Thomaz Ianelli (São Paulo, SP, 1932 — Idem, 24 de setembro de 2001), mais conhecido como Thomaz, foi um pintor, gravador e desenhista brasileiro. Iniciou sua vida profissional em 1948, como cartazista da Companhia dos Anúncios em Bondes em São Paulo e a partir de 1958 integra o Grupo Guanabara ao lado do irmão Arcângelo Ianelli e de outros artistas como Manabu Mabe, Tikashi Fukushima e Wega Nery. Frequentou o Ateliê Abstração, de Samson Flexor, um dos principais pólos irradiadores da arte abstrata no Brasil. Participou de cinco edições da Bienal de São Paulo entre as décadas de 1960 e 1980, sendo premiado nas edições de 1967 e 1975. Buscava redefinir o olhar não só para objetos do cotidiano. Embora preserve em suas pinturas algo da estrutura ortogonal da tradição moderna, produz uma dissolução das formas geométricas, recusando também o uso da perspectiva. Os tons terrosos e rebaixados de suas telas contrastam com a representação frequente de cenas em movimento ou que aludem a alguma vibração. Foi eleito e reeleito membro do conselho da AIAP, depois foi eleito presidente da APAP. Foi delegado do Brasil no Congresso Internacional de Artes Plásticas em Stuttgart (Alemanha). Viajou para Lisboa, Espanha, Itália e Suíça, onde trabalhou no ateliê de Rothrist produzindo séries de têmperas e gravuras em metal. Coordenou o curso no Ateliê Livre da Universidade de Caxias do Sul (Rio Grande do Sul), foi integrante da comissão de Artes Plásticas da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo e fez estudos em aquarela para a equipe de produção do filme Quarup no Mato Grosso. Recebeu diversos prêmios nas inúmeras exposições e mostras que participou como: Prêmio Itamaraty, Prêmio de Melhor Exposição do Ano concedido pela APCA na retrospectiva organizada pelo MASP, Medalha Cerimonies Celebration the Completion od Tókio Fuji Art Museum no MASP, Comenda Mérito Artístico e Cultural da Academia Brasileira de Arte, Cultura e História.
Biografia Tomaz Ianelli – Itaú Cultural
Thomaz Ianelli (São Paulo, São Paulo, 1932 — idem, 24 de setembro de 2001). Pintor, gravador, aquarelista e desenhista. Começa a trabalhar como aprendiz em uma empresa de desenho publicitário, a Companhia de Anúncios em Bondes, de 1948 a 1955. Em 1953, tem aulas de desenho e pintura com Angelo Simeone (1899 - 1974), na Associação Paulista de Belas Artes, em São Paulo. Entra em contato com os artistas Mario Zanini (1907 - 1971), Flexor (1907 - 1971) e Arnaldo Ferrari (1906 - 1974), entre outros. A partir de 1957, dedica-se à pintura, e, no ano seguinte, integra o Grupo Guanabara, participando de suas mostras coletivas. Em 1961, através do prêmio viagem que recebe no Concurso Velázquez, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ, viaja para a Europa, e conhece obras de artistas como Paul Klee (1879-1940) e Karel Appel (1921-2006), que passam a influenciar a sua pintura. Em 1965, ministra curso de desenho no Centro de Estudos Brasileiros, em Lima. Recebeu prêmio aquisição nas 9ª e 12ª edições da Bienal Internacional de São Paulo, em 1967 e 1975. Tornou-se membro do conselho da Associação Internacional de Artes Plásticas da Unesco, em 1972, e, dez anos depois é eleito o primeiro presidente da Associação Profissional de Artistas Plásticos. Em 1979, participa do Congresso Internacional de Artes Plásticas realizado em Stuttgart, na Alemanha, e trabalha em um ateliê de Rothrist, na Suíça. Em 1981, produz séries de têmperas e gravuras em metal. Em 1997, ilustra o livro Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, publicado pela editora Bibla, e, em 2000, é lançado pela editora Berlendis & Verteccia o livro Pinturas de Thomaz Ianelli: arte para criança, de Alberto Goldin.
Críticas
"(...) Afirmar que Thomaz é um colorista virtuose tornou-se hoje em dia quase uma obviedade. Primeiro, porque a constatação o acompanha com a mesma freqüência que as referências a Klee e à infância, e não há quem não a tenha tido em algum lugar. Segundo, porque a obra de arte nesse ponto fala imediatamente, e por si só (...). Sua obra tem um poder de encantamento imediato que repousa no impacto cromático. Só num segundo tempo de leitura entram em ação outros fatores. E o mais intrigante é que, como regra, suas cores são predominantemente consonantes (...). Thomaz costuma trabalhar primeiro com uma cor determinada, antes de colocar qualquer outra, estabelecendo com ela certos pontos de apoio essenciais. Numa segunda rodada, cria com outro tom um contraponto; e só então liberta o improviso (...). Há em várias fases, na pincelada de Thomaz, uma reminiscência de Volpi. E acredito que aí exista mais que casualidade (...). Em plena década de 70, podemos vê-lo obter, no óleo, um ritmo e uma luminosidade por transparência (e até por um formato de gesto) característicos da têmpera de Volpi" — Olívio Tavares de Araújo (ARAÚJO, Olívio Tavares de. Cor, textura, signos e estilo. In: _______. Thomaz. São Paulo: Grifo, 1980. p. 42-46).
"(...) A pintura de Thomaz Ianelli tem, porém, a particularidade de ser uma obra elaborada precisamente no curso dos anos de crise. Talvez por isso tenha sido ele obrigado a ir tão a fundo na recuperação dos valores pictóricos e fale hoje uma linguagem tão livre e tão rica.Uma linguagem sem compromisso a não ser com a sua integridade de pintura. Na dialética da linguagem e da realidade - contradição dinâmica e permanente na arte de Thomaz Ianelli -, atingiu ele aquele ponto de equilíbrio em que a linguagem é suficientemente consistente para ter autonomia e suficientemente permeável para não se enrijecer e estereotipar-se. Após o mergulho no universo distante dos signos e formas arcaizantes, voltou às paisagens e aos temas externos, dando provas de sua capacidade de transmudar qualquer coisa em fala pictórica. Conforme os temas, as cores são aí também da superfície e a composição se inspira na ordem natural reestruturada: a bidimensionalidade volta a ser ambígua ainda que predominante. Mas aos poucos, outra vez a linguagem se interioriza, as cores e a fatura tornam-se meios reveladores de uma dimensão outra, tocada de nostalgia e mistério, como nos trabalhos de 1980 e seguintes. O pintor mergulha outra vez no mundo remoto das formas-signos, sem referência direta ao mundo exterior. Só que agora - como é o caso de suas obras mais recentes - esse universo enigmático já nada tem do universo kleeniano e é menos a subjetividade do pintor do que a revelação dos subterrâneos de sua própria linguagem pictórica. Como se ele nos quisesse mostrar o seu avesso" — Ferreira Gullar (GULLAR, Ferreira. A pintura pintura de Thomaz Ianelli. In: _______. A pintura pintura de Thomaz Ianelli. Tradução Lucio Stein; prefácio Theon Spanudis. São Paulo: Cotia Trading, 1985. p. 25-26).
"Existem ainda configurações em sua pintura, porém tão deformadas e dissolvidas, que muitas vezes torna-se difícil reconhecê-las como tais. Assim, gradativamente a sua pintura entrou na fase atual que se caracteriza pela absoluta dissolvência dos elementos figurais. Thomaz criou um novo mundo de expressividade pictórica. Quais são as características deste seu mundo? Antes de mais nada, a leveza, a fluidez, a nebulosidade amorfa. Uma maciez dos coloridos fluidos, um lirismo que raramente tem elementos de uma leve dramaticidade, um flutuar, um levitar perpétuo. Amplos espaços se diluem além das fronteiras dos quadros. Fragmentos de delineamentos, fragmentos figurais seguram a consistência, a estrutura destes vultos amorfos. Estamos dentro de um mundo mágico e feérico. Com a criança dentro de si como guia, Thomaz nos conduz dentro desse mundo seu de lirismo amorfo.(...). Uma pureza, uma bondade emanam de todos os seus quadros. (...). O lirismo e às vezes a dramaticidade tomam o seu lugar. Assim Thomaz cria um rico mundo de suavidades amorfas e levitantes. Uns fragmentos lineares como os desenhos rupestres das cavernas dão, de uma maneira musical e dançante, a solidez estrutural deste mundo amorfo e nebuloso ou, como uma sensível nervatura, oferecem consistência a estes vultos fluidos e etéreos dos cromatismos dilutos e insubstanciais. Uma suave dança perpétua. Um mundo fantasmagórico, onde o colorido puro canta os seus hinos singelos". — Theon Spanudis (SPANUDIS, Theon. O mundo de Thomaz Ianelli. In: GULLAR, Ferreira. A pintura pintura de Thomaz Ianelli. Tradução Lucio Stein; prefácio Theon Spanudis. São Paulo: Cotia Trading, 1985. p. 15-16).
"(...) o fato de a pincelada de Thomaz Ianelli buscar afirmar-se enquanto tal encontra nesses artistas e noutros anteriores (Malfatti, Flávio de Carvalho, Guignard, De Fiori ou Bandeira) uma ampla tradição. A presença do sujeito, como aquele capaz de individualizar sua arte e sua linguagem, encontra na questão da pincelada uma instância de afirmação.
Ao contrário, a busca exacerbada de objetividade do concretismo na década de 50 resultaria no projeto de uso de cor chapada e tinta industrial, que não deixassem vestígio da passagem do autor. Thomaz Ianelli estabelece passagem seca e econômica do pincel. Aprendida a lição cezanniana, a pincelada conquista o espaço, constitui a superfície e constrói a figura - é sempre exercício visível e lúdico.
A cor de Thomaz Ianelli é sobretudo pigmento, na sua paleta terra. Provém de um outro Brasil, menos vegetal ou luminoso e desvinculado da tradição popular. É uma paleta das terras graves, entranhas trazidas à luz da pintura, sem exasperação dramática. De um mundo de manchas, pinceladas, imprecisões emergem figuras, como um exército poético de crianças, bailarinas, animais e brinquedos que estrutura o espaço. O olhar é estimulado à busca das imagens, como exercício de conjecturas e jogo de descobertas lúdicas. O desfecho gratificante é a apreensão desse universo de figuras, habitantes do informe que estruturam o espaço e fazem a obra. Surgem como afloramento da memória da infância, lembrar é perceber o visível no picadeiro da tela" — Paulo Herkenhoff (HERKENHOFF, Paulo. O lúdico Thomaz Ianelli. In: THOMAZ. Thomaz Ianelli. São Paulo: Yutaka Sanematsu Escritório de Arte, 1987. p. 4).
"Com frequência o artista faz uso de uma linguagem metafórica para resgatar o que há de belo numa realidade às vezes dura e dramática. Este talvez seja o segredo de sua obra, a eficácia de suas pinturas, assim como da obra desse outro Thomaz, o construtor de objetos tridimensionais, pequenas assemblages que são montadas, como suas pinturas, com a mesma dosagem de humor e comentário crítico sobre o mundo, a partir de pequenos fragmentos de matéria ou de sonho. Desse mundo, Thomaz é sempre o melhor conhecedor, mas por assim dizer escamoteia o que sabe, dissimulando o propósito com que junta os materiais de seus objetos ou a escolha das figuras que povoam seus quadros, para só deixar emergir, atravessada pela síntese do humor e do olhar crítico, a poesia que sabe arrancar desse mundo.
Talvez se pudesse dizer que na obra de Thomaz, em sua leveza e no que carrega de magia e de sonho, há algo de infantil - à condição de sabermos entender o termo como sinônimo do duro trabalho de reconquista de uma ingenuidade que só a criança, ainda infensa à voragem do mundo, é capaz de expressar. Uma forma de inocência que só a um grande artista em sua maturidade é dado resgatar" — Emanoel Araújo (ARAÚJO, Emanoel. Thomaz Ianelli: a imaginária aparente. In: THOMAZ. A imaginária do aparente. Apresentação Emanoel Araújo; coordenação Ricardo Sardenberg; Texto Wilson Coutinho, Olívio Tavares de Araújo, Agnaldo Farias; curadoria Emanoel Araújo, Alberto H. Collazo, Rui Mário Gonçalves, Angélica de Moraes; depoimento Thomaz. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1999. p. 2).
Depoimentos
"Para dizer algo em torno de meu trabalho, não me vejo obrigado a encontrar definições ou tomar a defesa de minha corrente estética. Posicionar a arte torna-se, ao meu ver, uma tarefa complexa, porque ela nunca se obrigou a assemelhar-se com o 'último modelo'.
Por outro lado, coloco-me aberto e interessado em todas as posições denominadas 'vanguardistas', porém sempre voltado para um trabalho continuado, no qual obviamente acredito. Arte se faz com arte e não com o que se aborda. Em termos de pintura, muito vale o que se traz dentro de si; a maneira como ela se desenvolve e passa a ser compreendida.
A sensibilidade de cada um deve ser respeitada dentro de seus limites. Não acredito em fórmulas estéticas, e sim em alargar cada vez mais o nosso tipo de visão confrontativa. Através da realização pictórica, encontro uma satisfação de vida. Transcendo o plano material e, a partir desse momento, a pintura interliga-se com a própria música e a poesia.
A arte tem segredos para contar, mas ela só lhe conta através de muito trabalho e muita perseverança" —Thomaz Ianelli, 1992 (IANELLI, Thomaz. A imaginária do aparente. In: THOMAZ. A imaginária do aparente. Apresentação Emanoel Araújo; coordenação Ricardo Sardenberg; texto Wilson Coutinho, Olívio Tavares de Araújo, Agnaldo Farias; curadoria Emanoel Araújo, Alberto H. Collazo, Rui Mário Gonçalves, Angélica de Moraes; depoimento Thomaz. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1999. [Trecho extraído da orelha do catálogo]).
Acervos
Fuji Art Museum - Tóquio (Japão)
Fundação Cultural do Distrito Federal - Brasília DF
Instituto de Cultura Hispânica de Madri - Madri (Espanha)
MAM/SP - São Paulo SP
Margs - Porto Alegre RS
Masp - São Paulo SP
MNBA - Rio de Janeiro RJ
Museu de Arte Contemporânea de Madri - Madri (Espanha)
MAP - Belo Horizonte MG
Museu de Arte da Universidade do Texas - Austin (Estados Unidos)
Museu de Arte do Paraná - Curitiba PR
Pinacoteca do Estado - São Paulo SP
Exposições Individuais
1960 - São Paulo SP - Primeira individual, na Galeria de Arte das Folhas - Prêmio Leirner
1961 - Campinas SP - Individual, na Galeria Aremar
1961 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Instituto Italiano de Cultura. Piccolla Galeria
1961 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Ambiente
1962 - Bilbao (Espanha) - Individual, no Instituto Vascongago
1962 - Madri (Espanha) - Individual, no Instituto de Cultura Hispânica
1962 - Paris (França) - Individual, na Maison du Brésil
1964 - Madri (Espanha) - Individual, na Galeria Nebli
1964 - São Paulo SP - Individual, na Galeria São Luís
1965 - Lima (Peru) - Individual, na Galeria Candido Portinari
1965 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1968 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Cosme Velho
1969 - Santos SP - Individual, na Galeria CCBEU
1970 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1971 - Campinas SP - Individual, no Banco Lar Brasileiro
1972 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1973 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria de Arte Ipanema
1975 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Cosme Velho
1976 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Grafiti
1977 - São Paulo SP - Individual, na Cristina Faria de Paula Galeria de Arte
1979 - Curitiba PR - Thomaz Ianelli: óleos e aquarelas, no MAC/PR
1979 - Rio de Janeiro RJ - Thomaz Ianelli :óleos e guaches, na Galeria Bonino
1980 - Paris (França) - Individual, na Galeria Debret
1980 - São Paulo SP - Individual, na Grifo Galeria de Arte
1982 - Rio de Janeiro RJ - Thomaz Ianelli: óleos e têmperas, na Galeria Bonino
1984 - Belo Horizonte MG - Individual, no MAP
1984 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MNBA
1985 - Brasília DF - Individual, na Fundação Cultural do Distrito Federal
1985 - Curitiba PR - Individual, no MAC/PR
1985 - Porto Alegre PR - Individual, no Margs
1985 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Tina Presser
1985 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - Thomaz Ianelli: a obra sobre papel, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte
1987 - Buenos Aires (Argentina) - Thomaz Ianelli: pinturas, no Museo de Artes Plásticas Eduardo Sívori
1987 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
1987 - São Paulo SP - Individual, na Yutaka Sanematsu Escritório de Arte
1988 - Lisboa (Portugal) - Individual, na Galeria 111
1989 - Santiago (Chile) - Individual, na Galeria Arte Actual
1989 - São Paulo SP - Thomaz Ianelli: aquarelas, na Kate Art Gallery
1990 - New Orleans (Estados Unidos) - Individual, na Global Art Gallery
1990 - Porto (Portugal) - Individual, na Galeria Zen
1992 - São Paulo SP - Individual, no Masp
1993 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Paço Imperial
1995 - Brasília DF - Individual, no Marlene Gastal Escritório de Arte
1996 - São Bernardo do Campo SP - Individual, no Espaço Henfil de Cultura
1997 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
1998 - Porto Alegre RS - Thomaz Ianelli, na Bolsa de Arte de Porto Alegre
1999 - Miami (Estados Unidos) - Thomaz Ianelli: aquarelas, no National Eagle Bank
1999 - São Paulo SP - Individual, na Casa da Fazenda do Morumbi
1999 - São Paulo SP - Thomaz Ianelli: a imaginária do aparente, na Pinacoteca do Estado
2000 - Lisboa (Portugal) -Formas Flutuantes, no Centro Cultural Padrão dos Descobrimentos
Exposições Coletivas
1958 - Curitiba PR - 15º Salão Paranaense de Belas Artes, na Biblioteca Pública do Paraná - menção honrosa
1958 - São Paulo SP - 4ª Exposição do Grupo Guanabara, na ACM
1959 - Curitiba PR - 16º Salão Paranaense de Belas Artes, na Biblioteca Pública do Paraná
1959 - Santos SP - 6º Salão Santista de Belas Artes - prêmio aquisição
1959 - São Paulo SP - 5ª Exposição do Grupo Guanabara, na ACM
1960 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1960 - Santos SP - 8º Salão Santista de Belas Artes - pequena medalha de prata
1960 - São Paulo SP - 9º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - medalha de bronze
1961 - São Paulo SP - 10º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - 1º prêmio de cartaz
1961 - Rio de Janeiro RJ - Natureza-Morta na Pintura, na Galeria Ibeu Copacabana
1961 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Arte Moderna, no MNBA - prêmio de viagem ao exterior
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1962 - Barcelona (Espanha) - Arte de América y España
1962 - Madri (Espanha) - Arte de América y España
1962 - Paris (França) - Arte de América y España
1962 - Munique (Alemanha) - Arte de América y España
1962 - Bruxelas (Bélgica) - Arte de América y España
1962 - Amsterdã (Holanda) - Arte de América y España
1962 - Milão (Itália) - Arte de América y España
1962 - Berna (Suiça) - Arte de América y España
1963 - Londres (Inglaterra) - Brazilian Art Today
1963 - Viena (Áustria) - Brazilian Art Today
1963 - Bruxelas (Bélgica) - Brazilian Art Today
1963 - Paris (França) - 3ª Bienal dos Jovens
1963 - São Paulo SP - 12º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - medalha de prata
1964 - Rio de Janeiro RJ - 2ª O Rosto e a Obra, no Ibeu Copacabana
1965 - Londres (Inglaterra) - Brazilian Art Today, na Royal Academy of Arts
1965 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Esso de Artistas Jovens, no MAM/RJ
1965 - São Paulo SP - 1º Salão Esso de Artistas Jovens, no MAC/USP
1966 - Bonn (Alemanha) - Brazilian Art Today, no Beethovenhalle
1966 - Washington (Estados Unidos) - Pintura Brasileira
1966 - São Paulo SP - Três Premissas, no MAB-FAAP
1966 - Paris (França) - Pintura Brasileira
1966 - Fulda (Alemanha) - Pintura Brasileira
1967 - Cidade do México (México) - Dez Pintores Brasileiros Modernos, no Palácio de Belas Artes
1967 - Montevidéu (Uruguai) - Dez Pintores Brasileiros Modernos
1967 - Santiago (Chile) - Dez Pintores Brasileiros Modernos
1967 - Lima (Peru) - Dez Pintores Brasileiros Modernos
1967 - Nova York (Estados Unidos) - Art by Latin América, no Zegri Gallery
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - Prêmio Itamaraty
1969 - Campinas SP - 5º Salão de Arte Contemporânea de Campinas
1969 - Santo André SP - 2º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal - Prêmio Cidade de Santo André
1969 - São Paulo SP - O Amarelo na Pintura, na Galeria Cosme Velho
1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1970 - Brasília DF - Salão Comemorativo do Pensamento Ecológico
1970 - São Paulo SP - Salão Comemorativo do Pensamento Ecológico
1970 - Rio de Janeiro RJ - Arte Contemporânea Brasileira, no Banco de Boston
1970 - Santo André SP - 3º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1970 - São Paulo SP - 2º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1970 - São Paulo SP - 2º Salão Paulista de Arte Contemporânea, no Masp - menção honrosa
1970 - São Paulo SP - Mostra Inaugural, na Galeria Astréia
1971 - Paris (França) - Salão de Outono, no Grand Palais
1971 - Santos SP - 1ª Bienal de Artes Plásticas - Prêmio Interventor Federal
1972 - Belo Horizonte MG - Cinco Anos de Vanguarda Brasileira, na Fundação Palácio das Artes
1972 - Curitiba PR - 29º Salão Paranaense, no Teatro Guaíra
1972 - Quito (Equador) - Salão da la Independência, na Casa de la Cultura Ecuatoriana
1972 - Rio de Janeiro RJ - De Ontem para Hoje, no Istituto Italiano di Cultura de San Paolo
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1973 - São Paulo SP - 5º Panorama de Arte Atual Brasileira, MAM/SP
1973 - Washington (Estados Unidos) - Art Gallery of the Brazilian, no Brazilian-American Cultural Institute
1974 - Bogotá (Colômbia) - 28 Artistas del Brazil, no Museu de Arte Moderna de Bogotá
1974 - Cali (Colômbia) - 28 Artistas del Brazil, no Museo de Arte Moderno La Tertulia
1974 - Caracas (Venezuela) - 28 Artistas del Brazil
1974 - Santiago (Chile) - 28 Artistas del Brazil, no Museo de Arte Moderno
1974 - Lima (Peru) - 28 Artistas del Brazil
1974 - Medellín (Colômbia) - 28 Artistas del Brazil
1974 - Equador - 28 Artistas del Brazil
1974 - São Paulo SP - Calendário, na Galeria Cosme Velho
1975 - Brasília DF - Salão do Pensamento Ecológico
1975 - São Paulo SP - 13ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1975 - São Paulo SP - Calendário, na Documenta Galeria de Arte
1975 - São Paulo SP - Mostra Inaugural, na Grifo Galeria de Arte
1975 - São Paulo SP - Salão do Pensamento Ecológico
1976 - Paris (França) - Américas e o Caribe, na United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization
1976 - São Paulo SP - 8º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1976 - São Paulo SP - Américas e o Caribe, no MAM/SP
1976 - São Paulo SP - Italianos i Oriundi, na Fiat Automóveis
1977 - Goiânia GO - Colecionadores de Goiás dos Mestres da Pintura Brasileira, na Casa Grande Galeria de Arte
1977 - Madri (Espanha) - Arte Actual de Ibero-Americana, no Instituto de Cultura Hispânica - itinerante
1977 - São Paulo SP - Exposições das Arcadas, no MAM/SP
1978 - Barcelona (Espanha) - 17º Prêmio Internacional de Desenho Joan Miró, na Fundação Joan Miró
1978 - Cidade de Cingapura (Cingapura) - Quatro Artistas, Quatro Técnicas, no National Museum Art Gallery
1978 - Piracicaba SP - Quatro Artistas, Quatro Técnicas, no Teatro Municipal Doutor Losso Netto
1978 - São Paulo SP - 2º Salão Nacional de Antigüidades e Galerias de Arte, no Masp
1978 - São Paulo SP - O Circo, no Paço das Artes
1979 - Buenos Aires (Argentina) - 1ª Trienal Latinoamericana del Grabado, nas Salas Nacionales de Exposición
1979 - Mendonza (Argentina) - 1ª Trienal Latino-americana del Grabado, no Museo de Arte Moderno
1979 - São Paulo SP - Quatro Coloristas, na Christina Faria de Paula Galeria de Arte
1980 - Lausanne (Suíça) - Acervo da Galerie Claudine Planque
1980 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Art, na Sotheby's Park Bernet Gallery
1980 - São Paulo SP - Mostra Itália Brasil, no Masp
1981 - Nova York (Estados Unidos) - 19th e 20th Century Latin American Paintings, na Sotheby's Park Bernet Gallery
1981 - São Paulo SP - Artistas Contemporâneos Brasileiros, na Galeria da Arte São Paulo
1982 - Cidade do México (México) - 3ª Bienal Iberoamericana de Arte
1982 - Nova York (Estados Unidos) - Contemporary Artists, na Kouros Gallery
1983 - Atami (Japão) - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1983 - Kyoto (Japão) - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1983 - Rio de Janeiro RJ - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no MNBA
1983 - São Paulo SP - 14º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1983 - São Paulo SP - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no Masp
1983 - Tóquio ( Japão) - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1984 - São Paulo SP - Arte na Rua 2
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - Nova York (Estados Unidos) - Important Latin American Paintings, na Sotheby's Park Bernet Gallery
1985 - Rio de Janeiro RJ - Seis Décadas da Arte Moderna: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial
1986 - Havana (Cuba) - 2ª Bienal de Havana
1986 - Los Angeles (Estados Unidos) - 1ª Los Angeles International Art Fair
1986 - Rio de Janeiro RJ - Sete Décadas da Presença Italiana na Arte Brasileira, no Paço Imperial
1986 - São Paulo SP - Algumas Tendências da Pintura Argentina e Brasileira, na Galeria Praxis
1986 - São Paulo SP - Cor e Desenho, ou Tensão e Humor, na Galeria Papier
1986 - São Paulo SP - Muro de Artes Gráficas, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - Volpi Permanência e Matriz: 7 artistas de São Paulo, na Galeria Montesanti Roesler
1986 - São Paulo SP - Algumas Tendências da Pintura Argentina e Brasileira, na Galeria Praxis
1986 - São Paulo SP - Antes e Agora: 8 pintores, na Fundação Cásper Líbero
1986 - São Paulo SP - Cor e Desenho ou Tensão e Humor, na Galeria Papier
1986 - São Paulo SP - Muro de Artes Gráficas, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - 17º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - 1ª Quadrienal de Propaganda: salas especiais, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - Volpi Permanência e Matriz: 7 artistas de São Paulo, na Galeria Montesanti Roesler
1987 - Rio de Janeiro RJ - Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial
1987 - Buenos Aires (Argentina) - Coleção Roberto Marinho, no Museu de Belas Artes
1987 - Lisboa (Portugal) - Coleção Roberto Marinho, na Fundação Calouste Gulbenkian
1987 - São Paulo SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1987 - São Paulo SP - 18º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1987 - São Paulo SP - 20ª Exposição de Arte Contemporânea, na Chapel Art Show
1987 - Taipé (Taiwan) - 3ª International Biennial Print Exhibition, no Taipei Fine Arts Museum
1988 - Lisboa (Portugal) - 2º Fórum de Arte Contemporânea
1988 - Parque Nacional do Xingú (Mato Grosso)- Aquarelas ao Natural
1988 - Pequim (China) - 1ª Exposição Brasil-China, na Galeria de Belas Artes da China
1988 - São Paulo SP - 15 Anos de Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Mokiti Okada M.O.A.
1989 - Lisboa (Portugal) - 2º Fórum de Arte Contemporânea
1989 - Lisboa (Portugal) - Seis Décadas de Arte Moderna Brasileira: Coleção Roberto Marinho, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1989 - São Paulo SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1989 - São Paulo SP - 20º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1990 - Atami (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Brasília DF - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Buenos Aires (Argentina) - Atualidade Brasileira Contemporânea, na OEA
1990 - Óbidos (Portugal) - 3ª Bienal de Óbidos, no Solar da Praça de Santa Maria
1990 - Rio de Janeiro RJ - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - São Paulo SP - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea, na Fundação Brasil-Japão
1990 - Sapporo (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Tóquio (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1991 - Santiago (Chile) - Diez Años, na Galeria de Arte Actual
1991 - Santos SP - 3ª Bienal Nacional de Santos, no Centro Cultural Patrícia Galvão
1991 - São Paulo SP - Dois Pintores Brasileiros: Siron Franco, Thomaz Ianelli, na Fundação Memorial da América Latina
1992 - Campinas SP - Premiados nos Salões de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC
1992 - Rio de Janeiro RJ - Artis Mundi, Fórum Global ECO 92
1992 - São Paulo SP - Grupo Guanabara: 1950-1959, na Renato Magalhães Gouvêa - Escritório de Arte
1993 - Caracas (Venezuela) - Feira Internacional das Galerias de Arte
1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Funesc
1993 - Santos SP - 4ª Bienal Nacional de Santos, no Centro Cultural Patrícia Galvão
1993 - São Paulo SP - Universo do Circo e Arte do Aretuzza, na Pinacoteca do Estado
1993 - São Paulo SP - Mostra do Anuário Latino-Americano de Artes Plásticas
1993 - Buenos Aires (Argentina) - Mostra do Anuário Latino-Americano de Artes Plásticas
1994 - Miami (Estados Unidos) - Art Miami 94 - Feira Internacional de Arte
1994 - São José dos Campos SP - 1ª Bienal de Gravura de São José dos Campos
1994 - São Paulo SP - Da Imagética Brasileira e de Miró, no MAC/USP
1994 - São Paulo SP - Xilogravura: do cordel à galeria, no Metrô
1994 - São Paulo SP - Bandeiras: 60 artistas homenageiam os 60 anos da USP, no MAC/USP
1995 - Ilinois (Estados Unidos) - Mostra de Aquarelas da FASM, na Northern Illinois University. Galeria 200
1995 - São Paulo SP - Mostra de Aquarelas da FASM, na Faculdade Santa Marcelina
1996 - Cidade do México (México) - Aquarela Brasil-México 96, no Museo Nacional de la Acuarela
1996 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Arcos da Lapa do Laboratoire Sculpture Urbaine Grenoble, nos Arcos da Lapa
1996 - São Paulo SP - Bandeiras, na Galeria de Arte do Sesi
1997 - Grenoble (França) - Labratoire Sculpture Urbaine
1997 - São Paulo SP - 10 anos, na Faculdade de Artes Santa Marcelina
1997 - São Paulo SP - Jerusalém 3.000 Anos pela Paz, no MuBE
1997 - São Paulo SP - Ubu: a patafísica nos trópicos, no MAB-FAAP
1998 - São Paulo SP - Arte Contemporânea, na Sérgio Caribé Galeria de Arte
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura: São Paulo: gravura hoje, no Palácio Gustavo Capanema
1999 - São Paulo SP - 8 Artistas Brasileiros, na Sérgio Caribé Galeria de Arte
1999 - São Paulo SP - Americamérica: obras das três Américas, no Masp
2000 - São Paulo SP - Os Anjos Estão de Volta, na Pinacoteca do Estado
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light
2001 - São Paulo SP - Mostra Inaugural, na Arte Infinita Galeria
Exposições Póstumas
2004 - São Paulo SP - Grupo Guanabara, no Masp. Galeria Prestes Maia
Fonte: THOMAZ Ianelli. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2024. Acesso em: 13 de maio de 2024. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Thomas Ianelli – Blombo
Thomas Ianelli (São Paulo, 1932 – São Paulo, 24 de setembro de 2001), pintor, gravador, aquarelista e desenhista, trabalhou como aprendiz em uma empresa de desenhos publicitários chamada Companhia de Anúncios em Bondes. Em 1950, passou a frequentar o ateliê de seu irmão mais velho Arcângelo Ianelli (pintor, escultor e ilustrador) e a ter aulas de pintura na Associação Paulista de Belas Artes com Ângelo Simeone.
Em 1958, passou a fazer parte do Grupo Guanabara, participando das exposições coletivas. Dois anos depois fez sua primeira individual (Galeria de Arte das Folhas) e recebeu o prêmio Leirner; depois ganhou o Concurso Velázquez – instituído pela Embaixada da Espanha em homenagem ao terceiro centenário da morte do pintor – do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. A partir de sua viagem para Europa seu trabalho passou a ter influências de artistas como Paul Klee e Karel Appel.
Viajou para o Peru para ministrar o curso de Arte e Desenho no Centro de Estudos Brasileiros.
Foi eleito e reeleito membro do conselho da AIAP, depois foi eleito presidente da APAP. Foi delegado do Brasil no Congresso Internacional de Artes Plásticas em Stuttgart (Alemanha). Viajou para Lisboa, Espanha, Itália e Suíça (nesse país trabalhou no ateliê de Rothrist produzindo séries de têmperas e gravuras em metal).
Coordenou o curso no Ateliê Livre da Universidade de Caxias do Sul (Rio Grande do Sul), foi integrante da comissão de Artes Plásticas da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo e fez estudos em aquarela para a equipe de produção do filme Quarup no Mato Grosso.
Em 1981, produz séries de têmperas e gravuras em metal. Em 1997, ilustra o livro Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, publicado pela editora Bibla, e, em 2000, é lançado pela editora Berlendis & Verteccia o livro Pinturas de Thomaz Ianelli: arte para criança, de Alberto Goldin.
Recebeu diversos prêmios nas inúmeras exposições e mostras que participou como: Prêmio Itamaraty, Prêmio de Melhor Exposição do Ano concedido pela APCA na retrospectiva organizada pelo MASP, Medalha Cerimonies Celebration the Completion od Tókio Fuji Art Museum no MASP, Comenda Mérito Artístico e Cultural da Academia Brasileira de Arte, Cultura e História.
Fonte: Blombo. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
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Thomaz Ianelli morre em São Paulo | Folha de São Paulo
Morreu ontem pela manhã, em São Paulo, o artista plástico Thomaz Ianelli. Internado no Incor há cerca de 20 dias, motivado por um infarto, Ianelli foi operado no último dia 13 para realizar uma ponte de safena e morreu por embolia pulmonar. Ianelli é irmão do também artista plástico Arcangelo Ianelli.
O velório está sendo realizado no Cemitério da Vila Mariana, onde deve acontecer o enterro hoje -sem horário previsto até o fechamento desta edição.
"O país perde um de seus grandes artistas e dos poucos brasileiros a ter um veio lírico; ele era um mestre da cor, um pintor extraordinário", disse ontem Fábio Magalhães, presidente do Memorial da América Latina e curador da Bienal do Mercosul.
O documentarista Carlos Cortez preparava um filme sobre os 50 anos de carreira do artista, que seriam comemorados em 2003. Segundo Cortez, "Ianelli esperava montar no próximo ano uma grande retrospectiva de sua obra, e o documentário seria feito para esse evento". Em 1993, Cortez já havia realizado um vídeo sobre o pintor, intitulado "Thomaz".
Ainda segundo Cortez, "Ianelli era um artista que não gostava de vender, tinha mais de 300 obras em seu acervo pessoal".
No próprio Incor, o artista chegou a fazer uma série de aquarelas, denominada "Imagens de uma Internação Forçada". Eram nove guaches, que estavam pendurados nas paredes do seu quarto, no hospital.
Thomaz Ianelli nasceu em São Paulo, em 1932. Pintor, gravador e desenhista, o artista foi integrante do Grupo Guanabara, criado em 1958. Sua primeira exposição individual, em 1960, foi feita na galeria de arte da Folha, quando ganhou o prêmio de aquisição.
Ianelli participou de pelo menos cinco edições da Bienal Internacional de São Paulo, a última em 1987. Em 1988, ele acompanha a equipe de produção do filme "Quarup", realizando vários estudos em aquarela.
O artista foi tema ainda de mostras em vários países, como França (1980), Argentina(1987), Chile(1989) e Estados Unidos (1990).
Sua última exposição internacional aconteceu no ano passado em Lisboa, Portugal. Para o crítico Olívio Tavares de Araújo, Ianelli era próximo de Volpi. "Na década de 70, podemos vê-lo obter um ritmo e uma luminosidade característicos de Volpi."
Fonte: Folha de São Paulo. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
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Exposição "Thomaz Ianelli : Pinturas e Objetos do Acaso" | Arte que Acontece
A Galeria Marcelo Guarnieri tem o prazer de apresentar a primeira mostra do artista Thomaz Ianelli (1932-2001) em nossa unidade de São Paulo.A exposição reúne pinturas, aquarelas e objetos realizados pelo artista entre as décadas de 1950 e 1990.
Thomaz Ianelli nasceu em São Paulo em 1932. Pintor, gravador e desenhista, iniciou em 1948 sua vida profissional como cartazista da Companhia dos Anúncios em Bondes em São Paulo e a partir de 1958 integra o Grupo Guanabara ao lado do irmão Arcângelo Ianelli e de outros artistas como Manabu Mabe, Tikashi Fukushima e Wega Nery. De 1958 até 1964 frequenta o Ateliê Abstração, de Samson Flexor, um dos principais pólos irradiadores da arte abstrata no Brasil. Participou de cinco edições da Bienal de São Paulo entre as décadas de 1960 e 1980, sendo premiado nas edições de 1967 e 1975.
Em sua prática, o artista buscava redefinir o olhar não só para objetos do cotidiano, mas também para cenas corriqueiras e domésticas, como o movimento dos peixes no aquário ou o das crianças brincando. Embora preserve em suas pinturas algo da estrutura ortogonal da tradição moderna, produz uma dissolução das formas geométricas, recusando também o uso da perspectiva. Os tons terrosos e rebaixados de suas telas contrastam com a representação frequente de cenas em movimento ou que aludem a alguma vibração.
A exposição conta com um pequeno conjunto de aquarelas e cerca de vinte pinturas realizadas entre as décadas de 1950 e 1990 em óleo sobre tela. Em boa parte delas é possível observar um tipo de trabalho com a tinta característico de Ianelli, que dissolvia o óleo na terebentina e acrescentava um pouco de cera a fim de alcançar uma maior transparência na pintura e alguma espessura no pigmento. Com essa técnica, alcançava uma aproximação visual entre seus óleos e a aquarela, reforçando o caráter lírico de seu universo. “O impulso e o ritmo irmanam-se com as diretrizes cromáticas que elejo e comando, como se manejasse a aquarela ou a têmpera, dando aos óleos uma familiaridade, como se essas técnicas pertencessem e se diluíssem em uma só. Nem sempre a cor se acentua, emergindo, às vezes, de transparências soltas sobre a superfície, outras vezes através do sentimento que se impõe juntamente com a mesma necessidade, frente a uma nova concepção, encontrando finalmente a sua própria identidade.”, escreve Ianelli.
Também integram a exposição algumas assemblages produzidas pelo artista entre as décadas de 1980 e 1990, obras que fazem parte de sua investigação sobre a tridimensionalidade iniciada na década de 1970. Essas peças eram construídas com materiais orgânicos como madeira, couro e raízes, provenientes de objetos descartados ou encontrados na natureza já deteriorados, envelhecidos pela ação do tempo, curtidos pela água do mar, areia e luz do sol. Além do caráter de imprecisão da forma e do uso desses objetos, interessava ao artista o fato de serem incorporados ao trabalho através de encontros guiados pelo acaso. O processo de criação, para Ianelli, deveria deixar o pronto e buscar o inesperado, algo que poderia ocorrer tanto na relação com esse objeto encontrado, quanto na passagem das formas planas da pintura para o plano tridimensional.
Fonte: Arte que Acontece. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
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Museu de Arte do Parlamento de São Paulo - Thomaz Ianelli
A dimensão humana da obra de Thomaz Ianelli através da espontaneidade da representação e equilíbrio de síntese
A sensibilidade de Thomaz Ianelli se educou através de um longo exercício e uma profunda e consciente preparação. Desde jovem, nunca se valeu dos movimentos da época para se valorizar. Percorreu sempre caminhos próprios.
A linguagem do artista possui uma força extrínseca, em cujos espaços e volumes surgem plenamente respeitados, e em perfeito equilíbrio, o desenho e as cores. Através desse processo Ianelli traçou a dimensão de suas relações com a forma e com o conteúdo de sua obra: uma dimensão humana, repleta de sentimentos e de límpidas emoções.
Sobre o plano dessa sensibilidade, inclinada sempre a colher sugestões e o encanto particular dos objetos e da paisagem recriada, o grande artista construiu suas imagens: uma comunicação que sua imaginação tornou muitas vezes evocativa na relação com a realidade.
O olhar de Thomaz Ianelli foi constantemente dirigido ao seu redor para retirar da realidade circunstantes pretextos visuais para sua narração pictórica, conduzida sempre sobre o fio de uma espontânea representação de tons contidos e medidos por uma síntese bem calibrada.
Seu maior ponto de força foi na consonância cromática, na feliz paginação que restitui à realidade apresentada sua graça e espontaneidade, o todo alcançando uma medida e um equilíbrio que conferem ao conjunto um tom de serena contemplação.
Assim é "Estação da Luz", litografia doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo pela Companhia do Metropolitano. Trata-se de uma obra cuja força expressiva demonstra uma linguagem pictórica ao mesmo tempo tradicional e contemporânea.
O artista
Thomaz Ianelli nasceu em 1932 em São Paulo, onde faleceu em 2001. A partir de 1950 passou a frequentar o ateliê de seu irmão, o pintor, escultor e ilustrador Arcângelo Ianelli. Em 1953 estudou desenho com Angelo Simeone na Associação Paulista de Belas-Artes, em São Paulo. Integrou-se ao Grupo Guanabara em 1958 e participou de suas mostras coletivas. Manteve contatos contínuos com os artistas Mario Zanini, Flexor e Arnaldo Ferrari, entre outros.
Pintor, gravador e desenhista durante os anos de 1961 e 1962, realizou viagens de estudo pela Europa utilizando o prêmio de viagem ganho no Concurso Velázquez, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Em 1965 ministrou curso de arte e desenho no Centro de Estudos Brasileiros, em Lima.
Tornou-se membro do conselho da Associação Internacional de Artes Plásticas da Unesco em 1958 e dez anos depois foi eleito o primeiro presidente da Associação Profissional de Artistas Plásticos. Em 1997 ilustrou o livro "O auto da barca do inferno", de Gil Vicente, publicado pela editora Bíbla.
Sua primeira exposição individual ocorreu em 1960, na Galeria de Arte da "Folha de S. Paulo", ocasião em que recebeu o Prêmio Leirner de aquisição. Participou ainda de exposições na Galeria Ambiente, SP; Galeria Aremar, Campinas, SP; Instituto Italiano de Cultura, Rio de Janeiro, RJ (1961); Maison du Brésil, Paris (França); Instituto de Cultura Hispânica, Madri (Espanha); Instituto Vascongago, Bilbao (Espanha) (1962); Galeria Nebli, Madri (Espanha) (1964); Galeria Astréia, São Paulo, SP (1965, 1970 e 1972); Galeria Candido Portinari, Lima (Peru) (1965); Galeria CCBEU, Santos, SP (1969); Galeria Girassol, Campinas, SP (1971); Galeria de Arte Ipanema, Rio de Janeiro, RJ (1973); Galeria Cosme Velho, São Paulo, SP (1975); Galeria Grafiti, São Paulo, SP (1976); Cristina Faria de Paula Galeria de Arte, São Paulo, SP (1977); MAC, Curitiba, PR; Galeria Bonino, Rio de Janeiro, RJ (1979, 1982 e 1985); Galeria Debret, Paris (França); Grifo Galeria de Arte, São Paulo, SP (1980); MAP, Belo Horizonte, MG; MNBA, Rio de Janeiro, RJ (1984); Fundação Cultural do Distrito Federal, Brasília, DF; Galeria Tina Presser, Porto Alegre, RS; MAM, São Paulo, SP; Margs, Porto Alegre, PR (1985); Paulo Figueiredo Galeria de Arte, São Paulo, SP (1986); Galeria Saramenha, Rio de Janeiro, RJ; Yutaka Sanematsu Escritório de Arte, São Paulo, SP; Museu Municipal de Artes Plásticas Eduardo Sívori, Buenos Aires (Argentina) (1987); Galeria 111, Lisboa (Portugal) (1988); Galeria Arte Actual, Santiago (Chile); Kate Art Gallery, São Paulo, SP (1989); Galeria Zen, Porto (Portugal); Global Art Galleries, Nova Orleans (Estados Unidos) (1990); Masp, São Paulo, SP (1992); Paço Imperial, Rio de Janeiro, RJ (1993); Espaço Henfil de Cultura, São Bernardo do Campo, SP (1996); Galeria Nara Roesler, São Paulo, SP (1997); Bolsa de Arte de Porto Alegre, Porto Alegre, RS (1998); Polo Cultural Casa da Fazenda do Morumbi, São Paulo, SP; Pinacoteca do Estado, São Paulo, SP (1999); Centro Cultural Padrão dos Descobrimentos, Lisboa (Portugal) (2000).
Possui obras em inúmeras coleções particulares, acervos oficiais do Brasil, do exterior e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.
Fonte: ALESP - Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
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Grupo Guanabara | Itaú Cultural
A formação do Grupo Guanabara ocorre em 1950, em torno do pintor Tikashi Fukushima. Natural do Japão, ele vem para o Brasil em 1940 e se estabelece, a princípio, no interior do Estado de São Paulo e, posteriormente, no Rio de Janeiro. Em 1949, muda-se para a capital paulista e abre uma molduraria no antigo largo Guanabara, onde é atualmente a Estação Paraíso do Metrô. A oficina torna-se ponto de encontro de artistas que vêm em busca da excelência do trabalho de molduraria realizado por Fukushima. Os encontros conduzem a idéia de criação de um espaço em que os artistas pudessem discutir seus trabalhos preservando a diversidade de tendências de seus membros.
O grupo chega a contar com 34 membros, na maioria imigrantes italianos e japoneses ou seus descendentes entre eles artistas que pertencem ao Grupo Seibi e ao Grupo dos 15. Entre seus fundadores estão Alzira Pecorari, Armando Pecorari, Arcangelo Ianelli, Marjô, Takeshi Suzuki, Tikashi Fukushima, Tomoo Handa, Yoshiya Takaoka, Tamaki. Posteriormente outros artistas se integram ao grupo, como Alina Okinaka, Hideomi Ohara, Ismenia Coaracy,Takahashi, Manabu Mabe, Masanosuke Hashimoto, Massao Okinaka, Thomaz, Tsukika Okayama e Wega Nery. Outros como Oswald de Andrade Filho e Tomie Ohtake, participam eventualmente das exposições realizadas pelo grupo.
Em sua trajetória o grupo promove cinco exposições coletivas. A primeira delas em 1950, na Galeria Domus. Osório César e Ibiapaba Martins, dois críticos do período, dão um destaque especial à mostra. A segunda, em 1951, realizada no Instituto de Arquitetos do Brasil - IAB/SP, reúne obras recusadas no 16º Salão Paulista de Belas Artes. O crítico de arte Quirino da Silva defende os artistas e divulga o evento no jornal Diário da Noite. A terceira ocorre em 1953, no ateliê de Fukushima, não tem muita divulgação nem alcança muita repercussão. Em 1958, a quarta exposição é realizada na Associação Cristã de Moços - ACM. É a mais divulgada delas, conta com publicação de catálogo e palestras dos críticos Lourival Gomes Machado e Sérgio Milliet. A última mostra é realizada em 1959, praticamente uma reedição da anterior, montada no mesmo local.
Após dez anos de atividade, o grupo se desfaz. Em 1992, o Escritório de Arte Magalhães Gouveia organiza uma retrospectiva do grupo.
Fonte: GRUPO Guanabara. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2024. Acesso em: 23 de maio de 2024. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Crédito fotográfico: Instituto Thomaz Ianelli, imagem do artista extraída do Facebook da instituição. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
Thomaz Ianelli (São Paulo, SP, 1932 — Idem, 24 de setembro de 2001), mais conhecido como Thomaz, foi um pintor, gravador e desenhista brasileiro. Iniciou sua vida profissional em 1948, como cartazista da Companhia dos Anúncios em Bondes em São Paulo e a partir de 1958 integra o Grupo Guanabara ao lado do irmão Arcângelo Ianelli e de outros artistas como Manabu Mabe, Tikashi Fukushima e Wega Nery. Frequentou o Ateliê Abstração, de Samson Flexor, um dos principais pólos irradiadores da arte abstrata no Brasil. Participou de cinco edições da Bienal de São Paulo entre as décadas de 1960 e 1980, sendo premiado nas edições de 1967 e 1975. Buscava redefinir o olhar não só para objetos do cotidiano. Embora preserve em suas pinturas algo da estrutura ortogonal da tradição moderna, produz uma dissolução das formas geométricas, recusando também o uso da perspectiva. Os tons terrosos e rebaixados de suas telas contrastam com a representação frequente de cenas em movimento ou que aludem a alguma vibração. Foi eleito e reeleito membro do conselho da AIAP, depois foi eleito presidente da APAP. Foi delegado do Brasil no Congresso Internacional de Artes Plásticas em Stuttgart (Alemanha). Viajou para Lisboa, Espanha, Itália e Suíça, onde trabalhou no ateliê de Rothrist produzindo séries de têmperas e gravuras em metal. Coordenou o curso no Ateliê Livre da Universidade de Caxias do Sul (Rio Grande do Sul), foi integrante da comissão de Artes Plásticas da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo e fez estudos em aquarela para a equipe de produção do filme Quarup no Mato Grosso. Recebeu diversos prêmios nas inúmeras exposições e mostras que participou como: Prêmio Itamaraty, Prêmio de Melhor Exposição do Ano concedido pela APCA na retrospectiva organizada pelo MASP, Medalha Cerimonies Celebration the Completion od Tókio Fuji Art Museum no MASP, Comenda Mérito Artístico e Cultural da Academia Brasileira de Arte, Cultura e História.
Biografia Tomaz Ianelli – Itaú Cultural
Thomaz Ianelli (São Paulo, São Paulo, 1932 — idem, 24 de setembro de 2001). Pintor, gravador, aquarelista e desenhista. Começa a trabalhar como aprendiz em uma empresa de desenho publicitário, a Companhia de Anúncios em Bondes, de 1948 a 1955. Em 1953, tem aulas de desenho e pintura com Angelo Simeone (1899 - 1974), na Associação Paulista de Belas Artes, em São Paulo. Entra em contato com os artistas Mario Zanini (1907 - 1971), Flexor (1907 - 1971) e Arnaldo Ferrari (1906 - 1974), entre outros. A partir de 1957, dedica-se à pintura, e, no ano seguinte, integra o Grupo Guanabara, participando de suas mostras coletivas. Em 1961, através do prêmio viagem que recebe no Concurso Velázquez, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ, viaja para a Europa, e conhece obras de artistas como Paul Klee (1879-1940) e Karel Appel (1921-2006), que passam a influenciar a sua pintura. Em 1965, ministra curso de desenho no Centro de Estudos Brasileiros, em Lima. Recebeu prêmio aquisição nas 9ª e 12ª edições da Bienal Internacional de São Paulo, em 1967 e 1975. Tornou-se membro do conselho da Associação Internacional de Artes Plásticas da Unesco, em 1972, e, dez anos depois é eleito o primeiro presidente da Associação Profissional de Artistas Plásticos. Em 1979, participa do Congresso Internacional de Artes Plásticas realizado em Stuttgart, na Alemanha, e trabalha em um ateliê de Rothrist, na Suíça. Em 1981, produz séries de têmperas e gravuras em metal. Em 1997, ilustra o livro Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, publicado pela editora Bibla, e, em 2000, é lançado pela editora Berlendis & Verteccia o livro Pinturas de Thomaz Ianelli: arte para criança, de Alberto Goldin.
Críticas
"(...) Afirmar que Thomaz é um colorista virtuose tornou-se hoje em dia quase uma obviedade. Primeiro, porque a constatação o acompanha com a mesma freqüência que as referências a Klee e à infância, e não há quem não a tenha tido em algum lugar. Segundo, porque a obra de arte nesse ponto fala imediatamente, e por si só (...). Sua obra tem um poder de encantamento imediato que repousa no impacto cromático. Só num segundo tempo de leitura entram em ação outros fatores. E o mais intrigante é que, como regra, suas cores são predominantemente consonantes (...). Thomaz costuma trabalhar primeiro com uma cor determinada, antes de colocar qualquer outra, estabelecendo com ela certos pontos de apoio essenciais. Numa segunda rodada, cria com outro tom um contraponto; e só então liberta o improviso (...). Há em várias fases, na pincelada de Thomaz, uma reminiscência de Volpi. E acredito que aí exista mais que casualidade (...). Em plena década de 70, podemos vê-lo obter, no óleo, um ritmo e uma luminosidade por transparência (e até por um formato de gesto) característicos da têmpera de Volpi" — Olívio Tavares de Araújo (ARAÚJO, Olívio Tavares de. Cor, textura, signos e estilo. In: _______. Thomaz. São Paulo: Grifo, 1980. p. 42-46).
"(...) A pintura de Thomaz Ianelli tem, porém, a particularidade de ser uma obra elaborada precisamente no curso dos anos de crise. Talvez por isso tenha sido ele obrigado a ir tão a fundo na recuperação dos valores pictóricos e fale hoje uma linguagem tão livre e tão rica.Uma linguagem sem compromisso a não ser com a sua integridade de pintura. Na dialética da linguagem e da realidade - contradição dinâmica e permanente na arte de Thomaz Ianelli -, atingiu ele aquele ponto de equilíbrio em que a linguagem é suficientemente consistente para ter autonomia e suficientemente permeável para não se enrijecer e estereotipar-se. Após o mergulho no universo distante dos signos e formas arcaizantes, voltou às paisagens e aos temas externos, dando provas de sua capacidade de transmudar qualquer coisa em fala pictórica. Conforme os temas, as cores são aí também da superfície e a composição se inspira na ordem natural reestruturada: a bidimensionalidade volta a ser ambígua ainda que predominante. Mas aos poucos, outra vez a linguagem se interioriza, as cores e a fatura tornam-se meios reveladores de uma dimensão outra, tocada de nostalgia e mistério, como nos trabalhos de 1980 e seguintes. O pintor mergulha outra vez no mundo remoto das formas-signos, sem referência direta ao mundo exterior. Só que agora - como é o caso de suas obras mais recentes - esse universo enigmático já nada tem do universo kleeniano e é menos a subjetividade do pintor do que a revelação dos subterrâneos de sua própria linguagem pictórica. Como se ele nos quisesse mostrar o seu avesso" — Ferreira Gullar (GULLAR, Ferreira. A pintura pintura de Thomaz Ianelli. In: _______. A pintura pintura de Thomaz Ianelli. Tradução Lucio Stein; prefácio Theon Spanudis. São Paulo: Cotia Trading, 1985. p. 25-26).
"Existem ainda configurações em sua pintura, porém tão deformadas e dissolvidas, que muitas vezes torna-se difícil reconhecê-las como tais. Assim, gradativamente a sua pintura entrou na fase atual que se caracteriza pela absoluta dissolvência dos elementos figurais. Thomaz criou um novo mundo de expressividade pictórica. Quais são as características deste seu mundo? Antes de mais nada, a leveza, a fluidez, a nebulosidade amorfa. Uma maciez dos coloridos fluidos, um lirismo que raramente tem elementos de uma leve dramaticidade, um flutuar, um levitar perpétuo. Amplos espaços se diluem além das fronteiras dos quadros. Fragmentos de delineamentos, fragmentos figurais seguram a consistência, a estrutura destes vultos amorfos. Estamos dentro de um mundo mágico e feérico. Com a criança dentro de si como guia, Thomaz nos conduz dentro desse mundo seu de lirismo amorfo.(...). Uma pureza, uma bondade emanam de todos os seus quadros. (...). O lirismo e às vezes a dramaticidade tomam o seu lugar. Assim Thomaz cria um rico mundo de suavidades amorfas e levitantes. Uns fragmentos lineares como os desenhos rupestres das cavernas dão, de uma maneira musical e dançante, a solidez estrutural deste mundo amorfo e nebuloso ou, como uma sensível nervatura, oferecem consistência a estes vultos fluidos e etéreos dos cromatismos dilutos e insubstanciais. Uma suave dança perpétua. Um mundo fantasmagórico, onde o colorido puro canta os seus hinos singelos". — Theon Spanudis (SPANUDIS, Theon. O mundo de Thomaz Ianelli. In: GULLAR, Ferreira. A pintura pintura de Thomaz Ianelli. Tradução Lucio Stein; prefácio Theon Spanudis. São Paulo: Cotia Trading, 1985. p. 15-16).
"(...) o fato de a pincelada de Thomaz Ianelli buscar afirmar-se enquanto tal encontra nesses artistas e noutros anteriores (Malfatti, Flávio de Carvalho, Guignard, De Fiori ou Bandeira) uma ampla tradição. A presença do sujeito, como aquele capaz de individualizar sua arte e sua linguagem, encontra na questão da pincelada uma instância de afirmação.
Ao contrário, a busca exacerbada de objetividade do concretismo na década de 50 resultaria no projeto de uso de cor chapada e tinta industrial, que não deixassem vestígio da passagem do autor. Thomaz Ianelli estabelece passagem seca e econômica do pincel. Aprendida a lição cezanniana, a pincelada conquista o espaço, constitui a superfície e constrói a figura - é sempre exercício visível e lúdico.
A cor de Thomaz Ianelli é sobretudo pigmento, na sua paleta terra. Provém de um outro Brasil, menos vegetal ou luminoso e desvinculado da tradição popular. É uma paleta das terras graves, entranhas trazidas à luz da pintura, sem exasperação dramática. De um mundo de manchas, pinceladas, imprecisões emergem figuras, como um exército poético de crianças, bailarinas, animais e brinquedos que estrutura o espaço. O olhar é estimulado à busca das imagens, como exercício de conjecturas e jogo de descobertas lúdicas. O desfecho gratificante é a apreensão desse universo de figuras, habitantes do informe que estruturam o espaço e fazem a obra. Surgem como afloramento da memória da infância, lembrar é perceber o visível no picadeiro da tela" — Paulo Herkenhoff (HERKENHOFF, Paulo. O lúdico Thomaz Ianelli. In: THOMAZ. Thomaz Ianelli. São Paulo: Yutaka Sanematsu Escritório de Arte, 1987. p. 4).
"Com frequência o artista faz uso de uma linguagem metafórica para resgatar o que há de belo numa realidade às vezes dura e dramática. Este talvez seja o segredo de sua obra, a eficácia de suas pinturas, assim como da obra desse outro Thomaz, o construtor de objetos tridimensionais, pequenas assemblages que são montadas, como suas pinturas, com a mesma dosagem de humor e comentário crítico sobre o mundo, a partir de pequenos fragmentos de matéria ou de sonho. Desse mundo, Thomaz é sempre o melhor conhecedor, mas por assim dizer escamoteia o que sabe, dissimulando o propósito com que junta os materiais de seus objetos ou a escolha das figuras que povoam seus quadros, para só deixar emergir, atravessada pela síntese do humor e do olhar crítico, a poesia que sabe arrancar desse mundo.
Talvez se pudesse dizer que na obra de Thomaz, em sua leveza e no que carrega de magia e de sonho, há algo de infantil - à condição de sabermos entender o termo como sinônimo do duro trabalho de reconquista de uma ingenuidade que só a criança, ainda infensa à voragem do mundo, é capaz de expressar. Uma forma de inocência que só a um grande artista em sua maturidade é dado resgatar" — Emanoel Araújo (ARAÚJO, Emanoel. Thomaz Ianelli: a imaginária aparente. In: THOMAZ. A imaginária do aparente. Apresentação Emanoel Araújo; coordenação Ricardo Sardenberg; Texto Wilson Coutinho, Olívio Tavares de Araújo, Agnaldo Farias; curadoria Emanoel Araújo, Alberto H. Collazo, Rui Mário Gonçalves, Angélica de Moraes; depoimento Thomaz. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1999. p. 2).
Depoimentos
"Para dizer algo em torno de meu trabalho, não me vejo obrigado a encontrar definições ou tomar a defesa de minha corrente estética. Posicionar a arte torna-se, ao meu ver, uma tarefa complexa, porque ela nunca se obrigou a assemelhar-se com o 'último modelo'.
Por outro lado, coloco-me aberto e interessado em todas as posições denominadas 'vanguardistas', porém sempre voltado para um trabalho continuado, no qual obviamente acredito. Arte se faz com arte e não com o que se aborda. Em termos de pintura, muito vale o que se traz dentro de si; a maneira como ela se desenvolve e passa a ser compreendida.
A sensibilidade de cada um deve ser respeitada dentro de seus limites. Não acredito em fórmulas estéticas, e sim em alargar cada vez mais o nosso tipo de visão confrontativa. Através da realização pictórica, encontro uma satisfação de vida. Transcendo o plano material e, a partir desse momento, a pintura interliga-se com a própria música e a poesia.
A arte tem segredos para contar, mas ela só lhe conta através de muito trabalho e muita perseverança" —Thomaz Ianelli, 1992 (IANELLI, Thomaz. A imaginária do aparente. In: THOMAZ. A imaginária do aparente. Apresentação Emanoel Araújo; coordenação Ricardo Sardenberg; texto Wilson Coutinho, Olívio Tavares de Araújo, Agnaldo Farias; curadoria Emanoel Araújo, Alberto H. Collazo, Rui Mário Gonçalves, Angélica de Moraes; depoimento Thomaz. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1999. [Trecho extraído da orelha do catálogo]).
Acervos
Fuji Art Museum - Tóquio (Japão)
Fundação Cultural do Distrito Federal - Brasília DF
Instituto de Cultura Hispânica de Madri - Madri (Espanha)
MAM/SP - São Paulo SP
Margs - Porto Alegre RS
Masp - São Paulo SP
MNBA - Rio de Janeiro RJ
Museu de Arte Contemporânea de Madri - Madri (Espanha)
MAP - Belo Horizonte MG
Museu de Arte da Universidade do Texas - Austin (Estados Unidos)
Museu de Arte do Paraná - Curitiba PR
Pinacoteca do Estado - São Paulo SP
Exposições Individuais
1960 - São Paulo SP - Primeira individual, na Galeria de Arte das Folhas - Prêmio Leirner
1961 - Campinas SP - Individual, na Galeria Aremar
1961 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Instituto Italiano de Cultura. Piccolla Galeria
1961 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Ambiente
1962 - Bilbao (Espanha) - Individual, no Instituto Vascongago
1962 - Madri (Espanha) - Individual, no Instituto de Cultura Hispânica
1962 - Paris (França) - Individual, na Maison du Brésil
1964 - Madri (Espanha) - Individual, na Galeria Nebli
1964 - São Paulo SP - Individual, na Galeria São Luís
1965 - Lima (Peru) - Individual, na Galeria Candido Portinari
1965 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1968 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Cosme Velho
1969 - Santos SP - Individual, na Galeria CCBEU
1970 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1971 - Campinas SP - Individual, no Banco Lar Brasileiro
1972 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1973 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria de Arte Ipanema
1975 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Cosme Velho
1976 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Grafiti
1977 - São Paulo SP - Individual, na Cristina Faria de Paula Galeria de Arte
1979 - Curitiba PR - Thomaz Ianelli: óleos e aquarelas, no MAC/PR
1979 - Rio de Janeiro RJ - Thomaz Ianelli :óleos e guaches, na Galeria Bonino
1980 - Paris (França) - Individual, na Galeria Debret
1980 - São Paulo SP - Individual, na Grifo Galeria de Arte
1982 - Rio de Janeiro RJ - Thomaz Ianelli: óleos e têmperas, na Galeria Bonino
1984 - Belo Horizonte MG - Individual, no MAP
1984 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MNBA
1985 - Brasília DF - Individual, na Fundação Cultural do Distrito Federal
1985 - Curitiba PR - Individual, no MAC/PR
1985 - Porto Alegre PR - Individual, no Margs
1985 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Tina Presser
1985 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - Thomaz Ianelli: a obra sobre papel, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte
1987 - Buenos Aires (Argentina) - Thomaz Ianelli: pinturas, no Museo de Artes Plásticas Eduardo Sívori
1987 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
1987 - São Paulo SP - Individual, na Yutaka Sanematsu Escritório de Arte
1988 - Lisboa (Portugal) - Individual, na Galeria 111
1989 - Santiago (Chile) - Individual, na Galeria Arte Actual
1989 - São Paulo SP - Thomaz Ianelli: aquarelas, na Kate Art Gallery
1990 - New Orleans (Estados Unidos) - Individual, na Global Art Gallery
1990 - Porto (Portugal) - Individual, na Galeria Zen
1992 - São Paulo SP - Individual, no Masp
1993 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Paço Imperial
1995 - Brasília DF - Individual, no Marlene Gastal Escritório de Arte
1996 - São Bernardo do Campo SP - Individual, no Espaço Henfil de Cultura
1997 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
1998 - Porto Alegre RS - Thomaz Ianelli, na Bolsa de Arte de Porto Alegre
1999 - Miami (Estados Unidos) - Thomaz Ianelli: aquarelas, no National Eagle Bank
1999 - São Paulo SP - Individual, na Casa da Fazenda do Morumbi
1999 - São Paulo SP - Thomaz Ianelli: a imaginária do aparente, na Pinacoteca do Estado
2000 - Lisboa (Portugal) -Formas Flutuantes, no Centro Cultural Padrão dos Descobrimentos
Exposições Coletivas
1958 - Curitiba PR - 15º Salão Paranaense de Belas Artes, na Biblioteca Pública do Paraná - menção honrosa
1958 - São Paulo SP - 4ª Exposição do Grupo Guanabara, na ACM
1959 - Curitiba PR - 16º Salão Paranaense de Belas Artes, na Biblioteca Pública do Paraná
1959 - Santos SP - 6º Salão Santista de Belas Artes - prêmio aquisição
1959 - São Paulo SP - 5ª Exposição do Grupo Guanabara, na ACM
1960 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1960 - Santos SP - 8º Salão Santista de Belas Artes - pequena medalha de prata
1960 - São Paulo SP - 9º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - medalha de bronze
1961 - São Paulo SP - 10º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - 1º prêmio de cartaz
1961 - Rio de Janeiro RJ - Natureza-Morta na Pintura, na Galeria Ibeu Copacabana
1961 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Arte Moderna, no MNBA - prêmio de viagem ao exterior
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1962 - Barcelona (Espanha) - Arte de América y España
1962 - Madri (Espanha) - Arte de América y España
1962 - Paris (França) - Arte de América y España
1962 - Munique (Alemanha) - Arte de América y España
1962 - Bruxelas (Bélgica) - Arte de América y España
1962 - Amsterdã (Holanda) - Arte de América y España
1962 - Milão (Itália) - Arte de América y España
1962 - Berna (Suiça) - Arte de América y España
1963 - Londres (Inglaterra) - Brazilian Art Today
1963 - Viena (Áustria) - Brazilian Art Today
1963 - Bruxelas (Bélgica) - Brazilian Art Today
1963 - Paris (França) - 3ª Bienal dos Jovens
1963 - São Paulo SP - 12º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - medalha de prata
1964 - Rio de Janeiro RJ - 2ª O Rosto e a Obra, no Ibeu Copacabana
1965 - Londres (Inglaterra) - Brazilian Art Today, na Royal Academy of Arts
1965 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Esso de Artistas Jovens, no MAM/RJ
1965 - São Paulo SP - 1º Salão Esso de Artistas Jovens, no MAC/USP
1966 - Bonn (Alemanha) - Brazilian Art Today, no Beethovenhalle
1966 - Washington (Estados Unidos) - Pintura Brasileira
1966 - São Paulo SP - Três Premissas, no MAB-FAAP
1966 - Paris (França) - Pintura Brasileira
1966 - Fulda (Alemanha) - Pintura Brasileira
1967 - Cidade do México (México) - Dez Pintores Brasileiros Modernos, no Palácio de Belas Artes
1967 - Montevidéu (Uruguai) - Dez Pintores Brasileiros Modernos
1967 - Santiago (Chile) - Dez Pintores Brasileiros Modernos
1967 - Lima (Peru) - Dez Pintores Brasileiros Modernos
1967 - Nova York (Estados Unidos) - Art by Latin América, no Zegri Gallery
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - Prêmio Itamaraty
1969 - Campinas SP - 5º Salão de Arte Contemporânea de Campinas
1969 - Santo André SP - 2º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal - Prêmio Cidade de Santo André
1969 - São Paulo SP - O Amarelo na Pintura, na Galeria Cosme Velho
1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1970 - Brasília DF - Salão Comemorativo do Pensamento Ecológico
1970 - São Paulo SP - Salão Comemorativo do Pensamento Ecológico
1970 - Rio de Janeiro RJ - Arte Contemporânea Brasileira, no Banco de Boston
1970 - Santo André SP - 3º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1970 - São Paulo SP - 2º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1970 - São Paulo SP - 2º Salão Paulista de Arte Contemporânea, no Masp - menção honrosa
1970 - São Paulo SP - Mostra Inaugural, na Galeria Astréia
1971 - Paris (França) - Salão de Outono, no Grand Palais
1971 - Santos SP - 1ª Bienal de Artes Plásticas - Prêmio Interventor Federal
1972 - Belo Horizonte MG - Cinco Anos de Vanguarda Brasileira, na Fundação Palácio das Artes
1972 - Curitiba PR - 29º Salão Paranaense, no Teatro Guaíra
1972 - Quito (Equador) - Salão da la Independência, na Casa de la Cultura Ecuatoriana
1972 - Rio de Janeiro RJ - De Ontem para Hoje, no Istituto Italiano di Cultura de San Paolo
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1973 - São Paulo SP - 5º Panorama de Arte Atual Brasileira, MAM/SP
1973 - Washington (Estados Unidos) - Art Gallery of the Brazilian, no Brazilian-American Cultural Institute
1974 - Bogotá (Colômbia) - 28 Artistas del Brazil, no Museu de Arte Moderna de Bogotá
1974 - Cali (Colômbia) - 28 Artistas del Brazil, no Museo de Arte Moderno La Tertulia
1974 - Caracas (Venezuela) - 28 Artistas del Brazil
1974 - Santiago (Chile) - 28 Artistas del Brazil, no Museo de Arte Moderno
1974 - Lima (Peru) - 28 Artistas del Brazil
1974 - Medellín (Colômbia) - 28 Artistas del Brazil
1974 - Equador - 28 Artistas del Brazil
1974 - São Paulo SP - Calendário, na Galeria Cosme Velho
1975 - Brasília DF - Salão do Pensamento Ecológico
1975 - São Paulo SP - 13ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1975 - São Paulo SP - Calendário, na Documenta Galeria de Arte
1975 - São Paulo SP - Mostra Inaugural, na Grifo Galeria de Arte
1975 - São Paulo SP - Salão do Pensamento Ecológico
1976 - Paris (França) - Américas e o Caribe, na United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization
1976 - São Paulo SP - 8º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1976 - São Paulo SP - Américas e o Caribe, no MAM/SP
1976 - São Paulo SP - Italianos i Oriundi, na Fiat Automóveis
1977 - Goiânia GO - Colecionadores de Goiás dos Mestres da Pintura Brasileira, na Casa Grande Galeria de Arte
1977 - Madri (Espanha) - Arte Actual de Ibero-Americana, no Instituto de Cultura Hispânica - itinerante
1977 - São Paulo SP - Exposições das Arcadas, no MAM/SP
1978 - Barcelona (Espanha) - 17º Prêmio Internacional de Desenho Joan Miró, na Fundação Joan Miró
1978 - Cidade de Cingapura (Cingapura) - Quatro Artistas, Quatro Técnicas, no National Museum Art Gallery
1978 - Piracicaba SP - Quatro Artistas, Quatro Técnicas, no Teatro Municipal Doutor Losso Netto
1978 - São Paulo SP - 2º Salão Nacional de Antigüidades e Galerias de Arte, no Masp
1978 - São Paulo SP - O Circo, no Paço das Artes
1979 - Buenos Aires (Argentina) - 1ª Trienal Latinoamericana del Grabado, nas Salas Nacionales de Exposición
1979 - Mendonza (Argentina) - 1ª Trienal Latino-americana del Grabado, no Museo de Arte Moderno
1979 - São Paulo SP - Quatro Coloristas, na Christina Faria de Paula Galeria de Arte
1980 - Lausanne (Suíça) - Acervo da Galerie Claudine Planque
1980 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Art, na Sotheby's Park Bernet Gallery
1980 - São Paulo SP - Mostra Itália Brasil, no Masp
1981 - Nova York (Estados Unidos) - 19th e 20th Century Latin American Paintings, na Sotheby's Park Bernet Gallery
1981 - São Paulo SP - Artistas Contemporâneos Brasileiros, na Galeria da Arte São Paulo
1982 - Cidade do México (México) - 3ª Bienal Iberoamericana de Arte
1982 - Nova York (Estados Unidos) - Contemporary Artists, na Kouros Gallery
1983 - Atami (Japão) - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1983 - Kyoto (Japão) - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1983 - Rio de Janeiro RJ - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no MNBA
1983 - São Paulo SP - 14º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1983 - São Paulo SP - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no Masp
1983 - Tóquio ( Japão) - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1984 - São Paulo SP - Arte na Rua 2
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - Nova York (Estados Unidos) - Important Latin American Paintings, na Sotheby's Park Bernet Gallery
1985 - Rio de Janeiro RJ - Seis Décadas da Arte Moderna: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial
1986 - Havana (Cuba) - 2ª Bienal de Havana
1986 - Los Angeles (Estados Unidos) - 1ª Los Angeles International Art Fair
1986 - Rio de Janeiro RJ - Sete Décadas da Presença Italiana na Arte Brasileira, no Paço Imperial
1986 - São Paulo SP - Algumas Tendências da Pintura Argentina e Brasileira, na Galeria Praxis
1986 - São Paulo SP - Cor e Desenho, ou Tensão e Humor, na Galeria Papier
1986 - São Paulo SP - Muro de Artes Gráficas, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - Volpi Permanência e Matriz: 7 artistas de São Paulo, na Galeria Montesanti Roesler
1986 - São Paulo SP - Algumas Tendências da Pintura Argentina e Brasileira, na Galeria Praxis
1986 - São Paulo SP - Antes e Agora: 8 pintores, na Fundação Cásper Líbero
1986 - São Paulo SP - Cor e Desenho ou Tensão e Humor, na Galeria Papier
1986 - São Paulo SP - Muro de Artes Gráficas, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - 17º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - 1ª Quadrienal de Propaganda: salas especiais, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - Volpi Permanência e Matriz: 7 artistas de São Paulo, na Galeria Montesanti Roesler
1987 - Rio de Janeiro RJ - Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial
1987 - Buenos Aires (Argentina) - Coleção Roberto Marinho, no Museu de Belas Artes
1987 - Lisboa (Portugal) - Coleção Roberto Marinho, na Fundação Calouste Gulbenkian
1987 - São Paulo SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1987 - São Paulo SP - 18º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1987 - São Paulo SP - 20ª Exposição de Arte Contemporânea, na Chapel Art Show
1987 - Taipé (Taiwan) - 3ª International Biennial Print Exhibition, no Taipei Fine Arts Museum
1988 - Lisboa (Portugal) - 2º Fórum de Arte Contemporânea
1988 - Parque Nacional do Xingú (Mato Grosso)- Aquarelas ao Natural
1988 - Pequim (China) - 1ª Exposição Brasil-China, na Galeria de Belas Artes da China
1988 - São Paulo SP - 15 Anos de Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Mokiti Okada M.O.A.
1989 - Lisboa (Portugal) - 2º Fórum de Arte Contemporânea
1989 - Lisboa (Portugal) - Seis Décadas de Arte Moderna Brasileira: Coleção Roberto Marinho, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1989 - São Paulo SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1989 - São Paulo SP - 20º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1990 - Atami (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Brasília DF - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Buenos Aires (Argentina) - Atualidade Brasileira Contemporânea, na OEA
1990 - Óbidos (Portugal) - 3ª Bienal de Óbidos, no Solar da Praça de Santa Maria
1990 - Rio de Janeiro RJ - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - São Paulo SP - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea, na Fundação Brasil-Japão
1990 - Sapporo (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Tóquio (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1991 - Santiago (Chile) - Diez Años, na Galeria de Arte Actual
1991 - Santos SP - 3ª Bienal Nacional de Santos, no Centro Cultural Patrícia Galvão
1991 - São Paulo SP - Dois Pintores Brasileiros: Siron Franco, Thomaz Ianelli, na Fundação Memorial da América Latina
1992 - Campinas SP - Premiados nos Salões de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC
1992 - Rio de Janeiro RJ - Artis Mundi, Fórum Global ECO 92
1992 - São Paulo SP - Grupo Guanabara: 1950-1959, na Renato Magalhães Gouvêa - Escritório de Arte
1993 - Caracas (Venezuela) - Feira Internacional das Galerias de Arte
1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Funesc
1993 - Santos SP - 4ª Bienal Nacional de Santos, no Centro Cultural Patrícia Galvão
1993 - São Paulo SP - Universo do Circo e Arte do Aretuzza, na Pinacoteca do Estado
1993 - São Paulo SP - Mostra do Anuário Latino-Americano de Artes Plásticas
1993 - Buenos Aires (Argentina) - Mostra do Anuário Latino-Americano de Artes Plásticas
1994 - Miami (Estados Unidos) - Art Miami 94 - Feira Internacional de Arte
1994 - São José dos Campos SP - 1ª Bienal de Gravura de São José dos Campos
1994 - São Paulo SP - Da Imagética Brasileira e de Miró, no MAC/USP
1994 - São Paulo SP - Xilogravura: do cordel à galeria, no Metrô
1994 - São Paulo SP - Bandeiras: 60 artistas homenageiam os 60 anos da USP, no MAC/USP
1995 - Ilinois (Estados Unidos) - Mostra de Aquarelas da FASM, na Northern Illinois University. Galeria 200
1995 - São Paulo SP - Mostra de Aquarelas da FASM, na Faculdade Santa Marcelina
1996 - Cidade do México (México) - Aquarela Brasil-México 96, no Museo Nacional de la Acuarela
1996 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Arcos da Lapa do Laboratoire Sculpture Urbaine Grenoble, nos Arcos da Lapa
1996 - São Paulo SP - Bandeiras, na Galeria de Arte do Sesi
1997 - Grenoble (França) - Labratoire Sculpture Urbaine
1997 - São Paulo SP - 10 anos, na Faculdade de Artes Santa Marcelina
1997 - São Paulo SP - Jerusalém 3.000 Anos pela Paz, no MuBE
1997 - São Paulo SP - Ubu: a patafísica nos trópicos, no MAB-FAAP
1998 - São Paulo SP - Arte Contemporânea, na Sérgio Caribé Galeria de Arte
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura: São Paulo: gravura hoje, no Palácio Gustavo Capanema
1999 - São Paulo SP - 8 Artistas Brasileiros, na Sérgio Caribé Galeria de Arte
1999 - São Paulo SP - Americamérica: obras das três Américas, no Masp
2000 - São Paulo SP - Os Anjos Estão de Volta, na Pinacoteca do Estado
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light
2001 - São Paulo SP - Mostra Inaugural, na Arte Infinita Galeria
Exposições Póstumas
2004 - São Paulo SP - Grupo Guanabara, no Masp. Galeria Prestes Maia
Fonte: THOMAZ Ianelli. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2024. Acesso em: 13 de maio de 2024. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Thomas Ianelli – Blombo
Thomas Ianelli (São Paulo, 1932 – São Paulo, 24 de setembro de 2001), pintor, gravador, aquarelista e desenhista, trabalhou como aprendiz em uma empresa de desenhos publicitários chamada Companhia de Anúncios em Bondes. Em 1950, passou a frequentar o ateliê de seu irmão mais velho Arcângelo Ianelli (pintor, escultor e ilustrador) e a ter aulas de pintura na Associação Paulista de Belas Artes com Ângelo Simeone.
Em 1958, passou a fazer parte do Grupo Guanabara, participando das exposições coletivas. Dois anos depois fez sua primeira individual (Galeria de Arte das Folhas) e recebeu o prêmio Leirner; depois ganhou o Concurso Velázquez – instituído pela Embaixada da Espanha em homenagem ao terceiro centenário da morte do pintor – do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. A partir de sua viagem para Europa seu trabalho passou a ter influências de artistas como Paul Klee e Karel Appel.
Viajou para o Peru para ministrar o curso de Arte e Desenho no Centro de Estudos Brasileiros.
Foi eleito e reeleito membro do conselho da AIAP, depois foi eleito presidente da APAP. Foi delegado do Brasil no Congresso Internacional de Artes Plásticas em Stuttgart (Alemanha). Viajou para Lisboa, Espanha, Itália e Suíça (nesse país trabalhou no ateliê de Rothrist produzindo séries de têmperas e gravuras em metal).
Coordenou o curso no Ateliê Livre da Universidade de Caxias do Sul (Rio Grande do Sul), foi integrante da comissão de Artes Plásticas da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo e fez estudos em aquarela para a equipe de produção do filme Quarup no Mato Grosso.
Em 1981, produz séries de têmperas e gravuras em metal. Em 1997, ilustra o livro Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, publicado pela editora Bibla, e, em 2000, é lançado pela editora Berlendis & Verteccia o livro Pinturas de Thomaz Ianelli: arte para criança, de Alberto Goldin.
Recebeu diversos prêmios nas inúmeras exposições e mostras que participou como: Prêmio Itamaraty, Prêmio de Melhor Exposição do Ano concedido pela APCA na retrospectiva organizada pelo MASP, Medalha Cerimonies Celebration the Completion od Tókio Fuji Art Museum no MASP, Comenda Mérito Artístico e Cultural da Academia Brasileira de Arte, Cultura e História.
Fonte: Blombo. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
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Thomaz Ianelli morre em São Paulo | Folha de São Paulo
Morreu ontem pela manhã, em São Paulo, o artista plástico Thomaz Ianelli. Internado no Incor há cerca de 20 dias, motivado por um infarto, Ianelli foi operado no último dia 13 para realizar uma ponte de safena e morreu por embolia pulmonar. Ianelli é irmão do também artista plástico Arcangelo Ianelli.
O velório está sendo realizado no Cemitério da Vila Mariana, onde deve acontecer o enterro hoje -sem horário previsto até o fechamento desta edição.
"O país perde um de seus grandes artistas e dos poucos brasileiros a ter um veio lírico; ele era um mestre da cor, um pintor extraordinário", disse ontem Fábio Magalhães, presidente do Memorial da América Latina e curador da Bienal do Mercosul.
O documentarista Carlos Cortez preparava um filme sobre os 50 anos de carreira do artista, que seriam comemorados em 2003. Segundo Cortez, "Ianelli esperava montar no próximo ano uma grande retrospectiva de sua obra, e o documentário seria feito para esse evento". Em 1993, Cortez já havia realizado um vídeo sobre o pintor, intitulado "Thomaz".
Ainda segundo Cortez, "Ianelli era um artista que não gostava de vender, tinha mais de 300 obras em seu acervo pessoal".
No próprio Incor, o artista chegou a fazer uma série de aquarelas, denominada "Imagens de uma Internação Forçada". Eram nove guaches, que estavam pendurados nas paredes do seu quarto, no hospital.
Thomaz Ianelli nasceu em São Paulo, em 1932. Pintor, gravador e desenhista, o artista foi integrante do Grupo Guanabara, criado em 1958. Sua primeira exposição individual, em 1960, foi feita na galeria de arte da Folha, quando ganhou o prêmio de aquisição.
Ianelli participou de pelo menos cinco edições da Bienal Internacional de São Paulo, a última em 1987. Em 1988, ele acompanha a equipe de produção do filme "Quarup", realizando vários estudos em aquarela.
O artista foi tema ainda de mostras em vários países, como França (1980), Argentina(1987), Chile(1989) e Estados Unidos (1990).
Sua última exposição internacional aconteceu no ano passado em Lisboa, Portugal. Para o crítico Olívio Tavares de Araújo, Ianelli era próximo de Volpi. "Na década de 70, podemos vê-lo obter um ritmo e uma luminosidade característicos de Volpi."
Fonte: Folha de São Paulo. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
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Exposição "Thomaz Ianelli : Pinturas e Objetos do Acaso" | Arte que Acontece
A Galeria Marcelo Guarnieri tem o prazer de apresentar a primeira mostra do artista Thomaz Ianelli (1932-2001) em nossa unidade de São Paulo.A exposição reúne pinturas, aquarelas e objetos realizados pelo artista entre as décadas de 1950 e 1990.
Thomaz Ianelli nasceu em São Paulo em 1932. Pintor, gravador e desenhista, iniciou em 1948 sua vida profissional como cartazista da Companhia dos Anúncios em Bondes em São Paulo e a partir de 1958 integra o Grupo Guanabara ao lado do irmão Arcângelo Ianelli e de outros artistas como Manabu Mabe, Tikashi Fukushima e Wega Nery. De 1958 até 1964 frequenta o Ateliê Abstração, de Samson Flexor, um dos principais pólos irradiadores da arte abstrata no Brasil. Participou de cinco edições da Bienal de São Paulo entre as décadas de 1960 e 1980, sendo premiado nas edições de 1967 e 1975.
Em sua prática, o artista buscava redefinir o olhar não só para objetos do cotidiano, mas também para cenas corriqueiras e domésticas, como o movimento dos peixes no aquário ou o das crianças brincando. Embora preserve em suas pinturas algo da estrutura ortogonal da tradição moderna, produz uma dissolução das formas geométricas, recusando também o uso da perspectiva. Os tons terrosos e rebaixados de suas telas contrastam com a representação frequente de cenas em movimento ou que aludem a alguma vibração.
A exposição conta com um pequeno conjunto de aquarelas e cerca de vinte pinturas realizadas entre as décadas de 1950 e 1990 em óleo sobre tela. Em boa parte delas é possível observar um tipo de trabalho com a tinta característico de Ianelli, que dissolvia o óleo na terebentina e acrescentava um pouco de cera a fim de alcançar uma maior transparência na pintura e alguma espessura no pigmento. Com essa técnica, alcançava uma aproximação visual entre seus óleos e a aquarela, reforçando o caráter lírico de seu universo. “O impulso e o ritmo irmanam-se com as diretrizes cromáticas que elejo e comando, como se manejasse a aquarela ou a têmpera, dando aos óleos uma familiaridade, como se essas técnicas pertencessem e se diluíssem em uma só. Nem sempre a cor se acentua, emergindo, às vezes, de transparências soltas sobre a superfície, outras vezes através do sentimento que se impõe juntamente com a mesma necessidade, frente a uma nova concepção, encontrando finalmente a sua própria identidade.”, escreve Ianelli.
Também integram a exposição algumas assemblages produzidas pelo artista entre as décadas de 1980 e 1990, obras que fazem parte de sua investigação sobre a tridimensionalidade iniciada na década de 1970. Essas peças eram construídas com materiais orgânicos como madeira, couro e raízes, provenientes de objetos descartados ou encontrados na natureza já deteriorados, envelhecidos pela ação do tempo, curtidos pela água do mar, areia e luz do sol. Além do caráter de imprecisão da forma e do uso desses objetos, interessava ao artista o fato de serem incorporados ao trabalho através de encontros guiados pelo acaso. O processo de criação, para Ianelli, deveria deixar o pronto e buscar o inesperado, algo que poderia ocorrer tanto na relação com esse objeto encontrado, quanto na passagem das formas planas da pintura para o plano tridimensional.
Fonte: Arte que Acontece. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
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Museu de Arte do Parlamento de São Paulo - Thomaz Ianelli
A dimensão humana da obra de Thomaz Ianelli através da espontaneidade da representação e equilíbrio de síntese
A sensibilidade de Thomaz Ianelli se educou através de um longo exercício e uma profunda e consciente preparação. Desde jovem, nunca se valeu dos movimentos da época para se valorizar. Percorreu sempre caminhos próprios.
A linguagem do artista possui uma força extrínseca, em cujos espaços e volumes surgem plenamente respeitados, e em perfeito equilíbrio, o desenho e as cores. Através desse processo Ianelli traçou a dimensão de suas relações com a forma e com o conteúdo de sua obra: uma dimensão humana, repleta de sentimentos e de límpidas emoções.
Sobre o plano dessa sensibilidade, inclinada sempre a colher sugestões e o encanto particular dos objetos e da paisagem recriada, o grande artista construiu suas imagens: uma comunicação que sua imaginação tornou muitas vezes evocativa na relação com a realidade.
O olhar de Thomaz Ianelli foi constantemente dirigido ao seu redor para retirar da realidade circunstantes pretextos visuais para sua narração pictórica, conduzida sempre sobre o fio de uma espontânea representação de tons contidos e medidos por uma síntese bem calibrada.
Seu maior ponto de força foi na consonância cromática, na feliz paginação que restitui à realidade apresentada sua graça e espontaneidade, o todo alcançando uma medida e um equilíbrio que conferem ao conjunto um tom de serena contemplação.
Assim é "Estação da Luz", litografia doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo pela Companhia do Metropolitano. Trata-se de uma obra cuja força expressiva demonstra uma linguagem pictórica ao mesmo tempo tradicional e contemporânea.
O artista
Thomaz Ianelli nasceu em 1932 em São Paulo, onde faleceu em 2001. A partir de 1950 passou a frequentar o ateliê de seu irmão, o pintor, escultor e ilustrador Arcângelo Ianelli. Em 1953 estudou desenho com Angelo Simeone na Associação Paulista de Belas-Artes, em São Paulo. Integrou-se ao Grupo Guanabara em 1958 e participou de suas mostras coletivas. Manteve contatos contínuos com os artistas Mario Zanini, Flexor e Arnaldo Ferrari, entre outros.
Pintor, gravador e desenhista durante os anos de 1961 e 1962, realizou viagens de estudo pela Europa utilizando o prêmio de viagem ganho no Concurso Velázquez, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Em 1965 ministrou curso de arte e desenho no Centro de Estudos Brasileiros, em Lima.
Tornou-se membro do conselho da Associação Internacional de Artes Plásticas da Unesco em 1958 e dez anos depois foi eleito o primeiro presidente da Associação Profissional de Artistas Plásticos. Em 1997 ilustrou o livro "O auto da barca do inferno", de Gil Vicente, publicado pela editora Bíbla.
Sua primeira exposição individual ocorreu em 1960, na Galeria de Arte da "Folha de S. Paulo", ocasião em que recebeu o Prêmio Leirner de aquisição. Participou ainda de exposições na Galeria Ambiente, SP; Galeria Aremar, Campinas, SP; Instituto Italiano de Cultura, Rio de Janeiro, RJ (1961); Maison du Brésil, Paris (França); Instituto de Cultura Hispânica, Madri (Espanha); Instituto Vascongago, Bilbao (Espanha) (1962); Galeria Nebli, Madri (Espanha) (1964); Galeria Astréia, São Paulo, SP (1965, 1970 e 1972); Galeria Candido Portinari, Lima (Peru) (1965); Galeria CCBEU, Santos, SP (1969); Galeria Girassol, Campinas, SP (1971); Galeria de Arte Ipanema, Rio de Janeiro, RJ (1973); Galeria Cosme Velho, São Paulo, SP (1975); Galeria Grafiti, São Paulo, SP (1976); Cristina Faria de Paula Galeria de Arte, São Paulo, SP (1977); MAC, Curitiba, PR; Galeria Bonino, Rio de Janeiro, RJ (1979, 1982 e 1985); Galeria Debret, Paris (França); Grifo Galeria de Arte, São Paulo, SP (1980); MAP, Belo Horizonte, MG; MNBA, Rio de Janeiro, RJ (1984); Fundação Cultural do Distrito Federal, Brasília, DF; Galeria Tina Presser, Porto Alegre, RS; MAM, São Paulo, SP; Margs, Porto Alegre, PR (1985); Paulo Figueiredo Galeria de Arte, São Paulo, SP (1986); Galeria Saramenha, Rio de Janeiro, RJ; Yutaka Sanematsu Escritório de Arte, São Paulo, SP; Museu Municipal de Artes Plásticas Eduardo Sívori, Buenos Aires (Argentina) (1987); Galeria 111, Lisboa (Portugal) (1988); Galeria Arte Actual, Santiago (Chile); Kate Art Gallery, São Paulo, SP (1989); Galeria Zen, Porto (Portugal); Global Art Galleries, Nova Orleans (Estados Unidos) (1990); Masp, São Paulo, SP (1992); Paço Imperial, Rio de Janeiro, RJ (1993); Espaço Henfil de Cultura, São Bernardo do Campo, SP (1996); Galeria Nara Roesler, São Paulo, SP (1997); Bolsa de Arte de Porto Alegre, Porto Alegre, RS (1998); Polo Cultural Casa da Fazenda do Morumbi, São Paulo, SP; Pinacoteca do Estado, São Paulo, SP (1999); Centro Cultural Padrão dos Descobrimentos, Lisboa (Portugal) (2000).
Possui obras em inúmeras coleções particulares, acervos oficiais do Brasil, do exterior e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.
Fonte: ALESP - Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
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Grupo Guanabara | Itaú Cultural
A formação do Grupo Guanabara ocorre em 1950, em torno do pintor Tikashi Fukushima. Natural do Japão, ele vem para o Brasil em 1940 e se estabelece, a princípio, no interior do Estado de São Paulo e, posteriormente, no Rio de Janeiro. Em 1949, muda-se para a capital paulista e abre uma molduraria no antigo largo Guanabara, onde é atualmente a Estação Paraíso do Metrô. A oficina torna-se ponto de encontro de artistas que vêm em busca da excelência do trabalho de molduraria realizado por Fukushima. Os encontros conduzem a idéia de criação de um espaço em que os artistas pudessem discutir seus trabalhos preservando a diversidade de tendências de seus membros.
O grupo chega a contar com 34 membros, na maioria imigrantes italianos e japoneses ou seus descendentes entre eles artistas que pertencem ao Grupo Seibi e ao Grupo dos 15. Entre seus fundadores estão Alzira Pecorari, Armando Pecorari, Arcangelo Ianelli, Marjô, Takeshi Suzuki, Tikashi Fukushima, Tomoo Handa, Yoshiya Takaoka, Tamaki. Posteriormente outros artistas se integram ao grupo, como Alina Okinaka, Hideomi Ohara, Ismenia Coaracy,Takahashi, Manabu Mabe, Masanosuke Hashimoto, Massao Okinaka, Thomaz, Tsukika Okayama e Wega Nery. Outros como Oswald de Andrade Filho e Tomie Ohtake, participam eventualmente das exposições realizadas pelo grupo.
Em sua trajetória o grupo promove cinco exposições coletivas. A primeira delas em 1950, na Galeria Domus. Osório César e Ibiapaba Martins, dois críticos do período, dão um destaque especial à mostra. A segunda, em 1951, realizada no Instituto de Arquitetos do Brasil - IAB/SP, reúne obras recusadas no 16º Salão Paulista de Belas Artes. O crítico de arte Quirino da Silva defende os artistas e divulga o evento no jornal Diário da Noite. A terceira ocorre em 1953, no ateliê de Fukushima, não tem muita divulgação nem alcança muita repercussão. Em 1958, a quarta exposição é realizada na Associação Cristã de Moços - ACM. É a mais divulgada delas, conta com publicação de catálogo e palestras dos críticos Lourival Gomes Machado e Sérgio Milliet. A última mostra é realizada em 1959, praticamente uma reedição da anterior, montada no mesmo local.
Após dez anos de atividade, o grupo se desfaz. Em 1992, o Escritório de Arte Magalhães Gouveia organiza uma retrospectiva do grupo.
Fonte: GRUPO Guanabara. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2024. Acesso em: 23 de maio de 2024. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Crédito fotográfico: Instituto Thomaz Ianelli, imagem do artista extraída do Facebook da instituição. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
Thomaz Ianelli (São Paulo, SP, 1932 — Idem, 24 de setembro de 2001), mais conhecido como Thomaz, foi um pintor, gravador e desenhista brasileiro. Iniciou sua vida profissional em 1948, como cartazista da Companhia dos Anúncios em Bondes em São Paulo e a partir de 1958 integra o Grupo Guanabara ao lado do irmão Arcângelo Ianelli e de outros artistas como Manabu Mabe, Tikashi Fukushima e Wega Nery. Frequentou o Ateliê Abstração, de Samson Flexor, um dos principais pólos irradiadores da arte abstrata no Brasil. Participou de cinco edições da Bienal de São Paulo entre as décadas de 1960 e 1980, sendo premiado nas edições de 1967 e 1975. Buscava redefinir o olhar não só para objetos do cotidiano. Embora preserve em suas pinturas algo da estrutura ortogonal da tradição moderna, produz uma dissolução das formas geométricas, recusando também o uso da perspectiva. Os tons terrosos e rebaixados de suas telas contrastam com a representação frequente de cenas em movimento ou que aludem a alguma vibração. Foi eleito e reeleito membro do conselho da AIAP, depois foi eleito presidente da APAP. Foi delegado do Brasil no Congresso Internacional de Artes Plásticas em Stuttgart (Alemanha). Viajou para Lisboa, Espanha, Itália e Suíça, onde trabalhou no ateliê de Rothrist produzindo séries de têmperas e gravuras em metal. Coordenou o curso no Ateliê Livre da Universidade de Caxias do Sul (Rio Grande do Sul), foi integrante da comissão de Artes Plásticas da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo e fez estudos em aquarela para a equipe de produção do filme Quarup no Mato Grosso. Recebeu diversos prêmios nas inúmeras exposições e mostras que participou como: Prêmio Itamaraty, Prêmio de Melhor Exposição do Ano concedido pela APCA na retrospectiva organizada pelo MASP, Medalha Cerimonies Celebration the Completion od Tókio Fuji Art Museum no MASP, Comenda Mérito Artístico e Cultural da Academia Brasileira de Arte, Cultura e História.
Biografia Tomaz Ianelli – Itaú Cultural
Thomaz Ianelli (São Paulo, São Paulo, 1932 — idem, 24 de setembro de 2001). Pintor, gravador, aquarelista e desenhista. Começa a trabalhar como aprendiz em uma empresa de desenho publicitário, a Companhia de Anúncios em Bondes, de 1948 a 1955. Em 1953, tem aulas de desenho e pintura com Angelo Simeone (1899 - 1974), na Associação Paulista de Belas Artes, em São Paulo. Entra em contato com os artistas Mario Zanini (1907 - 1971), Flexor (1907 - 1971) e Arnaldo Ferrari (1906 - 1974), entre outros. A partir de 1957, dedica-se à pintura, e, no ano seguinte, integra o Grupo Guanabara, participando de suas mostras coletivas. Em 1961, através do prêmio viagem que recebe no Concurso Velázquez, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ, viaja para a Europa, e conhece obras de artistas como Paul Klee (1879-1940) e Karel Appel (1921-2006), que passam a influenciar a sua pintura. Em 1965, ministra curso de desenho no Centro de Estudos Brasileiros, em Lima. Recebeu prêmio aquisição nas 9ª e 12ª edições da Bienal Internacional de São Paulo, em 1967 e 1975. Tornou-se membro do conselho da Associação Internacional de Artes Plásticas da Unesco, em 1972, e, dez anos depois é eleito o primeiro presidente da Associação Profissional de Artistas Plásticos. Em 1979, participa do Congresso Internacional de Artes Plásticas realizado em Stuttgart, na Alemanha, e trabalha em um ateliê de Rothrist, na Suíça. Em 1981, produz séries de têmperas e gravuras em metal. Em 1997, ilustra o livro Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, publicado pela editora Bibla, e, em 2000, é lançado pela editora Berlendis & Verteccia o livro Pinturas de Thomaz Ianelli: arte para criança, de Alberto Goldin.
Críticas
"(...) Afirmar que Thomaz é um colorista virtuose tornou-se hoje em dia quase uma obviedade. Primeiro, porque a constatação o acompanha com a mesma freqüência que as referências a Klee e à infância, e não há quem não a tenha tido em algum lugar. Segundo, porque a obra de arte nesse ponto fala imediatamente, e por si só (...). Sua obra tem um poder de encantamento imediato que repousa no impacto cromático. Só num segundo tempo de leitura entram em ação outros fatores. E o mais intrigante é que, como regra, suas cores são predominantemente consonantes (...). Thomaz costuma trabalhar primeiro com uma cor determinada, antes de colocar qualquer outra, estabelecendo com ela certos pontos de apoio essenciais. Numa segunda rodada, cria com outro tom um contraponto; e só então liberta o improviso (...). Há em várias fases, na pincelada de Thomaz, uma reminiscência de Volpi. E acredito que aí exista mais que casualidade (...). Em plena década de 70, podemos vê-lo obter, no óleo, um ritmo e uma luminosidade por transparência (e até por um formato de gesto) característicos da têmpera de Volpi" — Olívio Tavares de Araújo (ARAÚJO, Olívio Tavares de. Cor, textura, signos e estilo. In: _______. Thomaz. São Paulo: Grifo, 1980. p. 42-46).
"(...) A pintura de Thomaz Ianelli tem, porém, a particularidade de ser uma obra elaborada precisamente no curso dos anos de crise. Talvez por isso tenha sido ele obrigado a ir tão a fundo na recuperação dos valores pictóricos e fale hoje uma linguagem tão livre e tão rica.Uma linguagem sem compromisso a não ser com a sua integridade de pintura. Na dialética da linguagem e da realidade - contradição dinâmica e permanente na arte de Thomaz Ianelli -, atingiu ele aquele ponto de equilíbrio em que a linguagem é suficientemente consistente para ter autonomia e suficientemente permeável para não se enrijecer e estereotipar-se. Após o mergulho no universo distante dos signos e formas arcaizantes, voltou às paisagens e aos temas externos, dando provas de sua capacidade de transmudar qualquer coisa em fala pictórica. Conforme os temas, as cores são aí também da superfície e a composição se inspira na ordem natural reestruturada: a bidimensionalidade volta a ser ambígua ainda que predominante. Mas aos poucos, outra vez a linguagem se interioriza, as cores e a fatura tornam-se meios reveladores de uma dimensão outra, tocada de nostalgia e mistério, como nos trabalhos de 1980 e seguintes. O pintor mergulha outra vez no mundo remoto das formas-signos, sem referência direta ao mundo exterior. Só que agora - como é o caso de suas obras mais recentes - esse universo enigmático já nada tem do universo kleeniano e é menos a subjetividade do pintor do que a revelação dos subterrâneos de sua própria linguagem pictórica. Como se ele nos quisesse mostrar o seu avesso" — Ferreira Gullar (GULLAR, Ferreira. A pintura pintura de Thomaz Ianelli. In: _______. A pintura pintura de Thomaz Ianelli. Tradução Lucio Stein; prefácio Theon Spanudis. São Paulo: Cotia Trading, 1985. p. 25-26).
"Existem ainda configurações em sua pintura, porém tão deformadas e dissolvidas, que muitas vezes torna-se difícil reconhecê-las como tais. Assim, gradativamente a sua pintura entrou na fase atual que se caracteriza pela absoluta dissolvência dos elementos figurais. Thomaz criou um novo mundo de expressividade pictórica. Quais são as características deste seu mundo? Antes de mais nada, a leveza, a fluidez, a nebulosidade amorfa. Uma maciez dos coloridos fluidos, um lirismo que raramente tem elementos de uma leve dramaticidade, um flutuar, um levitar perpétuo. Amplos espaços se diluem além das fronteiras dos quadros. Fragmentos de delineamentos, fragmentos figurais seguram a consistência, a estrutura destes vultos amorfos. Estamos dentro de um mundo mágico e feérico. Com a criança dentro de si como guia, Thomaz nos conduz dentro desse mundo seu de lirismo amorfo.(...). Uma pureza, uma bondade emanam de todos os seus quadros. (...). O lirismo e às vezes a dramaticidade tomam o seu lugar. Assim Thomaz cria um rico mundo de suavidades amorfas e levitantes. Uns fragmentos lineares como os desenhos rupestres das cavernas dão, de uma maneira musical e dançante, a solidez estrutural deste mundo amorfo e nebuloso ou, como uma sensível nervatura, oferecem consistência a estes vultos fluidos e etéreos dos cromatismos dilutos e insubstanciais. Uma suave dança perpétua. Um mundo fantasmagórico, onde o colorido puro canta os seus hinos singelos". — Theon Spanudis (SPANUDIS, Theon. O mundo de Thomaz Ianelli. In: GULLAR, Ferreira. A pintura pintura de Thomaz Ianelli. Tradução Lucio Stein; prefácio Theon Spanudis. São Paulo: Cotia Trading, 1985. p. 15-16).
"(...) o fato de a pincelada de Thomaz Ianelli buscar afirmar-se enquanto tal encontra nesses artistas e noutros anteriores (Malfatti, Flávio de Carvalho, Guignard, De Fiori ou Bandeira) uma ampla tradição. A presença do sujeito, como aquele capaz de individualizar sua arte e sua linguagem, encontra na questão da pincelada uma instância de afirmação.
Ao contrário, a busca exacerbada de objetividade do concretismo na década de 50 resultaria no projeto de uso de cor chapada e tinta industrial, que não deixassem vestígio da passagem do autor. Thomaz Ianelli estabelece passagem seca e econômica do pincel. Aprendida a lição cezanniana, a pincelada conquista o espaço, constitui a superfície e constrói a figura - é sempre exercício visível e lúdico.
A cor de Thomaz Ianelli é sobretudo pigmento, na sua paleta terra. Provém de um outro Brasil, menos vegetal ou luminoso e desvinculado da tradição popular. É uma paleta das terras graves, entranhas trazidas à luz da pintura, sem exasperação dramática. De um mundo de manchas, pinceladas, imprecisões emergem figuras, como um exército poético de crianças, bailarinas, animais e brinquedos que estrutura o espaço. O olhar é estimulado à busca das imagens, como exercício de conjecturas e jogo de descobertas lúdicas. O desfecho gratificante é a apreensão desse universo de figuras, habitantes do informe que estruturam o espaço e fazem a obra. Surgem como afloramento da memória da infância, lembrar é perceber o visível no picadeiro da tela" — Paulo Herkenhoff (HERKENHOFF, Paulo. O lúdico Thomaz Ianelli. In: THOMAZ. Thomaz Ianelli. São Paulo: Yutaka Sanematsu Escritório de Arte, 1987. p. 4).
"Com frequência o artista faz uso de uma linguagem metafórica para resgatar o que há de belo numa realidade às vezes dura e dramática. Este talvez seja o segredo de sua obra, a eficácia de suas pinturas, assim como da obra desse outro Thomaz, o construtor de objetos tridimensionais, pequenas assemblages que são montadas, como suas pinturas, com a mesma dosagem de humor e comentário crítico sobre o mundo, a partir de pequenos fragmentos de matéria ou de sonho. Desse mundo, Thomaz é sempre o melhor conhecedor, mas por assim dizer escamoteia o que sabe, dissimulando o propósito com que junta os materiais de seus objetos ou a escolha das figuras que povoam seus quadros, para só deixar emergir, atravessada pela síntese do humor e do olhar crítico, a poesia que sabe arrancar desse mundo.
Talvez se pudesse dizer que na obra de Thomaz, em sua leveza e no que carrega de magia e de sonho, há algo de infantil - à condição de sabermos entender o termo como sinônimo do duro trabalho de reconquista de uma ingenuidade que só a criança, ainda infensa à voragem do mundo, é capaz de expressar. Uma forma de inocência que só a um grande artista em sua maturidade é dado resgatar" — Emanoel Araújo (ARAÚJO, Emanoel. Thomaz Ianelli: a imaginária aparente. In: THOMAZ. A imaginária do aparente. Apresentação Emanoel Araújo; coordenação Ricardo Sardenberg; Texto Wilson Coutinho, Olívio Tavares de Araújo, Agnaldo Farias; curadoria Emanoel Araújo, Alberto H. Collazo, Rui Mário Gonçalves, Angélica de Moraes; depoimento Thomaz. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1999. p. 2).
Depoimentos
"Para dizer algo em torno de meu trabalho, não me vejo obrigado a encontrar definições ou tomar a defesa de minha corrente estética. Posicionar a arte torna-se, ao meu ver, uma tarefa complexa, porque ela nunca se obrigou a assemelhar-se com o 'último modelo'.
Por outro lado, coloco-me aberto e interessado em todas as posições denominadas 'vanguardistas', porém sempre voltado para um trabalho continuado, no qual obviamente acredito. Arte se faz com arte e não com o que se aborda. Em termos de pintura, muito vale o que se traz dentro de si; a maneira como ela se desenvolve e passa a ser compreendida.
A sensibilidade de cada um deve ser respeitada dentro de seus limites. Não acredito em fórmulas estéticas, e sim em alargar cada vez mais o nosso tipo de visão confrontativa. Através da realização pictórica, encontro uma satisfação de vida. Transcendo o plano material e, a partir desse momento, a pintura interliga-se com a própria música e a poesia.
A arte tem segredos para contar, mas ela só lhe conta através de muito trabalho e muita perseverança" —Thomaz Ianelli, 1992 (IANELLI, Thomaz. A imaginária do aparente. In: THOMAZ. A imaginária do aparente. Apresentação Emanoel Araújo; coordenação Ricardo Sardenberg; texto Wilson Coutinho, Olívio Tavares de Araújo, Agnaldo Farias; curadoria Emanoel Araújo, Alberto H. Collazo, Rui Mário Gonçalves, Angélica de Moraes; depoimento Thomaz. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1999. [Trecho extraído da orelha do catálogo]).
Acervos
Fuji Art Museum - Tóquio (Japão)
Fundação Cultural do Distrito Federal - Brasília DF
Instituto de Cultura Hispânica de Madri - Madri (Espanha)
MAM/SP - São Paulo SP
Margs - Porto Alegre RS
Masp - São Paulo SP
MNBA - Rio de Janeiro RJ
Museu de Arte Contemporânea de Madri - Madri (Espanha)
MAP - Belo Horizonte MG
Museu de Arte da Universidade do Texas - Austin (Estados Unidos)
Museu de Arte do Paraná - Curitiba PR
Pinacoteca do Estado - São Paulo SP
Exposições Individuais
1960 - São Paulo SP - Primeira individual, na Galeria de Arte das Folhas - Prêmio Leirner
1961 - Campinas SP - Individual, na Galeria Aremar
1961 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Instituto Italiano de Cultura. Piccolla Galeria
1961 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Ambiente
1962 - Bilbao (Espanha) - Individual, no Instituto Vascongago
1962 - Madri (Espanha) - Individual, no Instituto de Cultura Hispânica
1962 - Paris (França) - Individual, na Maison du Brésil
1964 - Madri (Espanha) - Individual, na Galeria Nebli
1964 - São Paulo SP - Individual, na Galeria São Luís
1965 - Lima (Peru) - Individual, na Galeria Candido Portinari
1965 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1968 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Cosme Velho
1969 - Santos SP - Individual, na Galeria CCBEU
1970 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1971 - Campinas SP - Individual, no Banco Lar Brasileiro
1972 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1973 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria de Arte Ipanema
1975 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Cosme Velho
1976 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Grafiti
1977 - São Paulo SP - Individual, na Cristina Faria de Paula Galeria de Arte
1979 - Curitiba PR - Thomaz Ianelli: óleos e aquarelas, no MAC/PR
1979 - Rio de Janeiro RJ - Thomaz Ianelli :óleos e guaches, na Galeria Bonino
1980 - Paris (França) - Individual, na Galeria Debret
1980 - São Paulo SP - Individual, na Grifo Galeria de Arte
1982 - Rio de Janeiro RJ - Thomaz Ianelli: óleos e têmperas, na Galeria Bonino
1984 - Belo Horizonte MG - Individual, no MAP
1984 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MNBA
1985 - Brasília DF - Individual, na Fundação Cultural do Distrito Federal
1985 - Curitiba PR - Individual, no MAC/PR
1985 - Porto Alegre PR - Individual, no Margs
1985 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Tina Presser
1985 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - Thomaz Ianelli: a obra sobre papel, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte
1987 - Buenos Aires (Argentina) - Thomaz Ianelli: pinturas, no Museo de Artes Plásticas Eduardo Sívori
1987 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
1987 - São Paulo SP - Individual, na Yutaka Sanematsu Escritório de Arte
1988 - Lisboa (Portugal) - Individual, na Galeria 111
1989 - Santiago (Chile) - Individual, na Galeria Arte Actual
1989 - São Paulo SP - Thomaz Ianelli: aquarelas, na Kate Art Gallery
1990 - New Orleans (Estados Unidos) - Individual, na Global Art Gallery
1990 - Porto (Portugal) - Individual, na Galeria Zen
1992 - São Paulo SP - Individual, no Masp
1993 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Paço Imperial
1995 - Brasília DF - Individual, no Marlene Gastal Escritório de Arte
1996 - São Bernardo do Campo SP - Individual, no Espaço Henfil de Cultura
1997 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
1998 - Porto Alegre RS - Thomaz Ianelli, na Bolsa de Arte de Porto Alegre
1999 - Miami (Estados Unidos) - Thomaz Ianelli: aquarelas, no National Eagle Bank
1999 - São Paulo SP - Individual, na Casa da Fazenda do Morumbi
1999 - São Paulo SP - Thomaz Ianelli: a imaginária do aparente, na Pinacoteca do Estado
2000 - Lisboa (Portugal) -Formas Flutuantes, no Centro Cultural Padrão dos Descobrimentos
Exposições Coletivas
1958 - Curitiba PR - 15º Salão Paranaense de Belas Artes, na Biblioteca Pública do Paraná - menção honrosa
1958 - São Paulo SP - 4ª Exposição do Grupo Guanabara, na ACM
1959 - Curitiba PR - 16º Salão Paranaense de Belas Artes, na Biblioteca Pública do Paraná
1959 - Santos SP - 6º Salão Santista de Belas Artes - prêmio aquisição
1959 - São Paulo SP - 5ª Exposição do Grupo Guanabara, na ACM
1960 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1960 - Santos SP - 8º Salão Santista de Belas Artes - pequena medalha de prata
1960 - São Paulo SP - 9º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - medalha de bronze
1961 - São Paulo SP - 10º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - 1º prêmio de cartaz
1961 - Rio de Janeiro RJ - Natureza-Morta na Pintura, na Galeria Ibeu Copacabana
1961 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Arte Moderna, no MNBA - prêmio de viagem ao exterior
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1962 - Barcelona (Espanha) - Arte de América y España
1962 - Madri (Espanha) - Arte de América y España
1962 - Paris (França) - Arte de América y España
1962 - Munique (Alemanha) - Arte de América y España
1962 - Bruxelas (Bélgica) - Arte de América y España
1962 - Amsterdã (Holanda) - Arte de América y España
1962 - Milão (Itália) - Arte de América y España
1962 - Berna (Suiça) - Arte de América y España
1963 - Londres (Inglaterra) - Brazilian Art Today
1963 - Viena (Áustria) - Brazilian Art Today
1963 - Bruxelas (Bélgica) - Brazilian Art Today
1963 - Paris (França) - 3ª Bienal dos Jovens
1963 - São Paulo SP - 12º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - medalha de prata
1964 - Rio de Janeiro RJ - 2ª O Rosto e a Obra, no Ibeu Copacabana
1965 - Londres (Inglaterra) - Brazilian Art Today, na Royal Academy of Arts
1965 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Esso de Artistas Jovens, no MAM/RJ
1965 - São Paulo SP - 1º Salão Esso de Artistas Jovens, no MAC/USP
1966 - Bonn (Alemanha) - Brazilian Art Today, no Beethovenhalle
1966 - Washington (Estados Unidos) - Pintura Brasileira
1966 - São Paulo SP - Três Premissas, no MAB-FAAP
1966 - Paris (França) - Pintura Brasileira
1966 - Fulda (Alemanha) - Pintura Brasileira
1967 - Cidade do México (México) - Dez Pintores Brasileiros Modernos, no Palácio de Belas Artes
1967 - Montevidéu (Uruguai) - Dez Pintores Brasileiros Modernos
1967 - Santiago (Chile) - Dez Pintores Brasileiros Modernos
1967 - Lima (Peru) - Dez Pintores Brasileiros Modernos
1967 - Nova York (Estados Unidos) - Art by Latin América, no Zegri Gallery
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - Prêmio Itamaraty
1969 - Campinas SP - 5º Salão de Arte Contemporânea de Campinas
1969 - Santo André SP - 2º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal - Prêmio Cidade de Santo André
1969 - São Paulo SP - O Amarelo na Pintura, na Galeria Cosme Velho
1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1970 - Brasília DF - Salão Comemorativo do Pensamento Ecológico
1970 - São Paulo SP - Salão Comemorativo do Pensamento Ecológico
1970 - Rio de Janeiro RJ - Arte Contemporânea Brasileira, no Banco de Boston
1970 - Santo André SP - 3º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1970 - São Paulo SP - 2º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1970 - São Paulo SP - 2º Salão Paulista de Arte Contemporânea, no Masp - menção honrosa
1970 - São Paulo SP - Mostra Inaugural, na Galeria Astréia
1971 - Paris (França) - Salão de Outono, no Grand Palais
1971 - Santos SP - 1ª Bienal de Artes Plásticas - Prêmio Interventor Federal
1972 - Belo Horizonte MG - Cinco Anos de Vanguarda Brasileira, na Fundação Palácio das Artes
1972 - Curitiba PR - 29º Salão Paranaense, no Teatro Guaíra
1972 - Quito (Equador) - Salão da la Independência, na Casa de la Cultura Ecuatoriana
1972 - Rio de Janeiro RJ - De Ontem para Hoje, no Istituto Italiano di Cultura de San Paolo
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1973 - São Paulo SP - 5º Panorama de Arte Atual Brasileira, MAM/SP
1973 - Washington (Estados Unidos) - Art Gallery of the Brazilian, no Brazilian-American Cultural Institute
1974 - Bogotá (Colômbia) - 28 Artistas del Brazil, no Museu de Arte Moderna de Bogotá
1974 - Cali (Colômbia) - 28 Artistas del Brazil, no Museo de Arte Moderno La Tertulia
1974 - Caracas (Venezuela) - 28 Artistas del Brazil
1974 - Santiago (Chile) - 28 Artistas del Brazil, no Museo de Arte Moderno
1974 - Lima (Peru) - 28 Artistas del Brazil
1974 - Medellín (Colômbia) - 28 Artistas del Brazil
1974 - Equador - 28 Artistas del Brazil
1974 - São Paulo SP - Calendário, na Galeria Cosme Velho
1975 - Brasília DF - Salão do Pensamento Ecológico
1975 - São Paulo SP - 13ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1975 - São Paulo SP - Calendário, na Documenta Galeria de Arte
1975 - São Paulo SP - Mostra Inaugural, na Grifo Galeria de Arte
1975 - São Paulo SP - Salão do Pensamento Ecológico
1976 - Paris (França) - Américas e o Caribe, na United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization
1976 - São Paulo SP - 8º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1976 - São Paulo SP - Américas e o Caribe, no MAM/SP
1976 - São Paulo SP - Italianos i Oriundi, na Fiat Automóveis
1977 - Goiânia GO - Colecionadores de Goiás dos Mestres da Pintura Brasileira, na Casa Grande Galeria de Arte
1977 - Madri (Espanha) - Arte Actual de Ibero-Americana, no Instituto de Cultura Hispânica - itinerante
1977 - São Paulo SP - Exposições das Arcadas, no MAM/SP
1978 - Barcelona (Espanha) - 17º Prêmio Internacional de Desenho Joan Miró, na Fundação Joan Miró
1978 - Cidade de Cingapura (Cingapura) - Quatro Artistas, Quatro Técnicas, no National Museum Art Gallery
1978 - Piracicaba SP - Quatro Artistas, Quatro Técnicas, no Teatro Municipal Doutor Losso Netto
1978 - São Paulo SP - 2º Salão Nacional de Antigüidades e Galerias de Arte, no Masp
1978 - São Paulo SP - O Circo, no Paço das Artes
1979 - Buenos Aires (Argentina) - 1ª Trienal Latinoamericana del Grabado, nas Salas Nacionales de Exposición
1979 - Mendonza (Argentina) - 1ª Trienal Latino-americana del Grabado, no Museo de Arte Moderno
1979 - São Paulo SP - Quatro Coloristas, na Christina Faria de Paula Galeria de Arte
1980 - Lausanne (Suíça) - Acervo da Galerie Claudine Planque
1980 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Art, na Sotheby's Park Bernet Gallery
1980 - São Paulo SP - Mostra Itália Brasil, no Masp
1981 - Nova York (Estados Unidos) - 19th e 20th Century Latin American Paintings, na Sotheby's Park Bernet Gallery
1981 - São Paulo SP - Artistas Contemporâneos Brasileiros, na Galeria da Arte São Paulo
1982 - Cidade do México (México) - 3ª Bienal Iberoamericana de Arte
1982 - Nova York (Estados Unidos) - Contemporary Artists, na Kouros Gallery
1983 - Atami (Japão) - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1983 - Kyoto (Japão) - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1983 - Rio de Janeiro RJ - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no MNBA
1983 - São Paulo SP - 14º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1983 - São Paulo SP - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no Masp
1983 - Tóquio ( Japão) - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1984 - São Paulo SP - Arte na Rua 2
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - Nova York (Estados Unidos) - Important Latin American Paintings, na Sotheby's Park Bernet Gallery
1985 - Rio de Janeiro RJ - Seis Décadas da Arte Moderna: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial
1986 - Havana (Cuba) - 2ª Bienal de Havana
1986 - Los Angeles (Estados Unidos) - 1ª Los Angeles International Art Fair
1986 - Rio de Janeiro RJ - Sete Décadas da Presença Italiana na Arte Brasileira, no Paço Imperial
1986 - São Paulo SP - Algumas Tendências da Pintura Argentina e Brasileira, na Galeria Praxis
1986 - São Paulo SP - Cor e Desenho, ou Tensão e Humor, na Galeria Papier
1986 - São Paulo SP - Muro de Artes Gráficas, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - Volpi Permanência e Matriz: 7 artistas de São Paulo, na Galeria Montesanti Roesler
1986 - São Paulo SP - Algumas Tendências da Pintura Argentina e Brasileira, na Galeria Praxis
1986 - São Paulo SP - Antes e Agora: 8 pintores, na Fundação Cásper Líbero
1986 - São Paulo SP - Cor e Desenho ou Tensão e Humor, na Galeria Papier
1986 - São Paulo SP - Muro de Artes Gráficas, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - 17º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - 1ª Quadrienal de Propaganda: salas especiais, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - Volpi Permanência e Matriz: 7 artistas de São Paulo, na Galeria Montesanti Roesler
1987 - Rio de Janeiro RJ - Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial
1987 - Buenos Aires (Argentina) - Coleção Roberto Marinho, no Museu de Belas Artes
1987 - Lisboa (Portugal) - Coleção Roberto Marinho, na Fundação Calouste Gulbenkian
1987 - São Paulo SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1987 - São Paulo SP - 18º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1987 - São Paulo SP - 20ª Exposição de Arte Contemporânea, na Chapel Art Show
1987 - Taipé (Taiwan) - 3ª International Biennial Print Exhibition, no Taipei Fine Arts Museum
1988 - Lisboa (Portugal) - 2º Fórum de Arte Contemporânea
1988 - Parque Nacional do Xingú (Mato Grosso)- Aquarelas ao Natural
1988 - Pequim (China) - 1ª Exposição Brasil-China, na Galeria de Belas Artes da China
1988 - São Paulo SP - 15 Anos de Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Mokiti Okada M.O.A.
1989 - Lisboa (Portugal) - 2º Fórum de Arte Contemporânea
1989 - Lisboa (Portugal) - Seis Décadas de Arte Moderna Brasileira: Coleção Roberto Marinho, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1989 - São Paulo SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1989 - São Paulo SP - 20º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1990 - Atami (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Brasília DF - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Buenos Aires (Argentina) - Atualidade Brasileira Contemporânea, na OEA
1990 - Óbidos (Portugal) - 3ª Bienal de Óbidos, no Solar da Praça de Santa Maria
1990 - Rio de Janeiro RJ - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - São Paulo SP - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea, na Fundação Brasil-Japão
1990 - Sapporo (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Tóquio (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1991 - Santiago (Chile) - Diez Años, na Galeria de Arte Actual
1991 - Santos SP - 3ª Bienal Nacional de Santos, no Centro Cultural Patrícia Galvão
1991 - São Paulo SP - Dois Pintores Brasileiros: Siron Franco, Thomaz Ianelli, na Fundação Memorial da América Latina
1992 - Campinas SP - Premiados nos Salões de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC
1992 - Rio de Janeiro RJ - Artis Mundi, Fórum Global ECO 92
1992 - São Paulo SP - Grupo Guanabara: 1950-1959, na Renato Magalhães Gouvêa - Escritório de Arte
1993 - Caracas (Venezuela) - Feira Internacional das Galerias de Arte
1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Funesc
1993 - Santos SP - 4ª Bienal Nacional de Santos, no Centro Cultural Patrícia Galvão
1993 - São Paulo SP - Universo do Circo e Arte do Aretuzza, na Pinacoteca do Estado
1993 - São Paulo SP - Mostra do Anuário Latino-Americano de Artes Plásticas
1993 - Buenos Aires (Argentina) - Mostra do Anuário Latino-Americano de Artes Plásticas
1994 - Miami (Estados Unidos) - Art Miami 94 - Feira Internacional de Arte
1994 - São José dos Campos SP - 1ª Bienal de Gravura de São José dos Campos
1994 - São Paulo SP - Da Imagética Brasileira e de Miró, no MAC/USP
1994 - São Paulo SP - Xilogravura: do cordel à galeria, no Metrô
1994 - São Paulo SP - Bandeiras: 60 artistas homenageiam os 60 anos da USP, no MAC/USP
1995 - Ilinois (Estados Unidos) - Mostra de Aquarelas da FASM, na Northern Illinois University. Galeria 200
1995 - São Paulo SP - Mostra de Aquarelas da FASM, na Faculdade Santa Marcelina
1996 - Cidade do México (México) - Aquarela Brasil-México 96, no Museo Nacional de la Acuarela
1996 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Arcos da Lapa do Laboratoire Sculpture Urbaine Grenoble, nos Arcos da Lapa
1996 - São Paulo SP - Bandeiras, na Galeria de Arte do Sesi
1997 - Grenoble (França) - Labratoire Sculpture Urbaine
1997 - São Paulo SP - 10 anos, na Faculdade de Artes Santa Marcelina
1997 - São Paulo SP - Jerusalém 3.000 Anos pela Paz, no MuBE
1997 - São Paulo SP - Ubu: a patafísica nos trópicos, no MAB-FAAP
1998 - São Paulo SP - Arte Contemporânea, na Sérgio Caribé Galeria de Arte
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura: São Paulo: gravura hoje, no Palácio Gustavo Capanema
1999 - São Paulo SP - 8 Artistas Brasileiros, na Sérgio Caribé Galeria de Arte
1999 - São Paulo SP - Americamérica: obras das três Américas, no Masp
2000 - São Paulo SP - Os Anjos Estão de Volta, na Pinacoteca do Estado
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light
2001 - São Paulo SP - Mostra Inaugural, na Arte Infinita Galeria
Exposições Póstumas
2004 - São Paulo SP - Grupo Guanabara, no Masp. Galeria Prestes Maia
Fonte: THOMAZ Ianelli. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2024. Acesso em: 13 de maio de 2024. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Thomas Ianelli – Blombo
Thomas Ianelli (São Paulo, 1932 – São Paulo, 24 de setembro de 2001), pintor, gravador, aquarelista e desenhista, trabalhou como aprendiz em uma empresa de desenhos publicitários chamada Companhia de Anúncios em Bondes. Em 1950, passou a frequentar o ateliê de seu irmão mais velho Arcângelo Ianelli (pintor, escultor e ilustrador) e a ter aulas de pintura na Associação Paulista de Belas Artes com Ângelo Simeone.
Em 1958, passou a fazer parte do Grupo Guanabara, participando das exposições coletivas. Dois anos depois fez sua primeira individual (Galeria de Arte das Folhas) e recebeu o prêmio Leirner; depois ganhou o Concurso Velázquez – instituído pela Embaixada da Espanha em homenagem ao terceiro centenário da morte do pintor – do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. A partir de sua viagem para Europa seu trabalho passou a ter influências de artistas como Paul Klee e Karel Appel.
Viajou para o Peru para ministrar o curso de Arte e Desenho no Centro de Estudos Brasileiros.
Foi eleito e reeleito membro do conselho da AIAP, depois foi eleito presidente da APAP. Foi delegado do Brasil no Congresso Internacional de Artes Plásticas em Stuttgart (Alemanha). Viajou para Lisboa, Espanha, Itália e Suíça (nesse país trabalhou no ateliê de Rothrist produzindo séries de têmperas e gravuras em metal).
Coordenou o curso no Ateliê Livre da Universidade de Caxias do Sul (Rio Grande do Sul), foi integrante da comissão de Artes Plásticas da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo e fez estudos em aquarela para a equipe de produção do filme Quarup no Mato Grosso.
Em 1981, produz séries de têmperas e gravuras em metal. Em 1997, ilustra o livro Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, publicado pela editora Bibla, e, em 2000, é lançado pela editora Berlendis & Verteccia o livro Pinturas de Thomaz Ianelli: arte para criança, de Alberto Goldin.
Recebeu diversos prêmios nas inúmeras exposições e mostras que participou como: Prêmio Itamaraty, Prêmio de Melhor Exposição do Ano concedido pela APCA na retrospectiva organizada pelo MASP, Medalha Cerimonies Celebration the Completion od Tókio Fuji Art Museum no MASP, Comenda Mérito Artístico e Cultural da Academia Brasileira de Arte, Cultura e História.
Fonte: Blombo. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
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Thomaz Ianelli morre em São Paulo | Folha de São Paulo
Morreu ontem pela manhã, em São Paulo, o artista plástico Thomaz Ianelli. Internado no Incor há cerca de 20 dias, motivado por um infarto, Ianelli foi operado no último dia 13 para realizar uma ponte de safena e morreu por embolia pulmonar. Ianelli é irmão do também artista plástico Arcangelo Ianelli.
O velório está sendo realizado no Cemitério da Vila Mariana, onde deve acontecer o enterro hoje -sem horário previsto até o fechamento desta edição.
"O país perde um de seus grandes artistas e dos poucos brasileiros a ter um veio lírico; ele era um mestre da cor, um pintor extraordinário", disse ontem Fábio Magalhães, presidente do Memorial da América Latina e curador da Bienal do Mercosul.
O documentarista Carlos Cortez preparava um filme sobre os 50 anos de carreira do artista, que seriam comemorados em 2003. Segundo Cortez, "Ianelli esperava montar no próximo ano uma grande retrospectiva de sua obra, e o documentário seria feito para esse evento". Em 1993, Cortez já havia realizado um vídeo sobre o pintor, intitulado "Thomaz".
Ainda segundo Cortez, "Ianelli era um artista que não gostava de vender, tinha mais de 300 obras em seu acervo pessoal".
No próprio Incor, o artista chegou a fazer uma série de aquarelas, denominada "Imagens de uma Internação Forçada". Eram nove guaches, que estavam pendurados nas paredes do seu quarto, no hospital.
Thomaz Ianelli nasceu em São Paulo, em 1932. Pintor, gravador e desenhista, o artista foi integrante do Grupo Guanabara, criado em 1958. Sua primeira exposição individual, em 1960, foi feita na galeria de arte da Folha, quando ganhou o prêmio de aquisição.
Ianelli participou de pelo menos cinco edições da Bienal Internacional de São Paulo, a última em 1987. Em 1988, ele acompanha a equipe de produção do filme "Quarup", realizando vários estudos em aquarela.
O artista foi tema ainda de mostras em vários países, como França (1980), Argentina(1987), Chile(1989) e Estados Unidos (1990).
Sua última exposição internacional aconteceu no ano passado em Lisboa, Portugal. Para o crítico Olívio Tavares de Araújo, Ianelli era próximo de Volpi. "Na década de 70, podemos vê-lo obter um ritmo e uma luminosidade característicos de Volpi."
Fonte: Folha de São Paulo. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
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Exposição "Thomaz Ianelli : Pinturas e Objetos do Acaso" | Arte que Acontece
A Galeria Marcelo Guarnieri tem o prazer de apresentar a primeira mostra do artista Thomaz Ianelli (1932-2001) em nossa unidade de São Paulo.A exposição reúne pinturas, aquarelas e objetos realizados pelo artista entre as décadas de 1950 e 1990.
Thomaz Ianelli nasceu em São Paulo em 1932. Pintor, gravador e desenhista, iniciou em 1948 sua vida profissional como cartazista da Companhia dos Anúncios em Bondes em São Paulo e a partir de 1958 integra o Grupo Guanabara ao lado do irmão Arcângelo Ianelli e de outros artistas como Manabu Mabe, Tikashi Fukushima e Wega Nery. De 1958 até 1964 frequenta o Ateliê Abstração, de Samson Flexor, um dos principais pólos irradiadores da arte abstrata no Brasil. Participou de cinco edições da Bienal de São Paulo entre as décadas de 1960 e 1980, sendo premiado nas edições de 1967 e 1975.
Em sua prática, o artista buscava redefinir o olhar não só para objetos do cotidiano, mas também para cenas corriqueiras e domésticas, como o movimento dos peixes no aquário ou o das crianças brincando. Embora preserve em suas pinturas algo da estrutura ortogonal da tradição moderna, produz uma dissolução das formas geométricas, recusando também o uso da perspectiva. Os tons terrosos e rebaixados de suas telas contrastam com a representação frequente de cenas em movimento ou que aludem a alguma vibração.
A exposição conta com um pequeno conjunto de aquarelas e cerca de vinte pinturas realizadas entre as décadas de 1950 e 1990 em óleo sobre tela. Em boa parte delas é possível observar um tipo de trabalho com a tinta característico de Ianelli, que dissolvia o óleo na terebentina e acrescentava um pouco de cera a fim de alcançar uma maior transparência na pintura e alguma espessura no pigmento. Com essa técnica, alcançava uma aproximação visual entre seus óleos e a aquarela, reforçando o caráter lírico de seu universo. “O impulso e o ritmo irmanam-se com as diretrizes cromáticas que elejo e comando, como se manejasse a aquarela ou a têmpera, dando aos óleos uma familiaridade, como se essas técnicas pertencessem e se diluíssem em uma só. Nem sempre a cor se acentua, emergindo, às vezes, de transparências soltas sobre a superfície, outras vezes através do sentimento que se impõe juntamente com a mesma necessidade, frente a uma nova concepção, encontrando finalmente a sua própria identidade.”, escreve Ianelli.
Também integram a exposição algumas assemblages produzidas pelo artista entre as décadas de 1980 e 1990, obras que fazem parte de sua investigação sobre a tridimensionalidade iniciada na década de 1970. Essas peças eram construídas com materiais orgânicos como madeira, couro e raízes, provenientes de objetos descartados ou encontrados na natureza já deteriorados, envelhecidos pela ação do tempo, curtidos pela água do mar, areia e luz do sol. Além do caráter de imprecisão da forma e do uso desses objetos, interessava ao artista o fato de serem incorporados ao trabalho através de encontros guiados pelo acaso. O processo de criação, para Ianelli, deveria deixar o pronto e buscar o inesperado, algo que poderia ocorrer tanto na relação com esse objeto encontrado, quanto na passagem das formas planas da pintura para o plano tridimensional.
Fonte: Arte que Acontece. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
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Museu de Arte do Parlamento de São Paulo - Thomaz Ianelli
A dimensão humana da obra de Thomaz Ianelli através da espontaneidade da representação e equilíbrio de síntese
A sensibilidade de Thomaz Ianelli se educou através de um longo exercício e uma profunda e consciente preparação. Desde jovem, nunca se valeu dos movimentos da época para se valorizar. Percorreu sempre caminhos próprios.
A linguagem do artista possui uma força extrínseca, em cujos espaços e volumes surgem plenamente respeitados, e em perfeito equilíbrio, o desenho e as cores. Através desse processo Ianelli traçou a dimensão de suas relações com a forma e com o conteúdo de sua obra: uma dimensão humana, repleta de sentimentos e de límpidas emoções.
Sobre o plano dessa sensibilidade, inclinada sempre a colher sugestões e o encanto particular dos objetos e da paisagem recriada, o grande artista construiu suas imagens: uma comunicação que sua imaginação tornou muitas vezes evocativa na relação com a realidade.
O olhar de Thomaz Ianelli foi constantemente dirigido ao seu redor para retirar da realidade circunstantes pretextos visuais para sua narração pictórica, conduzida sempre sobre o fio de uma espontânea representação de tons contidos e medidos por uma síntese bem calibrada.
Seu maior ponto de força foi na consonância cromática, na feliz paginação que restitui à realidade apresentada sua graça e espontaneidade, o todo alcançando uma medida e um equilíbrio que conferem ao conjunto um tom de serena contemplação.
Assim é "Estação da Luz", litografia doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo pela Companhia do Metropolitano. Trata-se de uma obra cuja força expressiva demonstra uma linguagem pictórica ao mesmo tempo tradicional e contemporânea.
O artista
Thomaz Ianelli nasceu em 1932 em São Paulo, onde faleceu em 2001. A partir de 1950 passou a frequentar o ateliê de seu irmão, o pintor, escultor e ilustrador Arcângelo Ianelli. Em 1953 estudou desenho com Angelo Simeone na Associação Paulista de Belas-Artes, em São Paulo. Integrou-se ao Grupo Guanabara em 1958 e participou de suas mostras coletivas. Manteve contatos contínuos com os artistas Mario Zanini, Flexor e Arnaldo Ferrari, entre outros.
Pintor, gravador e desenhista durante os anos de 1961 e 1962, realizou viagens de estudo pela Europa utilizando o prêmio de viagem ganho no Concurso Velázquez, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Em 1965 ministrou curso de arte e desenho no Centro de Estudos Brasileiros, em Lima.
Tornou-se membro do conselho da Associação Internacional de Artes Plásticas da Unesco em 1958 e dez anos depois foi eleito o primeiro presidente da Associação Profissional de Artistas Plásticos. Em 1997 ilustrou o livro "O auto da barca do inferno", de Gil Vicente, publicado pela editora Bíbla.
Sua primeira exposição individual ocorreu em 1960, na Galeria de Arte da "Folha de S. Paulo", ocasião em que recebeu o Prêmio Leirner de aquisição. Participou ainda de exposições na Galeria Ambiente, SP; Galeria Aremar, Campinas, SP; Instituto Italiano de Cultura, Rio de Janeiro, RJ (1961); Maison du Brésil, Paris (França); Instituto de Cultura Hispânica, Madri (Espanha); Instituto Vascongago, Bilbao (Espanha) (1962); Galeria Nebli, Madri (Espanha) (1964); Galeria Astréia, São Paulo, SP (1965, 1970 e 1972); Galeria Candido Portinari, Lima (Peru) (1965); Galeria CCBEU, Santos, SP (1969); Galeria Girassol, Campinas, SP (1971); Galeria de Arte Ipanema, Rio de Janeiro, RJ (1973); Galeria Cosme Velho, São Paulo, SP (1975); Galeria Grafiti, São Paulo, SP (1976); Cristina Faria de Paula Galeria de Arte, São Paulo, SP (1977); MAC, Curitiba, PR; Galeria Bonino, Rio de Janeiro, RJ (1979, 1982 e 1985); Galeria Debret, Paris (França); Grifo Galeria de Arte, São Paulo, SP (1980); MAP, Belo Horizonte, MG; MNBA, Rio de Janeiro, RJ (1984); Fundação Cultural do Distrito Federal, Brasília, DF; Galeria Tina Presser, Porto Alegre, RS; MAM, São Paulo, SP; Margs, Porto Alegre, PR (1985); Paulo Figueiredo Galeria de Arte, São Paulo, SP (1986); Galeria Saramenha, Rio de Janeiro, RJ; Yutaka Sanematsu Escritório de Arte, São Paulo, SP; Museu Municipal de Artes Plásticas Eduardo Sívori, Buenos Aires (Argentina) (1987); Galeria 111, Lisboa (Portugal) (1988); Galeria Arte Actual, Santiago (Chile); Kate Art Gallery, São Paulo, SP (1989); Galeria Zen, Porto (Portugal); Global Art Galleries, Nova Orleans (Estados Unidos) (1990); Masp, São Paulo, SP (1992); Paço Imperial, Rio de Janeiro, RJ (1993); Espaço Henfil de Cultura, São Bernardo do Campo, SP (1996); Galeria Nara Roesler, São Paulo, SP (1997); Bolsa de Arte de Porto Alegre, Porto Alegre, RS (1998); Polo Cultural Casa da Fazenda do Morumbi, São Paulo, SP; Pinacoteca do Estado, São Paulo, SP (1999); Centro Cultural Padrão dos Descobrimentos, Lisboa (Portugal) (2000).
Possui obras em inúmeras coleções particulares, acervos oficiais do Brasil, do exterior e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.
Fonte: ALESP - Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
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Grupo Guanabara | Itaú Cultural
A formação do Grupo Guanabara ocorre em 1950, em torno do pintor Tikashi Fukushima. Natural do Japão, ele vem para o Brasil em 1940 e se estabelece, a princípio, no interior do Estado de São Paulo e, posteriormente, no Rio de Janeiro. Em 1949, muda-se para a capital paulista e abre uma molduraria no antigo largo Guanabara, onde é atualmente a Estação Paraíso do Metrô. A oficina torna-se ponto de encontro de artistas que vêm em busca da excelência do trabalho de molduraria realizado por Fukushima. Os encontros conduzem a idéia de criação de um espaço em que os artistas pudessem discutir seus trabalhos preservando a diversidade de tendências de seus membros.
O grupo chega a contar com 34 membros, na maioria imigrantes italianos e japoneses ou seus descendentes entre eles artistas que pertencem ao Grupo Seibi e ao Grupo dos 15. Entre seus fundadores estão Alzira Pecorari, Armando Pecorari, Arcangelo Ianelli, Marjô, Takeshi Suzuki, Tikashi Fukushima, Tomoo Handa, Yoshiya Takaoka, Tamaki. Posteriormente outros artistas se integram ao grupo, como Alina Okinaka, Hideomi Ohara, Ismenia Coaracy,Takahashi, Manabu Mabe, Masanosuke Hashimoto, Massao Okinaka, Thomaz, Tsukika Okayama e Wega Nery. Outros como Oswald de Andrade Filho e Tomie Ohtake, participam eventualmente das exposições realizadas pelo grupo.
Em sua trajetória o grupo promove cinco exposições coletivas. A primeira delas em 1950, na Galeria Domus. Osório César e Ibiapaba Martins, dois críticos do período, dão um destaque especial à mostra. A segunda, em 1951, realizada no Instituto de Arquitetos do Brasil - IAB/SP, reúne obras recusadas no 16º Salão Paulista de Belas Artes. O crítico de arte Quirino da Silva defende os artistas e divulga o evento no jornal Diário da Noite. A terceira ocorre em 1953, no ateliê de Fukushima, não tem muita divulgação nem alcança muita repercussão. Em 1958, a quarta exposição é realizada na Associação Cristã de Moços - ACM. É a mais divulgada delas, conta com publicação de catálogo e palestras dos críticos Lourival Gomes Machado e Sérgio Milliet. A última mostra é realizada em 1959, praticamente uma reedição da anterior, montada no mesmo local.
Após dez anos de atividade, o grupo se desfaz. Em 1992, o Escritório de Arte Magalhães Gouveia organiza uma retrospectiva do grupo.
Fonte: GRUPO Guanabara. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2024. Acesso em: 23 de maio de 2024. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Crédito fotográfico: Instituto Thomaz Ianelli, imagem do artista extraída do Facebook da instituição. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
Thomaz Ianelli (São Paulo, SP, 1932 — Idem, 24 de setembro de 2001), mais conhecido como Thomaz, foi um pintor, gravador e desenhista brasileiro. Iniciou sua vida profissional em 1948, como cartazista da Companhia dos Anúncios em Bondes em São Paulo e a partir de 1958 integra o Grupo Guanabara ao lado do irmão Arcângelo Ianelli e de outros artistas como Manabu Mabe, Tikashi Fukushima e Wega Nery. Frequentou o Ateliê Abstração, de Samson Flexor, um dos principais pólos irradiadores da arte abstrata no Brasil. Participou de cinco edições da Bienal de São Paulo entre as décadas de 1960 e 1980, sendo premiado nas edições de 1967 e 1975. Buscava redefinir o olhar não só para objetos do cotidiano. Embora preserve em suas pinturas algo da estrutura ortogonal da tradição moderna, produz uma dissolução das formas geométricas, recusando também o uso da perspectiva. Os tons terrosos e rebaixados de suas telas contrastam com a representação frequente de cenas em movimento ou que aludem a alguma vibração. Foi eleito e reeleito membro do conselho da AIAP, depois foi eleito presidente da APAP. Foi delegado do Brasil no Congresso Internacional de Artes Plásticas em Stuttgart (Alemanha). Viajou para Lisboa, Espanha, Itália e Suíça, onde trabalhou no ateliê de Rothrist produzindo séries de têmperas e gravuras em metal. Coordenou o curso no Ateliê Livre da Universidade de Caxias do Sul (Rio Grande do Sul), foi integrante da comissão de Artes Plásticas da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo e fez estudos em aquarela para a equipe de produção do filme Quarup no Mato Grosso. Recebeu diversos prêmios nas inúmeras exposições e mostras que participou como: Prêmio Itamaraty, Prêmio de Melhor Exposição do Ano concedido pela APCA na retrospectiva organizada pelo MASP, Medalha Cerimonies Celebration the Completion od Tókio Fuji Art Museum no MASP, Comenda Mérito Artístico e Cultural da Academia Brasileira de Arte, Cultura e História.
Biografia Tomaz Ianelli – Itaú Cultural
Thomaz Ianelli (São Paulo, São Paulo, 1932 — idem, 24 de setembro de 2001). Pintor, gravador, aquarelista e desenhista. Começa a trabalhar como aprendiz em uma empresa de desenho publicitário, a Companhia de Anúncios em Bondes, de 1948 a 1955. Em 1953, tem aulas de desenho e pintura com Angelo Simeone (1899 - 1974), na Associação Paulista de Belas Artes, em São Paulo. Entra em contato com os artistas Mario Zanini (1907 - 1971), Flexor (1907 - 1971) e Arnaldo Ferrari (1906 - 1974), entre outros. A partir de 1957, dedica-se à pintura, e, no ano seguinte, integra o Grupo Guanabara, participando de suas mostras coletivas. Em 1961, através do prêmio viagem que recebe no Concurso Velázquez, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ, viaja para a Europa, e conhece obras de artistas como Paul Klee (1879-1940) e Karel Appel (1921-2006), que passam a influenciar a sua pintura. Em 1965, ministra curso de desenho no Centro de Estudos Brasileiros, em Lima. Recebeu prêmio aquisição nas 9ª e 12ª edições da Bienal Internacional de São Paulo, em 1967 e 1975. Tornou-se membro do conselho da Associação Internacional de Artes Plásticas da Unesco, em 1972, e, dez anos depois é eleito o primeiro presidente da Associação Profissional de Artistas Plásticos. Em 1979, participa do Congresso Internacional de Artes Plásticas realizado em Stuttgart, na Alemanha, e trabalha em um ateliê de Rothrist, na Suíça. Em 1981, produz séries de têmperas e gravuras em metal. Em 1997, ilustra o livro Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, publicado pela editora Bibla, e, em 2000, é lançado pela editora Berlendis & Verteccia o livro Pinturas de Thomaz Ianelli: arte para criança, de Alberto Goldin.
Críticas
"(...) Afirmar que Thomaz é um colorista virtuose tornou-se hoje em dia quase uma obviedade. Primeiro, porque a constatação o acompanha com a mesma freqüência que as referências a Klee e à infância, e não há quem não a tenha tido em algum lugar. Segundo, porque a obra de arte nesse ponto fala imediatamente, e por si só (...). Sua obra tem um poder de encantamento imediato que repousa no impacto cromático. Só num segundo tempo de leitura entram em ação outros fatores. E o mais intrigante é que, como regra, suas cores são predominantemente consonantes (...). Thomaz costuma trabalhar primeiro com uma cor determinada, antes de colocar qualquer outra, estabelecendo com ela certos pontos de apoio essenciais. Numa segunda rodada, cria com outro tom um contraponto; e só então liberta o improviso (...). Há em várias fases, na pincelada de Thomaz, uma reminiscência de Volpi. E acredito que aí exista mais que casualidade (...). Em plena década de 70, podemos vê-lo obter, no óleo, um ritmo e uma luminosidade por transparência (e até por um formato de gesto) característicos da têmpera de Volpi" — Olívio Tavares de Araújo (ARAÚJO, Olívio Tavares de. Cor, textura, signos e estilo. In: _______. Thomaz. São Paulo: Grifo, 1980. p. 42-46).
"(...) A pintura de Thomaz Ianelli tem, porém, a particularidade de ser uma obra elaborada precisamente no curso dos anos de crise. Talvez por isso tenha sido ele obrigado a ir tão a fundo na recuperação dos valores pictóricos e fale hoje uma linguagem tão livre e tão rica.Uma linguagem sem compromisso a não ser com a sua integridade de pintura. Na dialética da linguagem e da realidade - contradição dinâmica e permanente na arte de Thomaz Ianelli -, atingiu ele aquele ponto de equilíbrio em que a linguagem é suficientemente consistente para ter autonomia e suficientemente permeável para não se enrijecer e estereotipar-se. Após o mergulho no universo distante dos signos e formas arcaizantes, voltou às paisagens e aos temas externos, dando provas de sua capacidade de transmudar qualquer coisa em fala pictórica. Conforme os temas, as cores são aí também da superfície e a composição se inspira na ordem natural reestruturada: a bidimensionalidade volta a ser ambígua ainda que predominante. Mas aos poucos, outra vez a linguagem se interioriza, as cores e a fatura tornam-se meios reveladores de uma dimensão outra, tocada de nostalgia e mistério, como nos trabalhos de 1980 e seguintes. O pintor mergulha outra vez no mundo remoto das formas-signos, sem referência direta ao mundo exterior. Só que agora - como é o caso de suas obras mais recentes - esse universo enigmático já nada tem do universo kleeniano e é menos a subjetividade do pintor do que a revelação dos subterrâneos de sua própria linguagem pictórica. Como se ele nos quisesse mostrar o seu avesso" — Ferreira Gullar (GULLAR, Ferreira. A pintura pintura de Thomaz Ianelli. In: _______. A pintura pintura de Thomaz Ianelli. Tradução Lucio Stein; prefácio Theon Spanudis. São Paulo: Cotia Trading, 1985. p. 25-26).
"Existem ainda configurações em sua pintura, porém tão deformadas e dissolvidas, que muitas vezes torna-se difícil reconhecê-las como tais. Assim, gradativamente a sua pintura entrou na fase atual que se caracteriza pela absoluta dissolvência dos elementos figurais. Thomaz criou um novo mundo de expressividade pictórica. Quais são as características deste seu mundo? Antes de mais nada, a leveza, a fluidez, a nebulosidade amorfa. Uma maciez dos coloridos fluidos, um lirismo que raramente tem elementos de uma leve dramaticidade, um flutuar, um levitar perpétuo. Amplos espaços se diluem além das fronteiras dos quadros. Fragmentos de delineamentos, fragmentos figurais seguram a consistência, a estrutura destes vultos amorfos. Estamos dentro de um mundo mágico e feérico. Com a criança dentro de si como guia, Thomaz nos conduz dentro desse mundo seu de lirismo amorfo.(...). Uma pureza, uma bondade emanam de todos os seus quadros. (...). O lirismo e às vezes a dramaticidade tomam o seu lugar. Assim Thomaz cria um rico mundo de suavidades amorfas e levitantes. Uns fragmentos lineares como os desenhos rupestres das cavernas dão, de uma maneira musical e dançante, a solidez estrutural deste mundo amorfo e nebuloso ou, como uma sensível nervatura, oferecem consistência a estes vultos fluidos e etéreos dos cromatismos dilutos e insubstanciais. Uma suave dança perpétua. Um mundo fantasmagórico, onde o colorido puro canta os seus hinos singelos". — Theon Spanudis (SPANUDIS, Theon. O mundo de Thomaz Ianelli. In: GULLAR, Ferreira. A pintura pintura de Thomaz Ianelli. Tradução Lucio Stein; prefácio Theon Spanudis. São Paulo: Cotia Trading, 1985. p. 15-16).
"(...) o fato de a pincelada de Thomaz Ianelli buscar afirmar-se enquanto tal encontra nesses artistas e noutros anteriores (Malfatti, Flávio de Carvalho, Guignard, De Fiori ou Bandeira) uma ampla tradição. A presença do sujeito, como aquele capaz de individualizar sua arte e sua linguagem, encontra na questão da pincelada uma instância de afirmação.
Ao contrário, a busca exacerbada de objetividade do concretismo na década de 50 resultaria no projeto de uso de cor chapada e tinta industrial, que não deixassem vestígio da passagem do autor. Thomaz Ianelli estabelece passagem seca e econômica do pincel. Aprendida a lição cezanniana, a pincelada conquista o espaço, constitui a superfície e constrói a figura - é sempre exercício visível e lúdico.
A cor de Thomaz Ianelli é sobretudo pigmento, na sua paleta terra. Provém de um outro Brasil, menos vegetal ou luminoso e desvinculado da tradição popular. É uma paleta das terras graves, entranhas trazidas à luz da pintura, sem exasperação dramática. De um mundo de manchas, pinceladas, imprecisões emergem figuras, como um exército poético de crianças, bailarinas, animais e brinquedos que estrutura o espaço. O olhar é estimulado à busca das imagens, como exercício de conjecturas e jogo de descobertas lúdicas. O desfecho gratificante é a apreensão desse universo de figuras, habitantes do informe que estruturam o espaço e fazem a obra. Surgem como afloramento da memória da infância, lembrar é perceber o visível no picadeiro da tela" — Paulo Herkenhoff (HERKENHOFF, Paulo. O lúdico Thomaz Ianelli. In: THOMAZ. Thomaz Ianelli. São Paulo: Yutaka Sanematsu Escritório de Arte, 1987. p. 4).
"Com frequência o artista faz uso de uma linguagem metafórica para resgatar o que há de belo numa realidade às vezes dura e dramática. Este talvez seja o segredo de sua obra, a eficácia de suas pinturas, assim como da obra desse outro Thomaz, o construtor de objetos tridimensionais, pequenas assemblages que são montadas, como suas pinturas, com a mesma dosagem de humor e comentário crítico sobre o mundo, a partir de pequenos fragmentos de matéria ou de sonho. Desse mundo, Thomaz é sempre o melhor conhecedor, mas por assim dizer escamoteia o que sabe, dissimulando o propósito com que junta os materiais de seus objetos ou a escolha das figuras que povoam seus quadros, para só deixar emergir, atravessada pela síntese do humor e do olhar crítico, a poesia que sabe arrancar desse mundo.
Talvez se pudesse dizer que na obra de Thomaz, em sua leveza e no que carrega de magia e de sonho, há algo de infantil - à condição de sabermos entender o termo como sinônimo do duro trabalho de reconquista de uma ingenuidade que só a criança, ainda infensa à voragem do mundo, é capaz de expressar. Uma forma de inocência que só a um grande artista em sua maturidade é dado resgatar" — Emanoel Araújo (ARAÚJO, Emanoel. Thomaz Ianelli: a imaginária aparente. In: THOMAZ. A imaginária do aparente. Apresentação Emanoel Araújo; coordenação Ricardo Sardenberg; Texto Wilson Coutinho, Olívio Tavares de Araújo, Agnaldo Farias; curadoria Emanoel Araújo, Alberto H. Collazo, Rui Mário Gonçalves, Angélica de Moraes; depoimento Thomaz. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1999. p. 2).
Depoimentos
"Para dizer algo em torno de meu trabalho, não me vejo obrigado a encontrar definições ou tomar a defesa de minha corrente estética. Posicionar a arte torna-se, ao meu ver, uma tarefa complexa, porque ela nunca se obrigou a assemelhar-se com o 'último modelo'.
Por outro lado, coloco-me aberto e interessado em todas as posições denominadas 'vanguardistas', porém sempre voltado para um trabalho continuado, no qual obviamente acredito. Arte se faz com arte e não com o que se aborda. Em termos de pintura, muito vale o que se traz dentro de si; a maneira como ela se desenvolve e passa a ser compreendida.
A sensibilidade de cada um deve ser respeitada dentro de seus limites. Não acredito em fórmulas estéticas, e sim em alargar cada vez mais o nosso tipo de visão confrontativa. Através da realização pictórica, encontro uma satisfação de vida. Transcendo o plano material e, a partir desse momento, a pintura interliga-se com a própria música e a poesia.
A arte tem segredos para contar, mas ela só lhe conta através de muito trabalho e muita perseverança" —Thomaz Ianelli, 1992 (IANELLI, Thomaz. A imaginária do aparente. In: THOMAZ. A imaginária do aparente. Apresentação Emanoel Araújo; coordenação Ricardo Sardenberg; texto Wilson Coutinho, Olívio Tavares de Araújo, Agnaldo Farias; curadoria Emanoel Araújo, Alberto H. Collazo, Rui Mário Gonçalves, Angélica de Moraes; depoimento Thomaz. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1999. [Trecho extraído da orelha do catálogo]).
Acervos
Fuji Art Museum - Tóquio (Japão)
Fundação Cultural do Distrito Federal - Brasília DF
Instituto de Cultura Hispânica de Madri - Madri (Espanha)
MAM/SP - São Paulo SP
Margs - Porto Alegre RS
Masp - São Paulo SP
MNBA - Rio de Janeiro RJ
Museu de Arte Contemporânea de Madri - Madri (Espanha)
MAP - Belo Horizonte MG
Museu de Arte da Universidade do Texas - Austin (Estados Unidos)
Museu de Arte do Paraná - Curitiba PR
Pinacoteca do Estado - São Paulo SP
Exposições Individuais
1960 - São Paulo SP - Primeira individual, na Galeria de Arte das Folhas - Prêmio Leirner
1961 - Campinas SP - Individual, na Galeria Aremar
1961 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Instituto Italiano de Cultura. Piccolla Galeria
1961 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Ambiente
1962 - Bilbao (Espanha) - Individual, no Instituto Vascongago
1962 - Madri (Espanha) - Individual, no Instituto de Cultura Hispânica
1962 - Paris (França) - Individual, na Maison du Brésil
1964 - Madri (Espanha) - Individual, na Galeria Nebli
1964 - São Paulo SP - Individual, na Galeria São Luís
1965 - Lima (Peru) - Individual, na Galeria Candido Portinari
1965 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1968 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Cosme Velho
1969 - Santos SP - Individual, na Galeria CCBEU
1970 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1971 - Campinas SP - Individual, no Banco Lar Brasileiro
1972 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1973 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria de Arte Ipanema
1975 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Cosme Velho
1976 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Grafiti
1977 - São Paulo SP - Individual, na Cristina Faria de Paula Galeria de Arte
1979 - Curitiba PR - Thomaz Ianelli: óleos e aquarelas, no MAC/PR
1979 - Rio de Janeiro RJ - Thomaz Ianelli :óleos e guaches, na Galeria Bonino
1980 - Paris (França) - Individual, na Galeria Debret
1980 - São Paulo SP - Individual, na Grifo Galeria de Arte
1982 - Rio de Janeiro RJ - Thomaz Ianelli: óleos e têmperas, na Galeria Bonino
1984 - Belo Horizonte MG - Individual, no MAP
1984 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MNBA
1985 - Brasília DF - Individual, na Fundação Cultural do Distrito Federal
1985 - Curitiba PR - Individual, no MAC/PR
1985 - Porto Alegre PR - Individual, no Margs
1985 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Tina Presser
1985 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - Thomaz Ianelli: a obra sobre papel, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte
1987 - Buenos Aires (Argentina) - Thomaz Ianelli: pinturas, no Museo de Artes Plásticas Eduardo Sívori
1987 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
1987 - São Paulo SP - Individual, na Yutaka Sanematsu Escritório de Arte
1988 - Lisboa (Portugal) - Individual, na Galeria 111
1989 - Santiago (Chile) - Individual, na Galeria Arte Actual
1989 - São Paulo SP - Thomaz Ianelli: aquarelas, na Kate Art Gallery
1990 - New Orleans (Estados Unidos) - Individual, na Global Art Gallery
1990 - Porto (Portugal) - Individual, na Galeria Zen
1992 - São Paulo SP - Individual, no Masp
1993 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Paço Imperial
1995 - Brasília DF - Individual, no Marlene Gastal Escritório de Arte
1996 - São Bernardo do Campo SP - Individual, no Espaço Henfil de Cultura
1997 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
1998 - Porto Alegre RS - Thomaz Ianelli, na Bolsa de Arte de Porto Alegre
1999 - Miami (Estados Unidos) - Thomaz Ianelli: aquarelas, no National Eagle Bank
1999 - São Paulo SP - Individual, na Casa da Fazenda do Morumbi
1999 - São Paulo SP - Thomaz Ianelli: a imaginária do aparente, na Pinacoteca do Estado
2000 - Lisboa (Portugal) -Formas Flutuantes, no Centro Cultural Padrão dos Descobrimentos
Exposições Coletivas
1958 - Curitiba PR - 15º Salão Paranaense de Belas Artes, na Biblioteca Pública do Paraná - menção honrosa
1958 - São Paulo SP - 4ª Exposição do Grupo Guanabara, na ACM
1959 - Curitiba PR - 16º Salão Paranaense de Belas Artes, na Biblioteca Pública do Paraná
1959 - Santos SP - 6º Salão Santista de Belas Artes - prêmio aquisição
1959 - São Paulo SP - 5ª Exposição do Grupo Guanabara, na ACM
1960 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1960 - Santos SP - 8º Salão Santista de Belas Artes - pequena medalha de prata
1960 - São Paulo SP - 9º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - medalha de bronze
1961 - São Paulo SP - 10º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - 1º prêmio de cartaz
1961 - Rio de Janeiro RJ - Natureza-Morta na Pintura, na Galeria Ibeu Copacabana
1961 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Arte Moderna, no MNBA - prêmio de viagem ao exterior
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1962 - Barcelona (Espanha) - Arte de América y España
1962 - Madri (Espanha) - Arte de América y España
1962 - Paris (França) - Arte de América y España
1962 - Munique (Alemanha) - Arte de América y España
1962 - Bruxelas (Bélgica) - Arte de América y España
1962 - Amsterdã (Holanda) - Arte de América y España
1962 - Milão (Itália) - Arte de América y España
1962 - Berna (Suiça) - Arte de América y España
1963 - Londres (Inglaterra) - Brazilian Art Today
1963 - Viena (Áustria) - Brazilian Art Today
1963 - Bruxelas (Bélgica) - Brazilian Art Today
1963 - Paris (França) - 3ª Bienal dos Jovens
1963 - São Paulo SP - 12º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - medalha de prata
1964 - Rio de Janeiro RJ - 2ª O Rosto e a Obra, no Ibeu Copacabana
1965 - Londres (Inglaterra) - Brazilian Art Today, na Royal Academy of Arts
1965 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Esso de Artistas Jovens, no MAM/RJ
1965 - São Paulo SP - 1º Salão Esso de Artistas Jovens, no MAC/USP
1966 - Bonn (Alemanha) - Brazilian Art Today, no Beethovenhalle
1966 - Washington (Estados Unidos) - Pintura Brasileira
1966 - São Paulo SP - Três Premissas, no MAB-FAAP
1966 - Paris (França) - Pintura Brasileira
1966 - Fulda (Alemanha) - Pintura Brasileira
1967 - Cidade do México (México) - Dez Pintores Brasileiros Modernos, no Palácio de Belas Artes
1967 - Montevidéu (Uruguai) - Dez Pintores Brasileiros Modernos
1967 - Santiago (Chile) - Dez Pintores Brasileiros Modernos
1967 - Lima (Peru) - Dez Pintores Brasileiros Modernos
1967 - Nova York (Estados Unidos) - Art by Latin América, no Zegri Gallery
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - Prêmio Itamaraty
1969 - Campinas SP - 5º Salão de Arte Contemporânea de Campinas
1969 - Santo André SP - 2º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal - Prêmio Cidade de Santo André
1969 - São Paulo SP - O Amarelo na Pintura, na Galeria Cosme Velho
1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1970 - Brasília DF - Salão Comemorativo do Pensamento Ecológico
1970 - São Paulo SP - Salão Comemorativo do Pensamento Ecológico
1970 - Rio de Janeiro RJ - Arte Contemporânea Brasileira, no Banco de Boston
1970 - Santo André SP - 3º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1970 - São Paulo SP - 2º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1970 - São Paulo SP - 2º Salão Paulista de Arte Contemporânea, no Masp - menção honrosa
1970 - São Paulo SP - Mostra Inaugural, na Galeria Astréia
1971 - Paris (França) - Salão de Outono, no Grand Palais
1971 - Santos SP - 1ª Bienal de Artes Plásticas - Prêmio Interventor Federal
1972 - Belo Horizonte MG - Cinco Anos de Vanguarda Brasileira, na Fundação Palácio das Artes
1972 - Curitiba PR - 29º Salão Paranaense, no Teatro Guaíra
1972 - Quito (Equador) - Salão da la Independência, na Casa de la Cultura Ecuatoriana
1972 - Rio de Janeiro RJ - De Ontem para Hoje, no Istituto Italiano di Cultura de San Paolo
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1973 - São Paulo SP - 5º Panorama de Arte Atual Brasileira, MAM/SP
1973 - Washington (Estados Unidos) - Art Gallery of the Brazilian, no Brazilian-American Cultural Institute
1974 - Bogotá (Colômbia) - 28 Artistas del Brazil, no Museu de Arte Moderna de Bogotá
1974 - Cali (Colômbia) - 28 Artistas del Brazil, no Museo de Arte Moderno La Tertulia
1974 - Caracas (Venezuela) - 28 Artistas del Brazil
1974 - Santiago (Chile) - 28 Artistas del Brazil, no Museo de Arte Moderno
1974 - Lima (Peru) - 28 Artistas del Brazil
1974 - Medellín (Colômbia) - 28 Artistas del Brazil
1974 - Equador - 28 Artistas del Brazil
1974 - São Paulo SP - Calendário, na Galeria Cosme Velho
1975 - Brasília DF - Salão do Pensamento Ecológico
1975 - São Paulo SP - 13ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1975 - São Paulo SP - Calendário, na Documenta Galeria de Arte
1975 - São Paulo SP - Mostra Inaugural, na Grifo Galeria de Arte
1975 - São Paulo SP - Salão do Pensamento Ecológico
1976 - Paris (França) - Américas e o Caribe, na United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization
1976 - São Paulo SP - 8º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1976 - São Paulo SP - Américas e o Caribe, no MAM/SP
1976 - São Paulo SP - Italianos i Oriundi, na Fiat Automóveis
1977 - Goiânia GO - Colecionadores de Goiás dos Mestres da Pintura Brasileira, na Casa Grande Galeria de Arte
1977 - Madri (Espanha) - Arte Actual de Ibero-Americana, no Instituto de Cultura Hispânica - itinerante
1977 - São Paulo SP - Exposições das Arcadas, no MAM/SP
1978 - Barcelona (Espanha) - 17º Prêmio Internacional de Desenho Joan Miró, na Fundação Joan Miró
1978 - Cidade de Cingapura (Cingapura) - Quatro Artistas, Quatro Técnicas, no National Museum Art Gallery
1978 - Piracicaba SP - Quatro Artistas, Quatro Técnicas, no Teatro Municipal Doutor Losso Netto
1978 - São Paulo SP - 2º Salão Nacional de Antigüidades e Galerias de Arte, no Masp
1978 - São Paulo SP - O Circo, no Paço das Artes
1979 - Buenos Aires (Argentina) - 1ª Trienal Latinoamericana del Grabado, nas Salas Nacionales de Exposición
1979 - Mendonza (Argentina) - 1ª Trienal Latino-americana del Grabado, no Museo de Arte Moderno
1979 - São Paulo SP - Quatro Coloristas, na Christina Faria de Paula Galeria de Arte
1980 - Lausanne (Suíça) - Acervo da Galerie Claudine Planque
1980 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Art, na Sotheby's Park Bernet Gallery
1980 - São Paulo SP - Mostra Itália Brasil, no Masp
1981 - Nova York (Estados Unidos) - 19th e 20th Century Latin American Paintings, na Sotheby's Park Bernet Gallery
1981 - São Paulo SP - Artistas Contemporâneos Brasileiros, na Galeria da Arte São Paulo
1982 - Cidade do México (México) - 3ª Bienal Iberoamericana de Arte
1982 - Nova York (Estados Unidos) - Contemporary Artists, na Kouros Gallery
1983 - Atami (Japão) - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1983 - Kyoto (Japão) - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1983 - Rio de Janeiro RJ - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no MNBA
1983 - São Paulo SP - 14º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1983 - São Paulo SP - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no Masp
1983 - Tóquio ( Japão) - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1984 - São Paulo SP - Arte na Rua 2
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - Nova York (Estados Unidos) - Important Latin American Paintings, na Sotheby's Park Bernet Gallery
1985 - Rio de Janeiro RJ - Seis Décadas da Arte Moderna: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial
1986 - Havana (Cuba) - 2ª Bienal de Havana
1986 - Los Angeles (Estados Unidos) - 1ª Los Angeles International Art Fair
1986 - Rio de Janeiro RJ - Sete Décadas da Presença Italiana na Arte Brasileira, no Paço Imperial
1986 - São Paulo SP - Algumas Tendências da Pintura Argentina e Brasileira, na Galeria Praxis
1986 - São Paulo SP - Cor e Desenho, ou Tensão e Humor, na Galeria Papier
1986 - São Paulo SP - Muro de Artes Gráficas, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - Volpi Permanência e Matriz: 7 artistas de São Paulo, na Galeria Montesanti Roesler
1986 - São Paulo SP - Algumas Tendências da Pintura Argentina e Brasileira, na Galeria Praxis
1986 - São Paulo SP - Antes e Agora: 8 pintores, na Fundação Cásper Líbero
1986 - São Paulo SP - Cor e Desenho ou Tensão e Humor, na Galeria Papier
1986 - São Paulo SP - Muro de Artes Gráficas, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - 17º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - 1ª Quadrienal de Propaganda: salas especiais, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - Volpi Permanência e Matriz: 7 artistas de São Paulo, na Galeria Montesanti Roesler
1987 - Rio de Janeiro RJ - Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial
1987 - Buenos Aires (Argentina) - Coleção Roberto Marinho, no Museu de Belas Artes
1987 - Lisboa (Portugal) - Coleção Roberto Marinho, na Fundação Calouste Gulbenkian
1987 - São Paulo SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1987 - São Paulo SP - 18º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1987 - São Paulo SP - 20ª Exposição de Arte Contemporânea, na Chapel Art Show
1987 - Taipé (Taiwan) - 3ª International Biennial Print Exhibition, no Taipei Fine Arts Museum
1988 - Lisboa (Portugal) - 2º Fórum de Arte Contemporânea
1988 - Parque Nacional do Xingú (Mato Grosso)- Aquarelas ao Natural
1988 - Pequim (China) - 1ª Exposição Brasil-China, na Galeria de Belas Artes da China
1988 - São Paulo SP - 15 Anos de Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Mokiti Okada M.O.A.
1989 - Lisboa (Portugal) - 2º Fórum de Arte Contemporânea
1989 - Lisboa (Portugal) - Seis Décadas de Arte Moderna Brasileira: Coleção Roberto Marinho, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1989 - São Paulo SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1989 - São Paulo SP - 20º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1990 - Atami (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Brasília DF - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Buenos Aires (Argentina) - Atualidade Brasileira Contemporânea, na OEA
1990 - Óbidos (Portugal) - 3ª Bienal de Óbidos, no Solar da Praça de Santa Maria
1990 - Rio de Janeiro RJ - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - São Paulo SP - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea, na Fundação Brasil-Japão
1990 - Sapporo (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Tóquio (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1991 - Santiago (Chile) - Diez Años, na Galeria de Arte Actual
1991 - Santos SP - 3ª Bienal Nacional de Santos, no Centro Cultural Patrícia Galvão
1991 - São Paulo SP - Dois Pintores Brasileiros: Siron Franco, Thomaz Ianelli, na Fundação Memorial da América Latina
1992 - Campinas SP - Premiados nos Salões de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC
1992 - Rio de Janeiro RJ - Artis Mundi, Fórum Global ECO 92
1992 - São Paulo SP - Grupo Guanabara: 1950-1959, na Renato Magalhães Gouvêa - Escritório de Arte
1993 - Caracas (Venezuela) - Feira Internacional das Galerias de Arte
1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Funesc
1993 - Santos SP - 4ª Bienal Nacional de Santos, no Centro Cultural Patrícia Galvão
1993 - São Paulo SP - Universo do Circo e Arte do Aretuzza, na Pinacoteca do Estado
1993 - São Paulo SP - Mostra do Anuário Latino-Americano de Artes Plásticas
1993 - Buenos Aires (Argentina) - Mostra do Anuário Latino-Americano de Artes Plásticas
1994 - Miami (Estados Unidos) - Art Miami 94 - Feira Internacional de Arte
1994 - São José dos Campos SP - 1ª Bienal de Gravura de São José dos Campos
1994 - São Paulo SP - Da Imagética Brasileira e de Miró, no MAC/USP
1994 - São Paulo SP - Xilogravura: do cordel à galeria, no Metrô
1994 - São Paulo SP - Bandeiras: 60 artistas homenageiam os 60 anos da USP, no MAC/USP
1995 - Ilinois (Estados Unidos) - Mostra de Aquarelas da FASM, na Northern Illinois University. Galeria 200
1995 - São Paulo SP - Mostra de Aquarelas da FASM, na Faculdade Santa Marcelina
1996 - Cidade do México (México) - Aquarela Brasil-México 96, no Museo Nacional de la Acuarela
1996 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Arcos da Lapa do Laboratoire Sculpture Urbaine Grenoble, nos Arcos da Lapa
1996 - São Paulo SP - Bandeiras, na Galeria de Arte do Sesi
1997 - Grenoble (França) - Labratoire Sculpture Urbaine
1997 - São Paulo SP - 10 anos, na Faculdade de Artes Santa Marcelina
1997 - São Paulo SP - Jerusalém 3.000 Anos pela Paz, no MuBE
1997 - São Paulo SP - Ubu: a patafísica nos trópicos, no MAB-FAAP
1998 - São Paulo SP - Arte Contemporânea, na Sérgio Caribé Galeria de Arte
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura: São Paulo: gravura hoje, no Palácio Gustavo Capanema
1999 - São Paulo SP - 8 Artistas Brasileiros, na Sérgio Caribé Galeria de Arte
1999 - São Paulo SP - Americamérica: obras das três Américas, no Masp
2000 - São Paulo SP - Os Anjos Estão de Volta, na Pinacoteca do Estado
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light
2001 - São Paulo SP - Mostra Inaugural, na Arte Infinita Galeria
Exposições Póstumas
2004 - São Paulo SP - Grupo Guanabara, no Masp. Galeria Prestes Maia
Fonte: THOMAZ Ianelli. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2024. Acesso em: 13 de maio de 2024. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Thomas Ianelli – Blombo
Thomas Ianelli (São Paulo, 1932 – São Paulo, 24 de setembro de 2001), pintor, gravador, aquarelista e desenhista, trabalhou como aprendiz em uma empresa de desenhos publicitários chamada Companhia de Anúncios em Bondes. Em 1950, passou a frequentar o ateliê de seu irmão mais velho Arcângelo Ianelli (pintor, escultor e ilustrador) e a ter aulas de pintura na Associação Paulista de Belas Artes com Ângelo Simeone.
Em 1958, passou a fazer parte do Grupo Guanabara, participando das exposições coletivas. Dois anos depois fez sua primeira individual (Galeria de Arte das Folhas) e recebeu o prêmio Leirner; depois ganhou o Concurso Velázquez – instituído pela Embaixada da Espanha em homenagem ao terceiro centenário da morte do pintor – do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. A partir de sua viagem para Europa seu trabalho passou a ter influências de artistas como Paul Klee e Karel Appel.
Viajou para o Peru para ministrar o curso de Arte e Desenho no Centro de Estudos Brasileiros.
Foi eleito e reeleito membro do conselho da AIAP, depois foi eleito presidente da APAP. Foi delegado do Brasil no Congresso Internacional de Artes Plásticas em Stuttgart (Alemanha). Viajou para Lisboa, Espanha, Itália e Suíça (nesse país trabalhou no ateliê de Rothrist produzindo séries de têmperas e gravuras em metal).
Coordenou o curso no Ateliê Livre da Universidade de Caxias do Sul (Rio Grande do Sul), foi integrante da comissão de Artes Plásticas da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo e fez estudos em aquarela para a equipe de produção do filme Quarup no Mato Grosso.
Em 1981, produz séries de têmperas e gravuras em metal. Em 1997, ilustra o livro Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, publicado pela editora Bibla, e, em 2000, é lançado pela editora Berlendis & Verteccia o livro Pinturas de Thomaz Ianelli: arte para criança, de Alberto Goldin.
Recebeu diversos prêmios nas inúmeras exposições e mostras que participou como: Prêmio Itamaraty, Prêmio de Melhor Exposição do Ano concedido pela APCA na retrospectiva organizada pelo MASP, Medalha Cerimonies Celebration the Completion od Tókio Fuji Art Museum no MASP, Comenda Mérito Artístico e Cultural da Academia Brasileira de Arte, Cultura e História.
Fonte: Blombo. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
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Thomaz Ianelli morre em São Paulo | Folha de São Paulo
Morreu ontem pela manhã, em São Paulo, o artista plástico Thomaz Ianelli. Internado no Incor há cerca de 20 dias, motivado por um infarto, Ianelli foi operado no último dia 13 para realizar uma ponte de safena e morreu por embolia pulmonar. Ianelli é irmão do também artista plástico Arcangelo Ianelli.
O velório está sendo realizado no Cemitério da Vila Mariana, onde deve acontecer o enterro hoje -sem horário previsto até o fechamento desta edição.
"O país perde um de seus grandes artistas e dos poucos brasileiros a ter um veio lírico; ele era um mestre da cor, um pintor extraordinário", disse ontem Fábio Magalhães, presidente do Memorial da América Latina e curador da Bienal do Mercosul.
O documentarista Carlos Cortez preparava um filme sobre os 50 anos de carreira do artista, que seriam comemorados em 2003. Segundo Cortez, "Ianelli esperava montar no próximo ano uma grande retrospectiva de sua obra, e o documentário seria feito para esse evento". Em 1993, Cortez já havia realizado um vídeo sobre o pintor, intitulado "Thomaz".
Ainda segundo Cortez, "Ianelli era um artista que não gostava de vender, tinha mais de 300 obras em seu acervo pessoal".
No próprio Incor, o artista chegou a fazer uma série de aquarelas, denominada "Imagens de uma Internação Forçada". Eram nove guaches, que estavam pendurados nas paredes do seu quarto, no hospital.
Thomaz Ianelli nasceu em São Paulo, em 1932. Pintor, gravador e desenhista, o artista foi integrante do Grupo Guanabara, criado em 1958. Sua primeira exposição individual, em 1960, foi feita na galeria de arte da Folha, quando ganhou o prêmio de aquisição.
Ianelli participou de pelo menos cinco edições da Bienal Internacional de São Paulo, a última em 1987. Em 1988, ele acompanha a equipe de produção do filme "Quarup", realizando vários estudos em aquarela.
O artista foi tema ainda de mostras em vários países, como França (1980), Argentina(1987), Chile(1989) e Estados Unidos (1990).
Sua última exposição internacional aconteceu no ano passado em Lisboa, Portugal. Para o crítico Olívio Tavares de Araújo, Ianelli era próximo de Volpi. "Na década de 70, podemos vê-lo obter um ritmo e uma luminosidade característicos de Volpi."
Fonte: Folha de São Paulo. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
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Exposição "Thomaz Ianelli : Pinturas e Objetos do Acaso" | Arte que Acontece
A Galeria Marcelo Guarnieri tem o prazer de apresentar a primeira mostra do artista Thomaz Ianelli (1932-2001) em nossa unidade de São Paulo.A exposição reúne pinturas, aquarelas e objetos realizados pelo artista entre as décadas de 1950 e 1990.
Thomaz Ianelli nasceu em São Paulo em 1932. Pintor, gravador e desenhista, iniciou em 1948 sua vida profissional como cartazista da Companhia dos Anúncios em Bondes em São Paulo e a partir de 1958 integra o Grupo Guanabara ao lado do irmão Arcângelo Ianelli e de outros artistas como Manabu Mabe, Tikashi Fukushima e Wega Nery. De 1958 até 1964 frequenta o Ateliê Abstração, de Samson Flexor, um dos principais pólos irradiadores da arte abstrata no Brasil. Participou de cinco edições da Bienal de São Paulo entre as décadas de 1960 e 1980, sendo premiado nas edições de 1967 e 1975.
Em sua prática, o artista buscava redefinir o olhar não só para objetos do cotidiano, mas também para cenas corriqueiras e domésticas, como o movimento dos peixes no aquário ou o das crianças brincando. Embora preserve em suas pinturas algo da estrutura ortogonal da tradição moderna, produz uma dissolução das formas geométricas, recusando também o uso da perspectiva. Os tons terrosos e rebaixados de suas telas contrastam com a representação frequente de cenas em movimento ou que aludem a alguma vibração.
A exposição conta com um pequeno conjunto de aquarelas e cerca de vinte pinturas realizadas entre as décadas de 1950 e 1990 em óleo sobre tela. Em boa parte delas é possível observar um tipo de trabalho com a tinta característico de Ianelli, que dissolvia o óleo na terebentina e acrescentava um pouco de cera a fim de alcançar uma maior transparência na pintura e alguma espessura no pigmento. Com essa técnica, alcançava uma aproximação visual entre seus óleos e a aquarela, reforçando o caráter lírico de seu universo. “O impulso e o ritmo irmanam-se com as diretrizes cromáticas que elejo e comando, como se manejasse a aquarela ou a têmpera, dando aos óleos uma familiaridade, como se essas técnicas pertencessem e se diluíssem em uma só. Nem sempre a cor se acentua, emergindo, às vezes, de transparências soltas sobre a superfície, outras vezes através do sentimento que se impõe juntamente com a mesma necessidade, frente a uma nova concepção, encontrando finalmente a sua própria identidade.”, escreve Ianelli.
Também integram a exposição algumas assemblages produzidas pelo artista entre as décadas de 1980 e 1990, obras que fazem parte de sua investigação sobre a tridimensionalidade iniciada na década de 1970. Essas peças eram construídas com materiais orgânicos como madeira, couro e raízes, provenientes de objetos descartados ou encontrados na natureza já deteriorados, envelhecidos pela ação do tempo, curtidos pela água do mar, areia e luz do sol. Além do caráter de imprecisão da forma e do uso desses objetos, interessava ao artista o fato de serem incorporados ao trabalho através de encontros guiados pelo acaso. O processo de criação, para Ianelli, deveria deixar o pronto e buscar o inesperado, algo que poderia ocorrer tanto na relação com esse objeto encontrado, quanto na passagem das formas planas da pintura para o plano tridimensional.
Fonte: Arte que Acontece. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
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Museu de Arte do Parlamento de São Paulo - Thomaz Ianelli
A dimensão humana da obra de Thomaz Ianelli através da espontaneidade da representação e equilíbrio de síntese
A sensibilidade de Thomaz Ianelli se educou através de um longo exercício e uma profunda e consciente preparação. Desde jovem, nunca se valeu dos movimentos da época para se valorizar. Percorreu sempre caminhos próprios.
A linguagem do artista possui uma força extrínseca, em cujos espaços e volumes surgem plenamente respeitados, e em perfeito equilíbrio, o desenho e as cores. Através desse processo Ianelli traçou a dimensão de suas relações com a forma e com o conteúdo de sua obra: uma dimensão humana, repleta de sentimentos e de límpidas emoções.
Sobre o plano dessa sensibilidade, inclinada sempre a colher sugestões e o encanto particular dos objetos e da paisagem recriada, o grande artista construiu suas imagens: uma comunicação que sua imaginação tornou muitas vezes evocativa na relação com a realidade.
O olhar de Thomaz Ianelli foi constantemente dirigido ao seu redor para retirar da realidade circunstantes pretextos visuais para sua narração pictórica, conduzida sempre sobre o fio de uma espontânea representação de tons contidos e medidos por uma síntese bem calibrada.
Seu maior ponto de força foi na consonância cromática, na feliz paginação que restitui à realidade apresentada sua graça e espontaneidade, o todo alcançando uma medida e um equilíbrio que conferem ao conjunto um tom de serena contemplação.
Assim é "Estação da Luz", litografia doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo pela Companhia do Metropolitano. Trata-se de uma obra cuja força expressiva demonstra uma linguagem pictórica ao mesmo tempo tradicional e contemporânea.
O artista
Thomaz Ianelli nasceu em 1932 em São Paulo, onde faleceu em 2001. A partir de 1950 passou a frequentar o ateliê de seu irmão, o pintor, escultor e ilustrador Arcângelo Ianelli. Em 1953 estudou desenho com Angelo Simeone na Associação Paulista de Belas-Artes, em São Paulo. Integrou-se ao Grupo Guanabara em 1958 e participou de suas mostras coletivas. Manteve contatos contínuos com os artistas Mario Zanini, Flexor e Arnaldo Ferrari, entre outros.
Pintor, gravador e desenhista durante os anos de 1961 e 1962, realizou viagens de estudo pela Europa utilizando o prêmio de viagem ganho no Concurso Velázquez, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Em 1965 ministrou curso de arte e desenho no Centro de Estudos Brasileiros, em Lima.
Tornou-se membro do conselho da Associação Internacional de Artes Plásticas da Unesco em 1958 e dez anos depois foi eleito o primeiro presidente da Associação Profissional de Artistas Plásticos. Em 1997 ilustrou o livro "O auto da barca do inferno", de Gil Vicente, publicado pela editora Bíbla.
Sua primeira exposição individual ocorreu em 1960, na Galeria de Arte da "Folha de S. Paulo", ocasião em que recebeu o Prêmio Leirner de aquisição. Participou ainda de exposições na Galeria Ambiente, SP; Galeria Aremar, Campinas, SP; Instituto Italiano de Cultura, Rio de Janeiro, RJ (1961); Maison du Brésil, Paris (França); Instituto de Cultura Hispânica, Madri (Espanha); Instituto Vascongago, Bilbao (Espanha) (1962); Galeria Nebli, Madri (Espanha) (1964); Galeria Astréia, São Paulo, SP (1965, 1970 e 1972); Galeria Candido Portinari, Lima (Peru) (1965); Galeria CCBEU, Santos, SP (1969); Galeria Girassol, Campinas, SP (1971); Galeria de Arte Ipanema, Rio de Janeiro, RJ (1973); Galeria Cosme Velho, São Paulo, SP (1975); Galeria Grafiti, São Paulo, SP (1976); Cristina Faria de Paula Galeria de Arte, São Paulo, SP (1977); MAC, Curitiba, PR; Galeria Bonino, Rio de Janeiro, RJ (1979, 1982 e 1985); Galeria Debret, Paris (França); Grifo Galeria de Arte, São Paulo, SP (1980); MAP, Belo Horizonte, MG; MNBA, Rio de Janeiro, RJ (1984); Fundação Cultural do Distrito Federal, Brasília, DF; Galeria Tina Presser, Porto Alegre, RS; MAM, São Paulo, SP; Margs, Porto Alegre, PR (1985); Paulo Figueiredo Galeria de Arte, São Paulo, SP (1986); Galeria Saramenha, Rio de Janeiro, RJ; Yutaka Sanematsu Escritório de Arte, São Paulo, SP; Museu Municipal de Artes Plásticas Eduardo Sívori, Buenos Aires (Argentina) (1987); Galeria 111, Lisboa (Portugal) (1988); Galeria Arte Actual, Santiago (Chile); Kate Art Gallery, São Paulo, SP (1989); Galeria Zen, Porto (Portugal); Global Art Galleries, Nova Orleans (Estados Unidos) (1990); Masp, São Paulo, SP (1992); Paço Imperial, Rio de Janeiro, RJ (1993); Espaço Henfil de Cultura, São Bernardo do Campo, SP (1996); Galeria Nara Roesler, São Paulo, SP (1997); Bolsa de Arte de Porto Alegre, Porto Alegre, RS (1998); Polo Cultural Casa da Fazenda do Morumbi, São Paulo, SP; Pinacoteca do Estado, São Paulo, SP (1999); Centro Cultural Padrão dos Descobrimentos, Lisboa (Portugal) (2000).
Possui obras em inúmeras coleções particulares, acervos oficiais do Brasil, do exterior e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.
Fonte: ALESP - Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
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Grupo Guanabara | Itaú Cultural
A formação do Grupo Guanabara ocorre em 1950, em torno do pintor Tikashi Fukushima. Natural do Japão, ele vem para o Brasil em 1940 e se estabelece, a princípio, no interior do Estado de São Paulo e, posteriormente, no Rio de Janeiro. Em 1949, muda-se para a capital paulista e abre uma molduraria no antigo largo Guanabara, onde é atualmente a Estação Paraíso do Metrô. A oficina torna-se ponto de encontro de artistas que vêm em busca da excelência do trabalho de molduraria realizado por Fukushima. Os encontros conduzem a idéia de criação de um espaço em que os artistas pudessem discutir seus trabalhos preservando a diversidade de tendências de seus membros.
O grupo chega a contar com 34 membros, na maioria imigrantes italianos e japoneses ou seus descendentes entre eles artistas que pertencem ao Grupo Seibi e ao Grupo dos 15. Entre seus fundadores estão Alzira Pecorari, Armando Pecorari, Arcangelo Ianelli, Marjô, Takeshi Suzuki, Tikashi Fukushima, Tomoo Handa, Yoshiya Takaoka, Tamaki. Posteriormente outros artistas se integram ao grupo, como Alina Okinaka, Hideomi Ohara, Ismenia Coaracy,Takahashi, Manabu Mabe, Masanosuke Hashimoto, Massao Okinaka, Thomaz, Tsukika Okayama e Wega Nery. Outros como Oswald de Andrade Filho e Tomie Ohtake, participam eventualmente das exposições realizadas pelo grupo.
Em sua trajetória o grupo promove cinco exposições coletivas. A primeira delas em 1950, na Galeria Domus. Osório César e Ibiapaba Martins, dois críticos do período, dão um destaque especial à mostra. A segunda, em 1951, realizada no Instituto de Arquitetos do Brasil - IAB/SP, reúne obras recusadas no 16º Salão Paulista de Belas Artes. O crítico de arte Quirino da Silva defende os artistas e divulga o evento no jornal Diário da Noite. A terceira ocorre em 1953, no ateliê de Fukushima, não tem muita divulgação nem alcança muita repercussão. Em 1958, a quarta exposição é realizada na Associação Cristã de Moços - ACM. É a mais divulgada delas, conta com publicação de catálogo e palestras dos críticos Lourival Gomes Machado e Sérgio Milliet. A última mostra é realizada em 1959, praticamente uma reedição da anterior, montada no mesmo local.
Após dez anos de atividade, o grupo se desfaz. Em 1992, o Escritório de Arte Magalhães Gouveia organiza uma retrospectiva do grupo.
Fonte: GRUPO Guanabara. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2024. Acesso em: 23 de maio de 2024. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Crédito fotográfico: Instituto Thomaz Ianelli, imagem do artista extraída do Facebook da instituição. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.