul, o Museu de Arte Moderna de São Paulo, o Museu Nacional de Belas Artes, o Acervo Artístico da Prefeitura de Porto Alegre, a Pinacoteca Municipal de São Paulo, o Museu de Arte Moderna da Bahia, o Museu de Arte Contemporânea do Paraná, o Museu de Arte de Santa Catarina, a Pinacoteca do Estado de São Paulo, a Pinacoteca Aplub de Porto Alegre e o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.
Para Paulo Gomes, "sua trajetória, de mais de 50 anos, é marcada por um destacado rigor artesanal e por momentos nos quais seu trabalho assume características ideológicas bastante acentuadas. [...] No Rio Grande do Sul, a produção do Clube de Gravura, mormente aquela de Danúbio Gonçalves, continua escrevendo a história". Falando especificamente da série Charqueadas, disse que "com seu caráter plástico acentuadamente expressionista, esta série alimentou o imaginário local, tanto por sua dramaticidade quanto pelo caráter grandioso de sua construção. [...] A sua permanência, como meio de visualizar a nossa história, mantém um vigor inabalável". Para Adriana Boff, coordenadora de Artes Plásticas da Secretaria da Cultura de Porto Alegre:
"O denso e significativo legado deixado por Danúbio é ainda potente a ponto de não apenas ter deixado marcas profundas no panorama da arte gaúcha e nacional, mas com certeza em algum lugar do Rio Grande continuar a influenciar jovens artistas que estão criando obras para fazer deste um mundo melhor. [...] Ganhou o mundo, mas sem perder um certo sentido ético do fazer artístico. Gravou e pintou, mas também desenhou um novo horizonte: geração após geração foi formada pelo mestre que marcou o Atelier Livre Xico Stockinger da Prefeitura com a sua generosidade em ensinar a técnica enquanto exercício da mais profunda liberdade".
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 18 de janeiro de 2023.
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Morre aos 94 anos, Danúbio Gonçalves, um dos grandes nomes das artes do RS |
Morreu, na manhã deste domingo (21), em Porto Alegre, Danúbio Gonçalves, um dos mais importantes nomes das artes visuais do Rio Grande do Sul. Segundo informou a GaúchaZH Sandra Gonçalves, uma de suas filhas, o artista morreu "dormindo, de forna serena", na clínica geriátrica em que vivia. O corpo de Danúbio foi sepultado à tarde, no Cemitério João XXIII, na Capital.
Danúbio era remanescente da geração que ficou conhecida como Grupo de Bagé, responsável por introduzir a linguagem moderna das artes no Estado. Ao lado dos também bajeenses Glauco Rodrigues (1929 – 2004) e Glênio Bianchetti (1928 – 2014), formou a trindade que ficaria conhecida como "Os novos de Bagé".
Nos anos 1950, eles se juntariam a Carlos Scliar (1920 – 2001) e Vasco Prado (1914 – 1998) e para fazer história com os emblemáticos Clubes de Gravura de Porto Alegre e Bagé. O grupo ficou nacionalmente conhecido na mesma época em que Xico Stockinger (1919 – 2009) se estabelecia no Estado e Iberê Camargo (1914 – 1994), já no Rio de Janeiro, se firmava como o nome gaúcho de maior projeção no Brasil.
— Acredito na arte figurativa porque ela mantém uma comunicação, enquanto a arte abstrata afasta o público. O artista tem um papel social, que é se comunicar com o público — disse Danúbio, em entrevista a Zero Hora em 2012.
Como gravador, Danúbio foi reconhecido ainda jovem. Com suas xilogravuras (gravuras em madeira) sobre as charqueadas, registrou a matança do gado e a lida artesanal na produção do charque. Além do registro realista dos trabalhadores em rudes condições distante da imagem mítica do gaúcho heroico, a série chamou atenção pelo apuro técnico e pela expressividade estética. Danúbio ainda se dedicaria a registrar o trabalho de mineração no Estado.
– Fiz um registro de algo que não tem documentação fotográfica – destacou na mesma entrevista a ZH, em 2012.
A notável qualidade e força expressiva da série Charqueadas foi destacada por Diego Riveira, o célebre muralista mexicano, que disse em 1953: "É um ensaio, uma espécie de novela curta tecida em termos plásticos de uma intensidade extraordinária. Oxalá este exemplo seja imitado, pois os pintores falariam ao povo mais intensamente do que qualquer livro e transmitiriam uma grande emoção artística com o seu valor plástico".
Sobre os encaminhamentos da arte após as conquistas de sua geração, Danúbio costumava ser cético, especialmente em relação às linguagens contemporâneas:
— Da geração nova, o problema é que são poucos os que sabem desenhar. Se baseiam em reproduções, o que faz com que tudo possa ficar muito igual. O que vale é o conceitual, o conceito da arte... Então, tá essa coisa (risos). Inventaram a bienal do vazio. Não tem nada lá e se fica emocionado? Isso aí é uma frescura. A arte contemporânea desvia o público da verdade das coisas. É um vale-tudo.
Danúbio era conhecido por posições firmes. Deixou como legado a mesma visão humanista da arte que o acompanhou desde o começo:
— A arte faz parte da existência da humanidade, é uma coisa humana, e sempre continuará sendo — disse na Galeria Duque, onde foi apresentada sua última exposição, no fim de 2013.
Quem foi
- Danúbio Villamil Gonçalves nasceu em Bagé, em 30 de janeiro de 1925. Era trineto do general Bento Gonçalves.
- Aos 10 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde teve aulas com Cândito Portinari.
- Depois de passar temporada na Europa, voltou ao Rio Grande do Sul para participar de um dos momentos mais emblemáticos da arte gaúcha com os Clubes de Gravura de Porto Alegre e Bagé nos anos 1950.
- Destacado como gravador, chegou a ganhar referência do célebre muralista mexicano Diego Rivera.
- Foi aluno, colega ou amigo de alguns dos mais importantes mestres modernos do Brasil, como Cândido Portinari, Lasar Segall, Axl Leskoschek, Iberê Camargo, Marcelo Grassmann, Carlos Scliar.
- Destacado como gravador, pintor e desenhista, Danúbio também testou materiais e técnicas, chegando à colagem e aos mosaicos. Se nem sempre alcançou resultados regulares, manteve autenticidade.
- Em obras de arte pública, é autor do Memorial da Epopeia Rio-grandense Missioneira e Farroupilha, nas imediações do Mercado Público.
- Como professor, ajudou a formar gerações de artistas que passaram pelo Instituto de Artes da UFRGS e pelo Atelier Livre de Porto Alegre, do qual acompanhou desde a fundação e foi diretor por 15 anos, aposentado compulsoriamente ao completar 70 anos. Por suas aulas, passaram nomes como Anico Herskovits, Maria Tomaselli, Miriam Tolpolar e Eloisa Tregnago.
Danúbio Gonçalves em frases
"Procuro sentir a verdade das coisas. Meu trabalho acompanha a vida."
"Acredito no estudo e na disciplina. É isso que me incomoda nos artistas de hoje. Falta o desenho. Infelizmente, o desenho está se perdendo. Picasso fazia o que queria com a forma porque conhecia a forma, porque desenhava. Até para o fotógrafo, desenhar é bom. Que dirá para o artista..."
"Quando morava no Rio, via na Avenida Atlântica uma casa cheia de quadros. Soube que era do Portinari, tomei coragem e levei meus trabalhos até ele, que me recebeu bem. Foi um artista fantástico, o maior do Brasil. Depois, viajei pela Europa e fui aprendendo vendo as obras nos museus. Arte é cor e forma, o resto é demagogia. Portinari era de uma limpeza... Não sujava nada, pura disciplina."
"Eu morava no Leme, passava na frente de uma casa cheia de quadros e ficava espiando. Não sabia quem morava lá. Quando descobri que era o Portinari, tomei coragem, peguei uns desenhos meus e fui mostrar. Acho que ele gostou. Ele não dava aulas. Mas deixava a gente desenhar quando tinha modelo vivo. Íamos eu, o Athos Bulcão, o Iberê Camargo. No final, ele vinha olhar o que a gente tinha feito. Dava algum palpite. Mas não era uma aula. Lembro que a paleta dele era muito limpa. Ele era todo organizado. Nunca mostrava um quadro sem moldura."
"Na Europa, eu vivia a arte visitando os museus. Vem daí minha pintura plana, de duas dimensões, sem profundidade..."
"O tema para mim não é janela. Tem artista que olha para a tela como se ela fosse uma janela para o mundo. Eu não. Eu quero sentir a verdade da coisa. Claro que você não precisa passar fome para pintar um pobre. Mas o meu trabalho acompanha a vida. Tenho que viver aquilo."
"Sempre gostei de lecionar. Teve uma época em que me perguntei: "Sou professor ou sou artista?"
"Acho que a arte é algo orgânico. Uma necessidade. Faço isso porque eu preciso. Meu pai queria que eu fosse médico, mas desde pequeno eu sabia que seria artista."
Fonte: GZH Artes. Consultado pela última vez em 18 de janeiro de 2023.
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Danúbio Gonçalves – consagração absoluta de uma vida à sua arte | Fundação Iberê Camargo
Dando continuidade à série Os Quatro – Grupo de Bagé, Luiz Coronel destaca a obra de Danúbio Gonçalves, o último integrante do Grupo a falecer, em 21 de abril deste ano.
Existe uma palavra pouco explícita, “bageensidade”, por certo de componente bairrista, mas nem por isso destituída de consistência. Em Bagé, acontece a República Rio-grandense e por aí marcham garbosos ou cômicos fatos insólitos, que se tornam cotidianos.
Embora já longo se faça meu andar, o Grupo de Bagé sempre esteve próximo de mim. Vejamos: minha irmã Maria Amélia fora uma espécie de secretária do grupo. Era uma jovenzinha, e em minha casa reclamava-se o seu atraso à hora das refeições, tão envolvida no trabalho daqueles rapazes
pintores, gravadores, artistas destinados à criação de um trabalho grandioso, no campo das artes plásticas.
No giro das roldanas do tempo, volta e meia retorna o enfoque valorizador do trabalho do grupo. E que não se faça desses momentos apenas um tilintar de taças, aplausos, exposições e palestras, tenha-se então como reflexão e impulso sobre a importância da arte e da permanência da obra de nosso “quarteto triunfante” de Bagé.
Subo numa banqueta para proclamar que o Rio Grande é um estado ao sul de si mesmo. Somos em tudo iguais e em tudo diferentes dos demais brasileiros. Distância geográfica e fatores históricos nos levam a um distanciamento do qual somos vítimas e cúmplices. O Brasil convive com o Rio Grande por meio de seus símbolos e não por meio de sua pulsante realidade.
Glênio, dos murais palacianos; Glauco, conciliando o tradicional às vanguardas; Scliar, captando a poesia dos utensílios domésticos; Danúbio, o depoimento ágil e denso da vida nas charqueadas. Sempre reconheci a erupção dos movimentos transformadores como uma arregimentação da força criativa dos artistas, explodindo, vencendo barreiras, rompendo a casca, saltando para o meio do mundo. Com essa visão, deparo o Renascimento, após mil anos de sonolência medieval e, no caso brasileiro, a Semana de Arte Moderna de 1922, em São Paulo. E, assim, o Grupo de Bagé, a Califórnia da Canção de Uruguaiana.
Dos componentes do Grupo de Bagé muito convivi com meu parceiro em livros e murais Danúbio Gonçalves. Ao despertar, pela manhã, minha governanta avisava: “aquele senhorzinho está esperando pra tomar um café com o senhor”. Era o silencioso, profundo artista Danúbio Gonçalves. Na modesta e acanhada cerimônia do adeus, coloquei minha cabeça entre as mãos, sentindo que partia um homem de mãos abençoadas e talento vigoroso. Danúbio Gonçalves – consagração absoluta de uma vida à sua arte.
Danúbio Gonçalves,
a eternização do instante
Ah, esse olhar atento,
preciso e rápido,
afiando lâminas
para revelar nas gravuras
a amarga plástica
das charqueadas.
Nas areias de Torres,
na geometria das cores,
os etéreos balões,
ramalhetes de flores
anunciando o outono.
As mulheres e o mar.
Seus pincéis revelam
o aroma da pele
e os cristais do suor.
Sob os céus marroquinos,
com mantos e turbantes
sua pintura se fez miragem.
Suas mãos revelam
as viúvas de Nazaré,
negros pássaros
da solidão, com suas
mortalhas de treva.
Danúbio descobre
a vida que habita
em cada segundo
e o eterniza…
(Nesta quinta-feira, a curadora e crítica de arte Marília Panitz fala de sua relação com Glênio Bianchetti)
Fonte: Fundação Iberê Camargo. Consultado pela última vez em 19 de janeiro de 2023.
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Grupo de Bagé – Wikipédia
O Grupo de Bagé foi um grupo de artistas atuantes em Bagé e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Brasil, importante para a atualização da arte sulina entre os anos 40 e 50. Sua atuação é reconhecida também como uma contribuição significativa para a democratização da arte brasileira. Formado inicialmente por Glauco Rodrigues, Glênio Bianchetti, Jacy Maraschin e Ernesto Wayne que, através do intelectual Pedro Wayne, entraram em contato com Carlos Scliar, Danúbio Gonçalves e José Morais. Ficaram mais conhecidos como membros do grupo, entretanto, apenas Scliar, Bianchetti, Gonçalves e Rodrigues. O nome nasceu após uma exposição realizada em Porto Alegre em 1948, na galeria do Correio do Povo, quando eles foram chamados de "os novos de Bagé" pela imprensa local.
Defendiam a popularização da arte através da abordagem de temas sociais e regionais, num estilo figurativo realista com traços expressionistas. O Grupo foi uma influência direta para a formação do Clube de Gravura de Bagé, do Clube de Gravura de Porto Alegre e do Museu da Gravura Brasileira, que renovaram as artes gráficas brasileiras nos anos 50 através de uma proposta semelhante.
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 19 de janeiro de 2023.
Crédito fotográfico: GZH Artes, Danúbio na exposição "A Glória do Pincel", em 2013, fotografia de Diego Vara. Consultado pela última vez em 18 de janeiro de 2023.
Danúbio Villamil Gonçalves (Bagé, Rio Grande do Sul, 30 de janeiro de 1925 — Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 21 de abril de 2019), mais conhecido como Danúbio Gonçalves, ou apenas Danúbio, foi um professor, pintor, desenhista, gravador e escritor brasileiro. Com precisão técnica, retrata, principalmente o cotidiano, o trabalho e os costumes gaúchos. Ainda jovem, mudou-se para o Rio de Janeiro, frequentou o ateliê de Cândido Portinari com Iberê Camargo. Em 1945, frequentou o ateliê de Roberto Burle Marx e de August Zamoyski. Em 1946, estudou gravura e desenho na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, com Carlos Oswald, Axl Leskoschek e Tomás Santa Rosa Júnior. Viajou para Paris e, entre 1949 e 1951, frequentou a Académie Julian. De volta ao Brasil, fundou o Clube de Gravura de Bagé, no Rio Grande do Sul, com Glauco Rodrigues, Glênio Bianchetti e Carlos Scliar. Com esses artistas, mais Vasco Prado, integrou o Clube de Gravura de Porto Alegre entre 1951 e 1955. Desde 1963, orientou os alunos do curso de litogravura do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, instituição que dirigiu até 1978. Entre 1969 e 1971, lecionou gravura no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IA/UFRGS). Entre 1970 e 1978, fez várias palestras e deu cursos de xilogravura, litografia, desenho e pintura no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Danúbio foi um dos maiores artistas plásticos da história do Rio Grande do Sul e do Brasil. Além da pintura, gravura e escultura, dedicou-se também ao mosaico, realizando obras em painéis na Igreja de São Roque, em Bento Gonçalves; no Santuário do Sagrado Coração de Jesus, junto ao túmulo do padre João Batista Reus, em São Leopoldo; e na Igreja de São Sebastião, em Porto Alegre. Sua obra está presente em diversas coleções particulares e nos principais acervos do país, como o Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, a Pinacoteca Pública Aplub (Porto Alegre), o Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro), a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, o Museu de Arte Moderna de São Paulo, entre outros.
Biografia – Itaú Cultural
Danúbio Villamil Gonçalves (Bagé, Rio Grande do Sul, 1925 – Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 2019). Gravador, desenhista, pintor e professor. Com engajamento e precisão técnica, retrata o cotidiano, o trabalho e os costumes gaúchos.
Na década de 1940, estudou gravura e desenho na Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro, com Carlos Oswald (1882-1971) e Axl Leskoschek (1889-1975). Frequenta o ateliê de Cândido Portinari (1903-1962) com Iberê Camargo (1914-1994). No início da carreira, faz caricaturas e sátiras da sociedade carioca contemporânea.
Entre 1949 e 1951 reside em Paris e frequenta a Académie Julian. De volta ao Brasil, funda o Clube de Gravura de Bagé, no Rio Grande do Sul, com Glauco Rodrigues (1929-2004), Glênio Bianchetti (1928- 2014) e Carlos Scliar (1920-2001). Com esses artistas, integra o Clube de Gravura de Porto Alegre, entre 1951 e 1955. O grupo retrata o povo e os costumes gaúchos de diferentes formas e objetiva estabelecer um diálogo com o público e ampliar o acesso à arte.
A atividade artística de Danúbio Gonçalves tem relação estreita com o seu engajamento político. Ao lado de outros artistas, visita países do bloco comunista, rejeita a Bienal de São Paulo e o abstracionismo e defende uma arte regional, de cunho social, próxima do realismo socialista. Sua produção mais característica consiste em xilogravuras, sobretudo a dos anos de 1950, momento em que retrata camponeses e trabalhadores, seus cotidianos e suas festas. Algumas obras enfatizam eventos, instrumentos, danças e roupas típicas, como Festa do Mundo (1953).
Em outras, há um traço mais expressionista e anguloso, que traduz a violência da atividade dos trabalhadores, como nas séries Charqueadas (1953) e Mineiros de Butiá (1956). A primeira apresenta as etapas da produção do charque, da matança dos bois à secagem da carne. A segunda figura a vida dos mineiros, em evidente referência às obras sobre o mesmo tema do pintor holandês Vincent van Gogh (1853-1890). Em todas, exprime a angústia e a miséria pelos contrastes marcados, e a força e o movimento pela talha que ressalta os veios da madeira com diversos traços paralelos.
Para o escritor Érico Veríssimo (1905-1975), Danúbio consegue ultrapassar o interesse documental e conferir aos temas um sentido universal1. E no decorrer da obra do artista, principalmente a partir da década de 1960, o regionalismo e o traço expressionista abrem espaço para uma abordagem mais abstrata da realidade, com tons rebaixados e formas que são às vezes reconhecíveis, mas não realistas, como plantas, insetos e animais. Na linha do que sugere Veríssimo, trata-se da representação da condição humana por meio de uma "imagem do homem universal, sua deformação e sobressalto", ou de aspectos mais misteriosos da existência, como a "expressão de um cosmo ambíguo".
A partir de 1963, orienta os alunos do curso de litogravura do Ateliê Livre da Prefeitura de Porto Alegre, instituição que dirige até 1978. Entre 1969 e 1971, leciona gravura no Instituto de Artes (IA) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em sua produção artística mais tardia, envereda por uma linguagem mais pop, utilizando técnicas variadas, como tinta acrílica, aquarela e gravura. Além dos temas eróticos, pinta cenas de balonismo, em que tira proveito das grandes áreas de cor dos balões, da grama e do céu.
Na década de 1990, publica os livros Do Conteúdo à Pós-Vanguarda (1995), editado pela Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre, e Processos Básicos da Pintura (1996), pela editora AGE. Em 2000, é realizada exposição retrospectiva de sua produção no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Margs), e é publicado o livro Danúbio Gonçalves: Caminhos e Vivências, pela editora Fumproarte, com textos de Paulo Gomes (1956) e Stori (1946).
Nos anos 2000, realiza obras de grandes dimensões, como Epopéia Rio-Grandense, em Porto Alegre. Inaugurado em 2008 e com uma extensão de 16,5 metros de largura por 3 de altura, o painel retrata episódios da Revolução Farroupilha. A obra do artista faz parte de importantes coleções, como a da Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina_), do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) e do Museu de Arte Moderna de São Paulo (Masp).
Comprometido com seu lugar de origem, Danúbio Gonçalves retrata os habitantes e os costumes gaúchos. Tendo a existência humana como recorrente objeto de representação, transita tanto por abordagens expressionistas e movidas pelo engajamento social bem como por enquadramentos mais abstratos.
Críticas
"Danúbio Villamil Gonçalves possui uma tendência pela figura. As figuras aos grupos, deparadas e confrontadas em denso clima humano. Uma vida violenta circula entre elas, dando-lhes a condição. Figuras carregadas de vitalidade em ambientes impregnados de força. Não falseia nunca. Sempre fiel ao conteúdo inviolável. Este tratamento direto e carinhoso, embora de um carinho violento, às vezes, não prejudica o fundamental do pintor, não perturba sua plástica. Jamais uma concessão à retórica, ao literário. Sempre o roteiro árduo" — Clovis Assumpção (DANÚBIO Gonçalves: desenho, gravura, pintura 1964-1976. Apresentação de Quirino Campofiorito et al. São Paulo: MAM, 1976).
"Entre os fundadores do Clube da Gravura e seus herdeiros, poucos tiveram a maturação e a longa pesquisa de Danúbio. Certamente existem poucos litogravadores como ele no Brasil. Apesar do caminho rigoroso percorrido por uma pintura, parece-me que a obra gráfica do artista é mais ponderável e de maior fôlego. A sua tendência natural é gráfica. Mesmo as pinturas - quando melhores - têm um forte acento gráfico, com definição de desenho, planos estabelecidos, valores de claro e escuro evidentes. A cor não oferece para esse artista um interesse vital. Seu mundo percorre as linhas do desenho e da obra impressa. É, talvez, um pouco injusto insistirmos na parte gráfica da exposição, quando a pintura percorreu o seu destino durante, pelo menos, 30 anos. Mas a importância desse artista sóbrio e discreto no universo gráfico brasileiro precisa, finalmente, ser lembrada. Seu trabalho registra um tipo de vida e folclore em via de desaparecer; depois, esse trabalho envereda na abstração para retornar, enfim, a uma figuração mágica em que o artista encontra todos os seus desencontros e realiza uma obra madura e serena. Acompanhando esse longo período de trabalho, temos o prazer de encontrar diante de nós um artista sereno, maduro e com pleno conhecimento de suas forças criadoras. Capaz de unir num mesmo momento espacial o seu universo de preocupações sociais e formais e, também, o afloramento do inconsciente com seus símbolos, lirismos e fantasias" — Jacob Klintowitz (KLINTOWITZ, Jacob. Versus: dez anos de crítica de arte. Prefácio Jacob Klintowitz; apresentação Pietro Maria Bardi. São Paulo: André Galeria de Arte, 1978. 143 p. il).
"Entre a pintura acadêmica lambida e 'bem feitas' que fotografa o mundo, e os coloridos labirintos geométricos ou caóticos de certo tipo de arte abstrata, destituída de humanidade, existem - é lógico - mil outros caminhos e descaminhos. Tenho a impressão de que, para usar de uma boa expressão popular, Danúbio 'acertou a mão' e atingiu a plena maturidade artística nesta nova fase em que não foge ao mundo objetivo, à imagem humana nem os desfigura, mas transfigura-os poética e dramaticamente. A visão deste artista não é a da fiel câmara fotográfica nem a do espelho côncavo ou convexo que recria o mundo e a humanidade em grotescos termos de caricatura. Admirável desenhista - é hoje em dia dizer que um pintor sabe desenhar é uma horrenda heresia! -, Danúbio consegue dar a temas regionais (veja-se, por exemplo, Picador e O Guri das Cabeças) um interesse e um sentido universais, desprezando os pormenores de natureza puramente documentária. (...) Outro aspecto muito simpático da personalidade artística de Danúbio Gonçalves é a sua atividade de artesão. Como os pintores renascentistas, ele mesmo prepara suas tintas, suas telas, a madeira em que faz suas gravuras; e é ele próprio quem transpõe para a pedra os seus desenhos e imprime depois suas reproduções. E com que alegria e amorosa paciência ele faz todas essas coisas! Certos críticos de arte preocupam-se muito com saber qual é a MENSAGEM que o artista transmite em seus quadros. Outros chegam ao ponto de exigir que ele sofra muito no ato de pintar (...) Santo Deus! Será que ninguém jamais pensa no puro prazer lúdico que o artista experimenta no ato da criação? Veja-se o exemplo incomparável de Picasso, esse adolescente de mais de oitenta anos. Ele pode ter lavrado protestos dramáticos com o seu inesquecível Guernica, mas sua obra inteira é antes de mais nada um hino à vida e ao prazer dos sentidos, uma lição de esperança, coragem e amor. Com seu jeitão de homem do campo, retraído e meio tímido, Danúbio vive a sua vida no tom em que fala, isto é, em surdina. Guarda-se todo - força, ternura, paixão, lirismo - para a sua arte. Espalha, por assim dizer, em seus quadros, todas as economias que faz na vida cotidiana. E o resultado aí está (...)" — Erico Verissimo (Catálogo de exposição no ICBNA de Porto Alegre, Porto Alegre, outubro de 1971 citado por: GONÇALVES, Danúbio. Danúbio Gonçalves : caminhos e vivências. Texto Paulo Gomes, Norberto Stori; fotografia Fernando Zago. Porto Alegre : FUMPROARTE, 2000. P. 134-135).
Exposições Individuais
1944 - Bagé RS - Individual, no Instituto de Belas Artes
1945 - Bagé RS - Individual, no Instituto Municipal de Música
1955 - Porto Alegre RS - Individual, no Círculo Bageense
1959 - Porto Alegre RS - Individual, no Pavilhão da Avenida Borges de Medeiros
1963 - Porto Alegre RS - Individual, no Margs
1964 - Porto Alegre RS - Individual, no Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano
1965 - Porto Alegre RS - Individual, no Espaço Galeria
1967 - Porto Alegre RS - Individual, no IAB/RS
1968 - Porto Alegre RS - Individual, no Margs
1971 - Salvador BA - Individual, no MAM/BA
1972 - Porto Alegre RS - Individual, na Esphera Galeria de Arte
1976 - Curitiba PR - Individual, no Museu Guido Viaro
1976 - Porto Alegre RS - Retrospectiva 12 Anos de Carreira, no Margs
1976 - São Paulo SP - Retrospectiva, no MAM/SP
1979 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria de Arte Independência
1980 - Bagé RS - Individual, no Museu da Gravura Brasileira
1980 - Novo Hamburgo RS - Individual, na Galeria Casa Velha Convívio de Arte
1980 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria de Arte Clube do Comércio
1981 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Imagem
1981 - Santa Maria RS - Individual, na Sala de Exposições da UFSM
1981 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1982 - Camboriú SC - Individual, na Galeria Lascaux
1982 - Casablanca (Marrocos) - Individual, na Galeria Oukade
1982 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria de Arte Clube do Comércio
1982 - Porto Alegre RS - Retrospectiva de Gravura, no Margs
1982 - São Leopoldo RS - Individual, na Galeria Liana Brandão
1986 - São Leopoldo RS - Individual, na Galeria Liana Brandão
1987 - Florianópolis SC - Individual, no Masc
1987 - Porto Alegre RS - Retrospectiva, na Galeria de Arte da CEE
1987 - Santa Maria RS - Individual, na AB Galeria de Arte
1988 - Porto Alegre RS - Individual, no Centro Municipal da Cultura
1989 - São Leopoldo RS - Individual, na Galeria Liana Brandão
1990 - Porto Alegre RS - Hommage a Torres, na Galeria de Arte Mosaico
1991 - Bagé RS - Individual, no Museu da Gravura Brasileira, Fundação Áttila Taborda
1991 - Caxias do Sul RS - Individual, na Galeria de Arte do Sesc
1991 - Porto Alegre RS - Individual, no Atelier Livre da Prefeitura
1991 - Torres RS - Individual, na Sociedade Amigos da Praia de Torres
1992 - Cachoeira do Sul RS - Individual, no Atelier Livre Municipal de Cachoeira do Sul
1992 - Paris (França) - Individual, na Galeria L´Oeil de Boeuf
1992 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria de Arte Mosaico
1992 - Porto Alegre RS - Individual, no Margs
1992 - Porto Alegres RS - Individual, no Salão Municipal de Cultura
1993 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria de Arte Mosaico
1993 - Torres RS - Individual, na Associação dos Artistas Plásticos de Torres
1995 - Bagé RS - Individual, no Museu de Gravura Brasileira
1995 - Pelotas RS - Individual, no Museu Leopoldo Gotuzzo
1995 - Porto Alegre RS - Danúbio e a Imprensa, Mostra de Caricaturas de 1939 a 1941, no Museu de Comunicação Social Hipólito da Costa
1995 - Porto Alegre RS - Homenagem dos 70 Anos, na Galeria Iberê Camargo, Usina do Gasômetro
1995 - Porto Alegre RS - Projeto A Gravura no Rio Grande do Sul, no Margs
1995 - Porto Alegre RS - Retrospectiva 70 Anos, Pinturas de 1948 a 1993, no Margs
1996 - Porto Alegre RS - Homenagem a Anestor José Tavares, na Galeria Marisa Soibelmann
1998 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria de Arte Mosaico
2000 - Bagé RS - Danúbio Gonçalves: retrospectiva, na Casa de Cultura Pedro Wayne
2000 - Caxias do Sul - RS - Danúbio Gonçalves: retrospectiva, no Centro de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho
2000 - Pelotas - RS - Danúbio Gonçalves: retrospectiva, no Museu de Artes Leopoldo Gotuzzo
2000 - Porto Alegre RS - Danúbio Gonçalves: restrospectiva, no Museu dos Correios
2000 - Brasília DF - Danúbio Gonçalves: retrospectiva, no Espaço Cultural dos Correios
2008 - Porto Alegre RS - Balonismo II, no Centro Cultural CEEE - Érico Veríssimo
2008 - Porto Alegre RS - Balonismo II, no Parque Odilo Webber Rodrigues
2009 - Bagé RS - Aos Grandes: Danúbio Gonçalves, no Palacete Pedro Osório
2009 - Pelotas RS - Aos Grandes Mestres: Danúbio Gonçalves, no MALG
2010 - Porto Alegre RS - Aos Grandes Mestres: Danúbio Gonçalves, no Centro Cultural CEEE - Érico Veríssimo
2010 - Porto Alegre RS - Xarqueadas, no Parque da Harmonia, Centro de Eventos Almir Azeredo Ramos
2010 - Uruguaiana RS - Aos Grandes Mestres: Danúbio Gonçalves, no Sesc Uruguaiana
2012 - Porto Alegre RS - Arte Pública - Murais de Danúbio Gonçalves, no Paço dos Açorianos
2012 - Santa Maria RS - Aos Grandes Mestres: Danúbio Gonçalves, no Museu de Arte de Santa Maria
Exposições Coletivas
1945 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Arte Moderna, na ABI/RJ
1948 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Auditório do Correio do Povo
1948 - Rio de Janeiro RJ - 53º Salão Nacional de Belas Artes - menção honrosa e medalha de prata
1951 - Bagé RS - Coletiva, na Galeria de Arte
1951 - Porto Alegre RS - 5º Salão de Artes Plásticas da Associação Francisco Lisboa - medalha de prata
1952 - Berlim (Alemanha) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Bucareste (Romênia) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Curitiba PR - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Florianópolis SC - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Goiânia GO - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Montevidéu (Uruguai) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Moscou (União Soviética, atual Rússia) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Nova York (Estados Unidos) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Pequim (China) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Porto Alegre RS - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Praga (República Tcheca) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna
1952 - Rio de Janeiro RJ - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Santiago (Chile) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - São Paulo SP - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Varsóvia (Polônia) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Viena (Áustria) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Viña del Mar (Chile) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1953 - Rio de Janeiro RJ - 2º Salão Nacional de Arte Moderna - prêmio viagem ao país
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco, no Palácio da Cultura
1954 - Salvador BA - 4º Salão Baiano de Belas Artes
1955 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão Nacional de Arte Moderna
1956 - São Paulo SP - Contribuição ao Realismo, no MAM/SP
1959 - Porto Alegre RS - 2ª Feira da Gravura de Porto Alegre
1961 - Denver (Estados Unidos) - Gravadores Gaúchos
1961 - Porto Alegre RS - Salão de Arte Rio-Grandense - medalha de ouro
1962 - Curitiba PR - Artistas do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, no Salão da Biblioteca de Curitiba
1962 - Porto Alegre RS - 4º Salão de Artes Plásticas de Porto Alegre - medalha de prata
1962 - Porto Alegre RS - 9º Salão de Artes Plásticas do Instituto de Belas Artes
1962 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Faculdade de Arquitetura
1962 - Washington D. C. (Estados Unidos) - Coletiva, na Graphic Arts Gallery
1963 - Belo Horizonte MG - 18º Salão Municipal de Belas Artes de Belo Horizonte - 3º prêmio
1963 - Curitiba PR - 14 Artistas Gaúchos, na Galeria Macunaíma, Departamento de Cultura do Estado do Paraná
1963 - Porto Alegre RS - 1º Salão da Cidade de Porto Alegre - 1º prêmio de gravura
1963 - Porto Alegre RS - Gravuras, no Margs
1964 - Porto Alegre RS - Artistas do Rio Grande do Sul, na Galeria Portinari
1964 - Porto Alegre RS - Feira do Artista Gaúcho - primeiro prêmio
1965 - Belo Horizonte MG - Premiados do 30º Salão de Belas Artes, na Galeria do ICBEU
1965 - Curitiba PR - Gravura Brasileira Contemporânea
1965 - Porto Alegre RS - 2º Salão da Cidade de Porto Alegre, no Margs - 1º prêmio de desenho
1965 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Leopoldina Galeria de Arte
1966 - Belo Horizonte MG - Coletiva, na Galeria Guignard
1966 - Curitiba PR - 23º Salão Paranaense de Belas Artes, na Biblioteca Pública do Paraná
1966 - Porto Alegre RS - Arte Hoje no Rio Grande do Sul, no Margs
1966 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano
1966 - Porto Alegre RS - Tendências 66, na Galeria do IAB
1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas da Bahia
1967 - São Paulo SP - 4 artistas do Rio Grande do Sul, na Galeria 4 Planetas
1967 - Tóquio, Sakata, Katsuragitar, Mikko, Kanasawa e Suzu (Japão) - Gravadores Gaúchos no Japão, na Embaixada do Brasil, na International Society of Plastic an Audio Visual Art Homma
1968 - Campinas SP - 4º Salão de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC
1968 - Curitiba PR - 25º Salão Paranaense, na Biblioteca Pública do Paraná
1968 - Florianópolis SC - 1ª Exposição Nacional de Artes Plásticas, no Masc
1968 - Londrina PR - 4º Salão de Arte Religiosa Brasileira
1968 - Porto Alegre RS - 4º Salão Cidade de Porto Alegre
1968 - Porto Alegre RS - Estande Artes Plásticas da Expositur
1968 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Artistas Gaúchos: a imagem do Rio Grande, promovida pela Revista Cultural Contemporânea
1968 - Salvador BA - 2ª Bienal Nacional de Artes Plásticas da Bahia
1968 - São Paulo SP - Núcleo de Gravadores de Porto Alegre
1969 - Curitiba PR - Salão Paranaense, na Federação das Indústrias do Estado do Paraná
1970 - San Juan (Porto Rico) - 1ª Bienal de San Juan del Grabado latino-americano y del Caribe
1970 - São Paulo SP - Pré-Bienal de São Paulo, na Fundação Bienal
1971 - Curitiba PR - 28º Salão Paranaense, na Biblioteca Pública do Paraná
1971 - Porto Alegre RS - 1º Salão de Artes Visuais da UFRGS
1971 - São Paulo SP - 11ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1971 - São Paulo SP - 3º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1972 - Nova York (Estados Unidos) - Selecionados na 2ª Bienal de Grabado latino-americano do Porto Rico, na Galeria do Pratt Graphics Center
1972 - São Paulo SP - 2ª Exposição Internacional de Gravura, no MAM/SP
1972 - São Paulo SP - Mostra de Arte Sesquicentenário da Independência e Brasil Plástica ? 72, na Fundação Bienal
1973 - Bagé RS - Quatro de Bagé, na Fundação Áttila Taborda
1973 - Curitiba PR - 30º Salão Paranaense, no Teatro Guaíra
1973 - Curitiba PR - 30º Salão Paranaense, no MAC/PR - prêmio aquisição de pintura
1973 - Porto Alegre RS - 2º Salão de Artes Visuais da UFRGS
1973 - Porto Alegre RS - Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre: professor e alunos
1973 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria Ponto de Arte
1973 - Porto Alegre RS - Lançamento de Álbuns de Gravuras de Artistas Gaúchos, na Galeria Gerdau
1973 - San Francisco (Estados Unidos) - World Prints Entrants, no Museu de San Francisco
1973 - São Paulo SP - 12ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1974 - San Juan (Porto Rico) - 3ª Bienal de San Juan del Grabado latino-americano y del Caribe
1974 - São Paulo SP - 6º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP - prêmio gravura
1974 - São Paulo SP - Bienal Nacional 74 - Sala Didática da Gravura Brasileira, na Fundação Bienal
1975 - Brasília DF - Arte Gaúcha 74
1975 - Porto Alegre RS - Panorama da Arte Gaúcha, na Galeria EucatExpo
1976 - Bagé e Porto Alegre RS - Grupo de Bagé, no Projeto Cultur - Secretaria de Turismo e Educação
1976 - Bagé RS - 1º Encontro Nacional de Artistas Plásticos, no Museu Dom Diogo de Souza
1976 - Bagé RS - 2º Encontro de Artistas Plásticos, no Museu Dom Diogo de Souza
1976 - Porto Alegre RS - 9 Artistas Gaúchos, no Posto de Informações Turísticas Açorianos (Epatur). A exposição inaugura o Posto de Informações.
1976 - Porto Alegre RS - Álbum 5 Serigrafias, na Galeria IAB
1976 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Epatur
1976 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria EucatExpo
1976 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Pinacoteca Aplub de Arte Riograndense
1976 - Porto Alegre RS - O Museu Vai à Indústria, na Aços Finos Piratini
1976 - Porto Alegre RS - Por uma Arte Brasileira: Grupo de Bagé, na UFRGSul. Instituto de Artes
1976 - Porto Alegre RS - Tradições Gaúchas, no Instituto de Artes da UFRGS
1976 - San Juan (Porto Rico) - 4ª Bienal de San Juan del Grabado latino-americano y del Caribe
1977 - São Paulo SP - 9º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1978 - Curitiba PR - 1ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, no Centro de Criatividade de Curitiba
1979 - Curitiba PR - 2ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, no Centro de Criatividade de Curitiba
1979 - Curitiba PR - 36º Salão Paranaense
1979 - Porto Alegre RS - O Museu vai à Indústria, no Grupo Olvebra
1980 - Santa Maria RS - Coletiva, na Sala de Exposições da UFSM
1980 - São Paulo SP - 12º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1981 - Beirute e Jounieh (Líbano) - Pintores Brasileiros
1981 - Curitiba PR - 4ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, na Casa da Gravura Solar do Barão
1981 - Gramado RS - Aquarelistas Gaúchos, na Fearte
1981 - San Juan (Porto Rico) - 5ª Bienal de San Juan del Grabado latino-americano y del Caribe
1982 - Penápolis SP - 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1983 - Porto Alegre RS - Arte Livro Gaúcho: 1950/1983, no Margs
1983 - Porto Alegre RS - Do Passado ao Presente: as artes plásticas no Rio Grande do Sul, no Cambona Centro de Arte
1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1984 - Caracas (Venezuela) - 2ª Bienal del Grabado de America
1984 - Curitiba PR - 6ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba
1984 - Curitiba PR - 6ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba, na Fundação Cultural de Curitiba
1984 - Curitiba PR - 6º A Xilogravura na História da Arte Brasileira, na Casa Romário Martins
1984 - Porto Alegre RS - Gravuras: uma trajetória no tempo, na Cambona Centro de Artes
1984 - Porto Alegre RS - Lixo de Atelier, no Espaço Cultural Yázigi
1984 - Ribeirão Preto SP - Gravadores Brasileiros Anos 50/60, na Galeria Campus USP ? Banespa
1984 - Rio de Janeiro RJ - A Xilogravura na História da Arte Brasileira
1984 - Rio de Janeiro RJ - A Xilogravura na História da Arte Brasileira, na Funarte. Galeria Sérgio Milliet
1984 - Rio de Janeiro RJ - Doações Recentes 82-84, no MNBA
1985 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria de Arte Masson
1985 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria Tina Presser
1985 - Porto Alegre RS - Gravura no Rio Grande do Sul: atualidade, no Margs
1985 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - Gravura no Rio Grande do Sul: atualidade, no MAC/USP
1986 - Curitiba PR - 7ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba, na Casa da Gravura Solar do Barão
1986 - Porto Alegre RS - O Automóvel Faz Cem Anos, na Galeria Bolsa de Arte
1986 - Porto Alegre RS - Projeto Pinta Brasil, exposição mural
1986 - Rio de Janeiro RJ - Gravura no Rio Grande do Sul: atualidade, no Solar Grandjean de Montigny
1987 - Paris (França) - La Jeune Gravure Contemporaine et Ses Invités du Brésil
1987 - Porto Alegre RS - Coletiva, na CEE
1988 - Montevidéu (Uruguai) - Trinta Dias de Cultura
1988 - Novo Hamburgo RS - Coletiva, na Semec
1988 - Porto Alegre e Gramado RS - Coletiva, no Museu do Trabalho
1988 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria Galpão Crioulo
1988 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Grêmio Náutico União
1989 - Alegrete RS - Coletiva, no Museu de Arte Dr. José Pinto Bicca de Medeiros
1989 - Paris (França) - Coletiva Centenário de Van Gogh
1989 - Porto Alegre RS - 2ª Mostra Gaúcha de Gravura , no Centro Municipal de Cultura Lupicínio Rodrigues
1989 - Porto Alegre RS - Arte Sul 89, no Margs
1989 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Grêmio Náutico União
1990 - Curitiba PR - 9ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba, no Museu da Gravura
1990 - Curitiba PR - 9º Artistas Convidados: litografias, na Casa Romário Martins
1990 - Porto Alegre RS - 2º Encontro Gaúcho de Gravura
1990 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria Mosaico
1990 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Centro Gráfico do Museu do Trabalho
1990 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Grêmio Náutico União
1991 - Porto Alegre RS - Atelier Livre 30 Anos
1991 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Grêmio Náutico União
1991 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano
1991 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Margs
1991 - São Jerônimo RS - Coletiva, no Museu do Carvão
1992 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Casa de Cultura Mario Quintana
1992 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Atelier Livre da Prefeitura
1992 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Centro Gráfico do Museu do Trabalho
1992 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Edel Trade Center
1992 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Grêmio Náutico União
1993 - Canela RS - Pontos de Encontro, na Fundação Cultural de Canela
1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Funesc
1993 - Porto Alegre RS - Arte Sul, no Margs
1993 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Grêmio Náutico União
1993 - Porto Alegre RS - Gravura, no Margs
1993 - Porto Alegre RS - Retrospectiva 20 Anos do Desenho Gaúcho, no Centro Cultural Brasil-Espanha
1994 - Porto Alegre e Pelotas RS - Litografia Hoje, no Margs e na Sala Frederico Trebbi, Prefeitura de Pelotas
1994 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Atelier Livre da Prefeitura
1994 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Grêmio Náutico União
1994 - São Paulo SP - Os Clubes de Gravura do Brasil, na Pinacoteca do Estado
1994 - São Paulo SP - Poética da Resistência: aspectos da gravura brasileira, na Galeria de Arte do Sesi
1994 - São Paulo SP - Xilogravura: do cordel à galeria, no Metrô
1995 - Pelotas RS - Coletiva, na Fundação Municipal de Integração, Museu do Charque
1995 - Porto Alegre RS - 6º Salão Cidade de Porto Alegre - artista homenageado
1995 - Porto Alegre RS - A Arte Vê a Moda, promoção do jornal Zero Hora, na Casa de Cultura Mario Quintana
1995 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Centro Gráfico do Museu do Trabalho
1995 - Porto Alegre RS - Gravuras: Mestres e Alunos, no Instituto Goethe
1995 - Porto Alegre RS e Haifa (Israel) - Printing Today
1996 - Bagé RS - Grupo de Bagé: retrospectiva de gravura, no Museu da Gravura Brasileira
1996 - Novo Hamburgo, Pelotas, Bagé, Santa Maria e Passo Fundo RS - A Arte Vê a Moda, itinerante promovida pelo jornal Zero Hora
1996 - Passo Fundo RS - Museu de Artes Visuais Ruth Schneider: exposição inaugural, no Museu de Artes Visuais Ruth Schneider
1996 - Porto Alegre RS - Grupo de Bagé no Acervo do Margs, no Margs
1996 - Porto Alegre RS - Grupo de Bagé no Clube de Gravura, na Galeria da Caixa Econômica Federal
1996 - Porto Alegre RS - Grupo de Bagé: gravura e atualidade, no Centro Municipal de Cultura
1996 - Porto Alegre RS - Grupo de Bagé: pintura e atualidade, na Galeria de Arte Mosaico
1997 - Brasília DF - Grupo de Bagé no Clube de Gravura: década de 50, na Galeria da Caixa Econômica Federal
1997 - Curitiba PR - Grupo de Bagé no Clube de Gravura: década de 50, na Galeria da Caixa Econômica Federal
1997 - Rio de Janeiro RJ - Grupo de Bagé no Clube de Gravura: década de 50, na Galeria da Caixa Econômica Federal
1997 - São Paulo SP - Grupo de Bagé no Clube de Gravura: década de 50, na Galeria da Caixa Econômica Federal
1998 - Buenos Aires (Argentina) - Arte en la Calle
1998 - Porto Alegre RS - Arte Erótica, no Margs
1998 - Rio de Janeiro RJ - Litografia 200 Anos, na Galeria Sesc
1998 - Santo Ângelo RS - Exposição URI - Desenhos e Gravuras
1998 - São Paulo SP - Os Colecionadores. Guita e José Mindlin: matrizes e gravuras, na Galeria de Arte do Sesi
1999 - Porto Alegre RS - Garagem de Arte: mostra inaugural, na Garagem de Arte
1999 - Porto Alegre RS - Gravura Gaúcha, no Centro Municipal de Cultura
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: acervo do Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Porto Alegre Gravura, no IAB
2000 - Bento Gonçalves RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul
2000 - Canela RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul
2000 - Caxias do Sul RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul
2000 - Caxias do Sul RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul . Centro de Convivência
2000 - Farroupilha RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul
2000 - Guaporé RS - Coletiva de Gravura
2000 - Nova Prata RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul
2000 - Porto Alegre RS - Brasil 500 Anos - Navegadores de Imagens, no Centro Cultural Usina do Gasômetro
2000 - São Paulo SP - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural
2000 - Vacaria RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul
2000 - Veranópolis RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul
2001 - Brasília DF - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaugaleria
2001 - Penápolis SP - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural
2001 - Rio de Janeiro RJ - Trilhando a Gravura, no Museu da Chácara do Céu
2002 - Passo Fundo RS - Gravuras: Coleção Paulo Dalacorte, no Museu de Artes Visuais Ruth Schneider
2002 - Porto Alegre RS - Desenhos, Gravuras, Esculturas e Aquarelas, na Garagem de Arte
2002 - Porto Alegre RS - Gravuras: Coleção Paulo Dalacorte, no Museu do Trabalho
2003 - Porto Alegre RS - Vida, Povo, Fome, Trabalho e Religião, na Garagem de Arte
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2008 - São paulo SP - Panorama dos Panoramas, no Museu de Arte Moderna
2011 - Porto Alegre RS - Do Atelier ao Cubo Branco, no MARGS
2011 - Porto Alegre RS - Labirintos da Iconografia, no MARGS
Fonte: DANÚBIO Gonçalves. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2023. Acesso em: 18 de janeiro de 2023. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia – Wikipédia
Membro de uma família tradicional de estancieiros, descendente de Bento Gonçalves, um dos líderes da Revolução Farroupilha, seu pai queria que se tornasse médico, e ele decidiu ser artista. Quando tinha dez anos de idade mudou-se com familiares para o Rio de Janeiro. Na década de 1940 estudou na Fundação Getúlio Vargas com Carlos Oswald (gravura em metal) e Axl Leskoschek (xilogravura). Também teve aulas de desenho com Tomaz Santa Rosa. Tornou-se amigo de Iberê Camargo e com ele frequentou o atelier de Cândido Portinari para estudar modelo vivo. Nesta época fazia caricaturas da sociedade carioca, publicadas pelas revistas Cena Muda e Mirim. Viajou para Paris, e entre 1949 e 1951 frequentou a Academia Julian.
Sua atividade artística está intimamente ligada ao seu engajamento político. De volta ao Brasil, associou-se com Glauco Rodrigues, Glênio Bianchetti e Carlos Scliar, fundando com eles o influente Grupo de Bagé, que marcou época na gravura brasileira. A partir da década de 1960 sua produção se diversifica em técnica, estilo e temática. Recebeu vários prêmios e homenagens, realizou mais de 50 exposições individuais e participou de mais de uma centena de coletivas.
Como professor formou gerações de novos artistas. Desde 1963, orientou os alunos do curso de litogravura do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, instituição que dirigiu até 1978. No período entre 1969 e 1971, lecionou gravura no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em 1984 participou da fundação do Núcleo de Gravura do Rio Grande do Sul. Deu cursos de xilogravura, litografia, desenho e pintura no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
Em 1992 recebeu da Câmara de Vereadores de Porto Alegre o título de Cidadão Porto-Alegrense e a Comenda Pedro Weingärtner. Em 2000, foi realizada uma exposição retrospectiva da sua trajetória no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), e foi publicado o livro Danúbio Gonçalves: Caminhos e Vivências, pela editora Fumproarte, com textos de Paulo Gomes e Norberto Stori. Neste período realizou obras de grandes dimensões, como o mural de azulejos Epopeia Rio-Grandense, instalado em uma esplanada cívica na frente do Mercado Público, e o mural Contribuição da Comunidade Judaica no RS - 100 Anos, instalado no Viaduto Jorge Alberto Mendes Ribeiro. Ainda em 2000 passou a fazer parte do Conselho Consultivo do MARGS. Em 2005, celebrando seu 80º aniversário, foi convidado oficial da Semana Comemorativa dos 143 anos de Bagé, foi festejado com a instalação de uma placa no Atelier Livre, e recebeu da Secretaria de Estado da Cultura o Troféu Artista do Ano. Em 2006 foi homenageado pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre com o Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues. Em 2010 foi objeto do documentário Danúbio, dirigido por Henrique de Freitas Lima. Em 2014 sua individual na Galeria Duque foi uma das finalistas do Prêmio Açorianos de Artes Plásticas, nas categorias Destaque em Gravura e Acervo e Memória.
Morreu enquanto dormia em 21 de abril de 2019. Deixou esposa e três filhos. Seu desaparecimento foi amplamente noticiado e muito lamentado entre a classe artística gaúcha. Segundo a secretária estadual de cultura, Beatriz Araújo, "a trajetória do artista e do professor Danúbio Gonçalves, e o comprometimento dele enquanto ativista e extensa obra constituem um legado importante para a cultura gaúcha". Para o diretor do Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Francisco Dalcol, "é um dos nomes mais importantes da história das artes visuais do Rio Grande do Sul, tendo pertencido a uma geração que se empenhou em introduzir e difundir no estado as linguagens artísticas modernas. E, ao mesmo tempo, foi um artista que se projetou fora por sua postura de não adesão a modismos e por seu engajamento político e social". No dia 25 recebeu homenagem na Assembleia Legislativa do Estado. A Prefeitura de Bagé organizou uma semana de eventos em sua homenagem. Pequenas exposições celebrando sua memória foram organizadas rapidamente pelo MARGS e pelo Atelier Livre. Em maio uma exposição na Galeria Duque de Porto Alegre lhe prestou homenagem trazendo mais de cem obras de todas as fases de sua carreira. Em julho foi homenageado na cerimônia de entrega do Prêmio Açorianos de Artes Plásticas. Em outubro uma exposição na Fundação Iberê Camargo resgatou o legado do Grupo de Bagé, sendo apresentado paralelamente o documentário Danúbio.
Obra
Danúbio Gonçalves é lembrado principalmente como professor e gravurista. Recebeu uma formação acadêmica mas incorporou ao longo de sua carreira doses variáveis de elementos inspirados no modernismo, na arte pop e na arte popular. A figuração, em diferentes abordagens, permaneceu um eixo estruturador da sua obra plástica, da qual nunca se afastou completamente, embora em algumas obras tardias tenha se aproximado da abstração.
Teve um reconhecimento precoce, fazendo sua primeira individual com 19 anos. Com 23 anos ganhava dois prêmios no Salão Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, o mais importante do país. Em 1951 recebeu medalha de prata em Desenho no Salão da Associação Francisco Lisboa de Porto Alegre, um reduto dos artistas independentes e contrários ao academismo que ainda era forte no Instituto de Belas Artes, e em 1953 recebeu o Prêmio Viagem ao País do Salão Nacional. Sua produção inicial coincidiu com a ampliação do público para a arte modernista, com a ressurgência do regionalismo no discurso oficial, na literatura e nas artes do estado, e com a fundação do Movimento Tradicionalista Gaúcho, e buscou expressar artisticamente seu engajamento com as causas sociais. Defendia que o artista tinha de ter posicionamento político, e que o papel da arte era eminentemente social. Assim como os outros artistas do Grupo de Bagé, estava vinculado à esquerda e defendia a popularização da arte, trabalhando com cenas da vida dos operários, charqueadores e mineiros, num estilo figurativo realista com influências do Expressionismo alemão, do Realismo Socialista, dos muralistas mexicanos e do Atelier de Gráfica Popular do México, que era dirigido pelo gravador Leopoldo Mendez. Optaram pela gravura por ser um meio mais democrático e de baixo custo, acessível às classes populares. O Grupo foi importante para a divulgação e afirmação da gravura no sul do Brasil e foi a origem do Clube de Gravura de Porto Alegre. Danúbio participou de sua fundação e foi um dos seus membros mais ativos. Tanto o Grupo como o Clube estimularam o aparecimento de vários outros clubes de gravura pelo país nos anos de 1950 e 1960.
Os dois primeiros anos do Clube de Gravura foram intensamente dedicados ao Movimento pela Paz. Em 1952 expôs obras junto com colegas do Clube na Conferência Continental pela Paz, no Uruguai. O grupo recebeu do Movimento Brasileiro dos Partidários da Paz o Prêmio Pablo Picasso, por seu trabalho artístico realizado em defesa da Paz e do congraçamento entre os povos. Essa premiação possibilitou a edição do álbum Gravuras Gaúchas, com um prefácio de Jorge Amado e a expressiva tiragem de 5 mil exemplares, considerada muito elevada para a época.
Desta fase é importante a série Charqueadas, inspirada no livro homônimo de Pedro Wayne, e premiada no Salão Nacional de Arte Moderna de 1954. Algumas obras da série foram reproduzidas nas páginas da revista Horizonte. O muralista mexicano Diego Rivera assim falou sobre a Charqueadas: "Esta série admirável de Villamil Gonçalves, toda inspirada nas diferentes operações do matadouro, é um ensaio, uma espécie de novela curta tecida em termos plásticos de uma intensidade extraordinária. Oxalá este exemplo seja imitado, pois os pintores falariam ao povo mais intensamente do que qualquer livro e transmitiriam uma grande emoção artística com o seu valor plástico". Para o crítico e historiador Paulo Gomes, "de algum modo a série de Danúbio Gonçalves chega onde nenhum dos outros artistas logrou chegar, conjugando uma série de virtudes, a saber: estabelece uma efetiva comunicação com o povo ao expressar a região em que vive o artista e seu público imediato e não caindo na exploração do pitoresco e do tradicionalismo autoglorificante. Também porque enfatiza o papel social do artista ao criar um instrumento efetivo de cultura através de uma obra de caráter regional mas de alcance universal".
Também deve ser lembrada a série Mineiros de Butiá, que fez um registro visual inédito sobre a vida dos mineiros. Na opinião de Armindo Trevisan, "é uma denúncia clínica, precisa, na qual a emoção não necessita transbordar para ser autêntica. A técnica da xilografia, no caso, rude, constante, áspera, contribui para tornar eloquente a dor e a humilhação desses tipos humanos de nossa terra, que não são propriamente rebaixados, mas expostos na sua realidade nua e crua". Ambas a séries, assim como outros trabalhos nessa linha, retratando os gaúchos e outros personagens do campo, são o resultado final de incontáveis esboços e estudos preparatórios, e derivam do contato direto do artista com os sujeitos de suas obras, procurando denunciar a exploração dos trabalhadores e a realidade miserável dos seus cotidianos, concentrando-se na mensagem, veiculada por imagens concisas e fortes, e eliminando detalhes supérfluos.
Na década de 1970 passou a explorar outros temas e técnicas, como a cultura pop, a abstração, os temas históricos, a paisagem e o erotismo, em aquarela, desenho, colagem, pintura e azulejaria. O crítico Jakob Klintowitz, analisando seus trabalhos desta época, disse que "a sua tendência natural é gráfica. Mesmo as pinturas – quando melhores – têm um forte acento gráfico, com definição de desenho, planos estabelecidos, valores de claro e escuro evidentes. A cor não oferece para esse artista um interesse vital. Seu mundo percorre as linhas do desenho e da obra impressa. [...] A importância desse artista sóbrio e discreto no universo gráfico brasileiro precisa, finalmente, ser lembrada". Érico Veríssimo disse: "Atingiu a plena maturidade artística nesta nova fase em que não foge ao mundo objetivo, à imagem humana nem os desfigura, mas transfigura-os poética e dramaticamente".
Dedicou-se também ao mosaico, realizando obras em painéis na Igreja de São Roque, em Bento Gonçalves; no Santuário do Sagrado Coração de Jesus, junto ao túmulo do padre João Batista Reus, em São Leopoldo; e na Igreja de São Sebastião, em Porto Alegre. Publicou dois livros: o ensaio Do Conteúdo à Pós-Vanguarda (1995), e outro sobre técnicas de pintura, Processos Básicos da Pintura (1996).
Ao falecer em abril de 2019 estava consagrado como um dos grandes artistas do estado e um dos responsáveis pela projeção da arte gaúcha no Brasil. Sua casa-atelier foi tombada pela Prefeitura de Porto Alegre. Sua obra está presente em coleções particulares e em acervos públicos, como o Museu de Arte do Rio Grande do Sul, o Museu de Arte Moderna de São Paulo, o Museu Nacional de Belas Artes, o Acervo Artístico da Prefeitura de Porto Alegre, a Pinacoteca Municipal de São Paulo, o Museu de Arte Moderna da Bahia, o Museu de Arte Contemporânea do Paraná, o Museu de Arte de Santa Catarina, a Pinacoteca do Estado de São Paulo, a Pinacoteca Aplub de Porto Alegre e o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.
Para Paulo Gomes, "sua trajetória, de mais de 50 anos, é marcada por um destacado rigor artesanal e por momentos nos quais seu trabalho assume características ideológicas bastante acentuadas. [...] No Rio Grande do Sul, a produção do Clube de Gravura, mormente aquela de Danúbio Gonçalves, continua escrevendo a história". Falando especificamente da série Charqueadas, disse que "com seu caráter plástico acentuadamente expressionista, esta série alimentou o imaginário local, tanto por sua dramaticidade quanto pelo caráter grandioso de sua construção. [...] A sua permanência, como meio de visualizar a nossa história, mantém um vigor inabalável". Para Adriana Boff, coordenadora de Artes Plásticas da Secretaria da Cultura de Porto Alegre:
"O denso e significativo legado deixado por Danúbio é ainda potente a ponto de não apenas ter deixado marcas profundas no panorama da arte gaúcha e nacional, mas com certeza em algum lugar do Rio Grande continuar a influenciar jovens artistas que estão criando obras para fazer deste um mundo melhor. [...] Ganhou o mundo, mas sem perder um certo sentido ético do fazer artístico. Gravou e pintou, mas também desenhou um novo horizonte: geração após geração foi formada pelo mestre que marcou o Atelier Livre Xico Stockinger da Prefeitura com a sua generosidade em ensinar a técnica enquanto exercício da mais profunda liberdade".
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 18 de janeiro de 2023.
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Morre aos 94 anos, Danúbio Gonçalves, um dos grandes nomes das artes do RS |
Morreu, na manhã deste domingo (21), em Porto Alegre, Danúbio Gonçalves, um dos mais importantes nomes das artes visuais do Rio Grande do Sul. Segundo informou a GaúchaZH Sandra Gonçalves, uma de suas filhas, o artista morreu "dormindo, de forna serena", na clínica geriátrica em que vivia. O corpo de Danúbio foi sepultado à tarde, no Cemitério João XXIII, na Capital.
Danúbio era remanescente da geração que ficou conhecida como Grupo de Bagé, responsável por introduzir a linguagem moderna das artes no Estado. Ao lado dos também bajeenses Glauco Rodrigues (1929 – 2004) e Glênio Bianchetti (1928 – 2014), formou a trindade que ficaria conhecida como "Os novos de Bagé".
Nos anos 1950, eles se juntariam a Carlos Scliar (1920 – 2001) e Vasco Prado (1914 – 1998) e para fazer história com os emblemáticos Clubes de Gravura de Porto Alegre e Bagé. O grupo ficou nacionalmente conhecido na mesma época em que Xico Stockinger (1919 – 2009) se estabelecia no Estado e Iberê Camargo (1914 – 1994), já no Rio de Janeiro, se firmava como o nome gaúcho de maior projeção no Brasil.
— Acredito na arte figurativa porque ela mantém uma comunicação, enquanto a arte abstrata afasta o público. O artista tem um papel social, que é se comunicar com o público — disse Danúbio, em entrevista a Zero Hora em 2012.
Como gravador, Danúbio foi reconhecido ainda jovem. Com suas xilogravuras (gravuras em madeira) sobre as charqueadas, registrou a matança do gado e a lida artesanal na produção do charque. Além do registro realista dos trabalhadores em rudes condições distante da imagem mítica do gaúcho heroico, a série chamou atenção pelo apuro técnico e pela expressividade estética. Danúbio ainda se dedicaria a registrar o trabalho de mineração no Estado.
– Fiz um registro de algo que não tem documentação fotográfica – destacou na mesma entrevista a ZH, em 2012.
A notável qualidade e força expressiva da série Charqueadas foi destacada por Diego Riveira, o célebre muralista mexicano, que disse em 1953: "É um ensaio, uma espécie de novela curta tecida em termos plásticos de uma intensidade extraordinária. Oxalá este exemplo seja imitado, pois os pintores falariam ao povo mais intensamente do que qualquer livro e transmitiriam uma grande emoção artística com o seu valor plástico".
Sobre os encaminhamentos da arte após as conquistas de sua geração, Danúbio costumava ser cético, especialmente em relação às linguagens contemporâneas:
— Da geração nova, o problema é que são poucos os que sabem desenhar. Se baseiam em reproduções, o que faz com que tudo possa ficar muito igual. O que vale é o conceitual, o conceito da arte... Então, tá essa coisa (risos). Inventaram a bienal do vazio. Não tem nada lá e se fica emocionado? Isso aí é uma frescura. A arte contemporânea desvia o público da verdade das coisas. É um vale-tudo.
Danúbio era conhecido por posições firmes. Deixou como legado a mesma visão humanista da arte que o acompanhou desde o começo:
— A arte faz parte da existência da humanidade, é uma coisa humana, e sempre continuará sendo — disse na Galeria Duque, onde foi apresentada sua última exposição, no fim de 2013.
Quem foi
- Danúbio Villamil Gonçalves nasceu em Bagé, em 30 de janeiro de 1925. Era trineto do general Bento Gonçalves.
- Aos 10 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde teve aulas com Cândito Portinari.
- Depois de passar temporada na Europa, voltou ao Rio Grande do Sul para participar de um dos momentos mais emblemáticos da arte gaúcha com os Clubes de Gravura de Porto Alegre e Bagé nos anos 1950.
- Destacado como gravador, chegou a ganhar referência do célebre muralista mexicano Diego Rivera.
- Foi aluno, colega ou amigo de alguns dos mais importantes mestres modernos do Brasil, como Cândido Portinari, Lasar Segall, Axl Leskoschek, Iberê Camargo, Marcelo Grassmann, Carlos Scliar.
- Destacado como gravador, pintor e desenhista, Danúbio também testou materiais e técnicas, chegando à colagem e aos mosaicos. Se nem sempre alcançou resultados regulares, manteve autenticidade.
- Em obras de arte pública, é autor do Memorial da Epopeia Rio-grandense Missioneira e Farroupilha, nas imediações do Mercado Público.
- Como professor, ajudou a formar gerações de artistas que passaram pelo Instituto de Artes da UFRGS e pelo Atelier Livre de Porto Alegre, do qual acompanhou desde a fundação e foi diretor por 15 anos, aposentado compulsoriamente ao completar 70 anos. Por suas aulas, passaram nomes como Anico Herskovits, Maria Tomaselli, Miriam Tolpolar e Eloisa Tregnago.
Danúbio Gonçalves em frases
"Procuro sentir a verdade das coisas. Meu trabalho acompanha a vida."
"Acredito no estudo e na disciplina. É isso que me incomoda nos artistas de hoje. Falta o desenho. Infelizmente, o desenho está se perdendo. Picasso fazia o que queria com a forma porque conhecia a forma, porque desenhava. Até para o fotógrafo, desenhar é bom. Que dirá para o artista..."
"Quando morava no Rio, via na Avenida Atlântica uma casa cheia de quadros. Soube que era do Portinari, tomei coragem e levei meus trabalhos até ele, que me recebeu bem. Foi um artista fantástico, o maior do Brasil. Depois, viajei pela Europa e fui aprendendo vendo as obras nos museus. Arte é cor e forma, o resto é demagogia. Portinari era de uma limpeza... Não sujava nada, pura disciplina."
"Eu morava no Leme, passava na frente de uma casa cheia de quadros e ficava espiando. Não sabia quem morava lá. Quando descobri que era o Portinari, tomei coragem, peguei uns desenhos meus e fui mostrar. Acho que ele gostou. Ele não dava aulas. Mas deixava a gente desenhar quando tinha modelo vivo. Íamos eu, o Athos Bulcão, o Iberê Camargo. No final, ele vinha olhar o que a gente tinha feito. Dava algum palpite. Mas não era uma aula. Lembro que a paleta dele era muito limpa. Ele era todo organizado. Nunca mostrava um quadro sem moldura."
"Na Europa, eu vivia a arte visitando os museus. Vem daí minha pintura plana, de duas dimensões, sem profundidade..."
"O tema para mim não é janela. Tem artista que olha para a tela como se ela fosse uma janela para o mundo. Eu não. Eu quero sentir a verdade da coisa. Claro que você não precisa passar fome para pintar um pobre. Mas o meu trabalho acompanha a vida. Tenho que viver aquilo."
"Sempre gostei de lecionar. Teve uma época em que me perguntei: "Sou professor ou sou artista?"
"Acho que a arte é algo orgânico. Uma necessidade. Faço isso porque eu preciso. Meu pai queria que eu fosse médico, mas desde pequeno eu sabia que seria artista."
Fonte: GZH Artes. Consultado pela última vez em 18 de janeiro de 2023.
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Danúbio Gonçalves – consagração absoluta de uma vida à sua arte | Fundação Iberê Camargo
Dando continuidade à série Os Quatro – Grupo de Bagé, Luiz Coronel destaca a obra de Danúbio Gonçalves, o último integrante do Grupo a falecer, em 21 de abril deste ano.
Existe uma palavra pouco explícita, “bageensidade”, por certo de componente bairrista, mas nem por isso destituída de consistência. Em Bagé, acontece a República Rio-grandense e por aí marcham garbosos ou cômicos fatos insólitos, que se tornam cotidianos.
Embora já longo se faça meu andar, o Grupo de Bagé sempre esteve próximo de mim. Vejamos: minha irmã Maria Amélia fora uma espécie de secretária do grupo. Era uma jovenzinha, e em minha casa reclamava-se o seu atraso à hora das refeições, tão envolvida no trabalho daqueles rapazes
pintores, gravadores, artistas destinados à criação de um trabalho grandioso, no campo das artes plásticas.
No giro das roldanas do tempo, volta e meia retorna o enfoque valorizador do trabalho do grupo. E que não se faça desses momentos apenas um tilintar de taças, aplausos, exposições e palestras, tenha-se então como reflexão e impulso sobre a importância da arte e da permanência da obra de nosso “quarteto triunfante” de Bagé.
Subo numa banqueta para proclamar que o Rio Grande é um estado ao sul de si mesmo. Somos em tudo iguais e em tudo diferentes dos demais brasileiros. Distância geográfica e fatores históricos nos levam a um distanciamento do qual somos vítimas e cúmplices. O Brasil convive com o Rio Grande por meio de seus símbolos e não por meio de sua pulsante realidade.
Glênio, dos murais palacianos; Glauco, conciliando o tradicional às vanguardas; Scliar, captando a poesia dos utensílios domésticos; Danúbio, o depoimento ágil e denso da vida nas charqueadas. Sempre reconheci a erupção dos movimentos transformadores como uma arregimentação da força criativa dos artistas, explodindo, vencendo barreiras, rompendo a casca, saltando para o meio do mundo. Com essa visão, deparo o Renascimento, após mil anos de sonolência medieval e, no caso brasileiro, a Semana de Arte Moderna de 1922, em São Paulo. E, assim, o Grupo de Bagé, a Califórnia da Canção de Uruguaiana.
Dos componentes do Grupo de Bagé muito convivi com meu parceiro em livros e murais Danúbio Gonçalves. Ao despertar, pela manhã, minha governanta avisava: “aquele senhorzinho está esperando pra tomar um café com o senhor”. Era o silencioso, profundo artista Danúbio Gonçalves. Na modesta e acanhada cerimônia do adeus, coloquei minha cabeça entre as mãos, sentindo que partia um homem de mãos abençoadas e talento vigoroso. Danúbio Gonçalves – consagração absoluta de uma vida à sua arte.
Danúbio Gonçalves,
a eternização do instante
Ah, esse olhar atento,
preciso e rápido,
afiando lâminas
para revelar nas gravuras
a amarga plástica
das charqueadas.
Nas areias de Torres,
na geometria das cores,
os etéreos balões,
ramalhetes de flores
anunciando o outono.
As mulheres e o mar.
Seus pincéis revelam
o aroma da pele
e os cristais do suor.
Sob os céus marroquinos,
com mantos e turbantes
sua pintura se fez miragem.
Suas mãos revelam
as viúvas de Nazaré,
negros pássaros
da solidão, com suas
mortalhas de treva.
Danúbio descobre
a vida que habita
em cada segundo
e o eterniza…
(Nesta quinta-feira, a curadora e crítica de arte Marília Panitz fala de sua relação com Glênio Bianchetti)
Fonte: Fundação Iberê Camargo. Consultado pela última vez em 19 de janeiro de 2023.
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Grupo de Bagé – Wikipédia
O Grupo de Bagé foi um grupo de artistas atuantes em Bagé e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Brasil, importante para a atualização da arte sulina entre os anos 40 e 50. Sua atuação é reconhecida também como uma contribuição significativa para a democratização da arte brasileira. Formado inicialmente por Glauco Rodrigues, Glênio Bianchetti, Jacy Maraschin e Ernesto Wayne que, através do intelectual Pedro Wayne, entraram em contato com Carlos Scliar, Danúbio Gonçalves e José Morais. Ficaram mais conhecidos como membros do grupo, entretanto, apenas Scliar, Bianchetti, Gonçalves e Rodrigues. O nome nasceu após uma exposição realizada em Porto Alegre em 1948, na galeria do Correio do Povo, quando eles foram chamados de "os novos de Bagé" pela imprensa local.
Defendiam a popularização da arte através da abordagem de temas sociais e regionais, num estilo figurativo realista com traços expressionistas. O Grupo foi uma influência direta para a formação do Clube de Gravura de Bagé, do Clube de Gravura de Porto Alegre e do Museu da Gravura Brasileira, que renovaram as artes gráficas brasileiras nos anos 50 através de uma proposta semelhante.
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 19 de janeiro de 2023.
Crédito fotográfico: GZH Artes, Danúbio na exposição "A Glória do Pincel", em 2013, fotografia de Diego Vara. Consultado pela última vez em 18 de janeiro de 2023.
Danúbio Villamil Gonçalves (Bagé, Rio Grande do Sul, 30 de janeiro de 1925 — Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 21 de abril de 2019), mais conhecido como Danúbio Gonçalves, ou apenas Danúbio, foi um professor, pintor, desenhista, gravador e escritor brasileiro. Com precisão técnica, retrata, principalmente o cotidiano, o trabalho e os costumes gaúchos. Ainda jovem, mudou-se para o Rio de Janeiro, frequentou o ateliê de Cândido Portinari com Iberê Camargo. Em 1945, frequentou o ateliê de Roberto Burle Marx e de August Zamoyski. Em 1946, estudou gravura e desenho na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, com Carlos Oswald, Axl Leskoschek e Tomás Santa Rosa Júnior. Viajou para Paris e, entre 1949 e 1951, frequentou a Académie Julian. De volta ao Brasil, fundou o Clube de Gravura de Bagé, no Rio Grande do Sul, com Glauco Rodrigues, Glênio Bianchetti e Carlos Scliar. Com esses artistas, mais Vasco Prado, integrou o Clube de Gravura de Porto Alegre entre 1951 e 1955. Desde 1963, orientou os alunos do curso de litogravura do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, instituição que dirigiu até 1978. Entre 1969 e 1971, lecionou gravura no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IA/UFRGS). Entre 1970 e 1978, fez várias palestras e deu cursos de xilogravura, litografia, desenho e pintura no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Danúbio foi um dos maiores artistas plásticos da história do Rio Grande do Sul e do Brasil. Além da pintura, gravura e escultura, dedicou-se também ao mosaico, realizando obras em painéis na Igreja de São Roque, em Bento Gonçalves; no Santuário do Sagrado Coração de Jesus, junto ao túmulo do padre João Batista Reus, em São Leopoldo; e na Igreja de São Sebastião, em Porto Alegre. Sua obra está presente em diversas coleções particulares e nos principais acervos do país, como o Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, a Pinacoteca Pública Aplub (Porto Alegre), o Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro), a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, o Museu de Arte Moderna de São Paulo, entre outros.
Biografia – Itaú Cultural
Danúbio Villamil Gonçalves (Bagé, Rio Grande do Sul, 1925 – Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 2019). Gravador, desenhista, pintor e professor. Com engajamento e precisão técnica, retrata o cotidiano, o trabalho e os costumes gaúchos.
Na década de 1940, estudou gravura e desenho na Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro, com Carlos Oswald (1882-1971) e Axl Leskoschek (1889-1975). Frequenta o ateliê de Cândido Portinari (1903-1962) com Iberê Camargo (1914-1994). No início da carreira, faz caricaturas e sátiras da sociedade carioca contemporânea.
Entre 1949 e 1951 reside em Paris e frequenta a Académie Julian. De volta ao Brasil, funda o Clube de Gravura de Bagé, no Rio Grande do Sul, com Glauco Rodrigues (1929-2004), Glênio Bianchetti (1928- 2014) e Carlos Scliar (1920-2001). Com esses artistas, integra o Clube de Gravura de Porto Alegre, entre 1951 e 1955. O grupo retrata o povo e os costumes gaúchos de diferentes formas e objetiva estabelecer um diálogo com o público e ampliar o acesso à arte.
A atividade artística de Danúbio Gonçalves tem relação estreita com o seu engajamento político. Ao lado de outros artistas, visita países do bloco comunista, rejeita a Bienal de São Paulo e o abstracionismo e defende uma arte regional, de cunho social, próxima do realismo socialista. Sua produção mais característica consiste em xilogravuras, sobretudo a dos anos de 1950, momento em que retrata camponeses e trabalhadores, seus cotidianos e suas festas. Algumas obras enfatizam eventos, instrumentos, danças e roupas típicas, como Festa do Mundo (1953).
Em outras, há um traço mais expressionista e anguloso, que traduz a violência da atividade dos trabalhadores, como nas séries Charqueadas (1953) e Mineiros de Butiá (1956). A primeira apresenta as etapas da produção do charque, da matança dos bois à secagem da carne. A segunda figura a vida dos mineiros, em evidente referência às obras sobre o mesmo tema do pintor holandês Vincent van Gogh (1853-1890). Em todas, exprime a angústia e a miséria pelos contrastes marcados, e a força e o movimento pela talha que ressalta os veios da madeira com diversos traços paralelos.
Para o escritor Érico Veríssimo (1905-1975), Danúbio consegue ultrapassar o interesse documental e conferir aos temas um sentido universal1. E no decorrer da obra do artista, principalmente a partir da década de 1960, o regionalismo e o traço expressionista abrem espaço para uma abordagem mais abstrata da realidade, com tons rebaixados e formas que são às vezes reconhecíveis, mas não realistas, como plantas, insetos e animais. Na linha do que sugere Veríssimo, trata-se da representação da condição humana por meio de uma "imagem do homem universal, sua deformação e sobressalto", ou de aspectos mais misteriosos da existência, como a "expressão de um cosmo ambíguo".
A partir de 1963, orienta os alunos do curso de litogravura do Ateliê Livre da Prefeitura de Porto Alegre, instituição que dirige até 1978. Entre 1969 e 1971, leciona gravura no Instituto de Artes (IA) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em sua produção artística mais tardia, envereda por uma linguagem mais pop, utilizando técnicas variadas, como tinta acrílica, aquarela e gravura. Além dos temas eróticos, pinta cenas de balonismo, em que tira proveito das grandes áreas de cor dos balões, da grama e do céu.
Na década de 1990, publica os livros Do Conteúdo à Pós-Vanguarda (1995), editado pela Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre, e Processos Básicos da Pintura (1996), pela editora AGE. Em 2000, é realizada exposição retrospectiva de sua produção no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Margs), e é publicado o livro Danúbio Gonçalves: Caminhos e Vivências, pela editora Fumproarte, com textos de Paulo Gomes (1956) e Stori (1946).
Nos anos 2000, realiza obras de grandes dimensões, como Epopéia Rio-Grandense, em Porto Alegre. Inaugurado em 2008 e com uma extensão de 16,5 metros de largura por 3 de altura, o painel retrata episódios da Revolução Farroupilha. A obra do artista faz parte de importantes coleções, como a da Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina_), do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) e do Museu de Arte Moderna de São Paulo (Masp).
Comprometido com seu lugar de origem, Danúbio Gonçalves retrata os habitantes e os costumes gaúchos. Tendo a existência humana como recorrente objeto de representação, transita tanto por abordagens expressionistas e movidas pelo engajamento social bem como por enquadramentos mais abstratos.
Críticas
"Danúbio Villamil Gonçalves possui uma tendência pela figura. As figuras aos grupos, deparadas e confrontadas em denso clima humano. Uma vida violenta circula entre elas, dando-lhes a condição. Figuras carregadas de vitalidade em ambientes impregnados de força. Não falseia nunca. Sempre fiel ao conteúdo inviolável. Este tratamento direto e carinhoso, embora de um carinho violento, às vezes, não prejudica o fundamental do pintor, não perturba sua plástica. Jamais uma concessão à retórica, ao literário. Sempre o roteiro árduo" — Clovis Assumpção (DANÚBIO Gonçalves: desenho, gravura, pintura 1964-1976. Apresentação de Quirino Campofiorito et al. São Paulo: MAM, 1976).
"Entre os fundadores do Clube da Gravura e seus herdeiros, poucos tiveram a maturação e a longa pesquisa de Danúbio. Certamente existem poucos litogravadores como ele no Brasil. Apesar do caminho rigoroso percorrido por uma pintura, parece-me que a obra gráfica do artista é mais ponderável e de maior fôlego. A sua tendência natural é gráfica. Mesmo as pinturas - quando melhores - têm um forte acento gráfico, com definição de desenho, planos estabelecidos, valores de claro e escuro evidentes. A cor não oferece para esse artista um interesse vital. Seu mundo percorre as linhas do desenho e da obra impressa. É, talvez, um pouco injusto insistirmos na parte gráfica da exposição, quando a pintura percorreu o seu destino durante, pelo menos, 30 anos. Mas a importância desse artista sóbrio e discreto no universo gráfico brasileiro precisa, finalmente, ser lembrada. Seu trabalho registra um tipo de vida e folclore em via de desaparecer; depois, esse trabalho envereda na abstração para retornar, enfim, a uma figuração mágica em que o artista encontra todos os seus desencontros e realiza uma obra madura e serena. Acompanhando esse longo período de trabalho, temos o prazer de encontrar diante de nós um artista sereno, maduro e com pleno conhecimento de suas forças criadoras. Capaz de unir num mesmo momento espacial o seu universo de preocupações sociais e formais e, também, o afloramento do inconsciente com seus símbolos, lirismos e fantasias" — Jacob Klintowitz (KLINTOWITZ, Jacob. Versus: dez anos de crítica de arte. Prefácio Jacob Klintowitz; apresentação Pietro Maria Bardi. São Paulo: André Galeria de Arte, 1978. 143 p. il).
"Entre a pintura acadêmica lambida e 'bem feitas' que fotografa o mundo, e os coloridos labirintos geométricos ou caóticos de certo tipo de arte abstrata, destituída de humanidade, existem - é lógico - mil outros caminhos e descaminhos. Tenho a impressão de que, para usar de uma boa expressão popular, Danúbio 'acertou a mão' e atingiu a plena maturidade artística nesta nova fase em que não foge ao mundo objetivo, à imagem humana nem os desfigura, mas transfigura-os poética e dramaticamente. A visão deste artista não é a da fiel câmara fotográfica nem a do espelho côncavo ou convexo que recria o mundo e a humanidade em grotescos termos de caricatura. Admirável desenhista - é hoje em dia dizer que um pintor sabe desenhar é uma horrenda heresia! -, Danúbio consegue dar a temas regionais (veja-se, por exemplo, Picador e O Guri das Cabeças) um interesse e um sentido universais, desprezando os pormenores de natureza puramente documentária. (...) Outro aspecto muito simpático da personalidade artística de Danúbio Gonçalves é a sua atividade de artesão. Como os pintores renascentistas, ele mesmo prepara suas tintas, suas telas, a madeira em que faz suas gravuras; e é ele próprio quem transpõe para a pedra os seus desenhos e imprime depois suas reproduções. E com que alegria e amorosa paciência ele faz todas essas coisas! Certos críticos de arte preocupam-se muito com saber qual é a MENSAGEM que o artista transmite em seus quadros. Outros chegam ao ponto de exigir que ele sofra muito no ato de pintar (...) Santo Deus! Será que ninguém jamais pensa no puro prazer lúdico que o artista experimenta no ato da criação? Veja-se o exemplo incomparável de Picasso, esse adolescente de mais de oitenta anos. Ele pode ter lavrado protestos dramáticos com o seu inesquecível Guernica, mas sua obra inteira é antes de mais nada um hino à vida e ao prazer dos sentidos, uma lição de esperança, coragem e amor. Com seu jeitão de homem do campo, retraído e meio tímido, Danúbio vive a sua vida no tom em que fala, isto é, em surdina. Guarda-se todo - força, ternura, paixão, lirismo - para a sua arte. Espalha, por assim dizer, em seus quadros, todas as economias que faz na vida cotidiana. E o resultado aí está (...)" — Erico Verissimo (Catálogo de exposição no ICBNA de Porto Alegre, Porto Alegre, outubro de 1971 citado por: GONÇALVES, Danúbio. Danúbio Gonçalves : caminhos e vivências. Texto Paulo Gomes, Norberto Stori; fotografia Fernando Zago. Porto Alegre : FUMPROARTE, 2000. P. 134-135).
Exposições Individuais
1944 - Bagé RS - Individual, no Instituto de Belas Artes
1945 - Bagé RS - Individual, no Instituto Municipal de Música
1955 - Porto Alegre RS - Individual, no Círculo Bageense
1959 - Porto Alegre RS - Individual, no Pavilhão da Avenida Borges de Medeiros
1963 - Porto Alegre RS - Individual, no Margs
1964 - Porto Alegre RS - Individual, no Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano
1965 - Porto Alegre RS - Individual, no Espaço Galeria
1967 - Porto Alegre RS - Individual, no IAB/RS
1968 - Porto Alegre RS - Individual, no Margs
1971 - Salvador BA - Individual, no MAM/BA
1972 - Porto Alegre RS - Individual, na Esphera Galeria de Arte
1976 - Curitiba PR - Individual, no Museu Guido Viaro
1976 - Porto Alegre RS - Retrospectiva 12 Anos de Carreira, no Margs
1976 - São Paulo SP - Retrospectiva, no MAM/SP
1979 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria de Arte Independência
1980 - Bagé RS - Individual, no Museu da Gravura Brasileira
1980 - Novo Hamburgo RS - Individual, na Galeria Casa Velha Convívio de Arte
1980 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria de Arte Clube do Comércio
1981 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Imagem
1981 - Santa Maria RS - Individual, na Sala de Exposições da UFSM
1981 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1982 - Camboriú SC - Individual, na Galeria Lascaux
1982 - Casablanca (Marrocos) - Individual, na Galeria Oukade
1982 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria de Arte Clube do Comércio
1982 - Porto Alegre RS - Retrospectiva de Gravura, no Margs
1982 - São Leopoldo RS - Individual, na Galeria Liana Brandão
1986 - São Leopoldo RS - Individual, na Galeria Liana Brandão
1987 - Florianópolis SC - Individual, no Masc
1987 - Porto Alegre RS - Retrospectiva, na Galeria de Arte da CEE
1987 - Santa Maria RS - Individual, na AB Galeria de Arte
1988 - Porto Alegre RS - Individual, no Centro Municipal da Cultura
1989 - São Leopoldo RS - Individual, na Galeria Liana Brandão
1990 - Porto Alegre RS - Hommage a Torres, na Galeria de Arte Mosaico
1991 - Bagé RS - Individual, no Museu da Gravura Brasileira, Fundação Áttila Taborda
1991 - Caxias do Sul RS - Individual, na Galeria de Arte do Sesc
1991 - Porto Alegre RS - Individual, no Atelier Livre da Prefeitura
1991 - Torres RS - Individual, na Sociedade Amigos da Praia de Torres
1992 - Cachoeira do Sul RS - Individual, no Atelier Livre Municipal de Cachoeira do Sul
1992 - Paris (França) - Individual, na Galeria L´Oeil de Boeuf
1992 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria de Arte Mosaico
1992 - Porto Alegre RS - Individual, no Margs
1992 - Porto Alegres RS - Individual, no Salão Municipal de Cultura
1993 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria de Arte Mosaico
1993 - Torres RS - Individual, na Associação dos Artistas Plásticos de Torres
1995 - Bagé RS - Individual, no Museu de Gravura Brasileira
1995 - Pelotas RS - Individual, no Museu Leopoldo Gotuzzo
1995 - Porto Alegre RS - Danúbio e a Imprensa, Mostra de Caricaturas de 1939 a 1941, no Museu de Comunicação Social Hipólito da Costa
1995 - Porto Alegre RS - Homenagem dos 70 Anos, na Galeria Iberê Camargo, Usina do Gasômetro
1995 - Porto Alegre RS - Projeto A Gravura no Rio Grande do Sul, no Margs
1995 - Porto Alegre RS - Retrospectiva 70 Anos, Pinturas de 1948 a 1993, no Margs
1996 - Porto Alegre RS - Homenagem a Anestor José Tavares, na Galeria Marisa Soibelmann
1998 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria de Arte Mosaico
2000 - Bagé RS - Danúbio Gonçalves: retrospectiva, na Casa de Cultura Pedro Wayne
2000 - Caxias do Sul - RS - Danúbio Gonçalves: retrospectiva, no Centro de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho
2000 - Pelotas - RS - Danúbio Gonçalves: retrospectiva, no Museu de Artes Leopoldo Gotuzzo
2000 - Porto Alegre RS - Danúbio Gonçalves: restrospectiva, no Museu dos Correios
2000 - Brasília DF - Danúbio Gonçalves: retrospectiva, no Espaço Cultural dos Correios
2008 - Porto Alegre RS - Balonismo II, no Centro Cultural CEEE - Érico Veríssimo
2008 - Porto Alegre RS - Balonismo II, no Parque Odilo Webber Rodrigues
2009 - Bagé RS - Aos Grandes: Danúbio Gonçalves, no Palacete Pedro Osório
2009 - Pelotas RS - Aos Grandes Mestres: Danúbio Gonçalves, no MALG
2010 - Porto Alegre RS - Aos Grandes Mestres: Danúbio Gonçalves, no Centro Cultural CEEE - Érico Veríssimo
2010 - Porto Alegre RS - Xarqueadas, no Parque da Harmonia, Centro de Eventos Almir Azeredo Ramos
2010 - Uruguaiana RS - Aos Grandes Mestres: Danúbio Gonçalves, no Sesc Uruguaiana
2012 - Porto Alegre RS - Arte Pública - Murais de Danúbio Gonçalves, no Paço dos Açorianos
2012 - Santa Maria RS - Aos Grandes Mestres: Danúbio Gonçalves, no Museu de Arte de Santa Maria
Exposições Coletivas
1945 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Arte Moderna, na ABI/RJ
1948 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Auditório do Correio do Povo
1948 - Rio de Janeiro RJ - 53º Salão Nacional de Belas Artes - menção honrosa e medalha de prata
1951 - Bagé RS - Coletiva, na Galeria de Arte
1951 - Porto Alegre RS - 5º Salão de Artes Plásticas da Associação Francisco Lisboa - medalha de prata
1952 - Berlim (Alemanha) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Bucareste (Romênia) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Curitiba PR - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Florianópolis SC - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Goiânia GO - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Montevidéu (Uruguai) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Moscou (União Soviética, atual Rússia) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Nova York (Estados Unidos) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Pequim (China) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Porto Alegre RS - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Praga (República Tcheca) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna
1952 - Rio de Janeiro RJ - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Santiago (Chile) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - São Paulo SP - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Varsóvia (Polônia) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Viena (Áustria) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1952 - Viña del Mar (Chile) - Clube de Gravura de Porto Alegre
1953 - Rio de Janeiro RJ - 2º Salão Nacional de Arte Moderna - prêmio viagem ao país
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco, no Palácio da Cultura
1954 - Salvador BA - 4º Salão Baiano de Belas Artes
1955 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão Nacional de Arte Moderna
1956 - São Paulo SP - Contribuição ao Realismo, no MAM/SP
1959 - Porto Alegre RS - 2ª Feira da Gravura de Porto Alegre
1961 - Denver (Estados Unidos) - Gravadores Gaúchos
1961 - Porto Alegre RS - Salão de Arte Rio-Grandense - medalha de ouro
1962 - Curitiba PR - Artistas do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, no Salão da Biblioteca de Curitiba
1962 - Porto Alegre RS - 4º Salão de Artes Plásticas de Porto Alegre - medalha de prata
1962 - Porto Alegre RS - 9º Salão de Artes Plásticas do Instituto de Belas Artes
1962 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Faculdade de Arquitetura
1962 - Washington D. C. (Estados Unidos) - Coletiva, na Graphic Arts Gallery
1963 - Belo Horizonte MG - 18º Salão Municipal de Belas Artes de Belo Horizonte - 3º prêmio
1963 - Curitiba PR - 14 Artistas Gaúchos, na Galeria Macunaíma, Departamento de Cultura do Estado do Paraná
1963 - Porto Alegre RS - 1º Salão da Cidade de Porto Alegre - 1º prêmio de gravura
1963 - Porto Alegre RS - Gravuras, no Margs
1964 - Porto Alegre RS - Artistas do Rio Grande do Sul, na Galeria Portinari
1964 - Porto Alegre RS - Feira do Artista Gaúcho - primeiro prêmio
1965 - Belo Horizonte MG - Premiados do 30º Salão de Belas Artes, na Galeria do ICBEU
1965 - Curitiba PR - Gravura Brasileira Contemporânea
1965 - Porto Alegre RS - 2º Salão da Cidade de Porto Alegre, no Margs - 1º prêmio de desenho
1965 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Leopoldina Galeria de Arte
1966 - Belo Horizonte MG - Coletiva, na Galeria Guignard
1966 - Curitiba PR - 23º Salão Paranaense de Belas Artes, na Biblioteca Pública do Paraná
1966 - Porto Alegre RS - Arte Hoje no Rio Grande do Sul, no Margs
1966 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano
1966 - Porto Alegre RS - Tendências 66, na Galeria do IAB
1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas da Bahia
1967 - São Paulo SP - 4 artistas do Rio Grande do Sul, na Galeria 4 Planetas
1967 - Tóquio, Sakata, Katsuragitar, Mikko, Kanasawa e Suzu (Japão) - Gravadores Gaúchos no Japão, na Embaixada do Brasil, na International Society of Plastic an Audio Visual Art Homma
1968 - Campinas SP - 4º Salão de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC
1968 - Curitiba PR - 25º Salão Paranaense, na Biblioteca Pública do Paraná
1968 - Florianópolis SC - 1ª Exposição Nacional de Artes Plásticas, no Masc
1968 - Londrina PR - 4º Salão de Arte Religiosa Brasileira
1968 - Porto Alegre RS - 4º Salão Cidade de Porto Alegre
1968 - Porto Alegre RS - Estande Artes Plásticas da Expositur
1968 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Artistas Gaúchos: a imagem do Rio Grande, promovida pela Revista Cultural Contemporânea
1968 - Salvador BA - 2ª Bienal Nacional de Artes Plásticas da Bahia
1968 - São Paulo SP - Núcleo de Gravadores de Porto Alegre
1969 - Curitiba PR - Salão Paranaense, na Federação das Indústrias do Estado do Paraná
1970 - San Juan (Porto Rico) - 1ª Bienal de San Juan del Grabado latino-americano y del Caribe
1970 - São Paulo SP - Pré-Bienal de São Paulo, na Fundação Bienal
1971 - Curitiba PR - 28º Salão Paranaense, na Biblioteca Pública do Paraná
1971 - Porto Alegre RS - 1º Salão de Artes Visuais da UFRGS
1971 - São Paulo SP - 11ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1971 - São Paulo SP - 3º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1972 - Nova York (Estados Unidos) - Selecionados na 2ª Bienal de Grabado latino-americano do Porto Rico, na Galeria do Pratt Graphics Center
1972 - São Paulo SP - 2ª Exposição Internacional de Gravura, no MAM/SP
1972 - São Paulo SP - Mostra de Arte Sesquicentenário da Independência e Brasil Plástica ? 72, na Fundação Bienal
1973 - Bagé RS - Quatro de Bagé, na Fundação Áttila Taborda
1973 - Curitiba PR - 30º Salão Paranaense, no Teatro Guaíra
1973 - Curitiba PR - 30º Salão Paranaense, no MAC/PR - prêmio aquisição de pintura
1973 - Porto Alegre RS - 2º Salão de Artes Visuais da UFRGS
1973 - Porto Alegre RS - Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre: professor e alunos
1973 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria Ponto de Arte
1973 - Porto Alegre RS - Lançamento de Álbuns de Gravuras de Artistas Gaúchos, na Galeria Gerdau
1973 - San Francisco (Estados Unidos) - World Prints Entrants, no Museu de San Francisco
1973 - São Paulo SP - 12ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1974 - San Juan (Porto Rico) - 3ª Bienal de San Juan del Grabado latino-americano y del Caribe
1974 - São Paulo SP - 6º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP - prêmio gravura
1974 - São Paulo SP - Bienal Nacional 74 - Sala Didática da Gravura Brasileira, na Fundação Bienal
1975 - Brasília DF - Arte Gaúcha 74
1975 - Porto Alegre RS - Panorama da Arte Gaúcha, na Galeria EucatExpo
1976 - Bagé e Porto Alegre RS - Grupo de Bagé, no Projeto Cultur - Secretaria de Turismo e Educação
1976 - Bagé RS - 1º Encontro Nacional de Artistas Plásticos, no Museu Dom Diogo de Souza
1976 - Bagé RS - 2º Encontro de Artistas Plásticos, no Museu Dom Diogo de Souza
1976 - Porto Alegre RS - 9 Artistas Gaúchos, no Posto de Informações Turísticas Açorianos (Epatur). A exposição inaugura o Posto de Informações.
1976 - Porto Alegre RS - Álbum 5 Serigrafias, na Galeria IAB
1976 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Epatur
1976 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria EucatExpo
1976 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Pinacoteca Aplub de Arte Riograndense
1976 - Porto Alegre RS - O Museu Vai à Indústria, na Aços Finos Piratini
1976 - Porto Alegre RS - Por uma Arte Brasileira: Grupo de Bagé, na UFRGSul. Instituto de Artes
1976 - Porto Alegre RS - Tradições Gaúchas, no Instituto de Artes da UFRGS
1976 - San Juan (Porto Rico) - 4ª Bienal de San Juan del Grabado latino-americano y del Caribe
1977 - São Paulo SP - 9º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1978 - Curitiba PR - 1ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, no Centro de Criatividade de Curitiba
1979 - Curitiba PR - 2ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, no Centro de Criatividade de Curitiba
1979 - Curitiba PR - 36º Salão Paranaense
1979 - Porto Alegre RS - O Museu vai à Indústria, no Grupo Olvebra
1980 - Santa Maria RS - Coletiva, na Sala de Exposições da UFSM
1980 - São Paulo SP - 12º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1981 - Beirute e Jounieh (Líbano) - Pintores Brasileiros
1981 - Curitiba PR - 4ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, na Casa da Gravura Solar do Barão
1981 - Gramado RS - Aquarelistas Gaúchos, na Fearte
1981 - San Juan (Porto Rico) - 5ª Bienal de San Juan del Grabado latino-americano y del Caribe
1982 - Penápolis SP - 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1983 - Porto Alegre RS - Arte Livro Gaúcho: 1950/1983, no Margs
1983 - Porto Alegre RS - Do Passado ao Presente: as artes plásticas no Rio Grande do Sul, no Cambona Centro de Arte
1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1984 - Caracas (Venezuela) - 2ª Bienal del Grabado de America
1984 - Curitiba PR - 6ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba
1984 - Curitiba PR - 6ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba, na Fundação Cultural de Curitiba
1984 - Curitiba PR - 6º A Xilogravura na História da Arte Brasileira, na Casa Romário Martins
1984 - Porto Alegre RS - Gravuras: uma trajetória no tempo, na Cambona Centro de Artes
1984 - Porto Alegre RS - Lixo de Atelier, no Espaço Cultural Yázigi
1984 - Ribeirão Preto SP - Gravadores Brasileiros Anos 50/60, na Galeria Campus USP ? Banespa
1984 - Rio de Janeiro RJ - A Xilogravura na História da Arte Brasileira
1984 - Rio de Janeiro RJ - A Xilogravura na História da Arte Brasileira, na Funarte. Galeria Sérgio Milliet
1984 - Rio de Janeiro RJ - Doações Recentes 82-84, no MNBA
1985 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria de Arte Masson
1985 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria Tina Presser
1985 - Porto Alegre RS - Gravura no Rio Grande do Sul: atualidade, no Margs
1985 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - Gravura no Rio Grande do Sul: atualidade, no MAC/USP
1986 - Curitiba PR - 7ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba, na Casa da Gravura Solar do Barão
1986 - Porto Alegre RS - O Automóvel Faz Cem Anos, na Galeria Bolsa de Arte
1986 - Porto Alegre RS - Projeto Pinta Brasil, exposição mural
1986 - Rio de Janeiro RJ - Gravura no Rio Grande do Sul: atualidade, no Solar Grandjean de Montigny
1987 - Paris (França) - La Jeune Gravure Contemporaine et Ses Invités du Brésil
1987 - Porto Alegre RS - Coletiva, na CEE
1988 - Montevidéu (Uruguai) - Trinta Dias de Cultura
1988 - Novo Hamburgo RS - Coletiva, na Semec
1988 - Porto Alegre e Gramado RS - Coletiva, no Museu do Trabalho
1988 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria Galpão Crioulo
1988 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Grêmio Náutico União
1989 - Alegrete RS - Coletiva, no Museu de Arte Dr. José Pinto Bicca de Medeiros
1989 - Paris (França) - Coletiva Centenário de Van Gogh
1989 - Porto Alegre RS - 2ª Mostra Gaúcha de Gravura , no Centro Municipal de Cultura Lupicínio Rodrigues
1989 - Porto Alegre RS - Arte Sul 89, no Margs
1989 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Grêmio Náutico União
1990 - Curitiba PR - 9ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba, no Museu da Gravura
1990 - Curitiba PR - 9º Artistas Convidados: litografias, na Casa Romário Martins
1990 - Porto Alegre RS - 2º Encontro Gaúcho de Gravura
1990 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria Mosaico
1990 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Centro Gráfico do Museu do Trabalho
1990 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Grêmio Náutico União
1991 - Porto Alegre RS - Atelier Livre 30 Anos
1991 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Grêmio Náutico União
1991 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano
1991 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Margs
1991 - São Jerônimo RS - Coletiva, no Museu do Carvão
1992 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Casa de Cultura Mario Quintana
1992 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Atelier Livre da Prefeitura
1992 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Centro Gráfico do Museu do Trabalho
1992 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Edel Trade Center
1992 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Grêmio Náutico União
1993 - Canela RS - Pontos de Encontro, na Fundação Cultural de Canela
1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Funesc
1993 - Porto Alegre RS - Arte Sul, no Margs
1993 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Grêmio Náutico União
1993 - Porto Alegre RS - Gravura, no Margs
1993 - Porto Alegre RS - Retrospectiva 20 Anos do Desenho Gaúcho, no Centro Cultural Brasil-Espanha
1994 - Porto Alegre e Pelotas RS - Litografia Hoje, no Margs e na Sala Frederico Trebbi, Prefeitura de Pelotas
1994 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Atelier Livre da Prefeitura
1994 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Grêmio Náutico União
1994 - São Paulo SP - Os Clubes de Gravura do Brasil, na Pinacoteca do Estado
1994 - São Paulo SP - Poética da Resistência: aspectos da gravura brasileira, na Galeria de Arte do Sesi
1994 - São Paulo SP - Xilogravura: do cordel à galeria, no Metrô
1995 - Pelotas RS - Coletiva, na Fundação Municipal de Integração, Museu do Charque
1995 - Porto Alegre RS - 6º Salão Cidade de Porto Alegre - artista homenageado
1995 - Porto Alegre RS - A Arte Vê a Moda, promoção do jornal Zero Hora, na Casa de Cultura Mario Quintana
1995 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Centro Gráfico do Museu do Trabalho
1995 - Porto Alegre RS - Gravuras: Mestres e Alunos, no Instituto Goethe
1995 - Porto Alegre RS e Haifa (Israel) - Printing Today
1996 - Bagé RS - Grupo de Bagé: retrospectiva de gravura, no Museu da Gravura Brasileira
1996 - Novo Hamburgo, Pelotas, Bagé, Santa Maria e Passo Fundo RS - A Arte Vê a Moda, itinerante promovida pelo jornal Zero Hora
1996 - Passo Fundo RS - Museu de Artes Visuais Ruth Schneider: exposição inaugural, no Museu de Artes Visuais Ruth Schneider
1996 - Porto Alegre RS - Grupo de Bagé no Acervo do Margs, no Margs
1996 - Porto Alegre RS - Grupo de Bagé no Clube de Gravura, na Galeria da Caixa Econômica Federal
1996 - Porto Alegre RS - Grupo de Bagé: gravura e atualidade, no Centro Municipal de Cultura
1996 - Porto Alegre RS - Grupo de Bagé: pintura e atualidade, na Galeria de Arte Mosaico
1997 - Brasília DF - Grupo de Bagé no Clube de Gravura: década de 50, na Galeria da Caixa Econômica Federal
1997 - Curitiba PR - Grupo de Bagé no Clube de Gravura: década de 50, na Galeria da Caixa Econômica Federal
1997 - Rio de Janeiro RJ - Grupo de Bagé no Clube de Gravura: década de 50, na Galeria da Caixa Econômica Federal
1997 - São Paulo SP - Grupo de Bagé no Clube de Gravura: década de 50, na Galeria da Caixa Econômica Federal
1998 - Buenos Aires (Argentina) - Arte en la Calle
1998 - Porto Alegre RS - Arte Erótica, no Margs
1998 - Rio de Janeiro RJ - Litografia 200 Anos, na Galeria Sesc
1998 - Santo Ângelo RS - Exposição URI - Desenhos e Gravuras
1998 - São Paulo SP - Os Colecionadores. Guita e José Mindlin: matrizes e gravuras, na Galeria de Arte do Sesi
1999 - Porto Alegre RS - Garagem de Arte: mostra inaugural, na Garagem de Arte
1999 - Porto Alegre RS - Gravura Gaúcha, no Centro Municipal de Cultura
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: acervo do Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Porto Alegre Gravura, no IAB
2000 - Bento Gonçalves RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul
2000 - Canela RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul
2000 - Caxias do Sul RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul
2000 - Caxias do Sul RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul . Centro de Convivência
2000 - Farroupilha RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul
2000 - Guaporé RS - Coletiva de Gravura
2000 - Nova Prata RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul
2000 - Porto Alegre RS - Brasil 500 Anos - Navegadores de Imagens, no Centro Cultural Usina do Gasômetro
2000 - São Paulo SP - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural
2000 - Vacaria RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul
2000 - Veranópolis RS - Coletiva de Gravura, na Universidade de Caxias do Sul
2001 - Brasília DF - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaugaleria
2001 - Penápolis SP - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural
2001 - Rio de Janeiro RJ - Trilhando a Gravura, no Museu da Chácara do Céu
2002 - Passo Fundo RS - Gravuras: Coleção Paulo Dalacorte, no Museu de Artes Visuais Ruth Schneider
2002 - Porto Alegre RS - Desenhos, Gravuras, Esculturas e Aquarelas, na Garagem de Arte
2002 - Porto Alegre RS - Gravuras: Coleção Paulo Dalacorte, no Museu do Trabalho
2003 - Porto Alegre RS - Vida, Povo, Fome, Trabalho e Religião, na Garagem de Arte
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2008 - São paulo SP - Panorama dos Panoramas, no Museu de Arte Moderna
2011 - Porto Alegre RS - Do Atelier ao Cubo Branco, no MARGS
2011 - Porto Alegre RS - Labirintos da Iconografia, no MARGS
Fonte: DANÚBIO Gonçalves. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2023. Acesso em: 18 de janeiro de 2023. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia – Wikipédia
Membro de uma família tradicional de estancieiros, descendente de Bento Gonçalves, um dos líderes da Revolução Farroupilha, seu pai queria que se tornasse médico, e ele decidiu ser artista. Quando tinha dez anos de idade mudou-se com familiares para o Rio de Janeiro. Na década de 1940 estudou na Fundação Getúlio Vargas com Carlos Oswald (gravura em metal) e Axl Leskoschek (xilogravura). Também teve aulas de desenho com Tomaz Santa Rosa. Tornou-se amigo de Iberê Camargo e com ele frequentou o atelier de Cândido Portinari para estudar modelo vivo. Nesta época fazia caricaturas da sociedade carioca, publicadas pelas revistas Cena Muda e Mirim. Viajou para Paris, e entre 1949 e 1951 frequentou a Academia Julian.
Sua atividade artística está intimamente ligada ao seu engajamento político. De volta ao Brasil, associou-se com Glauco Rodrigues, Glênio Bianchetti e Carlos Scliar, fundando com eles o influente Grupo de Bagé, que marcou época na gravura brasileira. A partir da década de 1960 sua produção se diversifica em técnica, estilo e temática. Recebeu vários prêmios e homenagens, realizou mais de 50 exposições individuais e participou de mais de uma centena de coletivas.
Como professor formou gerações de novos artistas. Desde 1963, orientou os alunos do curso de litogravura do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, instituição que dirigiu até 1978. No período entre 1969 e 1971, lecionou gravura no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em 1984 participou da fundação do Núcleo de Gravura do Rio Grande do Sul. Deu cursos de xilogravura, litografia, desenho e pintura no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
Em 1992 recebeu da Câmara de Vereadores de Porto Alegre o título de Cidadão Porto-Alegrense e a Comenda Pedro Weingärtner. Em 2000, foi realizada uma exposição retrospectiva da sua trajetória no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), e foi publicado o livro Danúbio Gonçalves: Caminhos e Vivências, pela editora Fumproarte, com textos de Paulo Gomes e Norberto Stori. Neste período realizou obras de grandes dimensões, como o mural de azulejos Epopeia Rio-Grandense, instalado em uma esplanada cívica na frente do Mercado Público, e o mural Contribuição da Comunidade Judaica no RS - 100 Anos, instalado no Viaduto Jorge Alberto Mendes Ribeiro. Ainda em 2000 passou a fazer parte do Conselho Consultivo do MARGS. Em 2005, celebrando seu 80º aniversário, foi convidado oficial da Semana Comemorativa dos 143 anos de Bagé, foi festejado com a instalação de uma placa no Atelier Livre, e recebeu da Secretaria de Estado da Cultura o Troféu Artista do Ano. Em 2006 foi homenageado pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre com o Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues. Em 2010 foi objeto do documentário Danúbio, dirigido por Henrique de Freitas Lima. Em 2014 sua individual na Galeria Duque foi uma das finalistas do Prêmio Açorianos de Artes Plásticas, nas categorias Destaque em Gravura e Acervo e Memória.
Morreu enquanto dormia em 21 de abril de 2019. Deixou esposa e três filhos. Seu desaparecimento foi amplamente noticiado e muito lamentado entre a classe artística gaúcha. Segundo a secretária estadual de cultura, Beatriz Araújo, "a trajetória do artista e do professor Danúbio Gonçalves, e o comprometimento dele enquanto ativista e extensa obra constituem um legado importante para a cultura gaúcha". Para o diretor do Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Francisco Dalcol, "é um dos nomes mais importantes da história das artes visuais do Rio Grande do Sul, tendo pertencido a uma geração que se empenhou em introduzir e difundir no estado as linguagens artísticas modernas. E, ao mesmo tempo, foi um artista que se projetou fora por sua postura de não adesão a modismos e por seu engajamento político e social". No dia 25 recebeu homenagem na Assembleia Legislativa do Estado. A Prefeitura de Bagé organizou uma semana de eventos em sua homenagem. Pequenas exposições celebrando sua memória foram organizadas rapidamente pelo MARGS e pelo Atelier Livre. Em maio uma exposição na Galeria Duque de Porto Alegre lhe prestou homenagem trazendo mais de cem obras de todas as fases de sua carreira. Em julho foi homenageado na cerimônia de entrega do Prêmio Açorianos de Artes Plásticas. Em outubro uma exposição na Fundação Iberê Camargo resgatou o legado do Grupo de Bagé, sendo apresentado paralelamente o documentário Danúbio.
Obra
Danúbio Gonçalves é lembrado principalmente como professor e gravurista. Recebeu uma formação acadêmica mas incorporou ao longo de sua carreira doses variáveis de elementos inspirados no modernismo, na arte pop e na arte popular. A figuração, em diferentes abordagens, permaneceu um eixo estruturador da sua obra plástica, da qual nunca se afastou completamente, embora em algumas obras tardias tenha se aproximado da abstração.
Teve um reconhecimento precoce, fazendo sua primeira individual com 19 anos. Com 23 anos ganhava dois prêmios no Salão Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, o mais importante do país. Em 1951 recebeu medalha de prata em Desenho no Salão da Associação Francisco Lisboa de Porto Alegre, um reduto dos artistas independentes e contrários ao academismo que ainda era forte no Instituto de Belas Artes, e em 1953 recebeu o Prêmio Viagem ao País do Salão Nacional. Sua produção inicial coincidiu com a ampliação do público para a arte modernista, com a ressurgência do regionalismo no discurso oficial, na literatura e nas artes do estado, e com a fundação do Movimento Tradicionalista Gaúcho, e buscou expressar artisticamente seu engajamento com as causas sociais. Defendia que o artista tinha de ter posicionamento político, e que o papel da arte era eminentemente social. Assim como os outros artistas do Grupo de Bagé, estava vinculado à esquerda e defendia a popularização da arte, trabalhando com cenas da vida dos operários, charqueadores e mineiros, num estilo figurativo realista com influências do Expressionismo alemão, do Realismo Socialista, dos muralistas mexicanos e do Atelier de Gráfica Popular do México, que era dirigido pelo gravador Leopoldo Mendez. Optaram pela gravura por ser um meio mais democrático e de baixo custo, acessível às classes populares. O Grupo foi importante para a divulgação e afirmação da gravura no sul do Brasil e foi a origem do Clube de Gravura de Porto Alegre. Danúbio participou de sua fundação e foi um dos seus membros mais ativos. Tanto o Grupo como o Clube estimularam o aparecimento de vários outros clubes de gravura pelo país nos anos de 1950 e 1960.
Os dois primeiros anos do Clube de Gravura foram intensamente dedicados ao Movimento pela Paz. Em 1952 expôs obras junto com colegas do Clube na Conferência Continental pela Paz, no Uruguai. O grupo recebeu do Movimento Brasileiro dos Partidários da Paz o Prêmio Pablo Picasso, por seu trabalho artístico realizado em defesa da Paz e do congraçamento entre os povos. Essa premiação possibilitou a edição do álbum Gravuras Gaúchas, com um prefácio de Jorge Amado e a expressiva tiragem de 5 mil exemplares, considerada muito elevada para a época.
Desta fase é importante a série Charqueadas, inspirada no livro homônimo de Pedro Wayne, e premiada no Salão Nacional de Arte Moderna de 1954. Algumas obras da série foram reproduzidas nas páginas da revista Horizonte. O muralista mexicano Diego Rivera assim falou sobre a Charqueadas: "Esta série admirável de Villamil Gonçalves, toda inspirada nas diferentes operações do matadouro, é um ensaio, uma espécie de novela curta tecida em termos plásticos de uma intensidade extraordinária. Oxalá este exemplo seja imitado, pois os pintores falariam ao povo mais intensamente do que qualquer livro e transmitiriam uma grande emoção artística com o seu valor plástico". Para o crítico e historiador Paulo Gomes, "de algum modo a série de Danúbio Gonçalves chega onde nenhum dos outros artistas logrou chegar, conjugando uma série de virtudes, a saber: estabelece uma efetiva comunicação com o povo ao expressar a região em que vive o artista e seu público imediato e não caindo na exploração do pitoresco e do tradicionalismo autoglorificante. Também porque enfatiza o papel social do artista ao criar um instrumento efetivo de cultura através de uma obra de caráter regional mas de alcance universal".
Também deve ser lembrada a série Mineiros de Butiá, que fez um registro visual inédito sobre a vida dos mineiros. Na opinião de Armindo Trevisan, "é uma denúncia clínica, precisa, na qual a emoção não necessita transbordar para ser autêntica. A técnica da xilografia, no caso, rude, constante, áspera, contribui para tornar eloquente a dor e a humilhação desses tipos humanos de nossa terra, que não são propriamente rebaixados, mas expostos na sua realidade nua e crua". Ambas a séries, assim como outros trabalhos nessa linha, retratando os gaúchos e outros personagens do campo, são o resultado final de incontáveis esboços e estudos preparatórios, e derivam do contato direto do artista com os sujeitos de suas obras, procurando denunciar a exploração dos trabalhadores e a realidade miserável dos seus cotidianos, concentrando-se na mensagem, veiculada por imagens concisas e fortes, e eliminando detalhes supérfluos.
Na década de 1970 passou a explorar outros temas e técnicas, como a cultura pop, a abstração, os temas históricos, a paisagem e o erotismo, em aquarela, desenho, colagem, pintura e azulejaria. O crítico Jakob Klintowitz, analisando seus trabalhos desta época, disse que "a sua tendência natural é gráfica. Mesmo as pinturas – quando melhores – têm um forte acento gráfico, com definição de desenho, planos estabelecidos, valores de claro e escuro evidentes. A cor não oferece para esse artista um interesse vital. Seu mundo percorre as linhas do desenho e da obra impressa. [...] A importância desse artista sóbrio e discreto no universo gráfico brasileiro precisa, finalmente, ser lembrada". Érico Veríssimo disse: "Atingiu a plena maturidade artística nesta nova fase em que não foge ao mundo objetivo, à imagem humana nem os desfigura, mas transfigura-os poética e dramaticamente".
Dedicou-se também ao mosaico, realizando obras em painéis na Igreja de São Roque, em Bento Gonçalves; no Santuário do Sagrado Coração de Jesus, junto ao túmulo do padre João Batista Reus, em São Leopoldo; e na Igreja de São Sebastião, em Porto Alegre. Publicou dois livros: o ensaio Do Conteúdo à Pós-Vanguarda (1995), e outro sobre técnicas de pintura, Processos Básicos da Pintura (1996).
Ao falecer em abril de 2019 estava consagrado como um dos grandes artistas do estado e um dos responsáveis pela projeção da arte gaúcha no Brasil. Sua casa-atelier foi tombada pela Prefeitura de Porto Alegre. Sua obra está presente em coleções particulares e em acervos públicos, como o Museu de Arte do Rio Grande do Sul, o Museu de Arte Moderna de São Paulo, o Museu Nacional de Belas Artes, o Acervo Artístico da Prefeitura de Porto Alegre, a Pinacoteca Municipal de São Paulo, o Museu de Arte Moderna da Bahia, o Museu de Arte Contemporânea do Paraná, o Museu de Arte de Santa Catarina, a Pinacoteca do Estado de São Paulo, a Pinacoteca Aplub de Porto Alegre e o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.
Para Paulo Gomes, "sua trajetória, de mais de 50 anos, é marcada por um destacado rigor artesanal e por momentos nos quais seu trabalho assume características ideológicas bastante acentuadas. [...] No Rio Grande do Sul, a produção do Clube de Gravura, mormente aquela de Danúbio Gonçalves, continua escrevendo a história". Falando especificamente da série Charqueadas, disse que "com seu caráter plástico acentuadamente expressionista, esta série alimentou o imaginário local, tanto por sua dramaticidade quanto pelo caráter grandioso de sua construção. [...] A sua permanência, como meio de visualizar a nossa história, mantém um vigor inabalável". Para Adriana Boff, coordenadora de Artes Plásticas da Secretaria da Cultura de Porto Alegre:
"O denso e significativo legado deixado por Danúbio é ainda potente a ponto de não apenas ter deixado marcas profundas no panorama da arte gaúcha e nacional, mas com certeza em algum lugar do Rio Grande continuar a influenciar jovens artistas que estão criando obras para fazer deste um mundo melhor. [...] Ganhou o mundo, mas sem perder um certo sentido ético do fazer artístico. Gravou e pintou, mas também desenhou um novo horizonte: geração após geração foi formada pelo mestre que marcou o Atelier Livre Xico Stockinger da Prefeitura com a sua generosidade em ensinar a técnica enquanto exercício da mais profunda liberdade".
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 18 de janeiro de 2023.
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Morre aos 94 anos, Danúbio Gonçalves, um dos grandes nomes das artes do RS |
Morreu, na manhã deste domingo (21), em Porto Alegre, Danúbio Gonçalves, um dos mais importantes nomes das artes visuais do Rio Grande do Sul. Segundo informou a GaúchaZH Sandra Gonçalves, uma de suas filhas, o artista morreu "dormindo, de forna serena", na clínica geriátrica em que vivia. O corpo de Danúbio foi sepultado à tarde, no Cemitério João XXIII, na Capital.
Danúbio era remanescente da geração que ficou conhecida como Grupo de Bagé, responsável por introduzir a linguagem moderna das artes no Estado. Ao lado dos também bajeenses Glauco Rodrigues (1929 – 2004) e Glênio Bianchetti (1928 – 2014), formou a trindade que ficaria conhecida como "Os novos de Bagé".
Nos anos 1950, eles se juntariam a Carlos Scliar (1920 – 2001) e Vasco Prado (1914 – 1998) e para fazer história com os emblemáticos Clubes de Gravura de Porto Alegre e Bagé. O grupo ficou nacionalmente conhecido na mesma época em que Xico Stockinger (1919 – 2009) se estabelecia no Estado e Iberê Camargo (1914 – 1994), já no Rio de Janeiro, se firmava como o nome gaúcho de maior projeção no Brasil.
— Acredito na arte figurativa porque ela mantém uma comunicação, enquanto a arte abstrata afasta o público. O artista tem um papel social, que é se comunicar com o público — disse Danúbio, em entrevista a Zero Hora em 2012.
Como gravador, Danúbio foi reconhecido ainda jovem. Com suas xilogravuras (gravuras em madeira) sobre as charqueadas, registrou a matança do gado e a lida artesanal na produção do charque. Além do registro realista dos trabalhadores em rudes condições distante da imagem mítica do gaúcho heroico, a série chamou atenção pelo apuro técnico e pela expressividade estética. Danúbio ainda se dedicaria a registrar o trabalho de mineração no Estado.
– Fiz um registro de algo que não tem documentação fotográfica – destacou na mesma entrevista a ZH, em 2012.
A notável qualidade e força expressiva da série Charqueadas foi destacada por Diego Riveira, o célebre muralista mexicano, que disse em 1953: "É um ensaio, uma espécie de novela curta tecida em termos plásticos de uma intensidade extraordinária. Oxalá este exemplo seja imitado, pois os pintores falariam ao povo mais intensamente do que qualquer livro e transmitiriam uma grande emoção artística com o seu valor plástico".
Sobre os encaminhamentos da arte após as conquistas de sua geração, Danúbio costumava ser cético, especialmente em relação às linguagens contemporâneas:
— Da geração nova, o problema é que são poucos os que sabem desenhar. Se baseiam em reproduções, o que faz com que tudo possa ficar muito igual. O que vale é o conceitual, o conceito da arte... Então, tá essa coisa (risos). Inventaram a bienal do vazio. Não tem nada lá e se fica emocionado? Isso aí é uma frescura. A arte contemporânea desvia o público da verdade das coisas. É um vale-tudo.
Danúbio era conhecido por posições firmes. Deixou como legado a mesma visão humanista da arte que o acompanhou desde o começo:
— A arte faz parte da existência da humanidade, é uma coisa humana, e sempre continuará sendo — disse na Galeria Duque, onde foi apresentada sua última exposição, no fim de 2013.
Quem foi
- Danúbio Villamil Gonçalves nasceu em Bagé, em 30 de janeiro de 1925. Era trineto do general Bento Gonçalves.
- Aos 10 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde teve aulas com Cândito Portinari.
- Depois de passar temporada na Europa, voltou ao Rio Grande do Sul para participar de um dos momentos mais emblemáticos da arte gaúcha com os Clubes de Gravura de Porto Alegre e Bagé nos anos 1950.
- Destacado como gravador, chegou a ganhar referência do célebre muralista mexicano Diego Rivera.
- Foi aluno, colega ou amigo de alguns dos mais importantes mestres modernos do Brasil, como Cândido Portinari, Lasar Segall, Axl Leskoschek, Iberê Camargo, Marcelo Grassmann, Carlos Scliar.
- Destacado como gravador, pintor e desenhista, Danúbio também testou materiais e técnicas, chegando à colagem e aos mosaicos. Se nem sempre alcançou resultados regulares, manteve autenticidade.
- Em obras de arte pública, é autor do Memorial da Epopeia Rio-grandense Missioneira e Farroupilha, nas imediações do Mercado Público.
- Como professor, ajudou a formar gerações de artistas que passaram pelo Instituto de Artes da UFRGS e pelo Atelier Livre de Porto Alegre, do qual acompanhou desde a fundação e foi diretor por 15 anos, aposentado compulsoriamente ao completar 70 anos. Por suas aulas, passaram nomes como Anico Herskovits, Maria Tomaselli, Miriam Tolpolar e Eloisa Tregnago.
Danúbio Gonçalves em frases
"Procuro sentir a verdade das coisas. Meu trabalho acompanha a vida."
"Acredito no estudo e na disciplina. É isso que me incomoda nos artistas de hoje. Falta o desenho. Infelizmente, o desenho está se perdendo. Picasso fazia o que queria com a forma porque conhecia a forma, porque desenhava. Até para o fotógrafo, desenhar é bom. Que dirá para o artista..."
"Quando morava no Rio, via na Avenida Atlântica uma casa cheia de quadros. Soube que era do Portinari, tomei coragem e levei meus trabalhos até ele, que me recebeu bem. Foi um artista fantástico, o maior do Brasil. Depois, viajei pela Europa e fui aprendendo vendo as obras nos museus. Arte é cor e forma, o resto é demagogia. Portinari era de uma limpeza... Não sujava nada, pura disciplina."
"Eu morava no Leme, passava na frente de uma casa cheia de quadros e ficava espiando. Não sabia quem morava lá. Quando descobri que era o Portinari, tomei coragem, peguei uns desenhos meus e fui mostrar. Acho que ele gostou. Ele não dava aulas. Mas deixava a gente desenhar quando tinha modelo vivo. Íamos eu, o Athos Bulcão, o Iberê Camargo. No final, ele vinha olhar o que a gente tinha feito. Dava algum palpite. Mas não era uma aula. Lembro que a paleta dele era muito limpa. Ele era todo organizado. Nunca mostrava um quadro sem moldura."
"Na Europa, eu vivia a arte visitando os museus. Vem daí minha pintura plana, de duas dimensões, sem profundidade..."
"O tema para mim não é janela. Tem artista que olha para a tela como se ela fosse uma janela para o mundo. Eu não. Eu quero sentir a verdade da coisa. Claro que você não precisa passar fome para pintar um pobre. Mas o meu trabalho acompanha a vida. Tenho que viver aquilo."
"Sempre gostei de lecionar. Teve uma época em que me perguntei: "Sou professor ou sou artista?"
"Acho que a arte é algo orgânico. Uma necessidade. Faço isso porque eu preciso. Meu pai queria que eu fosse médico, mas desde pequeno eu sabia que seria artista."
Fonte: GZH Artes. Consultado pela última vez em 18 de janeiro de 2023.
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Danúbio Gonçalves – consagração absoluta de uma vida à sua arte | Fundação Iberê Camargo
Dando continuidade à série Os Quatro – Grupo de Bagé, Luiz Coronel destaca a obra de Danúbio Gonçalves, o último integrante do Grupo a falecer, em 21 de abril deste ano.
Existe uma palavra pouco explícita, “bageensidade”, por certo de componente bairrista, mas nem por isso destituída de consistência. Em Bagé, acontece a República Rio-grandense e por aí marcham garbosos ou cômicos fatos insólitos, que se tornam cotidianos.
Embora já longo se faça meu andar, o Grupo de Bagé sempre esteve próximo de mim. Vejamos: minha irmã Maria Amélia fora uma espécie de secretária do grupo. Era uma jovenzinha, e em minha casa reclamava-se o seu atraso à hora das refeições, tão envolvida no trabalho daqueles rapazes
pintores, gravadores, artistas destinados à criação de um trabalho grandioso, no campo das artes plásticas.
No giro das roldanas do tempo, volta e meia retorna o enfoque valorizador do trabalho do grupo. E que não se faça desses momentos apenas um tilintar de taças, aplausos, exposições e palestras, tenha-se então como reflexão e impulso sobre a importância da arte e da permanência da obra de nosso “quarteto triunfante” de Bagé.
Subo numa banqueta para proclamar que o Rio Grande é um estado ao sul de si mesmo. Somos em tudo iguais e em tudo diferentes dos demais brasileiros. Distância geográfica e fatores históricos nos levam a um distanciamento do qual somos vítimas e cúmplices. O Brasil convive com o Rio Grande por meio de seus símbolos e não por meio de sua pulsante realidade.
Glênio, dos murais palacianos; Glauco, conciliando o tradicional às vanguardas; Scliar, captando a poesia dos utensílios domésticos; Danúbio, o depoimento ágil e denso da vida nas charqueadas. Sempre reconheci a erupção dos movimentos transformadores como uma arregimentação da força criativa dos artistas, explodindo, vencendo barreiras, rompendo a casca, saltando para o meio do mundo. Com essa visão, deparo o Renascimento, após mil anos de sonolência medieval e, no caso brasileiro, a Semana de Arte Moderna de 1922, em São Paulo. E, assim, o Grupo de Bagé, a Califórnia da Canção de Uruguaiana.
Dos componentes do Grupo de Bagé muito convivi com meu parceiro em livros e murais Danúbio Gonçalves. Ao despertar, pela manhã, minha governanta avisava: “aquele senhorzinho está esperando pra tomar um café com o senhor”. Era o silencioso, profundo artista Danúbio Gonçalves. Na modesta e acanhada cerimônia do adeus, coloquei minha cabeça entre as mãos, sentindo que partia um homem de mãos abençoadas e talento vigoroso. Danúbio Gonçalves – consagração absoluta de uma vida à sua arte.
Danúbio Gonçalves,
a eternização do instante
Ah, esse olhar atento,
preciso e rápido,
afiando lâminas
para revelar nas gravuras
a amarga plástica
das charqueadas.
Nas areias de Torres,
na geometria das cores,
os etéreos balões,
ramalhetes de flores
anunciando o outono.
As mulheres e o mar.
Seus pincéis revelam
o aroma da pele
e os cristais do suor.
Sob os céus marroquinos,
com mantos e turbantes
sua pintura se fez miragem.
Suas mãos revelam
as viúvas de Nazaré,
negros pássaros
da solidão, com suas
mortalhas de treva.
Danúbio descobre
a vida que habita
em cada segundo
e o eterniza…
(Nesta quinta-feira, a curadora e crítica de arte Marília Panitz fala de sua relação com Glênio Bianchetti)
Fonte: Fundação Iberê Camargo. Consultado pela última vez em 19 de janeiro de 2023.
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Grupo de Bagé – Wikipédia
O Grupo de Bagé foi um grupo de artistas atuantes em Bagé e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Brasil, importante para a atualização da arte sulina entre os anos 40 e 50. Sua atuação é reconhecida também como uma contribuição significativa para a democratização da arte brasileira. Formado inicialmente por Glauco Rodrigues, Glênio Bianchetti, Jacy Maraschin e Ernesto Wayne que, através do intelectual Pedro Wayne, entraram em contato com Carlos Scliar, Danúbio Gonçalves e José Morais. Ficaram mais conhecidos como membros do grupo, entretanto, apenas Scliar, Bianchetti, Gonçalves e Rodrigues. O nome nasceu após uma exposição realizada em Porto Alegre em 1948, na galeria do Correio do Povo, quando eles foram chamados de "os novos de Bagé" pela imprensa local.
Defendiam a popularização da arte através da abordagem de temas sociais e regionais, num estilo figurativo realista com traços expressionistas. O Grupo foi uma influência direta para a formação do Clube de Gravura de Bagé, do Clube de Gravura de Porto Alegre e do Museu da Gravura Brasileira, que renovaram as artes gráficas brasileiras nos anos 50 através de uma proposta semelhante.
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 19 de janeiro de 2023.
Crédito fotográfico: GZH Artes, Danúbio na exposição "A Glória do Pincel", em 2013, fotografia de Diego Vara. Consultado pela última vez em 18 de janeiro de 2023.