Antônio Henrique Abreu Amaral (São Paulo, 24 de agosto de 1935 — São Paulo, 24 de abril de 2015), mais conhecido como Antônio Henrique Amaral, foi um pintor, gravador e desenhista brasileiro. Era irmão da historiadora e crítica de arte Aracy Amaral, da cineasta Suzana Amaral e da dramaturga, diretora e autora de teatro de animação Ana Maria Amaral. Formado em Direito pela Universidade de São Paulo, iniciou sua formação artística na Escola do Museu de Arte de São Paulo nos anos 50, onde estudou desenho com Roberto Sambonet e gravura com Lívio Abramo. Em 1959 foi para o Pratt Graphic Institute, em Nova Iorque, onde estudou gravura com Shiko Munakata e W. Rogalsky. Participou dos movimentos Surrealismo, Pop art e Tropicalismo, tendo obras em coleções particulares, públicas brasileiras e estrangeiras. Artista premiado por diversas vezes, incluindo o prêmio de viagem ao exterior no Salão de Arte Moderna no Rio de Janeiro, em 1971. Expôs extensamente pelo Brasil, México, Estados Unidos, Cuba, Chile, Inglaterra, Uruguai, Colômbia, Bolívia, entre outros. Amaral também foi o sócio-fundador da Associação Profissional de Artistas Plásticos de São Paulo (APAP).
Biografia – Itaú Cultural
Iniciou sua formação artística na Escola do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), com Roberto Sambonet (1924-1995), em 1952. Em 1956, estudou gravura com Lívio Abramo (1903-1992) no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Em 1958, viajou para a Argentina e o Chile, onde realizou exposições e entra em contato com Pablo Neruda (1904-1973). Viajou para os Estados Unidos em 1959, estudando gravura no Pratt Graphics Center, em Nova York. Voltando ao Brasil em 1960, trabalha como assistente na Galeria Bonino, no Rio de Janeiro, e conhece Ivan Serpa (1923-1973), Candido Portinari (1903-1962), Antonio Bandeira (1922-1967), Djanira (1914-1979) e Oswaldo Goeldi (1895-1961). Paralelamente à carreira artística, atua como redator publicitário. No início da carreira realizou desenhos e gravuras que se aproximam do surrealismo. A partir da metade da década de 1960, sua produção passa a incorporar a temática social, elementos da gravura popular e da cultura de massa, aproximando-se também da arte pop. Em 1967, lança o álbum de xilogravuras coloridas O Meu e o Seu, com apresentação e texto de Ferreira Gullar (1930) e capa de Ruben Martins (1929-1968), em que apresenta uma crítica ao autoritarismo vigente no país. Passa a dedicar-se predominantemente à pintura. Recebe em 1971 o prêmio viagem ao exterior do Salão de Arte Moderna do Rio de Janeiro e viaja para Nova York. Retornou ao Brasil em 1981.
Análise
Conhecido principalmente pela série de pinturas em torno das Bananas, realizada de 1968 até 1975, Antonio Henrique Amaral inicia sua trajetória artística com desenho e gravura. O aprendizado com o gravurista Lívio Abramo foi fundamental para sua formação artística, pois ensina a impor disciplina a seu traço. Do mestre retém apenas a técnica. Seu estilo, que já apresenta considerável veia surrealista, é inspirado em artistas como Roberto Matta (1911-2002), Paul Klee (1879-1940), Joan Miró (1893-1983), entre outros, de quem absorve o equilíbrio entre o automático psíquico e o rigor formal.
Mudanças de ordem política e cultural marcam seu trabalho nos anos 1960, que começa a incorporar elementos da gravura popular e a figuração extraída da cultura de massa, como a publicidade e o graffiti. Violência, sexo e política são temas tratados no uso recorrente de imagens de generais e bocas. Desse período, destaca-se o álbum de sete xilogravuras coloridas O Meu e o Seu (1967), no qual revela de forma sintética a questão da interiorização do autoritarismo.
A busca por símbolos que remetem a uma situação, e cujos sentidos são construídos e reiterados no decorrer de suas aparições, é algo constante na produção de Antonio Henrique Amaral. Se de início elege as bocas e a figura do general, presentes também em suas primeiras pinturas, de meados dos anos 1960, é na representação da banana, ou por meio dela, que o artista consegue concentrar toda sua insatisfação com o momento histórico. Índice às avessas de uma identidade nacional, a figura da banana é trabalhada em diversas situações: solitária e em cachos, transpassadas por cordas, facas ou garfos, maduras, verdes ou apodrecidas. Como metáfora, a banana refere-se tanto à ditadura militar quanto à posição do Brasil no conjunto dos países democráticos, ao "ser" brasileiro no momento do slogan "Brasil, ame-o ou deixe-o", ao mesmo tempo em que retoma uma tradição moderna de representação do caráter nacional que se inicia com a bananeira em Tropical (1917), de Anita Malfatti (1889-1964), passando pela pintura A Negra (1923), de Tarsila do Amaral (1886-1973), e Bananal (1927), de Lasar Segall (1891-1957). Em seu "hiper-realismo" quase fantástico, com enquadramentos fotográficos e abuso de cortes transversais e close-up, Amaral retoma também uma determinada tradição da pintura de natureza-morta, nomes como Alberto Eckhout (ca.1610-ca.1666) e Rufino Tamayo (1899-1991).
Com o passar dos anos, Antonio Henrique Amaral lança mão de outras figuras-símbolo em sua pintura, criando séries com base no garfo, no bambu, em seios enormes e torsos, na mata e urbe estilizadas. Em rotação, tais signos adquirem "novos significados em função do encadeamento de fases e épocas de sua pintura e do relacionamento de sua obra com a realidade do país e do mundo".
Críticas
"Na época em que Amaral pintou as bananas, elas se tornaram um símbolo explícito para o indivíduo submetido a arbitrariedades, aparecendo amarradas e penduradas por cordas, ou agredidas e perfuradas por garfos e outros instrumentos contundentes. Tal foi o vigor dessa pintura, tal a eficácia do símbolo, que Amaral passou a ser relacionado, como pintor, com as bananas, assim como Volpi com as bandeirinhas, e Di Cavalcanti, com as mulatas. Três simplificações inatentas e imprecisas.
No caso de Amaral, estereotipou-se a leitura de suas obra como a denúncia de uma violência específica, política e urbana, em detrimento até da apreciação do puro fenômeno pictórico. (E, no entanto, é por causa deste, e não de temas ou engajamentos, que a qualidade e a permanência de uma obra de arte se instauram). A banana era um indício, sim, mas não esgotava a complexidade e a totalidade do autor. Esqueceu-se um pouco a brasilidade ampla, abrangente, que ele não procura, propriamente, como um projeto articulado (à maneira, por exemplo, de um Rubem Valentim), mas que se encontra por força por trás, ou no fundo, de toda a sua produção. Prestou-se menos atenção a telas ainda da década de 70 (no regime de exceção, portanto) em que Amaral incursiona por outros signos vegetais sem leitura metafórica urbana: bambuzais, cerrados e/ou detalhes superampliados de caules, folhas e espinhos, resultando numa trama plástica planturosa, impenetrável mas dinâmica, selvagem e amazônica". — Olívio Tavares de Araújo (AMARAL, Antonio Henrique. Amazônia "a mata". São Paulo: Galeria do Memorial, 1992).
"Amaral ocupa um lugar de destaque na história da arte brasileira do século XX. Seus elos com o Modernismo do passado são óbvios. Suas associações familiares com Tarsila do Amaral são muito menos significativas do que as afinidades estéticas e criativas que tem com o seu trabalho. Por um lado, Amaral é um mestre do figurativo, mas, ao mesmo tempo, há nele um elemento que o liga ao impulso construtivista, tão poderoso na arte brasileira e na de muitos outros países da América Latina. (...) Também mencionei o trabalho de Amaral com referência à arte da heróica geração de artistas concretos e neoconcretistas que floreceram nos anos 50 e 60. Alguns leitores podem se surpreender com minha insistência nesse relacionamento. Superficialmente, ao menos, as exuberantes e coloridas telas e desenhos de Amaral parecem representar uma sensibilidade bastante distanciada da de artistas como Clark, Pape, Franz Weissmann, Ivan Serpa, Rubem Valentim, Waldemar Cordeiro e outros. Entretanto o Construtivismo não está longe do mundo de temas estéticos abordado por Amaral. De uma leitura atenta de seus trabalhos sempre emerge uma forte consciência da forma geométrica. A substância volumétrica e o peso variam consideravelmente de uma tela para outra. Entretanto, uma das características mais constantes das pinturas de Amaral é seu interesse em delinear e sombrear para criar estruturas (tanto representativas como não objetivas) que parecem estar interligadas às formas que as acompanham, criando um todo arquitetônico dentro da tela. (...)". — Edward J. Sullivan, 1993. (SULLIVAN, Edward J., MILLIET, Maria Alice. Obra em processo: Antonio Henrique Amaral. São Paulo: DBA, 1996).
"Diante da tela o artista sabe que não basta reproduzir ou inventar formas, sua tensão/intenção existe porque está preocupado com a economia sensorial das imagens. O tornar visível significa captar a intensidade das coisas e não tomar o visível como objeto da pintura e a representação como fim. Esse princípio enunciado por Klee põe em xeque a arte figurativa como mimesis, simples cópia do que se vê. Logo surge a dúvida: haveria uma arte exclusivamente submissa ao mundo das aparências? Desta submissão a arte moderna quis escapar ao voltar as costas para as convenções que regiam a representação. Nessa fuga tomou dois caminhos: um, que recusa radicalmente a subordinação ao referente, a abstração; o outro, que vai em direção à figura. Quando a pintura acolhe a figura é o figural e não o figurativo que se realiza.
A ordem do figural (conceituada por Lyotard) mantém a porta aberta para o desejo, desordenado, caótico em sua avidez por satisfação. Dessa conivência decorre todo tipo de transgressão: a deformação e a desconstrução do objeto, o rompimento da lógica narrativa, o nonsense, a subversão do espaço pictórico. Esses procedimentos são rebeldes a qualquer codificação". — Maria Alice Milliet (MILLIET, Maria Alice. Verso e reverso da figura. In: SULLIVAN, Edward J., MILLIET, Maria Alice. Obra em processo: Antonio Henrique Amaral. São Paulo: DBA, 1996. p.82).
Depoimentos
"Quando eu tinha 25 anos, ou quase isso, eu via duas etapas de criação: uma era revelação de algumas idéias através dos esboços. Aquelas anotações, os planos para as gravuras, aquela busca de determinadas imagens que saíam em grafite no papel. Depois eu percebia que, enquanto eu executava, não só o esboço se modificava como também eu encontrava a resistência do material. As minhas limitações técnicas, o papel, a tinta, o pincel, que eu tinha de aprender a mexer, o buril que eu tinha de cravar na madeira, naquela ocasião, eu pensava que havia duas criações: uma emocional e a outra técnica; duas etapas da criatividade. Revelava pra mim mesmo as imagens. A seguinte é que com a ação do material essas idéias sofriam alterações. Essas eram recriações, e daí resultava a forma definitiva. (...)
Quando eu tinha 20 e poucos anos, as minhas imagens eram muito mais subjetivas do que o meu contato com o mundo objetivo. Eram aqueles primeiros desenhos, figuras monstruosas. Depois vieram as formas abstratas, de ordem expressionista, as aquarelas líricas, etc. Isso era muito reflexo do meu mundo interior, diante de um momento onde primeiro era muito fantástico, surrealista, depois, na década de 50/60, abstrato. Eu me dava bem exprimindo meu mundo interior através desse tipo de forma, e com um desenho muito solto, sem uma preocupação de retratar a realidade objetiva. Meu trabalho tornou-se francamente descritivo a partir do golpe militar de 64. (...)
Eu acho que todo trabalho de arte tem uma relação política, a atividade artística é uma atividade política. No meu caso, eu fiquei francamente explícito. Eu fiz questão de me tornar quase panfletário. (...)
(É) a série das gravuras dos militares, o álbum O Meu e o Seu, e toda a seqüência das gravuras satíricas, de cunho social, de registro de uma situação anômala que estávamos vivendo. Depois iniciei a fase das bananas. (...)
A minha preocupação, mesmo quando estava fazendo sátiras de cunho social, era a da linguagem. Eu estava aprendendo gravura, aquarela, desenho, começando a mexer com tinta. Inclusive fiz pinturas desses generais também. A linguagem é importante, e isso a gente está sempre aprendendo. Mas também não há condição de se fazer arte sem buscar o domínio do material utilizado. (...)
Com 23 anos, eu tranco a faculdade de direito no último ano, porque eu já sabia que não ia ser advogado. Pego uma mala com quarenta gravuras e vou para a Argentina, depois Chile, onde faço diversas exposições. Em 1958, já tinha exposto no MAM de São Paulo, e em 1959 estava expondo na Galeria da União Pan-Americana, em Washington. Em Nova York, estudei seis meses de gravura com o mestre japonês Shiko Munakata. Eu fazia gravura doze horas por dia, mesmo porque eu não sabia o que fazer além disso. (...)
Quando eu tinha 16 anos, estudei na escola do Museu de Arte com Roberto Sambonet. Estimulado por Marcelo Grassmann e Aldemir Martins, que olhavam os meus desenhos e diziam pra que eu continuasse; isso foi fundamental. Além de Picasso, que era o pai de todos. Lívio Abramo foi meu primeiro professor de gravura e depois Shiko Munakata (...).
O álbum O Meu e o Seu significou a cor na gravura e também o passo que eu consegui dar, de viver de arte. Foi o meu ato de amor com a arte, virou a minha vida, depois de estar sete anos trabalhando em publicidade e relações públicas". — Antonio Henrique Amaral, 1986 (ANTONIO HENRIQUE AMARAL. Obra sobre papel 30 anos. Campinas: Museu de Arte Contemporânea, 1986).
Acervos
Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo - São Paulo SP
Archer M. Huntington Gallery, Texas University - Austin (Estados Unidos)
Art Museum of the Americas - Washington D.C (Estados Unidos)
Casa de Las Américas - Havana (Cuba)
El Colegio de México - Cidade do México (México)
Fundação Biblioteca Nacional - Rio de Janeiro RJ
Instituto de Arte Moderno - Santiago (Chile)
Latin American Art Collection / Essex University - Essex (Inglaterra)
Metropolitan Museum of Art - Nova York (Estados Unidos)
Museo de Arte Americana - Maldonado (Uruguai)
Museo de Arte Moderno - Cidade do méxico (México)
Museo de Arte Moderno de Bogotá - Bogotá (Colômbia)
Museo Nacional de Arte - La Paz (Bolívia)
Museo Rayo - Roldanillo (Colômbia)
Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado - FAAP - São Paulo SP
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP - São Paulo SP
Museu de Arte Contemporânea de Campinas - Campinas SP
Museu de Arte Contemporânea de Niterói - MAC/Niterói - Niterói RJ
Museu de Arte da Pampulha - Belo Horizonte MG
Museu de Arte do Paraná - Curitiba PR
Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP - São Paulo SP
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ - Rio de Janeiro RJ
Museu Nacional de Belas Artes - MNBA - Rio de Janeiro RJ
Museum of Contemporary Art - Skopje (Macedênia)
Parlamento Latino Americano - Memorial da América Latina - São Paulo SP
Pinacoteca do Estado de São Paulo - Pesp - São Paulo SP
Exposições Individuais
1958 - Santiago (Chile) - Antonio Henrique Amaral: gravuras, na Universidad de Concepción
1958 - Santiago (Chile) - Antonio Henrique Amaral: gravuras, no Instituto de Arte Moderno de Chile
1958 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: gravuras, no MAM/SP
1959 - Washington (Estados Unidos) - Individual, na Pan American Union
1960 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1960 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Antigonovo
1963 - Buenos Aires (Argentina) - Individual, na Galeria Saber Vivir
1963 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Mobilinea
1967 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1967 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Mirante das Artes
1968 - São Paulo SP - Individual, na Associação dos Amigos do MAM/SP
1969 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria do Hotel Copacabana Palace
1969 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1970 - Cochabamba (Bolívia) - Individual, no Centro Pedagógico Y Cultural Portales
1970 - La Paz (Bolívia) - Individual, na Galeria Círculo 3
1971 - Londres (Inglaterra) - Individual, na Elvaston Gallery
1971 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1971 - Washington (Estados Unidos) - Individual, na Pan American Union
1972 - Brasília DF - Individual, na Galeria Oscar Seraphico
1972 - Genebra (Suíça) - Individual, na Galerie du Théatre
1972 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Alberto Bonfiglioli
1973 - Bogotá (Colômbia) - Individual, na Galeria San Diego
1974 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Lee Ault & Co. Gallery
1975 - Birmingham (Inglaterra) - Individual, no Birmingham Museum of Art
1975 - Nashville (Estados Unidos) - Individual, na Nashville Fine Arts Center
1975 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1975 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Alberto Bonfiglioli
1976 - Cidade do México (México) - Individual, no Museo de Arte Moderno
1976 - San Salvador (El Salvador) - Individual, no Patronato Pró-Cultura
1976 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Alberto Bonfiglioli
1977 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Guignard
1977 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1978 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Lee Ault & Co. Gallery
1979 - Cidade do México (México) - Individual, na Juan Martín Gallery
1979 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Cayman Gallery
1979 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Alberto Bonfiglioli
1980 - Miami (Estados Unidos) - Individual, na Forma Gallery
1980 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1980 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina
1981 - São Paulo SP - Individual, na Grifo Galeria de Arte
1983 - Caxias do Sul RS - Individual, na Galeria da Universidade de Caxias do Sul
1983 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Tina Presser
1983 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Alberto Bonfiglioli
1984 - Ottawa (Canadá) - Individual, no National Arts Center
1985 - Porto Alegre RS - Individual, no Margs
1985 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Paço Imperial
1985 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte São Paulo
1986 - Campinas SP - Antonio Henrique Amaral: obra sobre papel - 30 anos, no MAC/Campinas e na Galeria do Instituto de Artes da Unicamp
1986 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: obra em processo 1956-1986, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: obra sobre papel, na Galeria Montesanti Roesler
1986 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: obras em papel, na Galeria Montesanti Roesler
1987 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Montesanti Galleria
1987 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Montesanti Roesler
1988 - Coral Gables (Estados Unidos) - Antonio Henrique Amaral: paintings 1980 - 1988, na Opus Gallery
1988 - Miami (Estados Unidos) - Antonio Henrique Amaral: paintings 1980-1988, na Opus Gallery
1989 - Coral Gables (Estados Unidos) - Individual, na Elite Fine Arts Gallery
1991 - Los Angeles (Estados Unidos) - Parallels and Divergence/One Heritage: two paths
1991 - Washington D.C - (Estados Unidos) - Parallels and Divergence/One Heritage: two paths, na Kimberly Gallery.
1992 - Coral Gables (Estados Unidos) - Individual, na Elite Fine Arts Gallery
1992 - Miami (Estados Unidos) - Antonio Henrique Amaral: recent works, no Elite Fine Art Gallery
1992 - São Paulo SP - Amazônia "A Mata", na Galeria do Memorial da América Latina
1993 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1993 - Zurique (Suíça) - Individual, na Galerie Andy Jllien
1994 - Berlim (Alemanha) - Individual, na Haus der Kulturen der Welt
1994 - Coral Gables (Estados Unidos) - Individual, na Elite Fine Arts Gallery
1994 - Frankfurt (Alemanha) - Individual, no Künstlerhaus Mousonturm Frankfurt am Main GmbH
1994 - Miami (Estados Unidos) - Individual, na Elite Fine Art Gallery
1996 - Miami (Estados Unidos) - Individual, na Elite Fine Art Gallery
1997 - Berlim (Alemanha) - Individual, na Virtualitas Galerie
1997 - Poços de Caldas MG - Antonio Henrique Amaral: da gravura à pintura, na Casa da Cultura de Poços de Caldas
1997 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: da gravura à pintura, no Instituto Moreira Salles
1997 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: obra recente, no Masp
1997 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: obra sobre papel, na Dan Galeria
2000 - São Paulo SP - Divertimentos (trabalhos ...) recentes, na Galeria Nara Roesler
2002 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: pinturas 2001-2002, na Galeria Nara Roesler
2004 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
Exposições Coletivas
1957 - São Paulo SP - 6º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1958 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP
1960 - São Paulo SP - 9º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1961 - São Paulo SP - 10º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP
1962 - Buenos Aires (Argentina) - First Latin American Engraving Contest
1962 - Curitiba PR - Salão do Paraná, na Biblioteca Pública do Paraná
1962 - São Paulo SP - 11ª Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1963 - Londres (Inglaterra) - Brazilian Art Today, no Royal College of Arts
1963 - Viena (Áustria) - Brazilian Art Today, no Angewandt Kunst
1963 - Bruxelas (Bélgica) - Brazilian Art Today
1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1963 - São Paulo SP - 1ª Exposição do Jovem Desenho Nacional, na Faap
1963 - São Paulo SP - 12º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1964 - Belo Horizonte MG - 1ª Exposição do Jovem Desenho Nacional, no MAP
1965 - Londres (Reino Unido) - Brazilian Art Today, na Royal Academy of Arts
1966 - Bonn (Alemanha) - Brasilianische Kunst Heute
1966 - Bonn (Alemanha) - Brazilian Art Today, no Beethonvenhalle
1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas - prêmio aquisição
1966 - São Paulo SP - 15º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1967 - Brasília DF - 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, no Teatro Nacional de Brasília
1967 - Curitiba PR - 24º Salão Paranaense de Belas Artes, na Biblioteca Pública do Paraná - 2º prêmio gravura
1967 - Santiago (Chile) - 3ª Bienal Americana de Gravura, no Museo de Arte Contemporáneo
1967 - São Paulo SP - 1ª Jovem Arte Contemporânea, no MAC/USP
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1968 - Campinas SP - 4º Salão de Arte Contemporânea, no MACC
1968 - Campo Grande MS - 28 Artistas do Acervo do MAC/USP, na Galeria do Diário da Serra
1968 - Curitiba PR - 25º Salão Paranaense, na Biblioteca Pública do Paraná - 1º prêmio
1968 - Havana (Cuba) - International Art Exhibition - premiado
1968 - Rio de Janeiro RJ - 17º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1968 - São Paulo SP - 17º Salão Paulista de Arte Moderna
1969 - Fortaleza CE - 28 Artistas do Acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, no Centro de Artes Visuais Raimundo Cela
1969 - Rio de Janeiro RJ - 18º Salão Nacional de Arte Moderna
1969 - Rio de Janeiro RJ - Salão da Bússola, no MAM/RJ
1969 - Santo André SP - 2º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1969 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Arte Contemporânea, no Masp
1969 - São Paulo SP - 3º Jovem Arte Contemporânea, no MAC/USP
1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1970 - Rio de Janeiro RJ - 19º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1970 - São Paulo SP - 2º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1970 - São Paulo SP - 4 Grupos de Aquisições Recentes e Doações da International Society of Plastic and Visual Art, no MAC/USP
1970 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral, Odetto Guersoni, Tomie Ohtake, Pedro Tort, Gerda Brentani, na Galeria Alberto Bonfiglioli
1970 - São Paulo SP - Pinacoteca do Estado de São Paulo 1970
1971 - Paris (França) - Salão de Outono, no Grand Palais
1971 - Rio de Janeiro RJ - 20º Salão Nacional de Arte Moderna
1971 - São Paulo SP - 5º Jovem Arte Contemporânea, no MAC/USP
1972 - Havana (Cuba) - Exposición de Arte Internacional
1972 - Medellín (Colômbia) - 3ª Bienal de Medellín, no Museo de Antioquia
1972 - Rio de Janeiro RJ - 21º Salão Nacional de Arte Moderna - prêmio viagem ao exterior
1972 - Santiago (Chile) - 3ª Bienal Latino-Americana del Grabado - menção honrosa
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1972 - São Paulo SP - 2º Exposição Internacional de Gravura, no MAM/SP
1973 - Boston (Estados Unidos) - Arte Latino-Americana Contemporânea, na Universidade de Massachusetts
1973 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Painting, na Queen Cultural Center
1973 - São Paulo SP - 5º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1973 - Washington (Estados Unidos) - Homanage to Picasso, na Pan American Union
1975 - Nova York (Estados Unidos) - Coletiva, na Lee Ault & Co. Gallery
1976 - Cali (Colômbia) - 3ª Bienal Americana de Artes Gráficas, no Museo de Arte Moderno La Tertulia
1976 - Campinas SP - 10º Salão de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC
1976 - Flórida (Estados Unidos) - Latin American Horizons
1976 - Flórida (Estados Unidos) - Latin American Horizons
1976 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Arte Contemporânea, no Paço das Artes
1976 - São Paulo SP - 8º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1977 - Madri (Espanha) - Arte Atual Ibero-Americana, no Instituto de Cultura Hispânica
1977 - Rio de Janeiro RJ - 2ª Arte Agora: visão da terra, no MAM/RJ
1978 - Caracas (Venezuela) - 1º Encontro Ibero-Americano de Artistas e Críticos, na Fundación Museo de Bellas Artes
1978 - São Paulo SP - 1ª Bienal Latino-Americana de São Paulo, na Fundação Bienal
1979 - São Paulo SP - 11º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1980 - São Paulo SP - 12º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1981 - Cidade do México (México) - Artes Visuais e Identidades da América Latina
1981 - Curitiba PR - 3ª Mostra de Desenho Nacional - prêmio aquisição
1981 - La Paz (Bolívia) - Contemporary Latin American Art
1981 - Osaka (Japão) - Exposição Latino-Americana de Arte Contemporânea Brasil/Japão, no National Museum of Art
1981 - Rio de Janeiro RJ - Do Moderno ao Contemporâneo: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1981 - Rio de Janeiro RJ - Pablo, Pablo!: uma interpretação brasileira de Guernica, na Funarte
1981 - São Paulo SP - Artistas Contemporâneos Brasileiros, no Escritório de Arte São Paulo
1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1982 - Londres (Reino Unido) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery
1982 - São Paulo SP - 3º Salão Brasileiro de Arte, na Fundação Mokiti Okada M.O.A.
1982 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão Brasileiro de Arte
1982 - Tóquio (Japão) - 3º Salão Brasileiro de Arte
1982 - Atami (Japão) - 3º Salão Brasileiro de Arte
1982 - Kyoto (Japão) - 3º Salão Brasileiro de Arte
1983 - Maldonado (Uruguai) - 5ª Bienal Internacional de Desenho - Prêmio Dez Anos de Bienal
1983 - Merida (Venezuela) - Exposição Comemorativa do Bicentenário Simón Bolivar, na Corporación de Los Andes
1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1983 - São Paulo SP - 14º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1983 - São Paulo SP - Arte na Rua
1984 - Curitiba PR - 6ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba
1984 - Curitiba PR - A Xilogravura na História da Arte Brasileira (6. : 1984 : Curitiba, PR) - Casa Romário Martins (Curitiba, PR)
1984 - Curitiba PR - Simões de Assis Galeria de Arte: mostra inaugural (1984 : Curitiba, PR) - Simões de Assis Galeria de Arte (Curitiba, PR)
1984 - Fortaleza CE - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas
1984 - Havana (Cuba) - 1ª Bienal de Havana
1984 - Ottawa (Canadá) - Antonio Henrique Amaral e Siron Franco, no National Arts Center
1984 - Ribeirão Preto SP - Gravadores Brasileiros Anos 50/60, na Galeria Campus USP-Banespa
1984 - Rio de Janeiro RJ - A Xilogravura na História da Arte Brasileira, na Funarte. Galeria Sérgio Milliet
1984 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - Atami (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Kyoto (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Rio de Janeiro RJ - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Brasil-Japão
1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Brasil-Japão
1985 - Tóquio (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Tóquio (Japão) - Today's Art of Brazil, no Hara Museum of Contemporary Art
1986 - Curitiba PR - 7ª Mostra do Desenho Brasileiro, no MAC/PR
1986 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Mostra Christian Dior de Arte Contemporânea: pintura, no Paço Imperial
1986 - São Paulo SP - 17º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - A URBS na Visão de Oito Artistas, na Galeria Montesanti Roesler
1987 - Indianápolis (Estados Unidos) - Art of The Fantastic Latin-America: 1920-1987, na Indianapolis Museum of Art
1987 - Nova York (Estados Unidos) - Art of the Fantastic Latin America: 1920-1987, no The Queens Museum
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée de l´Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Paris (França) - São Paulo-Rio-Paris, na Galerie 1900-2000, na Galerie 1900-2000
1987 - São Paulo SP - São Paulo-Rio-Paris, na Galerie 1900-2000, na Galeria Montesanti
1987 - Rio de Janeiro RJ - São Paulo-Rio-Paris, na Galerie 1900-2000, na Galeria Montesanti
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1987 - São Paulo SP - 20ª Exposição de Arte Contemporânea, na Chapel Art Show
1988 - Flórida (Estados Unidos) - Art of The Fantastic Latin America: 1920-1987, no Center of Fine Arts
1988 - Cidade do México (México) - Art of The Fantastic Latin America: 1920-1987, no Centro Cultural/Arte Contemporáneo
1988 - Leverkusen (Alemanha) - Brasil Já, no Museum Morsbroich
1988 - Stuttgart (Alemanha) - Brasil Já, na Galeria Landesgirokasse
1988 - Paris (França) - São Paulo-Rio-Paris, na Galeria 1900-2000
1988 - Rio de Janeiro RJ - São Paulo-Rio-Paris, na Galeria Montesanti
1988 - São Paulo SP - São Paulo-Rio-Paris, na Galeria Montesanti
1988 - Rio de Janeiro RJ - 88 x 68: um balanço dos anos
1988 - São Paulo SP - 15 Anos de Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Mokiti Okada M.O.A.
1988 - São Paulo SP - 63/66 Figura e Objeto, na Galeria Millan
1988 - São Paulo SP - MAC 25 Anos: aquisições e doações recentes, no MAC/USP
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1988 - Stuttgart (Alemanha) - Brasil Já, na Galerie Landesgirokasse
1989 - Hannover (Alemanha) - Brasil Já, no Sprengel Museum
1990 - Atami (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Brasília DF - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Brasília DF - Prêmio Brasília de Artes Plásticas, no MAB
1990 - Caracas (Venezuela) - Figuración Fabulación, 75 años de pintura en America Latina 1914-1989, na Fundación Museo de Bellas Artes
1990 - Rio de Janeiro RJ - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - São Paulo SP - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea, na Fundação Brasil-Japão
1990 - Atami (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Sapporo (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Tóquio (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1991 - Estocolmo (Suécia) - Viva Brasil Viva, Kulturhuset, Konstavdelningen och Liljevachs Konsthall
1991 - Frankfurt (Alemanha) - Art Frankfurt
1991 - Los Angeles e Washington D. C. (Estados Unidos) - Parallels and Divergence/One Heritage: two paths, na Daniel Saxon Gallery e na Kimberly Gallery
1991 - Makurasaki (Japão) - 2ª Biennal Exhibition of Arts - Prêmio Especial do Júri
1991 - Nagoya (Japão) - Perspectives of the Present: contemporary painting of Latin American, no Nagoya Museum of Art
1991 - Paris (França) - 6 Artistes Latinoamericains, na Galerie 1900-2000
1991 - San Diego (Estados Unidos) - Latin American Drawings Today, no San Diego Museum of Art
1991 - São Paulo SP - O Que Faz Você Agora Geração 60?: jovem arte contemporânea dos anos 60 revisitada, no MAC/USP
1991 - Washington (Estados Unidos) - Tradition and Innovation, no Art Museum of the Americas
1992 - Americana SP - Mostra de Reinauguração do Museu de Arte Contemporânea de Americana, no MAC/Americana
1992 - Campinas SP - Premiados nos Salões de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC
1992 - Cidade do México (México) - Coleção Internacional, no Museo de Arte Moderno
1992 - Curitiba PR - 10ª Mostra da Gravura da Cidade de Curitiba, no Museu da Gravura
1992 - Paris (França) - Diversité Latino Americaine, na Galerie 1900-2000
1992 - Paris (França) - La Amerique Latine dans touts ses États, na Maison de l'Amerique Latine
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa da Cultura de Poços de Caldas
1992 - Rio de Janeiro RJ - A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial
1992 - Rio de Janeiro RJ - Brazilian Contemporary Art, na EAV/Parque Lage
1992 - Rio de Janeiro RJ - Eco Art, no MAM/RJ
1992 - Rio de Janeiro RJ - Natureza: quatro séculos de arte no Brasil, no CCBB
1992 - Santo André SP - 20º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1992 - São Paulo SP - Anos 60/70: Coleção Gilberto Chateubriand - MAM/RJ, na Galeria de Arte do Sesi
1992 - Seul (Coréia do Sul) - Humanismo e Tecnologia, no Mnba
1992 - Sevilha (Espanha) - Expo 92: Mirando a La America Latina y el Caribe
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Funesc
1993 - Niterói RJ - 2º A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no MAC/Niterói
1993 - Porto Alegre RS - Arcangelo Ianelli, Antonio Henrique Amaral e Francisco Stockinger, na Bolsa de Arte de Porto Alegre
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil 100 Anos de Arte Moderna, no Mnba
1993 - São Paulo SP - Exposição Luso-Nipo-Brasileira, no MAB/Faap
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1993 - São Paulo SP - Portugal-Japão: mares navegados, no MAB/Faap
1993 - São Paulo SP - Representação: presenças decisivas, no Paço das Artes
1994 - Monterrey (México) - Prêmio Marco, no Museo de Arte Contemporáneo de Monterrey
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Xilogravura: do cordel à galeria, no Metrô e no Masp
1994 - Seul (Coréia do Sul) - Humanismo e Tecnologia, no Museu Nacional de Belas Artes
1995 - Monterrey (México) - Prêmio Marco, no Museo de Arte Contemporáneo de Monterrey
1995 - Nova York (Estados Unidos) - New Acquisitions - 20th Century Collection, no Metropolitan Museum of Art
1995 - Santa Bárbara (Estados Unidos) - Point/Counterpoint: two views of 20th Century Latin American Art, no Santa Barbara Museum of Art
1995 - São Paulo SP - O Desenho em São Paulo: 1956-1995, na Galeria Nara Roesler
1995 - São Paulo SP - Projeto Contato, na Galeria Sesc Paulista
1995 - São Paulo SP - 1º United Artists, na Casa das Rosas
1995 - São Paulo SP - Visual Road, no Renato Magalhães Gouvêa Escritório de Arte
1996 - Belo Horizonte MG - Impressões itinerantes, no Palácio das Artes
1996 - Monterrey (México) - Prêmio Marco, no Museo de Arte Contemporáneo de Monterrey
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - Off Bienal , no MuBE
1996 - São Paulo SP - Seis Artistas Atemporais, na Múltipla de Arte
1997 - Monterrey (México) - Prêmio Marco, no Museo de Arte Contemporáneo de Monterrey
1997 - Porto Alegre RS - 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, na Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1997 - Porto Alegre RS - Vertente Política, na Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1997 - São Paulo SP - Apropriações Antropofágicas, no Itaú Cultural
1998 - Brasília DF - Futebol Arte, no Ministério das Relações Exteriores
1998 - São Paulo SP - Futebol Arte, no Memorial da América Latina
1998 - Rio de Janeiro RJ - Futebol Arte, na Casa França-Brasil
1998 - Paris (França) - Futebol Arte
1998 - Marselha (França) - Futebol Arte
1998 - São Paulo SP - Afinidades Eletivas I: o olhar do colecionador, na Casa das Rosas
1998 - São Paulo SP - Canibáliafetiva, n'A Estufa
1998 - São Paulo SP - Figurações: 30 anos na arte brasileira, no MAC/USP
1998 - São Paulo SP - Impressões: a arte da gravura brasileira, no Espaço Cultural Banespa
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1998 - São Paulo SP - Os Colecionadores - Guita e José Mindlin: matrizes e gravuras, na Galeria de Arte do Sesi
1999 - Niterói RJ - Mostra Rio Gravura: Acervo Banerj, no Museu Histórico do Ingá
1999 - São Paulo SP - 8 Artistas Brasileiros, na Galeria Sergio Caribé
1999 - São Paulo SP - O Brasil no Século da Arte, na Galeria de Arte do Sesi
2000 - Colchester (Inglaterra) - Outros 500: highlights of brazilian contemporary art in UECLAA, na University of Essex
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Still Life: reflections of time and place, no El Museo del Barrio
2000 - Rio de Janeiro RJ - Coleção Ferreira Gullar de Pinturas Brasileiras, no MAM/RJ
2000 - São Paulo SP - Arte e Erotismo, na Galeria Nara Roesler
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Contemporânea, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural
2000 - São Paulo SP - O Papel da Arte, na Galeria de Arte do Sesi
2000 - São Paulo SP - Obra Nova, no MAC/USP
2001 - Brasília DF - Investigações. A Gravura Brasileira, na Itaugaleria
2001 - Penápolis SP - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural
2001 - Porto Alegre RS - Coleção Liba e Rubem Knijnik: arte brasileira contemporânea, no Margs
2001 - São Paulo SP - Cultura Brasileira 1, na Casa das Rosas
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap
2001 - São Paulo SP - X Poéticas, n'A Hebraica
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial
2002 - São Paulo SP - 8 Artistas Brasileiros Contemporâneos, na Casa das Rosas
2002 - São Paulo SP - México Imaginário: o olhar do artista brasileiro, na Casa das Rosas
2002 - São Paulo SP - Portão 2, na Galeria Nara Roesler
2003 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Brazilianart, na Almacén Galeria de Arte
2003 - São Paulo SP - A Subversão dos Meios, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - Arte e sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - Arteconhecimento: 70 anos USP, no MAC/USP
2003 - São Paulo SP - Israel e Palestina: dois estados para dois povos, no Sesc/Pompéia
2004 - São Paulo SP - Still Life/Natureza Morta, na Galeria de Arte do Sesi
2004 - Niterói RJ - Still Life — Natureza Morta
2004 - São Paulo, SP - Cinqüenta 50
2005 - São Paulo, SP - O Retrato como Imagem do Mundo
2005 - São Paulo, SP - Pequenas Grandes Obras
2005 - São Paulo, SP - Nave dos Insensatos
2005 - São Paulo, SP - Pequenas Grandes Obras
2005 - Curitiba, PR - Arte em Metrópolis
2005 - Pequenas Grandes Obras
2005 - Erotica: os sentidos na arte
2005 - Caderno de Notas, Vlado 30 anos
2006 - Erotica: os sentidos na arte
2006 - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real
2006 - Clube de Gravura: 20 anos
2006 - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real
2006 - MAM [na] OCA: Arte Brasileira do Acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo
2006 - Viva Cultura Viva
2006 - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real
2007 - Museu da Solidariedade Salvador Allende: estéticas, sonhos e utopias dos artistas do mundo pela liberdade
2007 - Itaú Contemporâneo: arte no Brasil 1981-2006
2007 - Caminhos do Modernismo no Acervo dos Palácios
2007 - Vanguarda Tropical (2007 : São Paulo, SP)
2007 - Neovanguardas
2008 - 44ª Expo Arte FIEO
2008 - MAM 60
2008 - Brasil Brasileiro
2009 - Brasil Brasileiro
2009 - Brasil: terra de contrastes
2009 - Olhar da Crítica: Arte Premiada da ABCA e o Acervo Artístico dos Palácios
2009 - Pequenas Grandes Obras - Arte Contemporânea Brasileira
2009 - 40ª Chapel Art Show
2010 - Entre Atos 1964/68
2010 - Autorretratos e "Autorretratos"
2010 - Um Dia Terá Que Ter Terminado: 1969/74
2011 - Recortes de Coleções
2012 - 1911-2011 - Arte Brasileira e Depois, na Coleção Itaú
2012 - Sentido: matrizes de gravura
2012 - Tozzi-Amaral-Granato
2012 - A Arte como Narrativa: Um Concurso, Uma História
2012 - Sombras: Franco Terranova
2013 - 100 anos de Arte Paulista no Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo (2013 : Campinas, SP)
2013 - A Geodésia Museológica - a arte como representação cartográfica real ou imaginária
2014 - 140 caracteres
Exposições Póstumas
2015 - Era só saudade dos que partiram (2015 : São Paulo, SP)
2015 - Clube de Gravura: 30 anos
2016 - Gravuras - poéticas e técnicas diversas - mostra do acervo
2016 - Pop, Nova Figuração e Após
2017 - Modos de Ver o Brasil: Itaú Cultural 30 Anos
2017 - Memória e Momento: Salão Paranaense
2017 - Canto Geral: a luta pelos Direitos Humanos
2018 - AI-5 50 ANOS - Ainda não terminou de acabar
2019 - Os anos em que vivemos em perigo
2019 - Pequenos gestos: memórias diruptivas
2019 - Palavras Somam
2020 - Aglomeração Antonio Henrique Amaral
2020 - Realce (obras do acervo)
2021 - Enquanto Tudo Queima
Fonte: ANTONIO Henrique Amaral. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2023. Acesso em: 08 de fevereiro de 2023. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia
Amaral era formado em Direito pela Universidade de São Paulo. Iniciou sua formação artística na Escola do Museu de Arte de São Paulo nos anos 50, onde estudou desenho com Roberto Sambonet e gravura com Lívio Abramo. Também nesta época fez sua primeira exposição individual de gravuras, no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Em 1959 foi para o Pratt Graphic Institute, em Nova Iorque, onde estudou gravura com Shiko Munakata e W. Rogalsky. Em 1967 publicou o álbum de xilogravuras "O meu e o seu" e iniciou seu trabalho em pintura. Neste mesmo ano faz sua primeira individual, a série "Bocas", na galeria Astréia, em São Paulo. Em 1971 ganhou o prêmio de viagem ao exterior no Salão de Arte Moderna no Rio de Janeiro. Com o prêmio instala-se em Nova Iorque de onde retorna em 1981. Ao longo dos últimos 40 anos vem realizando diversas exposições individuais e tem participado de exposições coletivas no Brasil e no exterior. Sua obra está representada em coleções particulares, públicas brasileiras e estrangeiras. Amaral é ainda sócio-fundador da Associação Profissional de Artistas Plásticos de São Paulo (APAP).
Morte
Amaral faleceu no dia 24 de abril de 2015 em decorrência de câncer de pulmão, com o qual lutava há mais de um ano. Ele estava internado no Hospital Samaritano.
Obras
Conhecido principalmente pela série de pinturas em torno de bananas, realizada de 1968 até 1975, Antonio Henrique Amaral inicia sua trajetória artística com desenho e gravura. Com o fundamental aprendizado adquirido para sua formação na área, seus trabalhos ficaram marcados por mudanças de ordem política e cultural, principalmente no que diz respeito aos acontecimentos da década de 60 no Brasil, quando começa a incorporar elementos de gravura popular e figuração, extraída da cultura de massa. A busca por símbolos que remetam a uma situação, cujos sentidos são construídos e reiterados a partir de suas aparições é algo constante em suas representações. Em meados dos anos 60, de início, Henrique elege bocas e a figura do general para penetrarem suas pinturas e é através delas, que incorpora toda uma temática social agressiva, o contexto era marcado simplesmente pelos anos de chumbo no país. Desse período, destaca-se o álbum de sete xilogravuras coloridas O Meu e o Seu (1967), no qual revela de forma sintética a questão da interiorização do autoritarismo. Anos depois elabora a série Bananas e é por meio dela, que o artista consegue concentrar toda a sua insatisfação com o contexto histórico. A banana é trabalhada em diversas situações: solitária, em cachos, transpassadas por cordas, facas ou garfos, maduras, verdes ou apodrecidas e servem como metáfora, referindo-se tanto a ditadura militar, quanto a posição do Brasil em relação aos demais países democráticos. Com o passar dos tempos, Antônio Henrique do Amaral, lança mão de outras figuras-símbolos em sua pintura, criando séries baseadas no garfo, no bambu, em seios enormes e torsos, na mata e urbe estilizadas. Esse novo momento traz consigo novos significados, que vão de acordo com as fases e o encadeamento de épocas com a sua pintura e do relacionamento de sua obra com o mundo e a realidade.
Estilo
O estilo de Amaral está cheio de closes e ângulos estranhos. Suas pinturas são realistas, e com detalhe extremos. Seu uso de amarelos e verdes referem-se a bandeira do Brasil e, portanto, para os próprios brasileiros. Ele frequentemente usa coloração dramática, os valores escuros, e muita sombra. As verticais e diagonais que ele usa, especialmente em Alone in Verde (1973) e Battlefield º 31 (1974), trazem estresse e energia para suas pinturas, tentando evocar a sensação de que o que está acontecendo no Brasil é errado. Na coleção O Meu e o Seu (1967), ele transparece de forma clara sua posição crítica quanto a política brasileira da época, os problemas sociais e o individualismo.
Exposições
1958 — Instituto de Arte Moderna do Chile, Santiago, Chile
1958 — Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brasil
1958 — Universidade de Concepción, Concepción, Chile
1959 — Pan American Union, Washington, DC, E.U.A.
1960 — Galeria Antigonovo, São Paulo, Brasil
1960 — Petite Galerie, Rio de Janeiro, Brasil
1963 — Galeria Saber Vivir, Buenos Aires, Argentina
1963 — Galeria Mobilinea, São Paulo, Brasil
1967 — Galeria Astréia, São Paulo, Brasil
1967 — Galeria Mirante das Artes, São Paulo, Brasil
1968 — Associação dos Amigos do Museu de Arte Moderna, Sao Paulo, Brasil
1969 — Galeria Astréia, São Paulo, Brasil
1969 — Galeria do Hotel Copacabana Palace , Rio de Janeiro, Brasil
1970 — Galeria Círculo 3, La Paz, Bolívia
1970 — Centro Pedagógico y Cultural Portales, Cochabamba, Bolívia
1971 — Galeria Bonino, Rio de Janeiro, Brasil
1971 — Evalston Gallery, Londres, Inglaterra
1971 — União Pan Americana, (OEA), Washington D.C., E.U.A.
1972 — Galerie du Theatre, Genève, Suíça
1972 — Galeria Oscar Seraphico, Brasília D.F., Brasil
1972 — Galeria Bonfiglioli, São Paulo, Brasil
1972 — Galeria Merkup, México D.F., México
1973 — Galeria San Diego, Bogotá Colômbia
1974 — Lee Ault & Co. Gallery, Nova York, E.U.A.
1975 — Galeria Bonfiglioli, São Paulo, Brasil
1975 — Galeria Bonino, Rio de Janeiro, Brasil
1975 — Birmingham Art Museum, Birmingham, E.U.A.
1975 — Nashville Fine Arts Center, Nashville, E.U.A.
1976 — Patronato Pró Cultura, San Salvador, El Salvador
1976 — Museu de Arte Moderno, México D.F.,México
1976 — Galeria Bonfiglioli, São Paulo, Brasil
1977 — Galeria Bonino, Rio de Janeiro, Brasil
1977 — Galeria Guignard, Porto Alegre, Brasil
1978 — Lee Ault & Co Gallery, Nova York, E.U.A.
1978 — Bienal de Arte Latino Americana, São Paulo, Brasil
1979 — Cayman Gallery, Nova York, E.U.A.
1979 — Galeria Juan Martin, México D.F., México
1979 — Galeria Bonfiglioli, São Paulo, Brasil
1980 — Galeria Luisa Strina, São Paulo, Brasil
1980 — Galeria Bonino, Rio de Janeiro, Brasil
1980 — Forma Gallery, Miami, E.U.A.
1981 — Galeria Grifo, São Paulo, Brasil
1983 — Galeria Tina Presser, Porto Alegre, Brasil
1983 — Galeria da Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, Brasil
1983 — Galeria Bonfiglioli, São Paulo, Brasil
1984 — National Arts Centre, Ottawa, Canadá
1985 — Galeria São Paulo, São Paulo, Brasil
1985 — Paço Imperial, Rio de Janeiro, Brasil
1985 — MARGS, Museu de Arte Moderna, Porto Alegre, Brasil
1986 — Museu de Arte Contemporânea José Pancetti, "Obra sobre Papel - 30 anos", Campinas, Brasil
1986 — Museu de Arte Moderna de São Paulo ,"Obra em Processo :1956 -1986", São Paulo, Brasil
1986 — Galeria Montesanti, "Obra em Papel", São Paulo, Brasil
1987 — Galeria Montesanti, "Obra Recente", São Paulo Galeria Montesanti, "Obra Recente", Rio de Janeiro, Brasil
1988 — Opus Gallery (em conjunto com Elite Fine Art ) "Paintings 1980 -1988", Coral Gables, E.U.A.
1989 — Elite Fine Art, Coral Gables, E.U.A.
1992 — Elite Fine Art, Coral Gables. E.U.A.
1992 —Galeria do Memorial da América Latina, São Paulo, Brasil 1993: - Museu de Arte Moderna São Paulo, Brasil
1992 —Andy Jllien Galerie, Zurique, Suíça
1994 — Centro Cultural Mousonturm, Frankfurt, Alemanha
1994 — Haus der Kulturen der Welt, Berlim, Alemanha
1996 — Elite Fine Art, Coral Gables, E.U.A.
1997 — MASP, Museu de Arte de São Paulo, São Paulo, Brasil
1997 — Instituto Moreira Salles, São Paulo, Brasil
1997 — Dan Galeria, São Paulo, Brasil
1997 — Virtualitas Galerie, Berlim, Alemanha
1997 — Fundação Casa França - Brasil, Rio de Janeiro, Brasil
2000 — Galeria Nara Roesler, São Paulo, Brasil
2001 — Márcia Barroso do Amaral Galeria de Arte, Rio de Janeiro, Brasil
2002 — Galeria Nara Roesler, São Paulo, Brasil
2004 — Museu de Arte Moderna, São Paulo, Brasil
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 8 de fevereiro de 2023.
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A arte de Antonio Henrique Amaral é resistência
“Quando a arte dá o seu recado, ela transcende o tempo.” Com essa reflexão em sua última conversa com o Jornal da USP, o paulistano Antonio Henrique Amaral traçou a infinitude de seus desenhos, gravuras e telas. E hoje, cinco anos depois de sua morte, no dia 24 de abril de 2015, ele atravessa o tempo para marcar presença em sua primeira exposição virtual no Instituto Tomie Ohtake.
Aglomeração Antonio Henrique Amaral – Uma Exposição em Processo tem a curadoria de Paulo Miyada, arquiteto e mestre formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP. A mostra tem como meta aprofundar e divulgar a contemporaneidade da obra de Amaral. “É uma obra quase premonitória do momento atual”, observa Miyada. “A história da arte não é um repertório acabado. As transformações do presente fazem novas perguntas para o passado. O que há de mais incômodo e singular na linguagem de Antonio Henrique Amaral é justamente o que a torna pertinente hoje. O artista se relaciona com sentimentos conflituosos que estão na ordem do dia, enquanto lidamos com notícias de violência de Estado, abandono das comunidades que já viviam em condições precárias antes da pandemia, isolamento compulsório da população, associação de risco e ameaça à presença física e profunda cisão do debate social.”
Miyada optou por destacar na exposição a associação histórica entre parte da produção do artista e a ditadura militar que afetou a população brasileira entre 1964 e 1985. “Esse período deixou uma marca em vários trabalhos de Amaral e refletir sobre aquela época está entre as prioridades atuais, quando a sociedade discute múltiplas formas de autoritarismo.”
Ao montar o projeto da exposição virtual, Miyada buscou o questionamento que considera mais relevante e que está além do debate sobre as mídias e espaços expositivos: “Quando tudo parece tão urgente, e é tão inquietante e dolorido, quais as histórias que realmente precisamos contar?”.
Miyada foi buscar a história de Amaral através da sua produção em papel: desenhos, gravuras e estudos. “Esses conteúdos incluem análises de obras, reflexões históricas, digressões ensaísticas e troca de imagem e palavra com artistas jovens, convidados a responder a obras específicas do artista”, explica. “Justamente em um momento em que o caráter cáustico, desconcertante, trágico e vistoso da produção de Antonio Henrique Amaral parece mais do que atual, as redes sociais do Instituto Tomie Ohtake se tornam um farol que projeta suas imagens ao mundo.”
A expectativa é mostrar que a obra de Amaral é singular, experimental e visceral, o que permite que ela seja lida de múltiplas formas, sejam elas diretamente políticas, sejam mais sensoriais ou formais.
Antonio Henrique Amaral nasceu em São Paulo no dia 24 de agosto de 1935. Formou-se em Direito na USP. Mas defendeu a democracia, a igualdade e a paisagem brasileira através da arte. Uma trajetória que começou no final dos anos 1950, estudando na Escola do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e tendo aulas de gravura com Lívio Abramo e de desenho com Roberto Sambonet. Passou um período entre os ateliês que montou em Nova York e São Paulo. Expôs no Brasil, Estados Unidos, América Latina e Europa. “Construiu uma poética marcada pela figuração expressiva e evocativa, capaz de condensar estados de espírito pessoais e coletivos”, destaca Miyada.
Na exposição virtual, há várias imagens que traduzem o seu pensamento crítico. A xilogravura Diálogo Frustrado, de 1967, traz a paisagem de duas mãos, uma negra e outra branca, abertas e espalmadas, mas que não se tocam. Estão espalmadas entre dois rostos, um branco e outro negro, com a língua para fora, como se quisessem berrar, protestar. “A gravura impressa em tinta preta define personagens complementares, no que se refere ao preenchimento ou não das linhas de contorno, mas redundantes no que tange a seu papel no processo comunicacional. Esquemáticos, os rostos se condensam em carrancas tomadas por bocarras que lançam gritos e perdigotos imaginários”, comenta Paulo Miyada.
Também na gravura Bocas, de 1967, há várias bocas amarradas, formando um círculo, em destaque uma cor quase vermelha. Quem será que quis calar a boca do artista? Também em conversa com o Jornal da USP, Amaral respondeu que recebeu, em plena ditadura militar, visitantes inesperados que queriam ver o que estava pintando. Na época, estava se dedicando à série das Bananas, que pintou de 1968 até 1975. “Eles olharam e questionaram: ‘Nossa, mas você gosta muito de bananas’. Não entenderam nada e foram embora.”
O pintor com suas bananas espetadas por garfos, enforcadas, tinha dado o seu recado. Bananas para a ditadura. Uma gravura sem título, de 1974, com três bananas, uma pela metade, suspensas por uma corda como se estivessem enforcando dois seres e meio, está na mostra virtual. “A expectativa é mostrar que a obra de Amaral é singular, experimental e visceral, o que permite que ela seja lida de múltiplas formas, sejam elas diretamente políticas, sejam mais sensoriais ou formais”, explica o curador. “A principal resistência de Antonio Henrique Amaral foi resistir a acomodar-se no papel do artista que faz coisas belas e dóceis.”
“Trabalhos e estudos serão expostos enquanto continuarão a pesquisa e reflexão sobre a trajetória vivaz do artista por seis décadas.”
Quando os museus e centros culturais saírem do confinamento, o público vai poder ver e conferir a arte de Antonio Henrique Amaral pessoalmente. “A partir dessa reabertura, em cronograma ainda pendente, uma das salas do instituto vai dispor de forma despojada, similar a uma sala de estudos, diversas obras com papéis do acervo do artista. Trabalhos e estudos serão expostos enquanto continuarão a pesquisa e reflexão sobre a trajetória vivaz do artista por seis décadas.”
O Instituto Tomie Ohtake promove atualmente, informa Paulo Miyada, diversos projetos em suas plataformas. “Além da exposição de Antonio Henrique Amaral, temos uma linha editorial digital chamada #juntosdistantes, apresentando materiais educativos, debates e cursos on-line em nossas plataformas, sem saturar os nossos públicos.”
Fonte: Universidade São Paulo - USP. Consultado pela última vez em 8 de fevereiro de 2023.
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Entrevista Antônio Henrique Amaral | Digestivo Cultural
Através do artista plástico paulistano Sergio Niculitcheff conseguimos marcar uma entrevista com Antonio Henrique Amaral. Participaram do encontro, além de mim, o artista Marcos Ribeiro, Décia Foster (que no momento pesquisava a arte política de Amaral) e o próprio Niculitcheff. A entrevista foi gravada e transcrita por mim. O que se publica aqui é apenas uma parte da agradável e longa conversa que se deu no atelier do artista, no Butantã, em São Paulo, em outubro de 2009 e, em seguida, por e-mail, em novembro de 2010. A entrevista é inédita.
Antonio Henrique Amaral relembra e explica algumas de suas obras políticas, feitas no período militar, como, por exemplo, seus trabalhos sobre o assassinato de Vladimir Herzog. Debate também questões sobre a arte contemporânea, avalia artistas e carreiras artísticas, como a de Hélio Oiticica, pensa ainda o governo Lula e reflete sobre os processos que envolvem a criação em arte. ― JDC
Décia: Durante o período em que o sr. fez obras de caráter político, com o objetivo de criticar e debochar da ditadura, houve algum momento em que se sentiu ameaçado ou afrontado?
Na verdade, não. Mas houve dois episódios, um no qual uma obra minha foi retirada da Bienal da Bahia, foi censurada, e depois em 1971, quando fui convidado para expor em Washington, na Galeria da União Panamericana, no prédio da OEA. O adido militar brasileiro que estava no dia da inauguração, General Montanha, me perguntou o que eu queria dizer com aquelas bananas, pois só tinha bananas na exposição. Aí eu tive que enrolar, dizendo que era apenas uma pesquisa formal; tergiversei, pois não podia dizer que eu fiz isso porque eu achava que o Brasil estava se transformando numa Banana Republic... Mas, enfim, senti que ele não ficou muito à vontade com a exposição.
Jardel: Isso ainda no período militar?
Sim, isso no período militar, 1971. Aí eu fui para Londres e inaugurei uma exposição onde aluguei macacos, e na inauguração foi servido coquetel de banana, caipirinha de banana e havia macaquinhos vestidos de verde e amarelo, que ficavam pulando no ombro das pessoas. Foi um sucesso. Mas não houve ameaça pessoal. Porque os militares estavam mais preocupados com a música popular, que atinge mais público. Teatro também. Eles estavam invocados com o teatro e o cinema, essas manifestações de massa. Porque as artes plásticas, a gente sabe, é para um público muito pequeno e, de certa forma, inofensivo politicamente... E outra coisa: quando eu expus a série de bananas, os jornais e a crítica falaram muito; então eles deitavam e rolavam em cima dos meus trabalhos, porque era uma maneira de, indiretamente, fazer uma crítica, uma sátira, uma zombaria do governo militar, dessa autoridade opressiva. E é difícil o cara se expor ao ridículo censurando uma exposição de bananas. Então, o recado passava.
Jardel: Quer dizer, então, que com as bananas o seu interesse era comentar a ditadura?
Sim, comentar a Banana Republic que os militares estavam construindo aqui no Brasil, e também aprender a pintar, sempre aprendendo a pintar, desenhar...
Jardel: A narrativa, da banana, estava pronta na cabeça do senhor primeiro sendo amarrada, até, em seguida, ela ser esquartejada?
Essa ideia da banana surgiu depois das bocas e das xilogravuras dos Generais de 1964, 65... Eu pintava as bocas antes. Os Generais já tinham uma abordagem sarcástica com as línguas, com os generais montados em burros ao contrário, tudo isso com as xilogravuras. Agora, quando eu vi a montagem da peça do Zé Celso Martinez, O Rei da Vela, de Oswald de Andrade, aí foi uma revelação para mim, aquele espírito oswaldiano de deboche, de ironia, sarcasmo, de O Rei da Vela, que era um texto muito crítico da nossa realidade, do provincianismo de nossas elites, do atraso cultural de nosso povo em relação ao resto do mundo ocidental, da cópia descarada das modas francesa, americana, europeia. Então eu pensei: por que não as bananas? E a primeira exposição causou muito impacto, pois só tinha banana. "Como? Só banana?" Eu queria deixar bem explícito o que eu estava fazendo, deixar bem claro o comentário, entende? Então era só banana mesmo.
Jardel: Essa série da banana que está amarrada, depois destruída, isso parece o calvário de um preso político que é preso, amarrado, pendurado e depois torturado.
O espírito da obra é um pouco isso mesmo. Como escreveu o filósofo e brilhante pensador Vilém Flusser, em um ensaio escrito em 1974 depois de uma visita ao meu estúdio em Nova York, é uma reflexão visual sobre o sadomasoquismo da realidade brasileira, da relação sadomasoquista entre autoridade e povo. Porque os militares achavam que a gente era idiota, que todos nós éramos idiotas e que eles é que tinham a verdade e sabiam o que fazer, e os civis, os trabalhadores, estudantes e os artistas eram todos inúteis e babacas, pessoas que deveriam ser silenciadas, amordaçadas, controladas e, se necessário, torturadas para não atrapalhar a marcha da ditadura... Aí, quando cheguei aos EUA, comecei a série dos Campos de Batalha. Foi uma forma de eu superar a fase das bananas, encerrar essa etapa de meu trabalho das bananas. A banana começava verde, inteira, depois sendo amarrada, cortada em pedaços e depois entraram os garfos e as facas. E eu pensei: eu não quero me encaixotar num tema.
O problema do artista é que muitas vezes tem sucesso numa determinada fase do seu trabalho e fica escravo daquela fase e não consegue sair. Di Cavalcanti pintou mulatas até o fim da vida. Eu falei: não vou entrar nessa, ficar encaixotado num período. Estou há trinta anos fazendo outras coisas. Inclusive, eu acho os outros caminhos muito mais ricos, porque é uma aventura muito mais perigosa. Você começa um trabalho como este aí e não sabe para onde vai [Antonio Henrique aponta para suas novas telas abstratas, ainda por terminar, no fundo do atelier.]
Sergio Niculitcheff: A coisa interessante do artista é isso, é o risco, cada novo trabalho é um novo risco, não é uma coisa pronta, cada trabalho é uma coisa nova.
Você só o vê quando termina. Picasso dizia que, se ele tivesse o quadro pronto na cabeça, ele nem pintava. Para que pintar se ele já está pronto na minha cabeça? Ele só vai ficar pronto depois de executado. Agora, a série das bananas foi construída, friamente calculada, eu desenhava as cordas, as bananas com cordas, eu as colocava na minha frente, amarrava com barbante e depois desenhava, fotografava, pintava...
Marcos Ribeiro: Sua obra foi marcada pelo surrealismo também?
Eu acho que às vezes há uma conotação surrealista no sentido de que havia fantasia, não era inteiramente realista como estava na moda em Nova York, fotorrealismo. Não tenho muita preocupação de coerência estética ou teórica, nem temática, nem formal. A liberdade de ser e de não ser, de mudar, de se contradizer, de se aceitar com todas as incoerências do ser humano é um bem que o artista tem que preservar; seu espaço poder mudar a qualquer momento, de acordo com a solicitação interior. Mudar porque seu movimento interior exige que você mude. Baudelaire dizia que a obra de arte é determinada por dois fatores: um mais circunstancial, a Época, a Moda, a Moral, a Paixão. E outro mais eterno, pela Busca Interior do homem para achar respostas para as questões fundamentais do ser humano: quem somos, de onde viemos, para onde vamos e o que fazemos aqui e por quê... O que significa tudo isto, a vida, o Universo... Não é, Sérgio?
Sergio Niculitheff: Por uma necessidade interior, não é?
Por uma necessidade interior, espiritual. Porque é uma necessidade sua... Eu recusei muitos convites para exposições quando terminei a fase das bananas. Recusei, porque não pintava mais as bananas... A busca era outra... Chega uma hora em que a razão de ser de alguma coisa se encerra, outras coisas, outras buscas se impõem. Quando uma coisa morre, outra coisa nasce.
Jardel: Uma coisa que eu queria saber é se havia por parte do sr. um engajamento, leituras marxistas, partidarismo etc.
Não, nenhum. Nunca fui marxista, socialista ou esquerdista... Era, sim, contra a Ditadura Militar Brasileira. O Mário Pedrosa uma vez me perguntou por que eu não era comunista. Ele e o Ferreira Gullar na época eram comunistas. Eu não era comunista; para mim, ser membro do Partido Comunista é como ser encerrado dentro de uma casa, e eu prefiro andar na rua. Eu quero ver a paisagem, eu quero ver o que está acontecendo na rua. Não quero ficar dentro de um quadro partidário e pautar minha vida de acordo com princípios partidários, teóricos, fixos, rígidos e divididos de socialismo, capitalismo, elite, povo, esquerda, direita. A coisa é muito mais complicada, mais complexa. Eu não me enquadro nisso, falei para o Mário Pedrosa. Ele dizia: "Mas você devia ser comunista". Nos anos 70 era bacana ser comunista. O Niemeyer, até hoje, o Jorge Amado, Picasso, era bacana você ser comunista. E mais ainda se você fosse elite cultural, social...
Jardel: Havia também uma patrulha que exigia que as pessoas se filiassem.
É, tinha isso. Agora, veja bem, o Gullar, por exemplo, é um homem que eu admiro porque teve a coragem de romper com tudo isso. Rompeu com o socialismo, o comunismo, chegou um momento em que ele disse: "isso não é exatamente o que eu acredito hoje em dia". Então, ele renovou, ele mudou. Durante uma época você é comunista, depois de uma reflexão você percebe que aquilo não funciona. Ele teve a coragem de mudar.
Todos nós erramos, mesmo diante desses fatos recentes. Mas quem não tem acesso à informação erra mais porque sabe menos. Se você não tem informação, não tem o mínimo de cultura, de experiência administrativa, você vai errar mais e vai ser usado por políticos espertalhões que sabem como se maneja o poder. Foi o que aconteceu com o Lula e o PT, no episódio do Mensalão... Socialmente, o fato de ter desenvolvido o Bolsa Família e propiciar mais alimento e mais consumo pra uma considerável parcela da população brasileira é positivo, foi um passo adiante: Lula de certa maneira veio harmonizar o Sul com o Norte, os ricos banqueiros com o povão necessitado, sem criar atritos sociais muito fortes... Quase não houve greves nem conflitos nos últimos anos, com exceção dos cidadãos comendo e consumindo mais... Isso é o lado positivo, muito positivo para o desenvolvimento econômico do país... se será um fator de evolução de nossa qualidade de vida, temos que esperar para ver...
Décia: E com todos esses acontecimentos o sr. não tem vontade de voltar a trabalhar com temas políticos?
Não tenho saco (risos). Outra vez, fazer comentários políticos?! Eu fazia nas ilustrações que são bastante mordazes [Antonio Henrique ilustrava a coluna dominical de Ferreira Gullar, no jornal Folha de São Paulo.] Uma das últimas que fiz, por exemplo, é o Lula no meio de notas de dólares, de cruzeiros e reais. Eu penso, mas a arte... a política... é um aspecto da vida, mas não é tudo, nós temos outras preocupações que transcendem a realidade política.
Sergio Niculitcheff: Inclusive, eu queria comentar uma coisa sobre a série das bananas, que é importante por causa da ditadura, mas independente disso tudo é uma excelente pintura, o valor não é somente por causa do tema.
Eu aprendi a pintar através das bananas. Quando eu conheci a Tarsila [do Amaral], em 1970, ela já estava velhinha, numa cadeira de rodas, foi na rua Augusta, numa galeria, e ela me disse: "interessante sua forma de aprender a pintar usando a banana". É pintura, claro... Interessante o que você falou. É sempre pintura, é sempre um exercício de pintura.
Jardel: Vamos voltar aos anos 70. Por exemplo, o caso Herzog. Como foi a notícia da morte dele e esses seus quadros sobre ele?
A notícia da morte dele... eu me lembro até hoje, foi manchete em todos os jornais... O Herzog era um cara que frequentava as galerias de arte, ia às inaugurações de exposições, ele e a mulher dele, a Clarice. Era um cara de trinta e poucos anos, jovem, diretor de jornalismo da TV Cultura. E de repente ele vai depor, todo mundo sabia que ele ia depor, e no dia seguinte aparece a notícia da morte dele. Foi um choque, saiu no Estadão em página inteira, no Jornal da Tarde. Sob esse impacto eu resolvi pintar quatro quadros que eram A Morte no Sábado ― Tributo à morte de Vladimir Herzog. O fato de os militares matarem uma pessoa dessa qualidade humana, cultural, foi um choque, e o cinismo brutal de tentar afirmar que tinha sido suicídio...! Um horror!
Jardel: Houve censura aos quadros nessa época ou não?
Não foram imediatamente expostos. Quando completou um ano da morte dele eu os doei para o Sindicato dos Jornalistas. Depois começaram a serem expostos em exposições.
Jardel: Mas o povo não tinha acesso...
Não tinha. O povo sempre teve pouco acesso à cultura, o povo sempre teve muito acesso ao futebol, às noticias sobre futebol, com o apoio de toda a elite política que se protege à sombra do noticiário futebolístico... O fato de a gente fazer coisas que não são imediatas, que não são claras, exige que as pessoas pensem, se informem, sintam, abram a cabeça. É o papel civilizador da arte. Música popular é de consumo imediato, o cara não precisa pensar, a letra entra, sai. Claro que tem compositores como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gil, Vinicius, Tom Jobim e tantos outros que fazem musica para a pessoa ficar mais alerta. Mas, em geral, o povo brasileiro gosta mesmo é de música que entra por um ouvido e sai pelo outro...! "Eguinha Pocotó" e coisas do gênero...!
Décia: A fase das bananas foi mais zombando, mas o caso Herzog foi um grande impacto que o fez expressar seu sentimento de revolta?
Exatamente. Porque houve outras mortes. Mas foi emblemática a morte de Herzog. Também o caso do filho da Zuzu Angel, o caso do Paiva, que foi jogado do avião... Como o Herzog era um jornalista da TV Cultura, tinha uma projeção maior do que o Paiva, que era um ativista. No fundo essa obra vale para todos os mortos, vítimas da violência da ditadura militar.
Marcos Ribeiro: O Ferreira Gullar tem uma visão particular sobre a arte contemporânea. Você concorda com ele ou gosta de alguns modelos de arte que se pratica hoje?
O Gullar é radicalmente contra uma série de coisas... Ele acha isso e aquilo um desastre. Eu sou mais tolerante. Mesmo que eu não entenda (risos). Mesmo que eu não compartilhe. Muita gente curte, portanto, deve-se aceitar muita coisa nova que vem com as novas gerações…
Jardel: E o que acha dessa coisa nos anos 60 e 70, por exemplo, dos objetos, fim do suporte, aquela coisa toda?
Isso mexia com a gente, porque nos anos 60 havia a performance, a arte conceitual. Eu cheguei a Nova York e isso estava muito na moda, a body art, Beuys, a influência de Marcel Duchamp. Eu fui a uma performance, do Vito Acconci, era uma dentro de um loft, alguns convidados em volta e ele se açoitando, entendeu? (risos). Tinha gente sangrando ali no meio. Tinha aquele alemão que se mutilou. Isso era a body art, performance. Ele acreditava; é um artista muito considerado na Europa.
Eu acho que a arte é coisa de vida, vital. Tem que se trabalhar para o ser humano de alguma maneira... Ninguém quer destruir nada. Eles fazem isso achando que estão construindo... Minha maneira de construir, a maneira do Niculitcheff, é outra. É o trabalho do pintor, do desenho... Se é antiga ou não... A gente nunca sabe o que é melhor... Para mim são achados inteligentes. Agora, se o achado inteligente é arte, e se é boa arte, só o tempo vai dizer. O que vai sobrar disso? Só vamos saber com o tempo. Pesquisar novas formas de se expressar é sempre positivo.
Sergio Niculitcheff: É uma coisa que só o tempo vai peneirar mesmo. Na minha época havia vários artistas que foram fazer outra coisa da vida.
Décia: Depois, o que fica?
O Gullar é o único que tem coragem, com razão ou sem razão, de se opor a isso. De refletir e expor sua posição contrária a determinadas instalações bizarras... Por isso é admirado por uns e odiado por outros.
Todos: Odiado pela maioria...
A maioria acha que ele é reacionário. Ele está tendo coragem de expressar a opinião dele. Ele está sendo honesto com o que acredita. Eu admiro isso nele. Mas as opiniões dele são as dele...
Marcos Ribeiro: Ele está questionando a gratuidade contemporânea...
A gente não sabe o que é modismo, o que é mercado, e o que permanece, o que tem mais consistência... só o tempo vai peneirar. Certas linguagens atuais me são completamente indiferentes, não me dizem nada, não me sensibilizam... Talvez seja uma deficiência de minha capacidade de percepção ou a coisa realmente não estar bem proposta... Vai saber... um dia o tempo nos dirá. Talvez estejamos sendo superados pelas novas tendências hegemônicas, quem sabe a gente vai envelhecendo e perdendo a sintonia com as novas linguagens, pode ser... Sempre acontece isso nas gerações que se sucedem umas às outras. Sou e assumo que sou um artista que fez sua obra no século passado, no século XX. Como estamos no século XXI, vai saber...!
Sergio Niculitcheff: A gente tem um gosto, ele tem o seu... Mas independente da questão de gosto, acho legal que as pessoas estejam fazendo arte.
Com certeza, as pessoas têm é que se expressar. Essa "falta de respeito" às formas tradicionais é fundamental. Se a gente fosse fazer apenas o que é tradicionalmente aceito não haveria transformação e as linguagens se repetiriam... seria uma chatice!
Sergio Niculitcheff: Como a gente vê a coisa agora... já esfriou. Mas, na época...
Na época, fazer uma banana de dois metros amarrada e cortada por uma faca e espetada por um garfo, sangrando... O que é isso? Foi uma novidade, no seu contexto, hoje estamos em novo contexto...
A época hoje é complicada, pois estamos passando por uma rapidez tão grande em termos de transformações tecnológicas, e a arte procurando se entender com esta nova realidade... A tentativa de fazer vídeo-arte, arte cinética... Não, cinética, não, isso é passado, a arte eletrônica, com circuitos eletrônicos, computer art, internet...
Todo mundo decreta o fim da pintura e de repente aparece a pintura chinesa, a pintura italiana, a pintura alemã, os novos expressionistas alemães nos anos 80 e 90... A pintura estava morta nos anos 70, diziam que, com a arte conceitual e a performance, estava morta.
Houve uma performance nos EUA que a inauguração era o artista falando, aí o comprador... o que fazia? Comprava a conversa do cara (risos). A galeria vendia uma hora de conversa com o artista por 10 ou 20 mil dólares. O sujeito comprava e guardava a fita da conversa com aquele artista conhecido que saiu no New York Times.
Sergio Niculitcheff: Tem essa coisa de aceitar as várias linguagens, mas a questão do gosto deve ser colocada também. Tem coisas que eu reconheço que é arte, mas de que não gosto. Agora, a Bienal eu acho uma bomba. Vou ver apenas o que me interessa mais.
Eu não consigo me comunicar com muita coisa. Por exemplo, não tenho o menor interesse nos parangolés do Hélio Oiticica (risos). Não me dizem nada...
Então, como você falou, tem que saber qual é o seu gosto. No fundo, isso te remete a um autoconhecimento. Você deve saber, diante da multiplicidade da vida contemporânea, onde você se encaixa, "qual é a sua", qual é o seu caminho, onde você está, quem você é, dentro dessa balburdia da vida contemporânea, dos diversos caminhos que se abrem profissionalmente, socialmente, emocionalmente. A gente tem que ser honesto com o que a gente é. Não pensar só com a cabeça, sentir... Sentir com a emoção. A coisa te toca? Emociona? Ou é apenas um discurso teórico cheio de palavras eruditas que "explicam" o objeto em questão?
Sergio Niculitcheff: Porque o trabalho do Oiticica deve servir para algumas pessoas. Tem seus nichos, seus espaços.
Interessante no Hélio é sua atitude de subversão dos meios. Mas sabe essa coisa de "Seja Marginal, Seja Herói", esse culto ao traficante de drogas, Cara de Cavalo, já teve seu tempo, não pega bem hoje. Talvez esse romantismo seja muito datado, anos 60, 70 ... Já era, não durou muito. Não me diz nada essa abordagem de cultuar o traficante, o marginal, tem apenas interesse histórico e os objetos interessam a colecionadores que desejam ter obras do período, mas... Há atitudes mais dignas e criativas no mundo da subversão da forma, da linguagem.
Jardel: É uma coragem falar assim sobre o Oiticica, que é quase mistificado no Brasil. Falar: "Eu gosto disso do Oiticica ou eu não gosto daquilo".
Sou apenas um pintor, desenhista e gravador. O universo do Hélio, embora eu tenha consciência de que ele é importante para muita gente que admira suas coisas e o tem como um grande ídolo, não me toca muito, não. Procuro ser honesto comigo mesmo e com minha sensibilidade. As teorias estéticas estão para mim assim como a ornitologia está para os pássaros, como dizia o pintor americano Barnett Newman.
Jardel: Quando fala isso, as pessoas se incomodam, pois é o santo deles.
Mas acontece que não sou muito religioso e, como sabemos, muitos santos e todos os ídolos têm pés de barro ou são apenas santos do pau oco...
Marcos Ribeiro: Em arte temos que investigar...
A gente tem que refletir sobre essas coisas. A gente reflete sempre. No fundo, o sentimento da gente tem que ser de perplexidade permanente. O meu, por exemplo, é: perplexidade com o mundo à minha volta e perplexidade comigo mesmo, porque me surpreendo a cada dia com meus pensamentos, sentimentos e comportamentos, pois não me acostumo comigo mesmo e nem com os outros, porque as coisas mudam muito rapidamente, o tempo passa muito rápido, as coisas se transformam numa velocidade muito grande. Isso torna a vida muito interessante. Complicada, mas interessante.
É muito arriscado você dizer que isso é bom ou ruim em arte, eu acho. Certas obras e artistas não fazem a minha cabeça, eu prefiro outra confusão, outra desordem; para mim, a desordem do ser humano é mais bem expressa em obras menos intelectuais, menos cerebrais, mais confusas, mais surreais e contraditórias. Nossa cabeça e nossas emoções são muito mais loucas do que as cuidadosas construções dos geométricos e concretos e neoconcretos... A contradição, a confusão e a incoerência são muito mais as marcas do ser humano do que a ordem e a geometria, ou melhor, um mix de loucura e de geometria caracteriza a contradição humana.
Porque essa coisa muito ordenada, muito asséptica, é interessante, elegante, decorativa... Mas, enfim, você não pode ter um julgamento de valor. Deve estar aberto para absorver aquilo que te interessa e repudiar o que não faz sua cabeça. Sem julgamentos, com emoção, mas sem prepotência ou certezas, pois no mundo das artes, e das emoções humanas, nada é certo nem definitivo, muito pelo contrário, tudo é precário e temporário... Tudo é muito incerto e passageiro...
Sergio Niculitcheff: Na História da Arte mesmo tem artistas famosos que não me interessam. Eu reconheço seus valores, mas não gosto. Por exemplo, o Vlaminck. Eu não consigo engolir.
Renoir, Degas são meio chatos... Eu reconheço que são pintores importantes na história da arte, mas...
Marcos Ribeiro: E Picasso, você gosta?
Sim... Picasso é unanimidade, não? Picasso é o pai de muita gente.
Jardel: Picasso rompia sempre...
Ele foi um artista em incessante movimento. Ele tinha coragem de romper e sempre ser honesto com ele até o fim da vida.
Sergio Niculitcheff: Os últimos trabalhos dele dão de dez em muitos trabalhos contemporâneos.
Ele tinha uma liberdade, uma energia, uma vida interior, seja de ordem emotiva, sexual, intelectual, desde a fase do Cubismo, que era mais espiritual, intelectual, até esta parte mais sensual, das gravuras, das suítes Vollard. Ele se põe ali dentro como um velho voyeur, a dirty old man... Ele era profundamente honesto e íntegro. Alguém vem dizer que ele era um palhaço, um ganhador de dinheiro, isso ele era também. Nós somos feitos de muitas almas... ninguém é completamente íntegro e coerente. Ser coerente é aceitar a sua incoerência e a alheia e não exigir de si nem do próximo uma coerência falsa...!
Sergio Niculitecheff: O interessante é que ele se colocava no seu trabalho, colocava tudo isso no trabalho dele.
E ele tinha essa coragem de mudar, não se classificar, se autodefinir... Ora era figurativo, ora era cubista ou ceramista, ou gravador, mas sempre com muita energia e sinceridade. Agora, você veja, nós estamos falando dentro de nosso contexto, de nossa situação de São Paulo. Você vê: coloca uma obra de Picasso na periferia de uma cidadezinha do interior... eles não vão decodificar a linguagem picassiana... Não conhecem. Já o bom grafite é outra coisa. Aquilo abre as portas para muita gente começar a pintar, aprender, e ir para outra. O que faria o Basquiat aos 50 anos?? Porque ele morreu aos vinte e poucos. O Leonilson conseguiu fazer uma obra extremamente pessoal, o que não é pouca coisa...! Você ser pessoal e original é uma vitória, é muito difícil... Fazer um trabalho original, pessoal, é uma grande e difícil conquista.
Sergio Niculitcheff: O que é mais difícil... porque o resto você consegue administrar tecnicamente. Mas "se colocar no trabalho" é a parte mais difícil.
O artista tem que se colocar mesmo, e essa é a marca da originalidade. Na maneira de você trabalhar não apenas tematicamente, mas no gesto, na forma, na textura, nos materiais, nos meios escolhidos, sejam eles quais forem... Isso dá o caráter pessoal, sua assinatura. Se isso vai contribuir ou não para a arte universal, a gente não sabe, e não tem a mínima importância saber. Se vai morrer com a gente ou se vai permanecer, não é nosso assunto...
Jardel: O que vale mesmo é a aventura.
A aventura, enquanto você está vivo, fazendo aquilo e sendo honesto com o trabalho que está fazendo. Você tem que fazer seu trabalho como se fosse para sempre com toda integridade... estar sempre "inteiro na jogada".
Sergio Niculitcheff: Mas existem estes artistas que fazem as coisas só para venderem mesmo, tipo Romero Britto. Porque tem mercado e o mercado faz aquela pressão... E o cara "supre" aquele consumidor que só quer isso.
Romero Britto é um caso de sucesso eminentemente comercial. Ele desenvolveu uma fórmula pessoal de fazer suas coisas, bebeu em várias fontes, fez, deu certo comercialmente, trabalhos manuais bem feitinhos, objetos de decoração que têm inegável sucesso comercial, junto a um público bem específico... Se é isso que ele quer, tudo bem.
Sergio Niculitcheff: Ele atingiu os objetivos dele.
O Brasil é e sempre foi um país atrasado em relação ao resto do mundo ocidental. E nos anos 40, em plena guerra, Picasso já tinha pintado a Guernica, o cubismo, Les Demoiselles d'Avignon, o Expressionismo Abstrato da Escola de Nova York estava a todo vapor, Pollock, Motherwell, Rothko trabalhavam, e o pessoal daqui fazendo estripulias bem comportadas na Semana de Arte Moderna de 22, e casinhas, paisagens, marinhas agradáveis, retratos...
Há uma distância cultural imensa, porque o maravilhoso e vertiginoso século XX já tinha começado na Europa, Estados Unidos, México... Você tem que partir sempre de sua experiência pessoal, de seu ambiente imediato, mas saber o que está acontecendo no resto do mundo é fundamental... Isso sempre enriquece sua experiência pessoal, não para substituí-la, mas para enriquecer sua experiência de viver e trabalhar...
Fonte: Digestivo Cultural. Consultado pela última vez em 8 de fevereiro.
Crédito fotográfico: Digestivo Cultural. Consultado pela última vez em 8 de fevereiro.
Antônio Henrique Abreu Amaral (São Paulo, 24 de agosto de 1935 — São Paulo, 24 de abril de 2015), mais conhecido como Antônio Henrique Amaral, foi um pintor, gravador e desenhista brasileiro. Era irmão da historiadora e crítica de arte Aracy Amaral, da cineasta Suzana Amaral e da dramaturga, diretora e autora de teatro de animação Ana Maria Amaral. Formado em Direito pela Universidade de São Paulo, iniciou sua formação artística na Escola do Museu de Arte de São Paulo nos anos 50, onde estudou desenho com Roberto Sambonet e gravura com Lívio Abramo. Em 1959 foi para o Pratt Graphic Institute, em Nova Iorque, onde estudou gravura com Shiko Munakata e W. Rogalsky. Participou dos movimentos Surrealismo, Pop art e Tropicalismo, tendo obras em coleções particulares, públicas brasileiras e estrangeiras. Artista premiado por diversas vezes, incluindo o prêmio de viagem ao exterior no Salão de Arte Moderna no Rio de Janeiro, em 1971. Expôs extensamente pelo Brasil, México, Estados Unidos, Cuba, Chile, Inglaterra, Uruguai, Colômbia, Bolívia, entre outros. Amaral também foi o sócio-fundador da Associação Profissional de Artistas Plásticos de São Paulo (APAP).
Biografia – Itaú Cultural
Iniciou sua formação artística na Escola do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), com Roberto Sambonet (1924-1995), em 1952. Em 1956, estudou gravura com Lívio Abramo (1903-1992) no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Em 1958, viajou para a Argentina e o Chile, onde realizou exposições e entra em contato com Pablo Neruda (1904-1973). Viajou para os Estados Unidos em 1959, estudando gravura no Pratt Graphics Center, em Nova York. Voltando ao Brasil em 1960, trabalha como assistente na Galeria Bonino, no Rio de Janeiro, e conhece Ivan Serpa (1923-1973), Candido Portinari (1903-1962), Antonio Bandeira (1922-1967), Djanira (1914-1979) e Oswaldo Goeldi (1895-1961). Paralelamente à carreira artística, atua como redator publicitário. No início da carreira realizou desenhos e gravuras que se aproximam do surrealismo. A partir da metade da década de 1960, sua produção passa a incorporar a temática social, elementos da gravura popular e da cultura de massa, aproximando-se também da arte pop. Em 1967, lança o álbum de xilogravuras coloridas O Meu e o Seu, com apresentação e texto de Ferreira Gullar (1930) e capa de Ruben Martins (1929-1968), em que apresenta uma crítica ao autoritarismo vigente no país. Passa a dedicar-se predominantemente à pintura. Recebe em 1971 o prêmio viagem ao exterior do Salão de Arte Moderna do Rio de Janeiro e viaja para Nova York. Retornou ao Brasil em 1981.
Análise
Conhecido principalmente pela série de pinturas em torno das Bananas, realizada de 1968 até 1975, Antonio Henrique Amaral inicia sua trajetória artística com desenho e gravura. O aprendizado com o gravurista Lívio Abramo foi fundamental para sua formação artística, pois ensina a impor disciplina a seu traço. Do mestre retém apenas a técnica. Seu estilo, que já apresenta considerável veia surrealista, é inspirado em artistas como Roberto Matta (1911-2002), Paul Klee (1879-1940), Joan Miró (1893-1983), entre outros, de quem absorve o equilíbrio entre o automático psíquico e o rigor formal.
Mudanças de ordem política e cultural marcam seu trabalho nos anos 1960, que começa a incorporar elementos da gravura popular e a figuração extraída da cultura de massa, como a publicidade e o graffiti. Violência, sexo e política são temas tratados no uso recorrente de imagens de generais e bocas. Desse período, destaca-se o álbum de sete xilogravuras coloridas O Meu e o Seu (1967), no qual revela de forma sintética a questão da interiorização do autoritarismo.
A busca por símbolos que remetem a uma situação, e cujos sentidos são construídos e reiterados no decorrer de suas aparições, é algo constante na produção de Antonio Henrique Amaral. Se de início elege as bocas e a figura do general, presentes também em suas primeiras pinturas, de meados dos anos 1960, é na representação da banana, ou por meio dela, que o artista consegue concentrar toda sua insatisfação com o momento histórico. Índice às avessas de uma identidade nacional, a figura da banana é trabalhada em diversas situações: solitária e em cachos, transpassadas por cordas, facas ou garfos, maduras, verdes ou apodrecidas. Como metáfora, a banana refere-se tanto à ditadura militar quanto à posição do Brasil no conjunto dos países democráticos, ao "ser" brasileiro no momento do slogan "Brasil, ame-o ou deixe-o", ao mesmo tempo em que retoma uma tradição moderna de representação do caráter nacional que se inicia com a bananeira em Tropical (1917), de Anita Malfatti (1889-1964), passando pela pintura A Negra (1923), de Tarsila do Amaral (1886-1973), e Bananal (1927), de Lasar Segall (1891-1957). Em seu "hiper-realismo" quase fantástico, com enquadramentos fotográficos e abuso de cortes transversais e close-up, Amaral retoma também uma determinada tradição da pintura de natureza-morta, nomes como Alberto Eckhout (ca.1610-ca.1666) e Rufino Tamayo (1899-1991).
Com o passar dos anos, Antonio Henrique Amaral lança mão de outras figuras-símbolo em sua pintura, criando séries com base no garfo, no bambu, em seios enormes e torsos, na mata e urbe estilizadas. Em rotação, tais signos adquirem "novos significados em função do encadeamento de fases e épocas de sua pintura e do relacionamento de sua obra com a realidade do país e do mundo".
Críticas
"Na época em que Amaral pintou as bananas, elas se tornaram um símbolo explícito para o indivíduo submetido a arbitrariedades, aparecendo amarradas e penduradas por cordas, ou agredidas e perfuradas por garfos e outros instrumentos contundentes. Tal foi o vigor dessa pintura, tal a eficácia do símbolo, que Amaral passou a ser relacionado, como pintor, com as bananas, assim como Volpi com as bandeirinhas, e Di Cavalcanti, com as mulatas. Três simplificações inatentas e imprecisas.
No caso de Amaral, estereotipou-se a leitura de suas obra como a denúncia de uma violência específica, política e urbana, em detrimento até da apreciação do puro fenômeno pictórico. (E, no entanto, é por causa deste, e não de temas ou engajamentos, que a qualidade e a permanência de uma obra de arte se instauram). A banana era um indício, sim, mas não esgotava a complexidade e a totalidade do autor. Esqueceu-se um pouco a brasilidade ampla, abrangente, que ele não procura, propriamente, como um projeto articulado (à maneira, por exemplo, de um Rubem Valentim), mas que se encontra por força por trás, ou no fundo, de toda a sua produção. Prestou-se menos atenção a telas ainda da década de 70 (no regime de exceção, portanto) em que Amaral incursiona por outros signos vegetais sem leitura metafórica urbana: bambuzais, cerrados e/ou detalhes superampliados de caules, folhas e espinhos, resultando numa trama plástica planturosa, impenetrável mas dinâmica, selvagem e amazônica". — Olívio Tavares de Araújo (AMARAL, Antonio Henrique. Amazônia "a mata". São Paulo: Galeria do Memorial, 1992).
"Amaral ocupa um lugar de destaque na história da arte brasileira do século XX. Seus elos com o Modernismo do passado são óbvios. Suas associações familiares com Tarsila do Amaral são muito menos significativas do que as afinidades estéticas e criativas que tem com o seu trabalho. Por um lado, Amaral é um mestre do figurativo, mas, ao mesmo tempo, há nele um elemento que o liga ao impulso construtivista, tão poderoso na arte brasileira e na de muitos outros países da América Latina. (...) Também mencionei o trabalho de Amaral com referência à arte da heróica geração de artistas concretos e neoconcretistas que floreceram nos anos 50 e 60. Alguns leitores podem se surpreender com minha insistência nesse relacionamento. Superficialmente, ao menos, as exuberantes e coloridas telas e desenhos de Amaral parecem representar uma sensibilidade bastante distanciada da de artistas como Clark, Pape, Franz Weissmann, Ivan Serpa, Rubem Valentim, Waldemar Cordeiro e outros. Entretanto o Construtivismo não está longe do mundo de temas estéticos abordado por Amaral. De uma leitura atenta de seus trabalhos sempre emerge uma forte consciência da forma geométrica. A substância volumétrica e o peso variam consideravelmente de uma tela para outra. Entretanto, uma das características mais constantes das pinturas de Amaral é seu interesse em delinear e sombrear para criar estruturas (tanto representativas como não objetivas) que parecem estar interligadas às formas que as acompanham, criando um todo arquitetônico dentro da tela. (...)". — Edward J. Sullivan, 1993. (SULLIVAN, Edward J., MILLIET, Maria Alice. Obra em processo: Antonio Henrique Amaral. São Paulo: DBA, 1996).
"Diante da tela o artista sabe que não basta reproduzir ou inventar formas, sua tensão/intenção existe porque está preocupado com a economia sensorial das imagens. O tornar visível significa captar a intensidade das coisas e não tomar o visível como objeto da pintura e a representação como fim. Esse princípio enunciado por Klee põe em xeque a arte figurativa como mimesis, simples cópia do que se vê. Logo surge a dúvida: haveria uma arte exclusivamente submissa ao mundo das aparências? Desta submissão a arte moderna quis escapar ao voltar as costas para as convenções que regiam a representação. Nessa fuga tomou dois caminhos: um, que recusa radicalmente a subordinação ao referente, a abstração; o outro, que vai em direção à figura. Quando a pintura acolhe a figura é o figural e não o figurativo que se realiza.
A ordem do figural (conceituada por Lyotard) mantém a porta aberta para o desejo, desordenado, caótico em sua avidez por satisfação. Dessa conivência decorre todo tipo de transgressão: a deformação e a desconstrução do objeto, o rompimento da lógica narrativa, o nonsense, a subversão do espaço pictórico. Esses procedimentos são rebeldes a qualquer codificação". — Maria Alice Milliet (MILLIET, Maria Alice. Verso e reverso da figura. In: SULLIVAN, Edward J., MILLIET, Maria Alice. Obra em processo: Antonio Henrique Amaral. São Paulo: DBA, 1996. p.82).
Depoimentos
"Quando eu tinha 25 anos, ou quase isso, eu via duas etapas de criação: uma era revelação de algumas idéias através dos esboços. Aquelas anotações, os planos para as gravuras, aquela busca de determinadas imagens que saíam em grafite no papel. Depois eu percebia que, enquanto eu executava, não só o esboço se modificava como também eu encontrava a resistência do material. As minhas limitações técnicas, o papel, a tinta, o pincel, que eu tinha de aprender a mexer, o buril que eu tinha de cravar na madeira, naquela ocasião, eu pensava que havia duas criações: uma emocional e a outra técnica; duas etapas da criatividade. Revelava pra mim mesmo as imagens. A seguinte é que com a ação do material essas idéias sofriam alterações. Essas eram recriações, e daí resultava a forma definitiva. (...)
Quando eu tinha 20 e poucos anos, as minhas imagens eram muito mais subjetivas do que o meu contato com o mundo objetivo. Eram aqueles primeiros desenhos, figuras monstruosas. Depois vieram as formas abstratas, de ordem expressionista, as aquarelas líricas, etc. Isso era muito reflexo do meu mundo interior, diante de um momento onde primeiro era muito fantástico, surrealista, depois, na década de 50/60, abstrato. Eu me dava bem exprimindo meu mundo interior através desse tipo de forma, e com um desenho muito solto, sem uma preocupação de retratar a realidade objetiva. Meu trabalho tornou-se francamente descritivo a partir do golpe militar de 64. (...)
Eu acho que todo trabalho de arte tem uma relação política, a atividade artística é uma atividade política. No meu caso, eu fiquei francamente explícito. Eu fiz questão de me tornar quase panfletário. (...)
(É) a série das gravuras dos militares, o álbum O Meu e o Seu, e toda a seqüência das gravuras satíricas, de cunho social, de registro de uma situação anômala que estávamos vivendo. Depois iniciei a fase das bananas. (...)
A minha preocupação, mesmo quando estava fazendo sátiras de cunho social, era a da linguagem. Eu estava aprendendo gravura, aquarela, desenho, começando a mexer com tinta. Inclusive fiz pinturas desses generais também. A linguagem é importante, e isso a gente está sempre aprendendo. Mas também não há condição de se fazer arte sem buscar o domínio do material utilizado. (...)
Com 23 anos, eu tranco a faculdade de direito no último ano, porque eu já sabia que não ia ser advogado. Pego uma mala com quarenta gravuras e vou para a Argentina, depois Chile, onde faço diversas exposições. Em 1958, já tinha exposto no MAM de São Paulo, e em 1959 estava expondo na Galeria da União Pan-Americana, em Washington. Em Nova York, estudei seis meses de gravura com o mestre japonês Shiko Munakata. Eu fazia gravura doze horas por dia, mesmo porque eu não sabia o que fazer além disso. (...)
Quando eu tinha 16 anos, estudei na escola do Museu de Arte com Roberto Sambonet. Estimulado por Marcelo Grassmann e Aldemir Martins, que olhavam os meus desenhos e diziam pra que eu continuasse; isso foi fundamental. Além de Picasso, que era o pai de todos. Lívio Abramo foi meu primeiro professor de gravura e depois Shiko Munakata (...).
O álbum O Meu e o Seu significou a cor na gravura e também o passo que eu consegui dar, de viver de arte. Foi o meu ato de amor com a arte, virou a minha vida, depois de estar sete anos trabalhando em publicidade e relações públicas". — Antonio Henrique Amaral, 1986 (ANTONIO HENRIQUE AMARAL. Obra sobre papel 30 anos. Campinas: Museu de Arte Contemporânea, 1986).
Acervos
Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo - São Paulo SP
Archer M. Huntington Gallery, Texas University - Austin (Estados Unidos)
Art Museum of the Americas - Washington D.C (Estados Unidos)
Casa de Las Américas - Havana (Cuba)
El Colegio de México - Cidade do México (México)
Fundação Biblioteca Nacional - Rio de Janeiro RJ
Instituto de Arte Moderno - Santiago (Chile)
Latin American Art Collection / Essex University - Essex (Inglaterra)
Metropolitan Museum of Art - Nova York (Estados Unidos)
Museo de Arte Americana - Maldonado (Uruguai)
Museo de Arte Moderno - Cidade do méxico (México)
Museo de Arte Moderno de Bogotá - Bogotá (Colômbia)
Museo Nacional de Arte - La Paz (Bolívia)
Museo Rayo - Roldanillo (Colômbia)
Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado - FAAP - São Paulo SP
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP - São Paulo SP
Museu de Arte Contemporânea de Campinas - Campinas SP
Museu de Arte Contemporânea de Niterói - MAC/Niterói - Niterói RJ
Museu de Arte da Pampulha - Belo Horizonte MG
Museu de Arte do Paraná - Curitiba PR
Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP - São Paulo SP
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ - Rio de Janeiro RJ
Museu Nacional de Belas Artes - MNBA - Rio de Janeiro RJ
Museum of Contemporary Art - Skopje (Macedênia)
Parlamento Latino Americano - Memorial da América Latina - São Paulo SP
Pinacoteca do Estado de São Paulo - Pesp - São Paulo SP
Exposições Individuais
1958 - Santiago (Chile) - Antonio Henrique Amaral: gravuras, na Universidad de Concepción
1958 - Santiago (Chile) - Antonio Henrique Amaral: gravuras, no Instituto de Arte Moderno de Chile
1958 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: gravuras, no MAM/SP
1959 - Washington (Estados Unidos) - Individual, na Pan American Union
1960 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1960 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Antigonovo
1963 - Buenos Aires (Argentina) - Individual, na Galeria Saber Vivir
1963 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Mobilinea
1967 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1967 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Mirante das Artes
1968 - São Paulo SP - Individual, na Associação dos Amigos do MAM/SP
1969 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria do Hotel Copacabana Palace
1969 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1970 - Cochabamba (Bolívia) - Individual, no Centro Pedagógico Y Cultural Portales
1970 - La Paz (Bolívia) - Individual, na Galeria Círculo 3
1971 - Londres (Inglaterra) - Individual, na Elvaston Gallery
1971 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1971 - Washington (Estados Unidos) - Individual, na Pan American Union
1972 - Brasília DF - Individual, na Galeria Oscar Seraphico
1972 - Genebra (Suíça) - Individual, na Galerie du Théatre
1972 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Alberto Bonfiglioli
1973 - Bogotá (Colômbia) - Individual, na Galeria San Diego
1974 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Lee Ault & Co. Gallery
1975 - Birmingham (Inglaterra) - Individual, no Birmingham Museum of Art
1975 - Nashville (Estados Unidos) - Individual, na Nashville Fine Arts Center
1975 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1975 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Alberto Bonfiglioli
1976 - Cidade do México (México) - Individual, no Museo de Arte Moderno
1976 - San Salvador (El Salvador) - Individual, no Patronato Pró-Cultura
1976 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Alberto Bonfiglioli
1977 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Guignard
1977 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1978 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Lee Ault & Co. Gallery
1979 - Cidade do México (México) - Individual, na Juan Martín Gallery
1979 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Cayman Gallery
1979 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Alberto Bonfiglioli
1980 - Miami (Estados Unidos) - Individual, na Forma Gallery
1980 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1980 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina
1981 - São Paulo SP - Individual, na Grifo Galeria de Arte
1983 - Caxias do Sul RS - Individual, na Galeria da Universidade de Caxias do Sul
1983 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Tina Presser
1983 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Alberto Bonfiglioli
1984 - Ottawa (Canadá) - Individual, no National Arts Center
1985 - Porto Alegre RS - Individual, no Margs
1985 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Paço Imperial
1985 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte São Paulo
1986 - Campinas SP - Antonio Henrique Amaral: obra sobre papel - 30 anos, no MAC/Campinas e na Galeria do Instituto de Artes da Unicamp
1986 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: obra em processo 1956-1986, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: obra sobre papel, na Galeria Montesanti Roesler
1986 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: obras em papel, na Galeria Montesanti Roesler
1987 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Montesanti Galleria
1987 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Montesanti Roesler
1988 - Coral Gables (Estados Unidos) - Antonio Henrique Amaral: paintings 1980 - 1988, na Opus Gallery
1988 - Miami (Estados Unidos) - Antonio Henrique Amaral: paintings 1980-1988, na Opus Gallery
1989 - Coral Gables (Estados Unidos) - Individual, na Elite Fine Arts Gallery
1991 - Los Angeles (Estados Unidos) - Parallels and Divergence/One Heritage: two paths
1991 - Washington D.C - (Estados Unidos) - Parallels and Divergence/One Heritage: two paths, na Kimberly Gallery.
1992 - Coral Gables (Estados Unidos) - Individual, na Elite Fine Arts Gallery
1992 - Miami (Estados Unidos) - Antonio Henrique Amaral: recent works, no Elite Fine Art Gallery
1992 - São Paulo SP - Amazônia "A Mata", na Galeria do Memorial da América Latina
1993 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1993 - Zurique (Suíça) - Individual, na Galerie Andy Jllien
1994 - Berlim (Alemanha) - Individual, na Haus der Kulturen der Welt
1994 - Coral Gables (Estados Unidos) - Individual, na Elite Fine Arts Gallery
1994 - Frankfurt (Alemanha) - Individual, no Künstlerhaus Mousonturm Frankfurt am Main GmbH
1994 - Miami (Estados Unidos) - Individual, na Elite Fine Art Gallery
1996 - Miami (Estados Unidos) - Individual, na Elite Fine Art Gallery
1997 - Berlim (Alemanha) - Individual, na Virtualitas Galerie
1997 - Poços de Caldas MG - Antonio Henrique Amaral: da gravura à pintura, na Casa da Cultura de Poços de Caldas
1997 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: da gravura à pintura, no Instituto Moreira Salles
1997 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: obra recente, no Masp
1997 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: obra sobre papel, na Dan Galeria
2000 - São Paulo SP - Divertimentos (trabalhos ...) recentes, na Galeria Nara Roesler
2002 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: pinturas 2001-2002, na Galeria Nara Roesler
2004 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
Exposições Coletivas
1957 - São Paulo SP - 6º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1958 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP
1960 - São Paulo SP - 9º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1961 - São Paulo SP - 10º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP
1962 - Buenos Aires (Argentina) - First Latin American Engraving Contest
1962 - Curitiba PR - Salão do Paraná, na Biblioteca Pública do Paraná
1962 - São Paulo SP - 11ª Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1963 - Londres (Inglaterra) - Brazilian Art Today, no Royal College of Arts
1963 - Viena (Áustria) - Brazilian Art Today, no Angewandt Kunst
1963 - Bruxelas (Bélgica) - Brazilian Art Today
1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1963 - São Paulo SP - 1ª Exposição do Jovem Desenho Nacional, na Faap
1963 - São Paulo SP - 12º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1964 - Belo Horizonte MG - 1ª Exposição do Jovem Desenho Nacional, no MAP
1965 - Londres (Reino Unido) - Brazilian Art Today, na Royal Academy of Arts
1966 - Bonn (Alemanha) - Brasilianische Kunst Heute
1966 - Bonn (Alemanha) - Brazilian Art Today, no Beethonvenhalle
1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas - prêmio aquisição
1966 - São Paulo SP - 15º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1967 - Brasília DF - 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, no Teatro Nacional de Brasília
1967 - Curitiba PR - 24º Salão Paranaense de Belas Artes, na Biblioteca Pública do Paraná - 2º prêmio gravura
1967 - Santiago (Chile) - 3ª Bienal Americana de Gravura, no Museo de Arte Contemporáneo
1967 - São Paulo SP - 1ª Jovem Arte Contemporânea, no MAC/USP
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1968 - Campinas SP - 4º Salão de Arte Contemporânea, no MACC
1968 - Campo Grande MS - 28 Artistas do Acervo do MAC/USP, na Galeria do Diário da Serra
1968 - Curitiba PR - 25º Salão Paranaense, na Biblioteca Pública do Paraná - 1º prêmio
1968 - Havana (Cuba) - International Art Exhibition - premiado
1968 - Rio de Janeiro RJ - 17º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1968 - São Paulo SP - 17º Salão Paulista de Arte Moderna
1969 - Fortaleza CE - 28 Artistas do Acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, no Centro de Artes Visuais Raimundo Cela
1969 - Rio de Janeiro RJ - 18º Salão Nacional de Arte Moderna
1969 - Rio de Janeiro RJ - Salão da Bússola, no MAM/RJ
1969 - Santo André SP - 2º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1969 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Arte Contemporânea, no Masp
1969 - São Paulo SP - 3º Jovem Arte Contemporânea, no MAC/USP
1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1970 - Rio de Janeiro RJ - 19º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1970 - São Paulo SP - 2º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1970 - São Paulo SP - 4 Grupos de Aquisições Recentes e Doações da International Society of Plastic and Visual Art, no MAC/USP
1970 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral, Odetto Guersoni, Tomie Ohtake, Pedro Tort, Gerda Brentani, na Galeria Alberto Bonfiglioli
1970 - São Paulo SP - Pinacoteca do Estado de São Paulo 1970
1971 - Paris (França) - Salão de Outono, no Grand Palais
1971 - Rio de Janeiro RJ - 20º Salão Nacional de Arte Moderna
1971 - São Paulo SP - 5º Jovem Arte Contemporânea, no MAC/USP
1972 - Havana (Cuba) - Exposición de Arte Internacional
1972 - Medellín (Colômbia) - 3ª Bienal de Medellín, no Museo de Antioquia
1972 - Rio de Janeiro RJ - 21º Salão Nacional de Arte Moderna - prêmio viagem ao exterior
1972 - Santiago (Chile) - 3ª Bienal Latino-Americana del Grabado - menção honrosa
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1972 - São Paulo SP - 2º Exposição Internacional de Gravura, no MAM/SP
1973 - Boston (Estados Unidos) - Arte Latino-Americana Contemporânea, na Universidade de Massachusetts
1973 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Painting, na Queen Cultural Center
1973 - São Paulo SP - 5º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1973 - Washington (Estados Unidos) - Homanage to Picasso, na Pan American Union
1975 - Nova York (Estados Unidos) - Coletiva, na Lee Ault & Co. Gallery
1976 - Cali (Colômbia) - 3ª Bienal Americana de Artes Gráficas, no Museo de Arte Moderno La Tertulia
1976 - Campinas SP - 10º Salão de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC
1976 - Flórida (Estados Unidos) - Latin American Horizons
1976 - Flórida (Estados Unidos) - Latin American Horizons
1976 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Arte Contemporânea, no Paço das Artes
1976 - São Paulo SP - 8º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1977 - Madri (Espanha) - Arte Atual Ibero-Americana, no Instituto de Cultura Hispânica
1977 - Rio de Janeiro RJ - 2ª Arte Agora: visão da terra, no MAM/RJ
1978 - Caracas (Venezuela) - 1º Encontro Ibero-Americano de Artistas e Críticos, na Fundación Museo de Bellas Artes
1978 - São Paulo SP - 1ª Bienal Latino-Americana de São Paulo, na Fundação Bienal
1979 - São Paulo SP - 11º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1980 - São Paulo SP - 12º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1981 - Cidade do México (México) - Artes Visuais e Identidades da América Latina
1981 - Curitiba PR - 3ª Mostra de Desenho Nacional - prêmio aquisição
1981 - La Paz (Bolívia) - Contemporary Latin American Art
1981 - Osaka (Japão) - Exposição Latino-Americana de Arte Contemporânea Brasil/Japão, no National Museum of Art
1981 - Rio de Janeiro RJ - Do Moderno ao Contemporâneo: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1981 - Rio de Janeiro RJ - Pablo, Pablo!: uma interpretação brasileira de Guernica, na Funarte
1981 - São Paulo SP - Artistas Contemporâneos Brasileiros, no Escritório de Arte São Paulo
1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1982 - Londres (Reino Unido) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery
1982 - São Paulo SP - 3º Salão Brasileiro de Arte, na Fundação Mokiti Okada M.O.A.
1982 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão Brasileiro de Arte
1982 - Tóquio (Japão) - 3º Salão Brasileiro de Arte
1982 - Atami (Japão) - 3º Salão Brasileiro de Arte
1982 - Kyoto (Japão) - 3º Salão Brasileiro de Arte
1983 - Maldonado (Uruguai) - 5ª Bienal Internacional de Desenho - Prêmio Dez Anos de Bienal
1983 - Merida (Venezuela) - Exposição Comemorativa do Bicentenário Simón Bolivar, na Corporación de Los Andes
1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1983 - São Paulo SP - 14º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1983 - São Paulo SP - Arte na Rua
1984 - Curitiba PR - 6ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba
1984 - Curitiba PR - A Xilogravura na História da Arte Brasileira (6. : 1984 : Curitiba, PR) - Casa Romário Martins (Curitiba, PR)
1984 - Curitiba PR - Simões de Assis Galeria de Arte: mostra inaugural (1984 : Curitiba, PR) - Simões de Assis Galeria de Arte (Curitiba, PR)
1984 - Fortaleza CE - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas
1984 - Havana (Cuba) - 1ª Bienal de Havana
1984 - Ottawa (Canadá) - Antonio Henrique Amaral e Siron Franco, no National Arts Center
1984 - Ribeirão Preto SP - Gravadores Brasileiros Anos 50/60, na Galeria Campus USP-Banespa
1984 - Rio de Janeiro RJ - A Xilogravura na História da Arte Brasileira, na Funarte. Galeria Sérgio Milliet
1984 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - Atami (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Kyoto (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Rio de Janeiro RJ - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Brasil-Japão
1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Brasil-Japão
1985 - Tóquio (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Tóquio (Japão) - Today's Art of Brazil, no Hara Museum of Contemporary Art
1986 - Curitiba PR - 7ª Mostra do Desenho Brasileiro, no MAC/PR
1986 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Mostra Christian Dior de Arte Contemporânea: pintura, no Paço Imperial
1986 - São Paulo SP - 17º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - A URBS na Visão de Oito Artistas, na Galeria Montesanti Roesler
1987 - Indianápolis (Estados Unidos) - Art of The Fantastic Latin-America: 1920-1987, na Indianapolis Museum of Art
1987 - Nova York (Estados Unidos) - Art of the Fantastic Latin America: 1920-1987, no The Queens Museum
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée de l´Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Paris (França) - São Paulo-Rio-Paris, na Galerie 1900-2000, na Galerie 1900-2000
1987 - São Paulo SP - São Paulo-Rio-Paris, na Galerie 1900-2000, na Galeria Montesanti
1987 - Rio de Janeiro RJ - São Paulo-Rio-Paris, na Galerie 1900-2000, na Galeria Montesanti
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1987 - São Paulo SP - 20ª Exposição de Arte Contemporânea, na Chapel Art Show
1988 - Flórida (Estados Unidos) - Art of The Fantastic Latin America: 1920-1987, no Center of Fine Arts
1988 - Cidade do México (México) - Art of The Fantastic Latin America: 1920-1987, no Centro Cultural/Arte Contemporáneo
1988 - Leverkusen (Alemanha) - Brasil Já, no Museum Morsbroich
1988 - Stuttgart (Alemanha) - Brasil Já, na Galeria Landesgirokasse
1988 - Paris (França) - São Paulo-Rio-Paris, na Galeria 1900-2000
1988 - Rio de Janeiro RJ - São Paulo-Rio-Paris, na Galeria Montesanti
1988 - São Paulo SP - São Paulo-Rio-Paris, na Galeria Montesanti
1988 - Rio de Janeiro RJ - 88 x 68: um balanço dos anos
1988 - São Paulo SP - 15 Anos de Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Mokiti Okada M.O.A.
1988 - São Paulo SP - 63/66 Figura e Objeto, na Galeria Millan
1988 - São Paulo SP - MAC 25 Anos: aquisições e doações recentes, no MAC/USP
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1988 - Stuttgart (Alemanha) - Brasil Já, na Galerie Landesgirokasse
1989 - Hannover (Alemanha) - Brasil Já, no Sprengel Museum
1990 - Atami (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Brasília DF - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Brasília DF - Prêmio Brasília de Artes Plásticas, no MAB
1990 - Caracas (Venezuela) - Figuración Fabulación, 75 años de pintura en America Latina 1914-1989, na Fundación Museo de Bellas Artes
1990 - Rio de Janeiro RJ - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - São Paulo SP - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea, na Fundação Brasil-Japão
1990 - Atami (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Sapporo (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Tóquio (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1991 - Estocolmo (Suécia) - Viva Brasil Viva, Kulturhuset, Konstavdelningen och Liljevachs Konsthall
1991 - Frankfurt (Alemanha) - Art Frankfurt
1991 - Los Angeles e Washington D. C. (Estados Unidos) - Parallels and Divergence/One Heritage: two paths, na Daniel Saxon Gallery e na Kimberly Gallery
1991 - Makurasaki (Japão) - 2ª Biennal Exhibition of Arts - Prêmio Especial do Júri
1991 - Nagoya (Japão) - Perspectives of the Present: contemporary painting of Latin American, no Nagoya Museum of Art
1991 - Paris (França) - 6 Artistes Latinoamericains, na Galerie 1900-2000
1991 - San Diego (Estados Unidos) - Latin American Drawings Today, no San Diego Museum of Art
1991 - São Paulo SP - O Que Faz Você Agora Geração 60?: jovem arte contemporânea dos anos 60 revisitada, no MAC/USP
1991 - Washington (Estados Unidos) - Tradition and Innovation, no Art Museum of the Americas
1992 - Americana SP - Mostra de Reinauguração do Museu de Arte Contemporânea de Americana, no MAC/Americana
1992 - Campinas SP - Premiados nos Salões de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC
1992 - Cidade do México (México) - Coleção Internacional, no Museo de Arte Moderno
1992 - Curitiba PR - 10ª Mostra da Gravura da Cidade de Curitiba, no Museu da Gravura
1992 - Paris (França) - Diversité Latino Americaine, na Galerie 1900-2000
1992 - Paris (França) - La Amerique Latine dans touts ses États, na Maison de l'Amerique Latine
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa da Cultura de Poços de Caldas
1992 - Rio de Janeiro RJ - A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial
1992 - Rio de Janeiro RJ - Brazilian Contemporary Art, na EAV/Parque Lage
1992 - Rio de Janeiro RJ - Eco Art, no MAM/RJ
1992 - Rio de Janeiro RJ - Natureza: quatro séculos de arte no Brasil, no CCBB
1992 - Santo André SP - 20º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1992 - São Paulo SP - Anos 60/70: Coleção Gilberto Chateubriand - MAM/RJ, na Galeria de Arte do Sesi
1992 - Seul (Coréia do Sul) - Humanismo e Tecnologia, no Mnba
1992 - Sevilha (Espanha) - Expo 92: Mirando a La America Latina y el Caribe
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Funesc
1993 - Niterói RJ - 2º A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no MAC/Niterói
1993 - Porto Alegre RS - Arcangelo Ianelli, Antonio Henrique Amaral e Francisco Stockinger, na Bolsa de Arte de Porto Alegre
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil 100 Anos de Arte Moderna, no Mnba
1993 - São Paulo SP - Exposição Luso-Nipo-Brasileira, no MAB/Faap
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1993 - São Paulo SP - Portugal-Japão: mares navegados, no MAB/Faap
1993 - São Paulo SP - Representação: presenças decisivas, no Paço das Artes
1994 - Monterrey (México) - Prêmio Marco, no Museo de Arte Contemporáneo de Monterrey
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Xilogravura: do cordel à galeria, no Metrô e no Masp
1994 - Seul (Coréia do Sul) - Humanismo e Tecnologia, no Museu Nacional de Belas Artes
1995 - Monterrey (México) - Prêmio Marco, no Museo de Arte Contemporáneo de Monterrey
1995 - Nova York (Estados Unidos) - New Acquisitions - 20th Century Collection, no Metropolitan Museum of Art
1995 - Santa Bárbara (Estados Unidos) - Point/Counterpoint: two views of 20th Century Latin American Art, no Santa Barbara Museum of Art
1995 - São Paulo SP - O Desenho em São Paulo: 1956-1995, na Galeria Nara Roesler
1995 - São Paulo SP - Projeto Contato, na Galeria Sesc Paulista
1995 - São Paulo SP - 1º United Artists, na Casa das Rosas
1995 - São Paulo SP - Visual Road, no Renato Magalhães Gouvêa Escritório de Arte
1996 - Belo Horizonte MG - Impressões itinerantes, no Palácio das Artes
1996 - Monterrey (México) - Prêmio Marco, no Museo de Arte Contemporáneo de Monterrey
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - Off Bienal , no MuBE
1996 - São Paulo SP - Seis Artistas Atemporais, na Múltipla de Arte
1997 - Monterrey (México) - Prêmio Marco, no Museo de Arte Contemporáneo de Monterrey
1997 - Porto Alegre RS - 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, na Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1997 - Porto Alegre RS - Vertente Política, na Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1997 - São Paulo SP - Apropriações Antropofágicas, no Itaú Cultural
1998 - Brasília DF - Futebol Arte, no Ministério das Relações Exteriores
1998 - São Paulo SP - Futebol Arte, no Memorial da América Latina
1998 - Rio de Janeiro RJ - Futebol Arte, na Casa França-Brasil
1998 - Paris (França) - Futebol Arte
1998 - Marselha (França) - Futebol Arte
1998 - São Paulo SP - Afinidades Eletivas I: o olhar do colecionador, na Casa das Rosas
1998 - São Paulo SP - Canibáliafetiva, n'A Estufa
1998 - São Paulo SP - Figurações: 30 anos na arte brasileira, no MAC/USP
1998 - São Paulo SP - Impressões: a arte da gravura brasileira, no Espaço Cultural Banespa
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1998 - São Paulo SP - Os Colecionadores - Guita e José Mindlin: matrizes e gravuras, na Galeria de Arte do Sesi
1999 - Niterói RJ - Mostra Rio Gravura: Acervo Banerj, no Museu Histórico do Ingá
1999 - São Paulo SP - 8 Artistas Brasileiros, na Galeria Sergio Caribé
1999 - São Paulo SP - O Brasil no Século da Arte, na Galeria de Arte do Sesi
2000 - Colchester (Inglaterra) - Outros 500: highlights of brazilian contemporary art in UECLAA, na University of Essex
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Still Life: reflections of time and place, no El Museo del Barrio
2000 - Rio de Janeiro RJ - Coleção Ferreira Gullar de Pinturas Brasileiras, no MAM/RJ
2000 - São Paulo SP - Arte e Erotismo, na Galeria Nara Roesler
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Contemporânea, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural
2000 - São Paulo SP - O Papel da Arte, na Galeria de Arte do Sesi
2000 - São Paulo SP - Obra Nova, no MAC/USP
2001 - Brasília DF - Investigações. A Gravura Brasileira, na Itaugaleria
2001 - Penápolis SP - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural
2001 - Porto Alegre RS - Coleção Liba e Rubem Knijnik: arte brasileira contemporânea, no Margs
2001 - São Paulo SP - Cultura Brasileira 1, na Casa das Rosas
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap
2001 - São Paulo SP - X Poéticas, n'A Hebraica
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial
2002 - São Paulo SP - 8 Artistas Brasileiros Contemporâneos, na Casa das Rosas
2002 - São Paulo SP - México Imaginário: o olhar do artista brasileiro, na Casa das Rosas
2002 - São Paulo SP - Portão 2, na Galeria Nara Roesler
2003 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Brazilianart, na Almacén Galeria de Arte
2003 - São Paulo SP - A Subversão dos Meios, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - Arte e sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - Arteconhecimento: 70 anos USP, no MAC/USP
2003 - São Paulo SP - Israel e Palestina: dois estados para dois povos, no Sesc/Pompéia
2004 - São Paulo SP - Still Life/Natureza Morta, na Galeria de Arte do Sesi
2004 - Niterói RJ - Still Life — Natureza Morta
2004 - São Paulo, SP - Cinqüenta 50
2005 - São Paulo, SP - O Retrato como Imagem do Mundo
2005 - São Paulo, SP - Pequenas Grandes Obras
2005 - São Paulo, SP - Nave dos Insensatos
2005 - São Paulo, SP - Pequenas Grandes Obras
2005 - Curitiba, PR - Arte em Metrópolis
2005 - Pequenas Grandes Obras
2005 - Erotica: os sentidos na arte
2005 - Caderno de Notas, Vlado 30 anos
2006 - Erotica: os sentidos na arte
2006 - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real
2006 - Clube de Gravura: 20 anos
2006 - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real
2006 - MAM [na] OCA: Arte Brasileira do Acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo
2006 - Viva Cultura Viva
2006 - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real
2007 - Museu da Solidariedade Salvador Allende: estéticas, sonhos e utopias dos artistas do mundo pela liberdade
2007 - Itaú Contemporâneo: arte no Brasil 1981-2006
2007 - Caminhos do Modernismo no Acervo dos Palácios
2007 - Vanguarda Tropical (2007 : São Paulo, SP)
2007 - Neovanguardas
2008 - 44ª Expo Arte FIEO
2008 - MAM 60
2008 - Brasil Brasileiro
2009 - Brasil Brasileiro
2009 - Brasil: terra de contrastes
2009 - Olhar da Crítica: Arte Premiada da ABCA e o Acervo Artístico dos Palácios
2009 - Pequenas Grandes Obras - Arte Contemporânea Brasileira
2009 - 40ª Chapel Art Show
2010 - Entre Atos 1964/68
2010 - Autorretratos e "Autorretratos"
2010 - Um Dia Terá Que Ter Terminado: 1969/74
2011 - Recortes de Coleções
2012 - 1911-2011 - Arte Brasileira e Depois, na Coleção Itaú
2012 - Sentido: matrizes de gravura
2012 - Tozzi-Amaral-Granato
2012 - A Arte como Narrativa: Um Concurso, Uma História
2012 - Sombras: Franco Terranova
2013 - 100 anos de Arte Paulista no Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo (2013 : Campinas, SP)
2013 - A Geodésia Museológica - a arte como representação cartográfica real ou imaginária
2014 - 140 caracteres
Exposições Póstumas
2015 - Era só saudade dos que partiram (2015 : São Paulo, SP)
2015 - Clube de Gravura: 30 anos
2016 - Gravuras - poéticas e técnicas diversas - mostra do acervo
2016 - Pop, Nova Figuração e Após
2017 - Modos de Ver o Brasil: Itaú Cultural 30 Anos
2017 - Memória e Momento: Salão Paranaense
2017 - Canto Geral: a luta pelos Direitos Humanos
2018 - AI-5 50 ANOS - Ainda não terminou de acabar
2019 - Os anos em que vivemos em perigo
2019 - Pequenos gestos: memórias diruptivas
2019 - Palavras Somam
2020 - Aglomeração Antonio Henrique Amaral
2020 - Realce (obras do acervo)
2021 - Enquanto Tudo Queima
Fonte: ANTONIO Henrique Amaral. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2023. Acesso em: 08 de fevereiro de 2023. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia
Amaral era formado em Direito pela Universidade de São Paulo. Iniciou sua formação artística na Escola do Museu de Arte de São Paulo nos anos 50, onde estudou desenho com Roberto Sambonet e gravura com Lívio Abramo. Também nesta época fez sua primeira exposição individual de gravuras, no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Em 1959 foi para o Pratt Graphic Institute, em Nova Iorque, onde estudou gravura com Shiko Munakata e W. Rogalsky. Em 1967 publicou o álbum de xilogravuras "O meu e o seu" e iniciou seu trabalho em pintura. Neste mesmo ano faz sua primeira individual, a série "Bocas", na galeria Astréia, em São Paulo. Em 1971 ganhou o prêmio de viagem ao exterior no Salão de Arte Moderna no Rio de Janeiro. Com o prêmio instala-se em Nova Iorque de onde retorna em 1981. Ao longo dos últimos 40 anos vem realizando diversas exposições individuais e tem participado de exposições coletivas no Brasil e no exterior. Sua obra está representada em coleções particulares, públicas brasileiras e estrangeiras. Amaral é ainda sócio-fundador da Associação Profissional de Artistas Plásticos de São Paulo (APAP).
Morte
Amaral faleceu no dia 24 de abril de 2015 em decorrência de câncer de pulmão, com o qual lutava há mais de um ano. Ele estava internado no Hospital Samaritano.
Obras
Conhecido principalmente pela série de pinturas em torno de bananas, realizada de 1968 até 1975, Antonio Henrique Amaral inicia sua trajetória artística com desenho e gravura. Com o fundamental aprendizado adquirido para sua formação na área, seus trabalhos ficaram marcados por mudanças de ordem política e cultural, principalmente no que diz respeito aos acontecimentos da década de 60 no Brasil, quando começa a incorporar elementos de gravura popular e figuração, extraída da cultura de massa. A busca por símbolos que remetam a uma situação, cujos sentidos são construídos e reiterados a partir de suas aparições é algo constante em suas representações. Em meados dos anos 60, de início, Henrique elege bocas e a figura do general para penetrarem suas pinturas e é através delas, que incorpora toda uma temática social agressiva, o contexto era marcado simplesmente pelos anos de chumbo no país. Desse período, destaca-se o álbum de sete xilogravuras coloridas O Meu e o Seu (1967), no qual revela de forma sintética a questão da interiorização do autoritarismo. Anos depois elabora a série Bananas e é por meio dela, que o artista consegue concentrar toda a sua insatisfação com o contexto histórico. A banana é trabalhada em diversas situações: solitária, em cachos, transpassadas por cordas, facas ou garfos, maduras, verdes ou apodrecidas e servem como metáfora, referindo-se tanto a ditadura militar, quanto a posição do Brasil em relação aos demais países democráticos. Com o passar dos tempos, Antônio Henrique do Amaral, lança mão de outras figuras-símbolos em sua pintura, criando séries baseadas no garfo, no bambu, em seios enormes e torsos, na mata e urbe estilizadas. Esse novo momento traz consigo novos significados, que vão de acordo com as fases e o encadeamento de épocas com a sua pintura e do relacionamento de sua obra com o mundo e a realidade.
Estilo
O estilo de Amaral está cheio de closes e ângulos estranhos. Suas pinturas são realistas, e com detalhe extremos. Seu uso de amarelos e verdes referem-se a bandeira do Brasil e, portanto, para os próprios brasileiros. Ele frequentemente usa coloração dramática, os valores escuros, e muita sombra. As verticais e diagonais que ele usa, especialmente em Alone in Verde (1973) e Battlefield º 31 (1974), trazem estresse e energia para suas pinturas, tentando evocar a sensação de que o que está acontecendo no Brasil é errado. Na coleção O Meu e o Seu (1967), ele transparece de forma clara sua posição crítica quanto a política brasileira da época, os problemas sociais e o individualismo.
Exposições
1958 — Instituto de Arte Moderna do Chile, Santiago, Chile
1958 — Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brasil
1958 — Universidade de Concepción, Concepción, Chile
1959 — Pan American Union, Washington, DC, E.U.A.
1960 — Galeria Antigonovo, São Paulo, Brasil
1960 — Petite Galerie, Rio de Janeiro, Brasil
1963 — Galeria Saber Vivir, Buenos Aires, Argentina
1963 — Galeria Mobilinea, São Paulo, Brasil
1967 — Galeria Astréia, São Paulo, Brasil
1967 — Galeria Mirante das Artes, São Paulo, Brasil
1968 — Associação dos Amigos do Museu de Arte Moderna, Sao Paulo, Brasil
1969 — Galeria Astréia, São Paulo, Brasil
1969 — Galeria do Hotel Copacabana Palace , Rio de Janeiro, Brasil
1970 — Galeria Círculo 3, La Paz, Bolívia
1970 — Centro Pedagógico y Cultural Portales, Cochabamba, Bolívia
1971 — Galeria Bonino, Rio de Janeiro, Brasil
1971 — Evalston Gallery, Londres, Inglaterra
1971 — União Pan Americana, (OEA), Washington D.C., E.U.A.
1972 — Galerie du Theatre, Genève, Suíça
1972 — Galeria Oscar Seraphico, Brasília D.F., Brasil
1972 — Galeria Bonfiglioli, São Paulo, Brasil
1972 — Galeria Merkup, México D.F., México
1973 — Galeria San Diego, Bogotá Colômbia
1974 — Lee Ault & Co. Gallery, Nova York, E.U.A.
1975 — Galeria Bonfiglioli, São Paulo, Brasil
1975 — Galeria Bonino, Rio de Janeiro, Brasil
1975 — Birmingham Art Museum, Birmingham, E.U.A.
1975 — Nashville Fine Arts Center, Nashville, E.U.A.
1976 — Patronato Pró Cultura, San Salvador, El Salvador
1976 — Museu de Arte Moderno, México D.F.,México
1976 — Galeria Bonfiglioli, São Paulo, Brasil
1977 — Galeria Bonino, Rio de Janeiro, Brasil
1977 — Galeria Guignard, Porto Alegre, Brasil
1978 — Lee Ault & Co Gallery, Nova York, E.U.A.
1978 — Bienal de Arte Latino Americana, São Paulo, Brasil
1979 — Cayman Gallery, Nova York, E.U.A.
1979 — Galeria Juan Martin, México D.F., México
1979 — Galeria Bonfiglioli, São Paulo, Brasil
1980 — Galeria Luisa Strina, São Paulo, Brasil
1980 — Galeria Bonino, Rio de Janeiro, Brasil
1980 — Forma Gallery, Miami, E.U.A.
1981 — Galeria Grifo, São Paulo, Brasil
1983 — Galeria Tina Presser, Porto Alegre, Brasil
1983 — Galeria da Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, Brasil
1983 — Galeria Bonfiglioli, São Paulo, Brasil
1984 — National Arts Centre, Ottawa, Canadá
1985 — Galeria São Paulo, São Paulo, Brasil
1985 — Paço Imperial, Rio de Janeiro, Brasil
1985 — MARGS, Museu de Arte Moderna, Porto Alegre, Brasil
1986 — Museu de Arte Contemporânea José Pancetti, "Obra sobre Papel - 30 anos", Campinas, Brasil
1986 — Museu de Arte Moderna de São Paulo ,"Obra em Processo :1956 -1986", São Paulo, Brasil
1986 — Galeria Montesanti, "Obra em Papel", São Paulo, Brasil
1987 — Galeria Montesanti, "Obra Recente", São Paulo Galeria Montesanti, "Obra Recente", Rio de Janeiro, Brasil
1988 — Opus Gallery (em conjunto com Elite Fine Art ) "Paintings 1980 -1988", Coral Gables, E.U.A.
1989 — Elite Fine Art, Coral Gables, E.U.A.
1992 — Elite Fine Art, Coral Gables. E.U.A.
1992 —Galeria do Memorial da América Latina, São Paulo, Brasil 1993: - Museu de Arte Moderna São Paulo, Brasil
1992 —Andy Jllien Galerie, Zurique, Suíça
1994 — Centro Cultural Mousonturm, Frankfurt, Alemanha
1994 — Haus der Kulturen der Welt, Berlim, Alemanha
1996 — Elite Fine Art, Coral Gables, E.U.A.
1997 — MASP, Museu de Arte de São Paulo, São Paulo, Brasil
1997 — Instituto Moreira Salles, São Paulo, Brasil
1997 — Dan Galeria, São Paulo, Brasil
1997 — Virtualitas Galerie, Berlim, Alemanha
1997 — Fundação Casa França - Brasil, Rio de Janeiro, Brasil
2000 — Galeria Nara Roesler, São Paulo, Brasil
2001 — Márcia Barroso do Amaral Galeria de Arte, Rio de Janeiro, Brasil
2002 — Galeria Nara Roesler, São Paulo, Brasil
2004 — Museu de Arte Moderna, São Paulo, Brasil
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 8 de fevereiro de 2023.
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A arte de Antonio Henrique Amaral é resistência
“Quando a arte dá o seu recado, ela transcende o tempo.” Com essa reflexão em sua última conversa com o Jornal da USP, o paulistano Antonio Henrique Amaral traçou a infinitude de seus desenhos, gravuras e telas. E hoje, cinco anos depois de sua morte, no dia 24 de abril de 2015, ele atravessa o tempo para marcar presença em sua primeira exposição virtual no Instituto Tomie Ohtake.
Aglomeração Antonio Henrique Amaral – Uma Exposição em Processo tem a curadoria de Paulo Miyada, arquiteto e mestre formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP. A mostra tem como meta aprofundar e divulgar a contemporaneidade da obra de Amaral. “É uma obra quase premonitória do momento atual”, observa Miyada. “A história da arte não é um repertório acabado. As transformações do presente fazem novas perguntas para o passado. O que há de mais incômodo e singular na linguagem de Antonio Henrique Amaral é justamente o que a torna pertinente hoje. O artista se relaciona com sentimentos conflituosos que estão na ordem do dia, enquanto lidamos com notícias de violência de Estado, abandono das comunidades que já viviam em condições precárias antes da pandemia, isolamento compulsório da população, associação de risco e ameaça à presença física e profunda cisão do debate social.”
Miyada optou por destacar na exposição a associação histórica entre parte da produção do artista e a ditadura militar que afetou a população brasileira entre 1964 e 1985. “Esse período deixou uma marca em vários trabalhos de Amaral e refletir sobre aquela época está entre as prioridades atuais, quando a sociedade discute múltiplas formas de autoritarismo.”
Ao montar o projeto da exposição virtual, Miyada buscou o questionamento que considera mais relevante e que está além do debate sobre as mídias e espaços expositivos: “Quando tudo parece tão urgente, e é tão inquietante e dolorido, quais as histórias que realmente precisamos contar?”.
Miyada foi buscar a história de Amaral através da sua produção em papel: desenhos, gravuras e estudos. “Esses conteúdos incluem análises de obras, reflexões históricas, digressões ensaísticas e troca de imagem e palavra com artistas jovens, convidados a responder a obras específicas do artista”, explica. “Justamente em um momento em que o caráter cáustico, desconcertante, trágico e vistoso da produção de Antonio Henrique Amaral parece mais do que atual, as redes sociais do Instituto Tomie Ohtake se tornam um farol que projeta suas imagens ao mundo.”
A expectativa é mostrar que a obra de Amaral é singular, experimental e visceral, o que permite que ela seja lida de múltiplas formas, sejam elas diretamente políticas, sejam mais sensoriais ou formais.
Antonio Henrique Amaral nasceu em São Paulo no dia 24 de agosto de 1935. Formou-se em Direito na USP. Mas defendeu a democracia, a igualdade e a paisagem brasileira através da arte. Uma trajetória que começou no final dos anos 1950, estudando na Escola do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e tendo aulas de gravura com Lívio Abramo e de desenho com Roberto Sambonet. Passou um período entre os ateliês que montou em Nova York e São Paulo. Expôs no Brasil, Estados Unidos, América Latina e Europa. “Construiu uma poética marcada pela figuração expressiva e evocativa, capaz de condensar estados de espírito pessoais e coletivos”, destaca Miyada.
Na exposição virtual, há várias imagens que traduzem o seu pensamento crítico. A xilogravura Diálogo Frustrado, de 1967, traz a paisagem de duas mãos, uma negra e outra branca, abertas e espalmadas, mas que não se tocam. Estão espalmadas entre dois rostos, um branco e outro negro, com a língua para fora, como se quisessem berrar, protestar. “A gravura impressa em tinta preta define personagens complementares, no que se refere ao preenchimento ou não das linhas de contorno, mas redundantes no que tange a seu papel no processo comunicacional. Esquemáticos, os rostos se condensam em carrancas tomadas por bocarras que lançam gritos e perdigotos imaginários”, comenta Paulo Miyada.
Também na gravura Bocas, de 1967, há várias bocas amarradas, formando um círculo, em destaque uma cor quase vermelha. Quem será que quis calar a boca do artista? Também em conversa com o Jornal da USP, Amaral respondeu que recebeu, em plena ditadura militar, visitantes inesperados que queriam ver o que estava pintando. Na época, estava se dedicando à série das Bananas, que pintou de 1968 até 1975. “Eles olharam e questionaram: ‘Nossa, mas você gosta muito de bananas’. Não entenderam nada e foram embora.”
O pintor com suas bananas espetadas por garfos, enforcadas, tinha dado o seu recado. Bananas para a ditadura. Uma gravura sem título, de 1974, com três bananas, uma pela metade, suspensas por uma corda como se estivessem enforcando dois seres e meio, está na mostra virtual. “A expectativa é mostrar que a obra de Amaral é singular, experimental e visceral, o que permite que ela seja lida de múltiplas formas, sejam elas diretamente políticas, sejam mais sensoriais ou formais”, explica o curador. “A principal resistência de Antonio Henrique Amaral foi resistir a acomodar-se no papel do artista que faz coisas belas e dóceis.”
“Trabalhos e estudos serão expostos enquanto continuarão a pesquisa e reflexão sobre a trajetória vivaz do artista por seis décadas.”
Quando os museus e centros culturais saírem do confinamento, o público vai poder ver e conferir a arte de Antonio Henrique Amaral pessoalmente. “A partir dessa reabertura, em cronograma ainda pendente, uma das salas do instituto vai dispor de forma despojada, similar a uma sala de estudos, diversas obras com papéis do acervo do artista. Trabalhos e estudos serão expostos enquanto continuarão a pesquisa e reflexão sobre a trajetória vivaz do artista por seis décadas.”
O Instituto Tomie Ohtake promove atualmente, informa Paulo Miyada, diversos projetos em suas plataformas. “Além da exposição de Antonio Henrique Amaral, temos uma linha editorial digital chamada #juntosdistantes, apresentando materiais educativos, debates e cursos on-line em nossas plataformas, sem saturar os nossos públicos.”
Fonte: Universidade São Paulo - USP. Consultado pela última vez em 8 de fevereiro de 2023.
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Entrevista Antônio Henrique Amaral | Digestivo Cultural
Através do artista plástico paulistano Sergio Niculitcheff conseguimos marcar uma entrevista com Antonio Henrique Amaral. Participaram do encontro, além de mim, o artista Marcos Ribeiro, Décia Foster (que no momento pesquisava a arte política de Amaral) e o próprio Niculitcheff. A entrevista foi gravada e transcrita por mim. O que se publica aqui é apenas uma parte da agradável e longa conversa que se deu no atelier do artista, no Butantã, em São Paulo, em outubro de 2009 e, em seguida, por e-mail, em novembro de 2010. A entrevista é inédita.
Antonio Henrique Amaral relembra e explica algumas de suas obras políticas, feitas no período militar, como, por exemplo, seus trabalhos sobre o assassinato de Vladimir Herzog. Debate também questões sobre a arte contemporânea, avalia artistas e carreiras artísticas, como a de Hélio Oiticica, pensa ainda o governo Lula e reflete sobre os processos que envolvem a criação em arte. ― JDC
Décia: Durante o período em que o sr. fez obras de caráter político, com o objetivo de criticar e debochar da ditadura, houve algum momento em que se sentiu ameaçado ou afrontado?
Na verdade, não. Mas houve dois episódios, um no qual uma obra minha foi retirada da Bienal da Bahia, foi censurada, e depois em 1971, quando fui convidado para expor em Washington, na Galeria da União Panamericana, no prédio da OEA. O adido militar brasileiro que estava no dia da inauguração, General Montanha, me perguntou o que eu queria dizer com aquelas bananas, pois só tinha bananas na exposição. Aí eu tive que enrolar, dizendo que era apenas uma pesquisa formal; tergiversei, pois não podia dizer que eu fiz isso porque eu achava que o Brasil estava se transformando numa Banana Republic... Mas, enfim, senti que ele não ficou muito à vontade com a exposição.
Jardel: Isso ainda no período militar?
Sim, isso no período militar, 1971. Aí eu fui para Londres e inaugurei uma exposição onde aluguei macacos, e na inauguração foi servido coquetel de banana, caipirinha de banana e havia macaquinhos vestidos de verde e amarelo, que ficavam pulando no ombro das pessoas. Foi um sucesso. Mas não houve ameaça pessoal. Porque os militares estavam mais preocupados com a música popular, que atinge mais público. Teatro também. Eles estavam invocados com o teatro e o cinema, essas manifestações de massa. Porque as artes plásticas, a gente sabe, é para um público muito pequeno e, de certa forma, inofensivo politicamente... E outra coisa: quando eu expus a série de bananas, os jornais e a crítica falaram muito; então eles deitavam e rolavam em cima dos meus trabalhos, porque era uma maneira de, indiretamente, fazer uma crítica, uma sátira, uma zombaria do governo militar, dessa autoridade opressiva. E é difícil o cara se expor ao ridículo censurando uma exposição de bananas. Então, o recado passava.
Jardel: Quer dizer, então, que com as bananas o seu interesse era comentar a ditadura?
Sim, comentar a Banana Republic que os militares estavam construindo aqui no Brasil, e também aprender a pintar, sempre aprendendo a pintar, desenhar...
Jardel: A narrativa, da banana, estava pronta na cabeça do senhor primeiro sendo amarrada, até, em seguida, ela ser esquartejada?
Essa ideia da banana surgiu depois das bocas e das xilogravuras dos Generais de 1964, 65... Eu pintava as bocas antes. Os Generais já tinham uma abordagem sarcástica com as línguas, com os generais montados em burros ao contrário, tudo isso com as xilogravuras. Agora, quando eu vi a montagem da peça do Zé Celso Martinez, O Rei da Vela, de Oswald de Andrade, aí foi uma revelação para mim, aquele espírito oswaldiano de deboche, de ironia, sarcasmo, de O Rei da Vela, que era um texto muito crítico da nossa realidade, do provincianismo de nossas elites, do atraso cultural de nosso povo em relação ao resto do mundo ocidental, da cópia descarada das modas francesa, americana, europeia. Então eu pensei: por que não as bananas? E a primeira exposição causou muito impacto, pois só tinha banana. "Como? Só banana?" Eu queria deixar bem explícito o que eu estava fazendo, deixar bem claro o comentário, entende? Então era só banana mesmo.
Jardel: Essa série da banana que está amarrada, depois destruída, isso parece o calvário de um preso político que é preso, amarrado, pendurado e depois torturado.
O espírito da obra é um pouco isso mesmo. Como escreveu o filósofo e brilhante pensador Vilém Flusser, em um ensaio escrito em 1974 depois de uma visita ao meu estúdio em Nova York, é uma reflexão visual sobre o sadomasoquismo da realidade brasileira, da relação sadomasoquista entre autoridade e povo. Porque os militares achavam que a gente era idiota, que todos nós éramos idiotas e que eles é que tinham a verdade e sabiam o que fazer, e os civis, os trabalhadores, estudantes e os artistas eram todos inúteis e babacas, pessoas que deveriam ser silenciadas, amordaçadas, controladas e, se necessário, torturadas para não atrapalhar a marcha da ditadura... Aí, quando cheguei aos EUA, comecei a série dos Campos de Batalha. Foi uma forma de eu superar a fase das bananas, encerrar essa etapa de meu trabalho das bananas. A banana começava verde, inteira, depois sendo amarrada, cortada em pedaços e depois entraram os garfos e as facas. E eu pensei: eu não quero me encaixotar num tema.
O problema do artista é que muitas vezes tem sucesso numa determinada fase do seu trabalho e fica escravo daquela fase e não consegue sair. Di Cavalcanti pintou mulatas até o fim da vida. Eu falei: não vou entrar nessa, ficar encaixotado num período. Estou há trinta anos fazendo outras coisas. Inclusive, eu acho os outros caminhos muito mais ricos, porque é uma aventura muito mais perigosa. Você começa um trabalho como este aí e não sabe para onde vai [Antonio Henrique aponta para suas novas telas abstratas, ainda por terminar, no fundo do atelier.]
Sergio Niculitcheff: A coisa interessante do artista é isso, é o risco, cada novo trabalho é um novo risco, não é uma coisa pronta, cada trabalho é uma coisa nova.
Você só o vê quando termina. Picasso dizia que, se ele tivesse o quadro pronto na cabeça, ele nem pintava. Para que pintar se ele já está pronto na minha cabeça? Ele só vai ficar pronto depois de executado. Agora, a série das bananas foi construída, friamente calculada, eu desenhava as cordas, as bananas com cordas, eu as colocava na minha frente, amarrava com barbante e depois desenhava, fotografava, pintava...
Marcos Ribeiro: Sua obra foi marcada pelo surrealismo também?
Eu acho que às vezes há uma conotação surrealista no sentido de que havia fantasia, não era inteiramente realista como estava na moda em Nova York, fotorrealismo. Não tenho muita preocupação de coerência estética ou teórica, nem temática, nem formal. A liberdade de ser e de não ser, de mudar, de se contradizer, de se aceitar com todas as incoerências do ser humano é um bem que o artista tem que preservar; seu espaço poder mudar a qualquer momento, de acordo com a solicitação interior. Mudar porque seu movimento interior exige que você mude. Baudelaire dizia que a obra de arte é determinada por dois fatores: um mais circunstancial, a Época, a Moda, a Moral, a Paixão. E outro mais eterno, pela Busca Interior do homem para achar respostas para as questões fundamentais do ser humano: quem somos, de onde viemos, para onde vamos e o que fazemos aqui e por quê... O que significa tudo isto, a vida, o Universo... Não é, Sérgio?
Sergio Niculitheff: Por uma necessidade interior, não é?
Por uma necessidade interior, espiritual. Porque é uma necessidade sua... Eu recusei muitos convites para exposições quando terminei a fase das bananas. Recusei, porque não pintava mais as bananas... A busca era outra... Chega uma hora em que a razão de ser de alguma coisa se encerra, outras coisas, outras buscas se impõem. Quando uma coisa morre, outra coisa nasce.
Jardel: Uma coisa que eu queria saber é se havia por parte do sr. um engajamento, leituras marxistas, partidarismo etc.
Não, nenhum. Nunca fui marxista, socialista ou esquerdista... Era, sim, contra a Ditadura Militar Brasileira. O Mário Pedrosa uma vez me perguntou por que eu não era comunista. Ele e o Ferreira Gullar na época eram comunistas. Eu não era comunista; para mim, ser membro do Partido Comunista é como ser encerrado dentro de uma casa, e eu prefiro andar na rua. Eu quero ver a paisagem, eu quero ver o que está acontecendo na rua. Não quero ficar dentro de um quadro partidário e pautar minha vida de acordo com princípios partidários, teóricos, fixos, rígidos e divididos de socialismo, capitalismo, elite, povo, esquerda, direita. A coisa é muito mais complicada, mais complexa. Eu não me enquadro nisso, falei para o Mário Pedrosa. Ele dizia: "Mas você devia ser comunista". Nos anos 70 era bacana ser comunista. O Niemeyer, até hoje, o Jorge Amado, Picasso, era bacana você ser comunista. E mais ainda se você fosse elite cultural, social...
Jardel: Havia também uma patrulha que exigia que as pessoas se filiassem.
É, tinha isso. Agora, veja bem, o Gullar, por exemplo, é um homem que eu admiro porque teve a coragem de romper com tudo isso. Rompeu com o socialismo, o comunismo, chegou um momento em que ele disse: "isso não é exatamente o que eu acredito hoje em dia". Então, ele renovou, ele mudou. Durante uma época você é comunista, depois de uma reflexão você percebe que aquilo não funciona. Ele teve a coragem de mudar.
Todos nós erramos, mesmo diante desses fatos recentes. Mas quem não tem acesso à informação erra mais porque sabe menos. Se você não tem informação, não tem o mínimo de cultura, de experiência administrativa, você vai errar mais e vai ser usado por políticos espertalhões que sabem como se maneja o poder. Foi o que aconteceu com o Lula e o PT, no episódio do Mensalão... Socialmente, o fato de ter desenvolvido o Bolsa Família e propiciar mais alimento e mais consumo pra uma considerável parcela da população brasileira é positivo, foi um passo adiante: Lula de certa maneira veio harmonizar o Sul com o Norte, os ricos banqueiros com o povão necessitado, sem criar atritos sociais muito fortes... Quase não houve greves nem conflitos nos últimos anos, com exceção dos cidadãos comendo e consumindo mais... Isso é o lado positivo, muito positivo para o desenvolvimento econômico do país... se será um fator de evolução de nossa qualidade de vida, temos que esperar para ver...
Décia: E com todos esses acontecimentos o sr. não tem vontade de voltar a trabalhar com temas políticos?
Não tenho saco (risos). Outra vez, fazer comentários políticos?! Eu fazia nas ilustrações que são bastante mordazes [Antonio Henrique ilustrava a coluna dominical de Ferreira Gullar, no jornal Folha de São Paulo.] Uma das últimas que fiz, por exemplo, é o Lula no meio de notas de dólares, de cruzeiros e reais. Eu penso, mas a arte... a política... é um aspecto da vida, mas não é tudo, nós temos outras preocupações que transcendem a realidade política.
Sergio Niculitcheff: Inclusive, eu queria comentar uma coisa sobre a série das bananas, que é importante por causa da ditadura, mas independente disso tudo é uma excelente pintura, o valor não é somente por causa do tema.
Eu aprendi a pintar através das bananas. Quando eu conheci a Tarsila [do Amaral], em 1970, ela já estava velhinha, numa cadeira de rodas, foi na rua Augusta, numa galeria, e ela me disse: "interessante sua forma de aprender a pintar usando a banana". É pintura, claro... Interessante o que você falou. É sempre pintura, é sempre um exercício de pintura.
Jardel: Vamos voltar aos anos 70. Por exemplo, o caso Herzog. Como foi a notícia da morte dele e esses seus quadros sobre ele?
A notícia da morte dele... eu me lembro até hoje, foi manchete em todos os jornais... O Herzog era um cara que frequentava as galerias de arte, ia às inaugurações de exposições, ele e a mulher dele, a Clarice. Era um cara de trinta e poucos anos, jovem, diretor de jornalismo da TV Cultura. E de repente ele vai depor, todo mundo sabia que ele ia depor, e no dia seguinte aparece a notícia da morte dele. Foi um choque, saiu no Estadão em página inteira, no Jornal da Tarde. Sob esse impacto eu resolvi pintar quatro quadros que eram A Morte no Sábado ― Tributo à morte de Vladimir Herzog. O fato de os militares matarem uma pessoa dessa qualidade humana, cultural, foi um choque, e o cinismo brutal de tentar afirmar que tinha sido suicídio...! Um horror!
Jardel: Houve censura aos quadros nessa época ou não?
Não foram imediatamente expostos. Quando completou um ano da morte dele eu os doei para o Sindicato dos Jornalistas. Depois começaram a serem expostos em exposições.
Jardel: Mas o povo não tinha acesso...
Não tinha. O povo sempre teve pouco acesso à cultura, o povo sempre teve muito acesso ao futebol, às noticias sobre futebol, com o apoio de toda a elite política que se protege à sombra do noticiário futebolístico... O fato de a gente fazer coisas que não são imediatas, que não são claras, exige que as pessoas pensem, se informem, sintam, abram a cabeça. É o papel civilizador da arte. Música popular é de consumo imediato, o cara não precisa pensar, a letra entra, sai. Claro que tem compositores como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gil, Vinicius, Tom Jobim e tantos outros que fazem musica para a pessoa ficar mais alerta. Mas, em geral, o povo brasileiro gosta mesmo é de música que entra por um ouvido e sai pelo outro...! "Eguinha Pocotó" e coisas do gênero...!
Décia: A fase das bananas foi mais zombando, mas o caso Herzog foi um grande impacto que o fez expressar seu sentimento de revolta?
Exatamente. Porque houve outras mortes. Mas foi emblemática a morte de Herzog. Também o caso do filho da Zuzu Angel, o caso do Paiva, que foi jogado do avião... Como o Herzog era um jornalista da TV Cultura, tinha uma projeção maior do que o Paiva, que era um ativista. No fundo essa obra vale para todos os mortos, vítimas da violência da ditadura militar.
Marcos Ribeiro: O Ferreira Gullar tem uma visão particular sobre a arte contemporânea. Você concorda com ele ou gosta de alguns modelos de arte que se pratica hoje?
O Gullar é radicalmente contra uma série de coisas... Ele acha isso e aquilo um desastre. Eu sou mais tolerante. Mesmo que eu não entenda (risos). Mesmo que eu não compartilhe. Muita gente curte, portanto, deve-se aceitar muita coisa nova que vem com as novas gerações…
Jardel: E o que acha dessa coisa nos anos 60 e 70, por exemplo, dos objetos, fim do suporte, aquela coisa toda?
Isso mexia com a gente, porque nos anos 60 havia a performance, a arte conceitual. Eu cheguei a Nova York e isso estava muito na moda, a body art, Beuys, a influência de Marcel Duchamp. Eu fui a uma performance, do Vito Acconci, era uma dentro de um loft, alguns convidados em volta e ele se açoitando, entendeu? (risos). Tinha gente sangrando ali no meio. Tinha aquele alemão que se mutilou. Isso era a body art, performance. Ele acreditava; é um artista muito considerado na Europa.
Eu acho que a arte é coisa de vida, vital. Tem que se trabalhar para o ser humano de alguma maneira... Ninguém quer destruir nada. Eles fazem isso achando que estão construindo... Minha maneira de construir, a maneira do Niculitcheff, é outra. É o trabalho do pintor, do desenho... Se é antiga ou não... A gente nunca sabe o que é melhor... Para mim são achados inteligentes. Agora, se o achado inteligente é arte, e se é boa arte, só o tempo vai dizer. O que vai sobrar disso? Só vamos saber com o tempo. Pesquisar novas formas de se expressar é sempre positivo.
Sergio Niculitcheff: É uma coisa que só o tempo vai peneirar mesmo. Na minha época havia vários artistas que foram fazer outra coisa da vida.
Décia: Depois, o que fica?
O Gullar é o único que tem coragem, com razão ou sem razão, de se opor a isso. De refletir e expor sua posição contrária a determinadas instalações bizarras... Por isso é admirado por uns e odiado por outros.
Todos: Odiado pela maioria...
A maioria acha que ele é reacionário. Ele está tendo coragem de expressar a opinião dele. Ele está sendo honesto com o que acredita. Eu admiro isso nele. Mas as opiniões dele são as dele...
Marcos Ribeiro: Ele está questionando a gratuidade contemporânea...
A gente não sabe o que é modismo, o que é mercado, e o que permanece, o que tem mais consistência... só o tempo vai peneirar. Certas linguagens atuais me são completamente indiferentes, não me dizem nada, não me sensibilizam... Talvez seja uma deficiência de minha capacidade de percepção ou a coisa realmente não estar bem proposta... Vai saber... um dia o tempo nos dirá. Talvez estejamos sendo superados pelas novas tendências hegemônicas, quem sabe a gente vai envelhecendo e perdendo a sintonia com as novas linguagens, pode ser... Sempre acontece isso nas gerações que se sucedem umas às outras. Sou e assumo que sou um artista que fez sua obra no século passado, no século XX. Como estamos no século XXI, vai saber...!
Sergio Niculitcheff: A gente tem um gosto, ele tem o seu... Mas independente da questão de gosto, acho legal que as pessoas estejam fazendo arte.
Com certeza, as pessoas têm é que se expressar. Essa "falta de respeito" às formas tradicionais é fundamental. Se a gente fosse fazer apenas o que é tradicionalmente aceito não haveria transformação e as linguagens se repetiriam... seria uma chatice!
Sergio Niculitcheff: Como a gente vê a coisa agora... já esfriou. Mas, na época...
Na época, fazer uma banana de dois metros amarrada e cortada por uma faca e espetada por um garfo, sangrando... O que é isso? Foi uma novidade, no seu contexto, hoje estamos em novo contexto...
A época hoje é complicada, pois estamos passando por uma rapidez tão grande em termos de transformações tecnológicas, e a arte procurando se entender com esta nova realidade... A tentativa de fazer vídeo-arte, arte cinética... Não, cinética, não, isso é passado, a arte eletrônica, com circuitos eletrônicos, computer art, internet...
Todo mundo decreta o fim da pintura e de repente aparece a pintura chinesa, a pintura italiana, a pintura alemã, os novos expressionistas alemães nos anos 80 e 90... A pintura estava morta nos anos 70, diziam que, com a arte conceitual e a performance, estava morta.
Houve uma performance nos EUA que a inauguração era o artista falando, aí o comprador... o que fazia? Comprava a conversa do cara (risos). A galeria vendia uma hora de conversa com o artista por 10 ou 20 mil dólares. O sujeito comprava e guardava a fita da conversa com aquele artista conhecido que saiu no New York Times.
Sergio Niculitcheff: Tem essa coisa de aceitar as várias linguagens, mas a questão do gosto deve ser colocada também. Tem coisas que eu reconheço que é arte, mas de que não gosto. Agora, a Bienal eu acho uma bomba. Vou ver apenas o que me interessa mais.
Eu não consigo me comunicar com muita coisa. Por exemplo, não tenho o menor interesse nos parangolés do Hélio Oiticica (risos). Não me dizem nada...
Então, como você falou, tem que saber qual é o seu gosto. No fundo, isso te remete a um autoconhecimento. Você deve saber, diante da multiplicidade da vida contemporânea, onde você se encaixa, "qual é a sua", qual é o seu caminho, onde você está, quem você é, dentro dessa balburdia da vida contemporânea, dos diversos caminhos que se abrem profissionalmente, socialmente, emocionalmente. A gente tem que ser honesto com o que a gente é. Não pensar só com a cabeça, sentir... Sentir com a emoção. A coisa te toca? Emociona? Ou é apenas um discurso teórico cheio de palavras eruditas que "explicam" o objeto em questão?
Sergio Niculitcheff: Porque o trabalho do Oiticica deve servir para algumas pessoas. Tem seus nichos, seus espaços.
Interessante no Hélio é sua atitude de subversão dos meios. Mas sabe essa coisa de "Seja Marginal, Seja Herói", esse culto ao traficante de drogas, Cara de Cavalo, já teve seu tempo, não pega bem hoje. Talvez esse romantismo seja muito datado, anos 60, 70 ... Já era, não durou muito. Não me diz nada essa abordagem de cultuar o traficante, o marginal, tem apenas interesse histórico e os objetos interessam a colecionadores que desejam ter obras do período, mas... Há atitudes mais dignas e criativas no mundo da subversão da forma, da linguagem.
Jardel: É uma coragem falar assim sobre o Oiticica, que é quase mistificado no Brasil. Falar: "Eu gosto disso do Oiticica ou eu não gosto daquilo".
Sou apenas um pintor, desenhista e gravador. O universo do Hélio, embora eu tenha consciência de que ele é importante para muita gente que admira suas coisas e o tem como um grande ídolo, não me toca muito, não. Procuro ser honesto comigo mesmo e com minha sensibilidade. As teorias estéticas estão para mim assim como a ornitologia está para os pássaros, como dizia o pintor americano Barnett Newman.
Jardel: Quando fala isso, as pessoas se incomodam, pois é o santo deles.
Mas acontece que não sou muito religioso e, como sabemos, muitos santos e todos os ídolos têm pés de barro ou são apenas santos do pau oco...
Marcos Ribeiro: Em arte temos que investigar...
A gente tem que refletir sobre essas coisas. A gente reflete sempre. No fundo, o sentimento da gente tem que ser de perplexidade permanente. O meu, por exemplo, é: perplexidade com o mundo à minha volta e perplexidade comigo mesmo, porque me surpreendo a cada dia com meus pensamentos, sentimentos e comportamentos, pois não me acostumo comigo mesmo e nem com os outros, porque as coisas mudam muito rapidamente, o tempo passa muito rápido, as coisas se transformam numa velocidade muito grande. Isso torna a vida muito interessante. Complicada, mas interessante.
É muito arriscado você dizer que isso é bom ou ruim em arte, eu acho. Certas obras e artistas não fazem a minha cabeça, eu prefiro outra confusão, outra desordem; para mim, a desordem do ser humano é mais bem expressa em obras menos intelectuais, menos cerebrais, mais confusas, mais surreais e contraditórias. Nossa cabeça e nossas emoções são muito mais loucas do que as cuidadosas construções dos geométricos e concretos e neoconcretos... A contradição, a confusão e a incoerência são muito mais as marcas do ser humano do que a ordem e a geometria, ou melhor, um mix de loucura e de geometria caracteriza a contradição humana.
Porque essa coisa muito ordenada, muito asséptica, é interessante, elegante, decorativa... Mas, enfim, você não pode ter um julgamento de valor. Deve estar aberto para absorver aquilo que te interessa e repudiar o que não faz sua cabeça. Sem julgamentos, com emoção, mas sem prepotência ou certezas, pois no mundo das artes, e das emoções humanas, nada é certo nem definitivo, muito pelo contrário, tudo é precário e temporário... Tudo é muito incerto e passageiro...
Sergio Niculitcheff: Na História da Arte mesmo tem artistas famosos que não me interessam. Eu reconheço seus valores, mas não gosto. Por exemplo, o Vlaminck. Eu não consigo engolir.
Renoir, Degas são meio chatos... Eu reconheço que são pintores importantes na história da arte, mas...
Marcos Ribeiro: E Picasso, você gosta?
Sim... Picasso é unanimidade, não? Picasso é o pai de muita gente.
Jardel: Picasso rompia sempre...
Ele foi um artista em incessante movimento. Ele tinha coragem de romper e sempre ser honesto com ele até o fim da vida.
Sergio Niculitcheff: Os últimos trabalhos dele dão de dez em muitos trabalhos contemporâneos.
Ele tinha uma liberdade, uma energia, uma vida interior, seja de ordem emotiva, sexual, intelectual, desde a fase do Cubismo, que era mais espiritual, intelectual, até esta parte mais sensual, das gravuras, das suítes Vollard. Ele se põe ali dentro como um velho voyeur, a dirty old man... Ele era profundamente honesto e íntegro. Alguém vem dizer que ele era um palhaço, um ganhador de dinheiro, isso ele era também. Nós somos feitos de muitas almas... ninguém é completamente íntegro e coerente. Ser coerente é aceitar a sua incoerência e a alheia e não exigir de si nem do próximo uma coerência falsa...!
Sergio Niculitecheff: O interessante é que ele se colocava no seu trabalho, colocava tudo isso no trabalho dele.
E ele tinha essa coragem de mudar, não se classificar, se autodefinir... Ora era figurativo, ora era cubista ou ceramista, ou gravador, mas sempre com muita energia e sinceridade. Agora, você veja, nós estamos falando dentro de nosso contexto, de nossa situação de São Paulo. Você vê: coloca uma obra de Picasso na periferia de uma cidadezinha do interior... eles não vão decodificar a linguagem picassiana... Não conhecem. Já o bom grafite é outra coisa. Aquilo abre as portas para muita gente começar a pintar, aprender, e ir para outra. O que faria o Basquiat aos 50 anos?? Porque ele morreu aos vinte e poucos. O Leonilson conseguiu fazer uma obra extremamente pessoal, o que não é pouca coisa...! Você ser pessoal e original é uma vitória, é muito difícil... Fazer um trabalho original, pessoal, é uma grande e difícil conquista.
Sergio Niculitcheff: O que é mais difícil... porque o resto você consegue administrar tecnicamente. Mas "se colocar no trabalho" é a parte mais difícil.
O artista tem que se colocar mesmo, e essa é a marca da originalidade. Na maneira de você trabalhar não apenas tematicamente, mas no gesto, na forma, na textura, nos materiais, nos meios escolhidos, sejam eles quais forem... Isso dá o caráter pessoal, sua assinatura. Se isso vai contribuir ou não para a arte universal, a gente não sabe, e não tem a mínima importância saber. Se vai morrer com a gente ou se vai permanecer, não é nosso assunto...
Jardel: O que vale mesmo é a aventura.
A aventura, enquanto você está vivo, fazendo aquilo e sendo honesto com o trabalho que está fazendo. Você tem que fazer seu trabalho como se fosse para sempre com toda integridade... estar sempre "inteiro na jogada".
Sergio Niculitcheff: Mas existem estes artistas que fazem as coisas só para venderem mesmo, tipo Romero Britto. Porque tem mercado e o mercado faz aquela pressão... E o cara "supre" aquele consumidor que só quer isso.
Romero Britto é um caso de sucesso eminentemente comercial. Ele desenvolveu uma fórmula pessoal de fazer suas coisas, bebeu em várias fontes, fez, deu certo comercialmente, trabalhos manuais bem feitinhos, objetos de decoração que têm inegável sucesso comercial, junto a um público bem específico... Se é isso que ele quer, tudo bem.
Sergio Niculitcheff: Ele atingiu os objetivos dele.
O Brasil é e sempre foi um país atrasado em relação ao resto do mundo ocidental. E nos anos 40, em plena guerra, Picasso já tinha pintado a Guernica, o cubismo, Les Demoiselles d'Avignon, o Expressionismo Abstrato da Escola de Nova York estava a todo vapor, Pollock, Motherwell, Rothko trabalhavam, e o pessoal daqui fazendo estripulias bem comportadas na Semana de Arte Moderna de 22, e casinhas, paisagens, marinhas agradáveis, retratos...
Há uma distância cultural imensa, porque o maravilhoso e vertiginoso século XX já tinha começado na Europa, Estados Unidos, México... Você tem que partir sempre de sua experiência pessoal, de seu ambiente imediato, mas saber o que está acontecendo no resto do mundo é fundamental... Isso sempre enriquece sua experiência pessoal, não para substituí-la, mas para enriquecer sua experiência de viver e trabalhar...
Fonte: Digestivo Cultural. Consultado pela última vez em 8 de fevereiro.
Crédito fotográfico: Digestivo Cultural. Consultado pela última vez em 8 de fevereiro.
Antônio Henrique Abreu Amaral (São Paulo, 24 de agosto de 1935 — São Paulo, 24 de abril de 2015), mais conhecido como Antônio Henrique Amaral, foi um pintor, gravador e desenhista brasileiro. Era irmão da historiadora e crítica de arte Aracy Amaral, da cineasta Suzana Amaral e da dramaturga, diretora e autora de teatro de animação Ana Maria Amaral. Formado em Direito pela Universidade de São Paulo, iniciou sua formação artística na Escola do Museu de Arte de São Paulo nos anos 50, onde estudou desenho com Roberto Sambonet e gravura com Lívio Abramo. Em 1959 foi para o Pratt Graphic Institute, em Nova Iorque, onde estudou gravura com Shiko Munakata e W. Rogalsky. Participou dos movimentos Surrealismo, Pop art e Tropicalismo, tendo obras em coleções particulares, públicas brasileiras e estrangeiras. Artista premiado por diversas vezes, incluindo o prêmio de viagem ao exterior no Salão de Arte Moderna no Rio de Janeiro, em 1971. Expôs extensamente pelo Brasil, México, Estados Unidos, Cuba, Chile, Inglaterra, Uruguai, Colômbia, Bolívia, entre outros. Amaral também foi o sócio-fundador da Associação Profissional de Artistas Plásticos de São Paulo (APAP).
Biografia – Itaú Cultural
Iniciou sua formação artística na Escola do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), com Roberto Sambonet (1924-1995), em 1952. Em 1956, estudou gravura com Lívio Abramo (1903-1992) no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Em 1958, viajou para a Argentina e o Chile, onde realizou exposições e entra em contato com Pablo Neruda (1904-1973). Viajou para os Estados Unidos em 1959, estudando gravura no Pratt Graphics Center, em Nova York. Voltando ao Brasil em 1960, trabalha como assistente na Galeria Bonino, no Rio de Janeiro, e conhece Ivan Serpa (1923-1973), Candido Portinari (1903-1962), Antonio Bandeira (1922-1967), Djanira (1914-1979) e Oswaldo Goeldi (1895-1961). Paralelamente à carreira artística, atua como redator publicitário. No início da carreira realizou desenhos e gravuras que se aproximam do surrealismo. A partir da metade da década de 1960, sua produção passa a incorporar a temática social, elementos da gravura popular e da cultura de massa, aproximando-se também da arte pop. Em 1967, lança o álbum de xilogravuras coloridas O Meu e o Seu, com apresentação e texto de Ferreira Gullar (1930) e capa de Ruben Martins (1929-1968), em que apresenta uma crítica ao autoritarismo vigente no país. Passa a dedicar-se predominantemente à pintura. Recebe em 1971 o prêmio viagem ao exterior do Salão de Arte Moderna do Rio de Janeiro e viaja para Nova York. Retornou ao Brasil em 1981.
Análise
Conhecido principalmente pela série de pinturas em torno das Bananas, realizada de 1968 até 1975, Antonio Henrique Amaral inicia sua trajetória artística com desenho e gravura. O aprendizado com o gravurista Lívio Abramo foi fundamental para sua formação artística, pois ensina a impor disciplina a seu traço. Do mestre retém apenas a técnica. Seu estilo, que já apresenta considerável veia surrealista, é inspirado em artistas como Roberto Matta (1911-2002), Paul Klee (1879-1940), Joan Miró (1893-1983), entre outros, de quem absorve o equilíbrio entre o automático psíquico e o rigor formal.
Mudanças de ordem política e cultural marcam seu trabalho nos anos 1960, que começa a incorporar elementos da gravura popular e a figuração extraída da cultura de massa, como a publicidade e o graffiti. Violência, sexo e política são temas tratados no uso recorrente de imagens de generais e bocas. Desse período, destaca-se o álbum de sete xilogravuras coloridas O Meu e o Seu (1967), no qual revela de forma sintética a questão da interiorização do autoritarismo.
A busca por símbolos que remetem a uma situação, e cujos sentidos são construídos e reiterados no decorrer de suas aparições, é algo constante na produção de Antonio Henrique Amaral. Se de início elege as bocas e a figura do general, presentes também em suas primeiras pinturas, de meados dos anos 1960, é na representação da banana, ou por meio dela, que o artista consegue concentrar toda sua insatisfação com o momento histórico. Índice às avessas de uma identidade nacional, a figura da banana é trabalhada em diversas situações: solitária e em cachos, transpassadas por cordas, facas ou garfos, maduras, verdes ou apodrecidas. Como metáfora, a banana refere-se tanto à ditadura militar quanto à posição do Brasil no conjunto dos países democráticos, ao "ser" brasileiro no momento do slogan "Brasil, ame-o ou deixe-o", ao mesmo tempo em que retoma uma tradição moderna de representação do caráter nacional que se inicia com a bananeira em Tropical (1917), de Anita Malfatti (1889-1964), passando pela pintura A Negra (1923), de Tarsila do Amaral (1886-1973), e Bananal (1927), de Lasar Segall (1891-1957). Em seu "hiper-realismo" quase fantástico, com enquadramentos fotográficos e abuso de cortes transversais e close-up, Amaral retoma também uma determinada tradição da pintura de natureza-morta, nomes como Alberto Eckhout (ca.1610-ca.1666) e Rufino Tamayo (1899-1991).
Com o passar dos anos, Antonio Henrique Amaral lança mão de outras figuras-símbolo em sua pintura, criando séries com base no garfo, no bambu, em seios enormes e torsos, na mata e urbe estilizadas. Em rotação, tais signos adquirem "novos significados em função do encadeamento de fases e épocas de sua pintura e do relacionamento de sua obra com a realidade do país e do mundo".
Críticas
"Na época em que Amaral pintou as bananas, elas se tornaram um símbolo explícito para o indivíduo submetido a arbitrariedades, aparecendo amarradas e penduradas por cordas, ou agredidas e perfuradas por garfos e outros instrumentos contundentes. Tal foi o vigor dessa pintura, tal a eficácia do símbolo, que Amaral passou a ser relacionado, como pintor, com as bananas, assim como Volpi com as bandeirinhas, e Di Cavalcanti, com as mulatas. Três simplificações inatentas e imprecisas.
No caso de Amaral, estereotipou-se a leitura de suas obra como a denúncia de uma violência específica, política e urbana, em detrimento até da apreciação do puro fenômeno pictórico. (E, no entanto, é por causa deste, e não de temas ou engajamentos, que a qualidade e a permanência de uma obra de arte se instauram). A banana era um indício, sim, mas não esgotava a complexidade e a totalidade do autor. Esqueceu-se um pouco a brasilidade ampla, abrangente, que ele não procura, propriamente, como um projeto articulado (à maneira, por exemplo, de um Rubem Valentim), mas que se encontra por força por trás, ou no fundo, de toda a sua produção. Prestou-se menos atenção a telas ainda da década de 70 (no regime de exceção, portanto) em que Amaral incursiona por outros signos vegetais sem leitura metafórica urbana: bambuzais, cerrados e/ou detalhes superampliados de caules, folhas e espinhos, resultando numa trama plástica planturosa, impenetrável mas dinâmica, selvagem e amazônica". — Olívio Tavares de Araújo (AMARAL, Antonio Henrique. Amazônia "a mata". São Paulo: Galeria do Memorial, 1992).
"Amaral ocupa um lugar de destaque na história da arte brasileira do século XX. Seus elos com o Modernismo do passado são óbvios. Suas associações familiares com Tarsila do Amaral são muito menos significativas do que as afinidades estéticas e criativas que tem com o seu trabalho. Por um lado, Amaral é um mestre do figurativo, mas, ao mesmo tempo, há nele um elemento que o liga ao impulso construtivista, tão poderoso na arte brasileira e na de muitos outros países da América Latina. (...) Também mencionei o trabalho de Amaral com referência à arte da heróica geração de artistas concretos e neoconcretistas que floreceram nos anos 50 e 60. Alguns leitores podem se surpreender com minha insistência nesse relacionamento. Superficialmente, ao menos, as exuberantes e coloridas telas e desenhos de Amaral parecem representar uma sensibilidade bastante distanciada da de artistas como Clark, Pape, Franz Weissmann, Ivan Serpa, Rubem Valentim, Waldemar Cordeiro e outros. Entretanto o Construtivismo não está longe do mundo de temas estéticos abordado por Amaral. De uma leitura atenta de seus trabalhos sempre emerge uma forte consciência da forma geométrica. A substância volumétrica e o peso variam consideravelmente de uma tela para outra. Entretanto, uma das características mais constantes das pinturas de Amaral é seu interesse em delinear e sombrear para criar estruturas (tanto representativas como não objetivas) que parecem estar interligadas às formas que as acompanham, criando um todo arquitetônico dentro da tela. (...)". — Edward J. Sullivan, 1993. (SULLIVAN, Edward J., MILLIET, Maria Alice. Obra em processo: Antonio Henrique Amaral. São Paulo: DBA, 1996).
"Diante da tela o artista sabe que não basta reproduzir ou inventar formas, sua tensão/intenção existe porque está preocupado com a economia sensorial das imagens. O tornar visível significa captar a intensidade das coisas e não tomar o visível como objeto da pintura e a representação como fim. Esse princípio enunciado por Klee põe em xeque a arte figurativa como mimesis, simples cópia do que se vê. Logo surge a dúvida: haveria uma arte exclusivamente submissa ao mundo das aparências? Desta submissão a arte moderna quis escapar ao voltar as costas para as convenções que regiam a representação. Nessa fuga tomou dois caminhos: um, que recusa radicalmente a subordinação ao referente, a abstração; o outro, que vai em direção à figura. Quando a pintura acolhe a figura é o figural e não o figurativo que se realiza.
A ordem do figural (conceituada por Lyotard) mantém a porta aberta para o desejo, desordenado, caótico em sua avidez por satisfação. Dessa conivência decorre todo tipo de transgressão: a deformação e a desconstrução do objeto, o rompimento da lógica narrativa, o nonsense, a subversão do espaço pictórico. Esses procedimentos são rebeldes a qualquer codificação". — Maria Alice Milliet (MILLIET, Maria Alice. Verso e reverso da figura. In: SULLIVAN, Edward J., MILLIET, Maria Alice. Obra em processo: Antonio Henrique Amaral. São Paulo: DBA, 1996. p.82).
Depoimentos
"Quando eu tinha 25 anos, ou quase isso, eu via duas etapas de criação: uma era revelação de algumas idéias através dos esboços. Aquelas anotações, os planos para as gravuras, aquela busca de determinadas imagens que saíam em grafite no papel. Depois eu percebia que, enquanto eu executava, não só o esboço se modificava como também eu encontrava a resistência do material. As minhas limitações técnicas, o papel, a tinta, o pincel, que eu tinha de aprender a mexer, o buril que eu tinha de cravar na madeira, naquela ocasião, eu pensava que havia duas criações: uma emocional e a outra técnica; duas etapas da criatividade. Revelava pra mim mesmo as imagens. A seguinte é que com a ação do material essas idéias sofriam alterações. Essas eram recriações, e daí resultava a forma definitiva. (...)
Quando eu tinha 20 e poucos anos, as minhas imagens eram muito mais subjetivas do que o meu contato com o mundo objetivo. Eram aqueles primeiros desenhos, figuras monstruosas. Depois vieram as formas abstratas, de ordem expressionista, as aquarelas líricas, etc. Isso era muito reflexo do meu mundo interior, diante de um momento onde primeiro era muito fantástico, surrealista, depois, na década de 50/60, abstrato. Eu me dava bem exprimindo meu mundo interior através desse tipo de forma, e com um desenho muito solto, sem uma preocupação de retratar a realidade objetiva. Meu trabalho tornou-se francamente descritivo a partir do golpe militar de 64. (...)
Eu acho que todo trabalho de arte tem uma relação política, a atividade artística é uma atividade política. No meu caso, eu fiquei francamente explícito. Eu fiz questão de me tornar quase panfletário. (...)
(É) a série das gravuras dos militares, o álbum O Meu e o Seu, e toda a seqüência das gravuras satíricas, de cunho social, de registro de uma situação anômala que estávamos vivendo. Depois iniciei a fase das bananas. (...)
A minha preocupação, mesmo quando estava fazendo sátiras de cunho social, era a da linguagem. Eu estava aprendendo gravura, aquarela, desenho, começando a mexer com tinta. Inclusive fiz pinturas desses generais também. A linguagem é importante, e isso a gente está sempre aprendendo. Mas também não há condição de se fazer arte sem buscar o domínio do material utilizado. (...)
Com 23 anos, eu tranco a faculdade de direito no último ano, porque eu já sabia que não ia ser advogado. Pego uma mala com quarenta gravuras e vou para a Argentina, depois Chile, onde faço diversas exposições. Em 1958, já tinha exposto no MAM de São Paulo, e em 1959 estava expondo na Galeria da União Pan-Americana, em Washington. Em Nova York, estudei seis meses de gravura com o mestre japonês Shiko Munakata. Eu fazia gravura doze horas por dia, mesmo porque eu não sabia o que fazer além disso. (...)
Quando eu tinha 16 anos, estudei na escola do Museu de Arte com Roberto Sambonet. Estimulado por Marcelo Grassmann e Aldemir Martins, que olhavam os meus desenhos e diziam pra que eu continuasse; isso foi fundamental. Além de Picasso, que era o pai de todos. Lívio Abramo foi meu primeiro professor de gravura e depois Shiko Munakata (...).
O álbum O Meu e o Seu significou a cor na gravura e também o passo que eu consegui dar, de viver de arte. Foi o meu ato de amor com a arte, virou a minha vida, depois de estar sete anos trabalhando em publicidade e relações públicas". — Antonio Henrique Amaral, 1986 (ANTONIO HENRIQUE AMARAL. Obra sobre papel 30 anos. Campinas: Museu de Arte Contemporânea, 1986).
Acervos
Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo - São Paulo SP
Archer M. Huntington Gallery, Texas University - Austin (Estados Unidos)
Art Museum of the Americas - Washington D.C (Estados Unidos)
Casa de Las Américas - Havana (Cuba)
El Colegio de México - Cidade do México (México)
Fundação Biblioteca Nacional - Rio de Janeiro RJ
Instituto de Arte Moderno - Santiago (Chile)
Latin American Art Collection / Essex University - Essex (Inglaterra)
Metropolitan Museum of Art - Nova York (Estados Unidos)
Museo de Arte Americana - Maldonado (Uruguai)
Museo de Arte Moderno - Cidade do méxico (México)
Museo de Arte Moderno de Bogotá - Bogotá (Colômbia)
Museo Nacional de Arte - La Paz (Bolívia)
Museo Rayo - Roldanillo (Colômbia)
Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado - FAAP - São Paulo SP
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP - São Paulo SP
Museu de Arte Contemporânea de Campinas - Campinas SP
Museu de Arte Contemporânea de Niterói - MAC/Niterói - Niterói RJ
Museu de Arte da Pampulha - Belo Horizonte MG
Museu de Arte do Paraná - Curitiba PR
Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP - São Paulo SP
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ - Rio de Janeiro RJ
Museu Nacional de Belas Artes - MNBA - Rio de Janeiro RJ
Museum of Contemporary Art - Skopje (Macedênia)
Parlamento Latino Americano - Memorial da América Latina - São Paulo SP
Pinacoteca do Estado de São Paulo - Pesp - São Paulo SP
Exposições Individuais
1958 - Santiago (Chile) - Antonio Henrique Amaral: gravuras, na Universidad de Concepción
1958 - Santiago (Chile) - Antonio Henrique Amaral: gravuras, no Instituto de Arte Moderno de Chile
1958 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: gravuras, no MAM/SP
1959 - Washington (Estados Unidos) - Individual, na Pan American Union
1960 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1960 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Antigonovo
1963 - Buenos Aires (Argentina) - Individual, na Galeria Saber Vivir
1963 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Mobilinea
1967 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1967 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Mirante das Artes
1968 - São Paulo SP - Individual, na Associação dos Amigos do MAM/SP
1969 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria do Hotel Copacabana Palace
1969 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1970 - Cochabamba (Bolívia) - Individual, no Centro Pedagógico Y Cultural Portales
1970 - La Paz (Bolívia) - Individual, na Galeria Círculo 3
1971 - Londres (Inglaterra) - Individual, na Elvaston Gallery
1971 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1971 - Washington (Estados Unidos) - Individual, na Pan American Union
1972 - Brasília DF - Individual, na Galeria Oscar Seraphico
1972 - Genebra (Suíça) - Individual, na Galerie du Théatre
1972 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Alberto Bonfiglioli
1973 - Bogotá (Colômbia) - Individual, na Galeria San Diego
1974 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Lee Ault & Co. Gallery
1975 - Birmingham (Inglaterra) - Individual, no Birmingham Museum of Art
1975 - Nashville (Estados Unidos) - Individual, na Nashville Fine Arts Center
1975 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1975 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Alberto Bonfiglioli
1976 - Cidade do México (México) - Individual, no Museo de Arte Moderno
1976 - San Salvador (El Salvador) - Individual, no Patronato Pró-Cultura
1976 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Alberto Bonfiglioli
1977 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Guignard
1977 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1978 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Lee Ault & Co. Gallery
1979 - Cidade do México (México) - Individual, na Juan Martín Gallery
1979 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Cayman Gallery
1979 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Alberto Bonfiglioli
1980 - Miami (Estados Unidos) - Individual, na Forma Gallery
1980 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1980 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina
1981 - São Paulo SP - Individual, na Grifo Galeria de Arte
1983 - Caxias do Sul RS - Individual, na Galeria da Universidade de Caxias do Sul
1983 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Tina Presser
1983 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Alberto Bonfiglioli
1984 - Ottawa (Canadá) - Individual, no National Arts Center
1985 - Porto Alegre RS - Individual, no Margs
1985 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Paço Imperial
1985 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte São Paulo
1986 - Campinas SP - Antonio Henrique Amaral: obra sobre papel - 30 anos, no MAC/Campinas e na Galeria do Instituto de Artes da Unicamp
1986 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: obra em processo 1956-1986, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: obra sobre papel, na Galeria Montesanti Roesler
1986 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: obras em papel, na Galeria Montesanti Roesler
1987 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Montesanti Galleria
1987 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Montesanti Roesler
1988 - Coral Gables (Estados Unidos) - Antonio Henrique Amaral: paintings 1980 - 1988, na Opus Gallery
1988 - Miami (Estados Unidos) - Antonio Henrique Amaral: paintings 1980-1988, na Opus Gallery
1989 - Coral Gables (Estados Unidos) - Individual, na Elite Fine Arts Gallery
1991 - Los Angeles (Estados Unidos) - Parallels and Divergence/One Heritage: two paths
1991 - Washington D.C - (Estados Unidos) - Parallels and Divergence/One Heritage: two paths, na Kimberly Gallery.
1992 - Coral Gables (Estados Unidos) - Individual, na Elite Fine Arts Gallery
1992 - Miami (Estados Unidos) - Antonio Henrique Amaral: recent works, no Elite Fine Art Gallery
1992 - São Paulo SP - Amazônia "A Mata", na Galeria do Memorial da América Latina
1993 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1993 - Zurique (Suíça) - Individual, na Galerie Andy Jllien
1994 - Berlim (Alemanha) - Individual, na Haus der Kulturen der Welt
1994 - Coral Gables (Estados Unidos) - Individual, na Elite Fine Arts Gallery
1994 - Frankfurt (Alemanha) - Individual, no Künstlerhaus Mousonturm Frankfurt am Main GmbH
1994 - Miami (Estados Unidos) - Individual, na Elite Fine Art Gallery
1996 - Miami (Estados Unidos) - Individual, na Elite Fine Art Gallery
1997 - Berlim (Alemanha) - Individual, na Virtualitas Galerie
1997 - Poços de Caldas MG - Antonio Henrique Amaral: da gravura à pintura, na Casa da Cultura de Poços de Caldas
1997 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: da gravura à pintura, no Instituto Moreira Salles
1997 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: obra recente, no Masp
1997 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: obra sobre papel, na Dan Galeria
2000 - São Paulo SP - Divertimentos (trabalhos ...) recentes, na Galeria Nara Roesler
2002 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: pinturas 2001-2002, na Galeria Nara Roesler
2004 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
Exposições Coletivas
1957 - São Paulo SP - 6º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1958 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP
1960 - São Paulo SP - 9º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1961 - São Paulo SP - 10º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP
1962 - Buenos Aires (Argentina) - First Latin American Engraving Contest
1962 - Curitiba PR - Salão do Paraná, na Biblioteca Pública do Paraná
1962 - São Paulo SP - 11ª Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1963 - Londres (Inglaterra) - Brazilian Art Today, no Royal College of Arts
1963 - Viena (Áustria) - Brazilian Art Today, no Angewandt Kunst
1963 - Bruxelas (Bélgica) - Brazilian Art Today
1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1963 - São Paulo SP - 1ª Exposição do Jovem Desenho Nacional, na Faap
1963 - São Paulo SP - 12º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1964 - Belo Horizonte MG - 1ª Exposição do Jovem Desenho Nacional, no MAP
1965 - Londres (Reino Unido) - Brazilian Art Today, na Royal Academy of Arts
1966 - Bonn (Alemanha) - Brasilianische Kunst Heute
1966 - Bonn (Alemanha) - Brazilian Art Today, no Beethonvenhalle
1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas - prêmio aquisição
1966 - São Paulo SP - 15º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1967 - Brasília DF - 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, no Teatro Nacional de Brasília
1967 - Curitiba PR - 24º Salão Paranaense de Belas Artes, na Biblioteca Pública do Paraná - 2º prêmio gravura
1967 - Santiago (Chile) - 3ª Bienal Americana de Gravura, no Museo de Arte Contemporáneo
1967 - São Paulo SP - 1ª Jovem Arte Contemporânea, no MAC/USP
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1968 - Campinas SP - 4º Salão de Arte Contemporânea, no MACC
1968 - Campo Grande MS - 28 Artistas do Acervo do MAC/USP, na Galeria do Diário da Serra
1968 - Curitiba PR - 25º Salão Paranaense, na Biblioteca Pública do Paraná - 1º prêmio
1968 - Havana (Cuba) - International Art Exhibition - premiado
1968 - Rio de Janeiro RJ - 17º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1968 - São Paulo SP - 17º Salão Paulista de Arte Moderna
1969 - Fortaleza CE - 28 Artistas do Acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, no Centro de Artes Visuais Raimundo Cela
1969 - Rio de Janeiro RJ - 18º Salão Nacional de Arte Moderna
1969 - Rio de Janeiro RJ - Salão da Bússola, no MAM/RJ
1969 - Santo André SP - 2º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1969 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Arte Contemporânea, no Masp
1969 - São Paulo SP - 3º Jovem Arte Contemporânea, no MAC/USP
1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1970 - Rio de Janeiro RJ - 19º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1970 - São Paulo SP - 2º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1970 - São Paulo SP - 4 Grupos de Aquisições Recentes e Doações da International Society of Plastic and Visual Art, no MAC/USP
1970 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral, Odetto Guersoni, Tomie Ohtake, Pedro Tort, Gerda Brentani, na Galeria Alberto Bonfiglioli
1970 - São Paulo SP - Pinacoteca do Estado de São Paulo 1970
1971 - Paris (França) - Salão de Outono, no Grand Palais
1971 - Rio de Janeiro RJ - 20º Salão Nacional de Arte Moderna
1971 - São Paulo SP - 5º Jovem Arte Contemporânea, no MAC/USP
1972 - Havana (Cuba) - Exposición de Arte Internacional
1972 - Medellín (Colômbia) - 3ª Bienal de Medellín, no Museo de Antioquia
1972 - Rio de Janeiro RJ - 21º Salão Nacional de Arte Moderna - prêmio viagem ao exterior
1972 - Santiago (Chile) - 3ª Bienal Latino-Americana del Grabado - menção honrosa
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1972 - São Paulo SP - 2º Exposição Internacional de Gravura, no MAM/SP
1973 - Boston (Estados Unidos) - Arte Latino-Americana Contemporânea, na Universidade de Massachusetts
1973 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Painting, na Queen Cultural Center
1973 - São Paulo SP - 5º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1973 - Washington (Estados Unidos) - Homanage to Picasso, na Pan American Union
1975 - Nova York (Estados Unidos) - Coletiva, na Lee Ault & Co. Gallery
1976 - Cali (Colômbia) - 3ª Bienal Americana de Artes Gráficas, no Museo de Arte Moderno La Tertulia
1976 - Campinas SP - 10º Salão de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC
1976 - Flórida (Estados Unidos) - Latin American Horizons
1976 - Flórida (Estados Unidos) - Latin American Horizons
1976 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Arte Contemporânea, no Paço das Artes
1976 - São Paulo SP - 8º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1977 - Madri (Espanha) - Arte Atual Ibero-Americana, no Instituto de Cultura Hispânica
1977 - Rio de Janeiro RJ - 2ª Arte Agora: visão da terra, no MAM/RJ
1978 - Caracas (Venezuela) - 1º Encontro Ibero-Americano de Artistas e Críticos, na Fundación Museo de Bellas Artes
1978 - São Paulo SP - 1ª Bienal Latino-Americana de São Paulo, na Fundação Bienal
1979 - São Paulo SP - 11º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1980 - São Paulo SP - 12º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1981 - Cidade do México (México) - Artes Visuais e Identidades da América Latina
1981 - Curitiba PR - 3ª Mostra de Desenho Nacional - prêmio aquisição
1981 - La Paz (Bolívia) - Contemporary Latin American Art
1981 - Osaka (Japão) - Exposição Latino-Americana de Arte Contemporânea Brasil/Japão, no National Museum of Art
1981 - Rio de Janeiro RJ - Do Moderno ao Contemporâneo: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1981 - Rio de Janeiro RJ - Pablo, Pablo!: uma interpretação brasileira de Guernica, na Funarte
1981 - São Paulo SP - Artistas Contemporâneos Brasileiros, no Escritório de Arte São Paulo
1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1982 - Londres (Reino Unido) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery
1982 - São Paulo SP - 3º Salão Brasileiro de Arte, na Fundação Mokiti Okada M.O.A.
1982 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão Brasileiro de Arte
1982 - Tóquio (Japão) - 3º Salão Brasileiro de Arte
1982 - Atami (Japão) - 3º Salão Brasileiro de Arte
1982 - Kyoto (Japão) - 3º Salão Brasileiro de Arte
1983 - Maldonado (Uruguai) - 5ª Bienal Internacional de Desenho - Prêmio Dez Anos de Bienal
1983 - Merida (Venezuela) - Exposição Comemorativa do Bicentenário Simón Bolivar, na Corporación de Los Andes
1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1983 - São Paulo SP - 14º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1983 - São Paulo SP - Arte na Rua
1984 - Curitiba PR - 6ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba
1984 - Curitiba PR - A Xilogravura na História da Arte Brasileira (6. : 1984 : Curitiba, PR) - Casa Romário Martins (Curitiba, PR)
1984 - Curitiba PR - Simões de Assis Galeria de Arte: mostra inaugural (1984 : Curitiba, PR) - Simões de Assis Galeria de Arte (Curitiba, PR)
1984 - Fortaleza CE - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas
1984 - Havana (Cuba) - 1ª Bienal de Havana
1984 - Ottawa (Canadá) - Antonio Henrique Amaral e Siron Franco, no National Arts Center
1984 - Ribeirão Preto SP - Gravadores Brasileiros Anos 50/60, na Galeria Campus USP-Banespa
1984 - Rio de Janeiro RJ - A Xilogravura na História da Arte Brasileira, na Funarte. Galeria Sérgio Milliet
1984 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - Atami (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Kyoto (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Rio de Janeiro RJ - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Brasil-Japão
1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Brasil-Japão
1985 - Tóquio (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Tóquio (Japão) - Today's Art of Brazil, no Hara Museum of Contemporary Art
1986 - Curitiba PR - 7ª Mostra do Desenho Brasileiro, no MAC/PR
1986 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Mostra Christian Dior de Arte Contemporânea: pintura, no Paço Imperial
1986 - São Paulo SP - 17º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - A URBS na Visão de Oito Artistas, na Galeria Montesanti Roesler
1987 - Indianápolis (Estados Unidos) - Art of The Fantastic Latin-America: 1920-1987, na Indianapolis Museum of Art
1987 - Nova York (Estados Unidos) - Art of the Fantastic Latin America: 1920-1987, no The Queens Museum
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée de l´Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Paris (França) - São Paulo-Rio-Paris, na Galerie 1900-2000, na Galerie 1900-2000
1987 - São Paulo SP - São Paulo-Rio-Paris, na Galerie 1900-2000, na Galeria Montesanti
1987 - Rio de Janeiro RJ - São Paulo-Rio-Paris, na Galerie 1900-2000, na Galeria Montesanti
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1987 - São Paulo SP - 20ª Exposição de Arte Contemporânea, na Chapel Art Show
1988 - Flórida (Estados Unidos) - Art of The Fantastic Latin America: 1920-1987, no Center of Fine Arts
1988 - Cidade do México (México) - Art of The Fantastic Latin America: 1920-1987, no Centro Cultural/Arte Contemporáneo
1988 - Leverkusen (Alemanha) - Brasil Já, no Museum Morsbroich
1988 - Stuttgart (Alemanha) - Brasil Já, na Galeria Landesgirokasse
1988 - Paris (França) - São Paulo-Rio-Paris, na Galeria 1900-2000
1988 - Rio de Janeiro RJ - São Paulo-Rio-Paris, na Galeria Montesanti
1988 - São Paulo SP - São Paulo-Rio-Paris, na Galeria Montesanti
1988 - Rio de Janeiro RJ - 88 x 68: um balanço dos anos
1988 - São Paulo SP - 15 Anos de Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Mokiti Okada M.O.A.
1988 - São Paulo SP - 63/66 Figura e Objeto, na Galeria Millan
1988 - São Paulo SP - MAC 25 Anos: aquisições e doações recentes, no MAC/USP
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1988 - Stuttgart (Alemanha) - Brasil Já, na Galerie Landesgirokasse
1989 - Hannover (Alemanha) - Brasil Já, no Sprengel Museum
1990 - Atami (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Brasília DF - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Brasília DF - Prêmio Brasília de Artes Plásticas, no MAB
1990 - Caracas (Venezuela) - Figuración Fabulación, 75 años de pintura en America Latina 1914-1989, na Fundación Museo de Bellas Artes
1990 - Rio de Janeiro RJ - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - São Paulo SP - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea, na Fundação Brasil-Japão
1990 - Atami (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Sapporo (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Tóquio (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1991 - Estocolmo (Suécia) - Viva Brasil Viva, Kulturhuset, Konstavdelningen och Liljevachs Konsthall
1991 - Frankfurt (Alemanha) - Art Frankfurt
1991 - Los Angeles e Washington D. C. (Estados Unidos) - Parallels and Divergence/One Heritage: two paths, na Daniel Saxon Gallery e na Kimberly Gallery
1991 - Makurasaki (Japão) - 2ª Biennal Exhibition of Arts - Prêmio Especial do Júri
1991 - Nagoya (Japão) - Perspectives of the Present: contemporary painting of Latin American, no Nagoya Museum of Art
1991 - Paris (França) - 6 Artistes Latinoamericains, na Galerie 1900-2000
1991 - San Diego (Estados Unidos) - Latin American Drawings Today, no San Diego Museum of Art
1991 - São Paulo SP - O Que Faz Você Agora Geração 60?: jovem arte contemporânea dos anos 60 revisitada, no MAC/USP
1991 - Washington (Estados Unidos) - Tradition and Innovation, no Art Museum of the Americas
1992 - Americana SP - Mostra de Reinauguração do Museu de Arte Contemporânea de Americana, no MAC/Americana
1992 - Campinas SP - Premiados nos Salões de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC
1992 - Cidade do México (México) - Coleção Internacional, no Museo de Arte Moderno
1992 - Curitiba PR - 10ª Mostra da Gravura da Cidade de Curitiba, no Museu da Gravura
1992 - Paris (França) - Diversité Latino Americaine, na Galerie 1900-2000
1992 - Paris (França) - La Amerique Latine dans touts ses États, na Maison de l'Amerique Latine
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa da Cultura de Poços de Caldas
1992 - Rio de Janeiro RJ - A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial
1992 - Rio de Janeiro RJ - Brazilian Contemporary Art, na EAV/Parque Lage
1992 - Rio de Janeiro RJ - Eco Art, no MAM/RJ
1992 - Rio de Janeiro RJ - Natureza: quatro séculos de arte no Brasil, no CCBB
1992 - Santo André SP - 20º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1992 - São Paulo SP - Anos 60/70: Coleção Gilberto Chateubriand - MAM/RJ, na Galeria de Arte do Sesi
1992 - Seul (Coréia do Sul) - Humanismo e Tecnologia, no Mnba
1992 - Sevilha (Espanha) - Expo 92: Mirando a La America Latina y el Caribe
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Funesc
1993 - Niterói RJ - 2º A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no MAC/Niterói
1993 - Porto Alegre RS - Arcangelo Ianelli, Antonio Henrique Amaral e Francisco Stockinger, na Bolsa de Arte de Porto Alegre
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil 100 Anos de Arte Moderna, no Mnba
1993 - São Paulo SP - Exposição Luso-Nipo-Brasileira, no MAB/Faap
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1993 - São Paulo SP - Portugal-Japão: mares navegados, no MAB/Faap
1993 - São Paulo SP - Representação: presenças decisivas, no Paço das Artes
1994 - Monterrey (México) - Prêmio Marco, no Museo de Arte Contemporáneo de Monterrey
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Xilogravura: do cordel à galeria, no Metrô e no Masp
1994 - Seul (Coréia do Sul) - Humanismo e Tecnologia, no Museu Nacional de Belas Artes
1995 - Monterrey (México) - Prêmio Marco, no Museo de Arte Contemporáneo de Monterrey
1995 - Nova York (Estados Unidos) - New Acquisitions - 20th Century Collection, no Metropolitan Museum of Art
1995 - Santa Bárbara (Estados Unidos) - Point/Counterpoint: two views of 20th Century Latin American Art, no Santa Barbara Museum of Art
1995 - São Paulo SP - O Desenho em São Paulo: 1956-1995, na Galeria Nara Roesler
1995 - São Paulo SP - Projeto Contato, na Galeria Sesc Paulista
1995 - São Paulo SP - 1º United Artists, na Casa das Rosas
1995 - São Paulo SP - Visual Road, no Renato Magalhães Gouvêa Escritório de Arte
1996 - Belo Horizonte MG - Impressões itinerantes, no Palácio das Artes
1996 - Monterrey (México) - Prêmio Marco, no Museo de Arte Contemporáneo de Monterrey
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - Off Bienal , no MuBE
1996 - São Paulo SP - Seis Artistas Atemporais, na Múltipla de Arte
1997 - Monterrey (México) - Prêmio Marco, no Museo de Arte Contemporáneo de Monterrey
1997 - Porto Alegre RS - 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, na Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1997 - Porto Alegre RS - Vertente Política, na Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1997 - São Paulo SP - Apropriações Antropofágicas, no Itaú Cultural
1998 - Brasília DF - Futebol Arte, no Ministério das Relações Exteriores
1998 - São Paulo SP - Futebol Arte, no Memorial da América Latina
1998 - Rio de Janeiro RJ - Futebol Arte, na Casa França-Brasil
1998 - Paris (França) - Futebol Arte
1998 - Marselha (França) - Futebol Arte
1998 - São Paulo SP - Afinidades Eletivas I: o olhar do colecionador, na Casa das Rosas
1998 - São Paulo SP - Canibáliafetiva, n'A Estufa
1998 - São Paulo SP - Figurações: 30 anos na arte brasileira, no MAC/USP
1998 - São Paulo SP - Impressões: a arte da gravura brasileira, no Espaço Cultural Banespa
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1998 - São Paulo SP - Os Colecionadores - Guita e José Mindlin: matrizes e gravuras, na Galeria de Arte do Sesi
1999 - Niterói RJ - Mostra Rio Gravura: Acervo Banerj, no Museu Histórico do Ingá
1999 - São Paulo SP - 8 Artistas Brasileiros, na Galeria Sergio Caribé
1999 - São Paulo SP - O Brasil no Século da Arte, na Galeria de Arte do Sesi
2000 - Colchester (Inglaterra) - Outros 500: highlights of brazilian contemporary art in UECLAA, na University of Essex
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Still Life: reflections of time and place, no El Museo del Barrio
2000 - Rio de Janeiro RJ - Coleção Ferreira Gullar de Pinturas Brasileiras, no MAM/RJ
2000 - São Paulo SP - Arte e Erotismo, na Galeria Nara Roesler
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Contemporânea, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural
2000 - São Paulo SP - O Papel da Arte, na Galeria de Arte do Sesi
2000 - São Paulo SP - Obra Nova, no MAC/USP
2001 - Brasília DF - Investigações. A Gravura Brasileira, na Itaugaleria
2001 - Penápolis SP - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural
2001 - Porto Alegre RS - Coleção Liba e Rubem Knijnik: arte brasileira contemporânea, no Margs
2001 - São Paulo SP - Cultura Brasileira 1, na Casa das Rosas
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap
2001 - São Paulo SP - X Poéticas, n'A Hebraica
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial
2002 - São Paulo SP - 8 Artistas Brasileiros Contemporâneos, na Casa das Rosas
2002 - São Paulo SP - México Imaginário: o olhar do artista brasileiro, na Casa das Rosas
2002 - São Paulo SP - Portão 2, na Galeria Nara Roesler
2003 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Brazilianart, na Almacén Galeria de Arte
2003 - São Paulo SP - A Subversão dos Meios, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - Arte e sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - Arteconhecimento: 70 anos USP, no MAC/USP
2003 - São Paulo SP - Israel e Palestina: dois estados para dois povos, no Sesc/Pompéia
2004 - São Paulo SP - Still Life/Natureza Morta, na Galeria de Arte do Sesi
2004 - Niterói RJ - Still Life — Natureza Morta
2004 - São Paulo, SP - Cinqüenta 50
2005 - São Paulo, SP - O Retrato como Imagem do Mundo
2005 - São Paulo, SP - Pequenas Grandes Obras
2005 - São Paulo, SP - Nave dos Insensatos
2005 - São Paulo, SP - Pequenas Grandes Obras
2005 - Curitiba, PR - Arte em Metrópolis
2005 - Pequenas Grandes Obras
2005 - Erotica: os sentidos na arte
2005 - Caderno de Notas, Vlado 30 anos
2006 - Erotica: os sentidos na arte
2006 - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real
2006 - Clube de Gravura: 20 anos
2006 - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real
2006 - MAM [na] OCA: Arte Brasileira do Acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo
2006 - Viva Cultura Viva
2006 - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real
2007 - Museu da Solidariedade Salvador Allende: estéticas, sonhos e utopias dos artistas do mundo pela liberdade
2007 - Itaú Contemporâneo: arte no Brasil 1981-2006
2007 - Caminhos do Modernismo no Acervo dos Palácios
2007 - Vanguarda Tropical (2007 : São Paulo, SP)
2007 - Neovanguardas
2008 - 44ª Expo Arte FIEO
2008 - MAM 60
2008 - Brasil Brasileiro
2009 - Brasil Brasileiro
2009 - Brasil: terra de contrastes
2009 - Olhar da Crítica: Arte Premiada da ABCA e o Acervo Artístico dos Palácios
2009 - Pequenas Grandes Obras - Arte Contemporânea Brasileira
2009 - 40ª Chapel Art Show
2010 - Entre Atos 1964/68
2010 - Autorretratos e "Autorretratos"
2010 - Um Dia Terá Que Ter Terminado: 1969/74
2011 - Recortes de Coleções
2012 - 1911-2011 - Arte Brasileira e Depois, na Coleção Itaú
2012 - Sentido: matrizes de gravura
2012 - Tozzi-Amaral-Granato
2012 - A Arte como Narrativa: Um Concurso, Uma História
2012 - Sombras: Franco Terranova
2013 - 100 anos de Arte Paulista no Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo (2013 : Campinas, SP)
2013 - A Geodésia Museológica - a arte como representação cartográfica real ou imaginária
2014 - 140 caracteres
Exposições Póstumas
2015 - Era só saudade dos que partiram (2015 : São Paulo, SP)
2015 - Clube de Gravura: 30 anos
2016 - Gravuras - poéticas e técnicas diversas - mostra do acervo
2016 - Pop, Nova Figuração e Após
2017 - Modos de Ver o Brasil: Itaú Cultural 30 Anos
2017 - Memória e Momento: Salão Paranaense
2017 - Canto Geral: a luta pelos Direitos Humanos
2018 - AI-5 50 ANOS - Ainda não terminou de acabar
2019 - Os anos em que vivemos em perigo
2019 - Pequenos gestos: memórias diruptivas
2019 - Palavras Somam
2020 - Aglomeração Antonio Henrique Amaral
2020 - Realce (obras do acervo)
2021 - Enquanto Tudo Queima
Fonte: ANTONIO Henrique Amaral. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2023. Acesso em: 08 de fevereiro de 2023. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia
Amaral era formado em Direito pela Universidade de São Paulo. Iniciou sua formação artística na Escola do Museu de Arte de São Paulo nos anos 50, onde estudou desenho com Roberto Sambonet e gravura com Lívio Abramo. Também nesta época fez sua primeira exposição individual de gravuras, no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Em 1959 foi para o Pratt Graphic Institute, em Nova Iorque, onde estudou gravura com Shiko Munakata e W. Rogalsky. Em 1967 publicou o álbum de xilogravuras "O meu e o seu" e iniciou seu trabalho em pintura. Neste mesmo ano faz sua primeira individual, a série "Bocas", na galeria Astréia, em São Paulo. Em 1971 ganhou o prêmio de viagem ao exterior no Salão de Arte Moderna no Rio de Janeiro. Com o prêmio instala-se em Nova Iorque de onde retorna em 1981. Ao longo dos últimos 40 anos vem realizando diversas exposições individuais e tem participado de exposições coletivas no Brasil e no exterior. Sua obra está representada em coleções particulares, públicas brasileiras e estrangeiras. Amaral é ainda sócio-fundador da Associação Profissional de Artistas Plásticos de São Paulo (APAP).
Morte
Amaral faleceu no dia 24 de abril de 2015 em decorrência de câncer de pulmão, com o qual lutava há mais de um ano. Ele estava internado no Hospital Samaritano.
Obras
Conhecido principalmente pela série de pinturas em torno de bananas, realizada de 1968 até 1975, Antonio Henrique Amaral inicia sua trajetória artística com desenho e gravura. Com o fundamental aprendizado adquirido para sua formação na área, seus trabalhos ficaram marcados por mudanças de ordem política e cultural, principalmente no que diz respeito aos acontecimentos da década de 60 no Brasil, quando começa a incorporar elementos de gravura popular e figuração, extraída da cultura de massa. A busca por símbolos que remetam a uma situação, cujos sentidos são construídos e reiterados a partir de suas aparições é algo constante em suas representações. Em meados dos anos 60, de início, Henrique elege bocas e a figura do general para penetrarem suas pinturas e é através delas, que incorpora toda uma temática social agressiva, o contexto era marcado simplesmente pelos anos de chumbo no país. Desse período, destaca-se o álbum de sete xilogravuras coloridas O Meu e o Seu (1967), no qual revela de forma sintética a questão da interiorização do autoritarismo. Anos depois elabora a série Bananas e é por meio dela, que o artista consegue concentrar toda a sua insatisfação com o contexto histórico. A banana é trabalhada em diversas situações: solitária, em cachos, transpassadas por cordas, facas ou garfos, maduras, verdes ou apodrecidas e servem como metáfora, referindo-se tanto a ditadura militar, quanto a posição do Brasil em relação aos demais países democráticos. Com o passar dos tempos, Antônio Henrique do Amaral, lança mão de outras figuras-símbolos em sua pintura, criando séries baseadas no garfo, no bambu, em seios enormes e torsos, na mata e urbe estilizadas. Esse novo momento traz consigo novos significados, que vão de acordo com as fases e o encadeamento de épocas com a sua pintura e do relacionamento de sua obra com o mundo e a realidade.
Estilo
O estilo de Amaral está cheio de closes e ângulos estranhos. Suas pinturas são realistas, e com detalhe extremos. Seu uso de amarelos e verdes referem-se a bandeira do Brasil e, portanto, para os próprios brasileiros. Ele frequentemente usa coloração dramática, os valores escuros, e muita sombra. As verticais e diagonais que ele usa, especialmente em Alone in Verde (1973) e Battlefield º 31 (1974), trazem estresse e energia para suas pinturas, tentando evocar a sensação de que o que está acontecendo no Brasil é errado. Na coleção O Meu e o Seu (1967), ele transparece de forma clara sua posição crítica quanto a política brasileira da época, os problemas sociais e o individualismo.
Exposições
1958 — Instituto de Arte Moderna do Chile, Santiago, Chile
1958 — Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brasil
1958 — Universidade de Concepción, Concepción, Chile
1959 — Pan American Union, Washington, DC, E.U.A.
1960 — Galeria Antigonovo, São Paulo, Brasil
1960 — Petite Galerie, Rio de Janeiro, Brasil
1963 — Galeria Saber Vivir, Buenos Aires, Argentina
1963 — Galeria Mobilinea, São Paulo, Brasil
1967 — Galeria Astréia, São Paulo, Brasil
1967 — Galeria Mirante das Artes, São Paulo, Brasil
1968 — Associação dos Amigos do Museu de Arte Moderna, Sao Paulo, Brasil
1969 — Galeria Astréia, São Paulo, Brasil
1969 — Galeria do Hotel Copacabana Palace , Rio de Janeiro, Brasil
1970 — Galeria Círculo 3, La Paz, Bolívia
1970 — Centro Pedagógico y Cultural Portales, Cochabamba, Bolívia
1971 — Galeria Bonino, Rio de Janeiro, Brasil
1971 — Evalston Gallery, Londres, Inglaterra
1971 — União Pan Americana, (OEA), Washington D.C., E.U.A.
1972 — Galerie du Theatre, Genève, Suíça
1972 — Galeria Oscar Seraphico, Brasília D.F., Brasil
1972 — Galeria Bonfiglioli, São Paulo, Brasil
1972 — Galeria Merkup, México D.F., México
1973 — Galeria San Diego, Bogotá Colômbia
1974 — Lee Ault & Co. Gallery, Nova York, E.U.A.
1975 — Galeria Bonfiglioli, São Paulo, Brasil
1975 — Galeria Bonino, Rio de Janeiro, Brasil
1975 — Birmingham Art Museum, Birmingham, E.U.A.
1975 — Nashville Fine Arts Center, Nashville, E.U.A.
1976 — Patronato Pró Cultura, San Salvador, El Salvador
1976 — Museu de Arte Moderno, México D.F.,México
1976 — Galeria Bonfiglioli, São Paulo, Brasil
1977 — Galeria Bonino, Rio de Janeiro, Brasil
1977 — Galeria Guignard, Porto Alegre, Brasil
1978 — Lee Ault & Co Gallery, Nova York, E.U.A.
1978 — Bienal de Arte Latino Americana, São Paulo, Brasil
1979 — Cayman Gallery, Nova York, E.U.A.
1979 — Galeria Juan Martin, México D.F., México
1979 — Galeria Bonfiglioli, São Paulo, Brasil
1980 — Galeria Luisa Strina, São Paulo, Brasil
1980 — Galeria Bonino, Rio de Janeiro, Brasil
1980 — Forma Gallery, Miami, E.U.A.
1981 — Galeria Grifo, São Paulo, Brasil
1983 — Galeria Tina Presser, Porto Alegre, Brasil
1983 — Galeria da Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, Brasil
1983 — Galeria Bonfiglioli, São Paulo, Brasil
1984 — National Arts Centre, Ottawa, Canadá
1985 — Galeria São Paulo, São Paulo, Brasil
1985 — Paço Imperial, Rio de Janeiro, Brasil
1985 — MARGS, Museu de Arte Moderna, Porto Alegre, Brasil
1986 — Museu de Arte Contemporânea José Pancetti, "Obra sobre Papel - 30 anos", Campinas, Brasil
1986 — Museu de Arte Moderna de São Paulo ,"Obra em Processo :1956 -1986", São Paulo, Brasil
1986 — Galeria Montesanti, "Obra em Papel", São Paulo, Brasil
1987 — Galeria Montesanti, "Obra Recente", São Paulo Galeria Montesanti, "Obra Recente", Rio de Janeiro, Brasil
1988 — Opus Gallery (em conjunto com Elite Fine Art ) "Paintings 1980 -1988", Coral Gables, E.U.A.
1989 — Elite Fine Art, Coral Gables, E.U.A.
1992 — Elite Fine Art, Coral Gables. E.U.A.
1992 —Galeria do Memorial da América Latina, São Paulo, Brasil 1993: - Museu de Arte Moderna São Paulo, Brasil
1992 —Andy Jllien Galerie, Zurique, Suíça
1994 — Centro Cultural Mousonturm, Frankfurt, Alemanha
1994 — Haus der Kulturen der Welt, Berlim, Alemanha
1996 — Elite Fine Art, Coral Gables, E.U.A.
1997 — MASP, Museu de Arte de São Paulo, São Paulo, Brasil
1997 — Instituto Moreira Salles, São Paulo, Brasil
1997 — Dan Galeria, São Paulo, Brasil
1997 — Virtualitas Galerie, Berlim, Alemanha
1997 — Fundação Casa França - Brasil, Rio de Janeiro, Brasil
2000 — Galeria Nara Roesler, São Paulo, Brasil
2001 — Márcia Barroso do Amaral Galeria de Arte, Rio de Janeiro, Brasil
2002 — Galeria Nara Roesler, São Paulo, Brasil
2004 — Museu de Arte Moderna, São Paulo, Brasil
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 8 de fevereiro de 2023.
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A arte de Antonio Henrique Amaral é resistência
“Quando a arte dá o seu recado, ela transcende o tempo.” Com essa reflexão em sua última conversa com o Jornal da USP, o paulistano Antonio Henrique Amaral traçou a infinitude de seus desenhos, gravuras e telas. E hoje, cinco anos depois de sua morte, no dia 24 de abril de 2015, ele atravessa o tempo para marcar presença em sua primeira exposição virtual no Instituto Tomie Ohtake.
Aglomeração Antonio Henrique Amaral – Uma Exposição em Processo tem a curadoria de Paulo Miyada, arquiteto e mestre formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP. A mostra tem como meta aprofundar e divulgar a contemporaneidade da obra de Amaral. “É uma obra quase premonitória do momento atual”, observa Miyada. “A história da arte não é um repertório acabado. As transformações do presente fazem novas perguntas para o passado. O que há de mais incômodo e singular na linguagem de Antonio Henrique Amaral é justamente o que a torna pertinente hoje. O artista se relaciona com sentimentos conflituosos que estão na ordem do dia, enquanto lidamos com notícias de violência de Estado, abandono das comunidades que já viviam em condições precárias antes da pandemia, isolamento compulsório da população, associação de risco e ameaça à presença física e profunda cisão do debate social.”
Miyada optou por destacar na exposição a associação histórica entre parte da produção do artista e a ditadura militar que afetou a população brasileira entre 1964 e 1985. “Esse período deixou uma marca em vários trabalhos de Amaral e refletir sobre aquela época está entre as prioridades atuais, quando a sociedade discute múltiplas formas de autoritarismo.”
Ao montar o projeto da exposição virtual, Miyada buscou o questionamento que considera mais relevante e que está além do debate sobre as mídias e espaços expositivos: “Quando tudo parece tão urgente, e é tão inquietante e dolorido, quais as histórias que realmente precisamos contar?”.
Miyada foi buscar a história de Amaral através da sua produção em papel: desenhos, gravuras e estudos. “Esses conteúdos incluem análises de obras, reflexões históricas, digressões ensaísticas e troca de imagem e palavra com artistas jovens, convidados a responder a obras específicas do artista”, explica. “Justamente em um momento em que o caráter cáustico, desconcertante, trágico e vistoso da produção de Antonio Henrique Amaral parece mais do que atual, as redes sociais do Instituto Tomie Ohtake se tornam um farol que projeta suas imagens ao mundo.”
A expectativa é mostrar que a obra de Amaral é singular, experimental e visceral, o que permite que ela seja lida de múltiplas formas, sejam elas diretamente políticas, sejam mais sensoriais ou formais.
Antonio Henrique Amaral nasceu em São Paulo no dia 24 de agosto de 1935. Formou-se em Direito na USP. Mas defendeu a democracia, a igualdade e a paisagem brasileira através da arte. Uma trajetória que começou no final dos anos 1950, estudando na Escola do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e tendo aulas de gravura com Lívio Abramo e de desenho com Roberto Sambonet. Passou um período entre os ateliês que montou em Nova York e São Paulo. Expôs no Brasil, Estados Unidos, América Latina e Europa. “Construiu uma poética marcada pela figuração expressiva e evocativa, capaz de condensar estados de espírito pessoais e coletivos”, destaca Miyada.
Na exposição virtual, há várias imagens que traduzem o seu pensamento crítico. A xilogravura Diálogo Frustrado, de 1967, traz a paisagem de duas mãos, uma negra e outra branca, abertas e espalmadas, mas que não se tocam. Estão espalmadas entre dois rostos, um branco e outro negro, com a língua para fora, como se quisessem berrar, protestar. “A gravura impressa em tinta preta define personagens complementares, no que se refere ao preenchimento ou não das linhas de contorno, mas redundantes no que tange a seu papel no processo comunicacional. Esquemáticos, os rostos se condensam em carrancas tomadas por bocarras que lançam gritos e perdigotos imaginários”, comenta Paulo Miyada.
Também na gravura Bocas, de 1967, há várias bocas amarradas, formando um círculo, em destaque uma cor quase vermelha. Quem será que quis calar a boca do artista? Também em conversa com o Jornal da USP, Amaral respondeu que recebeu, em plena ditadura militar, visitantes inesperados que queriam ver o que estava pintando. Na época, estava se dedicando à série das Bananas, que pintou de 1968 até 1975. “Eles olharam e questionaram: ‘Nossa, mas você gosta muito de bananas’. Não entenderam nada e foram embora.”
O pintor com suas bananas espetadas por garfos, enforcadas, tinha dado o seu recado. Bananas para a ditadura. Uma gravura sem título, de 1974, com três bananas, uma pela metade, suspensas por uma corda como se estivessem enforcando dois seres e meio, está na mostra virtual. “A expectativa é mostrar que a obra de Amaral é singular, experimental e visceral, o que permite que ela seja lida de múltiplas formas, sejam elas diretamente políticas, sejam mais sensoriais ou formais”, explica o curador. “A principal resistência de Antonio Henrique Amaral foi resistir a acomodar-se no papel do artista que faz coisas belas e dóceis.”
“Trabalhos e estudos serão expostos enquanto continuarão a pesquisa e reflexão sobre a trajetória vivaz do artista por seis décadas.”
Quando os museus e centros culturais saírem do confinamento, o público vai poder ver e conferir a arte de Antonio Henrique Amaral pessoalmente. “A partir dessa reabertura, em cronograma ainda pendente, uma das salas do instituto vai dispor de forma despojada, similar a uma sala de estudos, diversas obras com papéis do acervo do artista. Trabalhos e estudos serão expostos enquanto continuarão a pesquisa e reflexão sobre a trajetória vivaz do artista por seis décadas.”
O Instituto Tomie Ohtake promove atualmente, informa Paulo Miyada, diversos projetos em suas plataformas. “Além da exposição de Antonio Henrique Amaral, temos uma linha editorial digital chamada #juntosdistantes, apresentando materiais educativos, debates e cursos on-line em nossas plataformas, sem saturar os nossos públicos.”
Fonte: Universidade São Paulo - USP. Consultado pela última vez em 8 de fevereiro de 2023.
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Entrevista Antônio Henrique Amaral | Digestivo Cultural
Através do artista plástico paulistano Sergio Niculitcheff conseguimos marcar uma entrevista com Antonio Henrique Amaral. Participaram do encontro, além de mim, o artista Marcos Ribeiro, Décia Foster (que no momento pesquisava a arte política de Amaral) e o próprio Niculitcheff. A entrevista foi gravada e transcrita por mim. O que se publica aqui é apenas uma parte da agradável e longa conversa que se deu no atelier do artista, no Butantã, em São Paulo, em outubro de 2009 e, em seguida, por e-mail, em novembro de 2010. A entrevista é inédita.
Antonio Henrique Amaral relembra e explica algumas de suas obras políticas, feitas no período militar, como, por exemplo, seus trabalhos sobre o assassinato de Vladimir Herzog. Debate também questões sobre a arte contemporânea, avalia artistas e carreiras artísticas, como a de Hélio Oiticica, pensa ainda o governo Lula e reflete sobre os processos que envolvem a criação em arte. ― JDC
Décia: Durante o período em que o sr. fez obras de caráter político, com o objetivo de criticar e debochar da ditadura, houve algum momento em que se sentiu ameaçado ou afrontado?
Na verdade, não. Mas houve dois episódios, um no qual uma obra minha foi retirada da Bienal da Bahia, foi censurada, e depois em 1971, quando fui convidado para expor em Washington, na Galeria da União Panamericana, no prédio da OEA. O adido militar brasileiro que estava no dia da inauguração, General Montanha, me perguntou o que eu queria dizer com aquelas bananas, pois só tinha bananas na exposição. Aí eu tive que enrolar, dizendo que era apenas uma pesquisa formal; tergiversei, pois não podia dizer que eu fiz isso porque eu achava que o Brasil estava se transformando numa Banana Republic... Mas, enfim, senti que ele não ficou muito à vontade com a exposição.
Jardel: Isso ainda no período militar?
Sim, isso no período militar, 1971. Aí eu fui para Londres e inaugurei uma exposição onde aluguei macacos, e na inauguração foi servido coquetel de banana, caipirinha de banana e havia macaquinhos vestidos de verde e amarelo, que ficavam pulando no ombro das pessoas. Foi um sucesso. Mas não houve ameaça pessoal. Porque os militares estavam mais preocupados com a música popular, que atinge mais público. Teatro também. Eles estavam invocados com o teatro e o cinema, essas manifestações de massa. Porque as artes plásticas, a gente sabe, é para um público muito pequeno e, de certa forma, inofensivo politicamente... E outra coisa: quando eu expus a série de bananas, os jornais e a crítica falaram muito; então eles deitavam e rolavam em cima dos meus trabalhos, porque era uma maneira de, indiretamente, fazer uma crítica, uma sátira, uma zombaria do governo militar, dessa autoridade opressiva. E é difícil o cara se expor ao ridículo censurando uma exposição de bananas. Então, o recado passava.
Jardel: Quer dizer, então, que com as bananas o seu interesse era comentar a ditadura?
Sim, comentar a Banana Republic que os militares estavam construindo aqui no Brasil, e também aprender a pintar, sempre aprendendo a pintar, desenhar...
Jardel: A narrativa, da banana, estava pronta na cabeça do senhor primeiro sendo amarrada, até, em seguida, ela ser esquartejada?
Essa ideia da banana surgiu depois das bocas e das xilogravuras dos Generais de 1964, 65... Eu pintava as bocas antes. Os Generais já tinham uma abordagem sarcástica com as línguas, com os generais montados em burros ao contrário, tudo isso com as xilogravuras. Agora, quando eu vi a montagem da peça do Zé Celso Martinez, O Rei da Vela, de Oswald de Andrade, aí foi uma revelação para mim, aquele espírito oswaldiano de deboche, de ironia, sarcasmo, de O Rei da Vela, que era um texto muito crítico da nossa realidade, do provincianismo de nossas elites, do atraso cultural de nosso povo em relação ao resto do mundo ocidental, da cópia descarada das modas francesa, americana, europeia. Então eu pensei: por que não as bananas? E a primeira exposição causou muito impacto, pois só tinha banana. "Como? Só banana?" Eu queria deixar bem explícito o que eu estava fazendo, deixar bem claro o comentário, entende? Então era só banana mesmo.
Jardel: Essa série da banana que está amarrada, depois destruída, isso parece o calvário de um preso político que é preso, amarrado, pendurado e depois torturado.
O espírito da obra é um pouco isso mesmo. Como escreveu o filósofo e brilhante pensador Vilém Flusser, em um ensaio escrito em 1974 depois de uma visita ao meu estúdio em Nova York, é uma reflexão visual sobre o sadomasoquismo da realidade brasileira, da relação sadomasoquista entre autoridade e povo. Porque os militares achavam que a gente era idiota, que todos nós éramos idiotas e que eles é que tinham a verdade e sabiam o que fazer, e os civis, os trabalhadores, estudantes e os artistas eram todos inúteis e babacas, pessoas que deveriam ser silenciadas, amordaçadas, controladas e, se necessário, torturadas para não atrapalhar a marcha da ditadura... Aí, quando cheguei aos EUA, comecei a série dos Campos de Batalha. Foi uma forma de eu superar a fase das bananas, encerrar essa etapa de meu trabalho das bananas. A banana começava verde, inteira, depois sendo amarrada, cortada em pedaços e depois entraram os garfos e as facas. E eu pensei: eu não quero me encaixotar num tema.
O problema do artista é que muitas vezes tem sucesso numa determinada fase do seu trabalho e fica escravo daquela fase e não consegue sair. Di Cavalcanti pintou mulatas até o fim da vida. Eu falei: não vou entrar nessa, ficar encaixotado num período. Estou há trinta anos fazendo outras coisas. Inclusive, eu acho os outros caminhos muito mais ricos, porque é uma aventura muito mais perigosa. Você começa um trabalho como este aí e não sabe para onde vai [Antonio Henrique aponta para suas novas telas abstratas, ainda por terminar, no fundo do atelier.]
Sergio Niculitcheff: A coisa interessante do artista é isso, é o risco, cada novo trabalho é um novo risco, não é uma coisa pronta, cada trabalho é uma coisa nova.
Você só o vê quando termina. Picasso dizia que, se ele tivesse o quadro pronto na cabeça, ele nem pintava. Para que pintar se ele já está pronto na minha cabeça? Ele só vai ficar pronto depois de executado. Agora, a série das bananas foi construída, friamente calculada, eu desenhava as cordas, as bananas com cordas, eu as colocava na minha frente, amarrava com barbante e depois desenhava, fotografava, pintava...
Marcos Ribeiro: Sua obra foi marcada pelo surrealismo também?
Eu acho que às vezes há uma conotação surrealista no sentido de que havia fantasia, não era inteiramente realista como estava na moda em Nova York, fotorrealismo. Não tenho muita preocupação de coerência estética ou teórica, nem temática, nem formal. A liberdade de ser e de não ser, de mudar, de se contradizer, de se aceitar com todas as incoerências do ser humano é um bem que o artista tem que preservar; seu espaço poder mudar a qualquer momento, de acordo com a solicitação interior. Mudar porque seu movimento interior exige que você mude. Baudelaire dizia que a obra de arte é determinada por dois fatores: um mais circunstancial, a Época, a Moda, a Moral, a Paixão. E outro mais eterno, pela Busca Interior do homem para achar respostas para as questões fundamentais do ser humano: quem somos, de onde viemos, para onde vamos e o que fazemos aqui e por quê... O que significa tudo isto, a vida, o Universo... Não é, Sérgio?
Sergio Niculitheff: Por uma necessidade interior, não é?
Por uma necessidade interior, espiritual. Porque é uma necessidade sua... Eu recusei muitos convites para exposições quando terminei a fase das bananas. Recusei, porque não pintava mais as bananas... A busca era outra... Chega uma hora em que a razão de ser de alguma coisa se encerra, outras coisas, outras buscas se impõem. Quando uma coisa morre, outra coisa nasce.
Jardel: Uma coisa que eu queria saber é se havia por parte do sr. um engajamento, leituras marxistas, partidarismo etc.
Não, nenhum. Nunca fui marxista, socialista ou esquerdista... Era, sim, contra a Ditadura Militar Brasileira. O Mário Pedrosa uma vez me perguntou por que eu não era comunista. Ele e o Ferreira Gullar na época eram comunistas. Eu não era comunista; para mim, ser membro do Partido Comunista é como ser encerrado dentro de uma casa, e eu prefiro andar na rua. Eu quero ver a paisagem, eu quero ver o que está acontecendo na rua. Não quero ficar dentro de um quadro partidário e pautar minha vida de acordo com princípios partidários, teóricos, fixos, rígidos e divididos de socialismo, capitalismo, elite, povo, esquerda, direita. A coisa é muito mais complicada, mais complexa. Eu não me enquadro nisso, falei para o Mário Pedrosa. Ele dizia: "Mas você devia ser comunista". Nos anos 70 era bacana ser comunista. O Niemeyer, até hoje, o Jorge Amado, Picasso, era bacana você ser comunista. E mais ainda se você fosse elite cultural, social...
Jardel: Havia também uma patrulha que exigia que as pessoas se filiassem.
É, tinha isso. Agora, veja bem, o Gullar, por exemplo, é um homem que eu admiro porque teve a coragem de romper com tudo isso. Rompeu com o socialismo, o comunismo, chegou um momento em que ele disse: "isso não é exatamente o que eu acredito hoje em dia". Então, ele renovou, ele mudou. Durante uma época você é comunista, depois de uma reflexão você percebe que aquilo não funciona. Ele teve a coragem de mudar.
Todos nós erramos, mesmo diante desses fatos recentes. Mas quem não tem acesso à informação erra mais porque sabe menos. Se você não tem informação, não tem o mínimo de cultura, de experiência administrativa, você vai errar mais e vai ser usado por políticos espertalhões que sabem como se maneja o poder. Foi o que aconteceu com o Lula e o PT, no episódio do Mensalão... Socialmente, o fato de ter desenvolvido o Bolsa Família e propiciar mais alimento e mais consumo pra uma considerável parcela da população brasileira é positivo, foi um passo adiante: Lula de certa maneira veio harmonizar o Sul com o Norte, os ricos banqueiros com o povão necessitado, sem criar atritos sociais muito fortes... Quase não houve greves nem conflitos nos últimos anos, com exceção dos cidadãos comendo e consumindo mais... Isso é o lado positivo, muito positivo para o desenvolvimento econômico do país... se será um fator de evolução de nossa qualidade de vida, temos que esperar para ver...
Décia: E com todos esses acontecimentos o sr. não tem vontade de voltar a trabalhar com temas políticos?
Não tenho saco (risos). Outra vez, fazer comentários políticos?! Eu fazia nas ilustrações que são bastante mordazes [Antonio Henrique ilustrava a coluna dominical de Ferreira Gullar, no jornal Folha de São Paulo.] Uma das últimas que fiz, por exemplo, é o Lula no meio de notas de dólares, de cruzeiros e reais. Eu penso, mas a arte... a política... é um aspecto da vida, mas não é tudo, nós temos outras preocupações que transcendem a realidade política.
Sergio Niculitcheff: Inclusive, eu queria comentar uma coisa sobre a série das bananas, que é importante por causa da ditadura, mas independente disso tudo é uma excelente pintura, o valor não é somente por causa do tema.
Eu aprendi a pintar através das bananas. Quando eu conheci a Tarsila [do Amaral], em 1970, ela já estava velhinha, numa cadeira de rodas, foi na rua Augusta, numa galeria, e ela me disse: "interessante sua forma de aprender a pintar usando a banana". É pintura, claro... Interessante o que você falou. É sempre pintura, é sempre um exercício de pintura.
Jardel: Vamos voltar aos anos 70. Por exemplo, o caso Herzog. Como foi a notícia da morte dele e esses seus quadros sobre ele?
A notícia da morte dele... eu me lembro até hoje, foi manchete em todos os jornais... O Herzog era um cara que frequentava as galerias de arte, ia às inaugurações de exposições, ele e a mulher dele, a Clarice. Era um cara de trinta e poucos anos, jovem, diretor de jornalismo da TV Cultura. E de repente ele vai depor, todo mundo sabia que ele ia depor, e no dia seguinte aparece a notícia da morte dele. Foi um choque, saiu no Estadão em página inteira, no Jornal da Tarde. Sob esse impacto eu resolvi pintar quatro quadros que eram A Morte no Sábado ― Tributo à morte de Vladimir Herzog. O fato de os militares matarem uma pessoa dessa qualidade humana, cultural, foi um choque, e o cinismo brutal de tentar afirmar que tinha sido suicídio...! Um horror!
Jardel: Houve censura aos quadros nessa época ou não?
Não foram imediatamente expostos. Quando completou um ano da morte dele eu os doei para o Sindicato dos Jornalistas. Depois começaram a serem expostos em exposições.
Jardel: Mas o povo não tinha acesso...
Não tinha. O povo sempre teve pouco acesso à cultura, o povo sempre teve muito acesso ao futebol, às noticias sobre futebol, com o apoio de toda a elite política que se protege à sombra do noticiário futebolístico... O fato de a gente fazer coisas que não são imediatas, que não são claras, exige que as pessoas pensem, se informem, sintam, abram a cabeça. É o papel civilizador da arte. Música popular é de consumo imediato, o cara não precisa pensar, a letra entra, sai. Claro que tem compositores como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gil, Vinicius, Tom Jobim e tantos outros que fazem musica para a pessoa ficar mais alerta. Mas, em geral, o povo brasileiro gosta mesmo é de música que entra por um ouvido e sai pelo outro...! "Eguinha Pocotó" e coisas do gênero...!
Décia: A fase das bananas foi mais zombando, mas o caso Herzog foi um grande impacto que o fez expressar seu sentimento de revolta?
Exatamente. Porque houve outras mortes. Mas foi emblemática a morte de Herzog. Também o caso do filho da Zuzu Angel, o caso do Paiva, que foi jogado do avião... Como o Herzog era um jornalista da TV Cultura, tinha uma projeção maior do que o Paiva, que era um ativista. No fundo essa obra vale para todos os mortos, vítimas da violência da ditadura militar.
Marcos Ribeiro: O Ferreira Gullar tem uma visão particular sobre a arte contemporânea. Você concorda com ele ou gosta de alguns modelos de arte que se pratica hoje?
O Gullar é radicalmente contra uma série de coisas... Ele acha isso e aquilo um desastre. Eu sou mais tolerante. Mesmo que eu não entenda (risos). Mesmo que eu não compartilhe. Muita gente curte, portanto, deve-se aceitar muita coisa nova que vem com as novas gerações…
Jardel: E o que acha dessa coisa nos anos 60 e 70, por exemplo, dos objetos, fim do suporte, aquela coisa toda?
Isso mexia com a gente, porque nos anos 60 havia a performance, a arte conceitual. Eu cheguei a Nova York e isso estava muito na moda, a body art, Beuys, a influência de Marcel Duchamp. Eu fui a uma performance, do Vito Acconci, era uma dentro de um loft, alguns convidados em volta e ele se açoitando, entendeu? (risos). Tinha gente sangrando ali no meio. Tinha aquele alemão que se mutilou. Isso era a body art, performance. Ele acreditava; é um artista muito considerado na Europa.
Eu acho que a arte é coisa de vida, vital. Tem que se trabalhar para o ser humano de alguma maneira... Ninguém quer destruir nada. Eles fazem isso achando que estão construindo... Minha maneira de construir, a maneira do Niculitcheff, é outra. É o trabalho do pintor, do desenho... Se é antiga ou não... A gente nunca sabe o que é melhor... Para mim são achados inteligentes. Agora, se o achado inteligente é arte, e se é boa arte, só o tempo vai dizer. O que vai sobrar disso? Só vamos saber com o tempo. Pesquisar novas formas de se expressar é sempre positivo.
Sergio Niculitcheff: É uma coisa que só o tempo vai peneirar mesmo. Na minha época havia vários artistas que foram fazer outra coisa da vida.
Décia: Depois, o que fica?
O Gullar é o único que tem coragem, com razão ou sem razão, de se opor a isso. De refletir e expor sua posição contrária a determinadas instalações bizarras... Por isso é admirado por uns e odiado por outros.
Todos: Odiado pela maioria...
A maioria acha que ele é reacionário. Ele está tendo coragem de expressar a opinião dele. Ele está sendo honesto com o que acredita. Eu admiro isso nele. Mas as opiniões dele são as dele...
Marcos Ribeiro: Ele está questionando a gratuidade contemporânea...
A gente não sabe o que é modismo, o que é mercado, e o que permanece, o que tem mais consistência... só o tempo vai peneirar. Certas linguagens atuais me são completamente indiferentes, não me dizem nada, não me sensibilizam... Talvez seja uma deficiência de minha capacidade de percepção ou a coisa realmente não estar bem proposta... Vai saber... um dia o tempo nos dirá. Talvez estejamos sendo superados pelas novas tendências hegemônicas, quem sabe a gente vai envelhecendo e perdendo a sintonia com as novas linguagens, pode ser... Sempre acontece isso nas gerações que se sucedem umas às outras. Sou e assumo que sou um artista que fez sua obra no século passado, no século XX. Como estamos no século XXI, vai saber...!
Sergio Niculitcheff: A gente tem um gosto, ele tem o seu... Mas independente da questão de gosto, acho legal que as pessoas estejam fazendo arte.
Com certeza, as pessoas têm é que se expressar. Essa "falta de respeito" às formas tradicionais é fundamental. Se a gente fosse fazer apenas o que é tradicionalmente aceito não haveria transformação e as linguagens se repetiriam... seria uma chatice!
Sergio Niculitcheff: Como a gente vê a coisa agora... já esfriou. Mas, na época...
Na época, fazer uma banana de dois metros amarrada e cortada por uma faca e espetada por um garfo, sangrando... O que é isso? Foi uma novidade, no seu contexto, hoje estamos em novo contexto...
A época hoje é complicada, pois estamos passando por uma rapidez tão grande em termos de transformações tecnológicas, e a arte procurando se entender com esta nova realidade... A tentativa de fazer vídeo-arte, arte cinética... Não, cinética, não, isso é passado, a arte eletrônica, com circuitos eletrônicos, computer art, internet...
Todo mundo decreta o fim da pintura e de repente aparece a pintura chinesa, a pintura italiana, a pintura alemã, os novos expressionistas alemães nos anos 80 e 90... A pintura estava morta nos anos 70, diziam que, com a arte conceitual e a performance, estava morta.
Houve uma performance nos EUA que a inauguração era o artista falando, aí o comprador... o que fazia? Comprava a conversa do cara (risos). A galeria vendia uma hora de conversa com o artista por 10 ou 20 mil dólares. O sujeito comprava e guardava a fita da conversa com aquele artista conhecido que saiu no New York Times.
Sergio Niculitcheff: Tem essa coisa de aceitar as várias linguagens, mas a questão do gosto deve ser colocada também. Tem coisas que eu reconheço que é arte, mas de que não gosto. Agora, a Bienal eu acho uma bomba. Vou ver apenas o que me interessa mais.
Eu não consigo me comunicar com muita coisa. Por exemplo, não tenho o menor interesse nos parangolés do Hélio Oiticica (risos). Não me dizem nada...
Então, como você falou, tem que saber qual é o seu gosto. No fundo, isso te remete a um autoconhecimento. Você deve saber, diante da multiplicidade da vida contemporânea, onde você se encaixa, "qual é a sua", qual é o seu caminho, onde você está, quem você é, dentro dessa balburdia da vida contemporânea, dos diversos caminhos que se abrem profissionalmente, socialmente, emocionalmente. A gente tem que ser honesto com o que a gente é. Não pensar só com a cabeça, sentir... Sentir com a emoção. A coisa te toca? Emociona? Ou é apenas um discurso teórico cheio de palavras eruditas que "explicam" o objeto em questão?
Sergio Niculitcheff: Porque o trabalho do Oiticica deve servir para algumas pessoas. Tem seus nichos, seus espaços.
Interessante no Hélio é sua atitude de subversão dos meios. Mas sabe essa coisa de "Seja Marginal, Seja Herói", esse culto ao traficante de drogas, Cara de Cavalo, já teve seu tempo, não pega bem hoje. Talvez esse romantismo seja muito datado, anos 60, 70 ... Já era, não durou muito. Não me diz nada essa abordagem de cultuar o traficante, o marginal, tem apenas interesse histórico e os objetos interessam a colecionadores que desejam ter obras do período, mas... Há atitudes mais dignas e criativas no mundo da subversão da forma, da linguagem.
Jardel: É uma coragem falar assim sobre o Oiticica, que é quase mistificado no Brasil. Falar: "Eu gosto disso do Oiticica ou eu não gosto daquilo".
Sou apenas um pintor, desenhista e gravador. O universo do Hélio, embora eu tenha consciência de que ele é importante para muita gente que admira suas coisas e o tem como um grande ídolo, não me toca muito, não. Procuro ser honesto comigo mesmo e com minha sensibilidade. As teorias estéticas estão para mim assim como a ornitologia está para os pássaros, como dizia o pintor americano Barnett Newman.
Jardel: Quando fala isso, as pessoas se incomodam, pois é o santo deles.
Mas acontece que não sou muito religioso e, como sabemos, muitos santos e todos os ídolos têm pés de barro ou são apenas santos do pau oco...
Marcos Ribeiro: Em arte temos que investigar...
A gente tem que refletir sobre essas coisas. A gente reflete sempre. No fundo, o sentimento da gente tem que ser de perplexidade permanente. O meu, por exemplo, é: perplexidade com o mundo à minha volta e perplexidade comigo mesmo, porque me surpreendo a cada dia com meus pensamentos, sentimentos e comportamentos, pois não me acostumo comigo mesmo e nem com os outros, porque as coisas mudam muito rapidamente, o tempo passa muito rápido, as coisas se transformam numa velocidade muito grande. Isso torna a vida muito interessante. Complicada, mas interessante.
É muito arriscado você dizer que isso é bom ou ruim em arte, eu acho. Certas obras e artistas não fazem a minha cabeça, eu prefiro outra confusão, outra desordem; para mim, a desordem do ser humano é mais bem expressa em obras menos intelectuais, menos cerebrais, mais confusas, mais surreais e contraditórias. Nossa cabeça e nossas emoções são muito mais loucas do que as cuidadosas construções dos geométricos e concretos e neoconcretos... A contradição, a confusão e a incoerência são muito mais as marcas do ser humano do que a ordem e a geometria, ou melhor, um mix de loucura e de geometria caracteriza a contradição humana.
Porque essa coisa muito ordenada, muito asséptica, é interessante, elegante, decorativa... Mas, enfim, você não pode ter um julgamento de valor. Deve estar aberto para absorver aquilo que te interessa e repudiar o que não faz sua cabeça. Sem julgamentos, com emoção, mas sem prepotência ou certezas, pois no mundo das artes, e das emoções humanas, nada é certo nem definitivo, muito pelo contrário, tudo é precário e temporário... Tudo é muito incerto e passageiro...
Sergio Niculitcheff: Na História da Arte mesmo tem artistas famosos que não me interessam. Eu reconheço seus valores, mas não gosto. Por exemplo, o Vlaminck. Eu não consigo engolir.
Renoir, Degas são meio chatos... Eu reconheço que são pintores importantes na história da arte, mas...
Marcos Ribeiro: E Picasso, você gosta?
Sim... Picasso é unanimidade, não? Picasso é o pai de muita gente.
Jardel: Picasso rompia sempre...
Ele foi um artista em incessante movimento. Ele tinha coragem de romper e sempre ser honesto com ele até o fim da vida.
Sergio Niculitcheff: Os últimos trabalhos dele dão de dez em muitos trabalhos contemporâneos.
Ele tinha uma liberdade, uma energia, uma vida interior, seja de ordem emotiva, sexual, intelectual, desde a fase do Cubismo, que era mais espiritual, intelectual, até esta parte mais sensual, das gravuras, das suítes Vollard. Ele se põe ali dentro como um velho voyeur, a dirty old man... Ele era profundamente honesto e íntegro. Alguém vem dizer que ele era um palhaço, um ganhador de dinheiro, isso ele era também. Nós somos feitos de muitas almas... ninguém é completamente íntegro e coerente. Ser coerente é aceitar a sua incoerência e a alheia e não exigir de si nem do próximo uma coerência falsa...!
Sergio Niculitecheff: O interessante é que ele se colocava no seu trabalho, colocava tudo isso no trabalho dele.
E ele tinha essa coragem de mudar, não se classificar, se autodefinir... Ora era figurativo, ora era cubista ou ceramista, ou gravador, mas sempre com muita energia e sinceridade. Agora, você veja, nós estamos falando dentro de nosso contexto, de nossa situação de São Paulo. Você vê: coloca uma obra de Picasso na periferia de uma cidadezinha do interior... eles não vão decodificar a linguagem picassiana... Não conhecem. Já o bom grafite é outra coisa. Aquilo abre as portas para muita gente começar a pintar, aprender, e ir para outra. O que faria o Basquiat aos 50 anos?? Porque ele morreu aos vinte e poucos. O Leonilson conseguiu fazer uma obra extremamente pessoal, o que não é pouca coisa...! Você ser pessoal e original é uma vitória, é muito difícil... Fazer um trabalho original, pessoal, é uma grande e difícil conquista.
Sergio Niculitcheff: O que é mais difícil... porque o resto você consegue administrar tecnicamente. Mas "se colocar no trabalho" é a parte mais difícil.
O artista tem que se colocar mesmo, e essa é a marca da originalidade. Na maneira de você trabalhar não apenas tematicamente, mas no gesto, na forma, na textura, nos materiais, nos meios escolhidos, sejam eles quais forem... Isso dá o caráter pessoal, sua assinatura. Se isso vai contribuir ou não para a arte universal, a gente não sabe, e não tem a mínima importância saber. Se vai morrer com a gente ou se vai permanecer, não é nosso assunto...
Jardel: O que vale mesmo é a aventura.
A aventura, enquanto você está vivo, fazendo aquilo e sendo honesto com o trabalho que está fazendo. Você tem que fazer seu trabalho como se fosse para sempre com toda integridade... estar sempre "inteiro na jogada".
Sergio Niculitcheff: Mas existem estes artistas que fazem as coisas só para venderem mesmo, tipo Romero Britto. Porque tem mercado e o mercado faz aquela pressão... E o cara "supre" aquele consumidor que só quer isso.
Romero Britto é um caso de sucesso eminentemente comercial. Ele desenvolveu uma fórmula pessoal de fazer suas coisas, bebeu em várias fontes, fez, deu certo comercialmente, trabalhos manuais bem feitinhos, objetos de decoração que têm inegável sucesso comercial, junto a um público bem específico... Se é isso que ele quer, tudo bem.
Sergio Niculitcheff: Ele atingiu os objetivos dele.
O Brasil é e sempre foi um país atrasado em relação ao resto do mundo ocidental. E nos anos 40, em plena guerra, Picasso já tinha pintado a Guernica, o cubismo, Les Demoiselles d'Avignon, o Expressionismo Abstrato da Escola de Nova York estava a todo vapor, Pollock, Motherwell, Rothko trabalhavam, e o pessoal daqui fazendo estripulias bem comportadas na Semana de Arte Moderna de 22, e casinhas, paisagens, marinhas agradáveis, retratos...
Há uma distância cultural imensa, porque o maravilhoso e vertiginoso século XX já tinha começado na Europa, Estados Unidos, México... Você tem que partir sempre de sua experiência pessoal, de seu ambiente imediato, mas saber o que está acontecendo no resto do mundo é fundamental... Isso sempre enriquece sua experiência pessoal, não para substituí-la, mas para enriquecer sua experiência de viver e trabalhar...
Fonte: Digestivo Cultural. Consultado pela última vez em 8 de fevereiro.
Crédito fotográfico: Digestivo Cultural. Consultado pela última vez em 8 de fevereiro.
Antônio Henrique Abreu Amaral (São Paulo, 24 de agosto de 1935 — São Paulo, 24 de abril de 2015), mais conhecido como Antônio Henrique Amaral, foi um pintor, gravador e desenhista brasileiro. Era irmão da historiadora e crítica de arte Aracy Amaral, da cineasta Suzana Amaral e da dramaturga, diretora e autora de teatro de animação Ana Maria Amaral. Formado em Direito pela Universidade de São Paulo, iniciou sua formação artística na Escola do Museu de Arte de São Paulo nos anos 50, onde estudou desenho com Roberto Sambonet e gravura com Lívio Abramo. Em 1959 foi para o Pratt Graphic Institute, em Nova Iorque, onde estudou gravura com Shiko Munakata e W. Rogalsky. Participou dos movimentos Surrealismo, Pop art e Tropicalismo, tendo obras em coleções particulares, públicas brasileiras e estrangeiras. Artista premiado por diversas vezes, incluindo o prêmio de viagem ao exterior no Salão de Arte Moderna no Rio de Janeiro, em 1971. Expôs extensamente pelo Brasil, México, Estados Unidos, Cuba, Chile, Inglaterra, Uruguai, Colômbia, Bolívia, entre outros. Amaral também foi o sócio-fundador da Associação Profissional de Artistas Plásticos de São Paulo (APAP).
Biografia – Itaú Cultural
Iniciou sua formação artística na Escola do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), com Roberto Sambonet (1924-1995), em 1952. Em 1956, estudou gravura com Lívio Abramo (1903-1992) no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Em 1958, viajou para a Argentina e o Chile, onde realizou exposições e entra em contato com Pablo Neruda (1904-1973). Viajou para os Estados Unidos em 1959, estudando gravura no Pratt Graphics Center, em Nova York. Voltando ao Brasil em 1960, trabalha como assistente na Galeria Bonino, no Rio de Janeiro, e conhece Ivan Serpa (1923-1973), Candido Portinari (1903-1962), Antonio Bandeira (1922-1967), Djanira (1914-1979) e Oswaldo Goeldi (1895-1961). Paralelamente à carreira artística, atua como redator publicitário. No início da carreira realizou desenhos e gravuras que se aproximam do surrealismo. A partir da metade da década de 1960, sua produção passa a incorporar a temática social, elementos da gravura popular e da cultura de massa, aproximando-se também da arte pop. Em 1967, lança o álbum de xilogravuras coloridas O Meu e o Seu, com apresentação e texto de Ferreira Gullar (1930) e capa de Ruben Martins (1929-1968), em que apresenta uma crítica ao autoritarismo vigente no país. Passa a dedicar-se predominantemente à pintura. Recebe em 1971 o prêmio viagem ao exterior do Salão de Arte Moderna do Rio de Janeiro e viaja para Nova York. Retornou ao Brasil em 1981.
Análise
Conhecido principalmente pela série de pinturas em torno das Bananas, realizada de 1968 até 1975, Antonio Henrique Amaral inicia sua trajetória artística com desenho e gravura. O aprendizado com o gravurista Lívio Abramo foi fundamental para sua formação artística, pois ensina a impor disciplina a seu traço. Do mestre retém apenas a técnica. Seu estilo, que já apresenta considerável veia surrealista, é inspirado em artistas como Roberto Matta (1911-2002), Paul Klee (1879-1940), Joan Miró (1893-1983), entre outros, de quem absorve o equilíbrio entre o automático psíquico e o rigor formal.
Mudanças de ordem política e cultural marcam seu trabalho nos anos 1960, que começa a incorporar elementos da gravura popular e a figuração extraída da cultura de massa, como a publicidade e o graffiti. Violência, sexo e política são temas tratados no uso recorrente de imagens de generais e bocas. Desse período, destaca-se o álbum de sete xilogravuras coloridas O Meu e o Seu (1967), no qual revela de forma sintética a questão da interiorização do autoritarismo.
A busca por símbolos que remetem a uma situação, e cujos sentidos são construídos e reiterados no decorrer de suas aparições, é algo constante na produção de Antonio Henrique Amaral. Se de início elege as bocas e a figura do general, presentes também em suas primeiras pinturas, de meados dos anos 1960, é na representação da banana, ou por meio dela, que o artista consegue concentrar toda sua insatisfação com o momento histórico. Índice às avessas de uma identidade nacional, a figura da banana é trabalhada em diversas situações: solitária e em cachos, transpassadas por cordas, facas ou garfos, maduras, verdes ou apodrecidas. Como metáfora, a banana refere-se tanto à ditadura militar quanto à posição do Brasil no conjunto dos países democráticos, ao "ser" brasileiro no momento do slogan "Brasil, ame-o ou deixe-o", ao mesmo tempo em que retoma uma tradição moderna de representação do caráter nacional que se inicia com a bananeira em Tropical (1917), de Anita Malfatti (1889-1964), passando pela pintura A Negra (1923), de Tarsila do Amaral (1886-1973), e Bananal (1927), de Lasar Segall (1891-1957). Em seu "hiper-realismo" quase fantástico, com enquadramentos fotográficos e abuso de cortes transversais e close-up, Amaral retoma também uma determinada tradição da pintura de natureza-morta, nomes como Alberto Eckhout (ca.1610-ca.1666) e Rufino Tamayo (1899-1991).
Com o passar dos anos, Antonio Henrique Amaral lança mão de outras figuras-símbolo em sua pintura, criando séries com base no garfo, no bambu, em seios enormes e torsos, na mata e urbe estilizadas. Em rotação, tais signos adquirem "novos significados em função do encadeamento de fases e épocas de sua pintura e do relacionamento de sua obra com a realidade do país e do mundo".
Críticas
"Na época em que Amaral pintou as bananas, elas se tornaram um símbolo explícito para o indivíduo submetido a arbitrariedades, aparecendo amarradas e penduradas por cordas, ou agredidas e perfuradas por garfos e outros instrumentos contundentes. Tal foi o vigor dessa pintura, tal a eficácia do símbolo, que Amaral passou a ser relacionado, como pintor, com as bananas, assim como Volpi com as bandeirinhas, e Di Cavalcanti, com as mulatas. Três simplificações inatentas e imprecisas.
No caso de Amaral, estereotipou-se a leitura de suas obra como a denúncia de uma violência específica, política e urbana, em detrimento até da apreciação do puro fenômeno pictórico. (E, no entanto, é por causa deste, e não de temas ou engajamentos, que a qualidade e a permanência de uma obra de arte se instauram). A banana era um indício, sim, mas não esgotava a complexidade e a totalidade do autor. Esqueceu-se um pouco a brasilidade ampla, abrangente, que ele não procura, propriamente, como um projeto articulado (à maneira, por exemplo, de um Rubem Valentim), mas que se encontra por força por trás, ou no fundo, de toda a sua produção. Prestou-se menos atenção a telas ainda da década de 70 (no regime de exceção, portanto) em que Amaral incursiona por outros signos vegetais sem leitura metafórica urbana: bambuzais, cerrados e/ou detalhes superampliados de caules, folhas e espinhos, resultando numa trama plástica planturosa, impenetrável mas dinâmica, selvagem e amazônica". — Olívio Tavares de Araújo (AMARAL, Antonio Henrique. Amazônia "a mata". São Paulo: Galeria do Memorial, 1992).
"Amaral ocupa um lugar de destaque na história da arte brasileira do século XX. Seus elos com o Modernismo do passado são óbvios. Suas associações familiares com Tarsila do Amaral são muito menos significativas do que as afinidades estéticas e criativas que tem com o seu trabalho. Por um lado, Amaral é um mestre do figurativo, mas, ao mesmo tempo, há nele um elemento que o liga ao impulso construtivista, tão poderoso na arte brasileira e na de muitos outros países da América Latina. (...) Também mencionei o trabalho de Amaral com referência à arte da heróica geração de artistas concretos e neoconcretistas que floreceram nos anos 50 e 60. Alguns leitores podem se surpreender com minha insistência nesse relacionamento. Superficialmente, ao menos, as exuberantes e coloridas telas e desenhos de Amaral parecem representar uma sensibilidade bastante distanciada da de artistas como Clark, Pape, Franz Weissmann, Ivan Serpa, Rubem Valentim, Waldemar Cordeiro e outros. Entretanto o Construtivismo não está longe do mundo de temas estéticos abordado por Amaral. De uma leitura atenta de seus trabalhos sempre emerge uma forte consciência da forma geométrica. A substância volumétrica e o peso variam consideravelmente de uma tela para outra. Entretanto, uma das características mais constantes das pinturas de Amaral é seu interesse em delinear e sombrear para criar estruturas (tanto representativas como não objetivas) que parecem estar interligadas às formas que as acompanham, criando um todo arquitetônico dentro da tela. (...)". — Edward J. Sullivan, 1993. (SULLIVAN, Edward J., MILLIET, Maria Alice. Obra em processo: Antonio Henrique Amaral. São Paulo: DBA, 1996).
"Diante da tela o artista sabe que não basta reproduzir ou inventar formas, sua tensão/intenção existe porque está preocupado com a economia sensorial das imagens. O tornar visível significa captar a intensidade das coisas e não tomar o visível como objeto da pintura e a representação como fim. Esse princípio enunciado por Klee põe em xeque a arte figurativa como mimesis, simples cópia do que se vê. Logo surge a dúvida: haveria uma arte exclusivamente submissa ao mundo das aparências? Desta submissão a arte moderna quis escapar ao voltar as costas para as convenções que regiam a representação. Nessa fuga tomou dois caminhos: um, que recusa radicalmente a subordinação ao referente, a abstração; o outro, que vai em direção à figura. Quando a pintura acolhe a figura é o figural e não o figurativo que se realiza.
A ordem do figural (conceituada por Lyotard) mantém a porta aberta para o desejo, desordenado, caótico em sua avidez por satisfação. Dessa conivência decorre todo tipo de transgressão: a deformação e a desconstrução do objeto, o rompimento da lógica narrativa, o nonsense, a subversão do espaço pictórico. Esses procedimentos são rebeldes a qualquer codificação". — Maria Alice Milliet (MILLIET, Maria Alice. Verso e reverso da figura. In: SULLIVAN, Edward J., MILLIET, Maria Alice. Obra em processo: Antonio Henrique Amaral. São Paulo: DBA, 1996. p.82).
Depoimentos
"Quando eu tinha 25 anos, ou quase isso, eu via duas etapas de criação: uma era revelação de algumas idéias através dos esboços. Aquelas anotações, os planos para as gravuras, aquela busca de determinadas imagens que saíam em grafite no papel. Depois eu percebia que, enquanto eu executava, não só o esboço se modificava como também eu encontrava a resistência do material. As minhas limitações técnicas, o papel, a tinta, o pincel, que eu tinha de aprender a mexer, o buril que eu tinha de cravar na madeira, naquela ocasião, eu pensava que havia duas criações: uma emocional e a outra técnica; duas etapas da criatividade. Revelava pra mim mesmo as imagens. A seguinte é que com a ação do material essas idéias sofriam alterações. Essas eram recriações, e daí resultava a forma definitiva. (...)
Quando eu tinha 20 e poucos anos, as minhas imagens eram muito mais subjetivas do que o meu contato com o mundo objetivo. Eram aqueles primeiros desenhos, figuras monstruosas. Depois vieram as formas abstratas, de ordem expressionista, as aquarelas líricas, etc. Isso era muito reflexo do meu mundo interior, diante de um momento onde primeiro era muito fantástico, surrealista, depois, na década de 50/60, abstrato. Eu me dava bem exprimindo meu mundo interior através desse tipo de forma, e com um desenho muito solto, sem uma preocupação de retratar a realidade objetiva. Meu trabalho tornou-se francamente descritivo a partir do golpe militar de 64. (...)
Eu acho que todo trabalho de arte tem uma relação política, a atividade artística é uma atividade política. No meu caso, eu fiquei francamente explícito. Eu fiz questão de me tornar quase panfletário. (...)
(É) a série das gravuras dos militares, o álbum O Meu e o Seu, e toda a seqüência das gravuras satíricas, de cunho social, de registro de uma situação anômala que estávamos vivendo. Depois iniciei a fase das bananas. (...)
A minha preocupação, mesmo quando estava fazendo sátiras de cunho social, era a da linguagem. Eu estava aprendendo gravura, aquarela, desenho, começando a mexer com tinta. Inclusive fiz pinturas desses generais também. A linguagem é importante, e isso a gente está sempre aprendendo. Mas também não há condição de se fazer arte sem buscar o domínio do material utilizado. (...)
Com 23 anos, eu tranco a faculdade de direito no último ano, porque eu já sabia que não ia ser advogado. Pego uma mala com quarenta gravuras e vou para a Argentina, depois Chile, onde faço diversas exposições. Em 1958, já tinha exposto no MAM de São Paulo, e em 1959 estava expondo na Galeria da União Pan-Americana, em Washington. Em Nova York, estudei seis meses de gravura com o mestre japonês Shiko Munakata. Eu fazia gravura doze horas por dia, mesmo porque eu não sabia o que fazer além disso. (...)
Quando eu tinha 16 anos, estudei na escola do Museu de Arte com Roberto Sambonet. Estimulado por Marcelo Grassmann e Aldemir Martins, que olhavam os meus desenhos e diziam pra que eu continuasse; isso foi fundamental. Além de Picasso, que era o pai de todos. Lívio Abramo foi meu primeiro professor de gravura e depois Shiko Munakata (...).
O álbum O Meu e o Seu significou a cor na gravura e também o passo que eu consegui dar, de viver de arte. Foi o meu ato de amor com a arte, virou a minha vida, depois de estar sete anos trabalhando em publicidade e relações públicas". — Antonio Henrique Amaral, 1986 (ANTONIO HENRIQUE AMARAL. Obra sobre papel 30 anos. Campinas: Museu de Arte Contemporânea, 1986).
Acervos
Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo - São Paulo SP
Archer M. Huntington Gallery, Texas University - Austin (Estados Unidos)
Art Museum of the Americas - Washington D.C (Estados Unidos)
Casa de Las Américas - Havana (Cuba)
El Colegio de México - Cidade do México (México)
Fundação Biblioteca Nacional - Rio de Janeiro RJ
Instituto de Arte Moderno - Santiago (Chile)
Latin American Art Collection / Essex University - Essex (Inglaterra)
Metropolitan Museum of Art - Nova York (Estados Unidos)
Museo de Arte Americana - Maldonado (Uruguai)
Museo de Arte Moderno - Cidade do méxico (México)
Museo de Arte Moderno de Bogotá - Bogotá (Colômbia)
Museo Nacional de Arte - La Paz (Bolívia)
Museo Rayo - Roldanillo (Colômbia)
Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado - FAAP - São Paulo SP
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP - São Paulo SP
Museu de Arte Contemporânea de Campinas - Campinas SP
Museu de Arte Contemporânea de Niterói - MAC/Niterói - Niterói RJ
Museu de Arte da Pampulha - Belo Horizonte MG
Museu de Arte do Paraná - Curitiba PR
Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP - São Paulo SP
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ - Rio de Janeiro RJ
Museu Nacional de Belas Artes - MNBA - Rio de Janeiro RJ
Museum of Contemporary Art - Skopje (Macedênia)
Parlamento Latino Americano - Memorial da América Latina - São Paulo SP
Pinacoteca do Estado de São Paulo - Pesp - São Paulo SP
Exposições Individuais
1958 - Santiago (Chile) - Antonio Henrique Amaral: gravuras, na Universidad de Concepción
1958 - Santiago (Chile) - Antonio Henrique Amaral: gravuras, no Instituto de Arte Moderno de Chile
1958 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: gravuras, no MAM/SP
1959 - Washington (Estados Unidos) - Individual, na Pan American Union
1960 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1960 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Antigonovo
1963 - Buenos Aires (Argentina) - Individual, na Galeria Saber Vivir
1963 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Mobilinea
1967 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1967 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Mirante das Artes
1968 - São Paulo SP - Individual, na Associação dos Amigos do MAM/SP
1969 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria do Hotel Copacabana Palace
1969 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1970 - Cochabamba (Bolívia) - Individual, no Centro Pedagógico Y Cultural Portales
1970 - La Paz (Bolívia) - Individual, na Galeria Círculo 3
1971 - Londres (Inglaterra) - Individual, na Elvaston Gallery
1971 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1971 - Washington (Estados Unidos) - Individual, na Pan American Union
1972 - Brasília DF - Individual, na Galeria Oscar Seraphico
1972 - Genebra (Suíça) - Individual, na Galerie du Théatre
1972 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Alberto Bonfiglioli
1973 - Bogotá (Colômbia) - Individual, na Galeria San Diego
1974 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Lee Ault & Co. Gallery
1975 - Birmingham (Inglaterra) - Individual, no Birmingham Museum of Art
1975 - Nashville (Estados Unidos) - Individual, na Nashville Fine Arts Center
1975 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1975 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Alberto Bonfiglioli
1976 - Cidade do México (México) - Individual, no Museo de Arte Moderno
1976 - San Salvador (El Salvador) - Individual, no Patronato Pró-Cultura
1976 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Alberto Bonfiglioli
1977 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Guignard
1977 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1978 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Lee Ault & Co. Gallery
1979 - Cidade do México (México) - Individual, na Juan Martín Gallery
1979 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Cayman Gallery
1979 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Alberto Bonfiglioli
1980 - Miami (Estados Unidos) - Individual, na Forma Gallery
1980 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1980 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina
1981 - São Paulo SP - Individual, na Grifo Galeria de Arte
1983 - Caxias do Sul RS - Individual, na Galeria da Universidade de Caxias do Sul
1983 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Tina Presser
1983 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Alberto Bonfiglioli
1984 - Ottawa (Canadá) - Individual, no National Arts Center
1985 - Porto Alegre RS - Individual, no Margs
1985 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Paço Imperial
1985 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte São Paulo
1986 - Campinas SP - Antonio Henrique Amaral: obra sobre papel - 30 anos, no MAC/Campinas e na Galeria do Instituto de Artes da Unicamp
1986 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: obra em processo 1956-1986, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: obra sobre papel, na Galeria Montesanti Roesler
1986 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: obras em papel, na Galeria Montesanti Roesler
1987 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Montesanti Galleria
1987 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Montesanti Roesler
1988 - Coral Gables (Estados Unidos) - Antonio Henrique Amaral: paintings 1980 - 1988, na Opus Gallery
1988 - Miami (Estados Unidos) - Antonio Henrique Amaral: paintings 1980-1988, na Opus Gallery
1989 - Coral Gables (Estados Unidos) - Individual, na Elite Fine Arts Gallery
1991 - Los Angeles (Estados Unidos) - Parallels and Divergence/One Heritage: two paths
1991 - Washington D.C - (Estados Unidos) - Parallels and Divergence/One Heritage: two paths, na Kimberly Gallery.
1992 - Coral Gables (Estados Unidos) - Individual, na Elite Fine Arts Gallery
1992 - Miami (Estados Unidos) - Antonio Henrique Amaral: recent works, no Elite Fine Art Gallery
1992 - São Paulo SP - Amazônia "A Mata", na Galeria do Memorial da América Latina
1993 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1993 - Zurique (Suíça) - Individual, na Galerie Andy Jllien
1994 - Berlim (Alemanha) - Individual, na Haus der Kulturen der Welt
1994 - Coral Gables (Estados Unidos) - Individual, na Elite Fine Arts Gallery
1994 - Frankfurt (Alemanha) - Individual, no Künstlerhaus Mousonturm Frankfurt am Main GmbH
1994 - Miami (Estados Unidos) - Individual, na Elite Fine Art Gallery
1996 - Miami (Estados Unidos) - Individual, na Elite Fine Art Gallery
1997 - Berlim (Alemanha) - Individual, na Virtualitas Galerie
1997 - Poços de Caldas MG - Antonio Henrique Amaral: da gravura à pintura, na Casa da Cultura de Poços de Caldas
1997 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: da gravura à pintura, no Instituto Moreira Salles
1997 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: obra recente, no Masp
1997 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: obra sobre papel, na Dan Galeria
2000 - São Paulo SP - Divertimentos (trabalhos ...) recentes, na Galeria Nara Roesler
2002 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral: pinturas 2001-2002, na Galeria Nara Roesler
2004 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
Exposições Coletivas
1957 - São Paulo SP - 6º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1958 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP
1960 - São Paulo SP - 9º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1961 - São Paulo SP - 10º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP
1962 - Buenos Aires (Argentina) - First Latin American Engraving Contest
1962 - Curitiba PR - Salão do Paraná, na Biblioteca Pública do Paraná
1962 - São Paulo SP - 11ª Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1963 - Londres (Inglaterra) - Brazilian Art Today, no Royal College of Arts
1963 - Viena (Áustria) - Brazilian Art Today, no Angewandt Kunst
1963 - Bruxelas (Bélgica) - Brazilian Art Today
1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1963 - São Paulo SP - 1ª Exposição do Jovem Desenho Nacional, na Faap
1963 - São Paulo SP - 12º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1964 - Belo Horizonte MG - 1ª Exposição do Jovem Desenho Nacional, no MAP
1965 - Londres (Reino Unido) - Brazilian Art Today, na Royal Academy of Arts
1966 - Bonn (Alemanha) - Brasilianische Kunst Heute
1966 - Bonn (Alemanha) - Brazilian Art Today, no Beethonvenhalle
1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas - prêmio aquisição
1966 - São Paulo SP - 15º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1967 - Brasília DF - 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, no Teatro Nacional de Brasília
1967 - Curitiba PR - 24º Salão Paranaense de Belas Artes, na Biblioteca Pública do Paraná - 2º prêmio gravura
1967 - Santiago (Chile) - 3ª Bienal Americana de Gravura, no Museo de Arte Contemporáneo
1967 - São Paulo SP - 1ª Jovem Arte Contemporânea, no MAC/USP
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1968 - Campinas SP - 4º Salão de Arte Contemporânea, no MACC
1968 - Campo Grande MS - 28 Artistas do Acervo do MAC/USP, na Galeria do Diário da Serra
1968 - Curitiba PR - 25º Salão Paranaense, na Biblioteca Pública do Paraná - 1º prêmio
1968 - Havana (Cuba) - International Art Exhibition - premiado
1968 - Rio de Janeiro RJ - 17º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1968 - São Paulo SP - 17º Salão Paulista de Arte Moderna
1969 - Fortaleza CE - 28 Artistas do Acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, no Centro de Artes Visuais Raimundo Cela
1969 - Rio de Janeiro RJ - 18º Salão Nacional de Arte Moderna
1969 - Rio de Janeiro RJ - Salão da Bússola, no MAM/RJ
1969 - Santo André SP - 2º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1969 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Arte Contemporânea, no Masp
1969 - São Paulo SP - 3º Jovem Arte Contemporânea, no MAC/USP
1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1970 - Rio de Janeiro RJ - 19º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1970 - São Paulo SP - 2º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1970 - São Paulo SP - 4 Grupos de Aquisições Recentes e Doações da International Society of Plastic and Visual Art, no MAC/USP
1970 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral, Odetto Guersoni, Tomie Ohtake, Pedro Tort, Gerda Brentani, na Galeria Alberto Bonfiglioli
1970 - São Paulo SP - Pinacoteca do Estado de São Paulo 1970
1971 - Paris (França) - Salão de Outono, no Grand Palais
1971 - Rio de Janeiro RJ - 20º Salão Nacional de Arte Moderna
1971 - São Paulo SP - 5º Jovem Arte Contemporânea, no MAC/USP
1972 - Havana (Cuba) - Exposición de Arte Internacional
1972 - Medellín (Colômbia) - 3ª Bienal de Medellín, no Museo de Antioquia
1972 - Rio de Janeiro RJ - 21º Salão Nacional de Arte Moderna - prêmio viagem ao exterior
1972 - Santiago (Chile) - 3ª Bienal Latino-Americana del Grabado - menção honrosa
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1972 - São Paulo SP - 2º Exposição Internacional de Gravura, no MAM/SP
1973 - Boston (Estados Unidos) - Arte Latino-Americana Contemporânea, na Universidade de Massachusetts
1973 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Painting, na Queen Cultural Center
1973 - São Paulo SP - 5º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1973 - Washington (Estados Unidos) - Homanage to Picasso, na Pan American Union
1975 - Nova York (Estados Unidos) - Coletiva, na Lee Ault & Co. Gallery
1976 - Cali (Colômbia) - 3ª Bienal Americana de Artes Gráficas, no Museo de Arte Moderno La Tertulia
1976 - Campinas SP - 10º Salão de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC
1976 - Flórida (Estados Unidos) - Latin American Horizons
1976 - Flórida (Estados Unidos) - Latin American Horizons
1976 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Arte Contemporânea, no Paço das Artes
1976 - São Paulo SP - 8º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1977 - Madri (Espanha) - Arte Atual Ibero-Americana, no Instituto de Cultura Hispânica
1977 - Rio de Janeiro RJ - 2ª Arte Agora: visão da terra, no MAM/RJ
1978 - Caracas (Venezuela) - 1º Encontro Ibero-Americano de Artistas e Críticos, na Fundación Museo de Bellas Artes
1978 - São Paulo SP - 1ª Bienal Latino-Americana de São Paulo, na Fundação Bienal
1979 - São Paulo SP - 11º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1980 - São Paulo SP - 12º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1981 - Cidade do México (México) - Artes Visuais e Identidades da América Latina
1981 - Curitiba PR - 3ª Mostra de Desenho Nacional - prêmio aquisição
1981 - La Paz (Bolívia) - Contemporary Latin American Art
1981 - Osaka (Japão) - Exposição Latino-Americana de Arte Contemporânea Brasil/Japão, no National Museum of Art
1981 - Rio de Janeiro RJ - Do Moderno ao Contemporâneo: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1981 - Rio de Janeiro RJ - Pablo, Pablo!: uma interpretação brasileira de Guernica, na Funarte
1981 - São Paulo SP - Artistas Contemporâneos Brasileiros, no Escritório de Arte São Paulo
1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1982 - Londres (Reino Unido) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery
1982 - São Paulo SP - 3º Salão Brasileiro de Arte, na Fundação Mokiti Okada M.O.A.
1982 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão Brasileiro de Arte
1982 - Tóquio (Japão) - 3º Salão Brasileiro de Arte
1982 - Atami (Japão) - 3º Salão Brasileiro de Arte
1982 - Kyoto (Japão) - 3º Salão Brasileiro de Arte
1983 - Maldonado (Uruguai) - 5ª Bienal Internacional de Desenho - Prêmio Dez Anos de Bienal
1983 - Merida (Venezuela) - Exposição Comemorativa do Bicentenário Simón Bolivar, na Corporación de Los Andes
1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1983 - São Paulo SP - 14º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1983 - São Paulo SP - Arte na Rua
1984 - Curitiba PR - 6ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba
1984 - Curitiba PR - A Xilogravura na História da Arte Brasileira (6. : 1984 : Curitiba, PR) - Casa Romário Martins (Curitiba, PR)
1984 - Curitiba PR - Simões de Assis Galeria de Arte: mostra inaugural (1984 : Curitiba, PR) - Simões de Assis Galeria de Arte (Curitiba, PR)
1984 - Fortaleza CE - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas
1984 - Havana (Cuba) - 1ª Bienal de Havana
1984 - Ottawa (Canadá) - Antonio Henrique Amaral e Siron Franco, no National Arts Center
1984 - Ribeirão Preto SP - Gravadores Brasileiros Anos 50/60, na Galeria Campus USP-Banespa
1984 - Rio de Janeiro RJ - A Xilogravura na História da Arte Brasileira, na Funarte. Galeria Sérgio Milliet
1984 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - Atami (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Kyoto (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Rio de Janeiro RJ - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Brasil-Japão
1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Brasil-Japão
1985 - Tóquio (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Tóquio (Japão) - Today's Art of Brazil, no Hara Museum of Contemporary Art
1986 - Curitiba PR - 7ª Mostra do Desenho Brasileiro, no MAC/PR
1986 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Mostra Christian Dior de Arte Contemporânea: pintura, no Paço Imperial
1986 - São Paulo SP - 17º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1986 - São Paulo SP - A URBS na Visão de Oito Artistas, na Galeria Montesanti Roesler
1987 - Indianápolis (Estados Unidos) - Art of The Fantastic Latin-America: 1920-1987, na Indianapolis Museum of Art
1987 - Nova York (Estados Unidos) - Art of the Fantastic Latin America: 1920-1987, no The Queens Museum
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée de l´Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Paris (França) - São Paulo-Rio-Paris, na Galerie 1900-2000, na Galerie 1900-2000
1987 - São Paulo SP - São Paulo-Rio-Paris, na Galerie 1900-2000, na Galeria Montesanti
1987 - Rio de Janeiro RJ - São Paulo-Rio-Paris, na Galerie 1900-2000, na Galeria Montesanti
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1987 - São Paulo SP - 20ª Exposição de Arte Contemporânea, na Chapel Art Show
1988 - Flórida (Estados Unidos) - Art of The Fantastic Latin America: 1920-1987, no Center of Fine Arts
1988 - Cidade do México (México) - Art of The Fantastic Latin America: 1920-1987, no Centro Cultural/Arte Contemporáneo
1988 - Leverkusen (Alemanha) - Brasil Já, no Museum Morsbroich
1988 - Stuttgart (Alemanha) - Brasil Já, na Galeria Landesgirokasse
1988 - Paris (França) - São Paulo-Rio-Paris, na Galeria 1900-2000
1988 - Rio de Janeiro RJ - São Paulo-Rio-Paris, na Galeria Montesanti
1988 - São Paulo SP - São Paulo-Rio-Paris, na Galeria Montesanti
1988 - Rio de Janeiro RJ - 88 x 68: um balanço dos anos
1988 - São Paulo SP - 15 Anos de Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Mokiti Okada M.O.A.
1988 - São Paulo SP - 63/66 Figura e Objeto, na Galeria Millan
1988 - São Paulo SP - MAC 25 Anos: aquisições e doações recentes, no MAC/USP
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1988 - Stuttgart (Alemanha) - Brasil Já, na Galerie Landesgirokasse
1989 - Hannover (Alemanha) - Brasil Já, no Sprengel Museum
1990 - Atami (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Brasília DF - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Brasília DF - Prêmio Brasília de Artes Plásticas, no MAB
1990 - Caracas (Venezuela) - Figuración Fabulación, 75 años de pintura en America Latina 1914-1989, na Fundación Museo de Bellas Artes
1990 - Rio de Janeiro RJ - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - São Paulo SP - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea, na Fundação Brasil-Japão
1990 - Atami (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Sapporo (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 - Tóquio (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1991 - Estocolmo (Suécia) - Viva Brasil Viva, Kulturhuset, Konstavdelningen och Liljevachs Konsthall
1991 - Frankfurt (Alemanha) - Art Frankfurt
1991 - Los Angeles e Washington D. C. (Estados Unidos) - Parallels and Divergence/One Heritage: two paths, na Daniel Saxon Gallery e na Kimberly Gallery
1991 - Makurasaki (Japão) - 2ª Biennal Exhibition of Arts - Prêmio Especial do Júri
1991 - Nagoya (Japão) - Perspectives of the Present: contemporary painting of Latin American, no Nagoya Museum of Art
1991 - Paris (França) - 6 Artistes Latinoamericains, na Galerie 1900-2000
1991 - San Diego (Estados Unidos) - Latin American Drawings Today, no San Diego Museum of Art
1991 - São Paulo SP - O Que Faz Você Agora Geração 60?: jovem arte contemporânea dos anos 60 revisitada, no MAC/USP
1991 - Washington (Estados Unidos) - Tradition and Innovation, no Art Museum of the Americas
1992 - Americana SP - Mostra de Reinauguração do Museu de Arte Contemporânea de Americana, no MAC/Americana
1992 - Campinas SP - Premiados nos Salões de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC
1992 - Cidade do México (México) - Coleção Internacional, no Museo de Arte Moderno
1992 - Curitiba PR - 10ª Mostra da Gravura da Cidade de Curitiba, no Museu da Gravura
1992 - Paris (França) - Diversité Latino Americaine, na Galerie 1900-2000
1992 - Paris (França) - La Amerique Latine dans touts ses États, na Maison de l'Amerique Latine
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa da Cultura de Poços de Caldas
1992 - Rio de Janeiro RJ - A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial
1992 - Rio de Janeiro RJ - Brazilian Contemporary Art, na EAV/Parque Lage
1992 - Rio de Janeiro RJ - Eco Art, no MAM/RJ
1992 - Rio de Janeiro RJ - Natureza: quatro séculos de arte no Brasil, no CCBB
1992 - Santo André SP - 20º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1992 - São Paulo SP - Anos 60/70: Coleção Gilberto Chateubriand - MAM/RJ, na Galeria de Arte do Sesi
1992 - Seul (Coréia do Sul) - Humanismo e Tecnologia, no Mnba
1992 - Sevilha (Espanha) - Expo 92: Mirando a La America Latina y el Caribe
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Funesc
1993 - Niterói RJ - 2º A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no MAC/Niterói
1993 - Porto Alegre RS - Arcangelo Ianelli, Antonio Henrique Amaral e Francisco Stockinger, na Bolsa de Arte de Porto Alegre
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil 100 Anos de Arte Moderna, no Mnba
1993 - São Paulo SP - Exposição Luso-Nipo-Brasileira, no MAB/Faap
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1993 - São Paulo SP - Portugal-Japão: mares navegados, no MAB/Faap
1993 - São Paulo SP - Representação: presenças decisivas, no Paço das Artes
1994 - Monterrey (México) - Prêmio Marco, no Museo de Arte Contemporáneo de Monterrey
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Xilogravura: do cordel à galeria, no Metrô e no Masp
1994 - Seul (Coréia do Sul) - Humanismo e Tecnologia, no Museu Nacional de Belas Artes
1995 - Monterrey (México) - Prêmio Marco, no Museo de Arte Contemporáneo de Monterrey
1995 - Nova York (Estados Unidos) - New Acquisitions - 20th Century Collection, no Metropolitan Museum of Art
1995 - Santa Bárbara (Estados Unidos) - Point/Counterpoint: two views of 20th Century Latin American Art, no Santa Barbara Museum of Art
1995 - São Paulo SP - O Desenho em São Paulo: 1956-1995, na Galeria Nara Roesler
1995 - São Paulo SP - Projeto Contato, na Galeria Sesc Paulista
1995 - São Paulo SP - 1º United Artists, na Casa das Rosas
1995 - São Paulo SP - Visual Road, no Renato Magalhães Gouvêa Escritório de Arte
1996 - Belo Horizonte MG - Impressões itinerantes, no Palácio das Artes
1996 - Monterrey (México) - Prêmio Marco, no Museo de Arte Contemporáneo de Monterrey
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - Off Bienal , no MuBE
1996 - São Paulo SP - Seis Artistas Atemporais, na Múltipla de Arte
1997 - Monterrey (México) - Prêmio Marco, no Museo de Arte Contemporáneo de Monterrey
1997 - Porto Alegre RS - 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, na Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1997 - Porto Alegre RS - Vertente Política, na Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1997 - São Paulo SP - Apropriações Antropofágicas, no Itaú Cultural
1998 - Brasília DF - Futebol Arte, no Ministério das Relações Exteriores
1998 - São Paulo SP - Futebol Arte, no Memorial da América Latina
1998 - Rio de Janeiro RJ - Futebol Arte, na Casa França-Brasil
1998 - Paris (França) - Futebol Arte
1998 - Marselha (França) - Futebol Arte
1998 - São Paulo SP - Afinidades Eletivas I: o olhar do colecionador, na Casa das Rosas
1998 - São Paulo SP - Canibáliafetiva, n'A Estufa
1998 - São Paulo SP - Figurações: 30 anos na arte brasileira, no MAC/USP
1998 - São Paulo SP - Impressões: a arte da gravura brasileira, no Espaço Cultural Banespa
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1998 - São Paulo SP - Os Colecionadores - Guita e José Mindlin: matrizes e gravuras, na Galeria de Arte do Sesi
1999 - Niterói RJ - Mostra Rio Gravura: Acervo Banerj, no Museu Histórico do Ingá
1999 - São Paulo SP - 8 Artistas Brasileiros, na Galeria Sergio Caribé
1999 - São Paulo SP - O Brasil no Século da Arte, na Galeria de Arte do Sesi
2000 - Colchester (Inglaterra) - Outros 500: highlights of brazilian contemporary art in UECLAA, na University of Essex
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Still Life: reflections of time and place, no El Museo del Barrio
2000 - Rio de Janeiro RJ - Coleção Ferreira Gullar de Pinturas Brasileiras, no MAM/RJ
2000 - São Paulo SP - Arte e Erotismo, na Galeria Nara Roesler
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Contemporânea, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural
2000 - São Paulo SP - O Papel da Arte, na Galeria de Arte do Sesi
2000 - São Paulo SP - Obra Nova, no MAC/USP
2001 - Brasília DF - Investigações. A Gravura Brasileira, na Itaugaleria
2001 - Penápolis SP - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural
2001 - Porto Alegre RS - Coleção Liba e Rubem Knijnik: arte brasileira contemporânea, no Margs
2001 - São Paulo SP - Cultura Brasileira 1, na Casa das Rosas
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap
2001 - São Paulo SP - X Poéticas, n'A Hebraica
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial
2002 - São Paulo SP - 8 Artistas Brasileiros Contemporâneos, na Casa das Rosas
2002 - São Paulo SP - México Imaginário: o olhar do artista brasileiro, na Casa das Rosas
2002 - São Paulo SP - Portão 2, na Galeria Nara Roesler
2003 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Brazilianart, na Almacén Galeria de Arte
2003 - São Paulo SP - A Subversão dos Meios, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - Arte e sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - Arteconhecimento: 70 anos USP, no MAC/USP
2003 - São Paulo SP - Israel e Palestina: dois estados para dois povos, no Sesc/Pompéia
2004 - São Paulo SP - Still Life/Natureza Morta, na Galeria de Arte do Sesi
2004 - Niterói RJ - Still Life — Natureza Morta
2004 - São Paulo, SP - Cinqüenta 50
2005 - São Paulo, SP - O Retrato como Imagem do Mundo
2005 - São Paulo, SP - Pequenas Grandes Obras
2005 - São Paulo, SP - Nave dos Insensatos
2005 - São Paulo, SP - Pequenas Grandes Obras
2005 - Curitiba, PR - Arte em Metrópolis
2005 - Pequenas Grandes Obras
2005 - Erotica: os sentidos na arte
2005 - Caderno de Notas, Vlado 30 anos
2006 - Erotica: os sentidos na arte
2006 - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real
2006 - Clube de Gravura: 20 anos
2006 - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real
2006 - MAM [na] OCA: Arte Brasileira do Acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo
2006 - Viva Cultura Viva
2006 - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real
2007 - Museu da Solidariedade Salvador Allende: estéticas, sonhos e utopias dos artistas do mundo pela liberdade
2007 - Itaú Contemporâneo: arte no Brasil 1981-2006
2007 - Caminhos do Modernismo no Acervo dos Palácios
2007 - Vanguarda Tropical (2007 : São Paulo, SP)
2007 - Neovanguardas
2008 - 44ª Expo Arte FIEO
2008 - MAM 60
2008 - Brasil Brasileiro
2009 - Brasil Brasileiro
2009 - Brasil: terra de contrastes
2009 - Olhar da Crítica: Arte Premiada da ABCA e o Acervo Artístico dos Palácios
2009 - Pequenas Grandes Obras - Arte Contemporânea Brasileira
2009 - 40ª Chapel Art Show
2010 - Entre Atos 1964/68
2010 - Autorretratos e "Autorretratos"
2010 - Um Dia Terá Que Ter Terminado: 1969/74
2011 - Recortes de Coleções
2012 - 1911-2011 - Arte Brasileira e Depois, na Coleção Itaú
2012 - Sentido: matrizes de gravura
2012 - Tozzi-Amaral-Granato
2012 - A Arte como Narrativa: Um Concurso, Uma História
2012 - Sombras: Franco Terranova
2013 - 100 anos de Arte Paulista no Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo (2013 : Campinas, SP)
2013 - A Geodésia Museológica - a arte como representação cartográfica real ou imaginária
2014 - 140 caracteres
Exposições Póstumas
2015 - Era só saudade dos que partiram (2015 : São Paulo, SP)
2015 - Clube de Gravura: 30 anos
2016 - Gravuras - poéticas e técnicas diversas - mostra do acervo
2016 - Pop, Nova Figuração e Após
2017 - Modos de Ver o Brasil: Itaú Cultural 30 Anos
2017 - Memória e Momento: Salão Paranaense
2017 - Canto Geral: a luta pelos Direitos Humanos
2018 - AI-5 50 ANOS - Ainda não terminou de acabar
2019 - Os anos em que vivemos em perigo
2019 - Pequenos gestos: memórias diruptivas
2019 - Palavras Somam
2020 - Aglomeração Antonio Henrique Amaral
2020 - Realce (obras do acervo)
2021 - Enquanto Tudo Queima
Fonte: ANTONIO Henrique Amaral. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2023. Acesso em: 08 de fevereiro de 2023. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia
Amaral era formado em Direito pela Universidade de São Paulo. Iniciou sua formação artística na Escola do Museu de Arte de São Paulo nos anos 50, onde estudou desenho com Roberto Sambonet e gravura com Lívio Abramo. Também nesta época fez sua primeira exposição individual de gravuras, no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Em 1959 foi para o Pratt Graphic Institute, em Nova Iorque, onde estudou gravura com Shiko Munakata e W. Rogalsky. Em 1967 publicou o álbum de xilogravuras "O meu e o seu" e iniciou seu trabalho em pintura. Neste mesmo ano faz sua primeira individual, a série "Bocas", na galeria Astréia, em São Paulo. Em 1971 ganhou o prêmio de viagem ao exterior no Salão de Arte Moderna no Rio de Janeiro. Com o prêmio instala-se em Nova Iorque de onde retorna em 1981. Ao longo dos últimos 40 anos vem realizando diversas exposições individuais e tem participado de exposições coletivas no Brasil e no exterior. Sua obra está representada em coleções particulares, públicas brasileiras e estrangeiras. Amaral é ainda sócio-fundador da Associação Profissional de Artistas Plásticos de São Paulo (APAP).
Morte
Amaral faleceu no dia 24 de abril de 2015 em decorrência de câncer de pulmão, com o qual lutava há mais de um ano. Ele estava internado no Hospital Samaritano.
Obras
Conhecido principalmente pela série de pinturas em torno de bananas, realizada de 1968 até 1975, Antonio Henrique Amaral inicia sua trajetória artística com desenho e gravura. Com o fundamental aprendizado adquirido para sua formação na área, seus trabalhos ficaram marcados por mudanças de ordem política e cultural, principalmente no que diz respeito aos acontecimentos da década de 60 no Brasil, quando começa a incorporar elementos de gravura popular e figuração, extraída da cultura de massa. A busca por símbolos que remetam a uma situação, cujos sentidos são construídos e reiterados a partir de suas aparições é algo constante em suas representações. Em meados dos anos 60, de início, Henrique elege bocas e a figura do general para penetrarem suas pinturas e é através delas, que incorpora toda uma temática social agressiva, o contexto era marcado simplesmente pelos anos de chumbo no país. Desse período, destaca-se o álbum de sete xilogravuras coloridas O Meu e o Seu (1967), no qual revela de forma sintética a questão da interiorização do autoritarismo. Anos depois elabora a série Bananas e é por meio dela, que o artista consegue concentrar toda a sua insatisfação com o contexto histórico. A banana é trabalhada em diversas situações: solitária, em cachos, transpassadas por cordas, facas ou garfos, maduras, verdes ou apodrecidas e servem como metáfora, referindo-se tanto a ditadura militar, quanto a posição do Brasil em relação aos demais países democráticos. Com o passar dos tempos, Antônio Henrique do Amaral, lança mão de outras figuras-símbolos em sua pintura, criando séries baseadas no garfo, no bambu, em seios enormes e torsos, na mata e urbe estilizadas. Esse novo momento traz consigo novos significados, que vão de acordo com as fases e o encadeamento de épocas com a sua pintura e do relacionamento de sua obra com o mundo e a realidade.
Estilo
O estilo de Amaral está cheio de closes e ângulos estranhos. Suas pinturas são realistas, e com detalhe extremos. Seu uso de amarelos e verdes referem-se a bandeira do Brasil e, portanto, para os próprios brasileiros. Ele frequentemente usa coloração dramática, os valores escuros, e muita sombra. As verticais e diagonais que ele usa, especialmente em Alone in Verde (1973) e Battlefield º 31 (1974), trazem estresse e energia para suas pinturas, tentando evocar a sensação de que o que está acontecendo no Brasil é errado. Na coleção O Meu e o Seu (1967), ele transparece de forma clara sua posição crítica quanto a política brasileira da época, os problemas sociais e o individualismo.
Exposições
1958 — Instituto de Arte Moderna do Chile, Santiago, Chile
1958 — Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brasil
1958 — Universidade de Concepción, Concepción, Chile
1959 — Pan American Union, Washington, DC, E.U.A.
1960 — Galeria Antigonovo, São Paulo, Brasil
1960 — Petite Galerie, Rio de Janeiro, Brasil
1963 — Galeria Saber Vivir, Buenos Aires, Argentina
1963 — Galeria Mobilinea, São Paulo, Brasil
1967 — Galeria Astréia, São Paulo, Brasil
1967 — Galeria Mirante das Artes, São Paulo, Brasil
1968 — Associação dos Amigos do Museu de Arte Moderna, Sao Paulo, Brasil
1969 — Galeria Astréia, São Paulo, Brasil
1969 — Galeria do Hotel Copacabana Palace , Rio de Janeiro, Brasil
1970 — Galeria Círculo 3, La Paz, Bolívia
1970 — Centro Pedagógico y Cultural Portales, Cochabamba, Bolívia
1971 — Galeria Bonino, Rio de Janeiro, Brasil
1971 — Evalston Gallery, Londres, Inglaterra
1971 — União Pan Americana, (OEA), Washington D.C., E.U.A.
1972 — Galerie du Theatre, Genève, Suíça
1972 — Galeria Oscar Seraphico, Brasília D.F., Brasil
1972 — Galeria Bonfiglioli, São Paulo, Brasil
1972 — Galeria Merkup, México D.F., México
1973 — Galeria San Diego, Bogotá Colômbia
1974 — Lee Ault & Co. Gallery, Nova York, E.U.A.
1975 — Galeria Bonfiglioli, São Paulo, Brasil
1975 — Galeria Bonino, Rio de Janeiro, Brasil
1975 — Birmingham Art Museum, Birmingham, E.U.A.
1975 — Nashville Fine Arts Center, Nashville, E.U.A.
1976 — Patronato Pró Cultura, San Salvador, El Salvador
1976 — Museu de Arte Moderno, México D.F.,México
1976 — Galeria Bonfiglioli, São Paulo, Brasil
1977 — Galeria Bonino, Rio de Janeiro, Brasil
1977 — Galeria Guignard, Porto Alegre, Brasil
1978 — Lee Ault & Co Gallery, Nova York, E.U.A.
1978 — Bienal de Arte Latino Americana, São Paulo, Brasil
1979 — Cayman Gallery, Nova York, E.U.A.
1979 — Galeria Juan Martin, México D.F., México
1979 — Galeria Bonfiglioli, São Paulo, Brasil
1980 — Galeria Luisa Strina, São Paulo, Brasil
1980 — Galeria Bonino, Rio de Janeiro, Brasil
1980 — Forma Gallery, Miami, E.U.A.
1981 — Galeria Grifo, São Paulo, Brasil
1983 — Galeria Tina Presser, Porto Alegre, Brasil
1983 — Galeria da Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, Brasil
1983 — Galeria Bonfiglioli, São Paulo, Brasil
1984 — National Arts Centre, Ottawa, Canadá
1985 — Galeria São Paulo, São Paulo, Brasil
1985 — Paço Imperial, Rio de Janeiro, Brasil
1985 — MARGS, Museu de Arte Moderna, Porto Alegre, Brasil
1986 — Museu de Arte Contemporânea José Pancetti, "Obra sobre Papel - 30 anos", Campinas, Brasil
1986 — Museu de Arte Moderna de São Paulo ,"Obra em Processo :1956 -1986", São Paulo, Brasil
1986 — Galeria Montesanti, "Obra em Papel", São Paulo, Brasil
1987 — Galeria Montesanti, "Obra Recente", São Paulo Galeria Montesanti, "Obra Recente", Rio de Janeiro, Brasil
1988 — Opus Gallery (em conjunto com Elite Fine Art ) "Paintings 1980 -1988", Coral Gables, E.U.A.
1989 — Elite Fine Art, Coral Gables, E.U.A.
1992 — Elite Fine Art, Coral Gables. E.U.A.
1992 —Galeria do Memorial da América Latina, São Paulo, Brasil 1993: - Museu de Arte Moderna São Paulo, Brasil
1992 —Andy Jllien Galerie, Zurique, Suíça
1994 — Centro Cultural Mousonturm, Frankfurt, Alemanha
1994 — Haus der Kulturen der Welt, Berlim, Alemanha
1996 — Elite Fine Art, Coral Gables, E.U.A.
1997 — MASP, Museu de Arte de São Paulo, São Paulo, Brasil
1997 — Instituto Moreira Salles, São Paulo, Brasil
1997 — Dan Galeria, São Paulo, Brasil
1997 — Virtualitas Galerie, Berlim, Alemanha
1997 — Fundação Casa França - Brasil, Rio de Janeiro, Brasil
2000 — Galeria Nara Roesler, São Paulo, Brasil
2001 — Márcia Barroso do Amaral Galeria de Arte, Rio de Janeiro, Brasil
2002 — Galeria Nara Roesler, São Paulo, Brasil
2004 — Museu de Arte Moderna, São Paulo, Brasil
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 8 de fevereiro de 2023.
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A arte de Antonio Henrique Amaral é resistência
“Quando a arte dá o seu recado, ela transcende o tempo.” Com essa reflexão em sua última conversa com o Jornal da USP, o paulistano Antonio Henrique Amaral traçou a infinitude de seus desenhos, gravuras e telas. E hoje, cinco anos depois de sua morte, no dia 24 de abril de 2015, ele atravessa o tempo para marcar presença em sua primeira exposição virtual no Instituto Tomie Ohtake.
Aglomeração Antonio Henrique Amaral – Uma Exposição em Processo tem a curadoria de Paulo Miyada, arquiteto e mestre formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP. A mostra tem como meta aprofundar e divulgar a contemporaneidade da obra de Amaral. “É uma obra quase premonitória do momento atual”, observa Miyada. “A história da arte não é um repertório acabado. As transformações do presente fazem novas perguntas para o passado. O que há de mais incômodo e singular na linguagem de Antonio Henrique Amaral é justamente o que a torna pertinente hoje. O artista se relaciona com sentimentos conflituosos que estão na ordem do dia, enquanto lidamos com notícias de violência de Estado, abandono das comunidades que já viviam em condições precárias antes da pandemia, isolamento compulsório da população, associação de risco e ameaça à presença física e profunda cisão do debate social.”
Miyada optou por destacar na exposição a associação histórica entre parte da produção do artista e a ditadura militar que afetou a população brasileira entre 1964 e 1985. “Esse período deixou uma marca em vários trabalhos de Amaral e refletir sobre aquela época está entre as prioridades atuais, quando a sociedade discute múltiplas formas de autoritarismo.”
Ao montar o projeto da exposição virtual, Miyada buscou o questionamento que considera mais relevante e que está além do debate sobre as mídias e espaços expositivos: “Quando tudo parece tão urgente, e é tão inquietante e dolorido, quais as histórias que realmente precisamos contar?”.
Miyada foi buscar a história de Amaral através da sua produção em papel: desenhos, gravuras e estudos. “Esses conteúdos incluem análises de obras, reflexões históricas, digressões ensaísticas e troca de imagem e palavra com artistas jovens, convidados a responder a obras específicas do artista”, explica. “Justamente em um momento em que o caráter cáustico, desconcertante, trágico e vistoso da produção de Antonio Henrique Amaral parece mais do que atual, as redes sociais do Instituto Tomie Ohtake se tornam um farol que projeta suas imagens ao mundo.”
A expectativa é mostrar que a obra de Amaral é singular, experimental e visceral, o que permite que ela seja lida de múltiplas formas, sejam elas diretamente políticas, sejam mais sensoriais ou formais.
Antonio Henrique Amaral nasceu em São Paulo no dia 24 de agosto de 1935. Formou-se em Direito na USP. Mas defendeu a democracia, a igualdade e a paisagem brasileira através da arte. Uma trajetória que começou no final dos anos 1950, estudando na Escola do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e tendo aulas de gravura com Lívio Abramo e de desenho com Roberto Sambonet. Passou um período entre os ateliês que montou em Nova York e São Paulo. Expôs no Brasil, Estados Unidos, América Latina e Europa. “Construiu uma poética marcada pela figuração expressiva e evocativa, capaz de condensar estados de espírito pessoais e coletivos”, destaca Miyada.
Na exposição virtual, há várias imagens que traduzem o seu pensamento crítico. A xilogravura Diálogo Frustrado, de 1967, traz a paisagem de duas mãos, uma negra e outra branca, abertas e espalmadas, mas que não se tocam. Estão espalmadas entre dois rostos, um branco e outro negro, com a língua para fora, como se quisessem berrar, protestar. “A gravura impressa em tinta preta define personagens complementares, no que se refere ao preenchimento ou não das linhas de contorno, mas redundantes no que tange a seu papel no processo comunicacional. Esquemáticos, os rostos se condensam em carrancas tomadas por bocarras que lançam gritos e perdigotos imaginários”, comenta Paulo Miyada.
Também na gravura Bocas, de 1967, há várias bocas amarradas, formando um círculo, em destaque uma cor quase vermelha. Quem será que quis calar a boca do artista? Também em conversa com o Jornal da USP, Amaral respondeu que recebeu, em plena ditadura militar, visitantes inesperados que queriam ver o que estava pintando. Na época, estava se dedicando à série das Bananas, que pintou de 1968 até 1975. “Eles olharam e questionaram: ‘Nossa, mas você gosta muito de bananas’. Não entenderam nada e foram embora.”
O pintor com suas bananas espetadas por garfos, enforcadas, tinha dado o seu recado. Bananas para a ditadura. Uma gravura sem título, de 1974, com três bananas, uma pela metade, suspensas por uma corda como se estivessem enforcando dois seres e meio, está na mostra virtual. “A expectativa é mostrar que a obra de Amaral é singular, experimental e visceral, o que permite que ela seja lida de múltiplas formas, sejam elas diretamente políticas, sejam mais sensoriais ou formais”, explica o curador. “A principal resistência de Antonio Henrique Amaral foi resistir a acomodar-se no papel do artista que faz coisas belas e dóceis.”
“Trabalhos e estudos serão expostos enquanto continuarão a pesquisa e reflexão sobre a trajetória vivaz do artista por seis décadas.”
Quando os museus e centros culturais saírem do confinamento, o público vai poder ver e conferir a arte de Antonio Henrique Amaral pessoalmente. “A partir dessa reabertura, em cronograma ainda pendente, uma das salas do instituto vai dispor de forma despojada, similar a uma sala de estudos, diversas obras com papéis do acervo do artista. Trabalhos e estudos serão expostos enquanto continuarão a pesquisa e reflexão sobre a trajetória vivaz do artista por seis décadas.”
O Instituto Tomie Ohtake promove atualmente, informa Paulo Miyada, diversos projetos em suas plataformas. “Além da exposição de Antonio Henrique Amaral, temos uma linha editorial digital chamada #juntosdistantes, apresentando materiais educativos, debates e cursos on-line em nossas plataformas, sem saturar os nossos públicos.”
Fonte: Universidade São Paulo - USP. Consultado pela última vez em 8 de fevereiro de 2023.
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Entrevista Antônio Henrique Amaral | Digestivo Cultural
Através do artista plástico paulistano Sergio Niculitcheff conseguimos marcar uma entrevista com Antonio Henrique Amaral. Participaram do encontro, além de mim, o artista Marcos Ribeiro, Décia Foster (que no momento pesquisava a arte política de Amaral) e o próprio Niculitcheff. A entrevista foi gravada e transcrita por mim. O que se publica aqui é apenas uma parte da agradável e longa conversa que se deu no atelier do artista, no Butantã, em São Paulo, em outubro de 2009 e, em seguida, por e-mail, em novembro de 2010. A entrevista é inédita.
Antonio Henrique Amaral relembra e explica algumas de suas obras políticas, feitas no período militar, como, por exemplo, seus trabalhos sobre o assassinato de Vladimir Herzog. Debate também questões sobre a arte contemporânea, avalia artistas e carreiras artísticas, como a de Hélio Oiticica, pensa ainda o governo Lula e reflete sobre os processos que envolvem a criação em arte. ― JDC
Décia: Durante o período em que o sr. fez obras de caráter político, com o objetivo de criticar e debochar da ditadura, houve algum momento em que se sentiu ameaçado ou afrontado?
Na verdade, não. Mas houve dois episódios, um no qual uma obra minha foi retirada da Bienal da Bahia, foi censurada, e depois em 1971, quando fui convidado para expor em Washington, na Galeria da União Panamericana, no prédio da OEA. O adido militar brasileiro que estava no dia da inauguração, General Montanha, me perguntou o que eu queria dizer com aquelas bananas, pois só tinha bananas na exposição. Aí eu tive que enrolar, dizendo que era apenas uma pesquisa formal; tergiversei, pois não podia dizer que eu fiz isso porque eu achava que o Brasil estava se transformando numa Banana Republic... Mas, enfim, senti que ele não ficou muito à vontade com a exposição.
Jardel: Isso ainda no período militar?
Sim, isso no período militar, 1971. Aí eu fui para Londres e inaugurei uma exposição onde aluguei macacos, e na inauguração foi servido coquetel de banana, caipirinha de banana e havia macaquinhos vestidos de verde e amarelo, que ficavam pulando no ombro das pessoas. Foi um sucesso. Mas não houve ameaça pessoal. Porque os militares estavam mais preocupados com a música popular, que atinge mais público. Teatro também. Eles estavam invocados com o teatro e o cinema, essas manifestações de massa. Porque as artes plásticas, a gente sabe, é para um público muito pequeno e, de certa forma, inofensivo politicamente... E outra coisa: quando eu expus a série de bananas, os jornais e a crítica falaram muito; então eles deitavam e rolavam em cima dos meus trabalhos, porque era uma maneira de, indiretamente, fazer uma crítica, uma sátira, uma zombaria do governo militar, dessa autoridade opressiva. E é difícil o cara se expor ao ridículo censurando uma exposição de bananas. Então, o recado passava.
Jardel: Quer dizer, então, que com as bananas o seu interesse era comentar a ditadura?
Sim, comentar a Banana Republic que os militares estavam construindo aqui no Brasil, e também aprender a pintar, sempre aprendendo a pintar, desenhar...
Jardel: A narrativa, da banana, estava pronta na cabeça do senhor primeiro sendo amarrada, até, em seguida, ela ser esquartejada?
Essa ideia da banana surgiu depois das bocas e das xilogravuras dos Generais de 1964, 65... Eu pintava as bocas antes. Os Generais já tinham uma abordagem sarcástica com as línguas, com os generais montados em burros ao contrário, tudo isso com as xilogravuras. Agora, quando eu vi a montagem da peça do Zé Celso Martinez, O Rei da Vela, de Oswald de Andrade, aí foi uma revelação para mim, aquele espírito oswaldiano de deboche, de ironia, sarcasmo, de O Rei da Vela, que era um texto muito crítico da nossa realidade, do provincianismo de nossas elites, do atraso cultural de nosso povo em relação ao resto do mundo ocidental, da cópia descarada das modas francesa, americana, europeia. Então eu pensei: por que não as bananas? E a primeira exposição causou muito impacto, pois só tinha banana. "Como? Só banana?" Eu queria deixar bem explícito o que eu estava fazendo, deixar bem claro o comentário, entende? Então era só banana mesmo.
Jardel: Essa série da banana que está amarrada, depois destruída, isso parece o calvário de um preso político que é preso, amarrado, pendurado e depois torturado.
O espírito da obra é um pouco isso mesmo. Como escreveu o filósofo e brilhante pensador Vilém Flusser, em um ensaio escrito em 1974 depois de uma visita ao meu estúdio em Nova York, é uma reflexão visual sobre o sadomasoquismo da realidade brasileira, da relação sadomasoquista entre autoridade e povo. Porque os militares achavam que a gente era idiota, que todos nós éramos idiotas e que eles é que tinham a verdade e sabiam o que fazer, e os civis, os trabalhadores, estudantes e os artistas eram todos inúteis e babacas, pessoas que deveriam ser silenciadas, amordaçadas, controladas e, se necessário, torturadas para não atrapalhar a marcha da ditadura... Aí, quando cheguei aos EUA, comecei a série dos Campos de Batalha. Foi uma forma de eu superar a fase das bananas, encerrar essa etapa de meu trabalho das bananas. A banana começava verde, inteira, depois sendo amarrada, cortada em pedaços e depois entraram os garfos e as facas. E eu pensei: eu não quero me encaixotar num tema.
O problema do artista é que muitas vezes tem sucesso numa determinada fase do seu trabalho e fica escravo daquela fase e não consegue sair. Di Cavalcanti pintou mulatas até o fim da vida. Eu falei: não vou entrar nessa, ficar encaixotado num período. Estou há trinta anos fazendo outras coisas. Inclusive, eu acho os outros caminhos muito mais ricos, porque é uma aventura muito mais perigosa. Você começa um trabalho como este aí e não sabe para onde vai [Antonio Henrique aponta para suas novas telas abstratas, ainda por terminar, no fundo do atelier.]
Sergio Niculitcheff: A coisa interessante do artista é isso, é o risco, cada novo trabalho é um novo risco, não é uma coisa pronta, cada trabalho é uma coisa nova.
Você só o vê quando termina. Picasso dizia que, se ele tivesse o quadro pronto na cabeça, ele nem pintava. Para que pintar se ele já está pronto na minha cabeça? Ele só vai ficar pronto depois de executado. Agora, a série das bananas foi construída, friamente calculada, eu desenhava as cordas, as bananas com cordas, eu as colocava na minha frente, amarrava com barbante e depois desenhava, fotografava, pintava...
Marcos Ribeiro: Sua obra foi marcada pelo surrealismo também?
Eu acho que às vezes há uma conotação surrealista no sentido de que havia fantasia, não era inteiramente realista como estava na moda em Nova York, fotorrealismo. Não tenho muita preocupação de coerência estética ou teórica, nem temática, nem formal. A liberdade de ser e de não ser, de mudar, de se contradizer, de se aceitar com todas as incoerências do ser humano é um bem que o artista tem que preservar; seu espaço poder mudar a qualquer momento, de acordo com a solicitação interior. Mudar porque seu movimento interior exige que você mude. Baudelaire dizia que a obra de arte é determinada por dois fatores: um mais circunstancial, a Época, a Moda, a Moral, a Paixão. E outro mais eterno, pela Busca Interior do homem para achar respostas para as questões fundamentais do ser humano: quem somos, de onde viemos, para onde vamos e o que fazemos aqui e por quê... O que significa tudo isto, a vida, o Universo... Não é, Sérgio?
Sergio Niculitheff: Por uma necessidade interior, não é?
Por uma necessidade interior, espiritual. Porque é uma necessidade sua... Eu recusei muitos convites para exposições quando terminei a fase das bananas. Recusei, porque não pintava mais as bananas... A busca era outra... Chega uma hora em que a razão de ser de alguma coisa se encerra, outras coisas, outras buscas se impõem. Quando uma coisa morre, outra coisa nasce.
Jardel: Uma coisa que eu queria saber é se havia por parte do sr. um engajamento, leituras marxistas, partidarismo etc.
Não, nenhum. Nunca fui marxista, socialista ou esquerdista... Era, sim, contra a Ditadura Militar Brasileira. O Mário Pedrosa uma vez me perguntou por que eu não era comunista. Ele e o Ferreira Gullar na época eram comunistas. Eu não era comunista; para mim, ser membro do Partido Comunista é como ser encerrado dentro de uma casa, e eu prefiro andar na rua. Eu quero ver a paisagem, eu quero ver o que está acontecendo na rua. Não quero ficar dentro de um quadro partidário e pautar minha vida de acordo com princípios partidários, teóricos, fixos, rígidos e divididos de socialismo, capitalismo, elite, povo, esquerda, direita. A coisa é muito mais complicada, mais complexa. Eu não me enquadro nisso, falei para o Mário Pedrosa. Ele dizia: "Mas você devia ser comunista". Nos anos 70 era bacana ser comunista. O Niemeyer, até hoje, o Jorge Amado, Picasso, era bacana você ser comunista. E mais ainda se você fosse elite cultural, social...
Jardel: Havia também uma patrulha que exigia que as pessoas se filiassem.
É, tinha isso. Agora, veja bem, o Gullar, por exemplo, é um homem que eu admiro porque teve a coragem de romper com tudo isso. Rompeu com o socialismo, o comunismo, chegou um momento em que ele disse: "isso não é exatamente o que eu acredito hoje em dia". Então, ele renovou, ele mudou. Durante uma época você é comunista, depois de uma reflexão você percebe que aquilo não funciona. Ele teve a coragem de mudar.
Todos nós erramos, mesmo diante desses fatos recentes. Mas quem não tem acesso à informação erra mais porque sabe menos. Se você não tem informação, não tem o mínimo de cultura, de experiência administrativa, você vai errar mais e vai ser usado por políticos espertalhões que sabem como se maneja o poder. Foi o que aconteceu com o Lula e o PT, no episódio do Mensalão... Socialmente, o fato de ter desenvolvido o Bolsa Família e propiciar mais alimento e mais consumo pra uma considerável parcela da população brasileira é positivo, foi um passo adiante: Lula de certa maneira veio harmonizar o Sul com o Norte, os ricos banqueiros com o povão necessitado, sem criar atritos sociais muito fortes... Quase não houve greves nem conflitos nos últimos anos, com exceção dos cidadãos comendo e consumindo mais... Isso é o lado positivo, muito positivo para o desenvolvimento econômico do país... se será um fator de evolução de nossa qualidade de vida, temos que esperar para ver...
Décia: E com todos esses acontecimentos o sr. não tem vontade de voltar a trabalhar com temas políticos?
Não tenho saco (risos). Outra vez, fazer comentários políticos?! Eu fazia nas ilustrações que são bastante mordazes [Antonio Henrique ilustrava a coluna dominical de Ferreira Gullar, no jornal Folha de São Paulo.] Uma das últimas que fiz, por exemplo, é o Lula no meio de notas de dólares, de cruzeiros e reais. Eu penso, mas a arte... a política... é um aspecto da vida, mas não é tudo, nós temos outras preocupações que transcendem a realidade política.
Sergio Niculitcheff: Inclusive, eu queria comentar uma coisa sobre a série das bananas, que é importante por causa da ditadura, mas independente disso tudo é uma excelente pintura, o valor não é somente por causa do tema.
Eu aprendi a pintar através das bananas. Quando eu conheci a Tarsila [do Amaral], em 1970, ela já estava velhinha, numa cadeira de rodas, foi na rua Augusta, numa galeria, e ela me disse: "interessante sua forma de aprender a pintar usando a banana". É pintura, claro... Interessante o que você falou. É sempre pintura, é sempre um exercício de pintura.
Jardel: Vamos voltar aos anos 70. Por exemplo, o caso Herzog. Como foi a notícia da morte dele e esses seus quadros sobre ele?
A notícia da morte dele... eu me lembro até hoje, foi manchete em todos os jornais... O Herzog era um cara que frequentava as galerias de arte, ia às inaugurações de exposições, ele e a mulher dele, a Clarice. Era um cara de trinta e poucos anos, jovem, diretor de jornalismo da TV Cultura. E de repente ele vai depor, todo mundo sabia que ele ia depor, e no dia seguinte aparece a notícia da morte dele. Foi um choque, saiu no Estadão em página inteira, no Jornal da Tarde. Sob esse impacto eu resolvi pintar quatro quadros que eram A Morte no Sábado ― Tributo à morte de Vladimir Herzog. O fato de os militares matarem uma pessoa dessa qualidade humana, cultural, foi um choque, e o cinismo brutal de tentar afirmar que tinha sido suicídio...! Um horror!
Jardel: Houve censura aos quadros nessa época ou não?
Não foram imediatamente expostos. Quando completou um ano da morte dele eu os doei para o Sindicato dos Jornalistas. Depois começaram a serem expostos em exposições.
Jardel: Mas o povo não tinha acesso...
Não tinha. O povo sempre teve pouco acesso à cultura, o povo sempre teve muito acesso ao futebol, às noticias sobre futebol, com o apoio de toda a elite política que se protege à sombra do noticiário futebolístico... O fato de a gente fazer coisas que não são imediatas, que não são claras, exige que as pessoas pensem, se informem, sintam, abram a cabeça. É o papel civilizador da arte. Música popular é de consumo imediato, o cara não precisa pensar, a letra entra, sai. Claro que tem compositores como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gil, Vinicius, Tom Jobim e tantos outros que fazem musica para a pessoa ficar mais alerta. Mas, em geral, o povo brasileiro gosta mesmo é de música que entra por um ouvido e sai pelo outro...! "Eguinha Pocotó" e coisas do gênero...!
Décia: A fase das bananas foi mais zombando, mas o caso Herzog foi um grande impacto que o fez expressar seu sentimento de revolta?
Exatamente. Porque houve outras mortes. Mas foi emblemática a morte de Herzog. Também o caso do filho da Zuzu Angel, o caso do Paiva, que foi jogado do avião... Como o Herzog era um jornalista da TV Cultura, tinha uma projeção maior do que o Paiva, que era um ativista. No fundo essa obra vale para todos os mortos, vítimas da violência da ditadura militar.
Marcos Ribeiro: O Ferreira Gullar tem uma visão particular sobre a arte contemporânea. Você concorda com ele ou gosta de alguns modelos de arte que se pratica hoje?
O Gullar é radicalmente contra uma série de coisas... Ele acha isso e aquilo um desastre. Eu sou mais tolerante. Mesmo que eu não entenda (risos). Mesmo que eu não compartilhe. Muita gente curte, portanto, deve-se aceitar muita coisa nova que vem com as novas gerações…
Jardel: E o que acha dessa coisa nos anos 60 e 70, por exemplo, dos objetos, fim do suporte, aquela coisa toda?
Isso mexia com a gente, porque nos anos 60 havia a performance, a arte conceitual. Eu cheguei a Nova York e isso estava muito na moda, a body art, Beuys, a influência de Marcel Duchamp. Eu fui a uma performance, do Vito Acconci, era uma dentro de um loft, alguns convidados em volta e ele se açoitando, entendeu? (risos). Tinha gente sangrando ali no meio. Tinha aquele alemão que se mutilou. Isso era a body art, performance. Ele acreditava; é um artista muito considerado na Europa.
Eu acho que a arte é coisa de vida, vital. Tem que se trabalhar para o ser humano de alguma maneira... Ninguém quer destruir nada. Eles fazem isso achando que estão construindo... Minha maneira de construir, a maneira do Niculitcheff, é outra. É o trabalho do pintor, do desenho... Se é antiga ou não... A gente nunca sabe o que é melhor... Para mim são achados inteligentes. Agora, se o achado inteligente é arte, e se é boa arte, só o tempo vai dizer. O que vai sobrar disso? Só vamos saber com o tempo. Pesquisar novas formas de se expressar é sempre positivo.
Sergio Niculitcheff: É uma coisa que só o tempo vai peneirar mesmo. Na minha época havia vários artistas que foram fazer outra coisa da vida.
Décia: Depois, o que fica?
O Gullar é o único que tem coragem, com razão ou sem razão, de se opor a isso. De refletir e expor sua posição contrária a determinadas instalações bizarras... Por isso é admirado por uns e odiado por outros.
Todos: Odiado pela maioria...
A maioria acha que ele é reacionário. Ele está tendo coragem de expressar a opinião dele. Ele está sendo honesto com o que acredita. Eu admiro isso nele. Mas as opiniões dele são as dele...
Marcos Ribeiro: Ele está questionando a gratuidade contemporânea...
A gente não sabe o que é modismo, o que é mercado, e o que permanece, o que tem mais consistência... só o tempo vai peneirar. Certas linguagens atuais me são completamente indiferentes, não me dizem nada, não me sensibilizam... Talvez seja uma deficiência de minha capacidade de percepção ou a coisa realmente não estar bem proposta... Vai saber... um dia o tempo nos dirá. Talvez estejamos sendo superados pelas novas tendências hegemônicas, quem sabe a gente vai envelhecendo e perdendo a sintonia com as novas linguagens, pode ser... Sempre acontece isso nas gerações que se sucedem umas às outras. Sou e assumo que sou um artista que fez sua obra no século passado, no século XX. Como estamos no século XXI, vai saber...!
Sergio Niculitcheff: A gente tem um gosto, ele tem o seu... Mas independente da questão de gosto, acho legal que as pessoas estejam fazendo arte.
Com certeza, as pessoas têm é que se expressar. Essa "falta de respeito" às formas tradicionais é fundamental. Se a gente fosse fazer apenas o que é tradicionalmente aceito não haveria transformação e as linguagens se repetiriam... seria uma chatice!
Sergio Niculitcheff: Como a gente vê a coisa agora... já esfriou. Mas, na época...
Na época, fazer uma banana de dois metros amarrada e cortada por uma faca e espetada por um garfo, sangrando... O que é isso? Foi uma novidade, no seu contexto, hoje estamos em novo contexto...
A época hoje é complicada, pois estamos passando por uma rapidez tão grande em termos de transformações tecnológicas, e a arte procurando se entender com esta nova realidade... A tentativa de fazer vídeo-arte, arte cinética... Não, cinética, não, isso é passado, a arte eletrônica, com circuitos eletrônicos, computer art, internet...
Todo mundo decreta o fim da pintura e de repente aparece a pintura chinesa, a pintura italiana, a pintura alemã, os novos expressionistas alemães nos anos 80 e 90... A pintura estava morta nos anos 70, diziam que, com a arte conceitual e a performance, estava morta.
Houve uma performance nos EUA que a inauguração era o artista falando, aí o comprador... o que fazia? Comprava a conversa do cara (risos). A galeria vendia uma hora de conversa com o artista por 10 ou 20 mil dólares. O sujeito comprava e guardava a fita da conversa com aquele artista conhecido que saiu no New York Times.
Sergio Niculitcheff: Tem essa coisa de aceitar as várias linguagens, mas a questão do gosto deve ser colocada também. Tem coisas que eu reconheço que é arte, mas de que não gosto. Agora, a Bienal eu acho uma bomba. Vou ver apenas o que me interessa mais.
Eu não consigo me comunicar com muita coisa. Por exemplo, não tenho o menor interesse nos parangolés do Hélio Oiticica (risos). Não me dizem nada...
Então, como você falou, tem que saber qual é o seu gosto. No fundo, isso te remete a um autoconhecimento. Você deve saber, diante da multiplicidade da vida contemporânea, onde você se encaixa, "qual é a sua", qual é o seu caminho, onde você está, quem você é, dentro dessa balburdia da vida contemporânea, dos diversos caminhos que se abrem profissionalmente, socialmente, emocionalmente. A gente tem que ser honesto com o que a gente é. Não pensar só com a cabeça, sentir... Sentir com a emoção. A coisa te toca? Emociona? Ou é apenas um discurso teórico cheio de palavras eruditas que "explicam" o objeto em questão?
Sergio Niculitcheff: Porque o trabalho do Oiticica deve servir para algumas pessoas. Tem seus nichos, seus espaços.
Interessante no Hélio é sua atitude de subversão dos meios. Mas sabe essa coisa de "Seja Marginal, Seja Herói", esse culto ao traficante de drogas, Cara de Cavalo, já teve seu tempo, não pega bem hoje. Talvez esse romantismo seja muito datado, anos 60, 70 ... Já era, não durou muito. Não me diz nada essa abordagem de cultuar o traficante, o marginal, tem apenas interesse histórico e os objetos interessam a colecionadores que desejam ter obras do período, mas... Há atitudes mais dignas e criativas no mundo da subversão da forma, da linguagem.
Jardel: É uma coragem falar assim sobre o Oiticica, que é quase mistificado no Brasil. Falar: "Eu gosto disso do Oiticica ou eu não gosto daquilo".
Sou apenas um pintor, desenhista e gravador. O universo do Hélio, embora eu tenha consciência de que ele é importante para muita gente que admira suas coisas e o tem como um grande ídolo, não me toca muito, não. Procuro ser honesto comigo mesmo e com minha sensibilidade. As teorias estéticas estão para mim assim como a ornitologia está para os pássaros, como dizia o pintor americano Barnett Newman.
Jardel: Quando fala isso, as pessoas se incomodam, pois é o santo deles.
Mas acontece que não sou muito religioso e, como sabemos, muitos santos e todos os ídolos têm pés de barro ou são apenas santos do pau oco...
Marcos Ribeiro: Em arte temos que investigar...
A gente tem que refletir sobre essas coisas. A gente reflete sempre. No fundo, o sentimento da gente tem que ser de perplexidade permanente. O meu, por exemplo, é: perplexidade com o mundo à minha volta e perplexidade comigo mesmo, porque me surpreendo a cada dia com meus pensamentos, sentimentos e comportamentos, pois não me acostumo comigo mesmo e nem com os outros, porque as coisas mudam muito rapidamente, o tempo passa muito rápido, as coisas se transformam numa velocidade muito grande. Isso torna a vida muito interessante. Complicada, mas interessante.
É muito arriscado você dizer que isso é bom ou ruim em arte, eu acho. Certas obras e artistas não fazem a minha cabeça, eu prefiro outra confusão, outra desordem; para mim, a desordem do ser humano é mais bem expressa em obras menos intelectuais, menos cerebrais, mais confusas, mais surreais e contraditórias. Nossa cabeça e nossas emoções são muito mais loucas do que as cuidadosas construções dos geométricos e concretos e neoconcretos... A contradição, a confusão e a incoerência são muito mais as marcas do ser humano do que a ordem e a geometria, ou melhor, um mix de loucura e de geometria caracteriza a contradição humana.
Porque essa coisa muito ordenada, muito asséptica, é interessante, elegante, decorativa... Mas, enfim, você não pode ter um julgamento de valor. Deve estar aberto para absorver aquilo que te interessa e repudiar o que não faz sua cabeça. Sem julgamentos, com emoção, mas sem prepotência ou certezas, pois no mundo das artes, e das emoções humanas, nada é certo nem definitivo, muito pelo contrário, tudo é precário e temporário... Tudo é muito incerto e passageiro...
Sergio Niculitcheff: Na História da Arte mesmo tem artistas famosos que não me interessam. Eu reconheço seus valores, mas não gosto. Por exemplo, o Vlaminck. Eu não consigo engolir.
Renoir, Degas são meio chatos... Eu reconheço que são pintores importantes na história da arte, mas...
Marcos Ribeiro: E Picasso, você gosta?
Sim... Picasso é unanimidade, não? Picasso é o pai de muita gente.
Jardel: Picasso rompia sempre...
Ele foi um artista em incessante movimento. Ele tinha coragem de romper e sempre ser honesto com ele até o fim da vida.
Sergio Niculitcheff: Os últimos trabalhos dele dão de dez em muitos trabalhos contemporâneos.
Ele tinha uma liberdade, uma energia, uma vida interior, seja de ordem emotiva, sexual, intelectual, desde a fase do Cubismo, que era mais espiritual, intelectual, até esta parte mais sensual, das gravuras, das suítes Vollard. Ele se põe ali dentro como um velho voyeur, a dirty old man... Ele era profundamente honesto e íntegro. Alguém vem dizer que ele era um palhaço, um ganhador de dinheiro, isso ele era também. Nós somos feitos de muitas almas... ninguém é completamente íntegro e coerente. Ser coerente é aceitar a sua incoerência e a alheia e não exigir de si nem do próximo uma coerência falsa...!
Sergio Niculitecheff: O interessante é que ele se colocava no seu trabalho, colocava tudo isso no trabalho dele.
E ele tinha essa coragem de mudar, não se classificar, se autodefinir... Ora era figurativo, ora era cubista ou ceramista, ou gravador, mas sempre com muita energia e sinceridade. Agora, você veja, nós estamos falando dentro de nosso contexto, de nossa situação de São Paulo. Você vê: coloca uma obra de Picasso na periferia de uma cidadezinha do interior... eles não vão decodificar a linguagem picassiana... Não conhecem. Já o bom grafite é outra coisa. Aquilo abre as portas para muita gente começar a pintar, aprender, e ir para outra. O que faria o Basquiat aos 50 anos?? Porque ele morreu aos vinte e poucos. O Leonilson conseguiu fazer uma obra extremamente pessoal, o que não é pouca coisa...! Você ser pessoal e original é uma vitória, é muito difícil... Fazer um trabalho original, pessoal, é uma grande e difícil conquista.
Sergio Niculitcheff: O que é mais difícil... porque o resto você consegue administrar tecnicamente. Mas "se colocar no trabalho" é a parte mais difícil.
O artista tem que se colocar mesmo, e essa é a marca da originalidade. Na maneira de você trabalhar não apenas tematicamente, mas no gesto, na forma, na textura, nos materiais, nos meios escolhidos, sejam eles quais forem... Isso dá o caráter pessoal, sua assinatura. Se isso vai contribuir ou não para a arte universal, a gente não sabe, e não tem a mínima importância saber. Se vai morrer com a gente ou se vai permanecer, não é nosso assunto...
Jardel: O que vale mesmo é a aventura.
A aventura, enquanto você está vivo, fazendo aquilo e sendo honesto com o trabalho que está fazendo. Você tem que fazer seu trabalho como se fosse para sempre com toda integridade... estar sempre "inteiro na jogada".
Sergio Niculitcheff: Mas existem estes artistas que fazem as coisas só para venderem mesmo, tipo Romero Britto. Porque tem mercado e o mercado faz aquela pressão... E o cara "supre" aquele consumidor que só quer isso.
Romero Britto é um caso de sucesso eminentemente comercial. Ele desenvolveu uma fórmula pessoal de fazer suas coisas, bebeu em várias fontes, fez, deu certo comercialmente, trabalhos manuais bem feitinhos, objetos de decoração que têm inegável sucesso comercial, junto a um público bem específico... Se é isso que ele quer, tudo bem.
Sergio Niculitcheff: Ele atingiu os objetivos dele.
O Brasil é e sempre foi um país atrasado em relação ao resto do mundo ocidental. E nos anos 40, em plena guerra, Picasso já tinha pintado a Guernica, o cubismo, Les Demoiselles d'Avignon, o Expressionismo Abstrato da Escola de Nova York estava a todo vapor, Pollock, Motherwell, Rothko trabalhavam, e o pessoal daqui fazendo estripulias bem comportadas na Semana de Arte Moderna de 22, e casinhas, paisagens, marinhas agradáveis, retratos...
Há uma distância cultural imensa, porque o maravilhoso e vertiginoso século XX já tinha começado na Europa, Estados Unidos, México... Você tem que partir sempre de sua experiência pessoal, de seu ambiente imediato, mas saber o que está acontecendo no resto do mundo é fundamental... Isso sempre enriquece sua experiência pessoal, não para substituí-la, mas para enriquecer sua experiência de viver e trabalhar...
Fonte: Digestivo Cultural. Consultado pela última vez em 8 de fevereiro.
Crédito fotográfico: Digestivo Cultural. Consultado pela última vez em 8 de fevereiro.